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Entrevista com Hans-Hermann Hoppe sobre seu novo livro - e sobre tudo

Hans-Hermann Hoppe está lançando um novo livro, Der Wettbewerb der Gauner ("A Competição dos Escroques").  Para promover seu livro, Hoppe concordou em ser entrevistado por Andreas Marquat, do site alemão mises.info.  A entrevista foi conduzida por troca de e-mails.


Senhor Hoppe, o senhor escreveu em seu novo livro, Der Wettbewerb der Gauner ("A Competição dos Escroques"), que "Não precisamos de um superestado europeu, que é o que a União Europeia está querendo estabelecer... mas sim de uma Europa e de um mundo formado por centenas, até mesmo milhares, de pequenas Liechtensteins e Cingapuras."  Tal arranjo não parece muito factível no momento — muito pelo contrário, aliás.  Será que as coisas terão de piorar ainda mais — política e economicamente — para que só então possam melhorar?

Infelizmente, receio que sim.  Antes de chegarmos a este arranjo que defendo, provavelmente vivenciaremos várias quebradeiras nacionais, começando por Portugal, Espanha, Itália e, no final, a Alemanha.  Somente então, receio eu, tornar-se-á óbvio para todos aquilo de que muitos já sabem hoje: que a União Europeia nada mais é do que uma enorme máquina de redistribuição de renda e riqueza, da Alemanha e da Holanda para Grécia, Espanha, Portugal e outros. 

Mas isso não é tudo.  Também ficará claro que a mesma insanidade, a mesma bagunça, também existe dentro de cada país: na Alemanha, por exemplo, há redistribuição de renda e riqueza da Bavaria e de Baden-Württemberg para Bremen e Berlim, da Pequena Cidade A para o Pequeno Vilarejo B, de uma empresa para outra, de uma indústria para outra, de João para José e por aí vai.  E sempre seguindo o mesmo e perverso padrão: redistribuição dos países, regiões, locais, empresas e indivíduos mais produtivos para aqueles menos produtivos ou nada produtivos.  A quebradeira trará toda esta realidade à luz de uma maneira bastante dramática.

E talvez, só então, as pessoas irão finalmente entender que a democracia — em nome da qual todas estas safadezas e trapaças são feitas — nada mais é do que uma forma especialmente insidiosa de comunismo, e que os políticos que criaram esta demência moral e econômica, e que enriqueceram enormemente neste processo (mas nunca, é claro, sendo responsáveis por nenhum dos estragos que causaram), nada mais são do que um desprezível bando de comunistas escroques.

Em seu livro Bureaucracy, Ludwig von Mises afirma: "A democracia representativa será insustentável caso uma grande parte do eleitorado esteja na folha de pagamento do governo".  O senhor também repete este argumento quase 70 anos depois.  Quando é que as constatações de Mises irão finalmente render frutos?

Vou ainda mais longe do que Mises em minhas constatações.  Afirmo — e já tentei fornecer evidências disto de várias maneiras diferentes em meus escritos — que é a democracia a responsável pelas fatídicas condições que nos afligem hoje.  O número de pessoas produtivas está em constante declínio, e o número de pessoas parasiticamente consumindo a renda e a riqueza deste declinante número de pessoas produtivas está aumentando constantemente.  Isso é algo que não pode se prolongar por muito tempo.  É economicamente insustentável.

O fato de todo o castelo de cartas da democracia ainda não ter desabado completamente é uma enorme prova do tremendo poder criativo do capitalismo, mesmo em meio aos crescentes obstáculos e estrangulamentos criados pelo governo.  E este fato também nos leva a imaginar todos os 'milagres' econômicos que seriam possíveis caso tivéssemos um capitalismo livre e desimpedido, um capitalismo não obstruído e asfixiado por todo este parasitismo, um capitalismo completamente desregulamentado e desburocratizado.

Se esta constatação vai finalmente gerar frutos é algo que irá depender da consciência de classe da população.  Há um mito marxista, gostosamente promovido pelo estado, de que existe um irreconciliável conflito de interesses entre empregadores (capitalistas) e empregados (trabalhadores), ou entre ricos e pobres.  Enquanto este mito perdurar na opinião pública, não haverá absolutamente nenhuma mudança, e o desastre será inevitável.

Uma mudança fundamental só será possível se, em vez desta mentalidade, a correta compreensão das coisas se tornar algo amplamente aceito entre a população.  E qual é a correta compreensão?  Entender que o único conflito de interesses que existe na sociedade é aquele entre os pagadores de impostos — ou seja, os explorados — e os recebedores de impostos — ou seja, os exploradores.  Em outras palavras, entre, de um lado, a classe de pessoas que obtém sua renda e seus ativos produzindo algo que é comprado voluntariamente e valorado apropriadamente pelos consumidores; e, de outro, a classe formada por aqueles que não produzem nada de valor, mas que vivem e enriquecem à custa da renda e dos ativos das pessoas produtivas, os quais são violentamente confiscados via tributação — o que significa dizer que todos os funcionários públicos e todos os beneficiários de "programas sociais", subsídios, privilégios monopolistas pertencem a esta última classe.

Somente quando a classe produtora reconhecer claramente este estado de coisas e publicamente se manifestar; somente quando os produtores finalmente estiverem confiantes de que possuem a autoridade moral e finalmente rejeitarem as insolentes admoestações da classe política como sendo desaforos morais e econômicos, e rispidamente expuserem e denunciarem a classe política como aquilo que realmente são — uma gangue de parasitas —, será então possível repelir e, em última instância, eliminar estes parasitas.

O senhor indiretamente critica as pessoas por "se preocuparem somente com suas rotinas diárias" e por "não pensarem em questões filosóficas".  Não estaria o senhor exigindo muito?  Em uma situação econômica que apresenta contínua deterioração, principalmente no aspecto monetário, não estariam as pessoas ocupadas demais tentando sobreviver e se sustentar, não tendo tempo portanto para se dedicar à filosofia?

Minha declaração não foi feita com a intenção de ser uma crítica específica ao cidadão comum; ela foi apenas a simples afirmação de um fato incontestável.  Acho que é completamente normal o fato de que a maioria das pessoas jamais se preocupe com questões filosóficas.  São poucas as pessoas que realmente se interessam por tais problemas, e são ainda menos as pessoas que possuem a capacidade intelectual para de fato esclarecer ou mesmo solucionar estes problemas.

Meus comentários, ao contrário, foram feitos com a intenção de sistematicamente estimular o cidadão comum.  Para dizer a ele — e isto vindo de um intelectual, "alguém de dentro", por assim dizer — que seu preconceito contra intelectuais — que, via de regra, são pessoas enfatuadas, inúteis e arrogantes — está totalmente correto.  Que existe uma quantidade excessiva de intelectuais apenas porque o estado os paga e os subsidia via impostos extraídos do resto de nós.  E isso deturpa e distorce o objetivo e o resultado de suas ideias — direcionando-as para a defesa do estatismo.  Que é ele, o cidadão comum, quem paga por todo este dispendioso e inútil besteirol produzido pela classe intelectual, e que ele, portanto, tem todos os motivos do mundo para gritar, protestar e se sentir indignado.

A tese do seu livro é que o governo é o monopolista supremo da aplicação da lei e da justiça, e que todo e qualquer monopólio é e sempre será ruim do ponto de vista do consumidor — neste caso, o cidadão.  Sua solução alternativa é uma sociedade baseada em leis privadas.  Como um "leigo" pode entender o que tudo isto acarreta?

A ideia básica é bem simples: abolir os monopólios e estimular a concorrência.

Atualmente, o que ocorre é que, na eventualidade de um conflito entre um cidadão e o estado, será sempre o estado (ou um juiz que é empregado do estado) quem irá decidir quem está certo.  Se o estado decidir, por exemplo, que eu tenho de pagar a ele mais impostos e que eu não posso permitir que pessoas fumem no restaurante do qual sou o dono, e se eu não concordar com nenhuma destas decisões, o que posso fazer a respeito?  Posso apenas recorrer a um tribunal estatal, cujos juízes — muito bem remunerados com o dinheiro coletado pelo estado via impostos — são pagos para impingir as regulamentações do governo.  E o que estes juízes, como toda a probabilidade, irão decidir?  Que tudo isto é legal, obviamente!

Desta maneira, todos os tipos de roubo, agressão, assassinatos e guerras cometidos pelo estado são "legalmente" sancionados.  Tente julgar e processar algum político para ver se terá sucesso.  Peça para um americano levar os senhores Bush e Obama — e um alemão levar a senhora Angela Merkel — para os tribunais sob a acusação de homicídio em massa no Iraque e no Afeganistão.  Tal processo jamais seria aceito pelos tribunais; e, mesmo que fosse, a decisão final já estaria clara desde o início: absolvição!

Em uma sociedade de leis privadas, ao contrário, se tivéssemos tal conflito iríamos recorrer a arbitradores independentes, arbitradores que estão no livre mercado concorrendo com outros arbitradores por consumidores voluntários de seus serviços.  Não utilizaríamos um juiz inerentemente enviesado em prol do estado, já que é pago diretamente por este, e que por isso é partidário de um dos lados do julgamento; recorreríamos a uma entidade neutra para adjudicar os conflitos judiciais normais que surgem envolvendo direitos de propriedade existentes e reconhecidos e leis de contratos privados.  Esta entidade, por estar operando no livre mercado, terá todo o interesse em adquirir e manter a reputação de ser uma julgadora neutra e imparcial.  Caso não proceda desta maneira, será expulsa do mercado de mediação pela total falta de clientes. 

O julgamento, neste caso, será previsível e óbvio: minha renda obtida por meio do meu trabalho é minha propriedade (e não do estado), assim como o restaurante também é minha propriedade (e não do estado).  Portanto, qualquer tributo imposto pelo estado sobre mim ou qualquer restrição ao uso da minha propriedade (como proibições ao fumo) seriam julgadas como ilícitas, como roubo e expropriação.  Adicionalmente, é claro, Bush, Obama, Merkel (e vários outros) seriam declarados culpados por homicídio em massa (além de vários outros crimes).

É precisamente por isso que existe um monopólio judicial do estado.  Porque, sob um sistema jurídico concorrencial e não monopolista, seria imediatamente evidente que, nas palavras de Santo Agostinho, o estado nada mais é do que um "grande bando de ladrões", uma máfia — só que muito maior, mais opressiva e mais perigosa.

O estado teria alguma responsabilidade neste seu modelo?

Indiretamente, esta pergunta já foi respondia.  Quais tarefas você gostaria de entregar a um bando de ladrões?  Todos eles deveriam renunciar!  E deveriam devolver toda a propriedade que roubaram — toda a chamada propriedade pública — para seus donos de direito.  Ou seja, os pagadores de impostos deveriam ser reembolsados de acordo com a quantidade de impostos que pagaram.

O problema é que estes bandidos jamais pensaram em renunciar.  E eles também jamais pensaram em restituir suas vítimas: o enorme número de pessoas roubadas, despojadas e assassinadas por eles.  Nada.

E tal estado de coisas não irá mudar — a menos que a opinião pública gere uma enorme pressão.  O que nos leva de volta ao assunto da consciência de classe.  Nossa única esperança para que esta desejada renúncia e restituição ocorra é que as vítimas (bem como um crescente número de inocentes e inofensivos colaboradores do estado) reconheçam o estado como aquilo que realmente é: um bando de ladrões, e os tratem correspondentemente.

Ladrões que são reconhecidos e tratados como tal não podem durar para sempre.

Para concluir, falemos sobre dinheiro — dinheiro imposto pelo estado, para ser mais preciso —, o meio de troca que as pessoas estão permanentemente sendo obrigadas a utilizar.  Até mesmo o cidadão comum mais alienado já percebeu que há algo de errado com o sistema.  Por favor, explique para ele por que — e aqui eu cito uma frase sua — "não há absolutamente nenhuma razão, sob nenhuma circunstância, para que o estado tenha qualquer tipo de envolvimento com a produção de dinheiro".

Porque o estado é um monopólio e monopólios sempre serão, em qualquer circunstância, nocivos para o consumidor (ao passo que, inversamente, eles são sempre ótimos para o monopolista).  Tal raciocínio também se aplica ao dinheiro e ao monopólio governamental do dinheiro.

Somente um banco central aprovado pelo estado pode produzir dinheiro, e tal produção de dinheiro será correspondentemente ruim.  Em vez de termos ouro e prata, como no passado, temos hoje nada mais do que pedaços de papel circulando o mundo (dólares, euros, ienes etc.).  Tal arranjo é ótimo para o monopolista.  Ele pode imprimir dinheiro de maneira efetivamente gratuita e utilizá-lo para comprar bens como imóveis e carros.  Uma varinha mágica real.  Quem não iria querer tal varinha?

No entanto, para todo o resto da população, isso não é nada fantástico.  Mais dinheiro de papel não torna a sociedade mais rica.  É tudo apenas somente papel.  Cada novo pedaço de papel impresso reduz o poder de compra de todos os outros pedaços de papel que já existiam.  E cada novo pedaço de papel gera uma redistribuição da riqueza social.  Os responsáveis pela impressão do dinheiro se enriquecem e sua fatia confiscada de riqueza da sociedade aumenta.  Eles agora possuem casas e carros que antes não possuíam.  E, igualmente, esta impressão de dinheiro reduz a riqueza de todos os outros cidadãos, que agora possuem correspondentemente menos casas e carros do que poderiam possuir.

Estou confiante de que o cidadão comum alienado é capaz de entender que estas maquinações, que ocorrem diariamente em uma escala inimaginável, nada mais são do que um gigantesco caso de roubo e fraude em ampla escala.

Porém, a verdade é que não ouvimos absolutamente nenhuma palavra de condenação, nenhuma exposição desta fraude, na mídia.  Aqueles pretensiosos, ininteligíveis, arrogantes e auto-proclamados 'especialistas' econômicos e financeiros na televisão, no rádio e em todas as outras mídias não falam absolutamente nada a respeito.  Isto tem dois motivos: ou eles estão sendo pagos para intencionalmente esconder ou encobrir fatos que eles sabem ser imorais, ou eles foram tão estupidificados durante seu período universitário, que eles se tornaram realmente incapazes de reconhecer até mesmo os mais simples fatos e relações de causa e consequência.

O que aconteceria se o monopólio do governo sobre o dinheiro fosse abolido e todos nós estivéssemos livres para fazer cópias perfeitas do papel-moeda estatal (da mesma maneira que qualquer indivíduo pode hoje criar cópias perfeitas de maçãs, peras, grãos de trigo, pregos, casas, computadores etc.)?  Eis o que aconteceria: o papel-moeda seria imediatamente produzido em quantidades tão grandes que o valor (poder de compra) de uma cédula iria despencar, de um dia para o outro, até o valor físico do papel em que os números foram impressos.  Com tais cédulas valendo apenas o papel no qual foram impressas, elas seriam impróprias para ser utilizadas como um meio geral de pagamento.  O dinheiro de papel perderia sua função de dinheiro, e o estado perderia repentinamente sua varinha mágica.  (É exatamente por isso que o estado é tão ciumento e zeloso de seu monopólio sobre a criação de dinheiro, sendo que o "crime" de falsificação de dinheiro é um dos mais eficientemente combatidos pelo estado).

Mas isso não significa que o dinheiro não mais existiria.  Ao contrário: em um ambiente concorrencial, um dinheiro de melhor qualidade seria produzido.  Por quê?  Porque sempre haverá uma demanda por meios de troca.

Por que as pessoas carregam dinheiro consigo?  Por que elas não investem absolutamente todos os seus ativos em bens de capital e em bens de consumo?  Por que elas sempre mantêm uma fatia de seus ativos na forma de dinheiro (o qual não pode ser consumido e nem utilizado em processos produtivos; pode apenas ser portado como meio de troca, com o intuito de talvez ser trocado por algo mais tarde)?  Resposta: porque há incerteza em nosso mundo.  Porque coisas acontecem, o que faz com que surjam as necessidades humanas.  E nem reservas de bens de consumo ou de bens de capital, tampouco apólices de seguro, podem nos deixar preparados para tais necessidades, tampouco impedir que elas ocorram.  A única maneira de se estar preparado para tais imprevisíveis, porém continuamente recorrentes surpresas, e as consequentes necessidades que elas acarretam, é acumulando uma reserva de meios de troca.  Uma reserva de bens que se distinguem de todos os outros bens por sua excepcional liquidez e capacidade de ser imediatamente aceito em trocas voluntárias.  Bens que podem ser diretamente e imediatamente trocados, a qualquer momento, pela mais vasta gama de bens de consumo ou de capital.  Em suma, bens que possuem uma excepcional capacidade de serem comercializados em troca de qualquer coisa.

Do ponto de vista histórico, estes bens sempre foram o ouro e a prata, pois estes metais eram os que melhor cumpriam a função de meio de troca, a função de fornecer um "seguro contra incertezas".  Ouro e prata surgiram como os bens que usufruíam a mais alta liquidez e capacidade de serem trocados por quaisquer outros bens.  Eles eram os bens mais facilmente vendáveis e mais amplamente aceitos dentre todos.  E assim, portanto, o dinheiro historicamente sempre foi o ouro e a prata.

Se o monopólio estatal sobre o dinheiro algum dia desaparecer, a maior probabilidade é que ouro e prata recuperem suas antigas funções de dinheiro (e o papel iria simplesmente voltar a ter neste sistema monetário a mesma função que sempre teve historicamente: servir como certificados, como títulos de propriedade, sobre ouro e prata).

Senhor Hoppe, muito obrigado pela entrevista.

 


autor

Hans-Hermann Hoppe
é um membro sênior do Ludwig von Mises Institute, fundador e presidente da Property and Freedom Society e co-editor do periódico Review of Austrian Economics. Ele recebeu seu Ph.D e fez seu pós-doutorado na Goethe University em Frankfurt, Alemanha. Ele é o autor, entre outros trabalhos, de Uma Teoria sobre Socialismo e Capitalismo e The Economics and Ethics of Private Property.



  • Roberto Chiocca  02/06/2012 08:11
    Professor Hoppe simplesmente genial, sempre inspirador!
  • Marcio Alves  02/06/2012 08:52
    A farsa estatista desmontada de forma avassaladora. O rei está nu!!

    Já há previsão de quando o livro será traduzido para o inglês?
  • Francisco Alfaro  02/06/2012 09:05
    Grande entrevista, mas enquanto Deus e o mundo acharem que os problemas causados são por falta de regulação e consequência inevitável do capitalismo, estaremos nos movendo contra moinhos de vento. Felizmente, o Instituto e a Escola Austríaca estão dispostas a mudar esse paradigma. Só com muito trabalho alteraremos esse cenário desigual. No entanto, espero que ainda exista algo para se salvar quando esse dia chegar, porque até lá, a destruição causada pelo Estado ainda vai crescer sem precedentes.
  • Eduardo  02/06/2012 09:43
    Incrível o poder se síntese do Hoppe. Mais claro e direto impossível!
  • Fernando Chiocca  02/06/2012 09:50
    O que está exposto acima é a única esperança para a liberdade.

    Hoppe nos deu qual deve ser o tom da luta. Qualquer coisa diferente disso vai ser inútil ou mesmo contraprodutivo.

    Hoppe is the only hope.
  • Marcio Alves  02/06/2012 10:36
    É verdade, mas é preciso articular o discurso de modo a sempre fazer distinção entre democracia, ditadura e sociedade de leis privadas. Porque, no Brasil, geralmente quem critica a democracia é por que está defendendo o regime militar.

    É preciso sempre mostrar que o debate não deve ficar confinado ao binômio democracia-ditadura, pois há uma alternativa mais justa, mais eficaz e viável: a sociedade de leis privadas.

    Se essa distinção não ficar clara, sempre que se criticar a democracia do ponto de vista libertário, os estatistas, tanto da esquerda quanto da direita, podem usar isso em benefício próprio.
  • Atylla  02/06/2012 09:52
    Os criadores do Facebook tem total direito sobre a sua criação que foi fruto do trabalho deles e dos investidores. Que alternativas de exploração, deveríamos adotar para vastas áreas com recursos naturais que existem a milhares de anos, com vários concorrentes privados e públicos(mafiosos) reivindicando direitos sobre elas?
  • Vicente  02/06/2012 10:52
    Empreendedororismo é a melhor resposta, A Planetary Resources é uma empresa que planeja explorar asteroides no espaço para obter platina, pode parecer ficção, mas o turismo espacial também era e virou realidade, graças a empresas privadas como a Virgin Galactic e não a um governo.
  • anônimo  02/06/2012 12:17
    Boa entrevista, mas... "Esta entidade, por estar operando no livre mercado, terá todo o interesse em adquirir e manter a reputação de ser uma julgadora neutra e imparcial"? Não consigo achar isso nada prático. Uma verdade pode ser vista de tantas maneiras... Eu mesmo não estou concordando com ele agora, como um julgador neutro vai definir o correto? Aliás, automaticamente se alguém o advogar agora vou considerar um julgador parcial. Da mesma forma ocorreria com os clientes.
  • Paulo Sergio  02/06/2012 14:14
    'Uma verdade pode ser vista de tantas maneiras...'
    Exatamente, justamente por isso uma sociedade multicultural não faz sentido
  • Fernando Chiocca  02/06/2012 16:40
    Não consigo achar isso nada prático.

    Não consegue??
    O que é pratico então, um monopolista julgar todos os casos de disputa em um determinado terítorio, inclusive os casos em que ele mesmo é uma das partes?
    Interessante...

    Uma verdade pode ser vista de tantas maneiras...

    Um verdade pode ser vista de tantas maneiras? Não, ela pode ser vista da maneira certa e da maneira errada. Não existe outra maneira.

    Eu mesmo não estou concordando com ele agora, como um julgador neutro vai definir o correto?

    Oras, exatamente por ser neutro!
    Ou você acha que um julgador parcial vai definir o correto?!!?!?
    Isso é uma contradição em termos.. se o julgador é parcil, necessariamente ele não é correto.

    Aliás, automaticamente se alguém o advogar agora vou considerar um julgador parcial. Da mesma forma ocorreria com os clientes.

    Como é que é?
    Se um julgador neutro "o advogar agora" (advogar quem? Que crime está sendo julgado?) você vai considerar um julgador parcial?
    TILT!



    Como foi dito na entrevista, a ideia básica é bem simples: abolir os monopólios e estimular a concorrência.

  • Paulo Sergio  03/06/2012 03:11
    'Uma verdade pode ser vista de tantas maneiras...

    Um verdade pode ser vista de tantas maneiras? Não, ela pode ser vista da maneira certa e da maneira errada. Não existe outra maneira.'

    O exemplo do David Friedman: vc dá uma festa, bota umas luzes fortes, uns raios lasers, e eventualmente um raio desses chega na casa do vizinho.E aí acontece algum dano, talvez pelo raio ser forte, talvez por alguem na casa ter a visão sensível.
    Pro vizinho foi como um tiro, uma invasão da propriedade dele, pro cara da festa não foi nada, foi como se ele fosse fumar e a fumaça do cigarro fosse pra casa de um asmático.Talvez eles levem isso pra algum tribunal, aí uns jurados vão concordar com um ponto de vista, outro com outro.
    Mas a conclusão dele DF era: o PNA sozinho não serve pra traçar a linha.
    Então, acho q nesse sentido, uma verdade pode sim ser vista de várias maneiras
  • Tiago RC  04/06/2012 02:02
    O PNA define que é errado violar os direitos de propriedades alheios.
    Se uma ação X ou Y é ou não é uma violação dos direitos de propriedade, aí, claro, pode depender às vezes de interpretação subjetiva. Por isso um acordo quanto ao tribunal é importante.

    Ah, e claro, há também o princípio da punição proporcional... uma vez vi uma piada na internet, algo como "Não chame a polícia pra reclamar do vizinho que faz festa barulhenta até às 4 da manhã. Acorde-o às 6 da manhã para lhe dizer o quanto gostou da música."
    É a sabedoria popular definindo punições proporcionais. ;-)
  • ADEMIR  02/06/2012 13:21
    Na Universidade me foi dado o modelo de Estado Marxista, que seria uma especie de deus que resolveria todos os problemas do homem. Na prática e na conviencia com a vida real sempre desconfiei de que o discurso da democracia era e continua sendo o instrumento utilizado pelos bandidos intelectuais para se apoderarem do Estado. O maior exemplo estamos assistindo no Brasil desde anos alguns já.
  • Eliel  02/06/2012 15:25
    "Boa entrevista, mas... "Esta entidade, por estar operando no livre mercado, terá todo o interesse em adquirir e manter a reputação de ser uma julgadora neutra e imparcial"? Não consigo achar isso nada prático. Uma verdade pode ser vista de tantas maneiras... Eu mesmo não estou concordando com ele agora, como um julgador neutro vai definir o correto? Aliás, automaticamente se alguém o advogar agora vou considerar um julgador parcial. Da mesma forma ocorreria com os clientes."
    Concordo com anônimo! Também pensei o mesmo antes de ler seu comentário!
  • anônimo  02/06/2012 20:19
    Pois é, diferente do que o Fernando acha, não estou defendendo o estado. Só acho que é um problema sem solução em modelo algum. Todas as alternativas são falhas, embora, claro, um cenário de concorrência seja melhor que de um monopolista e tal.
  • Pedro Valadares  02/06/2012 20:55
    Pois é, anônimo. eu também não quis defender a opção estatal.

    O fato de ser não monopolista é excelente, pois não onera quem não está envolvido na causa. Contudo, também não garante lisura, nem neutralidade no julgamento, na minha opinião.
  • Tiago RC  04/06/2012 02:04
    Anônimo, não existe absoluta perfeição quando lidamos com seres humanos.
    Mas existem situações melhores ou piores que outras. E, em alguns casos, podemos saber com certeza qual arranjo é melhor. Por exemplo, monopólio é sempre pior que livre concorrência.
  • Pedro Valadares  02/06/2012 16:57
    Concordo que o estado não é um julgador neutro, porém, quem é?

    Julgadores livres podem passar a emitir sentenças favoráveis a quem pagar melhor e ganhar fama fazendo isso e com isso parcela do mercado.

    Não sei qual o caminho possível nesse ponto, tendo em vista que não há julgadores totalemente neutros.
  • Fernando Chiocca  02/06/2012 18:30
    Concordo que o estado não é um julgador neutro, porém, quem é?

    Meu Deus do céu!!!

    Neutro é quem não é uma das partes envolvidas e nem tem um interesse em favorecer uma das partes com uma decisão errada, injusta.
    Obviamente, o estado monopolista deveria ser automaticamente descartado como uma alternativa... mas por incrível que pareça, as pessoas fazem de todo para defender este status quo absurdo!

    Julgadores livres podem passar a emitir sentenças favoráveis a quem pagar melhor e ganhar fama fazendo isso e com isso parcela do mercado.

    Cacilda!!!
    Se eles ganham fama por serem parciais, ninguém os cotratará e serão expulsos do mercado, que será dominado pelos juízes mais inparciais e justos!!
    Um exemplo real são os juízes de futebol. São árbitros privados contratados no mercado. Árbitros ruins e que erram muito vão sendo jogados pra fora do mercado por árbitros mais competentes.

    Não sei qual o caminho possível nesse ponto, tendo em vista que não há julgadores totalemente neutros.

    Não sabe?
    O caminho acabou de ser exposto acima, é o fim do monopólio.

    "A ideia básica é bem simples: abolir os monopólios e estimular a concorrência."


    É tão simples que essas perguntas sem pé nem cabeça só podem ser explicadas devido à massiva lavagem cerebral imposta pela propaganda estatal na mente dos súditos.
  • anônimo  02/06/2012 20:28
    Aí que está, Fernando. O que eu disse pode ser verificado talvez até no exemplo do árbitro de futebol. É muito comum ver o torcedor do time perdedor se considerando o "prejudicado", acusando de ser parcial, etc. Foi isso que tentei dizer lá em cima. \r
    \r
    Se algum "neutro" agora (caso hipotético, claro) disser que tenho mais razão neste "debate" do que você, você certamente vai achar um absurdo. Então você o deixará na sua condição de consumidor, não faria mais uso dessa empresa de assuntos jurídicos e tal, correto, leis de mercado. Mas aí num outro caso eu sou o prejudicado. Oras, se eu não sou o favorecido então evidentemente o cara só pode estar errado! (muita gente pensa assim...) E aí eu considero o outro "neutro" uma porcaria. E fica essa bola de neve. Eu só acho que nada é muito simples, especialmente quando envolve essa tal neutralidade.\r
    \r
    Claro que o estado é absurdamente falho e injustificável, isso nem sequer está em discussão. Só questiono a viabilidade prática desse modelo espeficiamente. \r
    \r
    E sim, lamento, meus questionamentos são básicos pois ainda consideravelmente iniciante no assunto. Um dia você foi também, né? Então claro que quero tirar minhas dúvidas, foi isso que meus pais me ensinaram a fazer quando era criança! hehehe
  • Jeferson  15/06/2012 11:47
    A questão é mais simples do que parece. Num estado de justiça concorrencial e não-coercitiva, quem não gostou da decisão de um tribunal pode recorrer a outro qualquer. Isso, claro, quando há acordo com relação ao tribunal que julgará a causa. Há situações que considero muito mais complexas, como, por exemplo, "como levar um estuprador ou um assassino a um tribunal?", e "como fazer com que a decisão do tribunal seja efetivamente cumprida?".

    No mais, sempre que alguém discordar da decisão de um determinado tribunal, não vai mais querer usar seus serviços. Tribunais que desagradarem a muita gente simplesmente vão à falência, os que desagradarem menos (ou seja, forem mais justos em suas decisões, e emitirem decisões com fundamentações melhores, ainda que desagradem a uma das partes) vão sobreviver e crescer.

    "E sim, lamento, meus questionamentos são básicos pois ainda consideravelmente iniciante no assunto. Um dia você foi também, né? Então claro que quero tirar minhas dúvidas, foi isso que meus pais me ensinaram a fazer quando era criança!"

    O Fernando Chiocca seria estupidamente mais persuasivo se não fosse tão estúpido. Pena ele não ter percebido isso ainda...
  • anônimo  04/06/2012 08:07
    A chave para o entendimento daquilo que o Dr. Hoppe quis dizer está no trecho grifado abaixo:

    "Esta entidade, por estar operando no livre mercado, terá todo o interesse em adquirir e manter a reputação de ser uma julgadora neutra e imparcial"?

    Se necessário à compreensão, releiam todo o parágrafo cuidadosamente, por favor.
  • Yure  02/06/2012 19:40
    Umas questões gostaria de colocar,a fim de realizar um debate, é

    Se o poder público é tão prejudicial ao poder economico,por quê este já nao o eliminou?Todos nos sabemos que o poder economico dá sustentação ao poder político e,inclusive,domina-o.Por isso,nao é de estranhar a existência de um casamento entre esses orgãos durante quase toda a história do capitalismo?Estranho,se o Estado é um orgao socializante,como a burguesia pode admiti-lo e utiliza-lo para a realização de seus interesses?

    Outra questão que gostaria de colocar é como garantir a propriedade privada sem que haja coerção.Imaginando,por exemplo,os direitos de propriedade industrial e autorais,como garanti-los sem o Estado?Por exemplo,como posso garantir o direito de exclusividade de uma marca( no caso, a marca Coca-Cola) sem o Estado e apenas com orgãos privados?






  • Luis Almeida  02/06/2012 20:07
    Como assim, Yure? Você próprio respondeu à pergunta. O poder público não é prejudicial ao grande poder econômico. Muito pelo contrário: no nosso capitalismo de estado, amplamente intervencionistas, as grandes empresas se aliam ao estado e trocam favores. O estado lhes garante vários privilégios -- como regulamentações e barreiras de entrada que dificultam o surgimento de concorrência -- e, em troca, tais empresas contribuem generosamente para políticos e "pagam jantares" para funcionários de agências reguladoras. Nenhum grande empresário gosta de concorrência (e isso é historicamente bem documentado inclusive nos EUA). Logo, se aliar ao estado e trocar favores é um arranjo ótimo para eles.

    Quem se estrepa nesse arranjo, além dos consumidores, são os pequenos empreendedores. Mas como estes não têm lobistas, eles não têm poder algum.

    Sobre direitos autorais e propriedade intelectual, você matou a charada. É impossível defende-los sem a coerção do estado. Justamente por isso este site é explicitamente contra patentes e demais propriedades intelectuais. Veja aqui:

    www.mises.org.br/Subject.aspx?id=23
  • Yure  02/06/2012 20:20
    Almeida,

    Se os grandes empresários nao gostam de liberdade e concorrência,por que,no Brasil,há leis específicas que dão grandes benefícios fiscais e administrativos às micro-empresas e empresários de pequeno porte?Qual é a vantagem,para a grande empresa,estimular a existência de microempresários e de empresários individuais( principalmente no caso da lei que institui a EIRELI)?

    Ah,como o Instituto pode ir contra a propriedade intelectual,se esta é uma propriedade privada,positivada com o desenvolvimento do mercado e da industria?

  • Luis Almeida  02/06/2012 20:47
    Prezado Yure, pra começar, quem determina benefícios fiscais é o estado, e não grandes empresas. Não são as grandes empresas que "estimulam a existência de microempresários e de empresários individuais". Logo, não faz sentido algum esta sua "dúvida". Ademais, sabe soletrar BNDES? Apenas os grandes têm acesso à mamata. Dúvida? Ninguém menos que o senhor Paulo Skaf admitiu isso, muito constrangido, em sua entrevista ao Roda Viva nesta última segunda-feira.

    Sobre propriedade intelectual, uma patente é um monopólio concedido pelo estado
    Uma patente não é o direito de produzir, mas o direito de IMPEDIR que terceiros usem sua propriedade como queiram.

    Seria muito eu pedir que, antes de você comentar algo, você ao menos lesse os textos sobre isso? Não faz nem 5 minutos que você sequer sabia da existência desses textos; e, após eu indicar uma lista, você quer insistir em criticar algo sem nem antes ler os argumentos em sua defesa? Isso não é intelectualmente honesto. Aliás, além da arrogância, isso denota uma enorme preguiça da sua parte.
  • anônimo  02/06/2012 20:31
    Porque o "poder econômico" e essa "burguesia" se beneficiam da atuação do poder público. Ele lhes dá sustento. Por exemplo, é a intervenção estatal que cria o problema dos monopólios. \r
    \r
    PS: Sou o anônimo ali de cima.
  • Yure  02/06/2012 21:38
    Luis Almeida ,

    Sem dúvida alguma é o Estado que concede benefícios fiscais,mas como voce próprio postou acima : "O poder público não é prejudicial ao grande poder econômico. Muito pelo contrário: no nosso capitalismo de estado, amplamente intervencionistas, as grandes empresas se aliam ao estado e trocam favores. O estado lhes garante vários privilégios (...)e, em troca, tais empresas contribuem generosamente para políticos e "pagam jantares" para funcionários de agências reguladoras".Nesse sentido,se os grandes empresários sao "aliados" do Estado e ,inclusive,trocam favores com este,por que diabos haveria normas Estatais que beneficiam os microempresario e empresários de pequeno porte?Além dessa questão,se os pequenos empresários nao têm lobby,como conseguiram positivar tal lei?
    É interessante que um dos fundamentos jurídicos que sustenta as leis que beneficiam os pequenos empresários é desenvolver os príncipios mercadológicos positivados na constituição : livre inciativa e livre concorrência(artigo 1º,inciso IV, e artigo 170,inciso IV,da C.F,respectivamente),evitando,portanto,a existência de monopólios.Além dessas normas,o Art. 179 da C.F estabelece,em caráter programático,o direito dos pequenos empresários a obterem incentivos fiscais e financeiros.Como é evidente,se o Estado é controlado por burocrátas arrogantes e corruptos pelo poder economico monopolista,como este possibilita que o orgão estatal legisle contra o seu próprio interesse?

    Sobre os direitos de propriedade intelectual,o raciocínio que é utilizado para garantir a propriedade privada é o mesmo para garantir a propriedade intelectual : O fato de eu ter algo pressupõe o fato dos outros nao tê-la,trocando em miúdos: eu só tenho algo que é meu,pelo simples fato dos outros nao tê-la!Isto é o pressuposto da propriedade privada!Afinal,o que é direito sem deveres,e deveres sem direitos?
    Meu caro,o Instituto,ao defender a propriedade privada e contrariar a prorpiedade intelectual,que nada mais é do que a propriedade privada( ou,sociológicamente,um bem simbólico),está,no fundo,se contradizendo,dando um tiro bem dado em seu próprio pé.

  • Luis Almeida  02/06/2012 22:13
    Prezado Yure, você por acaso está dizendo que tais pequenas empresas são realmente beneficiadas, no sentido de que elas recebem mais ajuda do governo do que pagam em impostos? Você realmente crê que o governo dá mais a elas do que toma? Onde você mora, Hong Kong? O governo estupra estas empresas, mas, para posar de bonzinho e fingir que se preocupa, concede de vez em quando algumas benesses; benesses essas muito menore do que a quantidade de impostos que elas pagam.

    Aliás, é exatamente como o Bolsa Família: a quantidade de impostos indiretos que os desdentados pagam superam em muito todas as benesses que recebem. Mas, se o povo acha tudo isso lindo e maravilhoso, eles que aguentem.

    Quanto à propriedade intelectual, é possível ter propriedade sobre bens não escassos? Se você copiar a minha ideia, eu fico sem essa minha ideia? Sabia que quando você canta uma música, você está praticando roubo?

    Ideias — receitas, fórmulas, declarações, argumentações, algoritmos, teoremas, melodias, padrões, ritmos, imagens etc. — certamente são bens (na medida em que são bons e úteis), mas não são bens escassos.  Tão logo as ideias são formuladas e enunciadas, elas se tornam bens não escassos, inexauríveis.  Suponha que eu assobie uma melodia ou escreva um poema, e você ouça a melodia ou leia o poema e, ato contínuo, os reproduza ou copie.  Ao fazer isso, você não expropriou absolutamente nada de mim.  Eu posso assobiar e escrever como antes.  Com efeito, o mundo todo pode copiar de mim e, ainda assim, nada me foi tomado.  (Se eu não quiser que ninguém copie minhas ideias, tudo que eu tenho de fazer é mantê-las par mim mesmo, sem jamais expressá-las.)

    Agora, imagine que eu realmente possua um direito de propriedade sobre minha melodia de tal modo que eu possa proibir você de copiá-la ou até mesmo exigir um royalty de você caso o faça.  Primeiro: isso não implica, por sua vez, que eu também tenha de pagar royalties para a pessoa (ou para seus herdeiros) que inventou o assobio e a escrita?  Mais ainda: para a pessoa (ou seus herdeiros) que inventou a linguagem e a criação de sons?  Quão absurdo é isso?

    Segundo: ao impedir que você assobie minha melodia ou recite meu poema, ou ao obrigá-lo a pagar caso faça isso, estou na realidade me transformando em seu proprietário (parcial): proprietário parcial de seu corpo, de suas cordas vocais, de seu papel, de seu lápis etc. porque você não utilizou nada exceto a sua própria propriedade quando me copiou.  Se você não mais pode me copiar, então isso significa que eu, o dono da propriedade intelectual, expropriei de você a sua "real" propriedade.  Donde se conclui: direitos de propriedade intelectual e direitos de propriedade real são incompatíveis, e a defesa da propriedade intelectual deve ser vista como um dos mais perigosos ataques à ideia de propriedade "real" (sobre bens escassos).

    Favor conhecer um mínimo sobre algo antes de comentá-lo. E leve sua empáfia para outros sites.
  • Paulo Sergio  03/06/2012 03:31
    Luís, se os princípios forem esses o hacker das fotos da Carolina Dieckman não fez absolutamente nada de errado.Se o computador dela tem virus as fotos dela são tão copiáveis quanto as de qualquer mulher no site da playboy.
    Se vc falar que o que torna isso diferente é que ela nem sabia do virus, então vc ta concordando com o que eu tinha falado antes:a única diferença que sobra é a permissão do autor.

    obs: note que o que eu to falando não é PI, se Newton e Leibnitz criam o cálculo separadamente então o mérito é dos dois
  • Juliano  04/06/2012 07:30
    Chega a ser engraçado a preocupação que se tem com a possível imparcialidade de uma justiça privada, quando TODOS os dias a gente vê escândalos de venda de sentenças e pura incompetência do sistema judicial brasileiro. \r
    \r
    Nosso Estado simplesmente esquece pobre na cadeia (www.parana-online.com.br/editoria/policia/news/613892/?noticia=COMPLEXO+MEDICO+TEM+INTERNOS+QUE+VIVEM+HA+ANOS+PRESOS). No mesmo sistema judicial que oferece 60 dias por ano de férias aos juízes, é consenso que existe excesso de trabalho para os magistrados. \r
    \r
    Difícil imaginar um cenário mais incompetente.\r
    \r
    Por falar em monopólio, o que exatamente está sendo "vendido" nos leilões de 4G? E se o objetivo seria aumentar a concorrência, por que o Brasil está sendo questionado na OMC? A própria OMC já é interessante, por ser um árbitro usado sem a existência de um governo global. Países aceitam sua mediação apenas se quiserem.
  • anônimo  04/06/2012 14:42
    Tenho amigos juízes e é sempre a mesma história...\r
    \r
    "Como garantir a justiça com juízes privados? O que os impediria de vender suas sentenças?"\r
    \r
    Ora, nada. Mas se ele sair por aí sacaneando, vai ficar quanto tempo no mercado?\r
    \r
    Além disso, como diss eo colega aí em cima, quem é que impede, hoje, um juiz estatal de vender as suas?
  • Heisenberg  02/06/2012 22:28
    Muito interessante. Quanto à justiça privada, também acho perfeitamente factível, não há muitas dúvidas de que seria melhor.

    Mas pensando mais empiricamente, no caso de uma dissolução total dos estados, o que faríamos com as milhares de armas nucleares que a eles pertencem atualmente?
  • Andre Cavalcante  03/06/2012 13:08
    Essa é fácil, fácil de responder:

    Projeto Icarus www.icarusinterstellar.org/ - ou seja, para viagens insterestelares... Aliás, seria muito bom mesmo eles disponibilizarem esses arsenais para algo mais importante que a guerra total, não acha?
  • Eliel  03/06/2012 06:36
    Deixa eu voltar às minhas doses diárias de "Ubiratan Iorio". Garrafada da boa!
  • Yure  03/06/2012 08:23
    Caro Luis Almeida,

    Bom,estou dizendo que nao há todo esse "abuso" e injustiça perante o pequeno empresário que voce tanto diz.O instituto coloca,antitéticamente,o Estado como o grande vilão do livre mercado , livre concorrência e ,portanto,do capitalismo.Mas,na realidade,o Estado, além de ter um ordenamento que possibilita benefícios e auxílios aos sujeitos hipossuficientes(seja opequeno empresário ou o consumidor ou o trabalhador) em detrimento do tratamento paritário que é dado entre os grandes empresários,desenvolve orgãos que tem como objetivo evitar que qualquer tipo de concorrência imperfeita exista.
    Portanto,o ordenamento jurídico brasileiro é totalmente incompatível com o que voce diz,meu caro.Além disso,a realidade se choca,diretamente,com vários artigos expostos neste instituto,principalmente os artigos do Hope,o qual é extremamente ridículo.Creio que nao sou o único a dizer isso.


    Sobre o Direito de propriedade intelectual,eu vejo que voce está se confundido ao tratar o direitos autorais do mesmo modo que trata-se o direito de propriedade industrial,entre outras coisas.Esses dois direitos sao diferentes entre si,mas ambos sao espécies do Direito de Propriedade intelectual,que é o gênero.Bom,para deixar claro,é importante analisar o que seja o Direito e propriedade industrial e os Direitos autorais.
    A lei de propriedade industrial estabelece os requisitos e os limites do Direito de propriedade industrial.O direito de propriedade industrial,oriundo,históricamente,do desenvolvimento da industrialização e dos grandes inventos,protege nao somente a idéia do produto,mas como também a sua forma .Sao bens do Direito de propriedade industrial : a Invenção,o modelo de utilidade,o desenho industrial e a Marca.Cada bem tem um tratamento específico dado pelo ordenamento.Por ex,o prazo de validade da patente é de 20 anos,nao prorrogáveis;o do desenho industrial é 10,prorrogáveis por 3 períodos de 5 anos sucessivos.
    Em síntese,o direito de propriedade industrial protege a idéia e a forma exterior de um bem industrial.É importante salientar que para que se considere como uma invenção é necessário preencher alguns requisitos : novidade( ou estado novo na técnica),atividade inventiva,industriabilidade e desimpedimento legal.Além desses requisitos,a LPI,em seu artigo 10,estabelece uma gama de manifestações do intelecto humano em que NAO sao consideradas como invenção,por exemplo : métodos matemáticos,descobertas científicas,obras de artes,concepções abstratas,seres vivos e etc.
    Já o Direito autoral nao protege a IDEIA ,mas,apenas,a forma exterior do bem.Por exemplo,escrever um livro chamado Curso de Direito Civil nao é nenhuma ideia nova,mas se tal livro nao contém copias de outros livros,nao será considerado como plágio.
    Como é evidente, o simples fato de "assobiar" ou cantar nao é considerado plágio,mas se voc criar uma música com as mesmas letras e refrão de uma mais antiga,será,sim,considerado como plágio.O direito autoral protege,apenas,a forma exterior da obra e nao a sua idéia.Além disso,os direitos autorais tem prazo de validade de 20 anos,se nao me engano,podendo ser renovado infinitas vezes.
    Em suma,o direito de propriedade intelectual possibilita ao usuário o direito de exclusividade sobre a exploração economica de um bem.
    Do mesmo modo que eu tenha,numa estrada privada,pagar uma certa quantia para efetuar o meu transporte,no ambito do direito autoral,eu tenho que pagar certa quantia para utilizar dados de uma obra em minha.Nesse sentido,o mesmo fundamento da propriedade privada é utilizado na propriedade intelectual.Em ambos os casos sao direitos de propriedade,os quais sao regulados e limitados pela ordem jurídica.

  • Leandro  04/06/2012 06:21
    "Mas, na realidade,o Estado, além de ter um ordenamento que possibilita benefícios e auxílios aos sujeitos hipossuficientes(seja opequeno empresário ou o consumidor ou o trabalhador) em detrimento do tratamento paritário que é dado entre os grandes empresários,desenvolve orgãos que tem como objetivo evitar que qualquer tipo de concorrência imperfeita exista."

    Yure, quem seria o empresário "hipossuficiente" que, no Brasil, recebe mais do estado do que dá a ele?

    Adicionalmente, quais são os órgãos que de têm "como objetivo evitar que qualquer tipo de concorrência imperfeita exista"?

    As agências reguladoras existem exatamente para fechar o mercado e proibir a livre concorrência, protegendo assim as empresas já estabelecidas contra qualquer tipo de concorrência. No setor de telefonia, por exemplo, só podem operar aqui as empresas que a ANATEL permite, cobrando os preços que ela autoriza. Houvesse um livre mercado no setor telefônico, com liberdade de entrada, inúmeras empresas estariam operando no Brasil, as tarifas seriam baixas e o serviço seria muito superior. Se você não gostasse de uma empresa, teria a total liberdade de migrar para inúmeras outras, as quais estariam implorando por sua preferência. (Assim como se você não gostar de um restaurante, tem toda a liberdade de virar cliente de outro restaurante).

    É a ANATEL quem impede que Verizon, Origin, Vodafone etc. venham operar no Brasil. Logo, é a ANATEL quem protege exatamente este tipo de serviço latrinário que nós temos e é ela quem impede nosso acesso a serviços bons e baratos.

    E o mesmo se aplica a todas as outras agências reguladoras: a ANAC determina quais empresas podem voar, para onde e em que horário, além de ser ela quem proíbe uma maior oferta de vôos de empresas estrangeiras (que poderiam, inclusive, ofertar vôos nacionais). A ANTT regula os preços dos transportes de carga e das passagens de ônibus, bem como a oferta destes serviços. A ANVISA determina preços dos medicamentos, e estipula o que pode e o que não pode ser vendida, algo que agrada em muito as grandes empresas farmacêuticas. A ANEEL determina as tarifas de energia elétrica, bem como toda a oferta. A ANP controla e monopoliza todo o setor petrolífero, e por aí vai.

    Temos inúmeros artigos sobre isso, dentre os quais sugiro estes:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=637
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=646
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=27
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1160

    E sobre esta baboseira de concorrência perfeita, sugiro este:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=757


    Por fim, antes de falar que algum artigo é ridículo, faça o favor de analisar com o mesmo "rigor" as coisas que você escreve. Tenho certeza de que o julgamento, caso imparcial, será ainda mais severo.


    Grande abraço!
  • Lucas Amaro  04/06/2012 08:41
    Um exemplo recente do "grande trabalho" da ANATEL seria o leilão da tecnologia 4G (quem ganhar leva o monopólio)?

    veja.abril.com.br/noticia/economia/leilao-4g-tem-mais-de-20-interessados-dizem-analistas

    Não tenho muito conhecimento sobre esse assunto, uma parte da reportagem diz "essas empresas adquiriram o edital para aquisição de lotes da faixa de 2,5 gigahertz (Ghz), para o 4G, e da faixa de 450 megahertz (MHz)". Quanto ao "sinal", existe alguma limitação técnica que pode causar interferência? Por exemplo, muitas empresas concorrendo causariam interferências no sinal ou isso não acontece, ou seja, o sinal de uma não pode causar interferência no de outra?
  • Hay  04/06/2012 08:59
    Portanto,o ordenamento jurídico brasileiro é totalmente incompatível com o que voce diz,meu caro.Além disso,a realidade se choca,diretamente,com vários artigos expostos neste instituto,principalmente os artigos do Hope,o qual é extremamente ridículo.Creio que nao sou o único a dizer isso.

    Bem, até agora você não deu um mísero exemplo sequer de como a realidade se choca com vários artigos deste site. O que você fez foi dar uma de professor de direito, querendo explicar do que está escrito nas leis. O que estamos questionando é a lei em si.

    Em suma,o direito de propriedade intelectual possibilita ao usuário o direito de exclusividade sobre a exploração economica de um bem.

    E por que uma pessoa deve ter a exclusividade de exploração econômica? Se você imagina que, sem leis de propriedade intelectual, não haveria inovação, espero que você tenha a boa vontade de estudar o caso da Alemanha no século 19, que praticamente não tinha leis de direitos autorais e rapidamente se transformou em uma potência.

    Do mesmo modo que eu tenha,numa estrada privada,pagar uma certa quantia para efetuar o meu transporte,no ambito do direito autoral,eu tenho que pagar certa quantia para utilizar dados de uma obra em minha.Nesse sentido,o mesmo fundamento da propriedade privada é utilizado na propriedade intelectual.Em ambos os casos sao direitos de propriedade,os quais sao regulados e limitados pela ordem jurídica.

    Mais uma vez, você confunde a explicação da lei com a explicação do motivo pelo qual essa lei é necessária.
  • Eduardo  04/06/2012 13:57
    "Do mesmo modo que eu tenha,numa estrada privada,pagar uma certa quantia para efetuar o meu transporte,no ambito do direito autoral,eu tenho que pagar certa quantia para utilizar dados de uma obra em minha.Nesse sentido,o mesmo fundamento da propriedade privada é utilizado na propriedade intelectual.Em ambos os casos sao direitos de propriedade,os quais sao regulados e limitados pela ordem jurídica."

    A estrada privada é sua propriedade física, e você pode impedir as pessoas de terem acesso a ela, caso elas não concordem com seus termos.

    O mesmo não vale pra propriedade intelectual. Se alguém pensar em uma sequência de 10 notas musicais, as pessoas podem repetí-las em seus shows, suas casas, seus filmes, sem invadir a propriedade do compositor dessa melodia. Até porque, ele não pode obter propriedade de uma sequência específica de diferentes frequências sonoras. Ele pode até ser conhecido como o cara que criou essa melodia, mas não alguém que tem o direito de agredir pessoas que usem métodos próprios pra gerar essa sequência de notas musicais.

    O que é válido é que ele esconda sua propriedade intelectual em sua propriedade. Sua casa, assim como sua estrada privada, é uma propriedade que ele tem direito de defender.
    Assim, se você pensou em uma melodia, e quer uma quantidade de dinheiro pra revelá-la, alguém que quer a sua melodia terá que pagar pra ter acesso à ela, caso contrário ele terá que violar sua propriedade pra conseguir acesso.
    Mas a partir do momento que a idéia é publicada, ela pode ser usado por qualquer pessoa.
  • Guilherme  04/06/2012 04:37
    Existe algum link onde eu possa assistir a palestra do Peter Schiff na III Conferência?

    Grato,

    Parabéns pelo trabalho.
  • Neto  30/08/2012 11:33
    Nessa entrevista ele fala em julgar o Bush, julgar Angela Merkel, por crimes de genocídio e tal.Eu concordo totalmente que eles merecem, mas que tribunal faría isso?
    Minha dúvida é: num mundo livre uma pessoa, mesmo culpada, só poderia ser julgada se tivesse escolhido voluntariamente a justiça privada que faria isso?
  • Angelo  18/09/2013 18:14
    Prezados,

    O Sr. Hoppe, tem razão, em breve termos mais gente recebendo ordenados em impostos do que pagando. Tic-tac...tic.tac...2018 se aproxima rapidamente, se aposentam com 48 50 anos, nada produzem a não ser carimbos e assinaturas, o Governo Federal, Estadual e Municipal, nos escraviza com tanta cópia, tanto papel, tanta ordem, tantas leis que de nada servem, o Governo se preocupa com o remédio que tomo, Com o cigarro que fumo, com a cerveja que bebo, com meu cinto de segurança, com meu capacete, com minha arma, com meus filhos, com minha construção, é tantas regras absurdas, com pontos na minha CNH, com papel no chão, com que compro no exterior, se preocupa com meu carro, se preocupa com os bancos, mas não constrói uma rota alternativa para as rotas pedagiadas, pelo contrário enche de radar, interfere na economia ditando preços a serem praticado, mas o se o dollar cai, a gasolina não cai, não investe em Oleodutos, em ferrovias, em gasodutos, em portos, em aeroportos, perde a Petrobras, investem em futebol, mas não investe em Universidades a mesma quantia, e nada, explode plataforma e nada, explode alcantara e nada, espionam nossos arquivos, sabem até o tipo do teu sangue, e nada, SABE QUEM manda aqui, são os EUA. Eles mandaram no JK, no Jango, este mesmo um frágil, que não passou a mão numa arma e enfrentou o o Castello Branco a bala, mandaram no GETULIO, mandaram no COllor, no Itamar, no SARNEY,e no Lulla e continuam mandando, porque eles tem ARMAS....sÓ NÃO MANDARAM BALA NA Siria porque os Russos não deixaram, precisamos é de uma OTAN DA AMERICA LATINA, (PATOS)( Tratado do Pacifico ao Atlântico Sul)senão, vamos virara patos, e levar ferro e fogo a qualquer hora, quem viver verá....Esta burocracia toda para produção é criação do Estado Nazista de Hitler para ter um estado dominante das massas, onde vizinho denúncia vizinho, e tudo para o Estado, isso já era....onde 1/2 duzia comanda todos a ferro e fogo, só com sangue para lavar, o problema é que muitos estão "mamando"...mas o leite uma hora seca... e a partir dai é que começa a correr sangue...boa sorte para nós...latinos americanos...
  • Yonatan Mozzini  30/04/2014 12:31
    Excelente artigo do professor Hoppe!

    O que ele falou a respeito da questão monetária é a mais clara e pura verdade que mesmo meus professores da faculdade, na maioria keynesianos, querem desconsiderar.

    O IMB, como sempre, está de parabéns!


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