terça-feira, 28 0aio 2013
Os
distúrbios
em Estocolmo continuam, noite após noite.
A baderna agora já se espalhou para outras cidades da Suécia. A polícia parece estar completamente
impotente para lidar com a situação. Grupos
de jovens seguem quebrando vitrines de lojas, saqueando e ateando fogo em carros.
Um centro cultural foi incendiado na terceira noite de
tumulto em Estocolmo. As demonstrações de
violência começaram no domingo em um subúrbio predominantemente de imigrantes
e, logo, se espalharam para o centro da cidade.
No
momento, jovens imigrantes estão nas ruas incendiando carros que pertencem a
imigrantes adultos.
Um
grupo comunitário chamado Megafonens reclamou de "escolas com estruturas
precárias para os imigrantes", "desemprego" e "racismo estrutural", seja lá o
que isso signifique.
A
seguir, comento uma notícia do jornal britânico The
Telegraph:
Ao caminhar pelas ruas do bairro de Husby, na semana passada,
era difícil estipular à primeira vista qual era realmente o problema. Construído na década de 1970 como parte do
"Million Programme" [um ambicioso
programa de habitação implantado pelo Partido Social Democrata Sueco],
programa que tinha o objetivo de prover casas a preços acessíveis para todos os
habitantes da Suécia, este conjunto habitacional é apenas um entre as dezenas
que existem na periferia de Estocolmo e que hoje abrigam populações imigrantes,
incluindo um grande número de imigrantes da Somália, da Eritréia, do
Afeganistão e do Iraque.
Imigração
tende a ser uma coisa boa, mas apenas quando ela atrai pessoas dispostas a
trabalhar duro para subir na vida. Já um
arranjo que combina imigração livre com estado provedor está propenso ao
desastre, pois ele se transforma em um chamariz para parasitas que querem
apenas direitos e que se acham credores das benesses dos nativos.
Na
Suécia, ao que tudo indica, a imigração livre em conjunto com generosos
auxílios estatais concedidos a imigrantes — e uma tolerância que certamente é
a maior de todas na Europa — não funcionou como o planejado. Que surpresa...
Duas décadas depois, "a fuga dos brancos" fez com que
apenas um em cada cinco apartamentos em Husby fosse ocupado por suecos. E vários dos imigrantes que passaram a ocupar
estes apartamentos não parecem compartilhar a visão de que uma nova vida na
Suécia é um sonho que se tornou realidade.
Na semana passada, a vizinhança irrompeu em revoltas e manifestações
violentas, desencadeando uma das mais ferozes convulsões urbanas que a Suécia
já vivenciou em décadas, o que gerou um novo debate sobre os sucessos da
integração racial.
"Antigamente, a vizinhança era mais sueca e a vida parecia
um sonho; hoje, há um número excessivo de estrangeiros, e há toda uma nova
geração de imigrantes que cresceu aqui dentro apenas da sua cultura", disse o
imigrante Mohammed Abbas, apontando para os jovens encapuzados que vagueiam
pelo centro comercial de Husby.
"Ademais, na Suécia, o estado proíbe você de dar palmadas
nos seus filhos para discipliná-los, e isso é um problema para pais
estrangeiros. As crianças sentem que
podem criar todas as confusões que quiserem, e a polícia nem mais tenta prender
nenhum deles".
Além
das fartas benesses para os imigrantes, o estado sueco assumiu para si a tarefa
de como deve ser a educação paterna das crianças. E proibiu a punição de malfeitorias,
certamente sob o argumento de que um indivíduo em determinadas condições
sociais não pode ser responsabilizado por seus atos. O progressismo está apresentando sua fatura
para o país que é tido como o modelo de bem-estar social na Europa.
Os distúrbios irromperem em Husby no fim de semana do dia
18 de maio, após a polícia atirar e matar um homem que brandia uma machete
dentro de sua casa. Enfurecidos com
aquilo que viram como brutalidade policial, jovens atearam fogo em carros e
prédios, e apedrejaram policiais e bombeiros.
A polícia foi então forçada a trazer efetivos adicionais de fora de
Estocolmo à medida que os problemas foram se difundindo para outros subúrbios
dominados por imigrantes e também para outras cidades, como Orebro, no centro
da Suécia, onde 25 jovens mascarados atearam fogo a uma escola em uma
sexta-feira à noite.
Então
eles queimaram uma escola pública. Isso
é o equivalente a um sacrilégio na Europa estatista: pior do que queimar uma
igreja.
O
que provocou isso? Esquerdistas,
social-democratas e progressistas em geral têm a resposta na ponta da língua:
Enquanto isso, políticos da esquerda sueca, a qual comandou
o país durante a maior parte do período pós-guerra, atribuíram os problemas aos
cortes de gastos sociais introduzidos pelo atual primeiro-ministro Frederik
Reinfeldt, cujo Partido Moderado prometeu retocar — mas não cortar — o
orçamento assistencialista quando foi eleito em 2006.
É
isso aí. O real problema da Suécia — o
mais assistencialista e tributador país europeu — é que o país precisa de mais
tributação, de mais assistencialismo e de mais redistribuição de riqueza. Isso sim vai corrigir tudo.
É fato que acusações de racismo irritam vários suecos, que
praticamente não possuem uma história colonizadora, e cuja decisão de aceitar
um grande número de imigrantes do Terceiro Mundo a partir da década de 1980 não
adveio de nenhuma obrigação política, mas apenas da noção sueca de dever
humanitário para com o resto do mundo.
Desde o início, o governo procurou evitar a criação de uma classe de
"estrangeiros com permissão para trabalhar", algo tipicamente alemão. E o governo evitou isso criando vários
direitos para os imigrantes e introduzindo uma pletora de programas que visavam
promover a integração racial.
No entanto, não obstante o governo oferecer cursos
gratuitos do idioma sueco para todos os imigrantes, guetos povoados
exclusivamente por estrangeiros que não falam o idioma surgiram aos montes nos
últimos anos.
Que
inesperado! Conceda toda uma pletora de
direitos e subsídios, e se surpreenda ao constatar que não há nenhum esforço
para se adaptar à cultura do país. Será
que algum dia o espanto vai terminar?
"Nós somos o país que mais se esforçou para integrar essas
pessoas, muito mais do que qualquer outro país europeu; gastamos bilhões em um
sistema de bem-estar que foi criado para ajudar imigrantes desempregados e
garantir a eles uma boa qualidade de vida", disse Marc Abramsson, líder do
Partido Nacional Democrata. "Ainda
assim, temos áreas em que existem grupos étnicos que simplesmente não se
identificam com a sociedade sueca. Eles
veem a polícia e até mesmo as brigadas de incêndio como parte do aparato
repressor, e os atacam. Já tentamos de
tudo, de tudo mesmo, para melhorar as coisas, mas nada funcionou. Não se trata de racismo; a questão é
simplesmente que o multiculturalismo não reconhece como os humanos realmente
funcionam".
Além
de benesses, de direitos copiosos e da ausência de contrapartidas por parte dos
beneficiados, estimule também uma integração forçada. Adicione a esta integração forçada uma boa
dose de redistribuição de renda e de estímulo ao parasitismo.
No
final, quando nada sair como o planejado e os beneficiados se sentirem
excluídos pelo aparato opressor, faça como os suecos e se pergunte: "Mas cadê a
gratidão?".
Ainda assim, membros das gerações mais jovens de Husby
afirmam ser desarrazoado os suecos esperarem que eles sejam eternamente "gratos"
por aceitá-los em seu país, mesmo levando-se em conta a pavorosa situação de
seus países de origem.
Entre estes está o jovem Rami al Khamisi, de 25 anos, cuja
família fugiu do Iraque de Saddam Hussein em 1994, passando clandestinamente
primeiro pela Turquia e depois pela Rússia, e então cruzando o báltico em um
barco de pesca comandado por um contrabandista de gente. "Eu tinha seis anos e o barco estava lotado,
com umas 60 pessoas", disse ele. "Um
idoso morreu durante a jornada, e eles o jogaram ao mar porque seu corpo estava
fedendo muito".
Mas esta, diz ele, é a sua única memória real das privações
de sua vida anterior. Por isso, ele
considera ser muito difícil demonstrar a mesma gratidão que seus pais ainda
demonstram para o país que os acolheu. "Meus
pais sempre tentam fazer comparações com Bagdá ou com a Somália para mostrar
como aqui tudo é melhor", disse ele. "Mas nós, que somos da geração mais nova
de imigrantes, só conhecemos realmente apenas a Suécia, e por isso só podemos
comparar a nossa situação com esta que nos rodeia".
E
então eles saem incendiando carros em sua própria vizinhança.
Tudo
isso é a inveja em
ação. Trata-se de um
ressentimento contra todos os sinais visíveis de sucesso. É algo que não pode ser apaziguado com
esmolas e outros tipos de assistencialismo.
Assistencialismo não gera riqueza, mas gera parasitismo e
dependência. E parasitismo e dependência
geram ainda mais ressentimento contra aqueles que realmente trabalham e são bem
de vida.
O
próprio fato de que os progressistas defensores do estado assistencialista
quererem apaziguar a situação oferecendo mais assistencialismo gera apenas mais
ressentimento. O fato de os suecos
genuínos terem dinheiro para oferecer como forma de pacificar os baderneiros
enfurece ainda mais os baderneiros.
Em
toda a Europa, os europeus não mais estão se reproduzindo às taxas mínimas de
reposição. O futuro da Europa está nos
guetos de imigrantes, os quais são atraídos pelos generosos benefícios
concedidos pelo estado. Uma grande
ideia.