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O imposto sobre as grandes fortunas e os baixos salários no Brasil

Uma das consequências mais nefastas da "revolução gloriosa" de junho de 2013 — que é como praticamente toda a imprensa vem tratando as manifestações ocorridas — foi o ressurgimento do Imposto sobre Grandes Fortunas (ISGF), previsto no artigo 153 da Constituição de 1988, mas nunca regulamentado.

Vale lembrar que a proposta tem apoio multipartidário.  Após a Constituinte de 1988, o então senador Fernando Henrique Cardoso, já em 1989, apresentou uma nova versão para essa mesma proposta.  Em 1990, Fernando Collor anunciou que trabalharia pela implantação desta proposta em seu governo.  Em 2010, o PT inseriu oficialmente a sua versão desta proposta em seu plano de governo de 2011.  Em 2011, a senadora Jandira Feghali, do PCdoB, foi a relatora de uma nova proposta.  Em 2012, o senador Antonio Carlos Valadares, do PSB, apresentou o PLS 534/11 — Complementar.  E o deputado Dr. Aluízio, do PV, é o relator da atual versão do projeto.

Todos estes políticos, obviamente, se apóiam nos argumentos populistas apresentados por intelectuais e economistas das nossas gloriosas universidades federais para justificar este projeto.  Veja um trecho desta reportagem:

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), relatora de uma das propostas que trata do assunto e tramita na Câmara desde 2011, reforçou a luta que vem fazendo ao longo dos anos pela aprovação da matéria. A Liderança do PT encaminhou a proposta para acelerar a discussão sobre a cobrança de impostos sobre as grandes fortunas no país. O líder da bancada propõe a construção de um entendimento com os partidos com representação na Câmara sobre a forma de votar a matéria.

Para Jandira, que defende a destinação dos recursos oriundos do imposto sobre grandes fortunas para a saúde, a aprovação do projeto de autoria do deputado Dr. Aluízio (PV-RJ), "significaria um aporte adicional de, pelo menos, R$ 14 bilhões para a saúde. Recursos que viriam, em grande parte, de apenas 907 contribuintes com patrimônio superior a R$150 milhões".

A parlamentar cita artigo do economista e professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú, que afirma que "um sistema tributário socialmente justo deve ter caráter distributivo, portanto, deve impor maior sacrifício àqueles que têm mais condições de suportá-lo e, ao mesmo tempo, estabelecer menores alíquotas, taxas e contribuições para aqueles que auferem rendas mais baixas e, em consequência, possuem menores estoques de riqueza".

Segundo os próprios políticos, este novo imposto arrecadaria R$14 bilhões para a saúde.  O curioso é que uma quantia muito maior do que esta pode ser conseguida pela simples reestruturação do Ministério da Educação, que torrou mais de R$51 bilhões de reais em 2012.  A abolição deste nefasto ministério, responsável direto pelo emburrecimento sistêmico dos nossos estudantes, liberaria dinheiro de sobra para a saúde.  Outro ministério cuja abolição liberaria uma boa quantia de recursos é o Ministério das Cidades, que esbanjou R$12 bilhões no ano passado. 

Idiotices como Ministério da Pesca, Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, Ministério do Desenvolvimento Agrário (já um existe um Ministério da Agricultura), Ministério da Integração Nacional, Secretaria de Assuntos Estratégicos, Secretaria de Políticas para Mulheres, Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Comunicação Social, Secretaria de Portos, Secretaria de Aviação Civil, Secretaria das Relações Institucionais e Secretaria de Direitos Humanos poderiam ser imediatamente abolidas, e liberariam muito mais do que R$14 bilhões.  Veja aqui o total das despesas de cada ministério.

O fato é que nunca houve problema de falta de recursos.  Um país cujo governo federal arrecada mais de R$930 bilhões por ano não tem o direito de dizer que precisa arrancar mais R$14 bilhões dos cidadãos.  O que há é excesso de burocratas e de mordomias.  E de incompetência também.  Querer tomar ainda mais dinheiro do cidadão para sustentar essa pouca vergonha é um ato, no mínimo, imoral, e seus proponentes não deveriam ser agraciados com o mais mínimo respeito da população.  Será que os 90 tributos existentes no Brasil já não bastam para saciar essa gente?

Pior ainda é querer utilizar a retórica da luta de classes, dizendo que a criação de mais um imposto sobre os ricos é uma questão de justiça que irá ajudar a reduzir as desigualdades sociais — como defende este bastião da moralidade chamado Zeca Dirceu.  Para pessoas com esta mentalidade, mais vale empobrecer um rico do que enriquecer um pobre.

A realidade é que, sempre que o governo eleva impostos, ele concomitantemente eleva seus gastos correntes.  Os gastos do governo sempre sobem junto com o aumento das receitas.  E isso é uma empiria observada ao redor do mundo.  Todo aumento de impostos inevitavelmente se traduz em mais benesses para políticos e burocratas, sem nenhum benefício líquido para o povo, que agora estará com menos dinheiro no bolso.  Não há absolutamente nenhum motivo para crer que este novo imposto sobre os ricos será direcionado exclusivamente para o fim anunciado.

Foi desta realidade que surgiu a Lei de Parkinson da burocracia, cunhada pelo professor Cyril Northcote Parkinson, que afirmou que, em uma burocracia estatal, "os gastos sobem de encontro à receita."  Segundo ele, o governo sempre será um sumidouro de dinheiro público, pois "não é necessário haver nenhuma relação entre o trabalho a ser feito e o tamanho da equipe para a qual ele deve ser designado."  O contínuo aumento no total dos funcionários públicos "seria praticamente o mesmo caso o volume de trabalho aumentasse, diminuísse ou até mesmo desaparecesse." 

Porém, pelo bem do debate, vamos supor que não houvesse desperdícios e nem favorecimentos.  Suponhamos também que não haja corrupção.  Adicionalmente, vamos supor que, de fato, todo aumento de impostos exclusivamente sobre os mais ricos seja direcionado para os mais pobres ou para o financiamento de serviços voltados para os mais pobres.  Ignoremos também toda a questão moral que há por trás desta proposta de se tributar os mais ricos, ideia essa defendida por todos aqueles que cultuam a inveja.  Ainda assim, a teoria econômica recomenda ser contra esta prática.

O processo de criação de riqueza

Para uma economia enriquecer e melhorar o padrão de vida de sua população, ela tem de produzir bens e serviços de qualidade.  Quanto maior a abundância desses bens e serviços de qualidade, menor o preço deles e maior a qualidade de vida da população.  O nível de riqueza de um país é proporcional à quantidade e à variedade de bens disponíveis em sua economia.

Porém, para que eles sejam produzidos, é necessário haver capital.  Capital, no caso, refere-se não ao dinheiro, mas a ativos físicos das empresas e indústrias.  Capital são as instalações, os maquinários, as ferramentas, os estoques e os equipamentos de escritório de uma fábrica ou de uma empresa qualquer.  Ou seja, capital é tudo aquilo que auxilia um modo de produção

Quanto maior a quantidade desse capital, maior será a intensidade, a abundância e a qualidade dos produtos criados.  Portanto, para uma economia crescer e melhorar o padrão de vida das pessoas, ela precisa ser intensiva em capital.

Qualquer outra maneira de melhorar o padrão de vida de um país que não seja por meio do aumento do capital acumulado será completamente insustentável.  Essa, aliás, é a grande falácia do pensamento keynesiano, que diz que é o consumo que gera a riqueza.  Se não houver produção, como pode haver consumo?  Como você pode consumir algo que não foi produzido?  Antes do consumo, tem de vir a produção.  E, para haver produção, é preciso acumular capital.

O problema é que o capital não surge do nada; ele não cai do céu.  Para haver um acúmulo de capital que possibilite toda essa produção, é preciso antes haver poupança.  E poupança nada mais é do que a abstenção do consumo.  O sujeito que poupa é aquele que deixa de consumir.  Ao se abster do consumo, esse indivíduo estará liberando bens de consumo para serem usados nos processos de produção que irão criar os bens de capital.

Funciona assim: se grande parte da população deixa de comprar computadores, laptops, carros, motos, celulares, iPhones, televisões, DVDs etc., isso fará com que haja uma maior abundância desses bens, reduzindo seus preços e liberando as indústrias da necessidade de produzir mais destes bens apenas para suprir a escassez deles.  Tal atitude estará liberando os fatores de produção dessas indústrias, que agora poderão utilizá-los em outros processos de produção, resultando em uma abundância ainda maior de bens de consumo.

Mais ainda: os bens que já foram produzidos e não consumidos — isto é, os bens que foram poupados — poderão ser empregados em outros processos de produção cujos produtos finais — embora irão estar prontos somente daqui a algum tempo — trarão óbvias satisfações para os consumidores.

Como disse Mises,

Aqueles que poupam — isto é, que consomem menos que a sua parcela dos bens produzidos — inauguram o progresso em direção à prosperidade geral.  As sementes que eles semearam enriquecem não apenas eles próprios, mas também todas as outras camadas da sociedade.  Sua poupança beneficia os consumidores em geral.

Portanto, a poupança dos indivíduos permite que haja uma maior quantidade de bens (recursos) a serem empregados na produção, ajudando na criação de bens de capital, os quais, por sua vez, irão produzir mais e ampliar a abundância de produtos na economia.

O capital advém da poupança.  É a poupança que permite a formação de capital, o qual, por sua vez, irá produzir uma maior quantidade de bens de consumo.

Gastos do governo, tributação e os ricos

O governo atrapalha esse processo de formação de capital de três maneiras: gastando, tributando e incorrendo em déficits orçamentários.

Quando o governo gasta — seja comprando recursos para fazer obras, seja comprando bens para políticos, seja dando salários para funcionários públicos, os quais irão consumi-los —, ele está impedindo diretamente a formação de capital.  Afinal, os gastos do governo fazem com que haja uma menor quantidade de bens na economia, anulando a poupança dos indivíduos (eles se abstiveram do consumo, mas não terão o benefício da abundância futura de produtos, pois o governo consumiu boa parte) e interrompendo o processo de formação de capital acima descrito.

Para financiar seus gastos, o governo utiliza em grande parte as receitas provenientes de impostos.  Se a incidência de impostos for sobre a renda — e sobre a poupança advinda dessa renda —, então o governo estará impedindo que esses recursos sejam destinados a investimentos produtivos, levando aos mesmos efeitos acima.

Se o governo incorre em déficits orçamentários, ele terá de pegar empréstimos para cobrir esse rombo.  Na maioria dos casos, ele venderá títulos em troca do dinheiro poupado por indivíduos e empresas, e utilizará esse dinheiro para cobrir seus gastos.  Obviamente, essa apropriação de renda de indivíduos e empresas também surtirá os mesmos efeitos acima.

Portanto, se uma economia quiser aumentar a poupança e a formação de capital, o governo terá de ter um orçamento equilibrado, impostos baixos e gastos idem.  E, principalmente, os impostos não devem recair sobre a produção e nem sobre a renda, pois isso seria um enorme obstáculo à poupança e à formação de capital.

É por isso que o artifício de reduzir impostos sem uma concomitante redução de gastos — uma medida que soa muito positiva para muitos liberais — não ajuda no processo de formação de capital.  Ao contrário, pode piorá-lo ainda mais, pois, os fundos que o governo agora deixou de confiscar via impostos, ele irá recolher via empréstimos.  O governo está trocando R$1 de impostos por R$1 de endividamento.  Cada real adquirido pelo governo desta forma significa um real a menos disponível para o resto do sistema econômico, e com um agravante: como o governo está desviando poupança para si próprio, haverá menos fundos disponíveis para investimentos produtivos, aumentando o preço (juros) deles.

Portanto, cortes de impostos que causam um aumento no déficit do governo não promovem a poupança e nem a formação de capital.  São, por isso, contrários a esse propósito. 

O mesmo é válido para os déficits que, em vez de serem financiados por mais endividamento, sejam financiados pelo aumento da expansão monetária praticada pelo Banco Central em conjunto com o sistema bancário de reservas fracionárias.  A inflação desestimula a poupança e estimula o consumo do capital numa velocidade ainda maior — afinal, poupar deixa de ser uma atividade benéfica, dado que seu dinheiro está perdendo poder de compra. 

Da mesma forma, dado que a inflação provoca um aumento nominal da renda e dos lucros, isso faz com que as empresas tenham de pagar uma quantidade maior de impostos sobre a renda e sobre o lucro, pois a tabela do imposto de renda não é corrigida anualmente pela inflação.  Acrescente-se a isso o fato de que a inflação encarece os custos de manutenção e a reposição de estoques, e você entenderá como a inflação afeta sobremaneira a capacidade de investimento das empresas.  Isso, aliás, vem acontecendo no Brasil atual.

Os críticos da alta carga tributária que recai sobre os bens de consumo — prejudicando, portanto, os mais pobres — querem que haja mais impostos sobre a renda e sobre a propriedade dos mais ricos, exatamente a medida mais destrutiva para a formação de capital, algo que seria ainda mais prejudicial para os mais pobres no longo prazo. 

Se a incidência de impostos for sobre a renda, o governo estará impedindo que haja o financiamento de investimentos produtivos.  Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o dinheiro dos ricos não está parado dentro de uma gaveta.  Em nosso atual sistema monetário e financeiro, todo o dinheiro está inevitavelmente em algum depósito bancário.  Não importa se o rico comprou ações, papeis, títulos, CDBs, aplicou em fundos de investimento ou em fundos de ações: no final, este dinheiro caiu em alguma conta bancária, e será emprestado pelos bancos para financiar investimentos.  Portanto, se a preocupação é dar um direcionamento útil ao dinheiro dos ricos, não há por que se preocupar.

Se o governo tributar esse dinheiro, fará apenas que o dinheiro que antes estava investido em coisas produtivas seja direcionado para o mero consumismo do governo, ficando sob os caprichos de seus burocratas, obstruindo a formação de capital.  Por isso, impostos que recaem sobre a produção e sobre a renda dos mais ricos são um enorme obstáculo à formação de capital.  É dos ricos e das grandes empresas que vem a poupança necessária para os investimentos produtivos.  Aumentar impostos sobre eles será ainda mais prejudicial para os mais pobres no longo prazo, pois se trata de uma medida extremamente destrutiva para a formação de capital, impedindo o consequente aumento da oferta de bens e serviços na economia, que é justamente o que beneficia os mais pobres.

O problema com os salários pagos no Brasil

Muitas pessoas podem aceitar a lógica da explicação acima, mas ainda assim podem se mostrar céticas ou até mesmo um tanto desanimadas.  Várias recorrem ao seguinte argumento: "Eu até entendo que as coisas sejam assim, mas por que os salários no Brasil são tão baixos?  Por que não defender a tributação dos mais ricos para ajudar a complementar estes salários e assim reduzir as desigualdades de renda?  Sou assalariado, ganho pouco e quero melhorar minha vida já!  Chega de patrões mesquinhos!".

De fato, os salários no Brasil são muito baixos.  No entanto, tributar os ricos para fazer esta complementação salarial é algo que teria efeito apenas de curto prazo.  Tal arranjo seria insustentável no longo prazo, pois geraria todos os efeitos explicados acima — o dinheiro que os ricos poupam (investem) seria consumido pelos mais pobres, cuja propensão a poupar é menor.  No final, caso não houvesse nenhuma reforma estrutural, o processo de criação de riqueza da economia se estagnaria ou até mesmo definharia.  Afinal, é a poupança e o investimento — e não o mero consumismo — o que cria riqueza.

Mas por que os salários são baixos no Brasil?  Para se chegar a uma resposta, é necessário inverter a pergunta: o que faz com que os salários possam ser altos? 

São dois os fatores que permitem que os salários sejam permanentemente altos.  Um deles é a produtividade da mão-de-obra.  Quanto mais produtivo for um empregado — isto é, quanto maior for a receita que ele consegue gerar para a empresa em um determinado período de tempo —, maior poderá ser o seu salário.  Só que produtividade é algo que depende de duas coisas: capacidade técnica do trabalhador (ou seja, seu preparo e sua educação) e quantidade de capital utilizada pela empresa.

A questão da educação e da capacidade técnica do trabalhador brasileiro é um assunto complexo que não pode ser corrigido da noite para o dia.  Não testarei aqui a paciência do leitor falando platitudes sobre a necessidade de se melhorar a educação, pois isso é um consenso.  Assim como também é consenso o fato de que tal melhoria não irá ocorrer no curto prazo.  Dado que a educação não irá melhorar no curto prazo, resta então abordar a quantidade de capital utilizada pela empresa.  Só que isso nos leva ao segundo fator, que é a carga tributária.

E neste quesito o Brasil está na vanguarda do atraso.   Aqui, as empresas têm de lidar não apenas com os encargos sociais e trabalhistas que incidem sobre a folha de pagamento, como também com toda a carga tributária que incide sobre a receita e sobre o lucro das empresas, o que impede aumentos salariais, contratações a salários atraentes e, principalmente, a acumulação de capital.

Por exemplo, vejamos os impostos incidentes sobre as empresas.  No Brasil, a alíquota máxima do IRPJ é de 15%.  Porém, aqui as coisas são mais avançadas.  Não bastasse o IRPJ, há uma sobretaxa de 10% sobre o lucro que ultrapassa determinado valor, há também a CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), cuja alíquota pode chegar a 32%, o PIS, cuja alíquota chega a 1,65% e a COFINS, cuja alíquota chega a 7,6%.  PIS e COFINS incidem sobre a receita bruta.  Há também o ICMS, que varia de estado para estado, mas cuja média é de 20%, e o ISS municipal.  Não tente fazer a conta, pois você irá se apavorar.

É impossível haver uma grande acumulação de capital desta forma. Lucro que poderia ser reinvestido na compra de bens de capital modernos, que aumentariam a produtividade dos trabalhadores — e, consequentemente, seus salários — é confiscado pelo governo e desperdiçado no sustento da burocracia e no salário de seus parasitas. A atividade governamental é destruidora de capital. Ela impede o enriquecimento de empresas e trabalhadores.

Adicionalmente, dentre os encargos sociais, temos o INSS, o FGTS normal, o FGTS/Rescisão, o PIS/PASEP, o salário-educação e o Sistema S.  Dentre os encargos trabalhistas temos 13º salário, adicional de remuneração, adicional de férias, ausência remunerada, férias, licenças, repouso remunerado e feriado, rescisão contratual, vale transporte, indenização por tempo de serviço e outros benefícios.

Este site mostra que, dependendo do caso, os encargos sociais e trabalhistas podem chegar a quase 102% do salário, o que faz com que um salário de R$ 678 gere um custo final total de R$ 1.369 para o empregador.

Desse jeito, realmente, não há como trabalhadores serem beneficiados. Os trabalhadores brasileiros são cheios de "direitos sociais" (encargos sociais e trabalhistas pagos pelos patrões); só que, para terem esses direitos, seus salários ficam cada vez mais achatados. Não há, afinal, almoço grátis.

O Brasil não pode virar uma Alemanha por meio de um simples decreto governamental que estipule salários e que aumente impostos sobre os mais ricos, como muita gente pensa.  Para que o Brasil pague salários de primeiro mundo, antes é preciso acumular capital.  E para acumular capital, é preciso investir.  E para investir, é preciso poupar.  E para poupar, é preciso trabalhar.  E para que a economia faça tudo isso, o governo não pode atrapalhar, não pode obstruir a livre iniciativa e não pode confiscar capital acumulado.

Qualquer discussão que não se atenha a estes fatos é mera espuma.

Conclusão

Toda a carga tributária existente no Brasil, que impede aumentos salariais na iniciativa privada, existe justamente para sustentar o setor público e seus funcionários que ganham salários magnânimos e vivem à custa dos trabalhadores da iniciativa privada, os quais ganham pouco justamente porque têm de bancar os membros do setor público.  E essa gente não está satisfeita, pois os políticos seguem à procura de novas vacas com tetas suculentas das quais sugar ainda mais recursos para fartar seus cofres.

Em vez de aumentar impostos, deveríamos nos concentrar em como aumentar a riqueza.  E o que gera riqueza é divisão do trabalho, poupança, acumulação de capital, capacidade intelectual da população (se a população for burra, a mão-de-obra terá de ser importada), respeito à propriedade privada, baixa tributação, segurança institucional, desregulamentação econômica, moeda forte, ausência de inflação, empreendedorismo da população, leis confiáveis e estáveis, arcabouço jurídico sensato e independente etc.

Querer que a população enriqueça por meio de aumentos de impostos é querer a roda triangular.  Querer que a iniciativa privada pague bons salários, forneça bons serviços e melhore a qualidade de vida da população estando sob todo o peso deste mamute estatal é querer milagres dignos de canonização.  Odiar "patrões mesquinhos" é coisa de quem ignora por completo nossa realidade econômica e tributária.



autor

Leandro Roque
é editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

  • Rodnei  29/07/2013 11:04
    A meu ver a única esperança é esperar o estado parasita crescer até o ponto de sufocar seu anêmico hospedeiro e morrer logo a seguir abraçado com o mesmo(já que ele não admite diminuir).
    E depois torcer pra que surja algo mais livre das cinzas pra recomeçar do zero.
    O problema é quanto tempo isso vai levar.
  • Philippe Leite  29/07/2013 17:09
    Rodnei,

    Foi exatamente isso que aconteceu com a URSS e nem por isso o Comunismo morreu, muito pelo contrário, todas matizes políticas derivadas do Marxismo estão mais fortes do que nunca. Duvido muito que nasça alguma alternativa mais livre. Estamos mesmo todos condenados.
  • Cleiton  29/07/2013 11:47
    Viu a lista de partidos? PT, PV, PCdoB, só merda socialista, é brindeira como diz o neto?

    E me assusta que muitos liberais/conservadores respeitem um sujeito como FHC que sempre está na vanguarda de todo e qualquer lixo socialista que chegar nesse país.
  • TC  29/07/2013 21:55
    Concordo. FHC é o socialista fabiano típico: culto, sofisticado, vanguardista. Um arauto da desgraça sutil e bem camuflado.
  • Ali Baba  29/07/2013 12:30
    @Cleiton,

    Cite um partido brasileiro que não tenha um viés socialista.
  • Melanie S.  29/07/2013 12:59
    Realmente, é impressionante a quantidade de esquerdistas e afins:
    pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_partidos_pol%C3%ADticos_no_Brasil

    Só o DEM parece ter uma ideologia um pouco diferenciada, mas tem um pezinho no socialismo também.

    Se o Liber sair do papel, será uma ovelha negra no Brasil.
  • Jofre  29/07/2013 14:49
    Tem que inverter a pergunta: qual partido brasileiro NÃO É de direita? Até o PT com sua retórica socialista é na verdade reacionário e direitista.
  • Guilherme  29/07/2013 14:56
    Jofre, defina direita e reacionário.
  • anônimo  29/07/2013 16:16
    Ele deve estar usando como definição de direita "neoliberal" que dá dinheiro para Eike Batista e afins, ou seja o bom e velho corporativismo, que de direita não tem nada.
  • Felipe de Lima  29/07/2013 17:06
    Prezado Jofre,

    Primeiramente, seja bem vindo ao instituto Mises Brasil. =)
    Seria interessante que, antes de você fazer este questionamento, estudar alguns conceitos.Sugiro que veja o Diagrama de Nolan, vai esclarecer alguns conceitos, e com isso vai poder realizar questionamentos livres de retóricas.

    Abraços!
  • Roberto Jargemboski  29/07/2013 12:39
    Eu realmente não sei até que ponto são úteis nossos esforços em compreender a realidade econômica e lutar contra os mitos do establishment.
    No fim das contas, parece que o Olavo de Carvalho tem razão ao dizer que os liberais e conservadores de hoje perdem seu tempo tentando debater honestamente com a esquerda em todos os seus espectros. Essa gente não está preocupada com "detalhes" como história da humanidade, evidências empíricas, e a já quase centanária refutação de todo o arcabouço que sustenta o intervencionismo e o estatismo.
    Eu digo isso porque tive debates recentes com ferrenhos defensores do welfare state, na tentativa de desfazer certos mitos sobre os direitos sociais, tributação progressiva, etc, e a frustração é sempre plena.
    Não consigo imaginar uma forma de vencer toda a canalhice dos apelos emocionais e das distorções deliberadas dessa corja, por mais fundamentados que sejam os argumentos.
    Cada vez mais me convenço de que não se trata absolutamente de um embate de ideias, ou de qualquer coisa que se possa vencer exclusivamente no âmbito intelectual.
  • Tory  29/07/2013 13:26
    Roberto, sobre debater com esquerdistas, concordo 100%. O problema deles não é ignorância, é má-fé.

    O intuito aqui, até onde consigo entender, é combater a ignorância de quem vota na esquerda. Muitos comentaristas aqui, a começar por mim, já acreditaram no vaporware da esquerda um dia, e hoje pensam diferente.
  • Rodrigo Lopes Lourenco  29/07/2013 13:56
    Roberto,
    O processo de resposta à ideologia socialista não é simples. Se nós concordamos que não há almoço grátis, então devemos aceitar que também não há debate com socialistas grátis.
    A fim de entendermos o tamanho de nossas dificuldades, penso que A Mentalidade Anticapitalista, de Mises - que pode ser obtido em pdf neste sítio - é definitiva.
    Inicialmente, temos que aceitar que a mercadoria deles vem sendo "embrulhada" de forma muito mais atraente que a nossa. Mais que isso: as palavras justiça, igualdade e solidariedade mexem com emoções mais primitivas do que a realidade com a qual trabalhamos porque corajosos somos.
    Todavia, é necessário produzir e reproduzir, o mais possível, nossas ideias a fim de combater-se a quase onipresente divulgação monolítica de ideias socialistas.

  • Mohamed Attcka Todomundo  26/08/2013 17:54
    Roberto Jargemboski, a resposta do Rodrigo Lopes Lourenco "... é necessário produzir e reproduzir, o mais possível, nossas ideias a fim de combater-se a quase onipresente divulgação monolítica de ideias socialistas" vai ao encontro do q penso: romper c/ o monopolio da informaçao. s/ o IMB eu ñ teria acesso senao as merdas sociopato-eskerdistas da faculdade. funcionou p/ mim, p/ vc, e p/ outros.

    o Rodrigo Lopes Lourenco tb disse "... a mercadoria deles vem sendo "embrulhada" de forma muito mais atraente que a nossa. Mais que isso: as palavras justiça, igualdade e solidariedade mexem com emoções mais primitivas do que a realidade com a qual trabalhamos..." - eles ñ vão debater fora desse eskema cara! 1º pq ñ kerem, 2º pq ñ podem: eles teriam q abrir mão da própria identidade p/ isso. tem crenças q são basilares p/ nossa identidade: kem formou sua vida em torno disso teria q abrir mão de parte de sua biografia p/ agir diferente. ñ eh so admitir q errou: eh admitir q p/ todo esse passado, q ficou p/ tras e no qual se errou, ñ ha ressarcimento nem redençao. entao desiste cara: esse pessoal nñ pode assumir q jogou a vida fora.


    mas aí Roberto Jargemboski, vc diz umas coisas q são bem práticas. 1º q "Eu realmente não sei até que ponto são úteis nossos esforços em compreender a realidade econômica e lutar contra os mitos do establishment". cara, se vc ñ usa esforços p/ compreender a realidade de modo a agir sobre ela, entao ñ serve p/ porra nenhuma mesmo! o Olavo de Carvalho tá certo ao dizer que "os liberais e conservadores de hoje perdem seu tempo tentando debater honestamente com a esquerda em todos os seus espectros." o problema é q vcs acham q agir sobre a realidade é debater c/ essas antas, ao inves de encontrar meios p/ tirar as patas delas de sobre nós.

    por ex., vou começar a conversar c/ uns joalheiros aki de brasilia, procurando um ourives q tope fazer moedas de ouro c/ 1 onça cada. o ouro te coloca fora desse esquema monetário suicida. mas como no brasil só tem oferta de lingotes e barras, elas tem pouca utilidade cotidiana p/ poupança e p/ trocas. aí imaginei o seguinte eskema: se 31 pessoas (eu e mais 30) racharmos a compra de 1kg de ouro (joalheiros e ourives ja tem canais p/ comprar ouro), a onça tendo 31,102g, 31 moedas de 1 onça são 964,162g; ainda sobram 35,838g, q ficam de pagamento pro ourives. então a gente tem uma unidade manuseavel de dimdim p/ poupança ou p/ pagamentos. se o ourives achar esse pagamento inadequado, entao q sejam 30 pessoas (eu e + 29), 30 moedas de uma onça (933,06g) e sobram 66,94g p/ pagar o ourives. Isso e Tb vamos precisar de um método de validação da qualidade do ouro e da preservação das características e massa da moeda. ñ sei como os joalheiros vão receber essa pergunta, mas vou perambular por aí atrás de opiniões. E quando eu souber como por isso em pratica, vou atrás d kem Keira embarcar nessa comigo.

    Vc tem q lembrar q ñ basta conhecer desses assuntos q a gente Le aqui. Tem de empreender. São os empreendimentos q alteram a realidade, bem mais q bater boca c/ corruptos.

    Eu penso q o q a gente precisa eh usar oq sabemos de austroliberalismo p/ desenvolver tecnologias p/ abordar o cotidiano fora da esfera estatal. O email já rompeu c/ o monopólio das postagens; a internet c/ da informação; o bitcoin c/ da moeda. Agora é arranjar mais jeitos p/ ficar fora do radar do estado. Vencer o estatismo ñ eh so uma batalha intelectual: é conceitual num sentido bem abrangente; vencer no campo das idéias, mas Tb por idéias em pratica produzindo contradições q o estado ñ seja capaz de digerir. Ñ sei se isto de moedas de ouro vai dar certo, mas vou tentar.

    bem, é isso q eu faço entendendo a realidade. tento por meu conhecimento em pratica. Entender a realidade enclausurado num mosteiro é pedir p/ ser engolido por ela. O Olavo de carvalho disse q o socialismo ta arronbando portas escancaradas, pq ñ há nenhum projeto político organizado contrapondo-o. acho q ele tem razão. Mas Tb acho q 'projeto politico' ñ precisa ser participar da política institucional, mas sabota-la pacificamente por adesão voluntaria a ações projetos e contratos q criem contradições intragáveis ao estatismo e incomensuráveis ao estado.

    "Não consigo imaginar uma forma de vencer toda a canalhice dos apelos emocionais e das distorções deliberadas dessa corja, por mais fundamentados que sejam os argumentos." Na esfera das cognições e emoçoes, nem eu. Mas na esfera das relações: interações pacificas e voluntarias externas a intervenção estatal e imcompativeis com as mesmas. Outro ex.: usar as agencias privadas de lei q estão por ai p/ resolvermos nossos problemas num preceito de adesão voluntaria a códigos legais; e criando um sistema de reputação: kem ñ tiver uma vai ficando cada vez + de fora das relações e trocas. Quando falo de "agencias privadas de lei q estão por ai" refiro desde 'empresas de mediação' organizadas ate religião. Conheci, por intermédio do IMB, judeus aki de bsb, e alguns deles usam lei mosaica p/ contratuarem-se e resolverem suas pendências. Sou islamico, e fazemos o mesmo entre nós no interior da comunidade. Já ouvi dizer q os ciganos fazem o mesmo com seus códigos ancestrais/costumeiros.

    Parece pouco, mas a gente tem um problema de ausência de precificação desses serviços, produtos e condutas por culpa de séculos de intervenção estatal. De algum lugar a gente vai ter de começar a se arriscar e empreender.

    "Cada vez mais me convenço de que não se trata absolutamente de um embate de ideias, ou de qualquer coisa que se possa vencer exclusivamente no âmbito intelectual." concordo contigo. Eh por isso q a gente tem q agir.no âmbito intelectual a gente ta aki aprendendo, mas no comportamental a gente tem q ir p/ rua empreender. Note q o IMB eh um ex. de empreendedorismo social. Temos de propor outros empreendedorismos mobilizacionais, ñ acha?
  • Marcio L  01/09/2013 01:16
    A leitura deste comentário tem um sabor tostoiano, do qual gosto. Mantenha— nos informados do empreendimento.
  • Jose Roberto Baschiera Junior  29/07/2013 12:40
    Sobre os salários, foi uma análise fantástica. Isso que ele nem chegou a mencionar o enorme efeito destrutivo de empregos que os sindicatos criam. A situação é terrível.
  • Antonio Galdiano  29/07/2013 12:42
    Para quem está começando a vida econômica agora, qual país vocês recomendariam para começar uma vida produtiva, em que o indivíduo assuma a responsabilidade de sua vida e não faça demandas ao estado? Qual o país que mais se aproxima da combinação de alto nível de capital e estabilidade maior estabilidade na prática de políticas liberais? Já assumo que o Brasil é um caso perdido.
  • Cleiton  29/07/2013 12:52
    Não sou muito entendido disso mas acho que países que mais se aproximam de cidades estados parecem estar em situação muito melhor em relação às liberdades individuais e econômicas, Singapura, Hong Kong e mais alguns.

    @Ali baba, é isso mesmo, só temos socialistas nesse país.

    @Roberto Jargemboski acho que você tem razão, os esquerdistas sabem que quando o assunto é economia as teorias deles são patéticas, então eles deixam os liberais falando sozinhos sobre ela e passam a atacar na cultura, universidades, etc.

    E desista de debater com esses defensores do welfare-state, elas já estão perdidas, você pode provar por A+B tudo o que você diz, eles não vão entender. É uma batalha perdida.
  • Eduardo Bellani  29/07/2013 12:57
    Índices:

    www.freetheworld.com/

    www.heritage.org/index/


    Recomendação pessoal:

    en.wikipedia.org/wiki/Liechtenstein

    Boa sorte.
  • anônimo  29/07/2013 17:20
    Dentro do Heritage.org, para minha surpresa o Chile recebeu notas verdes em todos os quesitos. Faz tempo que penso em ir pro Chile.

    www.heritage.org/index/heatmap

    Clique no Chile.
  • Danielbg  29/07/2013 13:04
    Antônio, seu eu pudesse voltar atrás e escolher, provavelmente buscaria uma área com a qual tenha mais afinidade. E mesmo se eu não tivesse muita experiência, iniciaria no cargo mais baixo e técnico de uma grande indústria e, ao mesmo tempo, estudaria e me aperfeiçoaria para ser o melhor no ramo, nem que eu tivesse que viajar para outros países, aprender novas tecnologias e conhecer o mercado a fundo, até subir na empresa e ter a oportunidade de abrir o meu negócio. Se houver um país com mais oportunidades, iria para ele, certamente.
  • anônimo  29/07/2013 13:34
    É muito difícil responder essa tua pergunta, Antonio. Existem muitos critérios, e a decisão é necessariamente subjetiva.

    Mas bom, dá pra tentar. Em termos de liberdade econômica, o topo dos índices da Fraser Institute e da Heritage Foundation dão uma boa idéia. Mas, de novo, qualquer índice de "liberdade econômica" já algo subjetivo. Veja que os dois índices não são iguais, e há discrepâncias consideráveis (veja o Panamá por ex.)

    Um país próximo do Brasil e que tem-se tornado interessante é o Chile. Outro é justamente o Panamá, principalmente se a fonte da tua renda vier de outro país (O Panamá, assim como a Tailândia se não me engano, não tributa renda obtida no exterior).
    E claro, Suíça, Nova Zelândia e Singapura são "grandes clássicos". :) O custo de vida e as barreiras imigratórias são maiores nesses últimos, porém. Ah, e não podemos nos esquecer dos reputados paraísos fiscais, como Bahamas, Ilhas Cayman, Ilha de Mann, Mônaco, Liechtenstein etc. Esses são ainda mais difíceis de entrar, e freqüentemente o custo de vida - especialmente preços imobiliários - são bem altos. Mônaco se não me engano detém o recorde de m² mais caro do mundo.

    Sugiro que você dê uma olhada no site InternationalMan.com. Lá há várias dicas sobre internacionalização, e há também um fórum cheio de gente que poderia te ajudar.
  • Mohamed Attcka Todomundo  26/08/2013 18:04
    montenegro e inglaterra tb ñ tributam renda estrangeira.
  • Rodrigo Lopes Lourenço  29/07/2013 13:43
    Antônio Galdiano,
    O Brasil é um caso perdido desde 3 de outubro de 1930, quando começou o movimento antiliberal liderado por Getúlio Vargas. A ditadura de 1964/1985 aprofundou a estatização e o pavor ao liberalismo. A Constituição de 1988, vigente, sacralizou o Estado e o horror à livre iniciativa.
    No mundo, Austrália e Nova Zelândia são países com boa dose de liberalismo. Singapura e Hong Kong também são, mas as questões culturais são mais difíceis. Na América do Sul, o Chile é muito melhor que qualquer esquerdista diga que é. Canadá e Suíça têm características bem à direita, respectivamente, dos EEUUA e da Alemanha.
    Aliás, o caso chileno é emblemático: a esquerda assumida tem que falar mal do país, porque lá os mitos socialistas se deterioram; por outro lado, qualquer um que apoie os movimentos militares do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai etc. também fica em dificílima posição, porque, salvo o Chile, tudo foi feito contra a liberdade econômica.
  • Vou me mandar daqui...  29/07/2013 12:50
    Aqui, de boas, lendo o artigo e vendo os preços das passagens para o Chile. FUI!
  • Pobre Paulista  29/07/2013 17:02
    Tô indo nessa também viu... falta pouco.

    Citando um amigo meu:

    "Não ensine porcos a assobiar. Você perde seu tempo e ainda incomoda o porco". Por isso acho idiotice acreditar que o Brasil tem jeito...
  • Oziel Jose  29/07/2013 12:51
    Muito bom esse artigo. Parabéns Leandro!
  • Marconi  29/07/2013 12:55
    Concordo inteiramente com o imposto sobre grandes fortunas. 14 bi arrecadados de apenas 907 cidadãos, informa que esses cabocos tem dinheiro demais, muito mais do que o razoável.

    Parece que existem cegos por aqui. Se fossem 900 bilhões ao invés de 14, ainda sim os mesmos que são contra tal imposto seriam da mesma forma. Se fossem 14 trilhões, também. Porque? Porque não enxergam o óbvio. As coisas são relativas. Não é possível numa sociedade onde um trabalhador ganha uma miséria, existir um outro cidadão que, só de juros, ganha uma renda mensal maior que o trabalhador conseguirá juntar na VIDA inteira.

    Isso não é razoável!
  • Leandro  29/07/2013 13:12
    Prezado Marconi, pelo que entendi do seu "raciocínio", se um trabalhador ganha uma miséria, a solução é tirar dinheiro de terceiros para repassar para políticos e burocratas. Isso irá corrigir tudo.

    Sua lógica é impecável.
  • Marconi  29/07/2013 17:40
    Nada disso, caro Leandro.
    Se o imposto fosse para financiar uma renda mínima, aí seria ótimo. Entregar para políticos e burocratas (eu?) não faz parte da solução.
  • Felipe de Lima  30/07/2013 15:01
    Prezado Marconi,

    Seja bem vindo ao IMB para estudar e trocar idéias que possam chegar numa solução para todos.O que o Leandro mencionou, e que você infelizmente ignora, é que esse dinheiro que seria arrecadado, não sai "magicamente" das contas dessas pessoas, e vão voando cair no bolso de pessoas pobres.Existe todo um aparato público que será ordenado para fazer tal processo.
    Imagine agora, que antes mesmo de ter esta renda, o Estado terá de organizar gabinetes, escritórios, infraestrutura, recursos humanos, etc, somente para começar a recolher esta nova fonte de renda.Depois ainda tem o mesmo processo para verificar, dentre toda a população, quem deve receber essa renda.Imagina o quanto de recursos humanos e mais infraestrutura, dados, documentos, etc para fazer essa triagem/seleção.Após isso, ainda é estruturado como que essas pessoas vão receber estas benesses.Mais recursos escassos sendo gastos com propaganda do governo, informando o novo "direito dos pobres", mais campanha de preparação das instituições públicas para atender os felizardos, mais licitações para empresas fornecerem os documentos para os felizardos terem acesso às benesses, e por ae vai.
    Já pensou o quanto que o Estado iria gastar para fornecer essa renda, antes mesmo de ter o dinheiro das "grandes fortunas"?Isso que eu ainda nem levei em consideração o valor que ainda se "perde" no meio do caminho, com licitações superfaturadas, malas e cuecas cheias de dinheiro, laranjas recebendo os recursos dos pobres e todos os demais desvios que já acontecem com os programas sociais do Estado.É o que vai acontecer se essa lei for posta em prática.Simples assim.E ainda é provável que se gaste mais dinheiro fazendo a propaganda deste benefício, do que o que foi distribuído dele.
  • Marconi  31/07/2013 02:09
    Felipe, o dinheiro hoje são bits eletrônicos. Retirar de uns e passar para outros é uma tarefa simples, trabalhosa para os computadores, mas eles a executam bem feito e rápido.

    Não é preciso nenhum aparato burocrático.

    Já pensei bastante no assunto e estou com Friedman, imposto de renda negativo é o ideal.
  • Leandro  31/07/2013 03:33
    Se o estado fica fora da jogada, como você diz ser possível, então quem faria o confisco da conta um cidadão para a do outro? O próprio beneficiado teria carta branca para invadir a conta bancário de seu compatriota e tomar dinheiro dele?

    O que você parece não entender é que é justamente o fato de o dinheiro ser meros bits eletrônicos, de fácil manejo, o que facilita enormemente a corrupção, o desvio, a ladroagem e os privilégios.
  • Marconi  31/07/2013 14:55
    O estado não fica fora da jogada, só não precisa de grande aparato burocrático. Um pequeno serve.
  • Felipe de Lima  31/07/2013 22:19
    Olá Marconi, tudo bem?

    Existem muitos outros processos que seriam envolvidos nesta ação, e eles realmente iriam custar muito caro.Pode parecer pouco, se analisar de forma criteriosa/rigorosa, mas seria como os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário:Desnecessários e Onerosos.
    Eu já prefiro desenhar o cenário de uma forma um pouco diferente de como o Leandro fez.O Estado sempre vai precisar de mais dinheiro, não importa o quanto que ele arrecade.E é justamente o fato de sempre ter essa possibilidade de arrecadar mais, que faz com que os políticos não sintam a necessidade de controlar gastos.Francamente eu desconheço este conceito de imposto de renda negativo de Milton Friedman, mas só o nome disso já me soou estranho (como que uma entidade vai te cobrar um valor negativo??).

    Agora, a minha pergunta é:É tão "difícil" assim para os políticos realizarem um serviço com responsabilidade fiscal?Com tantos estudos existentes nas áreas de administração e gerência, entre outros, com empresas tendo como máxima reduzir custos SEM perder em qualidade e eficiência, por que o Estado não pode seguir os mesmos preceitos?

    Para terminar, gostaria de dizer que justiça é tratar todos da mesma forma, e não tornar elas materialmente iguais.

    =)
  • Wagner  29/07/2013 13:41
    O Marconi é um exemplo do pensamento "socialista":
    "É melhor um país onde todos são igualmente pobres do que um país onde vários são ricos e outros são MUITO ricos."
  • Pobre Paulista  29/07/2013 18:03
    Trecho de 10 years after - I'd love to change the world


    Tax the rich
    Feed the poor
    Till there are no
    Rich no more


    letras.mus.br/ten-years-after/261140/traducao.html
  • Pobre Paulista  29/07/2013 18:13
    OK, falando mais sério agora.

    Suponha que esse imposto saia do papel. O que irá acontecer com essas 907 pessoas?

    Ora, o óbvio: Irão mover suas fortunas para outro país! Com certeza seria o Uruguai, que é um "paraíso fiscal". Ou seja, por causa de uma lei escrota, teremos um país menos capitalizado, sem a arrecadação esperada (mas que já teria sido gasta antes mesmo de arrecadada), sem incentivo algum para as pessoas enriquecerem e, principalmente, Uruguaios muito mais felizes.

    Isso é razoável o bastante para você?
  • Alexandre  05/08/2013 21:21
    Já há consultoria nessa área. A maior parte delas orienta a criação de pessoas jurídicas.

    Uma Igreja é uma boa solução também.

    Além disso, ao lado da pessoa jurídica criada, orienta-se a criação de uma entidade de assistência social.

    Enfim, o governo cria dificuldades e o mercado apresenta soluções.
  • thiago santos carvalho  29/07/2013 13:00
    Impressionante como são as coisas, agora eu tenho que fazer concurso público para fixar meu negócio privado, uma vergonha mesmo. Estou nessa sinuca , me formo em engenharia e tenho uma empresa própria, mas pelo que eu vi, vou ter que trabalhar para o Estado por um tempo, para capitar recursos e injetar na empresa, pq até para Banco emprestar dinheiro como capital de giro, vc precisa ter um segundo emprego, e claro, Público.
  • Blah  29/07/2013 13:37
    Hoje em dia, recomendo a qualquer jovem que faça concurso público. Já desisti de ser razoável, a estupidez e a completa ignorância em leis econômicas estão se tornando regra no país. Meu Deus, tem gente por aí que simplesmente acha inaceitável que uma cidade (ex: Detroit) decrete falência, porque, afinal, é o estado, e o estado não pode falir. Não dá pra ter esperança com tanta burrice justamente nas camadas mais supostamente inteligentes!
    Já que ser empreendedor é coisa do capeta, o capitalismo é coisa do mal, então, digo: toque o foda-se e fique de boa como concursado, ou então saia do Brasil.
  • thiago santos carvalho  29/07/2013 13:56
    Pura verdade Blah, querem liberdade, mas não querem sofrer as consequências dessa escolha, nem é burrice, acho que é medo mesmo
  • Wagner  29/07/2013 14:20
    A sua ideia então é simplesmente virar bandido... já que estão me roubando vou roubar também? É assustadora a sua linha de pensamento.
  • Blah  29/07/2013 14:42
    Eu, pessoalmente sairia do país. Porém, como não consigo convencer minha família a sair do país comigo de jeito nenhum, não tenho lá muita opção, não vou simplesmente abandoná-la. Pode parecer uma linha de pensamento assustadora, mas não me assusta mais, acho que porque a burrice do esquerdista já me deixou insensível a isso. Eu simplesmente não tenho mais esperanças de que algo vá mudar. A infecção da burrice socialista já está em nível tão avançado no brasileiro, especialmente no que, ironicamente, deveria pensar mais, que não vejo mais cura. É como se você tentasse convencer uma horda de zumbis a comerem tofu.
  • thiago santos carvalho  29/07/2013 14:57
    Nunca foi mocinho, vou me adaptar e usar o sistema contra ele mesmo Wagner, infelizmente bater de frente com alguém tão forte , isso sim, é Burrice!
  • Wagner  29/07/2013 16:39
    Vocês não entendem... ao virar um servidor público vocês estão, por exemplo, ME agredindo. Vocês não estão roubando o ladrão ou algo do tipo, vocês estão simplesmente ajudando a roubar inocentes, não passam de bandidos.
    Essa linha de pensamento é sim muito assustadora, pessoas que compreendem as ideias libertárias não podem nem alegar ignorância, um "libertário" servidor público é pior que um servidor público normal.
  • Nilo BP  29/07/2013 19:24
    Os benefícios de se tornar um parasita incluem salário gordo, conforto, aprovação. Por outro lado, tudo que o anti-estatista obstinado tem é paz de espírito e um fiozinho de esperança de que talvez o seu exemplo inspire outros. Nadar contra a maré requer um certo sacrifício. Nem todos têm vocação para dar uma de mártir.
  • Eduardo Bellani  29/07/2013 19:56
    Nem todos têm vocação para dar uma de mártir.

    Não peço que as pessoas sejam mártires, só que não sejam parasitas ladrões nojentos.

    Façam o que bem entenderem, mas não peçam aprovação de homens livres.
    Não a terão, pois sois piores que vermes, ao serem homens que almejam serem vermes.
  • Heisenberg  06/08/2013 23:54
    Pare de ser inocente. Todos os cargos de concurso público abertos serão preenchidos. Um funcionário público não é um ladrão espoliador dos pobres trabalhadores da iniciativa privada, ele apenas está exercendo uma função exigida pela maioria da sociedade alienada e seus mal representantes. O problema são os servidores públicos com mentalidade de esquerda, que acham que esse emprego é um direito eterno deles e que seus salários devem aumentar indefinidamente. Um bom funcionário público libertário vai assumir seu cargo, irá trabalhar muito pouco e nunca apoiar sindicatos, demonstrando e ajudando a implosão do estado.

    Não adianta querer ir contra a maré sempre. Hoje um funcionário público de bom nível começa com salários superiores, é muito respeitado pela sociedade, todos querem ser seus amigos para obter alguns favores, casa-se com qualquer garota devido à estabilidade financeira, terá aumentos progressivos em seu salário trabalhando o mesmo, pode se entitular um defensor do bem público e anti capitalista e não ganancioso, pode dar aulas à noite em faculdades, onde será idolatrado pelas alunas, pode licenciar-se para concorrer a eleições e defender a sociedade, consegue benefícios em sua aposentadoria e ainda consegue formas de arrumar alguns cargos para seus familiares. Multiplique esses benefícios por 3 se a pessoa conseguir um cargo de ponta no poder judiciário ou um bom cargo militar.

    Já quem quer trabalhar na iniciativa privada: vai ganhar pouco, ser maltratado, trabalhar muito e pagar muitos impostos. Se conseguir evoluir na carreira será considerado um alienado, que só pensou em trabalhar e se especializar e poucos conhecimentos possui sobre marxismo pós-moderno, sociologia, psicologia social etc. Se ficar rico será considerado um ganancioso, que nunca teve boas relações amorosas e nunca pensou em ajudar a família e socializar mais. Se for um empreendedor competente, poderá pular muitos dos problemas relatados, mas ainda será considerado um ganancioso desprezível pela maioria, um porco capitalista, que se acha melhor que os outros e que deve ter todo essa acumulação tomada pelo estado e revertido para a saúde e educação ou ser sequestrado e ajudar diretamente as comunidades mais carentes.

    Obs: Essas não são minhas opiniões! mas parecem ser as da maioria.

  • Me  29/07/2013 16:34
    Nem precisa sugerir. Pergunte pra quem está começando a fazer vestibular ou está na faculdade quais são os planos deles, e conte quantos querem concurso público.
  • anônimo  29/07/2013 21:45
    Entro nessa discussão apenas para dizer que este tipo de discussão em nada ajuda nossa causa. Nem todos os seguidores da Escola Austríaca são anarco-capitalistas, para começar. Eu mesmo sou mais Mises/Hayek do que Mises/Rothbard. Se começarmos a debater dessa forma entre nós nunca chegaremos a lugar algum. Nem sequer seremos vistos com seriedade pela sociedade e meio acadêmico. Não acredito que o professor Iorio, por exemplo, seja um verme parasita por estar vinculado a uma instituição de ensino estatal, custeado pelo meu bolso. Antes ele do que outro. Preferiria que todos os cargos públicos fossem ocupados por pessoas de pensamento 'austríaco' a ter de manter um bando de militantes de esquerda que só pensa em me espoliar cada vez mais. Se todos nós fôssemos parte do estado, poderíamos fazer um pouco mais para solapá-lo do que podemos fazer sem sermos. Nossa luta não é contra os ocupantes de cargos públicos, é contra os próprios cargos públicos. Não é contra o governador ou prefeito, é contra o governo do estado e a prefeitura. Nossa batalha é contra o estado, não contra o indivíduo que dele se vale.
  • Nilo BP  30/07/2013 00:41
    A questão é que o funcionalismo público se infiltrou pela sociedade como um tumor maligno. Acho que poucas famílias não sentiriam um aperto se de repente todos os funças (obrigado Leandro por esse magnífico termo) fossem botados na rua.

    Como que a pessoa vai apoiar a demissão da sua mãe? Seu tio? Seu professor amigão que ia no bar? Até um libertário radical pode hesitar em pisar nesses ovos em particular. Goste ou não, as instituições - mesmo as odiosas como o Estado - são feitas de pessoas. Um ataque a uma instituição é inevitavelmente um ataque às pessoas que a constituem e lhe emprestam legitimidade.

    Claro que existem ataques e ataques, mas não é nada fácil explicar para o funça que tem uma boquinha a defender: "veja bem, nada contra você, você é um cara legal! Mas quando cair seu próximo salário, lembre-se de que você está sendo cúmplice de um assalto à mão armada!"
  • Marcio L  30/07/2013 03:07
    E o que dizer das pessoas que precisam do SUS? É uma questão também humanitária.
  • Guilherme  30/07/2013 10:10
    Desumano é mandar pobre ir se tratar pelo SUS. Não há médicos e não há remédios; há apenas gente morrendo nas filas e, com muita sorte, sendo atendida no chão dos hospitais.

    Quem defende SUS deveria responder por atentados contra a humanidade.

    Recomendo este excelente artigo do Leandro explicando por que o SUS não tem como funcionar:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=923
  • Sol Moras Segabianze  29/07/2013 13:30
    Ótimo, Leandro.
  • anonimo  29/07/2013 13:34
    Nao vi em nenhum lugar do artigo, que uma parte dos impostos retorna para os capitalistas em forma de pagamentos de juros e "amortizacoes", estas que sao obrigacoes do governo que tem prioridade prevista em lei, ou melhor, a remuneracao do capital ( coisa que sou a favor), estes mesmos que sao responsanveis em sua grande parte pelas prestacoes de servicos para o proprio governo... Os poderosos dao( compram papeis) recursos ao governo, o governo paga a eles mesmos e por fim uma parte dos impostos serve para remunerar o capital( pagando-se juros), ganham nas duas pontas, e outras "facilidades tais como: os empresarios destribuem aos socios uma parte do lucro, esta eh isenta de imposto, previsto tambem em lei, tambem se tem as brechas do sistema tributario para facilitar a elisao fiscal e sobra para o micro, alguns pequenos empresarios e o povo trabalhador( estes que consomem na ponta os produtos com impostos embutidos em seus precos, e ainda eh tributado compulsoriamente com o IRF, criado pelo "genio" americano para garantir o minimo de arrecadacao para remunerar o capital...) E por fim jogo a toalha! Dos sumerios para a civilizacao da cibernetica nao se mudou em nada, a nao ser uma cultura que explora as entranhas humanas em seu subconsciente ( o sobrinho do Freud, estes austriacos sao os cara mesmo... criou tal ciencia), e com isso dando-nos um falso ar de vivermos em liberdade e fazermos o que quiser... Dou um doce para quem souber qual o percentual dos impostos destinados a essas " obrigacoes", mas isso nao importa o que importa eh que o dinheiro eh reaplicado no sistema, que eh uma verdade( talvez o motivo de nao ser citado no artigo)! Mas dar um efeito bola de neve que dar satisfacao nirvanicos em nossa elite.
  • Leandro  29/07/2013 13:47
    Anônimo, se você acha um absurdo pessoas emprestarem dinheiro para o governo e auferirem juros, então você é nosso aliado. Você doravante tem todo o nosso apoio nessa cruzada contra os déficits do governo. Lidere um movimento exigindo um projeto de lei que proíba o governo de incorrer em déficits, obrigando-o a cortar gastos até ter um orçamento equilibrado. Políticos que estourarem o orçamento devem ir para a cadeia. Se a Lei de Responsabilidade Fiscal já existe para estados, por que ela não pode ser estendida ao governo federal?

    Faça isso e todo o rentismo acabará do dia para a noite. Encara?

    De resto, de nada adianta criticar quem empresta dinheiro para o governo se é justamente o próprio governo quem cria as condições para -- e até mesmo estimula -- o rentismo.

    Como sempre, as pessoas isentam as ações do governo, preferindo criticar a parcela de pessoas que se beneficia diretamente das consequências destas ações, sem perceber que, se não fossem as ações do governo, estas pessoas não existiriam. Trata-se da clássica incapacidade de ligar causa e efeito.
  • anonimo  29/07/2013 15:13
    "Trata-se da classica incapacidade de ligar causa e efeito". Bom me parece que a mim foram dirigidas as palavras, porem prezado, eu nao isentei em nenhum momento o governo, so acho que existe uma especie de promiscuidade legislotecnoeconomopolitico entre governos e determinados setores da sociedade inclusive com a protecao midiatica. No dia que me apresentarem argumentos que me facam dissociar estes dois entes da nossa superestrutura, que me perdoe, pois para mim eh uma coisa so, ai sim a esperanca pode renascer em mim. Tal sistema rentista e outras "cositas a mas" compostas por governo e "determinado setor" se alimentam, se instigam mutuamente, uma especie de parasitismo mutuo e gostaria muito de descobrir um formula para combater umas de suas facetas que eh o rentismo exacerbado(mas aceito a remuneracao do capital como pratica), mas em todo mundo este "determinado setor" se alimenta nas duas pontas. Mais uma vez da Sumeria para sociedade moderna global digital, nada mudou, exceto nos mecanismos, pois afinal somos bilhoes.
  • Leonardo Couto  29/07/2013 23:29
  • Rafael  29/07/2013 13:47
    Leandro,
    primeiramente parabéns pelo excelente trabalho que tem feito neste site!
    Gostaria de fazer algumas perguntas:
    De fato o governo federal tem uma arrecadação trilhonaria todos os anos, mas penso que grande parte desta fortuna é direcionada para o pagamento do chamado serviço da divida publica. Segundo informações oficiais, em 2013 53% desta arrecadação é destinada ao pagamento da dívida publica interna e externa.
    A minha pergunta é a seguinte: O endividamento publico é resultado de um estado muito grande, ou seja, quanto maior é a máquina estatal, maior é sua necessidade de endividamento, visto que somente com arrecadação tributária este mesmo estado não seria capaz de cobrir seus enormes gastos com tantos ministérios e secretarias com status de ministérios, assim como programas sociais típico de governos socialistas? O governo na verdade, não estaria mais uma vez, ao tentar sancionar uma lei de impostos para grandes fortunas, garantindo mais receita para cumprir as chamadas metas de superavit primário (que é nada mais do que dinheiro pra pagar rolagem de divida), assim como tem feito também com a previdência social através da DRU (desvinculação das receitas da União) somente para garantir o pagamento com os rentistas desta dívida? Enfim, resumindo o que eu realmente gostaria de saber: Quanto maior a máquina estatal, maior é a sua necessidade de endividamento?
  • Leandro  29/07/2013 14:08
    Prezado Rafael, em 2012, o pagamento de juros totalizou R$ 147 bilhões. Para uma arrecadação total de R$930 bilhões, isso equivale a quase 16% da receita. É uma enormidade, mas ainda está longe destes 53%. E vale lembrar que o governo faz o superávit primário apenas para pagar estes juros. Porém, como ele nunca consegue pagar todos os juros devidos, ele está sempre emitindo mais títulos apenas para poder pagar juros. Ou seja, ele se endivida para pagar os juros de outras dívidas. Uma bagunça. Por isso que a dívida bruta nunca parou de subir, muito embora a imprensa faça o jogo do governo e divulgue apenas a dívida líquida.

    De resto, suas colocações estão absolutamente perfeitas. Irretocáveis.

    Grande abraço e obrigado pelas palavras!
  • Rhyan  29/07/2013 19:45
    Qual a explicação para o famoso gráfico ficar em torno de 50% e na realidade ser de 16%? O gráfico coloca amortização junto, é por isso?
  • Leandro  29/07/2013 19:53
    Coloca juros, amortização e refinanciamento tudo junto. Bem em linha com o que foi feito neste artigo:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1094
  • bruno  29/07/2013 18:45
    Site boboca, pizza boa.

  • Tiago Andrade  29/07/2013 13:54
    Leandro Roque,

    O instituto Mises poderia fazer um artigo, sobre como seria uma reforma tribut'aria justa (que nao fosse sobre a producao e renda).
    Seria do modus Valor Agregado ??

    Obrigado !!!
    ABS
  • Leandro  29/07/2013 14:18
    Uma reforma tributária que vise a manter inalterado o atual volume arrecadado jamais seria o objetivo deste Instituto. Tal tipo de planejamento totalitário não é nossa especialidade. No máximo, eu recomendaria que (e aqui falo apenas em meu nome, e não em nome do IMB), como transição para um federalismo pleno, fosse adotada apenas uma tarifa homogênea sobre importações. A tarifa seria única e uniforme, não havendo especificação de produto, justamente para evitar tentações mercantilistas.

    Tal tarifa seria totalmente escapável: só paga quem está consumindo e, se você não consumir um produto estrangeiro, não paga. Tal imposto -- que é idêntico a um pedágio -- é o menos totalitário dos impostos. Dificilmente chegaria a 2% do PIB, e o governo federal teria de se virar com o montante arrecadado.

    De resto, cada estado adotaria sua própria política tributária. Os mais totalitários perderiam população para os mais liberais. É assim na Suíça e até mesmo nos EUA (a Califórnia tem um alto imposto de renda estadual; já a Flórida não).

    Abraços!
  • Wagner  29/07/2013 14:22
    Imposto justo não faz sentido, é a mesma coisa que discutirmos sobre como seria um "roubo justo" cometido por um assaltante.
  • Tiago Andrade  29/07/2013 14:49
    Wagner,

    Você entendeu o meu ponto de vista.
    Sabemos que impostos sempre existirão, infelizmente. Agora queria saber a forma menos letal.

    Abs !!!
  • cris correa  29/07/2013 14:04
    Parabéns Leandro, o artigo é impecável. o que me entristece é que eu nao vejo uma luz no fim do tunel, pelo menos para o brasil. e ainda por cima o povo brasileiro nao sabe votar, nao tem em quem votar,e, pelo menos na minha opiniao, nao tem saída.
  • thiago santos carvalho  29/07/2013 14:14
    Sou a favor que a delegação de recursos( claro se fosse um administrador estatal em uma economia sem livre mercado) fique centrada nos Estados, e o governo federal seja apenas fiscalizador...
  • Gustavo BNG  29/07/2013 17:56
    Municípios seria melhor ainda.
  • Marcelo Werlang de Assis  29/07/2013 14:22
    Abaixo, são exibidos links para mais artigos de LEANDRO ROQUE:

    mises.org.br/Article.aspx?id=536 (Por que um estado inchado aumenta os lucros das empresas e diminui os salários dos trabalhadores)

    mises.org.br/Article.aspx?id=487 (Trabalho, emprego, poupança e capital)

    mises.org.br/Article.aspx?id=667 (Imposto de renda vs. imposto sobre o consumo — uma abordagem liberal clássica)

    Boa leitura!
  • Daniel  29/07/2013 14:24
    Os artigos 21, 22, 23 e 153 da CF-88 provavelmente são os principais pilares do socialismo à brasileira. São os instrumentos jurídicos que conferem poder total aos políticos. Serão mudados apenas em caso de ruptura institucional.
  • anônimo  29/07/2013 14:54
    Daniel,
    Desculpe-me, mas por que somente esses artigos da Constituição?
    O que se fez em 1988 é uma obra socialista completa, sem nenhum escorregão à direita.
    No mínimo, os trabalhadores têm os direitos do art. 7º, o que elimina qualquer possibilidade de adaptação do mercado de trabalho a conjunturas econômicas.
    A propriedade deve cumprir sua função social, segundo o art. 5º, XXIII, o que significa sua função de transição para o socialismo.
    O objetivo do Estado é a construção de uma sociedade solidária (art. 3º, I) com redução de desigualdades (art. 3º, III), o que justifica qualquer política socialista.
    Quanto a autonomia de Estados e Municípios, o Brasil só é Federação no nome. O processo de centralização de toda e qualquer decisão foi iniciado em 1988 e aprofundado nos anos seguintes.
    Sim, seria ótimo que Estados e Municípios fossem autônomos, podendo tomar discrepantes decisões, porque isso fomentaria a competição entre eles e demonstraria os erros de políticas irreais. Todavia, o sistema é concentrador: nenhum Estado e nenhum Município pode decidir sobre sua estrutura sem incorrer em inconstitucionalidade.
    Ao apontar os artigos que você identifica como bases do socialismo à brasileira, você omitiu o art. 24. Esse consegue ser pior: outorgar a mais de um ente o poder de legislar sobre a mesma coisa para a mesma pessoa gera a busca desenfreada à demagogia com total irresponsabilidade, afinal, é sempre possível dizer que a política deu errado porque o outro ente legislou mal. O conceito do art. 24 - legislação concorrente - deu errado até perante seus criadores, os alemães, que o expungiram de sua Lei Fundamental na reforma de 2006.
  • Daniel  29/07/2013 16:58
    Obrigado Anônimo. Quando o assunto é a CF-88 sempre descobrimos mais e mais foices e martelos.
  • Iluminado  29/07/2013 14:32
    Infelizmente, esse tipo de atitude por parte dos políticos já era esperada. Por isso desde o início eu tive receio do resultado das manifestações. Acredito que as passeatas são resultado da ineficiência estatal na promoção do 'bem comum'. Mas como acalmar uma população ensandecida? Como a cúpula governamental reagiria diante disso? Assumiriam sua ineficiência? O aumento dos gastos era, desde o início das manifestações, previsível. Pior: para que esse aumento cumprisse seu intento, seria preciso que fosse o mais escandaloso possível. Nada de critério além da 'soberania popular' e da boa publicidade. É ônibus barato que estão pedindo? Subsídio é a solução. É hospital, mais edifícios públicos devem dar conta do recado. Se a população estivesse clamando por chuva talvez o governo desse um jeito de construir um chuveiro quilométrico para a população se banhar ao ar livre. Tudo em nome da democracia. Neste quadro tenebroso, alguém tem de pagar a conta. Quem? É triste, mas a própria população que pede muitas vezes ignora a máxima tão antiga: não existe almoço grátis.
  • Blah  29/07/2013 14:45
    Acredito que as passeatas são resultado da ineficiência estatal na promoção do 'bem comum'.

    O problema é justamente a noção de 'bem comum'. Essas mesmas pessoas que xingam políticos, burocratas, falam sobre a corrupção, acham que a solução para os problemas envolve dar ainda mais poder às mesmas pessoas que eles estão xingando o tempo todo. Depois me perguntam por que não vejo mais esperança nesse país. Tem cara que passa 4 anos da vida dentro de uma universidade estudando algo que só de longe se parece com filosofia e sociologia. No fim, ele só sabe repetir discursos genéricos sobre o 'bem comum'. E essa é a elite intelectual do país. Por que esperar coisa decente?
  • Iluminado  29/07/2013 17:13
    De fato, o povo têm suas noções do que é o bem comum (geralmente vinculadas a alguma ideia socialista de igualdade) e atribuem ao estado a sua promoção. Ouço pessoas dizerem que é função do governo prover este ou aquele serviço de forma 'gratuita' e eficiente para todos. Mas muitas pessoas não enxergam de forma direta que os custos que mantêm determinado serviço operando (seja ele útil ou inútil, eficiente ou ineficiente) são pagos do seu próprio bolso e que não há opção de contribuição (nem mesmo há opção de se definir onde será usado o dinheiro que nos tomam). Outras pessoas até entendem esta relação, mas retiram a responsabilidade do sistema para carregá-la nas pessoas que o representam, de modo que interpretam os problemas sociais como políticos e não estatais. Disso decorre o quadro negro sobre o qual nos defrontamos.
  • Caio  29/07/2013 18:03
    Iluminado, Blah: só o Estado pode fornecer a população o suprimento de suas necessidades mais fundamentais de forma justa! As manifestações são uma vitória para o povo brasileiro.
  • Iluminado  29/07/2013 21:47
    Vou supor que é só uma brincadeira.
  • Felipe de Lima  30/07/2013 15:07
    Argumentum ad populum? =D
  • Rodrigo  29/07/2013 14:50
    Oi Leandro,

    Seria correto dizer que no caso das empresa intensivas em conhecimento, o capital acumulado são patentes, processos, know-how, métodos, marcas, etc e não "ativos físicos das empresas e indústrias"?

    abraço!
  • Leandro  29/07/2013 14:55
    Também, Rodrigo. Mas o principal capital seria o capital humano -- mais especificamente, a inteligência, o preparo, as habilidades e a capacidade de sua mão-de-obra.

    Abraços!
  • Rodrigo  29/07/2013 15:11
    Ok! Mas o capital humano é contratado e não comprado, como no caso dos ativos tangíveis da indústria. Deste modo, ele demanda a disponibilidade de pessoal qualificado, mas não de poupança. Levando isso em conta, será que não seria mais exato considerar como capital apenas o goodwill que este capital humano criou (patentes, processos, etc) e não o capital humano em si?
  • Leandro  29/07/2013 15:22
    Capital humano é capital, não importa se "contratado". Mesmo porque todo capital pode ser contratado. Uma indústria pode preferir alugar máquinas em vez de comprar. Várias fazem isso. Para dar um exemplo bem básico, aqui no Brasil é muito comum que estabelecimentos que vendem café expresso utilizem máquinas alugadas, pois comprar uma (profissional) é muito caro.
  • Lucas S  30/07/2013 11:13
    Leandro, que artigo magnífico! Lembra dos artigos sobre a SELIC? Você poderia escrever o terceiro? Agora vai algumas observações:

    Conversando com uma pessoa de quase 70 anos descobri algo que me deixou mais abismado: conforme a quantidade de imposto sobe, a qualidade dos serviços prestados pelo estado cai.

    Pesquisando, descobri que desde a sinistra constituição de 1988 foram criados quase 3 mil municípios! Calcule a sangria dos cofres públicos. Neste momento, há centenas de projetos visando a criação de novos municípios.


    A voracidade da nomenklatura assusta. No grupo de discussão da minha cidade, vi um sujeito que faz parte da nomenklatura dizer que o salário de 10 mil reais do prefeito é ruim. Numa cidade do interior...com 35 mil habitantes. Uma cidade pequena que tem NOVE vereadores com salários de 3 mil reais. Em meia hora eu rodo a cidade toda de carro...ou seja, 2 ou 3 vereadores já seria muito. A nomenklatura não tem dó dos burros-de-carga(cidadãos de segunda linha...pagadores de impostos).
  • JOSUELITO BRITTO  29/07/2013 15:34
    Extraordinária a sua análise, LEANDRO. Seu artigo deveria ser lido nas Universidades, lugar onde se ensina que 2+2 pode não ser 4, mas dependendo da "vontade política", 6, 8 ou 10. Passei toda vida universitária sem ouvir falar de Von Mises e tantos outros de leitura indispensável. Também como Professor, pesquisando a bibliografia jurídica, jamais encontrei, salvo recentemente, Von Mises, Hayek (que tem relevante contribuição no campo jurídico e tantos outros. Mas, afinal, encontrei esses autores e muitos outros, notáveis. Precisamos divulgar essas ideias por vários meios (artigo, livros, e-book, áudio-livros). Seus artigos, pela clareza e fundamentação, estão entre os melhores desse site. Obrigado pela sua grande contribuição.
  • Leandro  29/07/2013 15:37
    Muito agradecido pelas imensamente exageradas palavras, prezado Josuelito. Grande abraço!
  • Eduardo  29/07/2013 15:54
    Outro dia encontrei um desses defensores dos "impostos sobre as grandes fortunas" numa discussão. Creio que não cometo um erro em generalizar e dizer que a atitude dele representa boa parte dos defensores dessas idéias.

    A verdade é que ele não tinha a menor idéia de como funcionavam as contas públicas.
    Ele não tinha a menor noção de proporção pra relacionar quanto os tais ricos ganham, quanto as esferas federal, estadual e municipal gastam em estados diferentes, quais os gastos de arrecadar e gastar esses impostos, quais os gastos dos serviços que ele queria ver financiados, enfim.

    O fato é que ele não tinha o menor plano ou a menor noção do que fazer com esses recursos. Tudo o que ele queria era ver ricos sendo taxados. Pura e simplesmente.

    Essas pessoas têm muito mais interesse em ver quem tem mais que elas perdendo, do que em promover melhoras na sociedade. Essa que é a verdade que estendo pra grande maioria dos defensores dessa idéia.

    Como bem tocado no texto sobre a questão dos cortes de gasto, penso que a atitude mais sensata de alguém que não é um completo canalha, ao querer atingir o objetivo de conseguir X bilhões pro governo fazer algo (deixemos pra outro dia o problema de querer dinheiro nas mãos do governo), é estudar pesadamente em como ele poderia eliminar gastos rampantes e absolutamente inúteis até deixar de gastar esses X bilhões.
    É bem claro que o governo gasta nosso dinheiro de forma grosseiramente ineficiente. É lastimável alguém nem começar a pensar em reduzir esses gastos e partir diretamente pra idéia de taxar os outros, e jogar mais combustível num tanque todo furado esperando que o carro ande mais.

    É o que volta pra conclusão anterior: essas pessoas não estão interessadas em garantir mais orçamento disponível pras coisas que elas julgam "úteis" do governo. Elas estão interessadas, primeiramente, em ver a expropriação dos que tem mais do que elas. Pra onde vai esse dinheiro é um mero detalhe de rodapé que elas não fazem grande questão de saber.
  • Pobre Paulista  29/07/2013 18:42
    Eu tenho a impressão que o brasileiro médio é exatamente esse:

    O importante não é ser rico ou pobre, e sim que eu seja mais rico que alguém.
  • Luiz Eduardo  29/07/2013 16:23
    Há pouco tempo a França instituiu esse imposto e muitos milionários saíram de lá. Era bom que acontecesse o mesmo aqui, para esses parasitas perceberem que o empreendedor é que leva a prosperidade.
  • Me  29/07/2013 16:25
    Este site me deprime quanto mais leio.
    Quero uma pílula azul.
    Só não sei os códigos de Zion.
  • 4lex5andro  03/02/2017 18:09
    Blue pill no Brasil só no plano piloto.
  • J.A.MELLOW  29/07/2013 16:46
    Esse negócio do IGF no final se for aprovado irá colocar a mão em tudo que estiver acima de 1 ou 2 milhões e irão chamar isso de grandes fortunas, por que os grandes capitais têm formas próprias de se saírem de um tributação dessas através das inúmeras formas que propiciam a pessoa jurídica. Será o fim, e ainda teremos muita gente que ficará satisfeito achando que 1 milhão é fortuna! A classe média estará irremediavelmente extinta, e conheceremos a partir daí a tão decantada nova classe média.
  • anonimo  29/07/2013 16:53
    Boa tarde.

    E creio que caso esse imposto seja regulamentado aqui, acontecerá inicialmente três coisas.

    1) Uma partes dos alvos da taxação irá embora daqui.

    2) Uma parte irá conseguir encontrar brechas jurídicas para não pagar.

    3) Uma parte menor acabará pagando e talvez acabe recebendo algo do governo como "compensação".

    Mas em seguida esse valor de 150M irá diminuir, até chegar em 500K de patrimônio, calculado pelo governo o que fará com que a classe média pague e talvez parte dos pobres.

    Pois é importante lembrar que a ideia original do imposto de renda era evitar a concentração de renda, hoje no Brasil se vc ganha pouco mais de 24K por ano, vc paga IR, qual a concentração de renda que uma pessoa que ganha isso pode conseguir?

    Esse imposto sobre grandes fortunas será apenas mais um. E políticos, corruptos e MSTs da vida não serão afetados...

    Obrigado.
  • Rhyan  29/07/2013 16:55
    Excelente!

    Leandro, por que as vezes você usa o termo 'capital' ao invés de 'bens de capital'?
  • Leandro  29/07/2013 18:10
    'Capital' pode ser duas coisas:

    1) ativos produtivos que ajudam a produzir outros ativos produtivos ou bens de consumo.

    2) dinheiro que pode ser utilizado para a produção ou para a compra de bens produtivos.

    Em ambos os casos, o ativo empregado -- o capital -- produz um retorno mais do que capaz de cobrir os gastos do proprietário (empreendedores e capitalistas), permitindo que o empreendimento seja auto-sustentável.

    Por outro lado, se a atividade não gera lucros, então ela é consumidora por natureza, e não produtiva. Por exemplo, um automóvel nas mãos de um caixeiro viajante é um capital, pois é a ferramenta de trabalho utilizada para obter um retorno financeiro; já um automóvel nas mãos de um universitário que o utiliza para ir ao cinema não é um capital. Dinheiro, também, pode ser capital ou não, dependendo dos fins para os quais ele é utilizado -- para comprar um ativo produtivo ou para comprar um bem de consumo.

    Logo, por definição, capital é aquilo que aumenta a produtividade e, em última instância, o padrão de vida de uma sociedade.


    Já bens de capital são todos os fatores de produção -- como ferramentas, maquinários, edificações, meios de transporte etc. -- que tornam o trabalho humano mais produtivo.

    Ou seja, bens de capital formam o capital. Bens de capital estão incluídos no conceito abrangente de capital. O capital engloba os bens de capital. Ao dizer "capital", você está automaticamente incluindo todos os bens de capital em sua fala.
  • Típico Filósofo  29/07/2013 17:38
    Senhor Leandro, grandes fortunas devem ser proibidas e não só taxadas.

    Pois, simplesmente, o lucro é gerado pelo salário não pago; o que significa que o quão menor forem as margens de lucro, maiores serão os salários. Trata-se duma lógica infalível já percebida pela esquerda americana democrata: Se menores forem as oportunidades de ganhos no investimento em uma determinada atividade, menores serão os lucros e maior será o número de empregos gerado por ela.
    Tal medida econômica civilizatória ainda está à caminho de nossa realidade tomada pelo individualismo burguês, entretanto, luto para que seja implementada.

    Toda esta discussão é apenas produto da luta de classes. Além disso, é válido ressaltar que existe uma escala moral da produção social(Como vislumbrado por Salle), onde fundos confiscados pelo Estado em prol do bem comum estão em um patamar moral do que se nas mãos daqueles que o geraram.

    Por que tanta relutância em aceitar a civilização?
  • Lopes  29/07/2013 18:13
    Brilhante produção, Leandro.

    Sem questionamentos, um de seus textos mais didáticos e o melhor relativo à tributação no site.
  • Pobre Paulista  29/07/2013 18:36
    Leandro,

    Todo imposto é sobre a renda no final das contas não? Afinal se não for sobre a renda é sobre o quê então?

    (Desculpe se a pergunta é de principiante, mas o texto deixa a entender que apenas os impostos sobre a renda são nocivos, e pra mim todo imposto é sobre a renda no final das contas...)
  • Leandro  29/07/2013 18:57
    O imposto de renda de pessoa jurídica na realidade incide sobre o lucro. A CSLL também. Já o PIS e o COFINS incidem sobre a receita bruta.

    Mas há também o IPI, o ICMS, a CIDE e o IOF que incidem sobre o preço final do produto, e não sobre a renda. Sem falar, é claro, em IPTU, IPVA, ITBI, ISS e vários outros.
  • Jeferson  29/07/2013 21:52
    Não sei se eu entendi direito ou se estou viajando, mas acho que ele está falando indiretamente. Se eu consumi (e portanto, paguei impostos sobre o consumo) é porque eu tive uma renda anterior a este consumo, logo, essa renda foi tributada no momento do consumo (ao invés de no momento da auferição dela). Se uma empresa teve receita bruta, logo teve renda, então, essa renda "bruta" será tributada. Se ela tem lucro é porque teve renda suficiente para pagar seus custos e ainda teve sobra, logo ela é tributada sobre essa renda "excedente".

    Sobre esta ótica, aparentemente todos os impostos seriam igualmente nocivos, mas dependendo do momento da tributação o estímulo trazido por ela varia. Se aplicações financeiras são taxadas, a tendência é que se poupe menos, fazendo com que haja menos dinheiro disponível para empréstimos e financiamentos, maiores juros, aumentando com isso o custo de investimento. Impostos que incidem diretamente sobre a renda têm um efeito bem parecido com este: reduzem a atratividade de investimentos, fazendo com que haja uma pré-disposição menor das pessoas em investir no setor produtivo.

    Já impostos que incidem diretamente sobre o consumo (ainda que indiretamente sobre a renda) aumentam os preços dos bens de consumo, reduzindo a atratividade deles. Se não compensa consumir aos preços de hoje, então as pessoas ficarão mais propensas a poupar para consumir mais no futuro, desde que seja verdadeira a premissa básica da poupança (só vale a pena poupar se o consumo futuro for maior que o consumo presente, ou seja, se os juros pagos superarem a inflação de preços).

    Falei alguma besteira? Entendi errado?
  • Pobre Paulista  30/07/2013 03:36
    Eu fui meio nessa linha. Até mesmo o imposto sobre a fortuna acumulada já foi tributado sobre a renda em algum momento.

    Mas não me ative a esse detalhe que o Leandro falou. Se o imposto incide sobre a renda, pouco importa se eu tive lucro ou não com a operação no final das contas. É diferente de um imposto sobre o lucro, onde eu já sei houve um ganho líquido. Por isso que o imposto sobre a renda é muito mais severo.
  • Nigro  29/07/2013 19:15
    E aí? Quem será o primeiro a comprar um lote no Galt"s Gulch?

    galtsgulchchile.com

    Leandro, vc sabe alguma coisa sobre este empreendimento além do conteúdo do site?

    abs e obrigado ao IMB
  • Me  29/07/2013 20:07
    Pesquisei mas não entendi ainda esse entusiasmo com o Chile. Até americanos estão assim.
    Pesquisei pouco?
  • mogisenio  29/07/2013 20:47
    DESCULPEM -ME PELO TAMANHO DO COMENTÁRIO. Eu copie algumas partes do texto do autor para tentar emitir uma opinião mais clara. Vamos lá.


    MEU COMENTÁRIO: Se considerarmos um ser vivo qualquer nasceu, que trabalhou duro, com todo preço que tem que pagar por isso, e ainda , com seu único e exclusivo mérito, venceu, acumulou riqueza – pagando todos os TRIBUTOS e não apenas impostos – diretos indiretos, entre outras classificações, e agora, do nada , aparece uma proposta de lhe retirar mais recursos , pode até se concluir que haja uma certa injustiça nesta proposta do IGF.
    Sim porque este sujeito sofreu com os baixos salários no Brasil ( como afirma o autor). Além disso, sofreu com o emaranhado de tributos brasileiros, com a alta carga tributária, com os "parasitas" burocráticos, com os descontos de seu salário, ou com o custo da folha de pagamentos, enfim, com tudo que foi mostrado, e mesmo assim, conseguiu acumular. Conseguiu gerar poupança! Ora, que diabos falar-se então de imposto sobre a minha grande fortuna!? ( aqui cabe um observação: a poupança só pode existir após um consumo, ainda que mínimo ou reduzido, afinal, NADA é de graça.)

    Logo, para acumular, necessariamente, precisa PAGAR pelo consumo da sobrevivência).
    Mesmo para aqueles que por questões de capacidade intelectual ( sim, uns são mais inteligentes do que outros) ou mesmo por sorte ( sim, uns têm mais sorte do que outros) também, a princípio, não seria justo simplesmente querer anular essa capacidade ou esta sorte do sujeito, só para retirar-lhe seu capital e entregar "de graça" para os outros.

    Sim, é claro, se o governo FEDERAL cortar despesas, mais recursos estarão disponíveis para qualquer fim.
    Todavia, com o devido respeito, o autor não manteve coesão e a coerência, ou pelo menos, observa-se uma certa incoerência de objeto do discurso. Ora, a proposta foi: Imposto sobre grandes fortunas e os baixos salários no Brasil.

    Mas o assunto é complexo porque trata-lo sem uma ideologia explícita ou implícita é quase impossível.

    Qualquer opinião emitida pode ser enquadrada de cara. Dizer que é a favor do IGF é o suficiente para lhe taxar de socialista. Ao contrário, seria capitalista liberal.

    O primeiro seria aquele que acaba com a propriedade privada. Querem se ver livres da "livre iniciativa e do capital etc.

    O segundo deseja a maior distancia do menor viés socialista possível. Enfim, tudo que todos nós já sabemos. Logo, penso ser infrutífera uma discussão do tema, nessa linha. ( capital vs trabalho ou bastante capital e pouco salário etc etc).


    TEXTO DO AUTOR (...)O curioso é que uma quantia muito maior do que esta pode ser conseguida pela simples reestruturação do Ministério da Educação, que torroumais de R$51 bilhões de reais em 2012.(...)

    (...) poderiam ser imediatamente abolidas, e liberariam muito mais do que R$14 bilhões. Veja aquio total das despesas de cada ministério.
    O fato é que nunca houve problema de falta de recursos. Um país cujo governo federal arrecada mais de R$930 bilhões por ano não tem o direito de dizer que precisa arrancar mais R$14 bilhões dos cidadãos."


    MEU COMENTÁRIO: Ora, se nunca houve falta de recursos e mesmo assim, não há poupança interna, então o recurso só pode ter "evaporado", ou consumido FORA DO PAIS etc.

    Ora mesmo se considerarmos o absurdo de 100% de carga tributária, todo o recurso privado estaria nas mãos do governo. Se só 1% destes recursos fosse direcionado para o pagamento de salários, subsídios e remunerações, este 1% seria transferido para algum lugar em troca de outros bens. Seriam consumidos internamente ou externamente.

    Os 99% restantes estariam se acumulando, ou sendo queimados, ou sendo transferidos para outro lugar bem longe do Brasil e acumulando-se lá.

    A propriedade ainda seria do país, ( haja vista a proteção universal da propriedade privada no sistema) a não ser em caso de doação para outros entes etc.

    Mas, estamos bem ou mal num sistema capitalista que defende e protege a propriedade privada. Logo, o dinheiro ( que é a resultante de ativo de um lado e passivo(financiador) de outro estará ali na sobra da equação patrimonial.

    Se preferir , podemos trata-lo de propriedade privada, bens, recursos, fator de produção etc. Nada mais justo e correto. A sobra patrimonial pertence ao PROPRIETÁRIO. Fim de papo.

    Ele o tem, o arriscou , o emprestou, e merece um retorno por isso. Ele almeja enriquecer-se, cada vez mais, como todos nós, egoístas e individualistas ( no bom sentido econômico de Smith).


    TEXTO DO AUTOR(...)Ignoremos também toda a questão moral que há por trás desta proposta de se tributar os mais ricos, ideia essa defendida por todos aqueles que cultuam a inveja. Ainda assim, a teoria econômica recomenda ser contra esta prática.
    Notemos bem, quer concordemos ou não com isso, a inveja está contida num dos sentimentos humanos."


    MEU COMENTÁRIO: Inveja existe até entre entes queridos. Eis uma questão a ser melhor tratada. Não basta que a teoria econômica apenas recomende ser contra a esta prática. Teoria nenhuma , nem mesmo a psicológica pode se dar ao luxo de anular esta prática. Inveja, mudando o que precisa ser mudado, existe até entre "empresas" com suas espionagens industriais!. Ora, onde está mérito?


    TEXTO DO AUTOR: O processo de criação de riqueza
    Para uma economia enriquecer e melhorar o padrão de vida de sua população, ela tem de produzir bens e serviços de qualidade. Quanto maior a abundância desses bens e serviços de qualidade, menor o preço deles e maior a qualidade de vida da população. O nível de riqueza de um país é proporcional à quantidade e à variedade de bens disponíveis em sua economia.
    Porém, para que eles sejam produzidos, é necessário haver capital. Capital, no caso, refere-se não ao dinheiro, mas a ativos físicos das empresas e indústrias.


    MEU COMENTÁRIO: E o que são ativos físicos das empresas e indústrias? Resposta: são bens que possuem DONO. Uma família qualquer, detentora deste fator de produção, resolveu "investir" ou emprestá-lo para uma ATIVIDADE QUALQUER para lhe gerar renda, juros ou lucro.

    Portanto, o capital ( ativado, empresarial, afora o de bancos e o de terras etc) gera sim a produção no sentido clássico. Todavia, o capital que gera a produção foi antes "emprestado". Em última instância pela família ( ou ente) detentor desta propriedade privada. E ao final, este capital gerará DINHEIRO, observando-se o custo de oportunidade, (Wacc a uma determinada TIR, ou tirm, cujo VPL seja positivo etc) Enfim tudo aquilo que todos nós já sabemos.

    Assim, uma vez ATIVADO um recurso qualquer ( que em última instancia SERÁ DINHEIRO, ou algo que possa se expressar em DINHEIRO) ele se tornará CAPITAL.
    Logo, os termos, dinheiro, capital, propriedade privada e afins, não passam de MESMA COISA com óticas ou momentos diferentes. O termo geral é propriedade privada. ( é claro, dinheiro fiduciário seria um desdobramento daquele atrelado , real etc. Vocês sabem muito bem do que falo)


    TEXTO DO AUTOR: Capital são as instalações, os maquinários, as ferramentas, os estoques e os equipamentos de escritório de uma fábrica ou de uma empresa qualquer. Ou seja, capital é tudo aquilo que auxilia um modo de produção
    Quanto maior a quantidade desse capital, maior será a intensidade, a abundância e a qualidade dos produtos criados.


    MEU COMENTÁRIO:

    NÃO NECESSARIAMENTE. Depende. Se alocar incorretamente uma quantidade de RECURSOS em determinado ATIVO, você NÃO GERARÁ ABUNDANCIA E QUALIDADE DOS PRODUTOS CRIADOS. Pode ter a certeza disso.
    Logo, a sua afirmação, com o devido respeito, esta equivocada. Monte um estrutura de capital inadequada e verás o resultado.


    TEXTO DO AUTOR: Portanto, para uma economia crescer e melhorar o padrão de vida das pessoas, ela precisa ser intensiva em capital.


    MEU COMENTÁRIO: Sim e não. Se tiver muito capital financiado por famílias alienígenas pode não resultar em crescimento INTERNO, mas sim, EXTERNO. Ora, porque no Brasil e em outros o PNB < PIB?

    TEXTO DO AUTOR: Qualquer outra maneira de melhorar o padrão de vida de um país que não seja por meio do aumento do capital acumulado será completamente insustentável. Essa, aliás, é a grande falácia do pensamento keynesiano, que diz que é o consumo que gera a riqueza. Se não houver produção, como pode haver consumo? Como você pode consumir algo que não foi produzido? Antes do consumo, tem de vir a produção. E, para haver produção, é preciso acumular capital.


    MEU COMENTÁRIO: Ok, é verdade que para se consumir um bem PRODUZIDO, precisa antes que o bem seja produzido.
    Todavia, a ideia central de consumo da equação geral , seria a igualdade. Consumo=produção= despesas ( mais ou menos por ai)

    O problema aqui, sem querer encontrar a fórmula mágica, é para onde , para quem , como vai ser consumido um determinado bem. Eis um problema , partindo-se do principio que houve intervenção , houve receita derivada e portanto, deverá haver alguma forma de voltar com tais recursos. Aqui, de fato, o Brasil deixa muito a desejar. Verdadeiros absurdos de muita receita pra quase nada.

    TEXTO DO AUTOR: O problema é que o capital não surge do nada; ele não cai do céu. Para haver um acúmulo de capital que possibilite toda essa produção, é preciso antes haver poupança. E poupança nada mais é do que a abstenção do consumo. O sujeito que poupa é aquele que deixa de consumir. Ao se abster do consumo, esse indivíduo estará liberando bens de consumo para serem usados nos processos de produção que irão criar os bens de capital.


    MEU COMENTÁRIO: Com o devido respeito, poupança NÃO É abstenção de consumo, da forma sugerida. Poupança ocorre, necessariamente, APÓS o consumo. Senão vejamos.
    Um ser humano qualquer só pode POUPAR ÁGUA, após o CONSUMO NECESSÁRIO PARA A SUA SOBREVIVÊNCIA. Ele jamais ( com a tecnologia atual) conseguirá sobreviver SEM ÁGUA.
    Da mesma forma, ocorre com bens produzidos. Primeiro, o sujeito compra e consome, ainda que o mínimo, algum bem: Água, alguma roupa( ainda que mais simples) pois, sedento morrerá além de não poder andar por ai pelado.

    Ademais, não há almoço grátis. Logo, só poupará após o pagamento deste almoço!
    Portanto, o sujeito que poupa NÃO É, necessariamente, aquele que deixa de consumir!
    Com o devido respeito caro autor, sua afirmação contém sério equívoco.

    Isso todavia, não invalida a importância da poupança interna. De fato, é preciso poupar para que possamos gerar investimentos. Tudo em âmbito interno, evitando-se assim, a necessidade de financiamentos externos os quais nem sempre, visam investimento de longo prazo etc. Geram sim, acumulação, mas para interesses alienígenas.

    TEXTO DO AUTOR(...)O problema com os salários pagos no Brasil
    Muitas pessoas podem aceitar a lógica da explicação acima, mas ainda assim podem se mostrar céticas ou até mesmo um tanto desanimadas. Várias recorrem ao seguinte argumento: "Eu até entendo que as coisas sejam assim, mas por que os salários no Brasil são tão baixos? Por que não defender a tributação dos mais ricos para ajudar a complementar estes salários e assim reduzir as desigualdades de renda? Sou assalariado, ganho pouco e quero melhorar minha vida já! Chega de patrões mesquinhos!".

    De fato, os salários no Brasil são muito baixos. No entanto, tributar os ricos para fazer esta complementação salarial é algo que teria efeito apenas de curto prazo.(...)

    MEU COMENTÁRIO: De fato, não basta regulamentar mais um imposto para enfrentar nossos problemas internos, mormente, o de distribuição. Ora, alguém gera renda, paga todos os tributos( não apenas impostos) que a priori, já servem para financiar o desenvolvimento do próprio Estado e ao final, recebem mais um imposto para o mesmo fim? Parece imbecil isto daí. Pelo conjuntura brasileira suponho que JAMAIS tal tributo será regulamentado por aqui. ( não pretendo discorrer sobre a possibilidade ou não desta regulamentação. Tema longo para outro texto.

    Limito-me a dizer-lheS que essa conversa de IGF é banal. (respeitando-se aqui aqueles que de boa fé a defendem).

    E como já dito, os salários do Brasil, são realmente baixos. Baixíssimos. Dai porque cair fora de salários , o quanto antes( tema que já abordei em outro texto sobre carreira, salários etc aqui neste sítio).

    No Brasil, você tem de pensar desde sempre em uma forma de não necessitar de SALÁRIO para sobreviver e muito menos para se enriquecer. Pra mim, salário é o mesmo que condenar um ser humano ao fracasso! Diante de nosso contexto, salário, emprego, carreira são imbecilidades para desorientados.

    Portanto, repita-se : caia fora de salários. O fator de produção que o gera é , sem dúvida alguma, o pior que pode deter um ser humano ou uma família. Prefiro vender capital e terra( estou restringido aos clássicos). Vender trabalho JAMAIS. E com ele deve ir para o inferno qualquer forma de argumentação quanto a empregos, trabalhos, etc etc. Pura banalidade ( no Brasil pelo menos) diante de tamanha desigualdade entre a "remuneração" dos fatores.


    TEXTO DO AUTOR: Conclusão

    (...)Em vez de aumentar impostos, deveríamos nos concentrar em como aumentar a riqueza. E o que gera riqueza é divisão do trabalho, poupança, acumulação de capital, capacidade intelectual da população (se a população for burra, a mão-de-obra terá de ser importada), respeito à propriedade privada, baixa tributação, segurança institucional, desregulamentação econômica, moeda forte, ausência de inflação, empreendedorismo da população, leis confiáveis e estáveis, arcabouço jurídico sensato e independente etc.
    Querer que a população enriqueça por meio de aumentos de impostos é querer a roda triangular. Querer que a iniciativa privada pague bons salários, forneça bons serviços e melhore a qualidade de vida da população estando sob todo o peso deste mamute estatal é querer milagres dignos de canonização. Odiar "patrões mesquinhos" é coisa de quem ignora por completo nossa realidade econômica e tributária.

    MEU COMENTÁRIO:

    Bem, se a divisão de trabalho gera riqueza, Smith, Ricardo, Taylor, Fayol, FORD entre outros, já provaram ao mundo, praticamente. Gera mesmo! E como gera! Não há como refutar essa premissa.

    Odiar patrões... Mesmo em Taylor, já se observou isso. ( odiado e amado Taylor)
    Pra mim odiar patrões é discussão banal. Infrutífera.

    A questão, portanto, não é essa. A questão é a de que todos os humanos normais ( de uma forma ou de outra) no fundo, é egoísta e individualista e visam a riqueza.( como já bem disse os precitados mestres).

    Logo, somente um desinformado para acreditar que SALÁRIO, gera riqueza. Somente um alienado mesmo, visa incrementar sua "remuneração" ou a remuneração da venda de sua força de trabalho , " bens" remunerados pelo salário.

    É aumentar salário nominalmente para ver os preços correrem atrás de novas "margens de contribuição".

    Aumentar a produtividade é alternativa recorrente para alguns. Pra mim não. É linha tênue. Fazer mais com menos, de forma eficiente, eficaz e efetiva, vai gerar ganhos para o "vendedor" de trabalho. Todavia, só pode gerar ganho ao vendedor quando, por óbvio, gerar mais ganho ainda ao comprador de trabalho.

    A riqueza não está no Trabalho mas sim no Capital. É o capital que compra o trabalho e não o contrário.

    Prefiro comprar trabalho e gerar lucro, renda, juros etc.

    Portanto, caros brasileiros, festejem e corram na atrás ou na frente das remunerações do CAPITAL , da TERRA, sobretudo , da de JUROS.
    Trabalho, no Brasil, com o devido respeito, é coisa para desorientados.
  • Jeferson  30/07/2013 14:51
    Mogisenio, primeiramente bem vindo ao site. Assumo: não consegui ler seu texto inteiro, e um dos motivos foi eu não ter entendido o que você está tentando defender com seu comentário. Me parece que você quis expor uma quantidade muito grande de idéias num espaço muito restritivo de texto, e acabou não conseguindo se expressar tão bem por causa disso.

    Mas pelo pouco que consegui captar, você parece ser a favor do texto de um modo geral, mas contrário em alguns pontos específicos. Se for o caso, talvez focar nesses pontos específicos nos ajude a te compreender melhor.

    Por exemplo, o único ponto específico que eu gostaria de comentar é o que você disse sobre capital. Embora realmente capital seja dinheiro ou um conjunto de objetos conversíveis em dinheiro (inclusive o trabalho de profissionais é conversível), o ponto do autor foi enfatizar que o que gera riqueza não é o dinheiro em si, mas todo o aparato que permite que bens sejam produzidos. Mesmo na sociedade que vivia no sistema de escambo, ainda existia capital (carroças, rocas, martelos, etc.), e é justamente esse capital - esse aparato - que permite que as pessoas consigam produzir mais bens ou serviços com menos horas trabalhadas.

    Embora tudo isso seja sim comprável ("conversível em dinheiro"), e embora o dinheiro que uma empresa tenha em caixa seja parte de seu capital, ele não está ajudando os trabalhadores daquela empresa a produzir. A partir do momento que esse dinheiro for transformado em capital, a empresa se torna mais produtiva, consegue atender a uma demanda maior, consegue reduzir o preço de seu produto, ganhar mais mercado... enfim, se torna mais competitiva.

    É importante diferenciar essas coisas porque no imaginário popular há um ódio grande pelo "Grande Capital", que está associado justamente à quantidade de dinheiro que alguém tem. Esse ódio foi incutido pelos nossos professores do colégio à faculdade, e é necessário um certo trabalho pra desconstruí-lo. Diferenciar "capital" de "dinheiro" e explicar por que o capital não é maligno, mas é bom, são passos fundamentais pra isso.

    Bom dia!
  • mogisenio  30/07/2013 20:02
    Caro jeferson, boa tarde
    Meu comentário ficou realmente enorme. Acaba gerando um certo desinteresse aos leitores. Concordo.

    Seguindo a sua sugestão serei breve desta vez. Vejamos.

    - Fui parcialmente a favor do texto. Isso porque esperar que o Estado "resolva" todos os nossos problemas com mais impostos parece-me idiotice. E no fundo, ninguém resolve problema de ninguém a não ser os seus próprios. ( uma leitura de Smith)

    Todavia, não sou necessariamente CONTRA aos impostos. Sou contra a gestão de um sistema. Impostos não passam de impostos.

    Quanto ao capital, creio que aqui neste sítio não há ingênuos. Aqui, certamente, não há pessoas que se enquadram no "imaginário popular". Pelo contrário, basta observar os diversos comentários para se concluir que praticamente todos estão bem acima do suposto "imaginário popular". Uns tendendo para um lado outros não.

    Logo, desnecessária a preocupação em separar dinheiro de capital e de propriedade privada. Tudo isso ai representa a mesma coisa com óticas diferentes e partem dos fatores de produção clássicos como terra, capital, trabalho. Este último o pior de todos, sem a menor sobra de dúvidas.

    O capital social só pode ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro. Sim, há registros da existência do escambo como v. disse. Coisa do passado que não se aplica aos nossos diais.

    Portanto, CAPITAL SOCIAL é dinheiro, em última instancia. O resto representa lançamento contábil para se chegar a bens de capital. E quanto a isso, sim, concordo com você. O dinheiro isolado não gera nada. Mas não é essa a lógica das partidas dobradas, nem tão pouco da existencia de entes com responsabilidade própria, como são as pessoas jurídicas.

    O IGF pelo que se especula visa a "grande fortuna". E grande fortuna, só pode ser ou gerar ou se traduzir em CAPITAL e TERRA etc. Jamais em TRABALHO. Repita-se jamais.

    Quanto ao ódio de alguns, isso fica para esses "alguns", embora, o sentimento seja temeroso. E o incremento deste "ódio" não é bom pra ninguém. As razões são várias e discursos para analisá-las não faltam. Talvez ai resida a necessidade do Estado. Mas, isso , note bem, sempre nos remete a uma discussão carregada de interesses e ideais. Portanto, resulta numa discussão infrutífera que pode ser traduzida na eterna luta entre capital vs trabalho.

    Prefiro o caminho mais prático: fujam do trabalho, o quanto antes.


    Você usou os seguintes termos: profissional, trabalho. E eu fui bem claro ao final de um dos meus comentários ao dizer que os mais atentos devem sair, o quanto antes, da remuneração oriunda do próprio "trabalho". Trabalho é para desinformados!

    Nesse sentido defendo o FIM do trabalho. Devemos inventar uma outra forma. Um outro fator, e abandonar de um vez por todos o trabalho.

    Exemplificando o que digo de forma muito simples, pode-se dizer que o "sonho" dos humanos ( nesta ótica econômica) é TER propriedade privada. Todos a almejam, conscientes ou inconscientemente. E nada contra a isso.

    Ademais, uma empresa - pessoa jurídica , com personalidade própria distante da figura dos seres humanos "sócios acionistas ou quotidas" - só pode existir com a INTEGRALIZAÇÃO DE BENS. E estes bens devem ser, necessariamente dinheiro ou conversivel em dinheiro, como dito. E se conversível , foi dinheiro num momento anterior. Logo, é propriedade privada conversível em unidade monetária.

    A atividade empresarial nada mais é do que um EMPRÉSTIMO de unidades monetárias para um ente jurídico gerar riqueza. Este é o objetivo precípuo. Há outros, porém, como dito, este é o fundamental. Os outros são secundários. São consequências do primeiro como bem observou o grande Smith.

    Digo-lhe mais. Não é objetivo de um atividade empresarial sofrer ou buscar a concorrência ou participar de um mercado competitivo. Competição e concorrência ocorrem mas, por óbvio, não são os objetivos destes entes jurídicos. O objetivo precípuo é a remuneração do capital investido, considerando-se , o wacc ou cmpc, o vpl positivo, a implementação de políticas corretas, a uma determinada tir ou tirm, num dado segmento. Tudo isso para se alcançar o lucro líquido disponível. "O dinheiro no bolso".

    Professores só podem nos ensinar até um certo momento de nossas vidas a partir do qual, tornamo-nos independentes. Uns mais independentes, outros menos. Portanto, desnecessária a preocupação ou a tentativa de tratar a propriedade privada, ou o capital da forma sugerida por você.

    Capital não é maligno. Só desorientados chegariam a tal conclusão. Ora, porque concluir que o CAPITAL é maligno? Quem causa algum mal para outrem não pode ser o capital, que se resume a um ser inanimado, fictício, ou apenas garantido via propriedade privada.

    Quem age e causa um bem ou um mal, não é o SER inanimado. Quem age é o humano. O resto são "recursos" impactados pelas ações daquele.

    Por fim, tributo( imposto, taxa, contribuições, emprestimo compulsorio), dinheiro, moeda, papel pintado, propriedade privada, capitalismo, socialismo, economia, direito, etc, são institutos, CRIADOS pelo humano para "tocar" a vida.

    Uns sabem operar estes institutos ( de forma brilhante ) outros não. Em nosso sistema atual, o brilhantísmo desta operação, digamos assim, foi muito bem ilustrado por Smith , com a sua "mão invisível".


    Saudações.
  • Me  29/07/2013 21:12
    Ah sim: www.heritage.org/index/
  • anônimo  29/07/2013 23:57
    É mais justo tributar os mais ricos. Os ricos pelo menos têm dinheiro pra pgar impostos, os pobres não tem.
  • anônimo  29/07/2013 23:59
    O problema não são os impostos, mas a maneira como são o dinheiro dos impostos é usado. Se o governo para de usar dinheiro na cueca, no sapato, para de dar dinheiro para ONGs, MST, MLST, paradas gays, e investir na saúde e na educação, a situaçao melhora.
  • Luciano A.  30/07/2013 05:17
    A fala da deputada diz 907, mas o artigo do Zeca Dirceu fala de 56 mil pessoas afetadas, transcrevo abaixo:


    " O projeto, que está pronto para entrar na pauta de votação da Câmara, prevê a criação de nove faixas de contribuição baseadas em acúmulo de patrimônio, sendo a última acima de R$ 150 milhões. Pelos dados da Receita Federal, há no Brasil apenas 56 mil pessoas habilitadas nas faixas patrimoniais acima do piso."

    Qual seria a quantidade correta?

    Quero deixar claro que minha intenção é apenas esclarecer a questão, pois não importa a quantidade, mesmo se esse tributo só afetasse uma única pessoa, ainda assim seria um roubo.

    Uma dúvida:
    Leandro, a mão de obra e a terra também são parte do capital? Eu já ouvi muito: "terra, capital e trabalho", como se estes dois fatores não fossem integrantes do capital. E na descrição de capital do seu texto, que eu considerei ótimo como sempre, você também não os menciona diretamente.
  • Leandro  30/07/2013 10:15
    De fato, essa cifra de 56 mil pessoas parece ser bem mais realista.

    De resto, quando se diz "terra, trabalho e capital", o "capital" em questão se refere ao capital física, como máquinas e ferramentas.

    Não mencionei 'terra' porque isso há de sobra no Brasil, e nunca foi problema. Nem mesmo o capital físico (no sentido de maquinário de qualidade) é um grande problema, dado que ele pode ser prontamente importado, bastando para isso que o governo remova as tarifas de importação e reduza a carga tributária geral.

    É justamente a qualidade do trabalho (ou capital humano) que não pode ser remediada no curto prazo, e é exatamente por isso que é importante ter um capital físico de qualidade, para contrabalançar a baixa qualidade do capital humano.
  • Melanie S.  30/07/2013 11:44
    Eu acho que a deputada quis ressaltar o poder de arrecadação desse imposto. Ela está dizendo que para levantar o montante de 14 bilhões destinado à saúde, basta o esforço de "míseros" 907 contribuintes. Ela não está dizendo que existem 907 apenas. :)
    Se de 907 contribuintes sugam-se uns 14 bilhões, então imagine de 50 mil!
  • Wagner  30/07/2013 12:53
    Ricos já não deixam/investem seu dinheiro no Brasil por causa do cenário político terrível, se começar a extorquir ainda mais a unica coisa que vai acontecer é que eles vão se mudar.
    Esses 907 podem facilmente comprar a cidadania em outro país e levar toda a fortuna embora, pra tentar arrecadar um pouco mais e bancar mais regalias pra político vagabundo a massa rica da população pode acabar abandonando o país. Sinceramente, se eu estivesse entre os 907 minha fortuna já estaria em outro lugar faz tempo, isso é só mais um incentivo.

    Esse tipo de imposto é um roubo descarado com o único objetivo de empobrecer o rico... enriquecer o pobre não é a questão aqui.
  • mogisenio  30/07/2013 15:36
    Caro Wagner, com o devido respeito, há tremendo sofisma em seus argumentos. Senão vejamos.

    Você estabelece uma condição: "se eu estivesse entre os 907" ( reportando-se aos "ricos")

    e , em seguida, noutra proposição, sugere que a condição seria suficiente para que : "minha fortuna já estaria em outro lugar faz tempo".

    Ato contínuo, conclui, sem qualquer premissa, o seguinte:

    "Esse tipo de imposto é um roubo descarado com o único objetivo de empobrecer o rico... enriquecer o pobre não é a questão aqui."

    Não há como concordar com tais argumentos, haja vista a falta de embasamento.

    A uma porque: não se pode afirmar que haveria o afastamento do CAPITAL do Brasil, somente pelo surgimento do IGF.( arrisco-me a dizer-lhe que nem mesmo o seu). Ora, se é racional , só poderá concluir pela permanência deste no lugar que lhe oferece "melhores condições" no binômio, risco vs retorno!

    O que se leva em consideração, como bem disse - direta ou indiretamente - o autor do texto em determinadas passagens, é o caráter de estabilidade jurídica, econômica, enfim, um ambiente adequado para ATIVAR os recursos e partir dai, gerar riqueza para todos ainda que não proporcional , outrossim, direta ou indiretamente.

    Em sentido oposto ao proposto por v. , os baixos salários ( de per si) geram ,exatamente, o efeito contrário, isto é, a permanência no Brasil ou a atração de capitais para o Brasil( assim como para a China, neste particular, por exemplo).

    E onde há condições favoráveis, o investidor racional, vai levar o seu recurso, sem a necessidade de vender ou comprar a nacionalidade.( suponho um equivoco de sua parte ao tratar como "cidadania") Ora, estamos num mundo que há tempos, ou desde sempre,(surgimento do capitalismo) foi globalizado.

    O imposto não empobrece, necessariamente, o rico. Ele gera receita para outro ente administrar.

    O IGF ainda não surgiu aqui no Brasil. É preciso definir sua hipótese de incidência, base de cálculo para se chegar a tal conclusão. Note bem, um nome não significa nada, ou quase nada, em matéria tributária.

    Em última instância, poderá , ou certamente será, caso seja regulamentado, de caráter não cumulativo travestido de cumulativo.

    Ora, aumentando-se o custo de um investimento qualquer este , por óbvio, será compensado com ajustes na margem, transferindo o custo para o efetivo consumo de um bem qualquer. Eis a racionalidade.

    Todavia, o ente público auferirá nova receita a ser aplicada. A dúvida, ou a certeza, ou a controvérsia, seria exatamente, a captação de mais um recurso da propriedade privada para aplicação, nem sempre eficiente ou eficaz, ou mesmo ineficaz por parte de "gestores" públicos. Eis o problema.

    O debate: rico vs pobre, é , em sua grande maioria, infrutífero. Não me parece que encontrará consenso. Ao que tudo indica que há sim, a propagação de ideologias de forma explícita ou implícita, com objetivos muitas vezes questionáveis.


    Saudações
  • Leonardo Couto  30/07/2013 13:11

    Artigo importante, Leandro. Um dos grandes conceitos econômicos equivocados que se comete é considerar determinada tributação como nociva apenas a quem ela primeiro incide.

    Você fez um grande serviço ao bem da compreensão econômica ao demonstrar que a taxação sobre grandes fortunas, bem como qualquer tipo de taxação, repercute além dos limites de seus destinatários iniciais. Afinal, nós sabemos que as interações econômicas fazem impostos incindirem com grande equidade contra a economia como um todo.

    Eis um bom artigo que melhor vai ao encontro do desejo de ajudar aos menos prósperos:

    Alguns conselhos para aqueles que genuinamente querem ajudar os pobres
  • Anonimo  30/07/2013 14:55
    Deve ser uma merda ser funcionário público e saber que contribui um pouco para prejudicar o Brasil.
  • FeroBHZ  30/07/2013 19:53
    Leandro

    Parabéns pelo texto. Estou engatinhando na leitura sobre economia, minha formação é jurídica, achei muito bom o seu texto, embora se faz necessário fazer algumas reflexões, ainda que modestas.

    Sou contrário ao socialismo - não gosto do PT e seu assemelhados, mas não comungo de um pensamento liberal extremo, acredito mais em um pensamento liberal moderado.

    Não acredito que uma desregulamentação total da economia seja algo bom e que resolva todas as mazelas do Pais, basta lembrar a recente crise Americana de 2008, que decorreu justamente por desregulamentação excessiva do setor bancário e imobiliário. Acho salutar, como papel do Estado, algum tipo de regulação, mas em base que promova a competitividade, empreendedorismo e que estabeleça um cenário econômico de segurança jurídica para a livre iniciativa.

    Assim, não há como suprimir o papel do Estado. Certo. Mas dá para discutir o seu tamanho e sua forma.

    Neste sentido, não acho que o problema seja os servidores públicos concursados. Acho demérito achincalhar todos de parasitas. Não é por ai.

    Se as pessoas fizeram concurso é porque a estrutura, o sistema político-social, lhes induziram a isso. Seria necessário uma mudança profunda que não conduzisse a criação de cargos e conduzisse a massa de concursados para a iniciativa privada.

    Neste ponto acho que precisa-se de um equilíbrio..pois o que se vê hoje é faculdade de balela que despejam milhares de bacharéis de diploma na mão sem qualquer qualificação que se possa fazer defesa (basta olha a quantidade de faculdade de Direito - um recorde mundial!!). O que resta a este povo? Fazer concurso...infelizmente, pois esta massa de "formado" se não fossem submetidas ao maior estelionato educacional da historia mundial, poderia ter sido engajada em meio mais produtivo na iniciativa privada se houvesse esta mentalidade no nosso Pais.


    E de certo que o desejado são serviços público de qualidade e certamente colocar no mesmo balaio todos os servidores é cometer um erro de ignorância, pois existem áreas essenciais do Estado que precisam de um corpo de excelência e bem remunerados visando a eficácia e eficiência dos seus serviços.

    Concordo que quanto mais receita para o Estado mais despesa aumentara na proporção do crescimento daquela. O que fazer?. penso que seria necessário reduzir o tamanho do Estado certamente.. a começar por proibir a nomeação de cargos em comissão de livre nomeação e exoneração, esse o verdadeiro câncer da administração pública.

    Não os cargos concursados legitimamente preenchidos que são o problema e sim a sua quantidade. Dá para reduzir o cargos concursados?.. Claro que dá.. basta criar um formato diferente..com base na meritocracia, induzindo-se o resultado como fio condutor da ação do Estado.

    O Estado precisa ser menor? sim!!, mais eficiente e gerar menores gastos, desde que mantenha uma corpo qualificado e profissionalizado estritamente em numero adequado e que haja um impacto regulatório suficiente para inibir assimetrias de mercado, mas que ao mesmo tempo permita e induza a livre iniciativa e a competitividade.

    Outro exemplo, para reduzir o tamanho do Estado, poderia-se reduzir o tamanho do legislativo (Federal, Estadual e Municipal) e por tabela uma miríade de cargos inúteis ligados ao assessoramento de cargos políticos - o país precisa de quadro qualificado de legisladores e não quantidade excessiva de sugadores e criadores de despesa.

    Bom.. e minha modesta opinião..






  • Leandro  31/07/2013 03:30
    Prezado FeroBHZ, seja bem-vindo ao site. É natural que você repita este chavão de que "a crise foi causada pela falta de regulamentação". Impossível não pensar assim quando se é diuturnamente bombardeado pela imprensa com tais notícias.

    Recomendo que dê uma olha no nosso site para ver o quão mentirosa é este raciocínio.

    No link abaixo, temos uma enorme compilação de artigos sobre a crise.

    www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=8

    Em específico, recomendo estes:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=171
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=168
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=124
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1514

    Grande abraço!
  • Almirante  31/07/2013 05:36
    Eu diria, inclusive, que um dos primeiros passos para começar a entender economia é desligar a televisão e parar de ler jornais. Só escrevem e falam bobagens na mídia hoje em dia.
  • Antônio Galdiano  02/08/2013 13:59
    "Eu diria, inclusive, que um dos primeiros passos para começar a entender economia é desligar a televisão e parar de ler jornais. Só escrevem e falam bobagens na mídia hoje em dia."

    Não necessariamente.
    1) Relembraria você da premissa de Sun Tzu:
    Conhecer o inimigo

    2) É possível reciclar coisas inúteis:
    Lembre-se que o setor de telecomunicações aproveitou a tecnologia militar que "conquista do espaço" para fazer algo que realmente preste para humanidade.

    Note que o IMB não se furtou a fornecer parecer sobre essa onda de reivindicações das ruas, notadamente de caráter redistributivista. Ignorar o errado é conivência.
  • Marcio L  30/07/2013 20:44
    Gostaria de saber o que vocês pensam sobre a transição? Já imaginaram o cenário de acabar com o SUS de imediato.

    O que ocorreria com as pessoas que dependem dele, não estou falando das pessoas que trabalham, mas dos idosos por exemplo, que não tem mais condições de trabalhar e que podem não ter filhos em condições de sustentá-los e que necessitem de medicamentos para doenças crônicas.

    Muitos destes idosos não tem acesso a estes medicamentos pelo próprio Estado e são obrigados a comprar, outros não compram por não ter $ suficiente e acabam morrendo, seria a morte por não ter condições de cuidar da própria saúde a melhor solução? Acho que neste caso os Libertários deveriam ser os primeiros a pensar em uma solução (pode ser não Estatal, para estes casos)
  • Nigro  30/07/2013 23:50
    inicialmente, vouchers.
  • Marconi  31/07/2013 02:14
    O ideal seria que as soluções tivessem custo mínimo de burocracia. Talvez uma renda mínima que seria inserida e automaticamente debitada da conta do sujeito em favor de uma seguradora de saúde, fosse o ideal.

    O cara não poderia sacar o dinheiro, apenas teria de escolher qual a seguradora de saúde (ou plano de saúde) iria abocanhar o dinheiro. Prático.
  • Leandro  31/07/2013 03:35
    Seria uma verdadeira mamata. O sonho de toda e qualquer empresa: ter clientes compulsórios. E ainda com débito automático.

    Corporativismo em dose máxima.
  • Marconi  01/08/2013 01:08
    Exatamente! Mas é por saúde, já que todos querem ter.
  • Emerson Luis  01/08/2013 17:22
    Mas haveria diversas empresas concorrendo e as pessoas poderiam escolher entre elas.

    * * *
  • Ali Baba  31/07/2013 14:40
    @Marcio L,

    Não existe isso de acabar imediatamente com nada. Por isso as revoluções só são possíveis quando o caos está tão grande que simplesmente ninguém mais aguenta o status quo.

    Dito isso, existem provavelmente diversas maneiras de fazer uma transição do SUS para um sistema privado. A maneira que eu mais sou simpático é a descentralização e a desestatização gradual. Eis como eu penso que poderia funcionar:

    Comece acabando com a artificialidade de ter um sistema "único". Regionalize cada atendimento e acabe com o fluxo de recursos do centro para a periferia. Os impostos atualmente pagos para o sistema central seriam retidos pelas regionais e jamais atingiriam os cofres centrais.

    Passada essa fase de transição, é hora de fatiar as regionais. Agrupamentos mais lógicos podem ser feitos (como atendimento básico, secundário e terciário, atendimento generalista, etc) por pessoas que entendem do riscado (médicos, enfermeiros e administradores de saúde, nada de burocratas que não tem nenhuma experiência de campo) e então leiloados para a iniciativa privada. Isso pode descer até o nível mais básico, como leiloar um posto de saúde. Na realidade não importa muito como as regionais serão fatiadas, depois de leiloadas podem ocorrer consolidações não previstas inicialmente... um fatiamento mais lógico aumenta a chance de vender a fatia por um bom dinheiro.

    Muitos empreendedores vão surgir para absorver esses empreendimentos onde eles forem lucrativos. Onde eles forem menos lucrativos (finalmente vamos saber onde eles estão), os próprios trabalhadores (médicos, enfermeiros, auxiliares, vigias, etc) podem se encarregar do empreendimento através de cooperativas.

    Enquanto isso está acontecendo, os impostos para o setor (que já estão regionalizados) vão sendo eliminados, sendo substituídos por fundos de custeio voluntários. Os trabalhadores que quiserem podem optar por um dos diversos fundos que surgirão uma vez que essa possibilidade for aberta a iniciativa privada. O restante do dinheiro em poder do estado para esse fim (inclusive o obtido com os leilões) pode ir para um caixa único temporário que produza vouchers e facilite a transição de pessoas que forem pegas desprevenidas. Quando o dinheiro acabar, acabou.

    Os grupos donos dos fundos fazem os acordos necessários com cada unidade de atendimento que foi leiloada anteriormente. Alguns até compram unidades nesses leilões e as administram.

    Isso feito, é razoável que uma ou mais rodadad de consolidações ocorram, em que as unidades leiloadas vão começar a ser geridas por cada vez menos grupos até que o tamanho ideal seja definido pelo Mercado.

    Algumas dessas unidades serão adquiridas e geridas por grupos sem fins lucrativos, ou grupos de caridade (igrejas, associações de moradores, etc) e serão sustentadas pela doação de seus benfeitores.

    Os funcionários públicos ligados a essas unidades vão ter de renegociar seus contratos com os atuais empregadores e, provavelmente, verão seu salário descer a níveis hoje pagos pela iniciativa privada. No entanto isso é transitório. A medida que os empreendedores descobrem novos nichos, os funcionários que forem eficientes começam a ser absorvidos pela estrutura privada. Os ineficientes podem procurar algo útil para fazer (como vender peixe).

    As pessoas começam a ter mais opções sobre o que fazer com a sua própria vida: contratar ou não um fundo/seguro-saúde; contratar o fundo mais caro mas que permite cirurgias de mudança de sexo ou o mais barato que não permite. Começam a fazer apostas concientes: não tem histórico de cancer na família, posso pagar um seguro mais barato que não tem quimioterapia e, caso tenha um cancer, procurar quimioterapia na iniciativa privada por fora do seguro. Etc. Inaugura-se mais um nicho de mercado: você pode pagar para um especialista para selecionar um seguro-saúde e explicar o funcionamento e a limitação desses caso você não tenha capacidade para tanto. Empresas podem bancar esse especialista para seus funcionários.

    Os fundos e seguros são auditados por empresas certificadoras privadas e os melhores podem inclusive cobrar mais por isso. As empresas certificadoras que não certificarem direito vão perder a reputação e ser expurgadas do Mercado gradualmente. Os fundos não certificados começam a perder espaço para os certificados, uma vez que a diferença de preço é mínima e o serviço é melhor nos últimos.

    Ocorre um apelo a unificação de sistemas e prontuários, uma vez que beneficia a todos. Os fundos que não querem fornecer cirurgias de mudança de sexo podem lucrar com o acesso aos dados dos pacientes que agora optaram por essa cirurgia obtido pelo seu médico privado, logo há uma vontade nesses fundos de conversar a mesma língua, tanto entre si quanto com a iniciativa privada, o que começa uma busca por formatos e padrões uniformes e interoperáveis. Novamente as certificadoras tem mais um nicho de mercado ao garantir que os fundos aderem a padrões. Como a diferença entre os fundos aderentes e os não aderentes é mínima, os não aderentes perdem espaço: Por R$ 1,00 a mais na sua mensalidade você garante a possibilidade de troca de fundo com transferencia automática de todo seu histórico! Uma pechincha!

    Bem-vindo ao Mercado regulando o sistema de saúde.
  • Marcio L  31/07/2013 15:23
    Obrigado pela resposta, muito boa por sinal.
  • mogisenio  01/08/2013 13:21
    Caro Ali,


    Como bom gestor que parece ser, você foi bem claro quanto ao procedimento, ao e ao processo e às metas a serem alcançadas(eficiência, eficácia) Todavia, algumas premissas não foram tão claras assim. razão pela qual, vou enumerá-las a seguir para obter melhores esclarecimentos. Vejamos.


    1)- Você partiu da premissa dee que o "caos" estará tão grande que "ninguém" mais aguentará o status quo.

    Que caos seria este? Revolucionário? Convulsão social? Guerra? Sem qualquer direito garantido? Ou ainda haveria algum controle social?

    Por gentileza, deixe bem claro esta premissa.

    2) - Logo em seguida, você disse: "Dito isso, existem provavelmente diversas maneiras de fazer uma transição do SUS para um sistema privado. A maneira que eu mais sou simpático é a descentralização e a desestatização gradual. Eis como eu penso que poderia funcionar:"(...)

    Aqui parece-se que v. sabidamente considerou um risco. Todavia não o delimitou. Apenas se limitou a inserir o vocábulo " provavelmente". Assim, seria importante, definir, por exemplo, algum "grau de liberdade", algum intervalo de confiança, provável, para que possamos , ainda que aproximadamente, "medir" o grau de risco desta probabilidade. Lembremo-nos da "normalidade" de Gauss, por exemplo. Assim, qual seria , em sua opinião, este risco?

    E ainda:
    Se v. parte de uma transição descentralizada e/ou desestatizada ( compreendo até aqui) v. parece entrar em conflito com o suposto "caos" do status quo sugerido na premissa anterior.

    Assim, como se daria essa descentralização ou desetatização, dentro do "caos" do status quo do item anterior?


    3) Vencidas estas etapas iniciais e importantíssimas, diga de passagem, você parte para a "gestão da transição".

    Aqui ainda persistem dúvidas, agora de caráter mais operacional/implementativo espalhadas ao longo de seu comentário.

    Todavia, para não me delongar, prendo-me apenas a esta passagem:

    "Comece acabando com a artificialidade de ter um sistema "único". Regionalize cada atendimento e acabe com o fluxo de recursos do centro para a periferia. Os impostos atualmente pagos para o sistema central seriam retidos pelas regionais e jamais atingiriam os cofres centrais"

    A dúvida seria: diante das premissas anteriores e diante deste processo implementativo( ou deste projeto) logo acima, pergunto-lhe:

    Como se daria este "acabar com a artificialidade"? Quem faria isso e como?

    Como os diversos "interesses" envolvidos no status quo foram ultrapassados ou "vencidos" ou negociados?

    Enfim, v. parece partir de uma brusca ruptura mas não deixa muito clara qual seria.

    Em outras palavras, há um ambiente POLÍTICO, a ser "administrado" para se chegar ao PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO, compreende-me? Não me refiro, necessariamente, aos "nossos políticos" corruptos ou ao governo, a um partido político, nada disso isoladamente.

    Estou me referindo à política efetiva, "pura", aquela que precisamos para tratar de interesses. Afinal, o que mais se tem é conflito de interesses. O mercado é um excelente "normatizador" econômico. Mas mesmo nele, é preciso existir algum tipo de condição, sob pena de permanência num suposto caos ou coisa parecida. iz-me entender? Não estou lhe dizendo que sou contra o mercado ok? Estou querendo compreender bem o que v. disse.

    Não raro, você usa o verbo na primeira pessoa( ex: comece, regionalize etc) . Portanto, pergunto-lhe: quem seria o sujeito que praticaria a ação dos citados verbos?

    Enfim, no geral eu lhe compreendi. E, cabe salientar que não estou aqui trollando ou mascarando "pegadinhas" esquerdistas ou direitistas ou seja qual for, para tentar lhe combater.

    Estou tentando compreender , dentro daquela sua visão de gestor implementador, como se daria este seu projeto. Só isso ok?

    Assim, seria útil que publicasse o que pensa sobre estas preliminares implementativas.

    Saudações


  • FeroBHZ  31/07/2013 13:24
    Vou ler os artigos indicados Leandro.. Obrigado pela dica. Abraços.
  • anônimo  04/08/2013 19:20
    Se en um dado país, por exemplo, 30% da população for pobre a ponto de morrer por inanição e 5% é rica. Se cobrar impostos desses 5% mais ricos para dar para os 30% mais pobres eles irão passar a sobreviver e sair da pobreza ou o aumento dos preços dos produtos será maior que o aumento da renda dos pobres?
  • anônimo  04/08/2013 21:19
    Reformulando a pergunta: taxando os ricos e dando apenas aos que se encontram em extrema pobreza, não iria melhorar, mesmo que minimamente, a situação desses desamparados?

  • Henrique  04/08/2013 22:14
    Ora, é claro que sim. Qualquer pessoa que passe a receber dinheiro diretamente terá sua situação melhorada. Isso vale tanto para mortos de fome quanto para funças ou empreiteiros com contratos com o governo. Ninguém em sã consciência nega que uma pessoa estará em melhor situação caso passe a receber dinheiro. Não há absolutamente nada de controverso nisso.

    A questão é analisar os efeitos disso sobre todo o resto da economia.

    No seu exemplo, as pessoas deixariam de estar com fome. Mas isso duraria quanto tempo? Afinal, sentir fome é algo diario, já o dinheiro a ser tributado é algo finito. Mais ainda: tributar ricos não gera produção de comida. É isso que não está fechando neste seu cenário. Para saciar a fome, a tributação não apenas teria de ser eterna, como teria de ser crescente -- pois a riqueza dos ricos é finita e passaria a ser decrescente tão logo a tributação fosse imposta, ao passo que, simultaneamente, tal tributação não faria nada para aumentar a produção de alimentos.

    Ou seja, você quer resolver um problema dinâmico dando uma sugestão estática, uma sugestão que tem alguma seventia para um período de tempo muito pequeno, como um mês ou um ano. Para além disso, os problemas passam a ser outros. Como continuar tributando uma riqueza que se tornou menor? Como garantir um aumento da produção de comida em um cenário de maior carga tributária?
  • anônimo  04/08/2013 22:59
    Então...no longo prazo essas pessoas não sairão da extrema pobreza sendo isso possível apenas no curto prazo, correto?
  • Fernando Schoulten  04/08/2013 23:03
    Lendo esse artigo e pensando em meus colegas de trabalho que reclamam do salário baixo ao mesmo tempo que glorificaram o último pagamento do Abono Salarial. Acho que a tarefa mais difícil dos libertários é passar uma explicação similar a essa do artigo à grande massa.
  • CAPITALISTA   25/08/2013 02:52
    Leandro, li o artigo e acabaram me surgindo alguns questionamentos juntando com o aprendizado de outros artigos daqui e meu conhecimento já tido. Leio os artigos do IMB há meses e lhe peço a gentileza de me explicar certas dúvidas:

    1) Como foi dito e entendo perfeitamente, o nível de instrução da população é vital para a elevação da produtividade do trabalhador e, portanto, da renda também. No entanto, em outros artigos defendia-se a extinção do sistema público de educação. Sem sombras de dúvida, um sistema 100% privado seria muito superior quando se fala de qualidade, no entanto, o "raio de alcance" não seria menor devido aos custos? Acredito que nao teria um impacto positivo na instrução por muitos terem o acesso restrito, principalmente a universidades, por exemplo, caras.

    2) Eu nunca entendi muito bem tal pensamento "A poupança, ou seja, a abstenção do consumo, aumenta a produção de riqueza na forma de produtos ou serviços". No entanto, não compreendo como isso é possível... Uma diminuição no consumo aceleraria a produção? Não "sobrariam" bens, já que o consumo é menor e produção, maior?

    3) Eu sou defensor da ideia de que o Estado deve diminuir sua atuação na economia e suas atividades. Inclusive defendo que todos os impostos sejam concentrados diretamente no consumo, e não divididos e aplicados em diversos pontos. Assim, haveria uma drástica redução da burocracia e ao mesmo tempo um forte estímulo ao investimento, já que apenas o consumo seria taxado. Acredito que assim o nível de desenvolvimento seria muito mais elevado. Poderia-se zerar o imposto de importação (já que o importado também receberia todos os impostos sobre consumo e o produto nacional sai da indústria ou de onde for com muito pouco imposto.) Na minha visão, isso também impulsionaria as exportações, já que quase não levariam impostos. Por fim, a economia iria muito bem.
    O que acha deste pensamento? Acha válido como melhoria ao sistema atual?
  • Leandro  26/08/2013 04:42
    1) No Brasil, há educação pública do jardim de infância ao pós-doutorado. E, de acordo com os principais rankings internacionais, ocupamos sistematicamente os últimos lugares em termos de educação. Está mais do que óbvio que o nosso sistema educacional -- completamente sob controle do Ministério da Educação -- é uma tragédia e precisa ser, não reformado, mas sim completamente abolido e reinventado.

    Nossas sugestões:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=319
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1137
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1072

    2) Utilizando apenas esta frase, realmente fica difícil entender todo o raciocínio que levou a ela. Sugiro estes artigos:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=487
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=552

    3) Perfeito.

    Grande abraço!
  • CAPITALISTA  28/08/2013 00:56
    Obrigado! Ótimos artigos!

    Ultimamente estive em uma discussão sobre cotas raciais... Incrível cada asneira que se houve... A Esquerda consegue sempre se superar...
  • anônimo  02/09/2013 15:36
    Ora, é claro que sim. Qualquer pessoa que passe a receber dinheiro diretamente terá sua situação melhorada. Isso vale tanto para mortos de fome quanto para funças ou empreiteiros com contratos com o governo. Ninguém em sã consciência nega que uma pessoa estará em melhor situação caso passe a receber dinheiro. Não há absolutamente nada de controverso nisso.

    A questão é analisar os efeitos disso sobre todo o resto da economia.

    No seu exemplo, as pessoas deixariam de estar com fome. Mas isso duraria quanto tempo? Afinal, sentir fome é algo diario, já o dinheiro a ser tributado é algo finito. Mais ainda: tributar ricos não gera produção de comida. É isso que não está fechando neste seu cenário. Para saciar a fome, a tributação não apenas teria de ser eterna, como teria de ser crescente -- pois a riqueza dos ricos é finita e passaria a ser decrescente tão logo a tributação fosse imposta, ao passo que, simultaneamente, tal tributação não faria nada para aumentar a produção de alimentos.

    Ou seja, você quer resolver um problema dinâmico dando uma sugestão estática, uma sugestão que tem alguma seventia para um período de tempo muito pequeno, como um mês ou um ano. Para além disso, os problemas passam a ser outros. Como continuar tributando uma riqueza que se tornou menor? Como garantir um aumento da produção de comida em um cenário de maior carga tributária?"


    Então a inflaçào, se o dinheiro novo criado for entregue aos pobres, tira eles da pobreza, pois assim como a taxação e a redistribuição é uma forma de transferência de renda, certo?
  • Leandro  02/09/2013 15:56
    De início, tal medida daria a eles um maior poder de compra instantâneo. Porém, tão logo eles gastassem esse novo dinheiro, os preços subiriam a novos patamares, levando esses pobres a uma situação pior do que a anterior, pois agora os preços estarão mais altos e eles não mais terão esse dinheiro criado, pois já o gastaram.

    Ou seja, se você fizesse isso uma vez, os pobres de fato poderiam adquirir novos produtos, mas, no final, com os preços mais altos e com esse dinheiro já gasto, eles estariam com ainda menos poder de compra do que antes desta medida.

    E se você repetisse este ato uma segunda vez, além de uma nova ascensão de preços, os pobres no final estariam em situação ainda pior do que antes: os preços já subiram duas vezes, mas eles estão com o mesmo dinheiro de antes da medida.

    Em suma, não há como fazer mágica. Você não pode enriquecer a todos apenas criando dinheiro.
  • anônimo  22/10/2013 13:59
    Olá, primeiramente parabéns pois gostei bastante do artigo e concordo com seu ponto de vista. Só um detalhe é que eu acho que a tal "Lei de Parkinson" na verdade é um ensaio em tom de humor e não um artigo de cunho científico. A Wikipedia em português faz uma menção incorreta sobre a publicação feita no The Economist. A Wiki em inglês me parece mais correta:

    en.wikipedia.org/wiki/Parkinson%27s_law

    Do site acima:
    "Parkinson's law is the adage first articulated by Cyril Northcote Parkinson as part of the first sentence of a humorous essay published in The Economist in 1955:[1][2]"

    em outro ponto:
    "Much of the essay is dedicated to a summary of purportedly scientific observations supporting his law,..."

    É fato que o artigo foi escrito com base em dados reais da marinha britânica, mas mesmo assim acho que seria legal citar a fonte mais honesta (wikipedia em inglês).

    Abraços,
  • Leandro  22/10/2013 14:11
    Não, a fonte original é essa:

    sas2.elte.hu/tg/ptorv/Parkinson-s-Law.pdf
  • Rubens  11/11/2013 16:23
    Achei o artigo sensacional, esclareceu-me em muitos aspectos.

    Uma parte suscitou-me dúvidas, porém: o autor aduz que o excesso de tributação é um dos fatores preponderantes para a existência de salários tão baixos - como no caso do Brasil. O problema é que parece incorreto (ao menos pra mim, iniciante na ciência econômica) concluir que, se os tributos e as exigências trabalhistas fossem extintos, o dinheiro gasto pelas empresas com estas exações seria convertido a seus empregados. Imaginemos que o governo edite, hipoteticamente, uma lei abolindo o FGTS. Será que as empresas incorporariam as somas anteriormente gastas com esse encargo ao salário de seus empregados?

    Enfim, agradeço pelo valioso artigo e, desde já, por qualquer esclarecimento adicional.
  • Leandro  11/11/2013 17:03
    "O problema é que parece incorreto (ao menos pra mim, iniciante na ciência econômica) concluir que, se os tributos e as exigências trabalhistas fossem extintos, o dinheiro gasto pelas empresas com estas exações seria convertido a seus empregados."

    Não apenas parece incorreto concluir isso, como de fato é totalmente incorreto concluir isso. Não é à toa que o artigo em momento algum se entrega a tais devaneios.

    Uma coisa é dizer que a tributação pesada da folha de pagamentos impede grandes aumentos salariais (o artigo faz isso). Outra coisa, totalmente distinta, é dizer que a mera eliminação desta tributação faria, com toda a certeza, que os salários subissem de imediato. Isso não necessariamente ocorreria.

    E disto é possível tirar a seguinte conclusão: esta intervenção estatal no mercado de trabalho é tão brutal e obtusa, que ela gera severas distorções que não serão corrigidas com a simples eliminação desta intervenção. Ela já condicionou os trabalhadores a trabalhar por pouco. Nada garante que a sua simples eliminação fará com que todos passem a ganhar mais. O estrago já foi feito e sua reversão não é tão simples. Esta é uma das mais básicas lições do intervencionismo.
  • Maurício.  16/11/2013 05:35
    Excelente texto do Rodrigo Constantino sobre a vontade do governo petista de aumentar ainda mais os já absurdos impostos: veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/economia/presidente-do-pt-quer-mais-impostos-sobre-os-ricos/
  • Luís Guilherme Sella  07/04/2014 14:29
    Esta lógica de que o capital poupado será quase que automaticamente re-investido nos meios de produção só funcionaria num mundo ideal. Se pagando impostos o capitalista ainda obtém lucro dos seus meios de produção, porque ele iria querer mudar esta realidade? Ele poderia muito bem utilizar esta "economia" relativa ao não pagamento de impostos em qualquer outra coisa que não seja a própria empresa.

    Vamos considerar as seguintes hipóteses: E se o capitalista após ser privado do pagamento de impostos não re-investisse este capital nos meios de produção? Se ele resolvesse investir toda essa grana adquirindo, por exemplo, imóveis para alugar e deixar "rendendo"? Ou decidisse simplesmente "torrar" tudo e virar o "rei do camarote"? Onde ficaria o aumento da oferta de bens de consumo, o aumento de salários e a geração de tecnologia?

    Tudo bem, ele estaria sujeito à concorrência do mercado. Nada impede que um outro capitalista decida aplicar o dinheiro dos impostos em seus próprios meios de produção e triunfar sobre o concorrente perdulário. Mas no mundo de hoje, quantos são os "ricos"?

    Considero um tanto quanto utópico imaginar que estes "grandes" re-investiriam automaticamente estas "sobras" em suas empresas. Funcionaria, talvez, com pequenos e médios, mas vale lembrar que estes "ricos" já estão sentados em uma estabilidade confortável nos negócios. Eles são, geralmente, produtores de insumos vitais para quase todas as cadeias produtivas e, por isso, detêm um poder sobre as forças de produção bastante consolidado. Como sabem que boa parte da economia depende deles, seria improvável que fossem destronados caso optassem por simplesmente torrar a grana.

    Pois bem. Aqui vem a minha teoria um tanto quanto fantasiosa, mas que talvez, quem sabe, faça sentido. Se os problemas são a falta de garantia no destino destes recursos economizados com o não pagamento de impostos, a ineficiência do governo em utilizá-los quando arrecadados e a má distribuição de renda, que tal se o capitalista fosse "convencido" (gentilmente ou obrigado por lei) a fazer uma divisão dos lucros entre todos os seus empregados? Desta forma, ele não pagaria impostos para o governo (o "intermediário") e faria distribuição dos lucros de forma direta. Hoje no Brasil a CSLL varia de 12% a 32% dependendo do ramo de atividade. Vamos supor que estes grandes "ricos" reservassem esta percentagem dos lucros e dividissem igualmente entre todos os funcionários como "reconhecimento" da produtividade deles. Confesso que tenho minhas dúvidas quanto à minha própria teoria, mas não seria mais "justo"?

    Outra opção seria abolir os impostos sobre PJs, principalmente os que incidem sobre o lucro: IRPJ, CSLL... Custear um estado mínimo somente com impostos sobre PFs em alíquotas progressivas, sem taxar qualquer atividade econômica produtiva e entender "renda" somente como ganho de capital sobre capital aplicado. Ou seja, por exemplo, o salário seria apenas o produto da venda da mão de obra do trabalhador, portanto uma atividade econômica, não uma aplicação de capital com intuito de fazer "render". Ele não obteve "renda" nesta transação, apenas fez um comércio de sua força de trabalho. Caso ele pegue este dinheiro e aplique em algum negócio que faça com que o capital "renda", aí sim ele paga imposto. Entender também que empresas não se beneficiam de capital e não "gastam" dinheiro. Quem se beneficia dos lucros é o dono da empresa (ou os donos). São eles que consomem produtos e serviços em benefício próprio quando a empresa lucra. Desta forma, o empresário só pagaria imposto quando retirasse capital da empresa para utilizá-lo em seu benefício: seria a "renda" sobre o capital que aplicou nos meios de produção anteriormente, o capital inicial. Acredito que neste modelo o capitalista seria impelido a re-investir os lucros da empresa na própria empresa, nos bens de capital, na mão de obra e em inovação, sob pena de ser tributado caso decida utilizá-los exclusivamente para si.

    Um tanto autoritário, eu sei, mas considero pragmático. Passar de um mercado altamente regulado e de uma sociedade totalmente catequizada sobre a "benevolência" do Estado para um laissez fare absoluto demanda uma transição. Vale lembrar que boa parte dos milionários que existem hoje são monopolistas criados pela proteção do Estado, não necessariamente pelos seus méritos.
  • Liam Neeson  07/04/2014 14:40
    "E se o capitalista após ser privado do pagamento de impostos não re-investisse este capital nos meios de produção?"

    Se ele fizer isso, simplesmente não terá como expandir sua empresa. Aliás, não terá nem como repor seus estoques. Será desalojado do mercado.

    Mas, mesmo assim, se ele realmente quiser fazer isso, e daí? Por que ele não pode ter essa liberdade de ser burro? Até você tem...

    "Se ele resolvesse investir toda essa grana adquirindo, por exemplo, imóveis para alugar e deixar "rendendo"?"

    E daí? Por que ele não pode ter essa liberdade? Até você tem...

    "Ou decidisse simplesmente "torrar" tudo e virar o "rei do camarote"?"

    E daí? Por que ele não pode ter essa liberdade de ser burro? Até você tem...

    "Onde ficaria o aumento da oferta de bens de consumo, o aumento de salários e a geração de tecnologia?"

    De onde você tirou que absolutamente todos os ricos têm a obrigação de aumentar a oferta de bens de consumo, de aumentar salários e de criar tecnologia? Se o sujeito quiser dissipar toda a sua riqueza e ficar pobre, que o faça.

    "vale lembrar que estes "ricos" já estão sentados em uma estabilidade confortável nos negócios."

    É mesmo? "Estabilidade confortável"? Isso prova que você desconhece completamente a história.

    O que houve com os ricaços da década de 1980?

    "que tal se o capitalista fosse "convencido" (gentilmente ou obrigado por lei) a fazer uma divisão dos lucros entre todos os seus empregados?"

    Parabéns pela franqueza, embora deva lamentar a covardia de utilizar o termo "convencido" em vez do "coagido". Você é apenas mais um totalitário que acha que descobriu o segredo para a felicidade do mundo e quer obrigar todos -- por meio da violência -- a seguirem esta luz que só você viu.

    "Confesso que tenho minhas dúvidas quanto à minha própria teoria, mas não seria mais "justo"?"

    Genial. Primeiro você diz que sua ideia tem de ser implantada à força (os ricos devem ser "gentilmente ou obrigados por lei"). Depois, só depois, você expressa dúvidas a respeito da própria teoria criada.

    Mas e daí? O que importa é que, para você, tomar a propriedade alheia e redistribuí-la de acordo com seus próprios caprichos é o que "seria mais justo".

    "Quem se beneficia dos lucros é o dono da empresa (ou os donos). São eles que consomem produtos e serviços em benefício próprio quando a empresa lucra."

    Ignorância atroz. Se os lucros realmente fossem utilizados pelos empreendedores para consumir "produtos e serviços em benefício próprio", então simplesmente não haveria mais empresa nenhuma.

    Entenda uma coisa: lucros são reinvestidos na empresa, seja na forma de reposição de estoques, seja na forma de expansão dos negócios, seja na forma de contratação de novos trabalhadores, ou até mesmo na forma de aumentos salariais. Se os lucros fossem consumidos em produtos e serviços, as empresas simplesmente não seriam capazes nem de repor seus estoques. A padaria da esquina não teria nem como comprar farinha para fazer mais pão.

    Essa ideia de que lucros servem apenas aos caprichos dos capitalistas é uma das coisas mais ignaras que alguém já foi capaz de inventar.

    "Acredito que neste modelo o capitalista seria impelido a re-investir os lucros da empresa na própria empresa, nos bens de capital, na mão de obra e em inovação, sob pena de ser tributado caso decida utilizá-los exclusivamente para si."

    Meu filho, ele já faz isso. Se ele não fizer, ele sai do mercado. Acorda! Em vez de ficar ouvindo baboseira de professor de economia, vá dar uma voltinha, vá conversar com empreendedores e vá conhecer o mundo real,

    "Um tanto autoritário, eu sei, mas considero pragmático."

    Lindeza moral sem fim!


    Leia isso pelo amor a qualquer que seja a sua deidade:

    O que houve com os ricaços da década de 1980?
  • Luis Guilherme Sella  10/04/2014 05:58
    Liam Neeson, grande ator, vamos com calma. Vou começar levantando uma bandeirinha branca e deixar claro que discordo veementemente de qualquer tipo de autoritarismo e de início de agressão a não agressores da mesma forma que você, acredito. Minha intenção com o comentário anterior foi levantar hipóteses, questionamentos... Ser uma espécie de "advogado do diabo". Nada de defender posicionamentos e verdades absolutas. Em nenhum momento blindei de suspeitas nenhuma de minhas colocações, muito menos mencionei que seriam Santo Graal para coisa alguma. São apenas suposições e devaneios de uma mente que tem o direito de ser burra assim como a de alguns tem o direito de ser arrogante. Nada rigidamente científico já que minha intenção nem de longe é ser inspiração para "gênios" das políticas econômicas. Sobre o que eu penso - como está explícito por mim no texto -, nem eu concordo com o "proposto". Todavia, acredito que uma reforma no Estado precisa ser feita com parcimônia: uma "abertura lenta, segura e gradual" da economia, assim como quando se trata um vício. A sociedade precisa ser "desmamada" aos poucos da droga do Estado e, para que os efeitos das crises de abstinência não tomem conta dos indivíduos, alguns cuidados precisam ser tomados para que não haja recaída. Posto isto, vamos por partes tal qual você fez.

    Se ele fizer isso, simplesmente não terá como expandir sua empresa. Aliás, não terá nem como repor seus estoques. Será desalojado do mercado.

    Mas, mesmo assim, se ele realmente quiser fazer isso, e daí? Por que ele não pode ter essa liberdade de ser burro? Até você tem...


    Sim, ele terá como continuar expandindo a empresa dele. Pela sua lógica, nenhuma empresa que paga impostos gera lucros e pode ser expandida? No modelo atual, empresas pagam impostos - escorchantes, é verdade - e, sim, muitas delas crescem, inclusive as grandes. Desta forma, o empresário detentor de grandes fortunas que for privado da obrigação de pagar impostos poderá manter a mesma taxa de investimento anterior. Ele pode simplesmente "embolsar" o lucro extra sem prejudicar a empresa. Se ele tem direito de fazer isso? É claro que tem! Em que momento eu mencionei que ele não poderia fazê-lo? O problema não está em onde ele vai enfiar o dinheiro, mas sim no argumento que prega ser automática a conversão do lucro referente ao não pagamento de impostos em investimentos nos meios de produção. Pra esse contexto ideal acontecer, seria necessária a contrapartida do empresário, e não se pode negar que isso tem chances de não acontecer. Ele quebraria? Pequenos e médios, certamente. Mas grandes barões estão sentados sobre a influência que tem sobre todo o mercado. Em geral, eles são donos dos meios de produção de matérias primas e de todo o tipo de insumos necessários para todas as outras cadeias produtivas. São o topo e a base ao mesmo tempo e tem - à revelia da intervenção dos Estados -, um poder direto e indireto sobre todos os meios de produção e podem manipular mercados e governos com relativa facilidade. A longo prazo, o livre mercado tenderia a destroná-los, mas a curto e médio eles teriam uma grande oportunidade de aumentar seus patrimônios a ponto de não "precisarem mais trabalhar" mantendo a mesma política de investimentos e de salários de sempre.

    Numa reforma que eu consideraria prudente nos devaneios desta mente burra (eu admito), ele seria privado do pagamento dos impostos, sim. Mas aquilo que antes pagaria para o governo ele seria obrigado a reinvestir nos meios de produção através de participação nos lucros. Assim, a mesma percentagem - ou talvez menor - que pagaria em imposto, ele redistribuiria na própria empresa. O Estado, a princípio, deixaria de ser o intermediário e tornaria este "barão" ator principal no aumento da renda dos trabalhadores, dando chance a eles de consumirem mais, de pouparem mais e de (por quê não?) tornarem-se futuros concorrentes.

    De onde você tirou que absolutamente todos os ricos têm a obrigação de aumentar a oferta de bens de consumo, de aumentar salários e de criar tecnologia? Se o sujeito quiser dissipar toda a sua riqueza e ficar pobre, que o faça.

    O rico não tem obrigação nenhuma de aumentar a oferta de bens de consumo! O rico não tem obrigação de nada, na verdade. De onde você tirou no meu texto alguma menção a isso? Mas vamos ao cerne do argumento: a defesa da não taxação sobre grandes fortunas se baseia justamente na ideia de que se pagarem menos impostos, os "grandes empresários ricos" poderão reinvestir este lucro extra nas próprias empresas. Assim eles produziriam mais bens de consumo, aumentariam os salários dos empregados e fariam a economia como um todo crescer. Pois bem. Quem está delegando aos ricos a responsabilidade de aumentar a oferta de bens de consumo e fazer a economia crescer neste caso? Por que não poderiam ser os próprios empregados deste rico, ganhando maiores salários com a participação sobre os lucros, a assumirem o papel de poupadores/investidores; capitalistas?

    É mesmo? "Estabilidade confortável"? Isso prova que você desconhece completamente a história.

    Grandes bilionários são geralmente frutos de ocasiões. De tempos em tempos surgem novos nichos nos mercados e quem sabe aproveitá-los da maneira certa é recompensado com uma rápida ascensão (veja a trajetória do Vale do Silício). Na medida em que o "novo" mercado vai sendo explorado por outros investidores e se consolida como meio de produção, a tendência é de que a situação vá voltando ao equilíbrio e que os "pais" sejam suplantados pelos seguidores em maior número. Fora isso, existem bens de produção que tem uma demanda praticamente garantida durante longos períodos de tempo e os detentores destes mercados nem sempre estão sujeitos aos altos e baixos radicais de outros mercados menos estáveis. É o caso dos produtores de minério de ferro, aço, petróleo, soja e etc. Muitas outras cadeias produtivas dependem da oferta destes bens, portanto, quem detém os meios de produção sobre eles tem os mercados nas mãos. Podem não ser, necessariamente, bilionários da Forbes, mas a riqueza acumulada por eles não pode ser considerada "mixaria". Concordamos que o livre mercado retiraria boa parte do poder das mãos destes barões, mesmo porque muitos só existem porque são tutelados pelo Estado. Mas até que a concorrência possa incomodá-los, eles dificilmente seriam afetados sem que um longo período de ajustes na economia se passe. Em uma reforma liberal (creio eu) não bastaria que o Estado, a princípio, simplesmente abrisse mão das regulamentações. Antes ele precisaria, além de reformar os critérios de suas regulamentações, (nos devaneios desta mente burra) tentar equilibrar as coisas retirando um pouco do poder destes "grandes". Este processo conteria medidas que os fariam distribuir parte de seus lucros (diretamente com seus empregados, talvez, mas nunca através do Estado), o que daria oportunidade de novos investidores ganharem terreno sobre os monopólios e cartéis até então formados por eles. Uma forma de dar "chance" para que outros médios e pequenos investidores possam adentrar nestes mercados, tornando-os, assim, mais competitivos de fato, não apenas em teoria.

    Parabéns pela franqueza, embora deva lamentar a covardia de utilizar o termo "convencido" em vez do "coagido". Você é apenas mais um totalitário que acha que descobriu o segredo para a felicidade do mundo e quer obrigar todos -- por meio da violência -- a seguirem esta luz que só você viu.

    Volto a repetir. Posso estar errado, mas acredito que sair de um mundo baseado em coerção para um mundo totalmente livre requer uma transição responsável. "Convencido" foi ironia, embora você não tenha percebido. Pelo visto, o mundo em que você acredita é o mesmo que os socialistas projetam para "despues de la revolución sangrenta" ou talvez possa ser alcançado por um estalar de dedos. Sem pragmatismo e cautela, qualquer mudança abrupta nos padrões vigentes pode gerar distorções insuportáveis. É esse o "desmame" lento e gradual para evitar crises de abstinência e possíveis recaídas (governo Lula em 2002, por exemplo).

    Genial. Primeiro você diz que sua ideia tem de ser implantada à força (os ricos devem ser "gentilmente ou obrigados por lei"). Depois, só depois, você expressa dúvidas a respeito da própria teoria criada.

    Não sei se percebeu, mas não estou elaborando nenhum tratado político, sociológico ou econômico aqui.

    Mas e daí? O que importa é que, para você, tomar a propriedade alheia e redistribuí-la de acordo com seus próprios caprichos é o que "seria mais justo".

    Não defenda os seus argumentos distorcendo o dos outros.

    Ignorância atroz. Se os lucros realmente fossem utilizados pelos empreendedores para consumir "produtos e serviços em benefício próprio", então simplesmente não haveria mais empresa nenhuma.

    Entenda uma coisa: lucros são reinvestidos na empresa, seja na forma de reposição de estoques, seja na forma de expansão dos negócios, seja na forma de contratação de novos trabalhadores, ou até mesmo na forma de aumentos salariais. Se os lucros fossem consumidos em produtos e serviços, as empresas simplesmente não seriam capazes nem de repor seus estoques. A padaria da esquina não teria nem como comprar farinha para fazer mais pão.

    Essa ideia de que lucros servem apenas aos caprichos dos capitalistas é uma das coisas mais ignaras que alguém já foi capaz de inventar


    Leia novamente meu texto, por favor. Utilizar todos os lucros em benefício próprio é uma coisa. Utilizar lucros "extra" em benefício próprio sem reinvestí-los é completamente diferente. E se os lucros não servem apenas para o capricho dos capitalistas, oras, pra que eles servem, então? Por que o cara vai investir o capital dele e trabalhar para fazê-los render se ele não quer utilizar os retornos em benefício próprio? Por que o trabalhador vai colocar o tempo e a força de trabalho dele se ele não quer obter lucro com isso? No seu mundo, os empresários vivem somente pelas empresas, gostam de morar de aluguel em bairros de classe baixa, andam de carro velho e se alimentam de luz?

    Meu filho, ele já faz isso. Se ele não fizer, ele sai do mercado. Acorda! Em vez de ficar ouvindo baboseira de professor de economia, vá dar uma voltinha, vá conversar com empreendedores e vá conhecer o mundo real,

    Amigo, em que momento eu mencionei que o empresário não reinveste seus lucros na própria empresa? Em que momento eu condenei os empreendedores? Em que momento eu me desliguei do mundo real? Quem parece estar no mundo da fantasia é você. Vá ver a realidade dos empregados destes "grandes barões". Não defendo, de maneira nenhuma, socialismo ou qualquer tipo de intervencionismo ou planejamento econômico central. Apenas observo (e transito por várias realidades diferentes) que o caminho para uma economia mais favorável a todos deve passar por reformas em etapas. Pregar a ideologia liberal e querer implantá-la a qualquer "custo", simplesmente abolindo impostos e Estado do dia para a noite é o mesmo que pregar o comunismo e querer organizar {i]la revolución sangrenta[/i]. Uma ideologia norteia nossas ações, é o "objetivo final". Cabe a quem acredita nela organizar os meios para alcançar esta meta da melhor forma possível. O que os meus devaneios propõem é justamente o encolhimento do Estado com a não arrecadação dos impostos destas grandes fortunas. Que, se há uma concentração ilegítima de renda na mão destes barões, a distribuição dela seja feita de forma direta, não através do Robin Hood estatal. E que esta medida seja temporária e apenas uma pequena parte de uma grande reforma que vá eliminando aos poucos a influência do Estado nas nossas vidas, deixando, ao mesmo tempo, uma sociedade com oportunidades de ser competitiva de fato.

    Grande abraço e sucesso.
  • Eduardo R., Rio  14/04/2015 03:52
    "Tributar grandes fortunas estimulará êxodo de brasileiros", por Mário Luiz Oliveira da Costa.
  • Aprendiz  15/12/2015 14:42
    A realidade é que, sempre que o governo eleva impostos, ele concomitantemente eleva seus gastos correntes. Os gastos do governo sempre sobem junto com o aumento das receitas. E isso é uma empiria observada ao redor do mundo.

    Eu gostaria que alguém pudesse me mostrar dados e fontes ou explicasse o porquê de SEMPRE isso ocorrer.

    Desde já agradeço a compreensão.


    "O pior do estado ainda está por vir!"
  • Leandro  15/12/2015 14:43
    Neste artigo há o gráfico que comprova isso:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2073
  • Aprendiz  15/12/2015 15:00
    Boa tarde Leandro,
    obrigado por tão prontamente responder a minha pergunta. Logo lerei o artigo.
  • Ítalo  24/02/2017 00:15
    Eu sempre fui aluno nota 11. Cresci sendo domesticado com as marolagens de FGTS, INSS, 13º, etc. Mas com meu ímpeto de indagação, não entrei nessa até hoje. Estou há mt tempo (menos de 1 anos) planejando empreender. No momento sem capital suficientemente expressivo para começar o que quero, me resta ficar por aqui estudando sobre assuntos relacionados à empreendedorismo, inovação e economia e trabalhando em desenvolvimento para web até arranjar uma grana ou um investidor que compre minha ideia ou até conseguir criar meu MPV e botar para arrebentar.

    Tive oportunidade de pegar uma cota em concursos e levar o primeiro lugar (fui aprovado na ampla) e entrar já ganhando 4 mil no TJ do meu estado. Como não fiz isso, outro assumiu. Tenho repulsa pelo setor público, e pior ainda quando se fala de cotas. Acho ele muito obsceno e dói-me os olhos quando entro em órgão público e vejo os barrigudos folgados conversando nos corredores feito ratos de plantão.

    Penso que se o país está ruim é por que a nação em geral apoia este descaso, e sendo assim, quando outro concurso que fiz completar 2 anos para findar o prazo de chamada (o mesmo foi bloqueado por 'suspeitas' de fraude e corrupção) e não me chamarem, vou levar na justiça para exigir o direito de assumir, pois é direito adquirido, e com isso arrumo meu capital em menos de 6 meses. Que tomem na bunda os pagadores de impostos que permitiram esse caos todo. É fácil querer mordomia pelo estado e ser socialista, mas pagar a minha conta não querem.

    A vida é assim. Vida fácil não tem graça. O legal é vencer as adversidades...
  • Yuri Vianna  16/05/2019 02:49
    Uma dúvida:

    Considerando que toda forma de tributação é destrutiva/indesejável, na visão de um economista austríaco, como são vistas as isenções fiscais aplicadas a setores específicos? Elas produzem mais efeitos benéficos ou maléficos sobre a economia ?

    Politicamente é claro que elas são um sintoma do nefasto capitalismo de compadrio que temos no Brasil. Mas e as consequências em termos econômicos? Positivas ou negativas?

  • Eduardo Chaves  01/04/2020 22:53
    Como é aquela célebre frase: não farás os pobres ricos, tornado os ricos pobres? ou algo assim?


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