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O atual arranjo cambial tem menos de 50 anos - e decorre de um acidente artificialmente criado
E suas consequências são sentidas diariamente

Pouco se comenta sobre isso, mas o arranjo de taxas de câmbio flutuantes é uma invenção extremamente jovem. Fará apenas 48 anos de idade em agosto deste ano.

No entanto, se você é do tipo que acompanha o que os economistas dizem, terá a impressão de que câmbio flutuante não apenas é uma espécie de lei que jamais deve ser transgredida, como, mais ainda, terá a impressão de que tal arranjo sempre predominou na história do mundo, e que para sempre predominará.

Nada mais falso.

A história da civilização ocidental, desde a Renascença em diante (em outras palavras, toda a história do capitalismo moderno), é majoritariamente uma história de moedas estáveis, atreladas ao ouro e à prata — e, em alguns casos, feitas realmente de ouro e de prata. Moedas flutuantes, com efeito, sempre existiram, mas sempre eram marginais, sem nenhuma importância. Os países de economia mais bem sucedida sempre tiveram uma moeda estável, atrelada ao ouro.

E foi assim até 1971. 

Em 1971, o mais bem-sucedido e mais influente país era, obviamente, os Estados Unidos, o qual, até então, sempre utilizara, desde o seu surgimento em 1789, uma moeda atrelada ao ouro. Os primeiros 182 anos da história americana ocorreram sob um padrão-ouro.

Aliás, a história é ainda maior: esses 182 anos de moeda americana atrelada ao ouro foram, na realidade, uma continuação de 600 anos anteriores de moedas européias atreladas ao ouro. 

E então, do nada, "algo aconteceu" — e deu-se início ao atual arranjo de moedas flutuantes, que perdura até os dias de hoje.

Este foi o evento econômico mais importante do século XX (sim, mais importante do que a queda do comunismo, pois a moeda afeta o padrão de vida de todas as pessoas do globo). O que foi que aconteceu para gerar este arranjo?

Para começar, podemos citar as coisas que não aconteceram. Não houve nenhum desastre econômico que deu início a este novo arranjo. Não houve nenhum fracasso monumental do sistema de padrão-ouro global, até então conhecido como o sistema de Bretton Woods. Não houve nenhuma reunião de líderes governamentais de todas as partes do mundo, em algum hotel de luxo, para criar um novo sistema global de moedas flutuantes. Não houve nem sequer uma proposta para se estabelecer um sistema global de moedas flutuantes.

Não houve tratados, referendos ou discussões, como os que precederam a criação da zona do euro. Quando o sistema global de moedas flutuantes primeiramente surgiu, no dia 15 de agosto de 1971, era para ser apenas uma medida temporária. Ninguém imaginou, à época, que um novo sistema estava surgindo par ficar.

O sistema global de moedas flutuantes, esse mesmo sistema que temos hoje, surgiu por acidente.

Como ocorreu

O ano era o de 1965. Economicamente, os EUA estavam no auge. Foi um dos melhores anos para a economia americana no século XX. Pergunte a qualquer americano que era um adulto à época e ele provavelmente concordará com essa afirmação.

Em 1965, os EUA estavam no padrão-ouro havia 176 anos. A classe média americana havia alcançado o apogeu da prosperidade, sendo a inveja de todo o mundo. Em termos relativos, o nível de prosperidade da época jamais seria equiparado novamente. Outros países como Alemanha, Japão e até mesmo o México estavam enriquecendo rapidamente, uma vez que eles também participavam do padrão-ouro global, tendo suas respectivas taxas de câmbio fixadas em relação ao dólar (o qual, por sua vez, tinha um valor fixo em relação ao ouro).

Em 1965, os EUA estavam vivenciando um boom econômico gerado pelos cortes de impostos sancionados pelo presidente Kennedy em 1963, e que entraram em vigência em 1964. Porém, e infelizmente, o então presidente Lyndon Johnson começou a aumentar os impostos novamente, pois tinha de pagar pela Guerra do Vietnã e, principalmente, pelos vastos e inéditos programas sociais que ele havia criado em seu programa A Grande Sociedade.

Já em 1969, o presidente Nixon dobrou os impostos sobre ganhos de capital, elevando a alíquota máxima para quase 50%. Houve uma recessão.

De olho nas eleições de 1972, Nixon começou a fazer de tudo para reativar a economia. Em 1970, ele colocou Arthur Burns na presidência do Federal Reserve, o Banco Central americano. Para reverter a recessão, Burns deu início a uma agressiva política monetária expansionista, reduzindo os juros e expandindo a oferta monetária e de crédito, sempre de acordo com os princípios das doutrinas keynesianas e monetaristas da época.

Isso deu origem aos fenômenos econômicos que hoje são conhecidos como "os choques da era Nixon". As tentativas de se implantar "políticas monetárias arbitrárias" entraram em conflito com o sistema de padrão-ouro vigente da época, que não permitia arbitrariedade na política monetária. 

Essa política monetária expansionista aumentou enormemente a quantidade de dólares no mundo. E quanto mais esses dólares se acumulavam nas mãos de governos estrangeiros, mais estes governos exigiam que fossem restituídos em ouro. O país mais agressivo em suas exigências era a França, liderada pelo principal conselheiro monetário de Charles De Gaulle, o economista defensor do padrão-ouro clássico Jacques Rueff. Isso gerou uma severa redução no estoque de ouro em posse do governo americano.

Com o tempo, a situação do governo americano foi se deteriorando até que as coisas chegaram a um momento decisivo. Nixon teria de abrir mão ou de sua política monetária frouxa ou do padrão-ouro. 

No dia 15 de agosto de 1971, um domingo, Nixon foi à televisão e disse que o governo americano não apenas não mais iria restituir dólares em ouro, como também declarou o fim do sistema de Bretton Woods, desatrelando completamente o dólar do ouro.

Ato contínuo, todos os outros países do mundo repentinamente se viram em uma situação sombria: quando o dólar estava atrelado ao ouro, estes países podiam simplesmente atrelar suas moedas ao dólar, e isso faria com que eles automaticamente também estivessem em um padrão-ouro (esse, em suma, era o sistema de Bretton Woods).  

Agora, no entanto, com a saída dos EUA do sistema de Bretton Woods, o dólar não mais tinha nenhuma ligação com o ouro. Pior ainda: o dólar começou a afundar em relação ao ouro (com a onça do ouro indo de US$ 35 para mais de US$ 600).

Todas as moedas estavam à deriva, sem nenhuma definição precisa para seu real valor.

Por um tempo, vários países tentaram se manter no jogo simplesmente mantendo suas respectivas moedas atreladas ao dólar, que agora era totalmente flutuante.

Mas em 1973 todos abriram mão. Haviam chegado ao limite. Não mais era possível atrelar suas moedas a uma moeda que agora era completamente fiduciária e que estava se desvalorizando acentuadamente. Os países desatrelaram suas respectivas moedas do dólar e, com isso, as moedas mundiais começaram a flutuar entre si.   

Consequência: o mundo entrou em um colapso inflacionário. A década de 1970 foi a década da inflação de preços — que alcançou níveis até então inéditos (nem a Suíça escapou) — e do declínio econômico.

A popularidade de Nixon se evaporou por completo, e ele se tornou o único presidente americano da história a ser ejetado do cargo no meio de seu mandato.

E assim se "consolidou" o arranjo cambial e monetário sob o qual vivemos até hoje: as moedas são destituídas de qualquer tipo de definição e os Bancos Centrais são livres para manipular a oferta monetária ao seu bel-prazer. 

E as consequências disso são vivenciadas diariamente.

__________________________

Leia também:

O colapso monetário do Ocidente

Uma radiografia da destruição do real - ou: não há economia forte com uma moeda doente

Os três tipos de regimes cambiais existentes - e qual seria o mais adequado para o Brasil 

Três consequências da desvalorização da moeda - que muitos economistas se recusam a aceitar 

A real causa da disparada dos preços dos combustíveis (e não é a Petrobras e nem fatores externos)


autor

Anthony P. Geller
é formado em economia pela Universidade de Illinois, possui mestrado pela Columbia University em Nova York e é Chartered Financial Analyst credenciado pelo CFA Institute.


  • Fernando  09/02/2016 14:07
    O Brasil está produzindo mais de 50 toneladas de ouro por ano.

    Isso permitiria a expansão da moeda sem inflação, mesmo lastreada no ouro ?
  • Magno  09/02/2016 14:16
    Perfeitamente.

    Quanto são 50 toneladas em relação a todo o estoque de ouro já existente no mundo?

    Aliás, o preço do ouro só faz aumentar em reais, o que mostra que "excesso de oferta de ouro" está longe de ser um "problema".
  • Fernando  09/02/2016 14:25
    Essas 50 toneladas de ouro são 10 bilhões de reais. Na verdade, no ano passado foram 62,5 toneladas no Brasil.

    A produção mundial de ouro chega à 2.000 toneladas por ano.

    A possibilidade de popularizar o ouro é irrisória, mas está crescendo muito mais do que no passado. Até funkeiro está usando ouro.
  • Gabriel Filho  09/02/2016 14:29
    É assim que os governos deturpam a base monetária com fins nem sempre favoráveis para uma economia estável, procuram extrair do povo a produtividade e a poupança amealhada por anos, simplesmente criando inflação de preços, emitindo dinheiro sem lastro, procuram lesar os incauto que infelizmente por falta de conhecimento continuam dando procuração para esses gestores que tem um único objetivo que é o enriquecimento ilícito.
  • Sem Pátria  09/02/2016 14:42
    Essa estagflação ou depreflação é bizarra.

    O viagra econômico do governo não funcionou.

    Eles trouxeram mais mulheres e mais viagra, mas a economia não cresceu.

    Os estimulantes do governo não funcionam nesse ambiente de crise. O paciente tem medo de gerar filhos, pegar alguma DST, etc.


  • AGB  25/04/2019 20:35
    Que tal inflagnação?
  • Marilia  09/02/2016 15:00
    Essa versão é um pouco diferente da versão relatada por Rothbard em seu livro "What has government done to our money"..... ]
    A França teoricamente foi uma das protagonistas para o fim do lastro - e consequentemente, oficial início da moeda fiduciária - não uma mera parte induzida pelo governo americano.
  • Pêra  09/02/2016 15:57
    O relato é absolutamente idêntico nos dois (e nem poderia ser diferente): a França pressionou crescentemente o governo dos EUA para restituir em ouro o volume crescente de dólares que se acumulava nos Bancos Centrais ao redor do mundo. Até que chegou um momento em que o governo americano disse "chega!", e deu o calote em todo o mundo, literalmente.

    Leia novamente, com mais atenção agora. Em momento algum se diz que a França foi "induzida" pelo governo americano. Muito pelo contrário, aliás.
  • Marcelo Boz  23/02/2016 17:59
    Não sei se é lenda, mas foi-me dito que foi numa reunião informal em Londres, que o Presidente Nixon disse a vários líderes mundiais que não iria mais lastrear o dólar ao ouro, e que ia ser assim mesmo e acabou.

    Att
    Marcelo Boz
  • Economista da UNICAMP  09/02/2016 16:27
    Ora pois(como diria minha mentora Conceição Tavares), se crescemos tanto nesses últimos anos foi graças à esse ''acidente''.

    É impossível haver crescimento em um país cuja oferta monetária é praticamente inelástica. Quanto mais a economia se aquece, mais liquidez é necessária. É como se fosse um carro: quanto mais potente ele for, mais gasolina será demandada.

    Até mesmo o ultra-ortodoxo do Gustavo Franco já admitiu que não podemos deixar algo tão importante quanto o nosso dinheiro depender de um ''dogma segundo o qual a moeda era uma dádiva da Natureza - o metal que vinha do veio dos rios, das entranhas da terra - e sua "criação" não podia ser profanada por mãos humanas.''

    Podem ficar calmos, a nossa moeda está nas mãos de quem sabe. Os PhD's dos BC's não estão lá atoa.
  • Filoso confuso  09/02/2016 17:48
    "impossível haver crescimento em um país cuja oferta monetária é praticamente inelástica."

    É verdade, sem aqueles burocratas com phd imprimindo mais dinheiro as pessoas nao sairiam da idade das pedras.
  • eugenio  28/04/2019 22:00
    OUVI DO DELFIN
    reporter:
    -O SR VAI EMITIR PARA A AGRICULTURA,ISSO NÃO GERA INFLAÇÃO?
    Delfin:
    -Não, pois quando isso fosse acontecer,(delay)
    90-120 dias depois, uma quantidade de riqueza em nova safra/ produção muitas vezes maior estaria existindo,e em função das emissões,na época feitas.

    (contando com são pedro - epoca do"PLANTE QUE O JOÃO GARANTE" -FIGUEREDO- Aprendi para sempre, perdi medo)

  • Sem Patria  09/02/2016 18:21
    Pois é....Foi o mesmo Gustavo Franco que comentou sobre a relação da pobreza com o número de filhos das famílias. Esse foi o principal motivo da redução da pobreza. Quem tem dinheiro para sustentar uma casa com 5 filhos ou mais ?

    Qual é a próxima bizarrice da InflacioCamp ? Como os bancos irão oferecer juros baixos, se a inflação causou prejuízos para quem investiu na caderneta de poupança ?

    A inflação causou milhares de demissões. A poupança foi reduzida a pó. Agora acabou a farra de juros a 10% para casa próprio no Itaú.

    Será que a InflacioCamp sabe que os salários sempre são reajustados depois da inflação ?

    Essa piada desenvolvimentista perdeu a graça.



  • André  09/02/2016 19:18
    Não menosprezem tanto o atual arranjo, ele tem uma vantagem incomparável: nenhum deficit na balança comercial ou no balanço de pagamentos precisa ser pago. Num Padrão-ouro, na presença de tais déficits, os juros aumentariam. Ou seja, no atual arranjo, é possível um país se financiar da poupança interna dos outros países sem precisar pagar verdadeiramente por isto. Os EUA que o digam.
  • Filoso confuso  09/02/2016 21:45
    Um padrão ouro, quando respeito, não teria esse tipo de problema, pelo simples fato de que a longo prazo a balança tenderia a um equilíbrio, fazendo com que as flutuações fossem insignificantes.

    Se um país está apresentando déficit, dentro de um regime padrão ouro, os preços internamente irao cair, o que elevará suas exportações e até um aumento de IED.
  • André  10/02/2016 04:42
    Se um país está apresentando déficit, dentro de um regime padrão ouro, os preços internamente irao cair, o que elevará suas exportações e até um aumento de IED.

    Os preços internos irão cair só em termos de ouro. Se houver moedas fiduciárias no mundo, e estas moedas se desvalorizarem em termos de ouro, nada garante que o país que adotou o padrão ouro elevará suas exportações. Isto geraria uma recessão no país que adotou o padrão ouro, dependendo da intensidade em que ocorresse. O atual arranjo de câmbio flutuante é muito melhor neste aspecto, o padrão ouro só é verdadeiramente bom quando as maiores economias do mundo estão nele, devido aos motivos que apresentei.
  • Filoso confuso  10/02/2016 14:39
    Se isso fosse verdade os países que mais desvalorizassem suas moedas estariam em melhor situação, quando na verdade o oposto é o que ocorre.

    Se um país adotar padrão ouro isolado ele terá uma moeda mais forte que os demais, sua economia estará mais atrativa para receber investimentos de longo prazo e crescer. Sua moeda mais forte permitira comprar bens mais baratos em outros países o que é ótimo para sua populaçâo que estará mais rica e para os empresários que poderão comprar maquinários mais baratos, e exportará aquilo que tiver vantagem relativa ( como David Ricardo demonstrou, sempre haverá vantagem em comercializar com outros países sejam eles mais fortes ou fracos).

    Quanto aos possíveis déficits na balança isso é irrelevante. A longo prazo a balança tenderá a um equilíbrio e as flutuações serão mínimas.
  • rl  09/02/2016 22:23
    Será que os tecnocratas seriam competentes para voltar ao padrão-ouro ? Estamos em tempo de juros negativos e dívida pública infinita, de forma que uma certa... sutileza... (ou seja, um emaranhado de trapaças e truques dantescos) seria necessária para não explodir tudo, certo ?
  • Rodrigo Pereira Herrmann  09/02/2016 22:42
    Dois reparos:

    "Este foi o evento econômico mais importante do século XX (sim, mais importante do que a queda do comunismo, pois a moeda afeta o padrão de vida de todas as pessoas do globo)."

    a queda do comunismo não foi um evento econômico, então não faz sentido esta comparação. se a ideia era comparar dois eventos de natureza distinta que tiveram um gigantesco impacto no mundo, é absurdo descabido desproporcional e irrazoável afirmar que a adoção generalizada da moeda fiduciária foi mais importante pra o séc. XX do que a queda do comunismo. isso é ridículo.

    "Não houve tratados, referendos ou discussões, como os que precederam a criação da zona do euro. Quando o sistema global de moedas flutuantes primeiramente surgiu, no dia 15 de agosto de 1971, era para ser apenas uma medida temporária. Ninguém imaginou, à época, que um novo sistema estava surgindo par ficar.

    O sistema global de moedas flutuantes, esse mesmo sistema que temos hoje, surgiu por acidente."


    isso é uma besteira inominável. coisa de ignorante em história política. é fato amplamente comprovado que esse sistema atual foi gestado pela elite financeira internacional (assim como a criação do Fed) que mantém um lobby fortíssimo no congresso americano e cuja riqueza sempre financiou políticos subservientes aos seus interesses. se não acontece praticamente nada ao acaso no mundo das finanças e da política graúdas, muito menos um evento desta significância. "surgiu por acidente" my ass.


  • Marcos  09/02/2016 23:38
    "é fato amplamente comprovado que esse sistema atual foi gestado pela elite financeira internacional"

    Se é "amplamente comprovado", coloca aí as fontes irrefutáveis. Caso contrário, shut your face and stop polluting"

    A quantidade de gente que vem aqui doidinha pra aparecer... É o pior é que acha que consegue isso apenas com frases de efeito.
  • Rodrigo Pereira Herrmann  09/02/2016 23:42
    vá à luta. não tô aqui pra atender teus caprichos de menino mimoso.
  • Marcos  10/02/2016 01:43
    Como eu já imaginava, pipocou bonito. Como sempre.

    Esse é o Rodrigo Herrmann, que já virou motivo de chacota na seção de comentários deste site, pelo tanto que apanha. Late como um rottweiler, mas quando emparedado é mansinho como um pequinês.
  • Fagner  15/02/2016 11:46
    Quem é Rodrigo Pereira Hermann, segundo um comentário de um leitor feito em outro artigo:

    "Engraçado, você [Rodrigo] é um fanfarrão. Vc vem falar mal do governo, sendo que és funcionario publico há mais de 10 anos no próprio BANCO CENTRAL? E com salário de mais de R$ 8.000.

    E ainda no seu bloguinho critica de forma ridícula os artigos do Instituto Mises Brasil. Cínico!

    Cliquem no link abaixo e vejam vocês mesmos.

    Portal da Transparência do Governo Federal"
  • Estado o Defensor do Povo  26/04/2019 00:55
    Acho que estão sendo um pouco injustos com o cara, não sei porque vocês tão criticando o rodrigo hermman mas não vejo problema ele ser contra o Estado e ao mesmo tempo ser funcionário do BC, um não nega o outro.
  • Missionário Americano  09/02/2016 23:47
    Essa moeda fiduciária criou problemas enormes.

    O Brasil é um dos países mais endividados do mundo. O país tem 250 bilhões de reais em calotes registrados no Serasa.

    Ou seja, nenhum lugar do mundo tem tantos caloteiros.

  • eugenio  28/04/2019 22:17
    calote é de pessoas,índole,educação financeira,(credito bom=uma forma de riqueza quase indispensavel).não de moeda fiduciaria-eu,70 anos na ativa,levando e aprendendo.
  • Pobre Paulista  10/02/2016 01:07
    1. Não existe um câmbio flutuante entre moedas fortes? Tipo cotar prata em gramas ouro...

    2. Porquê os demais países simplesmente não atrelaram suas moedas diretamente ao ouro ao invés de manter ao dólar fiduciário?
  • Auxiliar  10/02/2016 01:43
    2. Aparentemente eles preferiram seguir a "teoria Ulrich" (seção de comentários deste artigo)
  • Pobre Paulista  10/02/2016 11:05
    OK mas... O dólar é forte pois é usado no mundo inteiro, ou o dólar é usado no mundo inteiro por ser uma moeda forte?
  • Viking  10/02/2016 12:50
    acho que fico com a primeira opção
  • Viking  10/02/2016 12:50
    economia é uma coisa tão simples....

    mas pra que não complicar, né?
  • Yonatan Mozzini  10/02/2016 16:51
    Pobre Paulista, o dólar não é uma moeda forte desde os anos 1960. Depois disso, em poucos momentos ele poderia ser considerado uma moeda forte, como aconteceu no início da década de 1980, no início da década de 2000 e, em menor nível, há mais ou menos um ano. Ele é usado e aceito no mundo inteiro porque a maior economia do globo, a economia americana, ainda o usa – obrigatoriamente, diga-se de passagem. Por isso é a moeda internacional de trocas; por isso é a referência da unidade de conta internacional.
  • Sam Kultz  10/02/2016 02:23
    Uma dúvida que eu tenho é: Se o objetivo do padrão ouro é (até onde eu sei)restringir e dar um aspecto previsível à quantidade de dinheiro em um país, por que simplesmente não se coloca uma quantia fixa de moeda vigente? Se não me engano isso é utilizado no Bitcoin; evitaria ainda a malandragem que Adam Smith fala, de quando reis emprestavam moedas para depois depreciar através de decretos o seu valor (geralmente pela diminuição da quantidade de ouro nestas). Existe algo que torna isso ineficaz?
  • Rolf  10/02/2016 03:27
    "Se o objetivo do padrão ouro é (até onde eu sei)restringir e dar um aspecto previsível à quantidade de dinheiro em um país, por que simplesmente não se coloca uma quantia fixa de moeda vigente?"

    Não verdade, o objetivo não é e nem nunca foi esse (muito embora, de fato, há várias pessoas, inclusive economistas, que pensam assim).

    O objetivo do padrão-ouro é e sempre foi o de dar um valor bem definido, constante e estável à moeda. O objetivo sempre foi o de fazer com que a moeda não tivesse uma definição flutuante e não possa ter seu poder de compra manipulado por políticos e burocratas.
  • Missionario Americano  10/02/2016 04:42
    O IMB tem algum artigo sobre a "guerra das geladeiras" entre Brasil e Argentina.

    Seria interessante descobrir os resultadose e aumento de preços.
  • Desconservador  10/02/2016 04:46
    O ideal seria o dólar lastreado em reais. Aí não tinha Dilmanta para inflacionar.

    kkkklk
  • Tiago Voltaire  10/02/2016 13:40
    É ou não o pior presidente dos EUA? Ele começou a Guerra às Drogas que deixou centenas de milhares de mortes e Estados-policiais cada vez mais fortes.
  • Agnaldo  10/02/2016 13:56
    Páreo duríssimo com Roosevelt e Hoover.
  • Filoso confuso  10/02/2016 14:14
    Tem que colocar o George Bush nessa disputa, o cara colocou os EUA em duas guerras desnecessaria, afundou o dólar e ajudou a criar a bolha imobiliaria
  • Confúcio  10/02/2016 14:24
    Verdade. Também merece.
  • Taxidermista  10/02/2016 16:02
    A título de colaboração aos eventuais interessados, a propósito do assunto do artigo há um tratado de 1722 págs. sobre história monetária dos EUA (inclusive à luz da Constituição), sob um viés de teoria monetária da EAE, escrito por um jurista de Harvard, Edwin Vieira Jr., intitulado "Pieces of Eight: The Monetary Powers and Disabilities of the United States Constitution":

    www.amazon.com/Pieces-Eight-Disabilities-Constitution-Foundation/dp/0967175917/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1455119521&sr=1-1


    Ele também escreveu (assinando com outro nome e em coautoria com o investidor Victor Sperandeo) um romance com enfoque livre-mercadista no âmbito monetário (crítico ao Fed, portanto), de 1572 pág., chamado "Cra$hmaker: A Federal Affaire: A Novel":

    www.amazon.com/gp/product/0967175909/ref=as_li_tf_tl?ie=UTF8&tag=arsgratlibe-20&linkCode=as2&camp=1789&creative=9325&creativeASIN=0967175909

  • Taxidermista  10/02/2016 20:28
    Aqui está o website da obra "CRA$HMAKER - A Federal Affaire":

    www.crashmaker.com/
  • Taxidermista  10/02/2016 20:54
    "Is the Fed Unconstitutional?
    Constitutional Lawyer Edwin Vieira explains the history and legal structure of the Federal Reserve System. Intro by Wall Street legend Victor Sperandeo":

    www.theepochtimes.com/n3/763988-is-the-fed-unconstitutional/


    "Money for Nothing -
    Constitutional lawyer Edwin Vieira and Wall Street veteran Victor Sperandeo explain why the Federal Reserve System is unaccountable and why it is costing the American people money":

    www.theepochtimes.com/n3/790880-money-for-nothing/
  • Joaquim Saad  10/02/2016 23:34
    Muito obrigado pelos links, Taxidermista !

    Abraços.
  • Taxidermista  11/02/2016 00:36
    De nada, prezado Joaquim;

    Abraço cordial p vc!
  • Dissidente Brasileiro  11/02/2016 00:51
    Só complementando os links, não se pode esquecer de forma alguma deste livro aqui:

    www.amazon.com/dp/091298645X

    Leitura primordial para entender a verdadeira razão acerca do surgimento da moeda fiduciária e do FED.
  • Udson  10/02/2016 16:47
    Prezados, uma dúvida: Se o propósito da criação da moeda fiduciária era apenas temporária, qual o motivo de não voltarem com o padrão - Ouro? O que aconteceu na época, quando verificaram que não daria certo tal arranjo, para não restabelecerem o padrão - Ouro?
  • Rodrigo Pereira Herrmann  10/02/2016 21:20
    a verdade nua crua e insofismável é que o arranjo da poha de bretton woods foi feito pra fracassar anos depois à medida que a poha do Fed imprimisse dólar e a coisa se tornasse insustentável (e não é que isso ocorreu, milagre!!!). o que começou em 1913 se consolidou em 1971, à esteira de banco mundial e fmi (outros dois órgãos atendentes aos auspícios da poha da elite globalista).
  • Madson Carvalho  14/02/2016 13:55
    Artigo muito bom. Este vídeo resume também a saída do padrão ouro:


    (em inglês, mas com legendas em português).
  • Fernando  16/02/2016 18:06
    Se não fosse a impressão de dinheiro usada para financiar o parque militar os EUA não teriam provocado a URSS, fazendo esta quebrar de vez ao tentar acompanhar o poderio dos Americanos.
  • Garcia  16/02/2016 18:41
    Errado.

    Quebraria de qualquer jeito:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2136

    Aliás, é curioso notar que você, de esquerda, está utilizando um argumento favorito da direita. Segundo os direitistas, o "fabuloso" Reagan quebrou o império soviético desafiando-o a uma corrida armamentista, um dos argumentos mais escabrosos e ignaros que já ouvi.
  • Andre Fernandes  18/02/2016 14:08
    Agora me surgiu uma dúvida.

    Em outro artigo aqui do IMB sobre a Grande Depressão de 29 rolou uma discussão a respeito do modelo americano: padrão ouro ou reservas fracionárias.

    Foi dito que durante esta época os EUA já haviam adotado as reservas fracionárias e abandonado o padrão ouro. Isso é verdade? Pq por este texto entendi que o país veio a abandonar o padrão ouro apenas na década de 70.

    Um dos argumentos apresentados foi de que a base monetária americana se contraiu em cerca de 30% durante os primeiros anos da crise e que isso não seria possível no padrão ouro. É possível verificar esta informação?

    Ficou um pouco nebuloso para mim. Como expandir a base monetária e respeitar a paridade com o ouro ao mesmo tempo?

    se alguém puder dar uma luz, agradeço!
    André
  • Leandro  18/02/2016 14:48
    "sobre a Grande Depressão de 29 rolou uma discussão a respeito do modelo americano: padrão ouro ou reservas fracionárias rolou uma discussão a respeito do modelo americano: padrão ouro ou reservas fracionárias."

    Só pra deixar claro, uma coisa não necessariamente exclui a outra.

    "Foi dito que durante esta época os EUA já haviam adotado as reservas fracionárias e abandonado o padrão ouro."

    Ele havia abandonado o padrão-ouro clássico, que durou de 1815 a 1914.

    Já reservas fracionárias sempre existiram nos EUA.

    "Pq por este texto entendi que o país veio a abandonar o padrão ouro apenas na década de 70."

    Em 1971, foi abolido o que ainda restara do padrão-ouro, a saber, a definição do dólar em termos de ouro e a obrigação do Fed de restituir dólar em ouro (apenas os governos estrangeiros, e não os cidadãos).

    "Um dos argumentos apresentados foi de que a base monetária americana se contraiu em cerca de 30% durante os primeiros anos da crise e que isso não seria possível no padrão ouro. É possível verificar esta informação?"

    Não seria possível apenas se não houvesse reservas fracionárias. Havendo reservas fracionárias -- não importa qual seja a moeda --, tanto a base monetária quanto o M1 podem se contrair caso haja quebras bancárias geradas por calotes.

    "Como expandir a base monetária e respeitar a paridade com o ouro ao mesmo tempo?"

    A paridade em si não é o problema. A paridade pode ser perfeitamente mantida por meio de políticas monetárias de qualquer tipo (como fez a Alemanha ao sair da hiperinflação em 1923). O problema é a restituição em ouro. Se a oferta monetária se expandir muito, e repentinamente todos exigirem restituição de dinheiro eletrônico em ouro, aí é um abraço. O sistema se desintegra.
  • Andre Fernandes  18/02/2016 19:37
    Ajudou bastante Leandro, valeu!
  • Emerson Luis  23/02/2016 10:09

    Se a moeda não fosse um monopólio estatal, nada disso teria acontecido.

    * * *
  • 4lex5andro  14/01/2017 18:28
    E nem citou o 'milagre econômico' brasileiro da década de 70 (o bolo fermentado a dívidas externas cresceu e ia ser redistribuído foi essa a promessa mas o bolo sumiu).

    Enquanto toda a Ocde enfrentava recessão, crise do petróleo e inflação.

    Só que os países centrais fizeram seu dever, e sem 'bolo' pra repartir (ou redistribuir) restou ao Br conhecer a sra. hiperinflação e dona moratória e a conta veio na década seguinte.
  • Vitor  23/03/2017 00:00
    Hoje, a escola austríaca sofre um abalo em um de seus mais elementares pilares. O pilar da moeda forte, e sua defesa do ouro.

    Observem o que o grandioso pensador neo-modernista Mathew Erpelding*, um dos maiores conhecedores do sistema monetário que já passaram por esta terra, tem como crítica à este sistema:

    "Eu não tenha uma opinião sobre esta legislação, entretanto, eu tenho uma opinião sobre fatos. Fatos são importantes... E se nós dissermos que ouro irá nos proteger de inflação, eu quero trazer à tona o fato de que, em 1868, o valor de uma onça de ouro era de 27 dólares e hoje o valor do ouro é 1.218 dólares a onça. Então... você não pode dizer que ouro irá nos proteger de inflação quando você tem esta variação de preço nesses últimos séculos. Então... eu apenas quero dizer que fatos são importantes."


    *Mathew Erpelding é um gênio e refutou Mises.
  • Emerson  23/03/2017 00:47
    Carai! Esse daí está no nível Dilma Rousseff de genialidade e lógica econômica. Aliás, quem é o cidadão?
  • Gold-Standar Boy  23/03/2017 01:24
    O cidadão refutou o padrão-ouro usando como argumento a cotação do ouro em uma moeda fiduciária e inflacionada por anos e anos...

    Mises deve estar se revirando no caixão.
  • Gustavo  23/03/2017 01:31
    Sim, ele citou um fato mostrando como o ouro ganhou poder de compra em relação ao dólar (ou, o que dá no mesmo, que o dólar perdeu poder de compra em relação ao ouro) e então concluiu que foi o dólar que se valorizou em relação ao ouro, e que o ouro se desvalorizou em relação ao dólar.

    É exatamente o mesmo que dizer: em 2013, um bolívar venezuelano custava 10 dólares; hoje, o mesmo bolívar venezuelano custa 4.000 dólares. Logo, o dólar se inflacionou fortemente em relação ao bolívar.

    Qualificadíssimo para ser o próximo ministro da fazenda de Lula
  • EUGENIO  23/03/2017 04:41
    O que faz a "marvada"
  • Edujatahy  23/03/2017 12:56
    Isto é o resultado direto de conceder poder a políticos. Os comentários no vídeo são hilários.

    Não gosto de xingar ninguém, mas este merece o título de o político mais imbecil que já vi.
  • Rene  25/04/2019 20:24
    A abolição do sistema de Brenton Woods é aquele tipo de coisa fácil de ser implementado, mas extremamente difícil de voltar atrás. O padrão ouro era uma bola de ferro amarrada no pé dos governos. Não é de se admirar que, depois deste evento, a tendência de crescimento do poder dos governos, em detrimento da população, se consolidou em um nível sem precedentes. Mesmo em nações mais livres economicamente se pode notar esta tendência. O poder de criar dinheiro do nada é algo que nenhum governante quer abrir mão nos dias de hoje. Aliás, eles nem podem abrir mão, porque um arranjo monetário lastreado em ouro não permitiria sequer que os estados sejam capazes de sustentar o tamanho que eles atingiram. Do jeito que está, eles conseguem incrementar seu poder sem limitações, e existe um batalhão de economistas muito bem pagos dar as explicações mais mirabolantes possíveis para os problemas causados pelo sistema fiduciário de curso forçado e para convencer a população que este sistema é importante e necessário para o funcionamento da sociedade.
  • Sérgio  25/04/2019 21:36
    Sou totalmente a favor do retorno do bom e velho padrão ouro. As coisas em vez de ser definidas em "reais" ou em "dólares", tudo voltar a ser definido em peso de ouro. Seria muito bom.
  • Ninguem Apenas  26/04/2019 01:51
    Leandro,

    O que achou da criação da ESC? não sei se rolará um artigo disso, mas seria um avanço para descartelização do crédito no Brasil, não? Existe alguma armadilha no meio que passou desapercebido?

    Desde já agradeço!
  • Leandro  26/04/2019 03:41
    Eu aprovei. Só vi coisas positivas.

    1) Permite a livre entrada em um setor no qual antes era proibido um cidadão comum empreender.

    2) Afeta o cartel (protegido pelo estado) dos bancos.

    3) Trata-se de uma forma de empréstimos que não pratica reservas fracionárias. Ou seja, utiliza-se a genuína poupança.

    4) É uma medida politicamente incorreta: na prática, legalize-se a atividade do agiota, que nunca deveria ter sido proibida. Quando uma atividade é proibida, máfias e milícias violentas assumem o controle (exatamente como ocorre com o tráfico de drogas). Quando ela se torna legalizada, empreendedores comuns normalizam o setor (vide bebidas alcoólicas).
  • Pobre Paulista  26/04/2019 14:12
    Basicamente, agora agiota tem que pagar imposto
  • 4lex5andro  26/04/2019 17:51
    O mesmo poderia ser feito com a volta de cassinos e loterias privadas no BR.
  • Felipe Lange  12/05/2019 13:52
    Leandro, o que você achou deste podcast sobre?
  • Sabio  26/04/2019 02:01
    Os EUA deviam em vez de ficar emitindo dólares pra bancos, emitir para financiar o desenvolvimento da infraestrutura onde não há capital como na África e Haiti. Todo mundo ia sair ganhando. Alias, se pegasse Japão, UE e EUA e eles três ligassem as impressoras para ajudar o resto do mundo, teriamos o milagre do crescimento mundial. O mundo entraria numa trajetória de crescimento de 10%. Coisas assim só serão possíveis quando pessoas como Ocasio chegar ao comando da América e ligar a impressora.
  • Pobre Mineiro  26/04/2019 18:11
    É para rir ?.
  • Sabio  26/04/2019 21:29
    Falo sério. Imagina se o Fed criasse uma linha de crédito especial para o Haiti, África negra e Ásia miserável de 1 trilhão de dólares, dinheiro eletrônico, a juro zero com pagamento em 60 anos. E o empréstimo teria que ser para financiar infra estrutura local com contratação de empresas americanas. Meu, as regiões mais pobres do mundo entrariam numa trajetória de crescimento de 10% ao ano. Vc teria adicionalmente um plus de investimentos do mundo que financiariam uma explosão de crescimento nesses lugares. Seria o fim da miséria e pobreza no longo prazo. E os EUA teriam uma aumento grande de exportações e geração de empregos qualificados. Por fim teríamos um novo boom de commodities, que beneficiaria AL Todos sairiam ganhando. Bom a expansão monetária maciça me parece um excelente jeito de atacar o subdesenvolvimento e a falta de oportunidades de investimento nos países ricos. Eis uma verdade evidente: se essas nações pobres fizerem expansão maciça da moeda, vc terá hiperinflação. Mas se o países detentores de moeda forte fizeram, vc terá o milagre do crescimento.
  • Humberto  27/04/2019 00:38
    Cuidado com as ironias, meu caro. O que vai ter de gente levando a sério sua zoira irá te surpreender.
  • Sabio  27/04/2019 21:58
    Nós precisamos de keynesianismo na veia, sem medo de ser feliz. Colocar o poder do Estado de criar dinheiro para o bem da humanidade. Não para engordar o lucro dos bancos. Ocasio sabe disso.
  • Carlos Lima  26/04/2019 12:18
    Neste artigo, no seu final, existe a indicação para leitura de um outro, intitulado O COLAPSO MONETÁRIO DO OCIDENTE. Tentei acessá-lo, mas recebi de volta um pedido para me logar numa rede social. Eu não gosto, não uso e não tenho o menor interesse em participar de redes sociais, mas tenho todo interesse do mundo de ler, e principalmente DIVULGAR, os artigos do IMB. Só que diretamente do site. Então, por gentileza corrijam esta falha. É um saco ficar toda hora fechando a tela que quer obrigar o leitor a entrar nas redes. Eu quero ler os artigos, mas não quero participar dessas redes de fofocas, tipo Facebook, onde 99,99% do que aparece é puro lixo internético. Alerto que o artigo ao qual me referi acima também não vem quando solicitado no mecanismo de busca. Aproveitem e cobrem dos responsáveis pelo site uma melhora neste tal mecanismo, que é péssimo, sempre devolvendo na pesquisa coisas que não interessam, ou simplesmente mandando lá pra baixo texto cujo título foi rigorosamente informado. Essas observações têm por objetivo colaborar com o IMB, do qual tenho hoje total dependência. Obrigado.
  • Ombud  26/04/2019 14:04
    Opa, corrigido! Obrigado pelo alerta.
  • Helliton  26/04/2019 16:47
    Por isso o Brasil deveria trocar suas reservas de dólar por Ouro.
  • Lucas que é contra reserva investida em titulos estrangeiros  27/04/2019 01:15
    Sou contra o padrão ouro porque alguns países ja compraram quase todo o ouro, e por causa disso nunca vai valer a pena novamente para todos os países. Eu sempre fui um crítico do aumento de preços e continuo sendo, mas perdi um pouco do medo quando comecei a pensar como seria em livre mercado. Num livre mercado haveria muita emissao de moeda, porque assim que determinada moeda tivesse grande proporçao de seu estoque acumulada (fora de circulação) por varios bilionarios, as pessoas se dariam conta do risco deles irem ao mercado e desvalorizarem essa moeda, entao, naturalmente dariam preferencia a outra. Isso não aconteceu na epoca do padrao ouro porque não haviam muitas opções viáveis como transação eletronica de titulos de qualquer coisa ou cryptomoedas, e também porque o ouro era constantemente minerado. Mesmo assim outros metais eram comuns como moeda no lugar do ouro.
    O bitcoin pode ser imune a inflação, mas não é imune a aumento de preços, simplesmente porque outras cryptos sao lançadas a todo momento, causando uma reduçao da necessidade do bitcoin pra realizar trocas. Considerando então que mesmo num livre mercado haveria desvalorização de determinada moeda, não acho grave o governo imprimir pra manter os preços estáveis. Acho grave a existencia do governo, mas já que ele existe e precisa de arrecadar, é mais eficiente moeda fiduciária e com cambio flutuante.
    Currency board tem um defeito. Quando o país exporta, a demanda faz os preços subirem de imediato e a moeda estrangeira que entra no buffer do banco central fica parada. Enquando isso, o mercado estrangeiro vai inflacionando, desvalorizando a reserva de moeda estrangeira.
    E aceitar a moeda estrangeira como moeda corrente para contornar esse problema é a maior tolice que vc pode fazer, pois o fluxo de exportação pode ultrapassar o de importação continuamente.
  • Otávio de Ramalho  27/04/2019 15:22
    "Num livre mercado haveria muita emissao de moeda, porque assim que determinada moeda tivesse grande proporçao de seu estoque acumulada (fora de circulação) por varios bilionarios, as pessoas se dariam conta do risco deles irem ao mercado e desvalorizarem essa moeda, entao, naturalmente dariam preferencia a outra."

    Tem tanta coisa errada em tão poucas linhas que estou até estupefato.

    1) Para começar, quem emitiria essa moeda? Mais ainda: quem obrigaria as pessoas a utilizá-la?

    Se eu emitisse moeda (que se chamaria Otavius), quem iria utilizá-la? Se você emitisse a sua própria moeda, quem iria utilizá-la? Exato, ninguém.

    2) De onde você tirou que "bilionários acumulam moeda e a retiram de circulação"? Isso não existe. Você realmente acha que os bilhões do Jorge Paulo Lemann estão guardados em um cofre na casa dele? Na atual economia monetária e bancária, praticamente não existe dinheiro "entesourado" em cofres ou sob colchões. Todo o dinheiro está no sistema bancário; todo o dinheiro está inevitavelmente em algum depósito bancário.

    Não importa se o rico comprou ações, debêntures, títulos, CDBs, LCIs, LCAs ou LCs, aplicou em fundos de investimento ou em fundos de ações: no final, este dinheiro caiu em alguma conta bancária, e será emprestado pelos bancos para financiar investimentos.

    Logo, não tem disso de "bilionários retirarem dinheiro da economia". Isso é impossível.

    3) No entanto, ainda que ocorresse isso (bilionários retirarem dinheiro da economia), tal prática seria excelente para a moeda em questão: a redução de sua oferta faria com que ela se valorizasse, exatamente o contrário do que você falou.

    De novo: se a oferta de uma moeda cai, ela se valoriza. Questão básica de oferta e demanda.

    4) Consequentemente, em um livre mercado, aquela moeda que for a menos emitida será a mais valorizada, ao contrário da sua conclusão.

    "Isso não aconteceu na epoca do padrao ouro porque não haviam muitas opções viáveis como transação eletronica de titulos de qualquer coisa ou cryptomoedas, e também porque o ouro era constantemente minerado."

    O ouro crescia (e ainda cresce) a uma taxa de 2% ao ano. Isso o torna raro. Isso o torna uma moeda desejável. Por isso ele vive até hoje.

    "Considerando então que mesmo num livre mercado haveria desvalorização de determinada moeda"

    Considerando então que essa sua consideração é factivelmente errada, nada do que você falará a seguir fará qualquer sentido. Mas vou continuar me divertindo um pouco às suas custas.

    "não acho grave o governo imprimir pra manter os preços estáveis."

    Essa é sensacional. Descobri agora que o governo imprime dinheiro para "manter preços estáveis". Lá na Argentina isso tá funcionando maravilhosamente bem.

    "Acho grave a existencia do governo, mas já que ele existe e precisa de arrecadar, é mais eficiente moeda fiduciária e com cambio flutuante."

    Pra começar, o que tem a ver arrecadação com câmbio flutuante?

    Ademais, tal arranjo, de novo, está sendo ótimo para a Argentina. (E nem vou falar da Venezuela para não humilhar).

    "Currency board tem um defeito."

    Com certeza tem. Mas estou curioso para ver sua mente trabalhado.

    "Quando o país exporta, a demanda faz os preços subirem de imediato e a moeda estrangeira que entra no buffer do banco central fica parada. Enquando isso, o mercado estrangeiro vai inflacionando, desvalorizando a reserva de moeda estrangeira."

    What the fuck?! Você, pelo visto, não entende absolutamente nada de Currency Board. Nem mesmo o básico.

    1) Não existe Banco Central neste arranjo.

    2) Não existe isso de moeda estrangeira "ficando parada no buffer do banco central" (caraio, não existe Banco Central neste arranjo). Cada moeda estrangeira que entra se converte em moeda nacional.

    3) Se os preços internos sobem, as importações aumentam, o que anula essa besteira de falar que "os preços sobem de imediato".

    Entenda ao menos o básico do funcionamento de um Currency Board:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2196

    "E aceitar a moeda estrangeira como moeda corrente para contornar esse problema é a maior tolice que vc pode fazer, pois o fluxo de exportação pode ultrapassar o de importação continuamente."

    Há vários países que utilizam moeda estrangeira. Isso nunca nem sequer chegou perto de acontecer. E, de novo, por um motivo básico: se há muita exportação, isso significa que há muita moeda estrangeira entrando economia. Com mais moeda estrangeira na mão, as pessoas podem importar mais, o que volta a equilibrar o balanço.

    Isso é tão básico que é até constrangedor ter de ficar desenhando.

    Defenda o câmbio flutuante o tanto que você quiser, mas o faça de maneira honesta. Cite suas virtudes (algo que você não fez em nenhum momento aqui) em vez de inventar defeitos caluniosos sobre os outros arranjos.
  • Lucas  27/04/2019 19:44
    Antes de mais nada, quero dizer que como forma de respeito ao ambiente eu vou evitar proferir palavras feias ou cujo objetivo é ofender. E se esse for seu objetivo, que faça, todos vão se dar conta da sua idade. E nenhuma ofensa vai fazer você ter razão. Então peço ao leitor do mises que não interprete, caso esse sujeito comece a xingar, que eu simplesmente coloquei o rabo entre as pernas.

    Se eu emitisse moeda (que se chamaria Otavius), quem iria utilizá-la? Se você emitisse a sua própria moeda, quem iria utilizá-la? Exato, ninguém.

    Vou deixar pro leitor do mises ler o que eu escrevi e perceber que eu não falei emitir necessariamente a mesma moeda que ja existe. Na verdade seria uma nova moeda, afinal quem falou que só existiria uma moeda? Se você tivesse 1% de experiência com criptomoeda, teria interpretado corretamente o que eu falei.

    Logo, não tem disso de "bilionários retirarem dinheiro da economia". Isso é impossível.

    Primeiro: quero retificar minhas palavras e apresentar um conceito mais formal que vai descrever o que eu quero dizer: o conceito de velocidade da moeda.
    Os preços não dependem apenas da quantidade de moeda que existe, mas depende também da velocidade com que essas moedas são trocadas.
    Tome como exemplo o ouro. Uma proporção muito grande do ouro existente está com o banco central americano, guardado num cofre. Imagine que no Brasil seja instituido o padrao ouro, com curso forçado. Aconteceria de imediato que o poder de compra dentro do nosso mercado seria muito maior para vários outros paises em comparação com o que é com a moeda fiduciaria (temos grande proporção do real existente, mas nao do ouro).
    Imagine que alguem tem 80% do ouro existente, e todo o restante dos outros players tem 20% distribuidos. Se fosse estabelecido padrao ouro com curso forçado e o dono dos 80% fosse esperto, ele nao falaria pra ninguem que tem essa quantidade e nem mexeria. Os preços se estabilizariam de acordo com os 20% do ouro. Nesse caso a velocidade do ouro estaria baixa, pois existem apenas 20% dele sendo trocados, assim que o dono dos 80% resolvesse gastar, e velocidade iria disparar e os preços tbm, mesmo que nenhum ouro a mais tenha sido criado.
    Entao o que eu quis dizer foi: uma vez que as pessoas se deem conta de que a velocidade de tal moeda está baixa pro que se espera ou para o que ja foi, elas vão se dar conta de que existe uma alta potencialidade dessa moeda se desvalorizar no futuro (os preços aumentarem). Caso fosse um livre mercado, elas poderiam optar por escolher outra moeda, por isso eu disse emissao de moeda.

    Essa é sensacional. Descobri agora que o governo imprime dinheiro para "manter preços estáveis". Lá na Argentina isso tá funcionando maravilhosamente bem.

    Se eu fosse vc eu daria uma olhada aqui: pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_quantitativa_da_moeda . Mas vou dar uma adiantada. Se o governo não imprimisse, os preços cairiam constantemente por um simples fato: o conhecimento na sociedade se acumula assim como os bens das pessoas que ja morreram, fazendo com que a produtividade e a riqueza real per capta seja crescente. Isso significa que pra mesma quantidade de gente, existe cada vez mais riqueza. Se a quantidade de moeda se mantem, em situação normal, os preços caem. Então para manterem os preços constantes (não deixar cair), a quantidade de moeda tem que aumentar para "representar" a riqueza crescente na sociedade. Quando o governo faz isso, ele faz pra evitar que alguem que acumulou muita moeda, não tenha um poder de compra maior no futuro do que atualmente, mesmo ele nao tendo investido em nada. Imagina que só tivessemos a moeda que foi imprimida até 20 anos atras. O sujeito que acumulou uma proporçao grande naquela época, poderia comprar grande parte dos bens e serviços do futuro (hoje). Não importa se vc inventou viagem no tempo, vida artificial, motor portatil a fusao e fissao nuclear, ele poderia comprar tudo, mesmo sem ter produzido nada comparável. Os preços constantes asseguram que ninguem vai poder comprar mais doq o que produziu só pelo fato de ter guardado sem investir. E antes que vc pense que isso é algo artificial, tenha em mente que fugir da moeda que não tem velocidade alta, seria exatamente o que aconteceria num livre mercado.

    Pra começar, o que tem a ver arrecadação com câmbio flutuante?

    Como ja expliquei, como o governo tem que imprimir pra manter os preços estáveis, ele acaba taxando via emissao de moeda, mesmo quando os preços nao sobem. Não disse que tem a ver com o cambio flutuante. Disse que é eficiente, e disse exatamente pq num livre emrcado nao existiria essa possibiidade de ser rico hoje e comprar toda a riqueza do futuro só pq guardou moeda sem investir. Entao, nesse aspecto, seria uma emulaçao de um livre mercado, só que com moeda única.

    Não existe Banco Central neste arranjo.

    Primeiro eu vou apresentar minha definição de currency board: Sistema cambial onde a moeda interna tem valor constante perante uma moeda estrangeira e é emitida conforme exportações são realizadas. A entidade responsavel pela transação com preço fixo recebe uma ordem de compra vinda do exterior, imprime a moeda nacional, entrega a mesma para o estrangeiro e segura a moeda estrangeira para importação.

    Se não existe um buffer de moeda estrageira, se temporariamente as importações ultrapassarem as exportações, seria impossivel honrar o preço fixo da moeda, pois alguem iria querer comprar moeda estrangeira, e nao teria ninguem pra vender pelo preço que se fixou. (Escassez gera aumento de preço e talvez mercado negro tbm)

    Quanto ao fato de ser o banco central ou não, eu acho extremamente improdutivo entrar nesse debate, acho que a maioria entendeu, assim como eu, que não existe impossibilidade lógica de fazer esse arranjo pelo banco central. Mas que seja como vc quiser, pode trocar banco central no meu texto por qualquer coisa que lhe agrade que o raciocinio continua o mesmo.

    Cada moeda estrangeira que entra se converte em moeda nacional.

    Ah é? E onde a moeda estrangeira fica? Te apresento duas possibilidades:

    1) Ela fica guardada, criando o que eu chamei de buffer, e isso não significa que ficaria guardada em apenas um lugar.

    2) Ela é destruida, e não há como fazer importações de maneira convencional.

    Obviamente não existe conversao nenhuma, nao de acordo com a minha definição de currency board.

    3) Se os preços internos sobem, as importações aumentam, o que anula essa besteira de falar que "os preços sobem de imediato".

    As importações aumentam só depois da inflação interna. Ou seja, existe um delay entre importaçao e exportação. É por causa disso que existe o buffer. Falar que ele nao existe, seria dizer que no mesmo momento que alguem exporta, uma importação ocorre na mesma hora, pois isso faria o dinheiro nunca ser armazenado. Mas como vc mesmo disse, oq incentiva a importação é o aumento de preços no mercado interno, e isso so pode ocorrer após exportações.

    Há vários países que utilizam moeda estrangeira. Isso nunca nem sequer chegou perto de acontecer. E, de novo, por um motivo básico: se há muita exportação, isso significa que há muita moeda estrangeira entrando economia. Com mais moeda estrangeira na mão, as pessoas podem importar mais, o que volta a equilibrar o balanço.

    Isso acontece, só é dificil perceber porque normalmente o dolar é utilizado. Experimenta fazer isso com o zimbabwe...

    Gostaria que os leitores prestassem muita atenção no seguinte:

    1) Seu país aceita moeda estrangeira como moeda corrente.

    2) O país estrangeiro imprime piscinas e gasta uma parte internamente e uma parte no seu país. Não seria comum gastar tudo só no seu país pois a inflação la aumentaria e os preços do país estrangeiro ficariam mais baratos, entao como se espera um equilibrio de preços internos e externos, parte do dinheiro imprimido é gasto em cada país.

    3) Quando seu país realizar as importações pra compensar, a inflação no país externo ja subiu de acordo com o item 2. Ou seja, quando o pais interno comprou de vc, tudo estava barato, agr q vc vai comprar de volta, ja está tudo mais caro. Consequentemente vc vai importar menos riqueza real doq exportar. Mas se vc medir (exportações-importações) em moeda, vai dar quase a mesma coisa.

    Defenda o câmbio flutuante o tanto que você quiser, mas o faça de maneira honesta. Cite suas virtudes (algo que você não fez em nenhum momento aqui) em vez de inventar defeitos caluniosos sobre os outros arranjos.

    Um cambio flutuante não necessita desse buffer, pois em caso de não haver moeda estrangeira em reserva, vc pode simplesmente compra-la. Na mesma hora que alguem vende moeda interna, tbm comprou moeda estrangeira. Ou seja, ambas as partes são importadoras simultaneamente.

    No cambio flutuante, a emissao de moeda não depende de exportação nem de importação. É so o governo tomar conta dos preços e tentar deixar constante imprimindo pouco ou muito. No currency board, se algum fator incomum causar a interrupçao das exportações, como um boicote ou um prejuizo global de grande proporção, os preços entrariam em declinio, fazendo com que fosse criado um incentivo para guardar dinheiro sem investir (estaria se distanciando da maneira como as coisas ocorreriam em livre mercado).

    Eu levei muito tempo pra escrever isso, entao eu espero que você mantenha a educação.
  • Dj  28/04/2019 00:53
    To gostando desse debate. Ansioso pra ver a tréplica.
  • Otávio  28/04/2019 16:02
    "eu não falei emitir necessariamente a mesma moeda que ja existe."

    Nem eu. Eu disse, mantendo exatamente o seu raciocínio, que não há como uma nova moeda ser emitida do nada, de modo que todas as pessoas a aceitem.

    De novo: é impossível uma moeda nova passar a ser emitida do nada, sem lastro nenhum, de modo que ela se torne universalmente aceita.

    Qual criptomoeda é universalmente aceita? Nem mesmo o Bitcoin, a mais famosa delas, é aceito como meio de troca. vá tentar comprar um pão na padaria da esquina para você ver se seu bitcoin será aceito.

    Ou seja, não só você já começou errando, como ainda inverteu completamente o que eu disse.

    Neste seu arranjo de livre mercado, em que qualquer um é livre para emitir uma nova moeda, o resultado será nulo: tal moeda não será universalmente aceita por ninguém.

    Trata-se do "teorema da regressão", de Mises, o qual até hoje nunca foi refutado nem na teoria e nem na prática.

    "Na verdade seria uma nova moeda, afinal quem falou que só existiria uma moeda? Se você tivesse 1% de experiência com criptomoeda, teria interpretado corretamente o que eu falei."

    Releia agora o que acabei de escrever acima. Toda a sua "teoria" não passa de achismo. Uma nova moeda emitida do nada não se tornará universalmente aceita.

    Sabe qual a única moeda não emitida por governos que sempre foi universalmente aceita? Exato, o ouro. E só.

    O resto de suas divagações (muito mais formatadas, de difícil leitura) em nada refutam este fato. Não tem problema nenhum você ser contra o padrão-ouro. O que não pode é inventar mentiras ("padrão-ouro não funciona") e criar ilusões ("qualquer um emitindo moeda livremente é um arranjo que funciona").

    Quanto à quantidade de moeda, o debate passou longe do ponto, pois eu não defendo quantidade fixa de moeda. Com efeito, sob um Currency Board, a quantidade de moeda cresce normalmente, pois os bancos continuam livres para praticar reservadas fracionadas. Logo, tal debate é desnecessário.

    Em seguida, você comete um erro básico sobre Currency Board:

    "Se não existe um buffer de moeda estrageira, se temporariamente as importações ultrapassarem as exportações, seria impossivel honrar o preço fixo da moeda, pois alguem iria querer comprar moeda estrangeira, e nao teria ninguem pra vender pelo preço que se fixou. (Escassez gera aumento de preço e talvez mercado negro tbm)"

    Tô falando que você nada sabe sobre Currency Board.

    Deixa eu tentar desenhar: Currency Board nada mais é que uma casa de câmbio, cujas reservas em dólar são idênticas (ou maiores) que a base monetária do país em moeda nacional.
    Ou seja, a única maneira de não mais ter como o CB trocar moeda nacional pela estrangeira a um preço fixo seria se simplesmente toda a base monetária do país acabasse.

    Ou seja, não mais haveria papel-moeda nenhum e nem reservas bancárias (e, consequentemente, nenhuma conta-corrente).

    Obviamente, tal arranjo é absolutamente impossível de ocorrer. Base monetária não extingue. É impossível.

    Sendo assim, por definição, não tem isso de "não honrar o preço da moeda".

    Se estiver havendo muitas importações, e os nativos estiverem trocando a moeda nacional pela moeda estrangeira, isso seria perfeitamente possível enquanto houver base monetária no país. Ou seja, é possível trocar moeda nacional por moeda estrangeira até chegar ao ponto em que a base monetária nacional acabaria.

    Aí eu pergunto de novo: como seria possível toda a base monetária de um país acabar? (Não se preocupe em responder; foi uma pergunta meramente retórica).

    A única função de um Currency Board é trocar moeda nacional por moeda estrangeira (e vice-versa) a um preço fixo. Ele faz isso, apenas isso e nada mais do que isso. E, enquanto houver base monetária no país (dica: não existe como um país ficar sem base monetária, por definição), o CB pode continuar operando normalmente.

    Eu realmente insisto para que você leia este artigo (não precisa ler ele todo, apenas a parte do câmbio fixo), pois lá explica isso tudo. Você está cometendo erros básicos.

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2196

    Por fim, você diz:

    "No currency board, se algum fator incomum causar a interrupçao das exportações, como um boicote ou um prejuizo global de grande proporção, os preços entrariam em declinio,"

    Erro básico. O que determina a entrada de moeda estrangeira num país não são só as exportações. Os investimentos estrangeiros diretos são tão ou mais importantes ainda. Um país não precisa exportar absolutamente nada e ainda assim manter normalmente um Currency Board. Ele só precisa ser aberto e amigável aos investimentos estrangeiros.

    Aliás, eis outra vantagem de um Currency Board. Com ele, não tem desculpa: os governos terão de se adaptar e facilitar ao máximo possível a entrada de capital estrangeiro. Não dá para ser populista.

    Já com um Banco Central, o governo não precisa de investimento estrangeiro para expandir a moeda. Logo, ele pode praticar populismo à vontade, pois, como você bem disse, ele tem liberdade para imprimir (e, logo, destruir a moeda). Vai dizer que este arranjo é superior e preferível?

    De novo: você é perfeitamente livre para ser a favor de câmbio flutuante e contra Curency Board, mas ao menos seja intelectualmente honesto. Criar mentiras sobre este e inventar vantagens sobre aquele não é uma postura honesta.
  • Lucas  28/04/2019 17:25
    Eu percebi que estamos falando de coisas diferentes. Eu citei o currency board la no primeiro texto e imaginei que tivesse ficado implícito o que ele é. Dificilmente uma palavra representa um único conceito. Mas como voce criticou minhas palavras a respeito do currency board, quem definiu ele fui eu. Se não você estaria caindo na falácia do espantalho. Como eu estou estudando pra uma prova amanha, só posso te responder amanha. Até lá eu gostaria que você introduzisse sua definição de currency board para que possamos ter um debate de maneira coerente. Quando estivermos falando da mesma coisa aí eu vou poder avaliar e talvez atacar seu conceito de currency board.
  • Pobre Paulista  29/04/2019 16:53
    Acrescento que bitcoin não é moeda #paz
  • Flávio Ferreira  28/04/2019 22:32
    Leandro Roque,

    O que você acha do livro do Steven Horwitz "Microfoundations and Macroeconomics: An Austrian Perspective"? Neste livro, o autor defende o sistema bancário livre (free banking) como o melhor mecanismo para promover um adequado ajuste da oferta monetária, de forma a mitigar os efeitos deletérios do desequilíbrio monetário.
  • Leandro  29/04/2019 01:38
    Nada contra. Eu mesmo, na prática, também sou um free banker. Estou menos preocupado com a maneira como a moeda é emitida do que com o padrão no qual ela se baseia. É isso que, em última instância, irá definir sua robustez.

    Um free banking lastreado em ouro é melhor que o arranjo atual, ainda que o atual passasse a ter 100% de compulsório.

    Igualmente, free banking sem Banco Central seria um arranjo muito mais sólido (em termos de robustez da moeda) do que o arranjo atual.

    Aliás, um Currency Board ortodoxo lastreado em dólar (outro arranjo que eu sempre defendi) seria um arranjo razoavelmente próximo de um free banking.
  • Paulo Henrique   29/04/2019 14:04
    Como o padrão ouro funcionava com os EUA emitindo mais dolares do que possuia em reservas? Isso não gerava problema para suas reservas de ouro, caso um país, que possue dolares, tentasse resgatar em ouro? E dado que essa emissão de dolares faria o dolar se desvalorizar cada vez mais, e o cambio era fixo, não estava ai a semente de algo semelhante a uma crise cambial? O descolamento da taxa de conversão com o valor real da moeda?

    Creio que o sistema estava fadado a fracassar, o cambio nunca seria fixo com esse descolamento..
  • Humberto  30/04/2019 03:19
    Ué, foi exatamente por isso que todo o arranjo se desfez. O padrão-ouro não perdoa. Por isso nenhum político quer ouvir falar nele.
  • Skeptic  29/04/2019 15:36
    Por que os outros países não colocaram suas moedas atreladas ao ouro, sem a necessidade do dólar, depois disso?
  • Jorge  10/12/2019 13:42
    Esqueceram do Petrodolar!
  • Flávio N. Lima  13/12/2019 00:22
    Se o Leandro estiver passando aqui pelos comentários ou alguém que manja e souber responder:

    Ouvi falar que o FED pode voltar com as rodadas de QE de até $500 bi dentro de 30 dias. Qual seria o impacto desse evento no câmbio aqui?

    Outra pergunta, o dólar estava extremamente barato em 2011, é devido ao QE de 2010?

    A cotação começou a subir em 2012 foi porque o FED parou com as rodadas de QE?
  • Leandro  13/12/2019 01:29
    "Ouvi falar que o FED pode voltar com as rodadas de QE de até $500 bi dentro de 30 dias. Qual seria o impacto desse evento no câmbio aqui?"

    Por enquanto, isso é mais sensacionalismo do que fato. Porém, se realmente voltarem com o QE que vigorou até meados de 2014, aí, de fato, o dólar tende a se desvalorizar. Isso, no entanto, não significa muito, pois o que realmente interessa é como as commodities (que são precificadas em dólar) irão reagir. Se elas encarecerem mais do que o eventual barateamento do dólar, poderemos ficar em pior situação.

    "Outra pergunta, o dólar estava extremamente barato em 2011, é devido ao QE de 2010?"

    Também. Mas o dólar ainda estava sob os efeitos das guerras do Afeganistão e do Iraque, que foram fatais para a moeda. Artigo inteiro sobre isso.

    "A cotação começou a subir em 2012 foi porque o FED parou com as rodadas de QE?"

    Em 2012 ainda havia QE e o dólar continuava mundialmente fraco. Foi o real quem começou a desabar em 2012. O QE só foi efetivamente interrompido em meados de 2014. Dali em diante, o dólar disparou mundialmente.
  • Alexandre Melchior Rodrigues Filho  18/03/2020 16:41
    Leandro boa tarde!

    Desculpe a reiterada ausência.

    Nao posso colocar figuras aqui mas no facebook, o davi piangers (talvez vc conheça) disse q após 1913, as crises passaram a ser menos frequentes e menos intensas e mostrou um gráfico baseado na obra de friedman.

    Nao consegui checar as fontes. Mas vou te marcar lá.

    Segundo ele, um arranjo de moeda lastreada, as economias entrarão sempre em recessão.

    Além deste artigo, qual outro vc sugere sobre o tema neste site?
  • Felipe  14/05/2021 04:08
    "Outros países como Alemanha, Japão e até mesmo o México estavam enriquecendo rapidamente, uma vez que eles também participavam do padrão-ouro global, tendo suas respectivas taxas de câmbio fixadas em relação ao dólar (o qual, por sua vez, tinha um valor fixo em relação ao ouro)."

    O México me chamou a atenção. Dando uma rápida pesquisa sobre o "milagre mexicano" (esse termo realmente existe), vi artigo dizendo de que isso se deveu às políticas desenvolvimentistas e de "substituição de importações". Será que foi mesmo? Até a década de 1980, a economia mexicana parecia estar bombando, assemelhando-se ao Brasil nesse ponto. O Brasil realmente teve um crescimento mais forte entre as décadas de 1950 e 1970, mas a dúvida é que como houve um forte componente de inflacionismo e desenvolvimentismo nesse período, então é preciso ficar cético. A FNM teria sido fruto disso?

    Em agosto desse ano, fará 50 anos que estamos nesse arranjo monetário de papéis flutuantes. Engraçado que o Brasil se beneficiou disso na década de 1970. Foi só vir a hiperinflação, que o negócio colapsou e acabou desgastando também o próprio regime militar. Brasil ficou de fora do Bretton Woods, ou sofreu alguma influência em seu arranjo monetário?

    Tema interessante: o que realmente foi o "milagre econômico brasileiro". O milagre chileno e coreano parece ter sido mais sustentável...
  • Introvertido  14/05/2021 11:03
    Caro Felipe, já existe um artigo nesse instituto que fala sobre esse assunto:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=3258&comments=true


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