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Por que uma sociedade poupadora enriquece e uma sociedade consumista empobrece
Ao contrário do que dizem os intervencionistas, o caminho para a riqueza é a poupança, não o consumo

João tem uma renda de $ 6.000 por mês. Não está nada mal. Com esse dinheiro, todos os meses ele consegue tranquilamente bancar seus gastos fixos: ele paga o aluguel, o condomínio, a conta de luz, a conta de gás, a internet e a conta de celular.

Com o que sobra, ele decide gastar com lazer e mimos próprios. Sai para jantar com frequência, vai ao boliche duas vezes por semana, vai a baladas todos os sábados, e ainda extrapola o limite do cartão de crédito comprando roupas e perfumes. Ele chega ao final do mês zerado. Gastou tudo o que recebeu e ainda tem dívidas pendentes no cartão de crédito.

Maria trabalha em uma empresa e tem um cargo similar ao de João. Seu salário é aproximadamente o mesmo. Mas o padrão de gastos é completamente diferente. Ao contrário de João, Maria, após quitar todos os seus gastos fixos, poupa o que sobrou e investe.

Ou seja, Maria restringe seu consumo presente. Maria faz o sacrifício de gastar pouco no presente, privando-se de vários prazeres. Isso, obviamente, significa que ela nem sempre se permite a pequenos luxos. Ela não é da mentalidade do "eu mereço, por isso gasto". Muitas vezes ela tem de dizer a seus amigos e amigas que "esta noite não poderei sair".

Difícil e chata a vida de Maria, não?

No curto prazo, de fato pode parecer assim. Já no longo prazo, a história será bem diferente.

Vinte anos depois, João se tornou vítima de suas próprias escolhas. Ele gostaria de sair do seu atual e estafante emprego e poder se dedicar a outras coisas, mas está afundado em um mar de dívidas. Como ele não tem reservas — pois não poupou —, praticamente tudo o que ele recebe como salário vai diretamente para o pagamento de dívidas. Consequentemente, ele não pode se dar ao luxo de sair deste seu emprego e mudar sua rotina. Seus gastos fixos são hoje ainda mais altos, de modo que ele sempre está "com a corda no pescoço". Antigamente, ele trabalhava para ganhar dinheiro. Hoje, ele trabalha para pagar dívidas.

Já Maria está em uma situação completamente distinta. Com bastante dinheiro acumulado — consequência de sua poupança e de sua restrição de gastos —, seu trabalho não mais é uma necessidade de sobrevivência. Ela não mais precisa daquele emprego como se fosse o único recurso para continuar viva. 

Com efeito, ela está pensando em deixar de ser empregada e se tornar empreendedora. Ela quer investir no ramo da moda. Ela sempre gostou de design de moda e agora está animada a dar uma guinada em sua vida. Está decidida, e investirá sua poupança neste novo projeto.

Seu sonho é, em alguns anos, poder viver do seu próprio empreendimento.

A poupança, a frugalidade, e a capacidade de pensar visando ao longo prazo foi o que ajudou Maria. Se esse comportamento foi positivo para Maria, por que seria negativo caso adotado por todas as pessoas de uma economia?

A falácia de que a poupança afeta a economia

Com enorme frequência escutamos que a poupança é a inimiga do crescimento econômico. Os economistas keynesianos nunca se cansam de enfatizar que o que move a economia é o consumo. Consequentemente, a política econômica correta é aquela que estimula o consumismo, seja por meio do crédito farto e barato, seja por meio de simplesmente dar mais dinheiro às pessoas para que elas possam gastar.

"Mais consumo significa mais demanda, e mais demanda gera maior produção. Eis a receita para a prosperidade!", dizem eles.

Já a poupança — isto é, a frugalidade e a contenção os gastos — seria a inimiga número um desta receita mágica.

Quais os problemas com esta visão? Vários.

Para começar, ela se baseia na crença de que ações individuais voluntárias — as pessoas decidem poupar mais de livre e espontânea vontade — podem ser deletérias para toda a economia. 

Na visão keynesiana, tal comportamento não é algo racional; não é um comportamento adotado voluntariamente de acordo com as condições econômicas. Ao contrário, trata-se de um comportamento irracional, de um "espírito animal".  É algo que acontece do nada. As pessoas simplesmente param de gastar e começam a poupar.

Sim, se várias pessoas repentinamente decidirem parar de gastar toda a sua renda e decidirem poupar boa parte dela com a intenção de consumir apenas no futuro, isso obviamente terá certos efeitos sobre parte da economia, uma vez que haverá menos demanda por certos tipos de bens e serviços. Isso é algo óbvio e nada controverso.

Mas o que isso gerará? Essa é a questão principal. E ela nos leva ao principal problema com esta visão: ela ignora por completo a verdadeira "função social" da poupança.

Esta função social da poupança, e sua importância para o desenvolvimento das economias, foi destacada pelo economista austríaco Eugen von Böhm-Bawerk, que escreveu em 1910:

Aquilo que todos conhecem como "poupança" tem, como consequência imediata, um lado negativo: o não-consumo de uma fatia de nossa renda. Ou, em termos aplicáveis à sociedade que utiliza o dinheiro, o não-gasto de uma porção do dinheiro recebido anualmente.

Este aspecto negativo da poupança é o mais imediatamente evidente em nosso dia a dia e, com efeito, é o único que as pessoas imaginam existir. São muito poucas as pessoas que realmente param para pensar no destino subsequente das somas de dinheiro poupado; elas apenas imaginam que o dinheiro ficou parado dentro de uma conta bancária.

Mas é exatamente aqui que começa a parte positiva do processo da poupança, o qual irá se completar muito longe do campo de visão do poupador — cujas ações, entretanto, foram as que deram o impulso a toda a atividade que virá a seguir.

O banco irá recorrer a essa poupança de seus depositantes e irá emprestá-la para empreendedores de várias maneiras: empréstimos para a construção civil, empréstimos para a abertura de pontos comerciais, empréstimos para a ampliação de instalações industriais, empréstimos para a construção de fábricas, empréstimos para a contratação de mão-de-obra, empréstimos para capital de giro etc.

Desta maneira, a poupança de uns foi direcionada para o financiamento de atividades produtivas, as quais, sem esta ajuda, não poderiam ter êxito. No mínimo, não alcançariam a mesma eficiência.

Essa é a primeira consequência positiva da poupança: se ela não existisse, não haveria depósitos nos bancos e, consequentemente, não haveria crédito nem para o consumo e nem para o investimento.

Em suma, sem a poupança não há investimento, e sem investimento os países não cresceriam.

(Quanto menos poupadora é uma sociedade, mais o governo tenta remediar essa situação expandindo ele próprio o crédito, por meio da simples criação de moeda. As consequências são a inflação de preços e os ciclos econômicos).

No entanto, vários oferecem resistência a esta ideia de que é necessário poupar. Ao próprio Böhm-Bawerk os contrários à poupança diziam que, se todos os indivíduos decidissem poupar 25% de sua renda ao mesmo tempo, isso iria restringir a demanda por bens de consumo, levando a economia a uma forte recessão.

E haveria recessão não somente porque cairia a demanda por bens de consumo, mas também porque a demanda por bens de capital (aqueles utilizados para produzir bens de consumo, como máquinas e ferramentas) iria igualmente cair. Afinal, quem iria comprar uma máquina que fabrica sapatos se ninguém quer comprar sapatos, já que todos decidiram poupar mais? Consequentemente, quem investiria na produção de máquinas?

A esta acusação Böhm-Bawerk respondeu de maneira magistral:

Nesta premissa — de que a poupança significa necessariamente uma redução na demanda por bens de consumo — está faltando uma única, porém muito importante, palavra: 'presente'. 

Para começar, o homem que poupa reduz a sua demanda por bens de consumo presentes, mas de maneira alguma ele reduz seu desejo geral por bens que lhe deem prazer. A "abstinência" gerada pela poupança não é uma abstinência absoluta, ou seja, ela não gera uma renúncia definitiva a todo e qualquer bem de consumo. Ele continua consumindo bens básicos no presente. Mas abrirá mão do consumo, no presente, de bens mais luxuosos. Mas tal renúncia não é definitiva. Ela é apenas uma postergação.

O motivo principal daqueles que poupam é precisamente preparar-se para o consumo futuro; ter meios com os quais suprir suas demandas futuras ou as de seus herdeiros. 

Isso significa, nada mais nada menos, que eles desejam garantir que terão controle sobre os meios que permitirão a satisfação de seus desejos futuros, isto é, sobre o consumo de bens em um período futuro.

Em outras palavras, aqueles que poupam reduzem sua demanda por bens de consumo no presente justamente para poderem aumentar proporcionalmente sua demanda por bens de consumo no futuro.

Ou seja, a poupança é a restrição do consumo presente visando a um aumento do consumo futuro.

O consumismo e a lição de Crusoé

A diferença entre o Robinson Crusoé pobre e o Robinson Crusoé rico é que o rico dispõe de bens de capital. E para ter esses bens de capital, ele teve de poupar e investir.  

Os bens de capital do Robinson Crusoé rico (por exemplo, uma rede e uma vara de pescar, construídas com bens que ele demorou, digamos, 5 dias para produzir) foram obtidos porque ele poupou (absteve-se do consumo) e, por meio de seu trabalho, transformou os recursos que ele não havia consumido em bens de capital. Estes bens de capital permitiram ao Robinson Crusoé rico produzir bens de consumo (pescar peixes e colher frutas) e com isso seguir vivendo cada vez melhor.

Já o Robinson Crusoé pobre é aquele que não poupa. Consequentemente, ele não dispõe de bens de capital. Logo, todo o seu trabalho é feito à mão. Por isso, ele é menos produtivo. E, por produzir menos e ter menos bens à sua disposição, ele é mais pobre e seu padrão de vida é mais baixo.

O Robinson Crusoé rico é mais produtivo. E, por ser mais produtivo, não apenas ele pode descansar mais, como também pode poupar mais, o que irá lhe permitir acumular ainda mais bens de capital e consequentemente aumentar ainda mais a sua produtividade no futuro. 

Já o Robinson Crusoé pobre consome tudo o que produz. Ele não tem outra opção. Como ele não é produtivo, ele não pode se dar ao luxo de descansar e poupar. Essa ausência de poupança compromete suas chances de aumentar seu padrão de vida no futuro.

Por isso, sociedades ultra-consumistas são necessariamente sociedades de subsistência. Uma tribo africana consome 100% de sua produção (renda). Como não consegue poupar, não consegue acumular capital. Sem capital acumulado, não consegue aumentar sua produtividade. Sem aumento de produtividade, não sai da pobreza. Nada é mais anti-capitalista que uma sociedade ultra-consumista.

Capitalismo é, acima de tudo, poupança

Não há dúvidas de que o consumo é o propósito supremo de toda atividade humana de caráter produtivo. As pessoas trabalham e produzem para poder consumir; e é assim em todo e qualquer arranjo econômico, tanto em sociedades capitalistas quanto em sociedades não-capitalistas.

Ninguém quer dedicar esforços e recursos para fabricar algo que não será utilizado no futuro.

Mas a característica distintiva do capitalismo é que ele direciona a poupança dos cidadãos para investimentos produtivos. Em outras palavras, ele transforma poupança em capital.

Aqueles que crêem que o capitalismo se sustenta sobre o consumismo desconhecem a própria raiz da palavra "capitalismo". Capitalismo advém de capital. Capitalismo é acumulação de capital. E capital é aquela fatia do nosso patrimônio que aumenta a nossa riqueza futura. Capital é toda a riqueza acumulada — que pertence a empresas ou a indivíduos — e que é utilizada para o propósito de se auferir receitas e lucros futuros.

Capital, em suma, é aquilo que cria riqueza futura para nós mesmos e para o resto da sociedade.

Para acumular capital é necessário poupar. E para poupar é necessário restringir o consumo.

Sendo assim, qual o sentido de dizer que um arranjo cuja própria existência depende da virtude da poupança e do não-consumo só pode sobreviver e prosperar quando se consome maciçamente?

O capitalismo não depende do consumo, mas sim da poupança. Uma sociedade que consome 100% da sua renda será uma sociedade anti-capitalista. Não haveria um único bem de capital existente: não haveria moradias, não haveria fábricas, não haveria infraestruturas, não haveria meios de transporte, não haveria maquinários, não haveria escritórios e imóveis comerciais, não haveria laboratórios, não haveria cientistas, não haveria arquitetos, não haveria universidades, não haveria nada.

Simplesmente, todos os indivíduos estariam permanentemente ocupados produzindo bens de consumo básicos — comidas e vestes — e não dedicariam nem um segundo para a produção de bens de capital, que são investimentos de longo prazo que geram bens futuros. Por definição, se uma sociedade consome 100% da sua renda, ela não produz nenhum outro bem que não seja de consumo imediato.

É a poupança, é o não desejo de consumir tudo o que se pode, o que nos permite direcionar nossos esforços para satisfazer não os nossos desejos mais imediatos, mas sim nossas necessidades futuras: com a poupança, produzimos bens de capital que irão, por sua vez, fabricar os bens de consumo de que podemos necessitar no futuro.

Mas como saber o que produzir?

A objeção final torna-se óbvia: dado que temos de poupar agora para consumir mais no futuro, como serão os investimentos?

Ou seja, mesmo se houver uma maior demanda futura por bens de consumo, como os empreendedores irão saber quais tipos de investimentos em capital deverão fazer?  E quais tipos de bens, e em quais quantidades, devem planejar ofertar no mercado em preparação para esta maior demanda futura?

A resposta de Böhm-Bawerk foi mostrar que a produção é sempre voltada para o futuro — um processo no qual se utiliza meios produtivos hoje com o intuito de se ter bens de consumo para serem vendidos amanhã. 

O exato propósito da concorrência empreendedorial é testar constantemente o mercado, de modo a antecipar da melhor maneira as demandas do consumidor, corrigir as existentes e perceber as que estão mudando. 

Empreendedorismo é, acima de tudo, a arte de saber antecipar corretamente as demandas dos consumidores e direcionar os recursos presentes de modo a fabricar bens que atenderão aos desejos dos consumidores no futuro. Não é fácil. É uma arte dominada por muito poucos. E estes poucos que a dominam irão auferir grandes lucros.

A concorrência, portanto, é o método de mercado que faz com que a oferta seja sempre correspondente às demandas dos consumidores.  E se erros forem cometidos — e eles serão —, os prejuízos resultantes deste prognóstico errôneo funcionam como estímulo para que se faça ajustes apropriados na estrutura de produção, ou para que se realoque mão-de-obra e recursos para outras linhas de produção.

Quando deixado funcionando livremente, o mercado exitosamente garante que as demandas tenderão a igualar a oferta, e que os horizontes temporais dos investimentos serão compatíveis com a poupança disponível necessária para manter e expandir a estrutura do capital no longo prazo.

E qualquer tentativa de manipular esse arranjo — por exemplo, por meio da redução artificial das taxas de juros — inevitavelmente gerará ciclos econômicos.

Conclusão

A poupança é vital para que exista um futuro melhor. É ela que deve ser estimulada, e não o consumismo, o endividamento, o crédito subsidiado ou o controle de preços.

Poupar sempre é bom. Se o fazemos, isso significa que somos mais pacientes e, consequentemente, podemos gerar processos de produção mais completos, de maior duração, e com mais etapas intermediárias. Sem a poupança, jamais teria sido possível o surgimento de tratores, máquinas ceifadoras, escavadeiras e, acima de tudo, nenhuma das inovações tecnológicas que hoje estão revolucionando a maneira como nos comunicamos, como WhatsApp, Facebook, Twitter, Skype, Gmail, Instagram, SnapChat etc.

Todas estas criações foram possíveis porque alguém, em algum momento, decidiu poupar, e esta poupança foi direcionada para o investimento.

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autor

Juan Ramón Rallo
é diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri.  É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.


  • Consumista  04/04/2017 15:33
    Ué, mas se as pessoas não consumirem, para que investir e criar um sistema de produção em massa? O certo não seria um equilibrio entre consumo e poupança?
  • Economista  04/04/2017 15:56
    Consumo é inevitável. Nunca há consumo zero. Consequentemente, nunca há problema de demanda. Por definição.

    Demandar é algo que ocorre naturalmente; demandar é intrínseco ao ser humano. A partir do momento em que você sai da cama até o momento em que você vai dormir você está demandando coisas. Demandar coisas é o impulso mais natural do ser humano. É impossível viver sem demandar. Por isso, a ideia de que é necessário "estimular a demanda" é completamente ilógica. A demanda é algo que ocorre naturalmente pelo simples fato de sermos humanos.

    Portanto, o problema não é e nem nunca foi "estimular a demanda". O grande problema sempre foi criar a oferta. De nada adianta haver demanda se não houver oferta.

    É exatamente a oferta o que sacia a demanda.

    O que permite a oferta? A produção. E o que permite a produção? O investimento. E o que permite o investimento? A poupança. Fim.

    Uma sociedade consumista consome todos os recursos (matéria-prima e insumos) disponíveis, impossibilitando que os mesmos sejam utilizados em investimentos de longo prazo, que são os que realmente elevam o padrão de vida da população.

    Tendo entendido isso, você finalmente perceberá que "investir e criar um sistema de produção em massa" só é possível em sociedades poupadoras. Por definição. Lá no Sudão do Sul, todo mundo consome imediatamente tudo o que produz. Lá ninguém poupa. Tudo é imediatamente consumido. Como seria possível criar ali "um sistema de produção em massa"?

    "O certo não seria um equilibrio entre consumo e poupança?"

    Óbvio, até porque é impossível não consumir. Você gasta eletricidade, você consome alimentos, você consome combustível, você utiliza roupas, você gasta borracha, você compra mantimentos para a casa etc. Como não haver consumo?

    Outra coisa: sempre há aquelas pessoas que pouparam muito no passado e que hoje podem se dar ao luxo de gastar mais. Esse é um processo contínuo. Consequentemente, sempre há no presente gastos de pessoas que pouparam no passado.

    Logo, o consumo nunca cairá. Por definição.
  • Marcos A Pereira  11/04/2017 23:38
    Mas demandar é igual a poder demandar?
  • Pobre Paulista  04/04/2017 15:58
    Por isso que as taxas de juros devem ser livres.
  • 4lex5andro  04/04/2017 19:53
    É o que é exemplificado na economia japonesa que após sua bolha imobiliária, tem crescido pouco (quando não fica no zero), e nem por isso decaiu em seus níveis de desenvolvimento (educação, juros , inflação , em ótimos índices). É um país que poupa muito.
  • jotamelo  05/04/2017 12:35
    todo consumo descontrolado ou desnecessário gera falência, mesmo que você seja rico.

  • Entropia Verde  04/04/2017 15:53
    Questão Filosófica:

    E se Maria morrer antes de aproveitar seu dinheiro poupado ?
    João viveu o agora, aproveitou o presente, pq o futuro é uma promessa.



    Questão de Economia:

    Poupar para deixar o dinheiro no banco...mas o banco vai consumir meu dinheiro, certo ?
    então eu poupo, mas alguém consome. Isso é o capetalismo.
    Empreendedores estão a todo momento buscando formas de fazer VOCÊ(consumidor) NÃO POUPAR o seu dinheiro...


    Enfim...eu entendo a importância da poupança, mas o Deus Chronos é implacável



  • Professor  04/04/2017 16:12
    "E se Maria morrer antes de aproveitar seu dinheiro poupado ?"

    Aí ela legará todo o seu esforço e sacrifício para seus descendentes, por meio da herança. Aliás, um dos motivos de esses pulhas de esquerda (como keynesianos) quererem confiscar a herança é justamente obrigar todo mundo a consumir o máximo agora ("pois ativa a economia!") e poupar o mínimo possível. Keynesianismo é intrinsecamente anti-família, como era o próprio Keynes.

    "João viveu o agora, aproveitou o presente, pq o futuro é uma promessa."

    Mas e quando o futuro chegar?

    "Poupar para deixar o dinheiro no banco...mas o banco vai consumir meu dinheiro, certo ?"

    Em troca de juros futuros. Ao comprar um CDB, uma LCI, uma LCA, uma LC, ou mesmo debêntures de empresas, você, no futuro, receberá de volta principal e juros. Eu mesmo tenho mais de 70% do meu patrimônio financeiro aplicado em papeis, rendendo taxas altas de juros. Eu poupo, me abstenho do consumismo e financio os consumistas e os investidores, os quais, em troca, se tornam meus devedores.

    Dívidas são alavancas de riqueza quando você é o credor e não quando é o devedor. Você enriquece quando as pessoas devem para você e não quando você deve para as pessoas. Banqueiros enriquecem emprestando o seu dinheiro para os outros. São os outros que precisam trabalhar mais para pagar os juros que você recebe quando faz um investimento financeiro (emprestando dinheiro para os bancos ou para o governo).

    "então eu poupo, mas alguém consome. Isso é o capetalismo."

    Obrigado por comprovar que os anti-capitalistas são os verdadeiros materialistas. Para tais pessoas, não poder consumir tudo o que quer e ter de poupar para ter algum futuro é "coisa do capeta".

    "Empreendedores estão a todo momento buscando formas de fazer VOCÊ(consumidor) NÃO POUPAR o seu dinheiro..."

    Gozado, eu nunca sofri disso e nunca caí na tentação consumista. Sou diferente?

    Aliás, perceba a sua contradição: na frase imediatamente anterior, você disse que o "capetalismo" significa poupar para os outros consumirem. Agora você diz que capitalismo é os outros forçarem você a consumir e a não poupar.

    Ué, são duas coisas completamente excludentes e paradoxais. Favor ter um mínimo de coerência.
  • uai  04/04/2017 16:34
    Eu ia responder ao Entropia Verde, mas quando vi a tijolada de realidade que foi sua excelente resposta, professor, acredito que não necessito mais.

    É cada coitado que despenca aqui.
  • Perdido em Latinoamérica   05/04/2017 02:30
    "Poupar para deixar o dinheiro no banco...mas o banco vai consumir meu dinheiro, certo ? "

    Não é o banco que consome o dinheiro. E o estado, a través da inflação, que destroi ele.
  • 4lex5andro  05/04/2017 13:18
    Se tem um negócio que banco privado não quer, é deixar dinheiro parado.
  • Ana Karina Milhomem  09/06/2019 22:01
    Perfeito. Nada a agregar.
  • Consumista  04/04/2017 15:57
    A história é um pouco forçada, João pode ser um bon vivant, mas também não ser acomodado, pode ser um bom funcionário e crescer na carreira, pode até mesmo um dia pegar uma herança ou vender um carro e com mais um financiamento montar uma empresa. Já Maria parece ser uma pão dura que terá medo de gasta o dinheiro que acumulou na vida inteira, fora que provavelmente morrera fustrada, enquanto joão não.
  • Lucas  05/04/2017 03:21
    Conheço pessoas que vivem de dívidas, não é muito raro encontrar delas por aí, aposto que todo mundo aqui conhece uma. De todo endividado que eu já conheci, nunca quis estar na pele de nenhum, afinal, não há coisa mais sem lógica do que ficar fazendo empréstimos pra consumir besteiras, o preço do produto sai mais caro. Quem faz dívida paga mais caro, e por isso acaba tendo menor poder aquisitivo do que uma pessoa que poupa.
  • Adamantium  31/03/2018 16:16
    É possível viver bem e ser um poupador , li num livro e emprego o seguinte : Pegue sua renda , e divida em 55% em gastos gerais, 10% diversão , 10 % aposentadoria , 10% emergências , 10 % educação e 5% ferias....
  • Lel  04/04/2017 16:31
    Um dos melhores artigos dos últimos dias. Resumiu muito bem porque o verdadeiro capitalismo traz prosperidade no médio a longo prazo.
  • Henrique  04/04/2017 16:36
    Qual é a teoria liberal para a causa de desigualdade da América Latina?


    Abraços.
  • Kantynho  04/04/2017 18:27
    Comentário besta:

    Quem perguntou foi o Henrique; quem respondeu? Meirelles.. hehehehe

    Tá, confesso que a piada foi ruim. :-)
  • Pobre Paulista  04/04/2017 20:28
    Você é novo aqui né?
  • Felipe  04/04/2017 16:55
    Excesso de Estado.
  • Francisco Rypl  04/04/2017 20:43
    Henrique, numa palavra: intervencionismo.
  • Tiago  04/04/2017 16:48
    Boa tarde. O dinheiro poupado pelas pessoas, em muitos casos, está sendo usado pelo governo (através dos títulos públicos). Isto não reduz o benefício para a sociedade que a poupança deveria proporcionar?
  • Berriel  04/04/2017 17:35
    Sem dúvidas. E é exatamente por isso que o estado tem de reduzir seus gastos.

    Artigo inteiro sobre essa sua correta constatação aqui:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2578
  • Igor  04/04/2017 16:49
    Um livro bem didático sobre o capitalismo, a poupança, o investimento e os ciclos econômicos:

    https://www.amazon.com.br/Como-Economia-Cresce-Por-Quebra/dp/8576085984/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1491324516&sr=8-1&keywords=por+que+a+economia+cresce
  • Tannhauser  04/04/2017 17:23
    Ótimo texto. O irônico é que boa parte das pessoas que criticam o consumismo crescente no Brasil não entende que a causa foi justamente a política econômica do governo, que estimulou o endividamento da população para consumo de supérfluos.
  • Wagner Pires  04/04/2017 17:55
    No Brasil, país pobre, a taxa de poupança é de míseros 14% do PIB. Já a China tem mais de 40% do PIB em poupança sustentando suas altas taxas de investimento.

    A desgraça aqui, novamente, pela falta de poupança, é fruto do roubo institucionalizado pelo governo que drena nada mais, nada menos que 35,42% do PIB em tributação.

    Se não fosse a evasão fiscal (sonegação), o aparato estatal brasileiro estaria sugando o equivalente a malditos 46% do PIB.
  • Kaique  04/04/2017 18:12
    Qual é a solução desse Instituto para reduzir o Estado brasileiro?
  • Wagner Pires  04/04/2017 18:19
    Sonegação fiscal no Brasil é uma questão de sobrevivência!
  • Capitalista Keynes  04/04/2017 17:55
    Concordo...até porque ninguém poupa e gasta a poupança ao mesmo tempo......nunca haverá consumo zero. Assim, há vários consumos futuros em D , D+1 ,D +2, etc. Não sei se me entendem. Por exemplo : Uma pessoa guarda dinheiro durante 2 anos dinheiro para trocar de carro. Um dia depois ou até mesmo no mesmo dia, outras pessoas que pouparam também, estão usando esses recursos. É um fluxo.
  • Bruno Feliciano  04/04/2017 20:10
    Pessoal, qual a opinião de vocês sobre a velocidade nas marginais e afins?

    Eu sei que é estranho e nada disso tem haver com o IMB, mas como o IMB é frequentado por pessoas inteligentes e de senso crítico, gostaria de ver o que vocês acham.

    Velocidade não causa acidente pra min, se fosse assim as estradas de SP que tem limite a 120, mataria muito mais do que as de 80. E não é isso que vemos..


    Abraços
  • Taxidermista  04/04/2017 22:13
    "Eu sei que é estranho e nada disso tem haver com o IMB"

    Meu caro Bruno, esse assunto tem a ver com liberdade individual (e libertarianismo) sim...

    Por exemplo, o libertário e economista da EA Pascal Salin fala sobre isso no seu excelente tratado sobre "Liberalismo":

    www.unioneditorial.es/la-antorcha?page=shop.product_details&flypage=flypage.tpl&product_id=12&category_id=19&manufacturer_id=144

    Olhe o cap. XIII:

    "CAPÍTULO XIII.- LA LIBERTAD DE CONDUCIR
    La velocidad mata... todos lo saben
    ¿Eslogan o razón?
    Cuando la ley no es respetable
    El crimen imaginario
    Conductores responsables"

    Ali ele defende que limitação legislativa de velocidade implica restrição à liberdade individual, além de outras considerações empíricas.

    E, próximo ao tema, vale conferir:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=115

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=453
  • uai  05/04/2017 00:13
    Bruno, vou dizer alguns fatos e depois minha simples opinião:

    Fato: maior velocidade em um momento de impacto implica maior estrago, pois há mais força aplicada.

    Fato 2: maior velocidade também requer um tempo de frenagem maior para fazer a velocidade chegar a 0.

    Agora vamos a minha opinião, que a primeira vista pode parecer contraditória aos fatos:

    O que mais vejo em termos de acidentes não são por causa da velocidade, mas sim por causa do trafego lento, por falta de pericia do motorista, desonestidade ou simplesmente falta de atenção. Muitos motoristas freiam bruscamente por qualquer motivo, andam lento ou freia e acelera por qualquer motivo (o que deixa quem está atrás impaciente, nada pior que uma pessoa que chega aos 45 km/h numa estrada de 60km/h e freia de volta para 40km/h, para depois subir para 45 km/h e repetir todo o processo o tempo todo).

    Desonestidade inclui: invadir faixa propositadamente para ganhar uns espaços, não deixar alguém passar na sua frente quando precisa, no caso de moto e/ou bicicleta: andar pela direita dos veículos (ponto cego de todo motorista), entrar no espaço a direita de um PARE de um motorista que vai dobrar para a direita, corredores de motos entre filas de carros (por si só, já é extremamente perigoso).

    Falta de atenção: Fazer curva sem olhar para frente ou para os lados (bateram no meu carro assim hoje, a mulher dobrou para a direita sem olhar pra frente). No caso de pedestre: atravessar no meio de junções de T (já vi, coisa bem imbecil, mas já vi).

    Falta de pericia: não saber o que significa uma rotatória (o número de pessoas que não sabem como elas funcionam é surpreendente, ou sabem, mas não estão nem ai).
  • Bruno Feliciano  05/04/2017 00:50
    Concordo, o que na verdade causa acidentes é a diferença de velocidade.

    Nos autódromos, os acidentes se dão assim, juntou um carro mais lento e um mais rápido, a chance de dar cagada é muito grande.

    Na estrada por exemplo aqui de são paulo, temos estradas como a bandeirantes, que o limite é 120km/h, enquanto ao mesmo tempo temos estradas com o limite de 90 ou 100. Se a velocidade fosse um fator predominante e principal, era pras estradas de maior limite de velocidade serem verdadeiro parques suicida. O que acontece é justamente o ao contrário, muita estradas com altos limites ou sem limites, tem menos acidentes do que as com um limite baixo.


    Quando o limite de velocidade é mais alto, ninguém lhe obriga a andar o tempo todo nele, veja, se na marginal o limite é 90, ninguém ti obriga a andar 90. Você pode andar a 50, 60 ou como você achar justo, somente deixe a faixa da esquerda pra quem quer andar mais rápido. Isso colaboraria pra que as pessoas andassem conforme o fluxo, na imigrantes aqui, já cansei de estar 150km/h junto com todos os carros, muito mais seguro do que andar a 80. Todos no mesmo ritmo, os mais lentos na direita e tudo certo.

    Deixou um artigo que refutou esse mito: https://www.flatout.com.br/cinco-mitos-sobre-as-reducoes-de-limites-de-velocidade/

    Abraços
  • uai  05/04/2017 11:23
    Sim, estou de acordo com você. Perfeita sua colocação.

    Acredito que muita gente acha que velocidade é responsável por acidentes porque acidentes em alta velocidade são bem mais brutais pela maior quantidade de força aplicada, ou seja, eles impressionam mais quando ocorrem. É a mesma coisa de ataques de tubarão. As ocorrências de ataques são consideradas baixas, mas as pessoas tem muito medo devido à ferocidade dos ataques.
  • Bruno Feliciano  05/04/2017 15:30
    E a esquerda aproveita justamente disso, o apelo emocional que um acidente de maior velocidade provoca, é enorme. O que condiz totalmente com a tática argumentativa deles.

    Eles só conseguem ser contra, mostrando o estrago que faz a maior velocidade, mas não conseguem argumentar(porque não convém) que o numero de acidentes aumentou por isso.

    É a famosa: APESAR DE e NÃO POR CAUSA DE.

    A velocidade pode causar acidentes fatais, mas o numero de acidentes pode ser MENOR.
    O que interessa é o numero de acidentes, o estrago que provoca é secundário.

    Se fosse assim, era pra reduzir a velocidade dos trens e metros, já que um acidente nesses veículos, tende a ser fatal.
    A intenção é provocar menos acidentes e não menos estrago, a segurança ativa é muito mais importante que a passiva.


    Abraços
  • FL  05/04/2017 16:10
    Não sei se vocês têm a mesma impressão, mas a minha é que, em São Paulo, os acidentes e o trânsito são causados principalmente pelos próprios motoristas e seus smartphones.

    Eu reparo diariamente nisso, e é inacreditável o número de pessoas que dirigem olhando e mexendo no celular. Param num semáforo, puxam o telefone e esquecem do mundo. O semáforo abre, o cabra não anda. Alguém buzina, ele acorda, engata a marcha, começa a andar... só nesse tempo, 5 carros não passaram no semáforo, e o trânsito se acumulou.

    Nas marginais, vias expressas, vejo vários motoristas andando bem abaixo da velocidade possível, freando quando não há absolutamente nenhum motivo para tal... passo do lado, o cara tá mexendo no celular ao invés de prestar atenção no trânsito e fazer o movimento fluir melhor. E vira um ciclo vicioso: o cara mexe no celular, o trânsito vai ficando mais lento até parar. Para, quem parou pega o celular e não anda.

    Nunca vi nenhum estudo sobre isso, mas essa total desatenção não deve ajudar com a diminuição de acidentes. Conheço pelo menos duas pessoas que bateram seus carros e me confessaram que estavam olhando pro celular, não viram o trânsito parando e, quando tentaram reagir, era tarde demais.

    Claro que as condições dos carros, das vias, do clima etc contribuem. Mas se os motoristas pudessem se focar em apenas dirigir os malditos carros, já seria um enorme avanço.
  • Bruno Feliciano  05/04/2017 20:36
    Faz sentido isso, de fato os acidentes aumentaram depois que inventaram o smartphone, socialistas podiam usar esse argumento pra proibir celulares, assim como usam dessa mesma retórica pra proibir armas... Hahahaha

    Mas voltando pro assunto, isso faz sentido sim.

    A questão é assim: Poe um limite alto, você NÃO É OBRIGADO a andar no limite estabelecido, se você acha 50km/h melhor, ande VOCÊ a 50. Agora se eu quiser andar mais, eu ando.
    Por esse lado o Taxidermista tem razão, tem tudo haver com liberdade.

    É básico meu, eu to na marginal, se eu não acho seguro 90, eu ando a 50.

    Se eu to na bandeirantes, nem todo mundo anda há 120, muitos andam a 100 ou a até 80. Tudo em uma boa.
    Na imigrantes já subi com a galera andando a 140, 150km/h e tudo fluindo normalmente, os mais lentos ficão na direita e deixa a a porcaria da esquerda livre(no brasil isso é quase utopia).

    É básico isso, a esquerda usa da velocidade das vias pra mandar em nossas vidas, olha o ponto que chega o negocio.
  • Wagner Pires  04/04/2017 20:34
    Não há poupança no Brasil, simplesmente porque a população brasileira está entre a cruz e a espada. De um lado a carga tributária que compromete 41% do orçamento das famílias (segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT); do outro está o endividamento das famílias com o sistema financeiro, num total de 25% do orçamento familiar (segundo o BACEN).

    Logo temos 66% de comprometimento da renda das famílias! Os 34% restantes são para elas despenderem com gastos de manutenção diária e sobrevivência. Não há espaço para criarem poupança.

    Aforando a poupança que restou ao país (14% do PIB), segundo o BACEN, o tempo de endividamento médio das famílias é de sete anos. já o tempo de endividamento médio das empresas é de cinco anos. Ou seja, não se pode esperar reação da economia, nem pelo lado do consumo nem pelo lado do investimento. Do lado do governo o que se tem é dívida exponencial sem solução à vista. Logo não há, no horizonte de curto e médio prazos, solução de continuidade para a crise econômica que se instalou no país.

    O abismo é histórico.

    Não há poupança interna para alavancar os investimentos de que precisamos. Só para suprir a carência de infraestrutura do país, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), seria necessário um aporte de um trilhão de reais.

    Estamos totalmente dependentes do investimento estrangeiro direto. E como esse investimento não passa, anualmente, dos
    US$70,0 bilhões, podemos dizer, sem margem de erro, que o país vai patinar pelos próximos dez ou vinte anos.

  • Wagner Pires  04/04/2017 20:50
    Resultado Primário do Governo Central - 2011 a 2015 – (em % do PIB):

    DISCRIMINAÇÃO......................2011.......2012........2013........2014........2015......2016
    (+) Receita total...........................22,6%....22,1%....22,2%.....21,5%......21,1%......21,0%
    (-) Transf. a Estados e Municípios....3,7%......3,6%........3,4%.......3,5%.......3,5%......3,6%
    --------------------------------------------------------------------------------------------------------------
    (=) Receita Líquida....................18,9%.....18,5%......18,8%......18,0%.......17,6%....17,4%
    (-) Despesa total.......................16,7%.....16,9%......17,3%......18,3%.......19,5%....19,8%
    --------------------------------------------------------------------------------------------------------------
    (=) Resultado primário.................2,2%......1,6%........1,5%......-0,3%........-1,9%....-2,4%

    Fonte: Tesouro Nacional


    As receitas do governo são decrescentes, enquanto as despesas se tornam explosivamente crescentes. Esse é o resultado desastroso de uma máquina estatal gigantesca e intervencionista.
  • Alexandre Vianna  04/04/2017 22:16
    Texto magistral! Irretocável!
  • Perdido em Latinoamérica   05/04/2017 00:22
    Se alguém segue a situação na Argentina, sabe-se que a situação não está muito bem. Estão organizando uma greve. E olhem que ideia
    www.lanacion.com.ar/2004588-con-un-video-protagonizado-por-chicos-la-cgt-convoca-al-paro-del-6-de-abril
  • Perdido em Latinoamérica   05/04/2017 00:32
    Como pode ser que aqui em Latinoamérica faltem ideias, enquanto na Europa estão inventando joias como estas:
    https://www.uboatworx.com/series/models?series=47
    *
    Quantos desocupados temos no Brasil?
  • uai  05/04/2017 11:29
    A explicação é bem simples:

    O problema é o funcionalismo público aliado a falta de liberdade econômica.

    Nossos cérebros fogem para a esfera estatal por pagar salarios bem maiores e estabilidade. Quantos engenheiros, programadores, físicos, quimicos, etc nós perdemos por ano para os concursos públicos? Mesmo um engenheiro que queira inventar alguma coisa revolucionária precisaria de peças que são vindas do exterior, o que implica ter que pagar o carissimo imposto de importação + carga tributária associada.

    Alias, esse é outro efeito nefasto do nosso protecionismo, o encarecimento de materiais necessários para criar algo novo, desestimulando a criação de valor.
  • Fernandes  05/04/2017 12:41
    E no caso da sociedade americana, como ela continua enriquecendo tendo uma população tão consumista?
  • Rodrigues  05/04/2017 13:59
    Em primeiro lugar, não há nenhuma evidência de que a população americana seja "consumista". Ela é mais consumista que a brasileira, por exemplo? Sob qual critério?

    Porém, pelo bem do debate, vamos partir do princípio de que sua afirmação é verdadeira, e que a população americana é realmente consumista.

    E daí? O que é empiricamente observável é que os EUA absorvem poupança externa. Toda a poupança do resto do mundo é, de muito bom grado, direcionada aos EUA, tanto na forma de investimentos externos produtivos quanto na forma de bens de consumo.

    Ou seja, o resto do mundo poupa para bancar a população americana. O resto do mundo restringe o seu consumo para mandar bens de capital e bens de consumo para os EUA. O resto do mundo restringe o seu consumo para fazer investimentos nos EUA.


  • Mateus  05/04/2017 19:39
    Uma sugestão: Tragam dados para os textos. Tentem embasar tanto quanto possível seus textos em evidencias empíricas. É uma sugestão de um leitor que deseja boa sorte ao site.
  • e  05/04/2017 20:34
    Mas o que nunca falta são links. Todos os artigos têm links até em excesso. Este, por grande coincidência, tem poucos. Mas também, por que deveria ter quando se trata de uma abordagem teórica?

    Quer links sobre a evolução da poupança dos países? Pois não. Aqui vai um comparativo entre Suíça, Alemanha, EUA, Brasil.

    data.worldbank.org/indicator/NY.GNS.ICTR.ZS?locations=BR-CH-US-DE-BO

    Escolha seus países a gosto.
  • Ricardo Assante  28/11/2020 09:51
    Já que estamos no Instituto Mises é plausível pensar que os artigos publicados terão uma metodologia e temática alinhada com o que Mises produziu.
    Uma das maiores contribuições de Mises foi nos ensinar sobre praxeologia e dessa forma mostrar que em ciências humanas o empirismo não é importante, além de poder induzir pessoas a erro.
    Além disso, correlação nem sempre quer dizer causalidade e em ciências humanas dados empíricos sempre são influenciados por que colhe os dados.
  • Etibelli  06/04/2017 01:16
    Mas será que é do interesse do empresariado em sofrer um arrefecimento no consumo daquilo que eles ofertam? Obviamente para empresários incipientes com um capital relativamente pequeno é vantajoso, pois a viabilidade, ao menos financeira, para prosseguir e expandir seu negócio é maior. Ademais, o seu custo marginal ainda que decresecente até certo ponto possui um limite inferior ao limite do CMD de uma grande empresa, de modo que seus custos com a produção são maiores, então o preço no mercado de uma unidade desse bem será maior, logo o consumo será menor, o que já é previsto tendo em vista as condições de produção (me corrijam se eu disse lorota). No entanto, para aqueles que já possuem uma certa estabilidade econômica, por desfrutar de auxílios estatais ou por operar em economia de escala, o que os possibilita ofertar bens a um custo menor, uma redução contínua do consumo, motivada por um aumento da poupança não lhe é conveniente a curto prazo, pois o crédito privado oriundo indiretamente da poupança, no tempo presente, pode ser adquirido através de empréstimos subsidiados de bancos públicos. Em síntese, a poupança de fato beneficia a todos os tipos empreendedores no futuro/longo prazo, todavia as empresas que funcionam em economia de escala, no tempo presente, preferem estimular o consumo crescente de seus produtos, por meio de inovação, propaganda, pois sabem que estão asseguradas pelo crédito público para expandir seu negócio ou salvaram-se da falência. O consumidor, portanto, é impelido a torrar sua renda com o consumo initerrupto e voraz de bens, o que beneficia as grandes empresas, alia-se a isso às ações estatais na economia que maculam e desestimulam a poupança individual e obtém-se o atual cenário de muitos países, dentre eles o Brasil.

    O que acham?
  • uai  06/04/2017 11:50
    Eu concordo com sua visão, considerando curto prazo, mas no longo prazo, essas empresas se estrepam.

    Veja o que aconteceu com a PDG e outras construtoras (prejuizos bilionários). Já a indústria automobilistica, que vira e mexe, sai uma noticia sobre pátios lotados de carros.

    Esse é o big problem do governo mexer na demanda via crédito. É inflada artificialmente. Já os produtores baseiam sua expansão em estimativas sobre o mercado. O comportamento das grandes empresas durante o BOOM de crédito já provou empiricamente que elas calculam suas expansões baseadas nisso, sem desconfiar que isso é artificial. Só que uma vez que o crédito se esgote devido ao endividamento crescente (e calote, em alguns casos) das familias, toda essa demanda cai por terra e gera um problema de super estoque.

    Nesse caso, os produtores que alcançaram um nível de estoque que sua tecnologia e métodos não permitiriam alcançar sob condições normais soferão um grande problema. Para piorar: esses estoques foram feitos com base em valores irreais (elevados pelo crédito) e descolados do poder de compra real da população.

    Então sim, pode ser interessante no curto prazo, mas a empresa sofrerá muitas dificuldades uma vez que a bonanza de crédito acabe. A melhor maneira de estimular demanda é pela produção eficiente: baixando custos, oferecendo produtos melhores e mais baratos, e não estimulando a demanda diretamente via crédito ou qualquer outro artificio.
  • Giovana Depicoli  06/04/2017 01:19
    Texto genial, estava justamente debatendo contra as ideias Keynesianas de consumo hoje com minhas amigas e futuras economistas, esse texto veio a calhar hoje, muito bom!!!
  • Carlos  06/04/2017 19:13
    Caramba. Isso é algo tão fácil de perceber. Como várias pessoas inteligentes não conseguem aceitar?
  • João  07/04/2017 14:02
    Né.
  • Yuri Quixina  17/04/2017 19:01

    Meus caros,

    Gosto bastante dos artigos do IMB e porque até defendo o liberalismo clássico. O artigo é interessante, mas gostaria de fazer um reparo sobre este trecho do texto que considero um embuste:

    Por isso, sociedades ultra-consumistas são necessariamente sociedades de subsistência. Uma tribo africana consome 100% de sua produção (renda). Como não consegue poupar, não consegue acumular capital.

    Primeiro, penso que rotular uma tribo africana como consumista é um argumento fraco e falacioso, porque o consumista não é a tribo Africana, Asiática, americana ou europeia, mas sim são as pessoas, na medida em que, são as pessoas que poupam, consomem e comercializam e não as tribos ou países (como o artigo cita o exemplo de Robinson Crusoé ). Pessoas e somente pessoas são consumistas.
    Como THOMAS SOWELL DIZ: não é através da Raça, etnia, países, religião e outros rótulos, que se devem recair o sucesso ou insucesso, mais sim as pessoas;

    Segungo, em África existem também pessoas que poupam, acumulam capital e estão em melhores situação que outras pessoas. E como na Europa, América e Ásia, também existem que não poupam através do consumismo absoluto.

    Então acho que este argumento é bastante fraco e falacioso.

    ESTE é o meu humilde reparo, de um estudante do liberalismo clássico austríaco.


    Os melhores Cumprimentos.
  • Guarani  18/04/2017 20:55
    Ainda estou em dúvida se esse comentário foi sério ou foi zoeira pura. Como sou um inabalável otimista na inteligência e na sanidade da humanidade, estou apostando vigorosamente na segunda hipótese.

    P.S.: tendo sido a segunda hipótese, digo apenas foi genial a ironia de confundir propositalmente o sentido de "tribo" e adotar a conotação politicamente correta, dizendo que tribo se refere a todas as pessoas do mundo.
  • Keynesiano  17/04/2017 19:46
    Lição de hoje, crianças: bilionários são ricos porque sempre gastaram.
  • Psycho-Pass  26/04/2017 17:57
    muito bom o artigo e melhor ainda os comentarios.
  • Emerson Luis  28/04/2017 13:33

    A doutrinação esquerdista fez com que a maioria das pessoas acreditasse que o capitalismo gera consumismo e depende dele. Quem estimula o consumismo é o governo via crédito artificial, emissão de moeda e por outros meios!

    O hábito de poupar não gera recessão porque em uma cultura de mentalidade poupadora os indivíduos não param de consumir indefinidamente e nem absolutamente, não poupam nem consomem de forma igual e nem ao mesmo tempo.

    * * *

  • Luiz Fanchin Jr  31/05/2017 13:00
    Ha controvérsia. Nem sempre a poupança trás riqueza. Na minha profissão conheci pessoas tão pobres que só possuem dinheiro, amealhados através a poupança.

    "Um hoteleiro devia ao comerciante 100 reais. Este tinha um débito para como o fornecedor também de 100 reais, o fornecedor devia ao caminhoneiro igualmente de 100 e este também devia ao hoteleiro 100 reais e a divida não era paga pois nenhum tinha os 100 reais. Certo dia um viajante reservou quarto no hotel e pagou adiantado 100 reais. O hoteleiro logo pagou o comerciante, que recebendo 100 reais quitou a sua divida com o fornecedor, este também pagou o caminhoneiro que prontamente pagou o hoteleiro. O viajante tendo resolvido o seu negócio desistiu do quarto reservado e teve de volta os seus 100 reais. Conclusão: o giro dos 100 reais quitou todas as dívidas."
  • Edson  31/05/2017 13:19
    Eu já conhecia essa anedota. Ela é tão tosca e irreal, que achei que as pessoas já tinham ao menos tido a decência de estudá-la e não mais repeti-la para não passar vergonha. Vejo que não foi o caso.

    Para começar, vale ressaltar que o fator 'tempo' foi completamente abolido. Hoteleiro, comerciante, fornecedor e caminhoneiro recebem o dinheiro quase que instantaneamente, pois, nesse ínterim, deu tempo de o viajante reservar e desistir da reserva do quarto de hotel. (Dica: se ele desistiu da reserva, ele nem precisou pagar. Logo, a anedota, logo de partido, já é completamente irreal).

    Mas isso é o de menos. A pergunta que realmente ninguém responde é: como é que todas essas pessoas se endividaram se não havia dinheiro? Quando uma dívida é feita, o credor repassa dinheiro para o tomador de empréstimo. O poder de compra do credor cai na mesma proporção em que aumenta o poder de compra do tomador de empréstimo.

    O que essa anedota faz, na prática, é mostrar que as pessoas, sem dinheiro nenhum, foram se endividando continuamente. E pior ainda: sem produzir nada em troca. Isso é totalmente irreal. Você não empresta dinheiro para quem nada produz. E quem nada produz não toma dinheiro emprestado.

    Aliás, no extremo, se todo mundo devesse a todo mundo exatamente $ 100 -- como é o caso na anedota -- ninguém precisaria de dinheiro nenhum circulando. Bastaria todos concordarem em anular suas dívidas mútuas. Observe que, na tosca anedota, o dinheiro simplesmente voltou para o viajante, que, do nada, "desistiu de reservar o quarto".

    Achava que as pessoas eram mais inteligentes que isso.
  • jORVAN  02/06/2017 19:39
    A ilustração é de finalização óbvia. Um radical, epicurista, versus uma moderada (afinal, também se divertia. Gastava).

    Tudo certo. O articulista queria passar um ensinamento sobre o valor de poupar. Passou. Agora, o que não me entra na caixola é a relação de confronto entre Intervencionistas e Epicuristas. Nada a ver.

    Por outro lado, se Maria fosse apresentada como radical, nada gastando, sua Sociedade, se assim também procedesse, entraria em colapso econômico/financeiro pois a falta de circulação de dinheiro é, em segunda instância, motivador inquestionável para estabelecimento de crises.

    Cedo, Maria estaria desempregada com mais um montão de trabalhadores econômicos que passariam a gastar suas reservas, agora não mais retroalimentadas.

    Moderação é a chave. A compulsão por consumo e a avareza são inimigas do indivíduo e da Sociedade, por extensão.

    Igualmente notável é o fato de que, subliminarmente, o texto confronta Capitalismo x Comunismo.
    É um erro pensar que o consumo empobrece. Ele é uma peça de toda engrenagem. O consumo movimenta a produção, lubrificante social.

    Por exemplo: a corrupção minou do Brasil, em vinte anos, mais de dois trilhões de reais. A maior parte desse dinheiro encontra-se em paraísos fiscais, cofres residenciais, wallets, cliptocoins e tudo, além de bancar os prazeres dos infratores, parado. Não gera trabalho, pesquisas, nada. Convenhamos, é um valor que, em circulação, levantaria qualquer país do mundo, com exceção dos EUA que brincam de PIB up.

    Tudo acima, considerado a grosso modo.

  • Professor  03/06/2017 00:06
    Cidadão, é absolutamente impossível alguém não gastar nada. Consumo é inevitável. Nunca há consumo zero. Consequentemente, nunca há problema de demanda. Por definição.

    Consumir é algo que ocorre naturalmente; é intrínseco ao ser humano. A partir do momento em que você sai da cama até o momento em que você vai dormir você está demandando e consumindo coisas. É o impulso mais natural do ser humano. É impossível viver sem demandar.

    É impossível não consumir. Você gasta eletricidade, você consome alimentos, você consome combustível, você utiliza roupas, você gasta borracha, você compra mantimentos para a casa etc. Como não haver consumo?

    Outra coisa: sempre há aquelas pessoas que pouparam muito no passado e que hoje podem se dar ao luxo de gastar mais. Esse é um processo contínuo. Consequentemente, sempre há no presente gastos de pessoas que pouparam no passado.

    Logo, o consumo nunca cairá. Por definição.

    Por tudo isso, a ideia de que é necessário "estimular a demanda" é completamente ilógica. A demanda é algo que ocorre naturalmente pelo simples fato de sermos humanos.

    Portanto, o problema não é e nem nunca foi "estimular a demanda". O grande problema sempre foi criar a oferta. De nada adianta haver demanda se não houver oferta.

    É exatamente a oferta o que sacia a demanda.

    O que permite a oferta? A produção. E o que permite a produção? O investimento. E o que permite o investimento? A poupança. Fim.

    Uma sociedade consumista consome todos os recursos (matéria-prima e insumos) disponíveis, impossibilitando que os mesmos sejam utilizados em investimentos de longo prazo, que são os que realmente elevam o padrão de vida da população.

    Tendo entendido isso, você finalmente perceberá que investir e criar um sistema de produção em massa só é possível em sociedades poupadoras. Por definição. Lá no Sudão do Sul, todo mundo consome imediatamente tudo o que produz. Lá ninguém poupa. Tudo é imediatamente consumido. Como seria possível criar ali um sistema de produção em massa?
  • Ex-microempresario  28/11/2020 15:07
    É sério que o cara acha que o corrupto rouba dinheiro para deixar guardado no cofre?

    Já vi muita gente tentando explicar economia a partir de dogmas, mas essa ganhou o primeiro lugar.
  • Gustavo  11/10/2017 17:20
    Sou novo aqui e não sou economista

    Partindo desse pressuposto, se o crédito ao consumo de bens perecíveis, (como parcelar o supermercado) e em uma situação mais extrema restringindo o crédito ao consumo de bens duráveis (como carros e casas). Sobrando (ou desviando) todo o credito para os investimentos e obrigando as pessoas a consumirem apenas após pouparem o dinheiro.
    Qual o possível efeito disso?

    Seria uma medida anti liberal é anti keynesiana, correto? Mas factível?

    Agradeço esclarecimentos
  • Bernardo   11/10/2017 17:41
    Caos e ineficiência. Nenhuma medida compulsória, que atenta contra a volição das pessoas e abole a manifestação de seus desejos voluntários e espontâneos, pode trazer efeitos benéficos.

    Autoritarismo e coerção nunca trouxeram resultados melhores do que a livre e pacífica interação entre as pessoas, principalmente entre produtores e consumidores.
  • Isabel Fogaca  28/11/2017 18:17
    Sou como a Maria e garanto que, além da saúde no bolso, poupar aumenta ainda a saúde mental. A tranquilidade que a segurança de uma reserva nos traz não tem preço. Aliás, tem preço (muito valor).
    Parabéns pelo texto.
  • Alexandre Schmitt  28/01/2018 06:53
    Ouvi dizer que maior poupança gera queda nos juros no mercado interbancário. Poderiam me dizer se tal citação é verdadeira? E o motivo?
  • Carlitus  11/06/2019 12:28
    É impressionante como as pessoas encontram desculpas esfarrapadas para não poupar!!!
  • Paulo Ether   11/06/2019 22:45
    Se a gente pudesse voltar no tempo e fazer a Dilma ler esse texto centenas de vezes, talvez hoje não teríamos uma taxa de desemprego tão grande.
  • Aprendiz  08/08/2019 15:22
    Conheci o site recentemente e estou passeando pelos artigos.

    Quando li: capitalismo é, acima de tudo, poupança...
    Minha cabeça explodiu.
    Sério, vontade de colocar aquele gif do carinha de óculos explodindo a mente rsrs

    Parabéns pelo artigo!
  • WMZ  28/11/2020 07:17
    Do artigo:

    "O banco irá recorrer a essa poupança de seus depositantes e irá emprestá-la para empreendedores de várias maneiras: empréstimos para a construção civil, empréstimos para a abertura de pontos comerciais, empréstimos para a ampliação de instalações industriais, empréstimos para a construção de fábricas, empréstimos para a contratação de mão-de-obra, empréstimos para capital de giro etc." (Bohm-Bawerk)

    Porém, os bancos não fazem isso atualmente, eles simplesmente criam dinheiro do nada:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1387

    (O sistema bancário brasileiro e os seus detalhes quase nunca mencionados)

    "Sendo assim, a realidade é que, para todas as operações de concessão de crédito, os bancos criam dinheiro eletrônico do nada e emprestam este dinheiro para pessoas, empresas e governos (federal, estaduais e municipais), em um processo que veremos mais abaixo. Dado que tais depósitos bancários assim criados não vieram da poupança, podemos dizer que está havendo a criação de crédito bancário (e não de crédito real). É importante frisar isso: no atual sistema bancário, todo o crédito é bancário. Trata-se de dígitos eletrônicos que são criados pelos bancos e acrescidos às contas dos tomadores de empréstimos. Nenhum dinheiro está sendo removido de uma conta para outra. Está havendo apenas a criação de dígitos eletrônicos" (artigo do Leandro)

    Então, eu concordo com o artigo no sentido de que, sim, o sistema bancário na era do Bohm-Bawerk era mais "honesto"

    Mas o autor, para explicar o "porquê de uma sociedade poupadora enriquecer e uma sociedade consumista empobrecer", ele não deveria levar em consideração, antes, que o "significado utilitário" da poupança atualmente não é a mesma da era de Bohm-Bawerk já que o "significado utilitário" atual é aquele que consta no artigo do Leandro que eu supracitei? Ou seja, o autor não estaria utilizando conceitos que eram válidos no contexto do início do século 20 e aplicando no século 21, sendo que o funcionamento das coisas é bem diferente?

    No fim, eu posso resumir tudo:

    Qual é a função da poupança atualmente e como ela enriquece uma sociedade ?(ou, como uma sociedade pode empobrecer se não poupar?)

    Aliás, eu falei que o sistema da era do Bohm-Bawerk era mais "honesto", já que, segundo o Leandro nos "comentários" daquele próprio artigo dele que eu supracitei (eu irei repostar mais abaixo):

    " Justamente pelo fato de os bancos poderem criar dinheiro do nada, sem que outras pessoas (os poupadores) tenham de abrir mão de uma idêntica quantia de dinheiro, tudo o que essa expansão de crédito faz é aumentar a quantidade de dinheiro na economia e gerar inflação de preços."

    Mas será que os efeitos da inflação no contexto atual (do artigo do Leandro supracitado) são os mesmos efeitos do contexto antigo?

    Ora, antigamente e num sentido amplo, os investimentos eram, teoricamente, oriundos da poupança e se tínhamos inflação, tínhamos uma depreciação da poupança e, consequentemente, uma depreciação no investimento. A inflação, dentre outras coisas, seria ruim por causa da destruição da poupança.

    Entretanto,hoje, se uma pessoa quer investir, ela simplesmente consome crédito e o banco, simplesmente, cria dinheiro do nada. Não foi por causa da poupança. Citando o Leandro para o contrariar: (do mesmo comentário daquele artigo que eu supracitei)

    "Por exemplo, suponha que você é um incorporador e queira construir um prédio. Ato contínuo, você vai a um banco e pede um empréstimo. O banco, por conseguinte, irá criar eletronicamente este dinheiro e depositá-lo na sua conta. Agora, você tem mais poder de compra. Você poderá comprar tijolos, cimento, argamassa, vergalhões, azulejos, encanamentos, pias, vasos sanitários etc."

    Mas, assim como o construtor do prédio consumiu crédito para construir o seu prédio, o fabricante de tijolos pode fazer o mesmo para produzir tijolos, o fabricante de cimento para produzir cimento, o de argamassa para produzir argamassa e assim. Sendo assim, os investimentos desses agentes não precisa vir da poupança. Além disso, se o agente poupou, aquele depósito veio da criação de crédito.

    Se a inflação ataca a poupança e se os investimentos não oriundos da poupança, então, a inflação não ataca os investimentos por essa lógica.

    Portanto, como fica a inflação? Imagino que, por uma outra lógica, se os preços sobem acima do poder de compra dos agentes, a demanda é afetada

    Utilizando o exemplo do prédio:

    O construtor do prédio deixa, de consumir os tijolos, o cimento, a argamassa etc porque os preços aumentaram muito, por exemplo. Se ele contraiu crédito para construir a empreitada, ficou endividado (dependendo, teve que fechar ou diminuir a produção)

    O produtor de tijolos deixa de consumir carvão, alguns produtos químicos e argila especial porque os preços aumentaram muito, por exemplo. Se ele contraiu crédito para produzir, ficou endividado.(dependendo, teve que fechar ou diminuir a produção)

    O produtor de cimento deixa de consumir carvão, alguns outros produtos químicos e calcário não por causa, agora, dos preços dos ingredientes do cimento que estão altos, mas, sim porque as vendas, que eram para os produtores de prédios que estão sofrendo com a inflação, desabaram. Se ele contraiu crédito para produzir, ficou endividado.(dependendo, teve que fechar ou diminuir a produção)

    O produtor de canos deixa de consumir o plástico, os solventes e os metais porque os preços aumentaram muito. Se, agora, o dinheiro que ele utilizou veio da poupança e não do crédito, como nos anteriores, então ele não ficou endividado mas ficou sem dinheiro e, num arranjo ainda mais inflacionário do que o anterior, dificilmente ele conseguirá juntar, novamente, o dinheiro necessário para retomar a produção de canos (já que, no exemplo, ele não gosta de usar crédito e, dependendo, teve que fechar ou diminuir a produção)

    Quando que os atores acima voltam a produzir como antes? Quando pagarem as dívidas (os primeiros) ou quando tiverem uma reserva adequada (o último mais conservador que eu citei)

    Conclusão

    O advento do artigo do Leandro parece que altera a lógica daqueles artigos que vivem falando da poupança e, para antecipar, o advento daquele artigo sobre os impactos da tecnologia do dinheiro digital, se causar uma mudança drástica de tudo, também irá alterar a lógica de outros artigos.

    ***

    Comentário do Leandro: (2013)
    Artigo:O sistema bancário brasileiro e seus detalhes quase nunca mencionados

    ARTHUR

    Prezados,

    uma dúvida teórica. Após a leitura desse artigo surge uma pergunta: vale a teoria clássica ou keynesiana? A poupança gera o investimento ou o investimento gera a poupança?
    É necessário uma poupança prévia para gerar o investimento ou o crédito viabiliza o investimento que por sua vez se desdobra em poupança ex-post?

    Obrigado!!

    LEANDRO

    A teoria clássica continua sendo a verdadeira. O problema, no entanto, é que o atual arranjo monetário e financeiro obnubilou as coisas. No arranjo atual, os bancos criam dinheiro do nada e, com isso, geram poder de compra e capacidade de investimento para pessoas e empresas.

    Por exemplo, suponha que você é um incorporador e queira construir um prédio. Ato contínuo, você vai a um banco e pede um empréstimo. O banco, por conseguinte, irá criar eletronicamente este dinheiro e depositá-lo na sua conta. Agora, você tem mais poder de compra. Você poderá comprar tijolos, cimento, argamassa, vergalhões, azulejos, encanamentos, pias, vasos sanitários etc.

    Mas não foi a criação deste dinheiro o que possibilitou a existência de todos esses materiais. E isso tem de ficar claro: a expansão do crédito, por si só, não possibilita nenhum investimento. Criar dinheiro não faz com que tijolos, cimento, argamassa, vergalhões, azulejos, encanamentos, pias, vasos sanitários surjam do nada. Essas coisas só existem porque alguém produziu estes bens. E para que estes bens pudessem ser produzidos, outras pessoas tiveram de poupar (se abster do consumo) e, assim, liberar os recursos necessários para a produção destes bens.

    Justamente pelo fato de os bancos poderem criar dinheiro do nada, sem que outras pessoas (os poupadores) tenham de abrir mão de uma idêntica quantia de dinheiro, tudo o que essa expansão de crédito faz é aumentar a quantidade de dinheiro na economia e gerar inflação de preços.

    Em suma: no final, é a poupança quem de fato permite os investimentos
    -------
  • Leitor Antigo  28/11/2020 21:55
    Expandir o crédito por meio da simples criação de dígitos eletrônicos, sem lastro em poupança real, é exatamente o que cria ciclos econômicos, os quais, ao final, destroem capital.

    Este é exatamente o cerne da Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos.

    Expansão artificial do crédito não aumenta a produção. Expansão artificial do crédito altera a produção. Ela desvirtua a produção. Retira recursos de determinados setores e os redirecionam para outros setores. É daí que vêm todos os investimentos errôneos e insustentáveis (os malinvestments). É daí que vem os ciclos econômicos.

    Eis um perfeito resumo aqui.

    Logo, dizer que a criação de dígitos eletrônicos substitui a poupança é algo que vai totalmente contra a lógica econômica.

    Você, portanto, ainda não entendeu o cerne da questão.
  • Júlio Pimenta  29/11/2020 14:30
    Primeiramente eu queria dar aqui um grande salve ao pessoal pelo nível do debate!
    Parabéns a todos! Muito interessante toda a discussão e podem ter certeza que serei ainda mais assíduo ao descobrir que há bastante inteligência não só nos textos mas nos comentários também!

    Vejo dois pontos fundamentais para o debate aqui.

    Primeiro, quando Bohm Bawerk diz que o banco pega o dinheiro das poupanças de seus clientes para emprestar aos empreendedores, ele já está falando das reservas fracionarias.
    Pois dentro desse sistema, se todos os depositantes forem ao banco exigir saque dos depósitos, o banco irá dizer que não tem, pois parte desses depósitos foram usados para emprestar a outras pessoa. Logo se criou dinheiro da mesma forma que se cria atualmente.
    A diferença eh que hoje os bancos estão muito mais organizado se integrados digitalmente e isso faz com que haja menos corridas bancárias do que naquela época. Mas atualmente, se não fosse um banco central benevolente, teríamos as mesmas crises e corridas bancárias que tinham no final do século XIX. E é importante ressaltar: ISSO É ÓTIMO! É isso que faz o capitalismo ser o que é, não esse bando de bancos zumbis que temos atualmente

    O segundo ponto é que o exemplo dado pelo Leandro, quando um empreiteiro imobiliário pede empréstimo no banco para comprar os insumos e contratar gente pra construção do seu prédio, os insumos e o pessoal não estão já produzidos nem já estão contratados. Exatamente o oposto: eles ainda serão encomendados e contratados! E o empreiteiro só o fará se o banco emprestar de fato a grana. Ninguém tem em estoque vergalhões suficientes pra levantar um prédio de 30 andares. E tais vergalhões só serão produzidos sob encomenda. Encomenda essa que só sai depois que o banco dá o aval do financiamento. Então o dinheiro que o banco cria na economia faz criar mais empregos sim. É tudo just in time.
    O ponto fundamental é a que preço e consequências pra economia que isso tudo causa.

    Grande abraço a todos
  • Leitor Antigo  29/11/2020 17:02
    "quando um empreiteiro imobiliário pede empréstimo no banco para comprar os insumos e contratar gente pra construção do seu prédio, os insumos e o pessoal não estão já produzidos nem já estão contratados. Exatamente o oposto: eles ainda serão encomendados e contratados! […] Então o dinheiro que o banco cria na economia faz criar mais empregos sim."

    Parcialmente correto. Sim, cria empregos neste setor beneficiado pela expansão do crédito. Porém, retira recursos de outros setores que agora não conseguem concorrer com os recebedores deste crédito expandido.

    Quem recebeu o crédito ganhou poder de compra e, consequentemente, adquiriu a capacidade de retirar recursos e mão de obra daqueles setores que não foram beneficiados com o crédito expandido.

    Como a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos nunca se cansa de enfatizar, tudo depende de em que ponto o crédito recém-expandido entra na economia.

    De novo: a expansão monetária não aumenta a produção. A expansão monetária altera a produção. Ela desvirtua a produção. Ela retira recursos de determinados setores e os redireciona para outros setores. É daí que vêm todos os investimentos errôneos e insustentáveis (os malinvestments). É daí que vem os ciclos econômicos.

    Criar moeda não tem como criar riqueza nem aumentar produção. Criar moeda apenas desvirtua a produção e mal direciona recursos. Há menos produção em determinados setores e mais produção em outros setores. A produção total não aumenta.

    No final, os investimentos acima imobilizaram capital e recursos escassos para seus projetos, recursos estes que agora não mais estão disponíveis para serem utilizados em outros setores da economia.  

    No geral, a economia está agora com menos capital e menos recursos escassos disponíveis, pois boa parte foi imobilizada em empreendimentos insustentáveis no longo prazo. 
  • Paulo  01/12/2020 01:41
    Mas e se os novos trabalhadores contratados forem estrangeiros vindo de fora do país?
    Ou se forem pessoas que estão entrando agora no mercado de trabalho e que estavam sem trabalhar em lugar algum?
    Mesmo assim ainda vai ser acusada distorção?
  • Rafael  01/12/2020 11:38
    Os recursos físicos que tais pessoas utilizarão em seus trabalhos vieram de onde? Foram retirados de onde? Quem abriu mão deles para que estes outros pudessem tê-los?

    Começa daí. Jamais faça uma análise econômica incompleta. Jamais olhe apenas um aspecto, ignorando todo o resto.
  • Imperion  01/12/2020 15:47
    Então o dinheiro que o banco cria na economia faz criar mais empregos sim

    Cria distorcidamente. Para dar esse dinheiro é necessário tomar dos outros. Esses outros sem o seu dinheiro não podem contratar, nem aumentar sua renda investindo em si mesmos. Os maiores prejudicados são os pobres que não conseguem fugir desse imposto inflacionário.

    Quem recebe esse dinheiro enriquece, quem paga contra sua vontade empobrece. Essa é a distorção.

    Não compensa criar empregos assim parasiticamente. Empregos têm que ser criados para todos, não somente para os amigos do rei. Isso estimula o rent seeker e os demais estragos na economia.

    E esses empregos são artificiais. Eles somem quando cessa a expansão do dinheiro, pois não é possível continuar para sempre, pois aumenta o endividamento, e tb porque quem paga sabe que está sendo roubado e exige que se pare com a prática. Não adianta nada o governo tomar meu dinheiro e criar emprego pros outros.
  • Kato Husk  29/11/2020 21:44
    Não entendi uma coisa, no artigo dá a entender que consumir significa "destruir" riqueza, mas por exemplo, se eu poupar 50% do meu salário ele vai ficar lá no banco para financiar investimentos. Por outro lado seu eu comprar um carro de R$ 500.000,00, isso não significa que haverá meio milhão a menos de poupança, pois esse meu gasto se torna poupança de quem me vendeu o produto e no fim ele novamente estará no sistema bancário financiando investimentos. Na verdade eu vejo que a falta de educação financeira e o estímulo ao consumismo acaba acentuando a desigualdade.
  • Régis  30/11/2020 01:13
    Raciocínio errado. Você consumiu o carro. Você consumiu aço, alumínio, ferro, borracha, circuitos elétricos e muito petróleo. Todos estes itens, ao serem exauridos por você, deixarão de estar disponíveis para outros processos produtivos na economia.

    Este é o consumo.

    O fato de você ter transferido dígitos eletrônicos para outra pessoa é apenas a consequência deste consumo. E o fato de estes dígitos estarem agora com outra pessoa não implica poupança nenhuma.

    Dígitos eletrônicos não são, por si sós, definidores de poupança (se fossem, a simples criação deles via Banco Central configuraria poupança). Dígitos eletrônicos apenas liquidam as transações. São apenas um instrumento contábil.
  • Imperion  30/11/2020 13:36
    Não necessariamente consumir é destruir riqueza. Mas alguns bens consumíveis saem destruídos sim no consumo e têm que ficar sendo reproduzidos o tempo todo, para serem consumidos o tempo todo.

    Outro erro é achar que o dinheiro é riqueza. A riqueza da economia são os bens e serviços produzidos. O dinheiro apenas muda de mãos.

    E terceiro, desigualdade não produz pobreza. A pobreza é resultado do fato de que uma parcela da sociedade não produz nada e quem não produz nada é pobre porque a riqueza da sociedade são os bens e serviços produzidos e aquele que não produz não colabora com essa produção de riqueza, nem pra si, nem para os outros. Este espera sempre que a sociedade dê pra ele, ou que o estado tome de outros pra dar pra ele.
  • Emmanuel   03/12/2020 11:31
    Os comentários poderiam ser respondidos... porque às vezes são dúvida.

    Interessante o estilo da Maria.

    Mas...o que ela poupou, considerando estar no Brasil rendeu-lhe quanto?

    Sinceramente, poupar no Brasil para se construir uma casa, ou adquirir um carro à vista sem os alvoroçados juros nacionais, com o custo de SOBREVIVÊNCIA elevadíssimo me faz um prognóstico muito ruim: terei meu carro em quase 10 anos e minha casa nunca sairá do travesseiro...


    É sério, vc com essa renda de 6k, ao pagar todas as despesas fixas ( cel, mercado, transporte, Internet, LUXO DO NETFLIX-UAU!!!, escola pra 2 filhos, plano de saúde mais conta de todos) terminará o mês devendo, aguardando pelo 13°...

    Eu queria muito que um economista comentasse isso.

    Sabe como se consegue o descanso com as crianças no fds? Tendo uma renda extra, caso contrário, c tá lascado.

    Só um desabafo...
  • Régis  03/12/2020 14:23
    Você deveria acompanhar mais a seção de comentários deste site. Frequentemente é ensinado aqui que, se você quiser ter um bom padrão de vida, eis o que deve fazer:

    1) Especialize-se em uma profissão que lhe permita fazer home office;

    2) Fuja das capitais e das grandes cidades. Além de terem um custo de vida altíssimo, são barris de pólvora em termos de criminalidade (a população é amplamente dominada pela cultura progressista e a mentalidade da esquerda universitária revolucionária é forte e está em franca expansão).

    3) Vá para uma pequena cidade interiorana, com não mais do que 80 mil habitantes, com um bom setor de serviços, boas escolas, boa segurança, baixo custo de vida, boas opções de lazer e boa gastronomia. No interior de SP (ainda), de MG, do ES, de todos os estados do Sul e do Centro-Oeste isso existe às pencas.

    4) Crie sua família neste ambiente. Cidades do interior são opções imbatíveis, pois nelas ainda há um maior conservadorismo, mais segurança e um maior laço entre as pessoas. E o custo de vida é bem tolerável.

    5) Eu moro no interior do Espírito Santo e trabalho de casa (home office desde sempre). Acesso rápido a boas praias, sem lotação e a preços muito bons.

    6) São coisas assim que ainda me seguram no Brasil: se você souber escolher um bom lugar para viver, o custo de vida ainda é baixo e a segurança ainda é boa. Você consegue poupar bem e, se souber investir, torna-se financeiramente independente rapidinho.

    7) Com essa onda de home office, quem for esperto vai pegar a oportunidade, vai cair fora das grandes cidades, vai para o interior, vai manter o mesmo salário, vai gastar menos e, se for comedido e souber investir, adquirirá a autonomia financeira rapidinho.

    8) De novo: há várias cidades muito boas no interior do Brasil para quem pode trabalhar de casa (como é o meu caso). Não são perfeitas, mas o custo de vida ainda baixo compensa tudo.

    9) Tire da sua cabeça essa ideia de ter casa própria. Pior investimento possível. Vá para o interior e more de aluguel.

    10) Agora, se você continuar insistindo em cidade grande, cara, tendo de se deslocar para o trabalho e querendo carro, casa própria e dois filhos, aí, meu caro, você realmente vai ficar empacado.
  • Régis  03/12/2020 14:36
    Adendo: com a difusão dos aplicativos de transporte, ter carro deixou de ser imperativo. Mesmo nas cidades pequenas já há aplicativos locais de transporte.

    Agora, se mesmo assim você quiser ter um carro, tire da sua cabeça a ideia de ter carro zero. Carro zero no Brasil é só pra quem é rico e rasga dinheiro, ou pra quem é otário.

    Com a difusão da internet e com o advento da possibilidade de o consumidor poder dar nota para o serviço, o mercado de carros usados melhorou acentuadamente. Com não mais do que um dia de pesquisa na internet, você encontra o carro usado que quer em um revendedor conceituado.

    Meu carro atual é modelo 2011. Eu o comprei usado em 2014. De lá pra cá, os serviços de classificação melhoraram muito mais. Hoje, dificilmente algum revendedor com notas baixas continua no mercado. Use isso a seu favor.
  • L Fernando  03/12/2020 17:29
    Os aplicativos serão no futuro o problema que são os estados agora
    Quando monopolizarem tudo, quebrarem a concorrência, eles irão definir como tu deve se comportar se quiser fazer uso deles.
    Deixe aplicativos de lado e compre no mercadinho local
  • rraphael  03/12/2020 16:19

    Sinceramente, poupar no Brasil para se construir uma casa, ou adquirir um carro à vista sem os alvoroçados juros nacionais, com o custo de SOBREVIVÊNCIA elevadíssimo me faz um prognóstico muito ruim: terei meu carro em quase 10 anos e minha casa nunca sairá do travesseiro...

    É sério, vc com essa renda de 6k, ao pagar todas as despesas fixas ( cel, mercado, transporte, Internet, LUXO DO NETFLIX-UAU!!!, escola pra 2 filhos, plano de saúde mais conta de todos) terminará o mês devendo, aguardando pelo 13°...


    eu nao sou economista, cresci na regiao mais pobre do estado de sao paulo, quando era novo nao tinha dinheiro pra comer uma pizza, sou solteiro , sem filhos , na faculdade caminhava ate 30km por dia e fazia a dieta do arroz com ovo pra economizar uns trocados

    minimalista por liçao de vida, aprendi a viver com o minimo

    me permita o comentario motivacional pois hoje tenho um sedan medio completo com +10 anos , gasta bem menos ipva - seguro - peças de reposiçao , e estou me preparando pra pode construir minha casa (pretendo diminuir incidencia do iptu pois parte do imposto é proporcional a area construida , alem de energia solar off-grid e captaçao de agua pra diminuir as contas do mes e ter mais autonomia )

    ja morei em capitais, hoje moro num lugar tranquilo, custo muito menor , o mercado nao tem preços tao atraentes mas eu levo 15 min indo e voltando dos lugares e nem preciso sair todo dia, o que me resulta numa economia brutal com transporte mensal (meu carro ve o posto 1 vez por mes e olhe la), alem de eu usar melhor minha hora-trabalho

    6000 reais pode ser pouco se voce gasta 1000 reais de condominio todo mes , mas é um valor bem alto quando 1500 reais é o iptu do ano, 150 reais de combustivel mensal

    as pessoas muitas vezes se prendem a uma rotina, pois é mais confortavel do que ir pra um lugar diferente, sem saber o dia de amanha, emprego, moradia, escola - e sem essa capacidade de abrir mao de "certezas" nao tem como fugir mesmo

    fica a reflexao sobre prioridades e oportunidades, só netflix já é 30 por mes que vai embora, voce pode ter a amazon por 9,90 , ou entao usar a internet e assistir cartoons e documentarios por stream aberto como no YT, obvio que voce nao vai comprar uma casa e um carro so porque nao ve netflix, mas é 1 tijolinho a menos de distancia do seu sonho
    pra cada bobagem do dia a dia que voce segurar 1 moeda , é o que la na frente faz a diferença, meus amigos iam pro bar todo fds e hoje eu que tenho um carro legal e posso sair pra viajar , os que tiveram filhos entao nunca mais vi ...

    então independente da m que é ser contribuinte brasileiro , se não correr atrás nada muda , e vai depender do peso das suas escolhas , tentar conquistar casa depois de ter filhos é muito mais dificil , e algo assim já nem é mais questão de ser brasileiro, no japão , canada e na nova zelândia vai penar tanto quanto , mesmo ganhando melhor o mercado imobiliario tem custos astronomicos
  • anônimo  04/12/2020 17:02
    Caminhar 30 km por dia?

    Ô loco meu! No exército, para se caminhar apressadamente 54 km são necessárias 18 horas (que é o máximo recomendado). 30 km são feitos em, mais ou menos, 6 horas e meia.

    Você caminhava 6h e meia por dia?


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