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Rothbard, Friedman e a Grande Depressão - quem afinal estava certo?

Em seu livro A Grande Depressão Americana, publicado originalmente em 1963, Murray Rothbard argumenta que o processo de ajuste econômico via recessão, que começou em 1929, foi enormemente agravado e transformado em uma escabrosa depressão por causa das políticas implementadas pelo governo Herbert Hoover.  Dentre as políticas hooverianas que reprimiram o processo de ajuste, Rothbard identificou algumas principais: programas de obras públicas, aumentos dos impostos e a imposição da tarifa protecionista Smoot-Hawley. Porém, havia uma política que prevalecia sobre todas as outras: as medidas adotadas por Hoover para impedir o ajuste para baixo dos salários nominais, pressionando os grandes industrialistas a não cortar (aliás, em alguns casos até a aumentar) os salários de seus funcionários.

A explicação de Rothbard sobre como um processo de ajuste recessivo que tinha tudo para ser temporário e benigno acabou se tornando uma Grande Depressão é oposta à explicação que Milton Friedman e Anna Schwartz apresentaram em sua obra clássica Uma História Monetária dos Estados Unidos, 1867-1960, também publicada em 1963. 

De acordo com Friedman-Schwartz, foi o colapso da oferta monetária - devido à negligência do Fed - que transformou o que seria uma "recessão corriqueira" em uma Grande Depressão.  Essa visão da dupla Friedman-Schwartz passou a dominar a macroeconomia tradicional após o colapso do consenso keynesiano na década de 1970.  Com efeito, hoje ela representa a explicação convencional para a Grande Depressão, e é a ela que Ben Bernanke - assim como praticamente todos os presidentes dos bancos centrais mundiais - recorre como resposta à atual crise financeira.

Assim, durante décadas, Rothbard e um punhado de economistas misesianos estavam virtualmente sozinhos quando argumentavam que foram as políticas intervencionistas de Hoover, principalmente o impacto delas no mercado de trabalho industrial, as principais responsáveis por transformar o que deveria ter sido uma recessão curta e profunda em uma catástrofe econômica de proporções épicas que hoje conhecemos como a "Grande Depressão".

Eis que surge agora um artigo publicado pelo National Bureau of Economic Research (NBER), escrito por um proeminente economista com impecáveis credenciais acadêmicas - e aceito para publicação pelo influente Journal of Economic Theory -, que desafia a visão da dupla Friedman-Schwartz e dá ampla evidência à posição de Rothbard sobre a gênese da Grande Depressão.  Para escrever seu artigo Who - or What - Started the Great Depression (Quem - Ou o Quê - Iniciou a Grande Depressão), o economista Lee E. Ohanian, da UCLA, passou quatro anos examinando e analisando minuciosamente dados salariais e coletando informações de fontes relacionadas a Hoover e ao seu governo.[1]

Com o intuito de quantificar a magnitude dos efeitos do programa trabalhista de Hoover sobre o mercado de trabalho industrial, Ohanian utilizou esses dados e fontes para construir e calcular um modelo de equilíbrio geral da economia sob Hoover.  Utilizando esse mesmo modelo, ele comparou dois resultados: um obtido com o programa de Hoover e ou outro, sem.

Ohanian sustenta que a política hooveriana de estimular salários e encorajar a partilha das mesmas funções entre os funcionários de uma mesma empresa "foi especificamente o evento mais importante na precipitação da Grande Depressão" e resultou em "uma significativa distorção do mercado de trabalho".

Dessa forma, "a recessão foi três vezes pior - no mínimo - do que teria sido caso contrário, por causa de Hoover".

A principal razão é que, em setembro de 1931, os salários nominais eram 92% de seu valor de dois anos antes.  Mas como havia ocorrido uma significativa deflação de preços durante esses dois anos, os salários reais na verdade aumentaram 10% durante esse mesmo período, ao passo que o Produto Interno Bruto (PIB) havia caído 27%.  Em contraste, durante os anos 1920-1921, um período em que também houve uma severa deflação, "alguns salários da indústria haviam caído 30%.  O PIB, por sua vez, havia caído apenas 4%".

A tabela a seguir mostra os salários monetários (nominais) e os reais, por hora de trabalho, tomando-se como base 100 o ano de 1929:

 table10.jpg

Como observa Ohanian, "A Depressão representou a primeira vez na história dos EUA que os salários não caíram durante um período de significativa deflação".  Ohanian estima que o severo desequilíbrio no mercado de trabalho causado pelas políticas de Hoover explica 18% desse declínio de 27% ocorrido no PIB dos EUA até o quarto trimestre de 1931.  Apenas para esclarecer a linguagem matemática: Ohanian está dizendo que apenas as políticas salariais de Hoover derrubaram o PIB em 18% no período 1929-1931.

Já em relação às hoje convencionais explicações para a Grande Depressão, tais como falências bancárias em larga escala e a severa contração da oferta monetária, Ohanian mostra que esses dois eventos ainda não haviam ocorrido em escala significativa até meados de 1931, dois anos após a implementação das políticas trabalhistas de Hoover, iniciadas já em 1929.

Ademais, argumenta Ohanian,

Toda e qualquer explicação sobre a Depressão requer uma teoria de não-neutralidade monetária que seja muito abrangente e muito prolongada.  Porém, tal teoria até hoje é indefinível, pois a Depressão foi muito maior do que qualquer outra recessão, e também porque explicar a persistência de tamanha não-neutralidade requer, por sua vez, uma teoria que explique por que as forças econômicas convencionais, que em ultima instância anulam a não-neutralidade monetária, estavam totalmente ausentes nesse episódio.

A conclusão do artigo de Ohanian é bastante - sinto-me tentado a dizer "explicitamente" - rothbardiana.

A Grande Depressão que rapidamente suplantou e distorceu o benigno processo de ajuste recessivo da economia americana não foi de modo algum causado pela deflação monetária, mas pelas rigidezes salariais impostas pelo governo, as quais obviamente poderiam ser temporariamente contornadas pela redução furtiva dos salários reais via expansão monetária. 

Assim, escreve Ohanian:

Concluo que a Depressão foi consequência de programas e políticas governamentais, incluindo aquelas de Hoover, que aumentaram o poder que a mão-de-obra tinha de elevar os salários acima de seus níveis competitivos.  A Depressão teria sido muito menos severa na ausência desse programa.  Similarmente, e considerando-se esse programa de Hoover, a Depressão teria sido muito menos severa caso a política monetária tivesse respondido de forma a impedir que os preços tivessem caído, que foi o que fez aumentar os salários reais.  Essa análise também fornece uma teoria que explica por que os baixos gastos nominais - ao que alguns economistas se referem como 'demanda agregada insuficiente' - geraram tamanha depressão nos anos 1930, porém não tiveram o mesmo efeito no início dos anos 1920, que foi um período de semelhante deflação e contração monetária, porém um em que as empresas reduziram consideravelmente os salários nominais.

Isso nos deixa uma pergunta muito interessante.

Temos aqui um artigo, escrito por um eminente macroeconomista de uma universidade de primeira linha, que é uma monografia da NBER e que logo será publicada no altamente conceituado Journal of Economic Theory.

Seria isso o suficiente para apaziguar aqueles economistas austríacos que rejeitam a análise de Mises e Rothbard sobre a Grande Depressão e fazem a alegação bizarra de que a fase inflacionária e o declínio inicial ocorrido em 1929 são explicados corretamente pela teoria austríaca dos ciclos econômicos, porém que essa mesma teoria deve ser complementada pela teoria da dupla Friedman-Schwartz, que é a única que explica a severidade da fase contracionista ocorrida em 1930-1933?

_______________________________________________

[1] O artigo de Ohanian está disponível online como PDF.  Uma reportagem sobre o artigo baseada em uma entrevista com o autor está disponível em http://newsroom.ucla.edu/portal/ucla/pandering-to-labor-caused-great-91447.aspx.  As citações do presente artigo foram retiradas de ambas as fontes supracitadas.

 

Todos os artigos sobre a Grande Depressão:

O New Deal ridicularizado (novamente)

Como Franklin Roosevelt piorou a Depressão

A Grande Depressão - uma análise das causas e consequências

Por que os bancos devem aumentar os juros em uma recessão 

Hoover e a fraudulenta história da Grande Depressão

Mais falácias sobre a Grande Depressão

À espera de um novo New Deal

O mundo confuso e invertido de John Maynard Keynes

Como evitar uma outra Depressão

O melhor presidente do século XX


autor

Joseph Salerno
é o vice-presidente acadêmico do Mises Institute, professor de economia da Pace University, e editor do periódico Quarterly Journal of Austrian Economics.

 

  • Kleber Ricardo Pinto  08/09/2009 09:32
    Texto bastante elucidativo. Sempre achei fraca que a explicaçao de que foi o protecionismo o principal responsavel pela depressão. É fato que protecionismo gera pobreza, mas ele não necessariamente gera desemprego massivo. Aliás, dependendo, ele pode até gerar empregos, claro que a um custo alto para toda a economia, e com perda de competitividade. Essa explicação dos salários é bem mais convicente.
  • Núbia  08/09/2009 11:39
    O Leandro está se superando na escolha dos textos. Mais um artigo espetacular. Deveria ser leitura obrigatória em toda aula de história do ensino fundamental...
  • CR  06/01/2010 01:16
    Para mim, a Depressão de 29, tanto quanto a recente, foi provocada, previamente calculada, para enriquecer o anel do poder. Seus gerentes sabiam fazer contas. Ela ensejou liquidar o padrão ouro, comprar prata de monte, criar dezenas de bancos de apaniguados, entre os quais aquele de nome de pirata, Morgan. Banqueiros forraram o poncho, e o governo subsequente pousou de herói.
  • HJ  16/02/2010 16:13
    Será que eu conseguiria achar essa mesma tabela de salários reais e nominais num período próximo a 1920-1921, onde houve grande deflação?
    Seria interessante.
  • Leandro  17/02/2010 01:51
    HJ, achar é possível, mas bastante difícil pela internet. Trata-se de uma raridade.

    Permita-me apenas uma observação: não houve deflação monetária nesse período de 1920-21, ao contrário de 1929-1933, quando a quebra de milhares de bancos revertou o processo de reservas fracionárias e provocou uma grande contração da oferta monetária.

    No período 1920-21, houve simplesmente reajustes de preços e salários para baixo, sem qualquer interferência do governo. Por isso a recessão foi curta.
  • HJ  17/02/2010 08:33
    Ahh sim, é quis diz a respeito disso :
    "Em contraste, durante os anos 1920-1921, um período em que também houve uma severa deflação, "alguns salários da indústria haviam caído 30%. O PIB, por sua vez, havia caído apenas 4%"." deflação dos preços e salários mesmo.

    Mas muito obrigado novamente.
  • Joao Alberto  07/01/2013 22:39
    No blog do Nassif encontrei a seguinte contra-resposta:

    O paradigma predominante no período anterior a 1929 era liberal sim, e seu comentário sobre a suposta expansão monetária na década de 20 não possui qualquer embasamento(pelo menos na pesquisa econômica séria), e é motivo de deboche entre economistas de orientações distintas.

    Essa é a tese inconsistente que você defende, sem nenhum embasamento teórico ou empírico, pertence à desacreditada escola austríaca, de autoria do risível Murray Rothbard(que, ao assistir aulas do grande estatístico Harold Hotelling, concluiu que a estatística não possui qualquer embasamento científico).

    A ridícula teoria de Rothbard acerca de uma expansão monetária na década de 20 foi completamente ridicularizada por Milton Friedman(cuja tese argumenta que a crise foi causada, ao contrário, por uma ausência de liquidez), que a ele se referiu como sendo "pure chicanery", dada a manipulação primária dos dados empreendidas por Rothbard. rothbard também nunca conseguiu explicar porque o processo inflacionário(previsto em sua teoria)nunca se materializou nos anos da crise, caracterizada por, ao contrário do que previa Rothbard, um processo deflacionário.

    Não existe qualquer evidência desse processo de expansão monetária na década de 20, apenas nas sandices de Rothbard e da escola austríaca, que ninguém com um mínimo de estudo em economia consegue levar a sério.
  • Leandro  07/01/2013 23:43
    É mesmo? Eis alguns trechos de algumas atas do Fed durante a década de 1920:


    Página 100:

    The continuous growth of time deposits in recent years at a rate more rapid than the growth in demand deposits has resulted in an increase in the proportion of the banks' deposit liabilities that is represented by time deposits. This more rapid growth of time deposits, which require only 3 per cent reserve, has been an important factor in the past six years in enabling member banks to increase their loans and investments by $11,000,000,000 on the basis of $756,000,000 added to their reserve balances. This expansion during the past six years at the rate of $15 of credit to $1 of reserve has reduced the average required reserves.


    Página 101:

    Another phase in the operations of member banks arises from the fact, already mentioned, that time deposits have been increasing much more rapidly than demand deposits. Since legal reserve requirements against time deposits are 3 per cent, while against net demand deposits they range from 7 to 13, the increase in the proportion of time deposits has had the effect of decreasing the average amount of reserves. This decline in ratio means that member banks were able to comply with legal reserve requirements with a considerably smaller amount of reserves than would have been necessary had the proportion of time to demand deposits remained unchanged or, to put it another way, to add a large amount to their loans and investments without a corresponding increase in their reserves. As a matter of fact, reserve balances of member banks have not increased since the end of 1924, while there has been since that time a growth of about $2,900,000,000 in the total amount of credit extended by these banks.

    Ver também as tabelas das páginas 90, 97, 105 e 111 para ver o forte crescimento no total dos depósitos bancários. Aliás, leia o livro todo (em vez de ficar lendo blog de Nassif).

    E então? Você dizia algo sobre a "suposta expansão monetária na década de 20 [que] não possui qualquer embasamento (pelo menos na pesquisa econômica séria), e é motivo de deboche entre economistas de orientações distintas."? Dizia algo também sobre tal "tese [ser] inconsistente [...], sem nenhum embasamento teórico ou empírico"? E sobre "Não existe qualquer evidência desse processo de expansão monetária na década de 20"?

    Como se pode ver, a única pessoa ridícula e totalmente ignorante aqui é você. Vá estudar e, só depois de uma cultura mínima, volte aqui.

    Saudações.
  • Felipe  08/01/2013 00:21
    Ei, Leandro, mas como você é burro. Não sabia que a crise de 29 foi nada mais que uma superprodução de bens de consumo produzida pelo capitalismo estadunidense, já que a Europa se recuperava da primeira guerra mundial e de pouco em pouco sua indústria era reconstruída. Você nunca prestou atenção nos seus professores, né? Como pode um economista desconhecer princípios tão básicos de economia? Se dessem ouvido aos intelectuais keynesianos teriam prosperidade e paz na década de 30, mas foram praticar políticas liberais...Seu cérebro não está exercendo sua função social!


    Voltando ao mundo real, desconhecido para os nassifistas...Leandro, acho que poderíamos traçar um paralelo sobre a impressão dinheiro no pós-guerra tanto na Europa como nos EUA. A inflação européia provavelmente teve origem nas dívidas e no agigantamento dos governos europeus durante a guerra, mas e nos EUA? Qual foi o motivo para tanta expansão monetária nos Estados Unidos?
  • Eduardo Bellani  08/01/2013 00:54
    Calma Leandro. Compreendo que a paciência se esgota de vez em quando ao lidar com estadistas, mas o João estava citando o que outra pessoa falou pra ele[1] nesse artigo do Nasif[2].

    Mas foi uma boa resposta de qualquer jeito. Continuem com o bom trabalho.

    [1] www.advivo.com.br/node/1216520
    [2] www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-paralelos-entre-vargas-e-lula-%E2%80%93-2
  • anônimo  08/01/2013 08:41
    Pergunta de leigo:
    O que são time deposits, demand deposits e deposit liabilities?
  • Leandro  08/01/2013 14:09
    Time deposits: depósitos a prazo

    Demand deposits: depósitos em conta-corrente ou qualquer depósito que possa ser movimentado por meio de cheques e cartões de débito

    Deposit liabilities: o conjunto de todos os depósitos que existem no sistema bancário, os quais representam um passivo para os bancos.

    Para entender melhor todo este mecanismo para o Brasil, sugiro este artigo:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1387
  • Felipe  08/01/2013 00:47
    A questão da estatística ter embasamento científico depende exclusivamente da classificação da matemática como ciência. Muitos consideram a matemática como ciência, outros, devido ao elevado grau de abstração, não consideram a matemática como ciência. Outros ainda, consideram certos ramos da matemática como ciência e outros não.
    Note que, em matemática, ser um ramo "não científico" não significa que nada se aproveita dalí, ou que a área em questão, por exemplo "Variedades Riemanianas" não possiu nenhum valor teórico. Assim, a definição de estatística como ciência depende inteiramente de uma interpretação filosófica acerca da matemática e classificá-la como "não ciência" não reduz a sua utilidade em praticamente todos os outros campos do conhecimento. Rothbard, como matemático, certamente sabia disso, mas você vejo que não sabe nada.
  • anônimo  08/01/2013 01:08
    Citar o blog do Nassif é demais. Mainardi fez picadinho desse jornalista corrupto.
  • Caimmy de Sá   08/01/2013 00:53
    Valeu, aí! Artigos sobre a grande depressão nunca são demais, continuem mandando o máximo que puderem. Auxiliarão muito nos debates.
  • Andre Canine  08/01/2013 04:10
    E aí o que o sr nassif tem a dizer sobre os dados apresentados pelo Leandro ?
  • Blah  08/01/2013 11:00
    O Nassif, responder alguma coisa ao Leandro? O cara está ocupado demais sendo o cachorrinho de estimação do governo. É só o governo mostrar um ossinho que ele abana o rabinho, feliz e obediente, aguardando o próximo agrado.
  • Guilherme Marinho  08/01/2013 12:22
    Exato Blah,
    O Nassif é um lixo.

    Quis dar as caras uma vez numa página de Economia do Facebook, foi escurraçado e ainda quando foi defender o Antônio Candido tomou um pau e não conseguiu nem refutar um simples texto meu (guiomarinho.blogspot.com.br/2012/08/a-concepcao-erronea-de-socialismo-de.html) no qual ele teve a oportunidade de ler.
  • Hugo  15/09/2013 02:21
    O pior é que é só usar um pouco de lógica para se dar conta que a teoria oficial da crise dos anos 30 é algo sem pé nem cabeça...
  • Emerson Luis, um Psicologo  16/04/2014 16:42

    As intervenções governamentais são a melhor explicação de porque uma crise temporária se transformou em uma grande depressão que durou anos.

    * * *


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