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Corre
a notícia de que a população está assustada com o baixo nível da campanha
eleitoral, que já está sendo considerada a pior da história.
Ora,
por que esse estranhamento? Baixaria é a
regra em todo lugar em que há democracia.
Duas
quadrilhas estão disputando uma competição cujo prêmio será controlar a vida de
mais de 150 milhões de pessoas e um orçamento de mais de 1 trilhão de reais. É uma teta suculenta demais para ser
desprezada.
Da
mesma forma que quadrilhas de traficantes disputam à bala um lucrativo ponto de
venda, as quadrilhas estatais estão disputando entre si quem terá a primazia de
se fartar com todas as benesses financeiras oriundas do Pré-Sal, da Copa do
Mundo e das Olimpíadas. Imaginem o tanto
de propinas, de contratos superfaturados, de grupos de interesse poderosos e de
favores políticos que tais eventos vão gerar?
Quem resistiria?
Nessa
eleição em particular, os incentivos para se adquirir o controle do governo
federal são especialmente inéditos. Os privilégios
estatais nunca foram tão atrativos para os políticos como esses que os próximos
quatro anos prometem gerar. (É exatamente
por isso que ambas as quadrilhas condenam e demonizam privatizações, que seria
a única medida capaz de acabar com essas mamatas.)
Em
um cenário com uma perspectiva financeira dessas, e com um poderio desses como
prêmio, o que era de se esperar? Que as
quadrilhas se bajulassem? Que apresentassem
apenas "discordâncias democráticas" e se dessem tapinhas nas costas? É tudo uma questão de lógica da ação humana. Não faria sentido algum esperar outro
comportamento das quadrilhas que não exatamente esse que está ocorrendo.
Democracia
é isso: duas quadrilhas disputam violentamente o poder para, no fim, sugar
todas as nossas riquezas. E entre nós,
os súditos, ainda há milhões que aprovam isso tudo.