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Por que não existe propriedade privada de imóveis no Brasil

Um dos pilares do libertarianismo é o respeito à propriedade privada. Todo homem é um fim em si mesmo, possuindo soberania individual e não podendo ser instrumento de exploração coercitiva por outros homens. Portanto, todo libertário é um defensor ferrenho do respeito à propriedade privada como consequência da mistura do trabalho do homem com a natureza.  

Infelizmente, a Constituição brasileira relativiza este conceito, trazendo grande insegurança jurídica para as pessoas e fazendo com que todos sejam escravos de todos. É a conhecida "função social da propriedade".  

Este artigo tem por objetivo demonstrar que o conceito moderno de propriedade é extremamente confuso, gerando conceitos fluidos como a função social da propriedade. Demonstrar-se-á que a função social da propriedade é um grande mal relativizador da propriedade e, por consequência, relativizador da própria condição humana, mas, enquanto a função social apenas relativiza o direito de propriedade, o sistema tributário brasileiro abole por completo o direito de propriedade sobre bens imóveis, transformando todos os cidadãos brasileiros não em proprietários, mas meros posseiros qualificados (enfiteutas), sendo o estado brasileiro o verdadeiro proprietário de todos os bens imóveis nacionais.

A propriedade como é conhecida no modelo atual

Faz-se necessário explicar, preliminarmente, os tipos de relação entre um indivíduo e um bem no modelo atual de direitos reais (poder jurídico de um indivíduo sobre uma coisa e que todos devem respeitar) de propriedade.

Propriedade em sentido estrito é o direito real por excelência que dá ao proprietário a faculdade de usar, gozar (fruir) e dispor da coisa, além do direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha[1].

Usar sua propriedade é utilizá-la como bem quiser. Fruir é ter para si os frutos dessa propriedade, sendo fruto o termo jurídico que significa aquilo que é produzido por essa propriedade sem destruir a mesma, como, por exemplo, a água de um manancial, as frutas produzidas por uma árvore ou o aluguel dessa propriedade. Dispor de uma propriedade, por sua vez, é o poder de vendê-la, destruí-la ou abandoná-la.

Outro conceito importante é a posse. Posse é o exercício de fato de algum dos poderes de propriedade frente a um bem[2].

Vejam, então, que a única diferença concreta entre a posse e a propriedade, para o direito positivo atual, é que a propriedade é legitimada pelo estado, enquanto que a posse não precisa de chancela estatal para ser exercida, sendo uma situação vista no caso concreto.

Uma última relação entre o indivíduo e o bem é a de detenção. Detenção é o cuidado de um bem por um terceiro que não o sujeito que efetivamente possui o bem, como no caso de um empregado que cuida da residência de um patrão.

São basicamente essas as relações entre um indivíduo e um bem no direito real de propriedade, mas existem outras modalidades de direito real, dos quais vou destacar a enfiteuse.

Enfiteuse é um direito real em que um proprietário que não deseja ter o trabalho de cuidar de um determinado bem passa uma grande parcela desse poder de proprietário para um indivíduo interessado em ter essa propriedade para si, pedindo, em retorno, dois valores em pagamento: (i) uma pequena quantia anual, denominada foro; e (ii) uma outra quantia no caso da venda dessa enfiteuse para um terceiro, denominado laudêmio. Moradores de Petrópolis/RJ, como eu, sabem bem como esse sistema funciona, pois toda a cidade pertence à família real brasileira, sendo todos os petropolitanos meros enfiteutas, e não plenos proprietários.

Essa é a explicação civilista histórica destes conceitos. Daremos agora um enfoque constitucional desses institutos.

 A interferência do estado na propriedade privada

O instituto da propriedade privada consta na Constituição de 1988, nos seguintes termos:

Art. 5(...):

(...)

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.

A Constituição garante o direito de propriedade, cujo conceito já foi explicado, mas o submete ao atendimento de uma função social.

O que é a função social da propriedade?

Como conceito fluido, vários autores já buscaram defini-lo, e não cabe aqui listar todas as pequenas variantes. Enfocando a idéia comum a todas as definições, função social da propriedade é o instituto que legaliza a intervenção do governo na propriedade privada, sob o argumento de um interesse público relevante, suprimindo ou extinguindo o poder do indivíduo sobre o bem anteriormente plenamente privado. Portanto, a base filosófica dessa intervenção é o interesse público. Interesse público, segundo a doutrina administrativista clássica, é a consecução do bem comum. O governo pode, então, suprimir ou extinguir a propriedade privada das pessoas tendo em vista o bem comum, e a idéia de bem comum muda de acordo com a filosofia política e econômica de um governo. Alguns governos podem achar que uma dada propriedade visa o bem comum apenas se atingir uma certa quantidade de produção de arroz[3], ou se aquele imóvel for destinado para o comércio, e não para a moradia[4].

Bem, isso é uma óbvia piada de mau gosto.

Quando a Constituição dispõe que um homem somente pode exercer propriedade se atender o bem comum, sendo esse um conceito fluido, efetivamente se está negando o direito desse homem de possuir propriedade privada. O próprio sistema jurídico define propriedade como o direito de usar, fruir e dispor da coisa, além do direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha. Se esse uso, fruição e disposição do bem ficam subordinados à vontade e aprovação de burocratas do governo, sob o argumento de um bem comum volúvel e indefinível, então, de fato, o dono do bem é o estado, sendo o indivíduo mero detentor da coisa (nem mesmo possuidor ele é, pois acaba por exercer de fato o poder sobre o bem em nome do estado e nos termos deste).

Até mesmo certa doutrina positivista admite a existência de um interesse público primário, que seria o interesse da sociedade, e o interesse público secundário, que seria o interesse do governo[5], e o segundo só seria legítimo se compatível com o primeiro. Mas, bem, se não há como saber efetivamente qual é o interesse da sociedade no caso concreto, prevalece sempre o interesse do governo, que, via de regra, é o interesse em se desviar recursos do erário.

Por conseguinte, vemos chancelados comportamentos governamentais que destroem o direito de propriedade privada do indivíduo, sufoca o crescimento econômico dos governados, cria reservas de mercado, além de facilitar a construção de obras públicas temerárias e de objetivos práticos duvidosos, sempre baseado em uma imensa burocracia e troca de favores.

Podemos listar as seguintes intervenções: ocupação temporária, requisição, limitação administrativa, servidão administrativa, desapropriação, entre outros, em regra visando interesses escusos.

A defesa desta relativização do direito de propriedade baseada na sua função social e interesse público é insustentável, sendo seus defensores inacreditavelmente ingênuos ou verdadeiros patifes que visam se locupletar.

Propriedade privada ou enfiteuse?

Superada a questão da função social da propriedade, que traz reflexos para o direito de propriedade privada no campo e na cidade, literalmente inviabilizando-a, ainda que considerássemos existente o direito de propriedade privada sobre imóveis no Brasil, fica claro, em virtude do sistema tributário brasileiro, que o governo não vê a propriedade do indivíduo como privada, mas sim como pública, sendo o indivíduo mero posseiro, ou, melhor dizendo, um enfiteuta.

No Brasil, como é sabido, existe uma grande carga tributária sobre a propriedade. Podemos destacar os seguintes: (i) ITBI, que é o imposto de transmissão de bens imóveis em compra e venda; (ii) ITCMD, que é o imposto de transmissão de bens imóveis em doação e herança; (iii) IPTU, que é o pagamento anual pelo simples fato de ter em sua posse um imóvel urbano; e, por fim, (iv) ITR, que é o pagamento anual pelo simples fato de ter em sua posse um imóvel rural.

Como visto, a enfiteuse é uma espécie de direito real que é uma "quase-propriedade", pois o verdadeiro proprietário não costuma reivindicar de volta a propriedade e o enfiteuta paga, normalmente, o foro anual pelo simples fato de ter em sua posse um imóvel urbano ou rural e pode vender ou doar sua enfiteuse para terceiro, desde que pague o laudêmio, que é uma porcentagem do valor da venda desse terreno.

Nota-se, claramente, que o IPTU e o ITR funcionam, hoje, sob o mesmo raciocínio do foro: são pagos ao governo pelo simples fato do cidadão ter posse sobre um imóvel. Já o ITBI e o ITCMD funcionam exatamente como o laudêmio: é um "pedágio" no momento da venda da enfiteuse.

Logo, não existe direito de propriedade sobre imóveis no Brasil. Somos todos enfiteutas do grande e único proprietário de imóveis do Brasil: o estado brasileiro.

Os próprios enfiteutas privados de hoje, como a família real em Petrópolis/RJ, ou a Marinha do Brasil em todos os terrenos que ficam junto ao mar, são, na verdade, sub-enfiteutas do proprietário-mor.

Então, quando o caro leitor promover uma festa, lembre-se que o correto não é dizer "seja bem-vindo à minha propriedade", mas sim "seja bem-vindo à minha enfiteuse". E agradeça à nobre benevolência do governo por isso!

O sistema de direito de propriedade libertário

Em um sistema de propriedade libertário, não deve haver distinção entre propriedade e posse. Como visto, a posse nada mais é do que a propriedade de fato. E a propriedade é a posse chancelada pelo estado brasileiro.

Logo, a definição de propriedade libertária deve ser: "é o exercício de fato, por um indivíduo, da faculdade de usar, gozar (fruir) e dispor de um bem escasso, independentemente da chancela estatal, exercido de maneira original sobre bens escassos sem dono ou através de acordo voluntário com quem originalmente o exerceu ou os sucessores deste, além do direito de reavê-lo de quem injustamente o possua ou detenha".

Existe ainda alguma crítica sobre a defesa libertária do caráter absoluto deste direito de propriedade. O argumento principal seria que o exercício absoluto desse poder de propriedade poderia agredir a propriedade privada de outro. Luciana Braga[6], em artigo de grande densidade filosófica, argumenta que, caso o exercício do direito de propriedade de um indivíduo venha a agredir a propriedade de outrem, então é justamente o caráter absoluto dessa propriedade que justifica a reparação à propriedade do cidadão prejudicado, não havendo, no caso, nenhuma relativização no conceito de propriedade.

Cabe, ainda, um breve comentário sobre a enfiteuse. O instituto da enfiteuse, como conhecemos, é uma invasão absolutamente perversa do estado sobre a propriedade privada. No caso concreto, o proprietário original, em regra, simplesmente não quer misturar o seu trabalho com aquele imóvel, e literalmente abandona o bem, utilizando o estado como proteção para que não perca aquela propriedade, deixando pessoas que teriam interesse em misturar seu trabalho com a terra sem condições fáticas de faze-la. Essas pessoas, nesse sistema, acabavam caindo nesse estranho arranjo em que não se é nem proprietário e nem locatário.

Por conta disso, o novo Código Civil acabou por abolir esse instituto do direito brasileiro, mantendo-se, em respeito à segurança jurídica, as enfiteuses anteriormente constituídas.

Rothbard[7], em uma de suas obras-primas, argumenta nesse mesmo sentido, e podemos identificar na sua linha de pensamento uma defesa da "função econômica da propriedade", sempre intimamente ligado ao caráter absoluto da mesma. Ou seja, se o proprietário não exerce de fato a faculdade de usar, gozar (fruir) e dispor da coisa, acaba por abandoná-la, e outro indivíduo fica então apto a exercer esse poder de fato, e de maneira absoluta enquanto o fizer, podendo reavê-la no caso de um esbulhador ou turbador impedir esse pleno exercício.

Não se pode deixar de criticar, ainda que brevemente, os impostos sobre propriedade. Um dos grandes jargões libertários é o famoso "imposto é roubo". Pois bem, se imposto é roubo, imposto sobre propriedade é roubo sobre roubo. O raciocínio é simples: para que se adquira eticamente uma propriedade hoje, é necessário que se compre a mesma através do fruto do trabalho. Esse trabalho já é altamente tributado (o famoso imposto de renda). Caso o indivíduo seja brilhante o suficiente para conseguir produzir riqueza para sobreviver, pagar seus impostos e ainda conseguir poupar o suficiente para conseguir transformá-la, essa riqueza será novamente tributada. Ou seja, incide-se o imposto na hora de ganhar o dinheiro e na hora de transformá-lo em propriedade privada. Essa dupla incidência é ainda mais injusta. Alguém ainda poderia discutir essa dupla incidência no caso de propriedades herdadas ou doadas, mas mesmo nesses bens ocorre a dupla incidência, pois o doador, em algum momento, teve a renda que virou propriedade também tributada.

Numa sociedade libertária não podem existir, sob hipótese alguma, tributos sobre propriedade, por serem injustos e deturpadores do sistema de propriedade, literalmente condicionando o exercício da propriedade privada ao estado, que hoje, de maneira repugnante, toma o bem do cidadão no caso do não pagamento dos mesmos.

Conclusão

Restou amplamente comprovado que não existe direito de propriedade imóvel no Brasil, relativizado por um conceito fluido de "função social" que dá azo a todo tipo de arbitrariedade governamental. Mesmo se considerássemos coerente esse tipo de direito de propriedade, vemos no caso concreto que ele não existe, havendo apenas um proprietário de imóveis no Brasil, o estado, sendo todos nós enfiteutas que devem pagar o foro anual (IPTU ou ITR) e o laudêmio quando da transferência dessa enfiteuse para outro (ITBI ou ITCMD).

A população brasileira precisa se conscientizar deste abuso o mais rapidamente possível, de forma que seja restaurado o direito de propriedade no Brasil, com o fim da função social da propriedade e abolição de todo e qualquer imposto sobre propriedade, criando assim um sistema ético que servirá de base para o progresso individual de todos os brasileiros, em detrimento da casta parasitária da sociedade brasileira: os políticos e burocratas.

________________________________________________

Notas

[1] Art. 1228 do atual Código Civil brasileiro.

[2] Art. 1.196 do Código Civil brasileiro.

[3] Questão recorrente no que tange à produção agrária brasileira é o chamado "índice de produtividade do campo", onde o governo toma pra si o direito de ditar qual deve ser a produtividade mínima de uma fazenda por hectare, instrumento este expedido pelo Incra, sem levar em consideração a expectativa do mercado, questões ambientais e meteorológicas, a própria vontade do proprietário, entre outros fatores, sendo sempre aplicado contra o empresário produtor e servindo de base jurídica para desapropriações, com as terras sendo destinadas para a reforma agrária, diga-se, MST. Esses índices, contudo, não são aplicados contra assentados.

[4] A maioria das cidades brasileiras possui um rígido sistema de loteamento urbano e Código de Posturas que literalmente decide se você pode morar ou comercializar no seu terreno.

[5] Moreira Neto, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2006.

[6] Para melhor explicação desse tópico, sugere-se a leitura do artigo citado de Luciana Lopes Nominato Braga, disponível em http://www.pliber.org.br/Artigos/Details/5 .

[7] Rothbard, Murray. A Ética da Liberdade. Capítulo 11. O monopólio de terras: passado e presente.



autor

Bernardo Santoro
é Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.



  • Leonardo  29/04/2011 11:30
    Este conceito de "função social" da propriedade privada é mais uma jabuticaba nossa, ou existe algo parecido mundo afora?\r
    \r
    Pergunto isto pq em aulas de urbanismo os professores nos fazem crer que esta "maravilha" é amplamente praticada mundo afora, mas não citam exemplos de quem pratica além do Brasil.\r
    \r
  • Bernardo Santoro  29/04/2011 13:31
    Leonardo, o texto mais antigo em que eu vi a defesa de uma "função social da propriedade" foi o "Mein Kampf" do Hitler, mas creio que algum outro autor tenha desenvolvido esse conceito antes do nojento líder neonazi trabalhá-lo.
  • Bernardo Santoro  29/04/2011 14:14
    Obviamente que não é neonazi, e sim nazi mesmo...
  • Eduardo  05/09/2013 18:47
    Penso que o squatting praticado em países de commom law também é uma forma de desnaturação do princípio do direito de propriedade, principalmente quando o seu abuso é tolerado e incentivado pela justiça de tais países.
  • Erick Skrabe  29/04/2011 13:39
    Leonardo,

    Se segura na cadeira:

    O que a população brasileira espera das empresas ?
    Gerar empregos: 93%
    Ajudar a desenvovler o país: 60%
    Desenvolver trabalhso comunitários: 42%
    Aliar crescimento à justiça social: 31%
    Recolher impostos devidos: 29%
    Ser ética nos relacionamentos: 19%
    Sem feriri a ética, derrotar a concorrência: 10%
    Dar lucro aos acionistas: 10%
    (Pesquisa da Vox Popoli, publicada na Exame de 30/03/2005 - multipla escolha)

    Se isso é o o q o brasileiro médio espera das empresas, imagine de bens imóveis ou terrenos...

    (desculpe estragar a sua sexta-feira)
  • Luiz Antônio  28/05/2015 00:17
    Ué, vocês não conhecem John Stuart Mill? Não conhecem August Conte? Não conhecem as discussões nos parlamentos europeus de fins do século XIX acerca da "propriedade social"? Não conhecem as discussões (inócuas) acerca do "caráter parasitário dos proprietários de terra?" Se não conhecem, posso dar um texto meu para vocês, que tal?
  • ARTHUR BASTOS RODRIGUES  14/10/2020 17:45
    Todos os liberais clássicos defendem essa ideia de alguma.forma
  • Daniel  29/04/2011 11:53
    Muito boa a analogia com o direito romano.

    Realmente somos todos enfiteutas. Ainda que tenhamos mais direitos que um usufrutário ou locatário, não somos proprietários.
  • Edik  29/04/2011 12:36
    Bernardo Santoro,
    Muito interessante seu artigo. Você saberia informar como são esses impostos em outros países. Existe algum em que não se cobra imposto de herança, transferência de propriedade e algum similar ao nosso IPTU?
  • David  01/05/2011 13:51
    Ouvi dizer que na lua ainda não existem impostos mas logo mais a situação pode mudar. Corre!
  • PACO BERTOMEU  13/07/2014 06:39
    NAO !

    Nao existe e quem escreveu esse artigo sabe muito bem disso. Essa "liberdade" e ausencia total de regulamentacao e' utopia e impossivel de existir. Nenhum pais existe sem regulamentacao. O artigo implica que se eu tenho uma propriedade posso fazer o que bem entender com essa propriedade, abandona-la (especulacao?) destrui-la e ninguem tem nada com isso. Isso e' tao impossivel como o sistema utopico da anarquia, e' criar um "pais dentro do pais", se tenho uma area de alguns milhares de alqueires, posso construir meu aeroporto e convidar quem quiser - qqer outro pais - para utiliza-lo, para investir em meu cantao, estabelecer um exercito para me defender... enfim, posso criar minhas fronteiras e me declarar separado do Brasil, ou qqer outro pais que o autor insinua que exista por ai afora nesse mundo. Nunca existiu um pais montado nesse sistema defendido pelo autor desse artigo e se em algum momento da historia da humanidade existiu alguma area assim (porque entao nao e' pais) nao durou muito pois foi anexada inevitavelmente pelo pais que estava adjacente.

    No caso de Petropolis sim e' uma "aberracao" no sistema brasileiro.
  • SIM  24/08/2018 02:41
    Incoerente esse raciocínio.
    Você pode construir uma pista de aeroporto na sua terra, mas não pode interferir no sistema aéreo brasileiro. Para entrarem nesse seu país, deveriam entrar pelo Brasil.
  • Bruno Nery  29/04/2011 12:45
    @Leonardo Moro em Portugal, e aqui funciona exactamente da mesma maneira. Existem "planos directores" que definem a função de determinadas partes da cidade.

    Eu simpatizo cada vez mais com as ideias libertárias - entretanto, uma coisa que me tem incomodado é como garantir a boa organização de uma cidade nesse modelo. Pondo os políticos e burocratas, creio que Arquitectos, Urbanistas e Engenheiros tenham mais conhecimento para definir a base do bom funcionamento de uma cidade. Minha ideia é que tal bom funcionamento seria garantido por uma associação de proprietários (do tipo condomínio) que contrataria os profissionais adequados para o planeamento. Procede ou existem outras teorias de como esse tipo de coisa seria gerida numa sociedade completamente libertária?
  • Alexandre M. R. Filho  01/05/2011 03:05
    Bruno, é exatamente isso. Tudo teria dono e não haveria espaço pra ladrões de terno e gravata do governo.
  • Joel  22/01/2018 00:23
    Cara me desculpe mas nunca use Portugal como exemplo para validar alguma ação política. Portugal é um dos países mais atrasados da Europa, é ainda considerado um país importante devido a herança do passado das grandes navegações, mas se não fora isso seria um país miserável.
  • J.Ricardo C.Monteiro  29/04/2011 13:45
    Saudações, respeitável B.Santoro, EXCELENTE!
  • Bernardo Santoro  29/04/2011 13:58
    Há alguns anos atrás eu descobri o site do Mises Institute americano e, ao descobrí-lo, me descobri com pessoa. Pouco tempo depois, começaram as atividades do IMB e eu passei a acompanhar diariamente este site. Tanto o Mises Institute quanto o IMB foram fundamentais na minha formação intelectual e até moral.\r
    \r
    Portanto, ter hoje um texto meu (o primeiro!) publicado por esse site me parece ser como o fechamento perfeito de um ciclo de mudança de pensamento filosófico, partindo de uma mentalidade social-democrata (quem não é quando jovem?), passando pelo liberalismo clássico, para finalmente chegar no libertarianismo, "a fronteira final".\r
    \r
    Fico ainda mais feliz pelo fato de ter sido totalmente pego de surpresa com a publicação desse texto aqui. Eu não sabia que o IMB tinha interesse na publicação desse artigo, e ver o meu nome aqui ao abrir o site agora a tarde foi de uma felicidade ímpar.\r
    \r
    Espero poder sempre contribuir com o IMB, tanto com textos quanto com parcerias com o Liber.\r
    \r
    Um abraço especial para os amigos Helio, Leandro, Roberto, Fernando e demais companheiros do IMB.
  • Leandro  29/04/2011 14:18
    Caríssimo, esse foi só o primeiro. Continue produzindo e, principalmente, levando adiante seu magnífico e respeitável trabalho em prol da liberdade.

    Grande abraço!
  • Roberto Chiocca  29/04/2011 16:10
    Bernardo nós é que agradecemos a sua imensa contribuição. Temos muito trabalho pela frente, e é muito bom ter pessoas como você trabalhando ao nosso lado na luta pela liberdade!
    Parabéns.
  • Roberto Valle  17/05/2011 22:42
    Bernardo, li com grande satisfação seu artigo e para surpresa maior também sou de Petrópolis. Parabéns por suas colocações equilibradas e espero mais textos no futuro.

    Abraços!!!
  • augusto  18/05/2011 00:11
    tres petropolitanos interessados na EA... nao eh pouco!
  • Bernardo Santoro  18/05/2011 09:10
    Na verdade, Petrópolis tem uma grande vocação para a liberdade econômica, por ser uma cidade mais conservadora. Temos um petropolitano na direção do Ordem Livre, inclusive.
  • augusto  29/04/2011 14:54
    Fiquei animado de saber que o presidente do Libertarios mora em Petropolis, como eu. Alias... ja existe sede municipal aqui?\r
    \r
    Em todo caso, queria fazer dois pequenos comentarios:\r
    \r
    (a) Embora a nocao de "funcao social" seja, como diz corretamente o autor, bastante vaga, teria sido interessante acrescentar, para beneficio do leitor, que a propria Constituicao da uma pista do que seja a funcao social da propriedade. Sao os artigos 182 e 186.\r
    \r
    (b) O autor diz que toda a cidade de Petropolis eh uma enfiteuse da familia imperial. Esta informacao nao eh correta. Na verdade, apenas uma parte muito pequena da area total do municipio pertence a familia imperial. Se nao me engano, menos de 10%. Alem disso, o autor poderia ter sido mais claro ao explicitar que a enfiteuse nao eh um imposto, e as condicoes de pagamento estao claramente estabelecidas em um contrato que nao pode ser modificado por nenhuma das partes. A familia imperial nao tem o direito de modificar a porcentagem cobrada nas transacoes imobiliarias, ao contrario do corpo politico, que pode alterar o valor dos impostos quando quer.\r
    \r
    De resto, eh isso ai: tudo pertence ao Estado. Ou como ouvimos por ai, "tudo pertence ao povo"...\r
    \r
    ;-)
  • Bernardo Santoro  29/04/2011 15:10
    Caro Augusto,\r
    \r
    Obrigado pelos adendos. O que me consta é que todo o distrito principal de Petrópolis é enfiteuse da família imperial. Apenas os outros distritos é que não (Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse).\r
    \r
    Me mande um e-mail pessoal para batermos um papo: presidente@pliber.org.br\r
    \r
    Abraço!
  • Augusto  29/04/2011 16:31
    Bernardo,\r
    \r
    Procurando um pouco mais de informações, eu dei uma olhada num livro que tenho aqui, chamado "Baixa renda - um problema habitacional em petropolis", de 1980.\r
    \r
    Ou seja, antes da "Constituição Cidadã". De fato, esse livro faz uma diferença entre "cidade de Petrópolis" (equivalente ao 1º distrito) e "município de Petrópolis" (todos os distritos).\r
    \r
    Salvo engano, a constituição acabou com qualquer diferença entre cidade e município.\r
    \r
    De acordo com o mesmo livro:\r
    \r
    1º Distrito - 143km2\r
    2º distrito - 274km2\r
    3º distrito - 121km2\r
    4º distrito - 321km2\r
    5º distrito - 74km2\r
    total - 933km2\r
    \r
    A informação que eu tenho é que a enfiteuse não chega nem a cobrir todo o 1º distrito.\r
    \r
    Mas de qualquer modo, essa é uma discussão secundária. Gostei muito do artigo e concordo com a tua opinião.\r
    \r
    espere um e-mail meu na tua caixa postal em breve ;-)
  • David  29/04/2011 15:55
    Caro Bernardo,

    Muito bom o artigo, mas fiquei com uma duvida sobre a influencia de uma propriedade sobre outra. Por exemplo, quando um individuo no uso de sua propriedade causa danos a propriedade de outrem (poluição sonora ou criar um deposito de lixo em toxico em um bairro residencial por exemplo) com isso a desvalorizando. Como seria tratado esta questão?

  • augusto  29/04/2011 17:01
    Vou responder a essa pergunta: a principio, voce nao eh proprietario do valor do bem. Voce eh proprietario apenas do bem.\r
    \r
    Se alguem polui a tua terra, a tua propriedade foi danificada, e nesse caso, cabe uma indenizacao.\r
    \r
    Mas digamos que o teu vizinho construa um predio horrivel. Como consequencia, o teu imovel desvaloriza. A rigor, ele nao danificou a tua propriedade, e portanto, nao cabe indenizacao. Da mesma forma, se o vizinho constroi um predio maravilhoso ao lado do teu e em consequencia valoriza teu imovel, ele nao tem direito de te exigir a diferenca ;-)
  • Marcos  30/04/2011 12:36
    David:

    Para isso existe uma doutrina chamada "abuso de direito". Ocorre quando alguém ao usar a sua propriedade você injustamente é prejudicado é possível resolver isso judicialmente. A propriedade nao é absoluta, pois está limitada pelas outras propriedades.

    A grande desonestidade que tem sido feita na doutrina do direito diz respeito a isso. Geralmente os autores usam o abuso de direito como uma justificativa para a função social da propriedade. Isso é um absurdo, pois existe uma diferença bem grande entre limitar a propriedade por causa de um dano objetivo a outra propriedade e limitar a propriedade por causa do abstrato "interesse público". O abuso de direito é bem mais antigo do que esse modismo da função social.

    Aliás, o principal problema do direito brasileiro está exatamente nessas 2 palavrinhas: "interesse público". É um termo vago, aberto e usado para limitar direitos das pessoas. É perigosíssimo. Uma regra básica do direito é que regras tendentes a criar obrigações legais devem ser interpretadas restritivamente. O interesse público não só não é interpretado restritivamente como é de escolha exclusiva do administrador público, sendo que muitas vezes nem o juíz pode analisar a justiça ou não disso.

    Se formos analisar a história, grande parte das injustiças cometidas pelo estado contra os cidadãos é justificada por interesse público. Quando Collor roubou o dinheiro da população, por exemplo, adivinha o que o governo poderia alegar? Sim, interesse público. E a justificativa dos que querem impedir a reintegração de posse quando o MST estiver envolvido? De novo o interesse público.
  • Alexandre M. R. Filho  01/05/2011 03:15
    Num ambiente libertário, vc certamente tomaria as cautelas necessárias para não sair indene de uma situação como essa.\r
    \r
    Por exemplo: antes de comprar uma fazenda, vc muito provavelmente se certificaria de que os vizinhos (ou sei lá quem) não causarão danos a ela.\r
    \r
    Vc tentaria assinar contratos que os obrigassem a deixar de fazer certas coisas ou, caso as faça, que te indenizem logo depois.\r
    \r
    Além disso, vc contrataria um seguro para evitar tomar um calote de alguém que não queira cumprir o acordo.\r
    \r
    E colocaria no contrato que certa agência de resolução de conflitos seria acionada para resolver eventual pendenga.\r
    \r
    E por aí vai...\r
    \r
    Apenas não é justo que, caso vc não faça nada disso - ou seja, vc apenas compra a fazenda e torce pra ninguém "sujá-la" -, vc obrigue todo mundo a pagar pela sua eventual displicência através da ação torpe do estado.\r
    \r
    Mas esse de fato é o tema que mais demora pra ser compreendido, eu acho.
  • David  01/05/2011 13:55
    Caro Alexandre

    Obrigado pela resposta, outro dia me vi discutindo esta idéia com um amigo e chegamos a uma posição parecida mas no seminário nos deram uma resposta mais seca como seus colegas anteriores, onde cada um tem sua propriedade e pronto, como se esquecessem o mundo real e seus pequenos problemas.

  • CR  29/04/2011 16:03
    Bem concatenada a artimanha. Ela se estende por toda Constituição Cidadã, na verdade vilã, até porque costurada pelos estelionatários do plano cruzado, ainda mandando no país. E ainda alterada na calada da noie, por este nosso Ministro da Defesa, na ocasião "relator". Infelizmente jamais tivemos alguma constituição, mas mandamentos pelos quais o rebanho é docilmente conduzido por absoluta falta de consciência. Este é o grande dilema, o qual suponho só possa ser superado por uma plêiade de cientistas de todas as categorias, que assumam a responsabilidade de compor algo compatível com o tempo em que vivemos, o imenso espaço que dispomos, e a parca cultura disposta. O desafio começa pelo último. Como promover uma Revolução Gloriosa, uma Pereistróika em cima dessa Nomenklatura sem ao menos um pingo de consciência popular? A turba quer que tudo se exploda!
  • augusto  29/04/2011 17:09
    Rapaz, eu estou lendo a constituicao, voce sabia que o inciso xxvii do artigo 7 da CRFB diz expressamente:\r
    \r
    XXVII - protecao em face da automacao, na forma da lei;\r
    \r
    pois eh... sabe que esse inciso foi usado para tentar impedir o uso de catracas eletronicas nos onibus municipais? "As catracas vao eliminar centenas de empregos, o que vai contra a garantia constitucional do direito ao trabalho".\r
    \r
    (felizmente, parece que o argumento nao foi aceito, visto que tmos ai varias cidades com onibus sem o famoso "trocador")
  • Luiz Renato  29/04/2011 18:49
    A moradia é um direito social garantido pela Constituição Federal. Se o Estado não tiver domínio sobre os imóveis, ele não tem como dar moradia a todo mundo.\r
    E com domínio, também não...
  • void  30/04/2011 09:44
    E quem diz que esse "direito social" não está escrito naquele calhamaço inútil?

    Luiz, o estado não tem como dar moradia pras pessoas por dois motivos:

    1º Para dar a um, ele precisa tirar de outro, já que o estado não é produtivo, mas parasitário. E sobre direito e lei, este livro pode te ajudar muito: www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=17

    2º Incompetência. Por melhores que sejam as intenções de seus defensores. Por mais belas e geniais que pareçam as idéias para fazê-lo funcionar, ele é incompetente em qualquer assunto que não seja agredir gratuitamente.

    Posso não ter sido muito claro, mas se você der uma fuçada no site vai achar artios muito bons que explicam exatamente o motivo dessas visões.

    Até mais.
  • void  30/04/2011 11:19
    "E com domínio, também não..."

    Nossa, que falha a minha! Minha ânsia em não deixar sem uma resposta fez com que eu deixasse isso passar. Mil desculpas.
  • Marcelo Werlang de Assis  29/04/2011 19:25
    Adorei MESMO esse artigo, o qual, no fundo, sistematizou brilhantemente aquilo em que eu mais ou menos estava pensando. \r
    \r
    Bem, eu tive de fazer no semestre passado (disciplina de D. Civil) um trabalho sobre a maldita "função social da propriedade", com enfoque na reforma agrária. O professor é um animal da esquerda totalitária. Já que ele tem o poder de passar ou rodar os alunos, então fui obrigado a ficar no lugar-comum, exaltando o MST e o "Bem Geral" ("bem-estar da coletividade"). \r
    \r
    Esse estupendo artigo do Dr. Santoro contrasta totalmente com o meu trabalho, do qual logo me desfiz quando o recebi de volta.\r
    \r
    Josserand e Duguit, os juristas comunistas que elaboraram a nefasta "função social", são verdadeiros patifes!\r
    \r
    Estas traiçoeiras palavras de Hely Lopes Meirelles sabem disfarçar muito bem o caráter criminoso do intervencionismo estatal: \r
    \r
    "O bem-estar social é o bem comum, o bem do povo em geral, expresso sob todas as formas de satisfação das necessidades comunitárias. Nele se incluem as exigências materiais e espirituais dos indivíduos coletivamente considerados; são as necessidades vitais da comunidade, dos grupos, das classes que compõem a sociedade. \r
    \r
    O bem-estar social é o escopo da justiça social a que se refere nossa Constituição (art. 170) e só pode ser alcançado através do desenvolvimento nacional.\r
    Para propiciar esse bem-estar social o Poder Público pode intervir na propriedade privada e nas atividades econômicas das empresas, nos limites da competência constitucional atribuída a cada uma das entidades estatais, através de normas legais e atos administrativos adequados aos objetivos da intervenção. O que se exige é que essa intervenção se contenha nos lindes constitucionais e legais que amparam o interesse público e garantem os direitos individuais.\r
    \r
    Modernamente, o Estado de Direito aprimorou-se no Estado do Bem-Estar (Welfare State), em busca de melhoria das condições sociais da comunidade. Não é o Estado Liberal, que se omite ante a conduta individual, nem o Estado Socialista, que suprime a iniciativa particular. É o Estado orientador e incentivador da conduta individual no sentido do bem-estar social. Para atingir esse objetivo o Estado do Bem-Estar intervém na propriedade e no domínio econômico quando utilizados contra o bem comum da coletividade."\r
    \r
    Miguel Reale, outro embusteiro, inventou a "socialidade", que pode ser assim resumida: "Os valores coletivos prevalecem sobre os valores individuais, sem todavia se perder a noção da pessoa humana."\r
    \r
    Mises, no livrinho "Liberty & Property", em contraste, disse:\r
    \r
    "But then came capitalism. It is customary to see the radical innovations that capitalism brought about in the substitution of the mechanical factory for the more primitive and less efficient methods of the artisans' shops. This is a rather superficial view. The characteristic feature of capitalism that distinguishes it from pre-capitalist methods of production was its new principle of marketing. Capitalism is not simply mass production, but mass production to satisfy the needs of the masses. The arts and crafts of the good old days had catered almost exclusively to the wants of the well-to-do. But the factories produced cheap goods for the many. All the early factories turned out were designed to serve the masses, the same strata that worked in the factories. They served them either by supplying them directly or indirectly by exporting and thus providing for them foreign food and raw materials. This principle of marketing was the signature of early capitalism as it is of present-day capitalism. The employees themselves are the customers consuming the much greater part of all goods produced. They are the sovereign customers who are "always right". Their buying or abstention from buying determines what has to be produced, in what quantity, and of what quality. In buying what suits them best they make some enterprises profit and expand and make other enterprises lose money and shrink. Thereby they are continually shifting control of the factors of production into the hands of those businessmen who are most successful in filling their wants. Under capitalism private property of the factors of production is a social function. The entrepreneurs, capitalists, and land owners are mandatories, as it were, of the consumers, and their mandate is revocable. In order to be rich, it is not sufficient to have once saved and accumulated capital. It is necessary to invest it again and again in those lines in which it best fills the wants of the consumers. The market process is a daily repeated plebiscite, and it ejects inevitably from the ranks of profitable people those who do not employ their property according to the orders given by the public. But business, the target of fanatical hatred on the part of all contemporary governments and self-styled intellectuals, acquires and preserves bigness only because it works for the masses. The plants that cater to the luxuries of the few never attain big size. The shortcoming of nineteenth-century historians and politicians was that they failed to realize that the workers were the main consumers of the products of industry. In their view, the wage earner was a man toiling for the sole benefit of a parasitic leisure class. They labored under the delusion that the factories had impaired the lot of the manual workers. If they had paid any attention to statistics they would easily have discovered the fallaciousness of their opinion. Infant mortality dropped, the average length of life was prolonged, the population multiplied, and the average common man enjoyed amenities of which even the well-to-do of earlier ages did not dream."\r
    \r
    Repetindo o que Mises ensinou: "Under capitalism private property of the factors of production is a social function."\r
    \r
    Meus parabéns, Dr. Santoro! \r
    \r
    Aguardo um novo artigo teu!\r
    \r
    (P. S.: Finalmente os caras do "Pag Seguro" me devolveram a grana! Verifiquei a minha conta bancária faz pouco.)\r
    \r
    Abraços libertários!!!
  • Willian  05/05/2011 09:48
    Olá,
    Há tempos leio o IMB e estou tentando acreditar que o libertarianismo seria uma boa solução, mas dúvidas ainda aparecem.

    Em uma pequena cidade que conheço, um único empresário, para proteger seu capital, foi adquirindo terrenos urbanos ao longo de anos seguidos. Hoje ele tem os principais terrenos urbanos da cidade e nada faz com eles, nada constrói, não aluga, não arrenda. Já tentei convencê-lo a construir centros comerciais, apartamentos, etc. Nada o faz investir na terra. Ele continua comprando terras, agora me outras cidades.

    Para o libertarianismo entendo que ele esteja correto, pois é livre para ser o "proprietário" das terras e fazer com elas o que bem o quiser.

    Mas se olharmos para a cidade, para o "bem estar social" dos habitantes e de quem quer investir na cidade, o IPTU é uma forma de evitar que esse empresário adquira terrenos e nada faça com eles, como o que está acontencendo. Há lei permite o aumento gradual do IPTU caso não cumpra a função social. O fato dele segurar os terrenos dessa forma não deixa de ser um entrave para o crescimento da pacata e pequena cidade exemplificada.

    Como evitar atitudes como esta (terrenos parados, apartamentos fechados) no libertarianismo?
  • Joao  05/05/2011 10:11
    A regulação do "uso social" certamente não está funcionando nesse caso, já que o empresário está pagando IPTU tranquilamente. Duvido que mais regulações resolveriam o problema. Afinal, sendo ele o único empresário, ele certamente trabalharia nos bastidores da política para usar as regulações a seu favor, impedindo a concorrência. Já morei em cidades de interior, e sei que grandes empresários têm as costas quentes. É difícil alguém conseguir concorrer com eles. Se você tentar abrir uma pequena empresa, estará sujeito a uma fiscalização monstruosa o tempo todo, e você terá dificuldades para conseguir fornecedores. Se conseguir prosperar mesmo assim, é provável que tenha que se preparar para ações de repressão mais violentas.

    No site do UOL, há um exemplo de regulação que não funciona: o mercado de estacionamentos Vallet em São Paulo. Grandes empresas do setor trabalham para criar regulações que, no final das contas, só podem ser cumpridas por elas mesmas. O resultado? Os donos de pequenos estacionamentos simplesmente não têm como arcar com os custos. Ou fecham as portas ou agem à margem da lei. Pode ser que, um dia, você veja uma ou duas empresas de estacionamento dominando São Paulo, praticando preços abusivos. E o povo criticará o livre mercado por causa disso...

    Outro belo exemplo é o fato d que a Embratel reclamou junto à Anatel dos serviços do SkypeIn. Afinal, o SkypeIn era barato, e a Embratel não poderia concorrer com isso. É isso mesmo. A Embratel reclamou de um concorrente em razão dos preços praticados. Resultado: SkypeIn deixa de uncionar no Brasil. A Embratel poderia ter respondido com serviços de telefonia VoIP diferenciados, poderia ter oferecido ao cliente algum melhor. Mas, afinal, por que melhorar o próprio serviço? Melhor pedir para a agência reguladora regular a seu favor!
  • augusto  05/05/2011 10:15
    William,\r
    \r
    Ha pelos menos duas correntes de pensamento quanto a esse assunto:\r
    \r
    1) Se o dinheiro usado e o procedimento seguido para comprar os tais terrenos foram corretos - ou seja, se nao eh dinheiro de roubo ou fraude, e se nao se trata de conluio entre o empresario e a prefeitura - entao os terrenos sao dele e ele que faca o que bem entender. Inclusive deixar os terrenos parados. Se voce e outros moradores acham que isso eh um problema, nada impede voces de se juntarem, constituirem uma empresa, e com o capital reunido, competirem com ele pela compra dos terrenos restantes;\r
    \r
    2) A outra corrente vai dizer que a terra so eh efetivamente sua se voce a utiliza - e se voce esta pronto para defende-la em caso de invasao. Assim, se o empresario possui varios terrenos, mas esses terrenos sao ocupados por outras pessoas, que constroem casas e passam a habitar essas casas, depois de um tempo elas adquirem o terreno. Eh mais ou menos como funciona a lei de usucapiao.\r
    \r
    Ha bons argumentos de ambos os lados. No fim das contas, termina sendo quase uma questao de "fé", voce escolhe o lado que te parece mais correto, e passa a defende-lo. Pessoalmente, ainda nao fiz essa escolha. ;-)\r
    \r
    Agora, o que ninguem aqui nesse site vai fazer eh defender a ideia de que seja correto aumentar o IPTU dele por qualquer razao que seja...
  • Fernando Chiocca  05/05/2011 11:12

    Eu quero morar nessa cidade. Este empresário está tornando a cidade um local mais ameno, diminuindo o trânsito e valorizando imensamente o valor das outras propriedades!!
    Quem déra a fosse minimamente possível existir um cara que rasgue dinheiro como este e que isso ocorresse na cidade libertária que eu morasse.


  • Bernardo Santoro  05/05/2011 10:50
    Caro Willian, obrigado pela reflexão. Noutro dia um amigo meu, com dúvida análoga a sua, me fez uma pergunta sobre o texto que é bem parecida com a sua.

    A pergunta foi: "O que caracteriza o "exercício de fato da propriedade"? Você sugere que é o uso da terra para produzir, construir, minerar, alugar, etc. Isso não justificaria a invasão de terras "improdutivas"? E o que faço quando acho um objeto valioso perdido por alguém? Tenho direito de me apossar do objeto, se ele não tiver nenhuma marca de seu proprietário? Afinal, os antigos proprietários (tanto da terra improdutiva quanto do objeto perdido) já não estariam exercendo de fato seus direitos."

    Segue a minha resposta:

    "Eu acredito que expliquei o que significa o exercício de fato, mas posso trabalhar um pouco melhor isso. Numa parte mais acima do texto eu expliquei as definições de usar, gozar e dispor da coisa. Exercício de fato é exatamente isso: (i) usar, ou seja, misturar o seu trabalho, ou de outra pessoa através de uma relação contratual de trabalho, sem que haja uma necessidade de produtividade "x" ou "y", (i) gozar(fruir), que é a exploração dos frutos e produtos dessa propriedade, e aqui entra a questão do aluguel, pois em direito civil o aluguel é considerado um fruto, ou seja, o aluguel é exercício de fato de uma propriedade pela exploração de fruto; (iii) dispor, que é justamente a capacidade de vender, no todo ou em partes, esse bem."

    "Se um bem não é apropriado de fato pelo seu dono, ou seja, o proprietário não aluga, explora, ou vende o bem, sem dúvida fica justificado o homesteading por outras pessoas, por ser res nullius (bem sem dono, não importando o que o Estado diga em contrário). O problema do MST não é a busca por terras sem dono, mas sim a busca por terras com dono e, aí vem o pior, patrocinada por dinheiro estatal. Se o MST agisse como uma organização que investigasse onde estão terras sem dono (principalmente as terras ditas pertencentes ao Estado e abandonadas por este) e lá alocasse seus membros, e fosse sustentada por doações privadas, seria uma instituição legítima do ponto de vista libertário. Se eles, por algum engano, acabassem invadindo uma terra com dono, ou seja, que aluga ou explora em algum nível o bem (não importando o nível de utilização, pois aí sim cai em relatividade), o dono teria direito de buscar a reintegração da propriedade conjuntamente com uma reparação por danos sofridos."

    "Sobre a coisa perdida, "achado não é roubado", ou seja, a segunda pessoa poderia se apropriar do objeto por ser res nullius. Essa propriedade é legítima, mas precária. Se o dono antigo buscasse o bem, achasse o bem com o proprietário legítimo mas precário, e provasse que é o proprietário anterior do bem, (i) na justiça, (ii) na arbitragem, (iii) no tribunal da agência em comum ou (iv) para a própria agência, que entraria em composição com a agência do proprietário precário (esses dois últimos na versão libertária anarcocapitalista), esse primeiro proprietário poderia sim reaver o bem perdido."

    Portanto, o direito de propriedade é sim absoluto por ser, na visão libertária, uma propriedade de fato, e não porque um papel do governo diz que tal propriedade pertence a tal sujeito. No seu exemplo, o sujeito em questão exerce um direito torto de propriedade ao se tornar enfiteuta de um monte de bens imóveis que, como eu comprovo no texto, pertencem todos ao estado.

    Grande abraço.
  • Willian  06/05/2011 09:21
    Obrigado pelas respostas pessoal, mas confesso que ainda não pude acordar com o pensamento.

    Da maneira como está hoje, realmente o IPTU serve como importante fonte de receita de muitos municípios. Porém, poucos são os municípios que usam da gradatividade do IPTU para penalizar quem nada faz com o terreno (o que até então acho correto e deveria ser mais usado).
    Vale lembrar que até mesmo em grandes cidades há terrenos cercados, mas improdutivos.

    A história de que o mercado se auto-regula e que logo alguem há de comprar alguns terrenos e neles ver utilidade maior do que deixá-los parados, para mim, é um argumento que com o tempo não se sustenta. A não regulação de atividades, em princípio, não faria mal. Mas, com o passar do tempo, grandes players vão se formando e estes passam a delimitar o mercado. Eis então que surge a regulação, que pode não ser excelente, mas que é um começo. Exemplo atual são as operadoras de cartão de crédito, que agora tem nomeclatura de tarifas tabelada.

    Pude constatar que há tendência de evitar o poder discricionário (quase sempre com alta subjetividade) por parte do Estado. Quanto maior a discricionariedade, maior as chances de abuso estatal. Concordo que há lógica no pensamento, mas entendo que acabar com a discricionariedade não é possível, temos é de achar um meio de regulá-la de melhor forma, se é que isso é possível.

    Com o crescimento de uma cidade e a falta de visão urbanística (que na maioria do tempo ocorre), dentro de alguns anos, quando surgir a necessidade de uma praça com pontos de ônibus, só uma desapropriação abrirá espaço para o Estado construir a praça para o "bem estar social". Se formos contra essa intervenção do Estado, ficará ele a merce do valor que algum proprietário pedir pelo terreno. Apesar de que isso já acontece na desapropriação, pois em tese o valor indenizado é o justo pela desapropriação. Mas há certeza de que se o Estado deseja exatamente aquele terreno, aquele ele conseguirá.

    Em verdade, ainda aceito a máxima de que "o interesse público prevalece sobre o privado".
  • Joao  06/05/2011 10:20
    Da maneira como está hoje, realmente o IPTU serve como importante fonte de receita de muitos municípios. Porém, poucos são os municípios que usam da gradatividade do IPTU para penalizar quem nada faz com o terreno (o que até então acho correto e deveria ser mais usado).
    Vale lembrar que até mesmo em grandes cidades há terrenos cercados, mas improdutivos.


    O peixe grande está pouco se lixando para o IPTU alto. Ele tem dinheiro, tem conexões com o governo, consegue bons financiamentos, consegue se livrar de multas. Os peixes menores, se estiverem em um mercado realmente competitivo e não controlado-regulado, não deixaria vários terrenos vazios assim, sem mais nem menos.

    Eis então que surge a regulação, que pode não ser excelente, mas que é um começo. Exemplo atual são as operadoras de cartão de crédito, que agora tem nomeclatura de tarifas tabelada.

    Você fala sobre as regulações e usa as operadoras de cartão de crédito como exemplo. Você realmente acha que elas estão muito tristes com a regulação? Se você realmente acha isso, é bastante ingênuo. Eu ficaria muito feliz se eu fosse uma grande empresa e o governo aparecesse com regulações que só poderiam ser atendidas por... grandes empresas. Vou te dar dois exemplos:
    - Telefonia: A Embratel reclamou dos valores baixos praticados pelo SkypeIn. Sem a regulação da Anatel, a Embratel seria obrigada a oferecer um serviço semelhante. Com a Anatel "regulando o mercado malvadão", bastou bater o pé e fazer beicinho. Cartel regulado pelo governo!
    - Estacionamentos em São Paulo: Criou-se uma série de normas, regulações, que só as grandes empresas do mercado podem seguir. As pequenas agem à margem da lei. É provável que essas grandes empresas comecem a pressionar o governo para que as pequenas sumam de vez. Cartel regulado pelo governo!

    Apesar de que isso já acontece na desapropriação, pois em tese o valor indenizado é o justo pela desapropriação. Mas há certeza de que se o Estado deseja exatamente aquele terreno, aquele ele conseguirá.

    Você já viu o valor que o estado paga por alguns terrenos? O valor é ASTRONÔMICO. É óbvio que isso vai acabar acontecendo. Afinal, o terreno é seu, e você pode cobrar o valor que quiser. A outra opção é a desapropriação e indenização. Você perde seu terreno e precisa passar por um vagaroso processo jurídico para receber uma indenização. Tudo em nome do "bem comum". Já viu o que acontece em várias obras públicas de grande porte? O pobre se ferra. Se dermos ao estado o poder de desapropriar terrenos por um "bem comum", ele irá fazê-lo e só caberá a você recorrer à justiça. Eu nem preciso dizer que você estará em franca desvantagem. É você contra o estado. Você não tem dinheiro para pagar advogados caros. O estado tem advogados caríssimos à disposição.

    Em verdade, ainda aceito a máxima de que "o interesse público prevalece sobre o privado".

    O problema dessa afirmação é: quem estabelece o que é interesse público? É muito fácil para um governo manipular o interesse público a seu favor. Você aceita que, em nome do interesse público, um país imprima montanhas de dinheiro inexistente para financiar grandes empresas e, assim, "desenvolver a economia"? Basta o governo afirmar que está investindo em infra-estrutura, saúde, educação e segurança. O povo vai automaticamente acreditar que os críticos não querem o bem do povo, afinal, não querem saúde, educação e segurança para o povo.

    Imagine uma eleição entre dois candidatos, José e Lucas:
    - O José afirma que é preciso parar de gastar dinheiro, que o gasto público só vai piorar as coisas, que o país está com dívidas assustadoras, que o país já tentou gerar dinheiro do nada para arrumar a economia e isso não funcionou. Segundo esse candidato, o governo precisa sair um pouco de cena para deixar que os cidadãos possam trabalhar sem pagar impostos a torto e a direito, e as empresas precisam ter mais liberdade, pois as regulações só ajudaram grandes conglomerados. José mostra, em detalhes, o histórico das políticas econômicas pelo mundo, e suas consequências nefastas. Mostra que a Europa viveu anos em uma ilha da fantasia do bem-estar social, mas agora simplesmente não tem como pagar a conta. Mostra, também, que os EUA não estão em crise por causa do livre mercado, com uma grande lista de evidências concretas.
    - Para Lucas, o país precisa de uma dose cavalar de investimentos em infra-estrutura para que a economia volte a funcionar, que o cidadão precisa ter mais segurança para trabalhar e, portanto, será expandido o seguro-desemprego. Lucas critica José porque o mercado auto-regulado nunca funcionou, e que só o estado pode garantir ao cidadão a segurança de que ele precisa para viver feliz.

    E aí, em quem você votaria? Certamente votaria no populista Lucas.
  • Fernando Chiocca  06/05/2011 11:10
    Por "interesse público" entenda "interesse de alguns". E para este pravalecer sobre o privado, estes alguns devem ter de seu lado uma força física maior que o privado em questão, para usar da violência para expropriar seu dono legítimo, que tem outros interesses sobre o que é seu.

    Se você aceita essa perversidade criminosa e ainda usa seu tempo para defendê-la, só mostra que a ética não é algo muito valorizado por você.

    De resto, seu entendimento das leis do mercado é pífio. Quando você diz que grandes players se formam e passam a delimitar o mercado, você mostra que não conhece o entendimento do que é mercado. E nem do que é o estado, pois é exatamente o estado que é o "grande player que delimita o mercado".

    Vamos estudar mais um pouco, mas dessa vez, estude nas fontes certas. Comecemos pelos conceitos básicos:
    O que é o estado?
    O que é o Livre Mercado?

    O prodígio que é o mercado
    O estado, o agressor

    Boa sorte.


  • mcmoraes  06/05/2011 11:53
  • Willian  06/05/2011 13:58
    Ele tem dinheiro, tem conexões com o governo, consegue bons financiamentos, consegue se livrar de multas.
    Infelizmente isso é o que ocorre e todos nós concordamos que é errado. O Estado não deve tomar partido e beneficiar "apadrinhados". Mas isso é um problema dos agentes, não do processo.

    Certamente votaria no populista Lucas.
    Desculpe se dei a entender que defendo esta corrente populista. Não acredito que o modelo atual esteja correto, mas partir para o libertarianismo ainda não me convence e por isso busquei a discussão. Ao que vislumbro, o problema está nas pessoas que administram, não nos processos. E vivemos a alterar os processos achando que é a solução, quando os agentes é que corrompem, seja qual for o processo. Novos processos, um tempo de estudo até encontrarem novos métodos de corrompê-lo.

    Por "interesse público" entenda "interesse de alguns"...."só mostra que a ética não é algo muito valorizado por você."
    Volto a reforçar, eu também não concordo com atitudes nada éticas tomadas por administradores estatais. Mas não podemos jogar fora o processo e desacreditá-lo porque seus agentes não são capazes de minimamente atuar dentro da ética.


    O tema acabou caindo em assuntos diversos, como a regulamentação.

    Regulamentação (ex: Estacionamentos em São Paulo).
    Não sei quais as exigências que a regulamentação exige, mas um dos motivos dela surgir (se não o principal) é a defesa do consumidor. Você já deve saber que existem empresas de Vallet que cobram e deixam seu carro na rua. A regulamentação vem a acabar com essas empresas, tolhendo a liberdade desses empresários. Sem a regulamentação, o que seria? Alguns dizem que as melhores empresas sobreviverão e essa empresa de Vallet espertinha que deixa seu carro rua iria quebrar. Isso, só no mundo ideal. Sabemos que muitas vezes empresas assim sobrevivem por um período suficiente para causar prejuízos a sociedade.

    O que a regulamentação cobra é a mínima eficiência e qualidade dos serviços de determinado ramo de negócio. É o que as pessoas deveriam naturalmente cobrar, mas que muitas vezes não cobram.
    Sim, a regulamentação é presumir que o consumidor não conseguirá escolher o melhor produto, ou será de alguma forma iludido com serviços ruins. Mas notem que a regulamentação muitas vezes ocorre não antes, mas sim depois de várias atuações privadas nada éticas.

    A ANVISA não faz exigências mínimas de qualidade dos medicamentos? Isso é errado?

    E antes que alguém comente, eu sei que uma regulamentação mal feita não resolve o problema, mas piora-o. Não sejamos contra a regulamentação, mas contra a má-regulamentação.

    Como haveria portabilidade telefônica sem a regulamentação? Seria de interesse das empresas de telecom fazer isso? É melhor que a pessoa mude de número ao mudar de operadora, sendo este mais um empecílio que favoreceria a operadora atual em detrimento de uma nova, que precisa conquistar mercado, oferece tarifas competitivas mas acaba por gerar outro número de telefone.

    E a tal portabilidade de planos de saúde? E a conta-salário?
    Não seriam estas exigências estatais uma forma de liberdade?

  • Joao  06/05/2011 15:01
    Eu trocaria tranquilamente a portabilidade telefônica pelo fim das regulações que estão favorecendo a Oi e outras empresas porcas que não precisam se preocupar com qualidade.

    Resumindo: você votaria no Lucas porque suas opções são dirigidas por discursos bonitinhos . Para você, o que importa é o discurso bonitinho, e não a realidade. Argumentos, dados, nada disso importa. Você prefere viver na tranquilidade da utopia do futuro estado-mãe, que, um dia, fará tudo direitinho, e você viverá em um paraíso. Como esse dia do estado-mãe eterno e lindinho nunca chegou, você continua preferindo esperar que o estado, um dia, regule direitinho a economia. Sempre que aparece um populista que culpa o mercado, você vota alegremente nele. Afinal, para você, o que importa não é ter argumentos, e sim se dizer preocupado com o social. Basta o sujeito dizer "desta vez, será diferente" para que ele ganhe seu voto. Como dessa vez será diferente, o estado fornecerá a segurança necessária para que você nunca seja enganado. Os elfos do estado controlarão a ganância dos seres humanos do mercado, afinal, quando o sujeito se candidata a vereador, ele deixa de um ser humano e passa a ser um elfo.

    Volto a reforçar, eu também não concordo com atitudes nada éticas tomadas por administradores estatais. Mas não podemos jogar fora o processo e desacreditá-lo porque seus agentes não são capazes de minimamente atuar dentro da ética.

    "Eu não sou como eles. Eu sou diferente. Vote em mim! Eu vou combater a corrupção! Eu sou mais honesto! Vote em mim!"
  • Elfo do Estado  06/05/2011 15:35
    Eu protejo você, Willian. Vote em mim. Mas se vier algum empresário com um pote de ouro diretamente do final do arco-íris, não sei o que fazer. A mágica estará no ar...
  • Erik Frederico Alves Cenaqui  06/05/2011 14:09
    Depois de ler este texto decidi enviar esta mensagem aos marxistas que gostam de fazer comentários contrários a liberdade no site:\r
    \r
    O BRASIL SEMPRE FOI SOCIEDADE SOCIALISTA, NÃO SE PREOCUPEM EM COMBATER O CAPITALISMO QUE NUNCA EXISTIU POR AQUI.\r
    \r
    Abraços\r
  • Willian  06/05/2011 18:25
    Esperava respostas de nível coerente com os textos publicados no site, como até então estava acontecendo. Prefiro desconsiderar as últimas duas mensagens, que em verdade representam a impaciência de alguns.

    "Eu trocaria tranquilamente a portabilidade telefônica pelo fim das regulações que estão favorecendo a Oi e outras empresas porcas que não precisam se preocupar com qualidade."

    Ok, então você ficaria refém de uma única empresa porque seus clientes já tem seu número e seja como for o atendimento/tarifas desta empresa, trocar seu fornecedor impacta em mudar o número.
    Discordo dessa visão, pois mas nenhum empresário gosta de se amarrar com um fornecedor.
    Em um passado muito recente contratava-se um novo fornecedor e ficava-se anos pagando o fornecedor antigo, apenas para ter o número recebendo chamadas. A regulamentação criou liberdade de escolha.

    A propósito, naquela pequena e pacata cidade que mencionei os terrenos sem uso, apenas a Oi atua. Internet ADSL é lenta, cara e escassa (passou-se anos com fila de espera para instalação). A iniciativa privada não tinha interesse em ampliar a rede porque o investimento demoraria a se pagar (novas redes e equipamentos seriam necessários). Durante um tempo eu entendi que a falta de demanda (frente ao investimento necessário) justificava tal ato. Mas anos a fio, quando em minha casa na capital eu tinha internet 10x mais veloz, enquanto na pacata cidade os cidadãos lutavam para uma ADSL de 512KB, foi inaceitável. Foi então que entendi o porque do plano nacional da banda larga.

    Senhores, diante dessa reflexão tornei a ver ainda mais coerente a idéia de qua a regulamentação é que vai ampliar nossa liberdade, não tolher.

    Porque um boleto, após vencido, só pode ser pago no banco emissor? Talvez até seja a regulamentação (ERRADA!) Dêem liberdade as pessoas, permitam que seja pago sem burocracia em qualquer instituição financeira.

    Os SACs agora precisam atender em 1 minuto. O Estado obriga a iniciativa privada a ser assim, força, coage, multa. Coloca todo o seu aparato para que, o que seria lógico, aconteça. É, incrivelmente a iniciativa privada, com todo seu know-how e expertise, não conseguia fazer. Em verdade, conseguia, mas não queria, porque não havia punição. Havendo punição, passou a atender.

    Porque o número de telefone não é meu e sim da TIM? (ops, essa liberdade já me deram!)

    Porque os Tribunais de Justiça do Estado funcionam cada um em horários diferentes. Uns abrem as 9h, outros as 10h, outro as 13h. Oras, regulamentem essa encrenca e façam um padrão.

    Padrão, está ai uma palavra que deve gerar calafrios para alguns. Sou livre e não quero seguir padrão algum: bem vindo à Marte. O planeta Terra não consegue sustentar 6 bilhões sendo livres, leves e soltos.

    Volto a frisar, o problema está nos agentes que criam a regulamentação (a qual concordo, está longe de ser eficiente). Ser contra a regulamentação (bem feita, correta, ética, sem vícios) é ser contra a eficiência mínima, é não aceitar a imposição de metas MINIMAMENTE atingíveis por quem se presta a prestar tal serviço.
  • Leandro  06/05/2011 18:30
    Prezado Willian, por favor, tenha a bondade de ler esses dois textos abaixo. Creio que eles abordam de maneira mais completa o problema da regulamentação, e mostram por que só a liberdade (isto é, ausência de regulamentação) pode trazer esse arranjo que você, eu e todos querem:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=637
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=646

    Grande abraço!
  • Willian  06/05/2011 18:36
    Irei ler logo, com certeza!
  • Andre Luis  18/05/2011 14:35
    Até quando, Catilínia, abusarás da nossa paciência?
  • RENATO BARBOSA DA SILVA RAMOS  31/05/2011 13:03
    ESTIMADO BERNARDO SANTORO,\r
    \r
    SIMPLESMENTE FENOMENAL!JÁ ERA TEMPO DE ALÇGUÉM VIR A PÚBLICO E DIZER ALGUMAS VERDADES SOBRE A "PROPRIEDADE PRIVADA " NO BRASIL.\r
    PARABÉNS!\r
    SAUDAÇÕES LIBERTÁRIAS!\r
    RENATO RAMOS
  • Rodrigo  11/02/2012 10:12
    O negócio anda cada vez mais rápido por estas bandas!



    PT vai propor revisão de lei sobre função social da propriedade

    www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=175059&id_secao=1
  • Arthur M M  03/01/2013 14:39
    Linkando-se ao artigo mises.org.br/Article.aspx?id=993, daqui a alguns anos o governo irá clamar, com base na função social da propriedade, estupros coletivos, afim da manutenção do INSS e do próprio governo.
  • márcio  28/02/2013 06:11
    Será que o argumento de função social e interesse público é a "é um grande mal relativizador da propriedade"? Só um exemplo: não seria legítimo o governo demolir um nightclub ou um shopping para construir um HOSPITAL no lugar? O que serve mais aos interesses da população? Um nightclub ou um hospital? O que você preferia perto de sua casa? Um hospital cuida da saúde da população, por outro lado, um nightclub...
  • Tory  28/02/2013 10:20
    Vamos lá: o burocrata chega à repartição e decreta que determinado shopping center não cumpre sua "função social e interesse público", e será transformado em hospital. Como ele chegou a essa conclusão? Se é assim, por que já não existe um hospital lá no lugar? Por que o dono do shopping não chegou à mesma conclusão? O shopping é visitado? Os lojistas estão felizes? Eles preferem ser lojistas ou enfermeiros? Os clientes do shopping preferem ir às compras, ao cinema e à praça de lanches ou trocariam isso por um hospital naquele lugar?

    Na sua cabeça, o que um burocrata sabe que o qualifique a responder essas perguntas?
  • Willian  28/02/2013 10:50
    Márcio, e se você fosse o proprietário desse nightclub?
    Como se sentiria vendo sua propriedade ser extinta pelo Estado?

    Não é você que define "O que você preferia perto de sua casa".
    Você não pode mandar na grama do vizinho.

    Argumentos emotivos - como mencionar que um hospital teria maior interesse público e seria melhor ser vizinho do hospital - não podem se sobrepor a razão.

    Não podemos relativizar os pilares / princípios "liberdade" e "propriedade". Quando fazemos isso, por mais 'emotivo' que pareça ser, destruímos a confiaça nesses pilares.

    É como descobrir uma mentira, você passará sempre a desconfiar do que o mentiroso falar.

    Enquanto não for a sua propriedade e sua liberdade que estiver em jogo, as pessoas concordam com a espoliação alheia. A partir do momento que 'o seu tá na reta', será tarde para reagir. Cuide-se!

    É aquela história... um dia veio a tia e forçou reajuste na tarifa de luz. Você acha bom porque será beneficiado, mas esquece que algumas empresas terão seu fatuamento reduzido em 40%.
    Depois ela vem e tabela o preços das diárias de hotéis. Você acha ótimo porque pensa que terá um hotel melhor pagando menos do que o real valor de mercado da diária (ah que fantasia)!
    Chegará o dia que ela virá no seu comércio e tabelará os seus produtos/serviços, ou seu salário, se for empregado.

    Acorde Márcio!!

    É o mesmo que forçar um médico, fora de horário de serviço, a atender um paciente. Ele fará isso se quiser, se sua consciência, seus valores assim o indicarem. É a liberdade dele que está em jogo e não podemos, nem por um minuto, relativizar e dizer 'nesses 15 minutos você deverá atender essa pessoa'.

    CHEGA DE INTERFERIR NA VIDA ALHEIA.
  • anônimo  28/02/2013 10:55
    Claro que não. Se 'o que mais serve aos interesses da população' for tomar e demolir A TUA casa, aí você vai achar ruim né
  • Eduardo Bellani  28/02/2013 12:09
    Valor é subjetivo, e só pode ser expressado através de transações voluntárias.
  • anônimo  25/10/2013 00:21
    Curiosamente, após a publicação da Constituição de 1988 as invasões a "Propriedades" tiveram um grande impacto na vida dos brasileiros. Na hora de despejar um invasor é uma "via crucis" em termos de protecionismo estatal contrário a manutenção do "Direito de Propriedade". Em tese, a Constituição de 1988 era um preparado para alçar a Ditadura Comunista no brasil.
  • Emerson Luis, um Psicologo  30/11/2014 22:59

    E quando vamos preencher um formulário que nos questiona se moramos em casa própria ou alugada? Na prática, todos nós moramos em casas alugadas!

    * * *
  • Luis Gustavo  14/12/2014 13:23
    Mais uma vez comprova-se minha tese de que a palavra "social" deve ser sinônimo de "inimigo" para liberalistas.

    O texto tenta distorcer por completo o que toda a doutrina jurídica mundial, principalmente europeia positivista, mas também na Common Law, através da jurisprudência, vem assentando. Faz isso com o único propósito, não posso deixar de crer, de "puxar a sardinha" para seu lado, qual seja: minha propriedade é minha e ninguém tasca!

    Calma, não quero dizer que não é. Ela é sua sim, e você é senhor dela e tem todos os direitos de usar, fruir, gozar e dispor de sua propriedade.

    Mas é simples demonstrar o quanto o texto está enganado: já são 26 anos de Constituição Federal; antes disso já se reconhecia a função social da propriedade. E me diga, você já foi dela extirpada alguma vez?

    Acredito que não. As hipóteses de desapropriação são poucas, estão restritas a, por exemplo, plantio de plantas psicotrópicas (drogas), desapropriação para obras, mediante prévia indenização do valor de mercado do imóvel (instituo que existe em qualquer lugar), etc.

    O simples fato de pagar imposto sobre ela não é retirar seu direito à propriedade...

    Distorções intelectuais à parte, fato é que a propriedade não pode ser considerada absoluta. Se pretende fazer um curso jurídico no Brasil, na França, na Itália, na Alemanha, você não sairá ileso em aprender sobre a importância desse instituto jurídico. Mesmo nos Estados Unidos. E, com certeza, se fizer uma monografia sustentando a extinção da função social da propriedade, provavelmente irá reprovar, por falta de fundamento jurídico.

    Caso ainda pensem que a propriedade é absoluta, não chamem a polícia, caso seu vizinho esteja tocando FUNK carioca no mais absurdo volume: ele está exercendo seu direito absoluto de propriedade.
  • Caco Antibes  14/12/2014 13:53
    "Mais uma vez comprova-se minha tese de que a palavra "social" deve ser sinônimo de "inimigo" para liberalistas."

    Vejamos qual será sua "brilhante" explicação.

    "O texto tenta distorcer por completo o que toda a doutrina jurídica mundial, principalmente europeia positivista, mas também na Common Law, através da jurisprudência, vem assentando. Faz isso com o único propósito, não posso deixar de crer, de "puxar a sardinha" para seu lado, qual seja: minha propriedade é minha e ninguém tasca!"

    Beleza. Mostre então as tentativas de "distorcer por completo".

    "Calma, não quero dizer que não é. Ela é sua sim, e você é senhor dela e tem todos os direitos de usar, fruir, gozar e dispor de sua propriedade."

    Cadê as tentativas de "distorcer por completo"?

    "Mas é simples demonstrar o quanto o texto está enganado: já são 26 anos de Constituição Federal; antes disso já se reconhecia a função social da propriedade. E me diga, você já foi dela extirpada alguma vez?"

    Brilhante! A sua justificativa para a função social da propriedade é que, antes de ela ser sacramentada por políticos (há 26 anos), ela também já havia sido sacramentada por outros políticos!

    Sendo assim, dado que tal noção sempre foi abraçada por políticos, é óbvio que tal noção é incontestável!

    Jênio!


    "Acredito que não. As hipóteses de desapropriação são poucas, estão restritas a, por exemplo, plantio de plantas psicotrópicas (drogas), desapropriação para obras, mediante prévia indenização do valor de mercado do imóvel (instituo que existe em qualquer lugar), etc."

    E você realmente acha correto o governo desapropriar famílias, contra a vontade destas, para construir estádios para a Copa do Mundo? Você é uma monstruosidade moral.

    "O simples fato de pagar imposto sobre ela não é retirar seu direito à propriedade..."

    Claro... O fato de que você deve dar dinheiro para políticos para poder viver em uma propriedade -- e, se você não o fizer, é despejado e vai em cana -- de modo algum faz com que você não seja o dono genuíno dela, né? Imagina...

    "Distorções intelectuais à parte, fato é que a propriedade não pode ser considerada absoluta. Se pretende fazer um curso jurídico no Brasil, na França, na Itália, na Alemanha, você não sairá ileso em aprender sobre a importância desse instituto jurídico. Mesmo nos Estados Unidos."

    O típico brasileiro vira-latas. "Ah, é assim nos EUA, na França, na Itália e na Alemanha", então tá tudo beleza ser assim aqui também...

    Então vamos importar o nazismo, o fascismo, as decapitações da Revolução Francesa e a Lei Seca?

    "E, com certeza, se fizer uma monografia sustentando a extinção da função social da propriedade, provavelmente irá reprovar, por falta de fundamento jurídico."

    PQP! Para esse ignaro desse Luiz Gustavo, uma monografia ser rejeitada por professores universitários estatistas realmente é o indicador supremo da qualidade dessa monografia. Para o beócio, professores universitários são o supra-sumo da sabedoria universal. É para eles que a verdade se curva. Sem a chancela deles, nada vale, nada presta.

    Típico cultuador da mediocridade brasileira.

    "Caso ainda pensem que a propriedade é absoluta, não chamem a polícia, caso seu vizinho esteja tocando FUNK carioca no mais absurdo volume: ele está exercendo seu direito absoluto de propriedade."

    Não, bobalhão. Este sujeito de fato tem direito de tocar e ouvir o que quiser, mas ele não tem o direito de obrigar terceiros a ouvir o que ele quiser. Sendo assim, ele tem de providenciar isolamento acústico dentro de sua residência. Caso não o faça, estará agredindo terceiros por meio de poluição sonora.

    Esse seu exemplo ignaro mostra bem seu nível intelectual.
  • Nilo BP  14/12/2014 15:24
    A coitada da palavra "social" não tem culpa. Por si só ela é perfeitamente razoável: um adjetivo que faz referência à interação entre indivíduos.

    O problema são os coletivistas, que atribuem à "sociedade" características de um ser que pensa e age por si próprio.

    Estranhamente, ninguém nunca viu essa tal de "sociedade". Parece que ela só se expressa através de visões místicas concedidas aos políticos, burocratas, acadêmicos e outros sacerdotes da religião estatista.
  • Luis Gustavo  14/12/2014 22:26
    Caro Caco Antibes (seria você Miguel Falabela?),

    Você parece muito confiante para me chamar de "monstruosidade moral"... você me conhece? Não

    vou fazer o mesmo, pois não o conheço, aliás, seria impossível conhecer alguém que se esconde com um nick name... mas prazer, meu nome é Luis Gustavo, meu e-mail é lgmoura8@gmail.com.

    tentarei ser o mais polido possível, pois já fui censurado nesta página de estudos acadêmicos

    políticos, econômicos e sociais apenas por expor minhas ideias. Peço ao nobre moderador que não

    entenda minha dissidência como ofensas. Mas já que seu texto cheio de ironia e ofensas passou,

    fico confiante desta vez.

    1) Já mostrei as tentativas de "distorcer por completo" a função social da sociedade. Eu não estou falando de uma teoria ou de um pensamento isolado... estou falando de TODA a doutrina jurídica... toda ela é contrária ao que este texto tenta sem sucesso disseminar. Digo sem sucesso para aqueles que conhecem a matéria, ao menos.

    2) Minha justificativa não foi a de que políticos sacramentaram o pensamento, procure não distorcer o que está claro. Disse que JURISTAS sacramentaram esse pensamento. E só dei o
    exemplo de você não ter perdido sua propriedade durante os 26 anos de vigência da Constituição como um indício facilmente verificavel de que existe propriedade no Brasil, e a função social dela não a anula.

    3) Voltando à parte que você me ofende dizendo que sou uma monstruosidade moral, é realmente pífio sua argumentação, talvez por isso tenha optado pela ofensa pessoal. A Desapropriação é um instituto absolutamente legítimo, usado durante o período em que a humanidade esteve nesta terra, e, hoje em dia, da mesma forma. Além disso, só é possível desapropriar pagando-se o valor de mercado do imóvel, e havendo verdadeiro interesse social (apesar de você achar que "interesse social" é sempre o interesse escuso de comunista). Veja que não estou entrando no mérito de Estadio de Copa do Mundo ser bom, apenas que a desapropriação é e sempre foi possível.

    A título de exemplo, mostro que até nos EUA (país do maravilhoso liberalismo) se faz desapropriação: www.conjur.com.br/2005-jun-23/justica_eua_admite_desapropriacao_fins_comerciais

    4) O típico brasileiro vira-latas? Sério? Bem, me explico então... só comparei com outros países porque a maioria dos textos do Instituto Von Mises partem de estudos estrangeiros, mormente os Estados Unidos... não fosse por isso, ficaria muito bem com nossa doutrina jurídica pátria, mas aí vc teria outro argumento: brasileiro não sabe do que realmente se passa no mundo, aqui todos são comunistas.

    5) Vou me poupar da parte de importar nazismo, etc... argumento absurdo.

    6) Não disse que professores universitários são supra-sumo da sabedoria universal. Mas apesar de você não dar tanto valor à educação universitária, como se apercebe, é, no mínimo, um indicativo do que pode, quem sabe, talvez, estar certo de vez em quando... afinal, não estou falando de uma teoria isolada, como eu disse... estou falando de unanimidade. Será que são todos comunistas que conspiram contra nosso país? Ou o mundo? Melhor seria mudarmos para Marte, então...

    7) "Típico cultuador da mediocridade brasileira" - não disse que você usaria esse argumento se eu não usasse como exemplos países europeus? Mas ainda assim isso não o impediu... Afinal, você é brasileiro que não se importa com o que se estuda nos demais países ou é, na verdade, um brasileiro "vira-latas" como você disse?

    8) Que bom que você chegou a conclusão do isolamento acústico... mas com base em que? A propriedade dele é absoluta. Como você justificaria para um juiz, acreditando nisso, que ele tenha a obrigação de fazer qualquer coisa na propriedade dele que ele não queira?

    9) Seu preconceito e imposição de ideias, sem aceitar as demais, mostra muito melhor seu nível intelectual.

    Um abraço.
  • Nilo BP  15/12/2014 23:07
    Meu filho, onde que os Estados Unidos são o país do maravilhoso liberalismo? Você mesmo disse que a maioria dos artigos aqui são de autores americanos, e eles reclamam quase exatamente das mesmas coisas que nós reclamamos aqui!

    E a título de informação: o jurismo positivista tem peso exatamente zero para a teoria libertária, a qual é em geral baseada no conceito de lei natural, que está totalmente fora de moda nos círculos jurídicos "respeitáveis" (i.e. estatistas).

    Você vir neste site falar que o texto "não tem embasamento jurídico" (sem nem se preocupar em explicar por quê, o que faz você parecer idiota, e não esperto) é tão contundente quanto dizer para um budista que a fé dele está totalmente em desacordo com a teologia cristã. Ele vai rir da sua cara.
  • Luis Gustavo  16/12/2014 00:45
    Caro Nilo,

    os EUA são, sim, mormente liberalistas, em que pese as medidas sociais implantadas por Obama no passado recente, o que acredito ser objeto de crítica aqui. Talvez não seja o liberalismo que vocês gostariam, aquele "puro", objeto de desejo de Olavo de Carvalho, única salvação do mundo... mas, com absoluta certeza, são muito mais liberais e não-intervencionista que nosso governo, e foi isso que quis dizer. Desculpe se interpretei mal a grande quantidade de textos americanos aqui.

    Mas enfim, engana-se que o Direito Natural está fora de modo nos círculos jurídicos atuais. Pelo contrário, o positivismo é que está. O positivismo puro, de Kelsen, há muito já caiu... ninguém mais acha possível basear-se unicamente em normas postas, mas sim em princípios gerais de direito, esses muito mais afeitos ao "direito natural" (apesar do que eu mesmo tenho ressalvas quanto a esse "direito natural" - para mim é mais crença que ciência jurídica).

    De qualquer modo, a função social é justamente um exemplo da decadência do positivismo.

    Explico: a função social da propriedade é uma cláusula geral, ou seja, não é descrita pormenorizadamente na lei, mas cabe ao aplicador, com base em princípios gerais do direito (justiça, equidade, razoabilidade, proporcionalidade) dar efetividade à norma.

    Por isso digo que não tem embasamento jurídico, pois é contrário a toda a doutrina jurídica brasileira (e mundial, se me permite dizer)... se isso não é falta de embasamento jurídico, desculpe, não sei mais o que é.

    Querendo, cito aqui farta doutrina que não chega nem perto da conclusão do texto. São simplesmente TODOS os livros de Direito Civil e Constitucional que tenho... sem exceção.
  • Bernardo Santoro  16/12/2014 17:26
    Caro Luis Gustavo,

    Não sei se você notou, mas seu principal argumento nesse caso é "a propriedade deve ser relativizada porque ela é relativizada". Isso simplesmente não é argumento.

    O objetivo do meu texto não é discutir se ela é relativizada ou não. Isso é claro, óbvio ululante. Eu mesmo afirmo que ela é relativizada no texto.

    O que estou querendo é justamente discutir se essa relativização é ou não a melhor maneira de se tratar esse instituto. Eu entendo que não e apresento aqui o argumento que a relativização do direito de propriedade inclusive importa NECESSARIAMENTE na sua inexistência, por uma questão lógica.

    Posso te garantir que você ainda teria de estudar muito para discutir comigo sobre filosofia da linguagem; jurisprudência dos conceitos, interesses e valores; e conceitos jurídicos indeterminados. Eu já li 99% dos autores top de linha nessa questão e o meu mestrado é em filosofia do direito. Te garanto que conheço a fundo todos os argumentos dos defensores da relativização da propriedade.

    Se toda a doutrina jurídica brasileira defende a função social da propriedade (e isso é verdade, como eu afirmo no próprio texto), então pior para toda a doutrina brasileira. Mas não venha me falar que eu estou sozinho na minha visão de direito absoluto de propriedade. Tem toda uma doutrina internacional sobre o tema, tanto no direito, quanto na filosofia. Se você não a leu, não significa que ela não exista.

    E mesmo se ela não existisse, o que não é o caso, isso não invalidaria a minha crítica. Filosofia é justamente a arte de confrontar com ideias novas as ideias pré-estabelecidas, e nesse caso eu teria uma tese de doutorado (que exige contribuição científica inovadora) pronta. Abra sua mente.

    E mais importante: ao invés de ficar de "mimimi ninguém concorda com você então você está errado mimimi", ataque os conceitos e raciocínios apresentados por mim. Tenho certeza que será um debate rico. E desde já está convidado a debater comigo ao vivo sobre o tema, na universidade de sua preferência.

    Abs.

  • Luis Gustavo  16/12/2014 20:43
    Caro mestre Bernardo Santoro,

    agradeço a atenção em responder. Peço desculpas se fiz entender que discordo de sua posição pelo simples fato da doutrina nacional também o fazer. Acho louvável a tentativa de reinventar conceitos assentados, afinal, foi assim que o Direito evoluiu ao longo dos anos.

    No entanto, continuo a discordar, na essência, daquilo que você disse. Com relação ao debate em uma universidade, seria de minha preferência o berço de minha educação jurídica, a Universidade Mackenzie em São Paulo. Dada a distância e possíveis entraves burocráticos, caso não nos seja possível tal debate, indago-o por aqui mesmo, caso tenha a paciência de ler abaixo.

    Conforme orientado por V. Sa., evitarei o denominado "mimimi" e tentarei abordar minha ideia pontualmente, após citações do próprio texto:



    -----------"Dispor de uma propriedade, por sua vez, é o poder de vendê-la, destruí-la ou abandoná-la."-----------

    Sendo absoluta, então, como impedir que um proprietário elimine 100% da fauna e flora de sua propriedade? Em minha residência, por exemplo, é necessário que o proprietário mantenha 20% de área arborizada, visto que se encontra em local de mata atlântica nativa. Não houvesse essa previsão, estar-se-ia permitindo que uma imensa área no cinturão verde de São Paulo fosse devastada, virasse estacionamento, ou seja lá o que o(s) proprietário(s) "absoluto(s)" quisesse(m).

    Daí vejo a utilidade e pertinência da função social neste caso. Há alguma solução em seu modo de ver ou, na sua visão, é totalmente lícito e irrelevante que se assole grandes áreas verdes, em prol da liberdade do proprietário? Se sim, estabelece-se nossa discordância.


    ------------- "O governo pode, então, suprimir ou extinguir a propriedade privada das pessoas tendo em vista o bem comum, e a idéia de bem comum muda de acordo com a filosofia política e econômica de um governo. Alguns governos podem achar que uma dada propriedade visa o bem comum apenas se atingir uma certa quantidade de produção de arroz[3], ou se aquele imóvel for destinado para o comércio, e não para a moradia[4]."--------------

    Como já dito acima, isso não é verdade, e para comprovar basta olhar em volta. Moro na mesma casa há 20 anos. Todos os meus conhecidos nunca tiveram de abandonar sua casa em razão de um decreto governamental. Desapropriações são raras e só possíveis mediante pagamento antecipado pelo poder público do valor de mercado. Aliás, desapropriação é um instituto que é utilizado em todo o mundo, durante todo o curso da humanidade.

    Entendo que V. Sa. seja contrário ao instituto, realmente é um trauma qualquer desapropriação, mas por muitas vezes houve um grande ganho para a população (eu mesmo, e milhares de usuários, são gratos ao rodoanel que ajudou no trânsito em São Paulo, ao custo de muitas desapropriações - indenizadas).


    -------------"Podemos listar as seguintes intervenções: ocupação temporária, requisição, limitação administrativa, servidão administrativa, desapropriação, entre outros, em regra visando interesses escusos."--------------------

    Apenas para registro, a desapropriação, dentre todas as intervenções que citou, é a única que realmente distitui o indivíduo da propriedade; limitação administrativa, por exemplo, seria a "lei do silêncio", onde, em algumas cidades, é proibido produzir uma certa quantidade de decibéis após as 22h.

    A esta regra eu sou muito grato, pois odeio baile funk na hora de dormir.


    --------------- "Nota-se, claramente, que o IPTU e o ITR funcionam, hoje, sob o mesmo raciocínio do foro: são pagos ao governo pelo simples fato do cidadão ter posse sobre um imóvel. Já o ITBI e o ITCMD funcionam exatamente como o laudêmio: é um "pedágio" no momento da venda da enfiteuse.---------------"

    Muito interessante seu raciocínio entre os institutos jurídicos. Não obstante, discordo, justamente com base na filosofia do direito e da linguagem, apesar de não ter estudado tanto para discutir com o senhor.

    É que, a meu ver, a filosofia busca estabelecer o cerne imutável das questões da vida. A Filosofia do Direito, por sua vez, estabelece o cerne de institutos jurídicos e sua razão de ser.

    Conforme bem explicado por V. Sa., a enfiteuse era a entrega da propriedade a alguém que dela quisesse cuidar. Veja que isso, essencialmente, implica num acordo de vontades: alguém que concede e alguém que recebe.

    O Imposto, como um mestre em direito sabe melhor do que ninguém, é coercitivo, independe de uma vontade originária. No caso, a vontade do proprietário é ter um imóvel, dispor, vender; o imposto é uma consequência jurídica destes atos, não surge da vontade do proprietário.


    Ainda no campo da Filosofia, entendo que o tributo é a maneira pela qual o Estado sobrevive e a sociedade contribui para a consecução de seu fim: o bem estar de todos. Havendo Estado, necessariamente haverá tributos, qualquer que seja a forma de contribuição.

    E qual um critério razoável para se tributar? Evidente que é a riqueza (pois de quem nada tem, nada se pode tirar). E qual a maior expressão da riqueza? A propriedade...

    Podemos até discutir o mérito da tributação, se é excessiva (o que é), se é revertida em bem à sociedade (o que não acho que seja)... mas, essencialmente falando, filosoficamente, se preferir, não é possível dizer que o IPTU é uma abominação do comunismo, ou seja lá o que o valha...



    ----------"Luciana Braga[6], em artigo de grande densidade filosófica, argumenta que, caso o exercício do direito de propriedade de um indivíduo venha a agredir a propriedade de outrem, então é justamente o caráter absoluto dessa propriedade que justifica a reparação à propriedade do cidadão prejudicado, não havendo, no caso, nenhuma relativização no conceito de propriedade." ------------

    Se só a propriedade alheia e o prejuízo alheio legitimam a reparação, como impedir que se polua? O ar, as águas, a fauna e flora são bens de todos, não uma propriedade.

    Além disso, como impedir o funkeiro de tocar até 4h da manhã? Não há prejuízo nenhum à minha propriedade pelo som alto... apenas aos meus pobres ouvidos... como solucionar o conflito?



    --------------- "Ou seja, se o proprietário não exerce de fato a faculdade de usar, gozar (fruir) e dispor da coisa, acaba por abandoná-la, e outro indivíduo fica então apto a exercer esse poder de fato, e de maneira absoluta enquanto o fizer, podendo reavê-la no caso de um esbulhador ou turbador impedir esse pleno exercício." -------------------

    Desculpe se entendi errado, mas V. Sa. é a favor da reforma agrária?

    Suponhamos que eu tenha 10 hectares de terra no Mato Grosso. Dessas terras nada quero fazer. Ficam as terras abandonadas por 10 anos. Poderia se dizer que aquele posseiro que ingressou no terreno é agora seu proprietário? Ou isso só vale para propriedade do Estado? Estou confuso.

    É claro que temos o instituto da Usucapião, mas, nesse caso, estaríamos até mesmo deixando de lado o prazo ad usucapionem, bastando que a terra esteja abandonada e que outro passe a frui-la para que se torne proprietário imediatamente! Uma ideia que seria extremamente de esquerda e imagino que não seja seu caso. Peço que explique melhor, se possível.

    Agradeço a atenção.
  • Nicole  23/12/2014 14:05
    Eu me divirto lendo os textos desse site. Não é possível que haja gente tão aloprada no mundo que acredite tanto em contos de fadas, além dos comunistas.

    "Toda posse deve ser propriedade". Meu Deus, você já estudou Direito alguma vez na vida? Chega a ser hilário alguém que preze tanto pela preservação dos contratos acima de tudo dizer uma coisa aberrante dessas.

    Ademais, não consigo imaginar uma sociedade que funcione sem a tal "função social da propriedade", tanto que tal conceito remonta ao Direito Romano - ou seja, foi sempre presente na sociedade ocidental. Caso não houvesse função social na propriedade correríamos o risco de morrer de fome, vez que, obviamente, especular dinheiro sobre terras vale muito mais a pena do que se dar ao trabalho de plantar alguma coisa. Isso fora outras coisas bobas, como preservação ambiental e tal, afinal que coisa boba essa história de matas ciliares, por exemplo. Isso de assoreamento de rios é invenção de comunista. Eu poderia ficar aqui até amanhã listando as consequências ridículas que derivariam de um direito de propriedade absoluto - e tudo por causa de uma construção cerebrina segundo a qual o homem só é pleno se tiver direito absoluto de propriedade. É muita cara de pau.

    Sério, é muita viagem a de vocês.
  • Kidman  23/12/2014 16:27

    Pelo visto, o artigo de hoje (Pensar está se tornando algo obsoleto) foi escrito em homenagem à ilustre Nicole. Ou isso, ou a moça inadvertidamente se apressou em confirmar tudo o que é dito no artigo, o que é ainda mais humilhante.

    Observem: não há absolutamente um só resquício de originalidade nas ideias da moça.

    Olha o nível dos "argumentos":

    "É muita cara de pau", "Sério, é muita viagem a de vocês", "Meu Deus, você já estudou Direito alguma vez na vida?", "Não é possível que haja gente tão aloprada no mundo",
    "Chega a ser hilário", "não consigo imaginar uma sociedade", "Caso não houvesse função social na propriedade correríamos o risco de morrer de fome", "Eu poderia ficar aqui até amanhã listando as consequências ridículas" (e não listou nem sequer uma).

    Os dois primeiros parágrafos dela são totalmente vápidos. Não há um só argumento ou uma só ideia. Há apenas insultos saídos diretamente dos manuais de um DA universitário.

    Já no terceiro parágrafo encontramos isso: "Ademais, não consigo imaginar uma sociedade que funcione sem a tal "função social da propriedade""

    Ou seja, a moça faz de sua suprema ignorância o argumento supremo contra alguma coisa. "Se sou incapaz de pensar nisso, então é impossível". Pior do que a ignorância é a arrogância do ignorante.

    "Caso não houvesse função social na propriedade correríamos o risco de morrer de fome, vez que, obviamente, especular dinheiro sobre terras vale muito mais a pena do que se dar ao trabalho de plantar alguma coisa"

    Lógica impecável. Se eu sou um produtor rural -- algo que eu realmente sou -- e sou o proprietário das minhas terras (algo que realmente sou), então, segundo a intelectual Nicole, eu vou preferir matar todo o meu gado e ficar esperando alguém vir oferecer um preço alto por minhas terras. Dado que as duas coisas ainda não ocorreram, então há algo de errado com essa teoria genial da Nicole.

    E esse tipo de gente vota.

    "Isso fora outras coisas bobas, como preservação ambiental e tal, afinal que coisa boba essa história de matas ciliares, por exemplo. Isso de assoreamento de rios é invenção de comunista."

    A criança é tão alienada quanto ao funcionamento real do mundo, que ela não entende que o maior interessado na preservação da minha propriedade sou eu próprio. Se o pasto acabar, meu gado morre. Se o solo se tornar infértil, os eucaliptos que eu planto e replanto não mais crescerão, e eu não poderei vendê-los, com faço hoje. Se eu derrubar árvores por puro prazer e não replantá-las, não poderei vender madeira para madeireiros.

    Aparentemente, no Brasil, é preciso ter formação universitária para não ter a mais mínima ideia de como o mundo funciona.

    "Eu poderia ficar aqui até amanhã listando as consequências ridículas que derivariam de um direito de propriedade absoluto"

    Dado que até agora você não citou nenhuma "consequência ridícula", é meio difícil visualizar como você poderia ficar até amanhã fazendo algo que você demonstrou ser incapaz de sequer iniciar. Pode ir descansar.

    "É muita cara de pau. Sério, é muita viagem a de vocês."

    Argumentos profundos e irretorquíveis.

    É muita inteligência. Sério, é muita sagacidade e muito bom senso de sua parte. Só vejo coisa com tamanha profundidade assim no meio acadêmico.
  • anti estatais  23/12/2014 18:48
    Kidman;vendo pessoas como essa Nicole me fazem me sentir mais inteligente,mesmo depois de umas cachaças na cabeça.
    Mais não se surpreenda,tem piores,posso te garantir isso.
  • Felipe  23/12/2014 17:03
    A inteligência humana é algo enigmático.

    Como pode surgir pessoas como Newton, Darwin e Mises, e ao mesmo tempo surgir pessoas como a Nicole?

    Para ela, se não houver um Sarney ditando como devemos cuidar da nossa propriedade iremos irracionalmente destrui toda a natureza e morrer de fome.
  • anônimo  23/12/2014 19:56
    Se você se diverte com os artigos daqui, você não conseguiria calcular o quão cômico é ler comentários como o seu.

    Por favor, reserve seu tempo para listar as consequências ridículas do direito absoluto de propriedade, sem dúvida será de chorar de rir.
  • anônimo  23/12/2014 22:45
    'obviamente, especular dinheiro sobre terras vale muito mais a pena do que se dar ao trabalho de plantar alguma coisa. '

    Engraçado como seu óbvio é tão óbvio que só existe na sua imaginação, e como o mundo real é cheio de exemplos que mostram o contrário: plantar dá sim mais dinheiro que 'especular'.Até porque se a maioria 'especulasse' em busca desse lucro que vc diz, pouca gente ia plantar, o preço da comida ia subir e consequentemente, 'especular' ia ser menos lucrativo que plantar.
  • Pobre Paulista  24/12/2014 01:34
    Não adianta responder. Esse pessoal não volta para ler as respostas. Esse pessoalzinho de 20 e poucos anos, que não trabalha e é bancado pelos pais (ou avós), frequentador de ambientes "acadêmicos" e de "movimentos sociais", quer mesmo é se vangloriar de seus "feitos" em suas rodas de amigos. Vir aqui fazer um comentário desses é provavelmente uma das coisas mais radicais que ela já fez na vida.

    E sim, esse tipo de gente vota mesmo, é precisamente para isso que serve a democracia. Para que os idiotas úteis possam manter a estrutura de poder. Num sistema livre essas pessoas estariam mortas de fome.
  • Luis Gustavo  24/12/2014 01:21
    Caro Kidman,

    com relação as suas ponderações, permita-me:

    "Lógica impecável. Se eu sou um produtor rural -- algo que eu realmente sou -- e sou o proprietário das minhas terras (algo que realmente sou), então, segundo a intelectual Nicole, eu vou preferir matar todo o meu gado e ficar esperando alguém vir oferecer um preço alto por minhas terras. Dado que as duas coisas ainda não ocorreram, então há algo de errado com essa teoria genial da Nicole."

    Pois não há o menor motivo para você ter receio da famigerada (ao menos aqui) "função social da propriedade". Isso porque... você a cumpre, com todo o rigor! Isso mesmo, apesar de ser contrário a ela, você a cumpre. A função social quer expressar o bem que uma propriedade privada pode fazer em prol da sociedade, enquanto propriedade de um único indivíduo.

    Parece complexo, mas é simples. Você produz, logo, sua propriedade lhe serve, e mais, serve àqueles que adquirem sua produção. Eu moro em minha casa, logo, minha propriedade me serve, o que é exatamente sua função social.

    Não quer dizer função social que eu deva abrigar meia dúzia de mendigos aqui. Nem quer dizer que você deverá ceder sua propriedade ao Governo maligno a qualquer instante, quando eles olharem torto para você. Essa perspectiva está longe de acontecer.



    "Aparentemente, no Brasil, é preciso ter formação universitária para não ter a mais mínima ideia de como o mundo funciona."

    Não sejam tão avessos à formação universitária! Parece ser um senso comum aqui e, de modo geral, para os extremistas de direita (vide Olavo de Carvalho, que não deu pra completar o curso de filosofia). Eu entendo essa aversão: é que nas universidades, assim como no mundo, ensina-se um pouco do que chamamos de "direitos de 2ª geração". São os direitos sociais (maldita palavra de novo), que causam ojeriza aos liberalistas.

    Mas basta abrirem um pouco suas mentes, prometo que não virarão comunistas. Eu mesmo me considero um liberalista, apenas não extremado. E é exatamente neste tópico que dou um exemplo disso: "função social" para vocês é coisa do capeta, mas bastaria entende-la um pouco melhor para ver que não se trata disso.


    "Dado que até agora você não citou nenhuma "consequência ridícula", é meio difícil visualizar como você poderia ficar até amanhã fazendo algo que você demonstrou ser incapaz de sequer iniciar. Pode ir descansar."

    Cito algumas consequências que você requer em meu comentário acima, convido-o a le-lo.

    Abraço.
  • anônimo  24/12/2014 19:50
    Veja bem, função social não é tão ruim assim, portanto aceite-a.E aí pouco a pouco, em nome do social vc vai também tendo que aceitar cada vez mais intromissões em sua propriedade e vida privada.
    Acho que o nome disso é janela de overton, mas não lembro direito.
  • Luiz Antonio  28/05/2015 14:35
    A função social da propriedade é uma condição fundamental para a capitalização do espaço. Ou seja, é uma condição fundamental para a mobilização da propriedade na reprodução capitalista da riqueza nas suas modalidades mais apuradas, expressas hoje em dia pelas articulações (nefastas) entre setor "imobiliário" e capital fictício (parasitário). É através dessas articulações que se fusionam, por assim dizer, as rendas fundiárias, os lucros e os juros sobre os capitais investidos.

    O texto do autor é uma abstração grosseira! Tudo bem que ele deve concordar com a função social da propriedade nos termos que eu disse acima. Agora, no tocante aos parâmetros jurídicos de salvaguarda da "inviolabilidade da propriedade" (uma das modalidades do roubo qualificado), obviamente que ele se esconde no "civilismo" que grassa no "nosso" Judiciário.

    Enfim, o texto em apreço é uma mistura das influências de Jean Baptiste Say (e sua pérola, acerca dos "usos e abusos" a que o proprietário tem direito em relação à propriedade) com David Ricardo, mas com uma influência muito maior do primeiro, um "clássico" vulgarizador de Adam Smith!

    Enfim, que o roubo qualificado que se expressa na e pela propriedade seja abolido de uma vez por todas!
  • Paul Kersey  28/05/2015 14:57
    Você defende o fim da propriedade? Beleza, então seja minimamente coerente: vá morar na rua. Enquanto você próprio não der esse exemplo, você será apenas um hipócrita.

    Você tranca a porta da sua casa à noite ao dormir? Sim?! Hipócrita. Além de ter uma propriedade, ainda impede a "função social dela", que é a de dar abrigo para mendigos e esfomeados.

    A sua geladeira está aberta ao público? Não?! Hipócrita. Quer confiscar a propriedade dos outros, mas você mesmo não socializa nem a sua comida.

    Aliás, o computador (ou o smartphone ou o tablet) em que você digitou essa estultícia é propriedade de quem? Incoerência. Para ser coerente, jogue imediatamente a peça ao mato.

    E as roupas que você usa? Você as compartilha com vizinhos e mendigos? Não?! Um baita hipócrita você é.

    Ah, entendi: você é contra apenas a propriedade dos outros. A sua, aposto que é muito bem resguardada.

    Desarmamentistas não são contra armas, pois as armas serão necessárias para se desarmar os cidadãos. Ele quer que apenas o governo (que, obviamente, é composto por pessoas honestas, confiáveis, morais e virtuosas) tenha armas.

    Idiotas contrários à propriedade privada não são contra a propriedade, pois eles a utilizam inclusive para manifestar suas asneiras. Eles são contra apenas as propriedades de terceiros, pois querem todas elas para si próprios.

    E aí, Luiz Antonio, já está indo morar na rua? Já destrancou a porta da sua casa e jogou a chave fora? Não? Hipócrita!
  • Luiz Antonio  28/05/2015 15:08
    Mas o que tem a ver morar em uma casa, usar roupas, ter comida em casa e querer o fim da propriedade (bem como do dinheiro, das relações de produção capitalistas e do trabalho capitalista)?

    Casa, roupa e comida teríamos inclusive noutra forma de sociedade!

    Você está míope Paul Kersey, pois acredita que a propriedade privada capitalista existe desde a noite dos tempos!

    E outra: não se trata de "privatizar" a minha atuação levando mendigos para casa. Trata-se de pensá-la (a minha atuação) de modo coletivista, atuando no sentido contribuir para, quem sabe um dia, ajudar a superar as formas sociais que nos escravizam, inclusive a propriedade!
  • anônimo  29/05/2015 16:47
    Tem a ver que ter uma casa é uma propriedade, ter roupas é uma propriedade, ter e mandar em seu proprio corpo é ter propriedade sobre ele. Acabar com a propriedade significa necessariamente acabar com tudo isso.
    Se sua visão de propriedade é outra, favor conceituar antes o que você considera propriedade capitalista e tal, senão corre o risco de falar laranjas e ser entendido maças
  • Felipe  29/05/2015 18:10
    "Mas o que tem a ver morar em uma casa, usar roupas, ter comida em casa e querer o fim da propriedade"

    Esse sabe em .... Como bom esquerdista é um imbecil que não tem noção do que diz.

    Um idiota desse só pode se da ao luxo de falar essas bobagens por conta da boa vida que o capitalismo lhe dá. Fosse outros tempos já teria morrido de fome.
  • anônimo  31/05/2015 09:37
    ...'e querer o fim da propriedade (bem como do dinheiro, das relações de produção capitalistas e do trabalho capitalista)?

    Casa, roupa e comida teríamos inclusive noutra forma de sociedade! '

    Não sei se o gênio notou, se vc tem alguma coisa ela é sua propriedade.
  • MARCOS  28/05/2015 16:23
    Poul,
    Você entendeu o que ele disse?
    Não entendi bulhufas!
    Que diabos são as articulações (nefastas) entre setor "imobiliário" e capital fictício (parasitário)?
    Qual reprodução da riqueza não é capitalista?
    O que quer dizer parâmetros jurídicos de salvaguarda da "inviolabilidade da propriedade" (uma das modalidades do roubo qualificado), obviamente que ele se esconde no "civilismo" que grassa no "nosso" Judiciário?

    Me ajude, pfv.
  • Felipe  28/05/2015 17:58
    Não perca tempo tentando entender, é um monte de clichês que só tem significado na cabeça dele.

    O livro de Marx estava cheio disso, um monte de frases de efeito que nada diziam e deixavam uma interpretação ambígua, o que era bom para os comunistas, já que qualquer crítica a Marx pode se refutada com "você não entendeu Marx".

    Por fim, todo esse emaranhado era para falar que a propriedade privada serve aos capitalistas e por isso ela deve ser abolida.
  • Pobre Paulista  28/05/2015 15:27
    "Sent from my iphone 6"
  • Derli  25/02/2017 07:00
    Pai do céu! De onde você tirou esse conceitos ? Capital fictício foi demais! Acho que até entendo do que você está falando, mas falta-lhe mais entendimento sobre economia e finanças. Estude mais exatas e menos filosofia, você está em desequilíbrio.
  • Derli  25/02/2017 06:50
    Me considero libertário, mas ao mesmo tempo compactuo com a idéia da propriedade social, pois, imagine que eu seja uma pessoa abastada, que tem condições de dar proteção, até armada, para minhas propriedades, MAS não usufruo da terra, não moro, não planto, enfim, deixo a terra abandonada, sem uso. Que direito tenho eu de ter em minha propriedade uma terra que na verdade nem do Ser Humano é, é do planeta, enquanto outros precisam plantar para se alimentar, ou morar ou seja lá o que for. Poderei estar causando uma enorme especulação adjacente, pois tenho grande área de terra, enquanto meus vizinhos tem pequenas, momentaneamente valorizando-as. Digamos então que alguém compre uma dessas áreas adjacentes por 1000 reais e no mês seguinte eu resolva desmembrar minha terra e vender. Certamente que o valor das terras adjacentes vão cair e aquela pessoa que tinha uma terra que custou 1000 reais do seu suor, agora tem uma terra que vale 500. Isso é apenas um exemplo, pois existe a mesma causa e efeito em áreas urbanas, simplesmente por mudar o zoneamento. Seria justo então alguém ter a propriedade de uma terra, mesmo que não pagasse imposto algum e não a utilizasse? O que pensam a respeito?
  • Rodrigo Holanda  16/08/2022 16:51
    Se o proprietario quiser dar o terreno ele doa, só nao cabe ao Estado decidir por ele. Vejam, nos anos 90 houve a reforma agraria no país imposta pelo Estado, e ainda hoje, mais de 30 anos depois, ainda existem MST e MTST. Essas pessoas precisam de mais educação e com isso sejam inseridas no mercado de trabalho competitivo. Não precisamos de "Tiãos Galinhas" se humilhando pra "um cadin de terra pra prantá".
  • Milton Martins  19/07/2017 09:52
    Um dos artigos mais importantes para os liberais brasileiros.
  • Mamede Ximenes  03/02/2020 12:25
    "Nota-se, claramente, que o IPTU e o ITR funcionam, hoje, sob o mesmo raciocínio do foro: são pagos ao governo pelo simples fato do cidadão ter posse sobre um imóvel. Já o ITBI e o ITCMD funcionam exatamente como o laudêmio: é um "pedágio" no momento da venda da enfiteuse.
    Logo, não existe direito de propriedade sobre imóveis no Brasil. Somos todos enfiteutas do grande e único proprietário de imóveis do Brasil: o estado brasileiro."
  • Jeferson Dourado  26/01/2023 02:08
    Perfeito
  • Jeferson Dourado  26/01/2023 02:07
    Brilhante artigo! Bravo!
    Me sinto mais inteligente depois de ler estes parágrafos. Muito bem escrito e de cabal importância para todos.
    Conhecimento é poder.
    Existe algum país onde o conceito de propriedade seja absoluto, ou pelo menos maior do que aqui? Há algum país que atualmente reconhece o direito de propriedade ao cidadão?


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