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A sociedade não precisa de dirigentes
A única coisa que políticos podem fazer bem feito, além de destruir a economia, é não fazer nada

Desde que existem, os governos sempre se ocuparam basicamente de uma atividade: encontrar novas maneiras de intervir nas relações humanas, inventando novas formas de gerenciar a sociedade e suas interações sociais e econômicas. Quando não estão fazendo isso, as legislaturas se ocupam de tentar reformar os sistemas que eles próprios criaram no passado.

Apenas pense na saúde pública, na educação pública, em toda a fraude criada pela Previdência Social, na injustiça da tributação, na infindável incapacidade de gerenciar a moeda e as finanças públicas, na maneira como o governo emperra a economia ao tornar o empreendedorismo proibitivo, além de todas as outras áreas da sociedade e da economia em que o governo se arvora a responsabilidade de gerir, e responda: por que tais áreas são uma bagunça?

Políticas públicas devem ser abolidas

Alguns liberais creem que a liberdade que desejam pode ser imposta da mesma forma que os sistemas socialistas antigos eram impostos sobre as sociedades. A ideia é a de que caso sejam eleitos um Congresso e um presidente iniciados na teoria libertária, eles poderiam corrigir tudo o que está errado em um piscar de olhos. Assim, seria necessário apenas eleger políticos versados na Escola de Chicago e um presidente treinado nos méritos dos incentivos de mercado, e tudo começaria a se resolver.

Porém, infelizmente, não é simples assim. Mais ainda: se de fato fossemos capazes de fazer isso, estaríamos apenas substituindo uma forma de planejamento central por outra. A genuína liberdade não advém de uma dada forma de gerenciamento governamental. A genuína liberdade significa ausência de gerenciamento governamental. 

Todas as reformas em todas as áreas da política, da economia e da sociedade deveriam se dar em apenas uma direção: mais liberdade para os indivíduos e menos poder para o governo.  Indivíduos devem exercer seu direito de usufruir a maior liberdade possível, e o governo, o dever de exercer o menor poder possível.

Sim, essa é a posição que qualifica um indivíduo como libertário. Porém, essa palavra não possui o poder explanatório que já teve em outros tempos. Há uma tendência de ver o libertarianismo como uma espécie de política pública, ou apenas mais um emaranhado de propostas políticas, que enfatiza a importância da livre iniciativa e das liberdades pessoais em oposição à arregimentação burocrática.

Essa perspectiva, porém, é totalmente errada, e possui perigosas consequências. Imagine se Moisés houvesse procurado conselhos de burocratas governamentais e especialistas em políticas públicas quando estava em busca de meios para libertar o povo judeu da escravidão egípcia. Eles teriam lhe dito que marchar até o Faraó para pedir a ele que "liberte o meu povo" seria uma atitude altamente imprudente e inútil. A mídia não iria gostar e ele estaria exigindo muita coisa muito rapidamente. O que os israelitas deveriam fazer seria utilizar o sistema judicial. Fora isso, o governo deveria conceder-lhes incentivos de mercado, mais escolhas por meio de vouchers e subsídios, e uma maior participação na estrutura de regulamentações impostas pelo Faraó. Ademais, senhor Moisés, criticar o sistema é antipatriótico e extremista.

Em vez disso, Moisés adotou uma posição de princípios, e exigiu que seu povo fosse imediatamente libertado da opressão de todos os controles políticos — uma completa separação entre governo e a vida dos israelitas. Esse é o meu tipo de libertarianismo. O libertarianismo não é uma agenda política detalhando um melhor método de governança. Antes, trata-se da moderna incorporação de uma visão radical e singular que está acima de todas as ideologias políticas existentes.

O libertarianismo não propõe nenhum plano para reorganizar o governo; ele requer que planos desse tipo sejam abandonados. Ele não propõe que incentivos de mercado sejam empregados na formulação de políticas públicas; ele deseja uma sociedade na qual não haja políticas públicas no sentido em que tal termo é normalmente conhecido.

O verdadeiro liberalismo

Se essa ideia soa radical e até mesmo maluca hoje, ela era comum entre os pensadores dos séculos XVII e XVIII, dentre eles John Locke e Thomas Jefferson. A marca distintiva dessa teoria política é a de que a liberdade é um direito natural. Ela antecede a política e antecede o estado.  O direito natural à liberdade não precisa ser concedido ou ganhado ou outorgado. Ele deve apenas ser reconhecido como um fato. É algo que existe naturalmente na ausência de um esforço sistemático para aboli-lo. O papel do governo não é nem o de conceder direitos, nem o de oferecer a eles algum tipo de permissão para existir, mas simplesmente se restringir de violá-los.

A tradição liberal do século XVIII em diante percebeu que era o governo a entidade que praticava os mais sistemáticos esforços para roubar as pessoas de seus direitos naturais — o direito à vida, à liberdade e à propriedade —, e é por isso que um estado deve existir apenas se tiver a expressa permissão de todos os membros de uma sociedade, estando limitado a realizar apenas aquelas tarefas que toda a população julgar essenciais. Era com relação a essa agenda que todo o movimento liberal estava comprometido.

Os liberais não estavam lutando para que certos direitos fossem dados ou impostos sobre as pessoas. Não se tratava de uma forma positiva de liberdade, a ser imposta sobre a sociedade.  Tratava-se de algo não positivo, mas sim negativo, no sentido de que delineava aquilo que não deveria ser feito. Os liberais queriam acabar com a opressão, arrebentar os grilhões, livrar-se do jugo do estado, libertar as pessoas. O objetivo era acabar com o domínio do estado e iniciar uma governança feita pelas pessoas, as quais eram as únicas que deveriam controlar suas associações privadas e voluntárias. A sociedade não precisa de qualquer tipo de gerenciamento social. A sociedade se mantém coesa não pelo estado, mas sim pelas ações diárias e cooperativas de seus membros.

A nação não precisa de um ditador, nem de um presidente, e nem de atos de boa vontade para impor as bênçãos da liberdade. Essas bênçãos advêm da própria liberdade em si, a qual, como escreveu Benjamin Tucker, é a mãe da ordem, e não sua filha. 

Um bom exemplo do princípio da auto-organização — isto é, a capacidade das pessoas de se organizarem voluntariamente por meio do comércio e do respeito mútuo — pode ser visto nas modernas organizações tecnológicas. A internet é amplamente uma rede que se organiza sozinha, sem nenhum gerenciamento. As comunidades comerciais que se formaram na rede [Amazon, eBay, Mercado Livre etc.] já são maiores e mais vastas do que muitas nações já o foram. São comunidades formadas por indivíduos que se organizam voluntariamente e autonomamente, interagindo sob regras, fiscalizações e imposições amplamente privados. As inovações disponíveis em nossa era são tão espantosas que vivemos em uma época considerada revolucionária. E é verdade.

A vida moderna se tornou tão imbuída dessas pequenas esferas de administração — esferas de administração nascidas da liberdade —, que ela se assemelha em muitos aspectos a comunidades sociais anárquicas. Todas as grandes instituições de nossa época — desde grandes e inovadoras empresas tecnológicas, passando por redes varejistas até enormes organizações benevolentes internacionais — são organizadas na base do voluntarismo e do comércio. Elas não foram criadas pelo estado e não são gerenciadas em suas operações diárias pelo estado.

Um louvor à anarquia ordenada

Isso nos transmite uma lição e um modelo a ser seguido. Por que não permitir que esse bem sucedido modelo de liberdade e ordem seja a base de toda a sociedade? Por que não expandir tudo aquilo que funciona e eliminar tudo aquilo que não funciona? Tudo o que precisaria ser feito seria remover o governo do cenário.

Nem é preciso ressaltar que tal ideia não é amplamente aceita. Qualquer indivíduo que habita os quadros da burocracia estatal, de qualquer país, acredita que é o governo quem, de alguma forma, mantém a sociedade coesa, quem a faz funcionar, quem inspira grandeza, quem torna a sociedade justa e pacífica, e quem permite a liberdade e a prosperidade decretando e implantando toda uma cornucópia de leis e políticas.

Tal pensamento advém diretamente do antigo mundo dos faraós e imperadores romanos, em que os direitos de uma pessoa eram definidos e ditados pelo estado, o qual era visto como a expressão orgânica das vontades da comunidade, incorporadas na sua classe de líderes. Não havia fronteiras claras entre indivíduos e a sociedade, o estado e a religião. Todos eram vistos como parte da mesma unidade orgânica; daquela mesma coisa amorfa chamada ordem civil.

E foi justamente essa visão que passou a ser rejeitada pelo ideário cristão que afirmava que o estado não era o senhor da alma do indivíduo — a qual possui valor infinito —, e não podia se pretender o dono da consciência de todos. Mil anos depois, começamos a ver esse princípio sendo expandido. O estado já não era mais visto como o senhor nem da propriedade e nem da vida dos indivíduos. Quinhentos anos mais tarde, vimos o nascimento da ciência econômica e a descoberta dos princípios do comércio — através da obra dos escolásticos espanhóis e portugueses —, além da miraculosa constatação de que as leis econômicas funcionam independentemente do governo.

Tão logo a cultura ideológica começou a absorver a lição do quão desnecessário era o estado para o funcionamento da sociedade — uma lição que claramente, e atualmente mais do que nunca, deve ser reaprendida a cada geração —, a revolução liberal não mais podia ser contida. Déspotas caíram, o livre comércio reinou e as sociedades cresceram e se tornaram mais ricas, pacíficas e livres.

É natural que as pessoas que trabalham no governo e para o governo imaginem que, sem seus esforços, haveria a total calamidade. Porém, essa atitude é onipresente na política atual. Praticamente todos os lados do debate político querem utilizar o governo para impor sua visão de como a sociedade deve funcionar.

Governos não podem ser refreados

A pergunta é constante: qual emenda constitucional eu defenderia para pôr em prática a agenda misesiana? Você defenderia uma lei que proibisse impostos de serem aumentados acima de um certo nível? Uma lei impondo o livre comércio? Uma lei garantindo a liberdade de contratos?

No entanto, a resposta seria uma outra pergunta: por que deveríamos crer que novas leis e emendas funcionariam? O problema com leis e emendas é que elas pressupõem, paradoxalmente, um governo grande e poderoso o suficiente para implantá-las e fiscalizá-las. Mais ainda: um governo que está mais interessado no bem dos indivíduos do que em seu próprio bem. Afinal, leis e emendas nada mais são do que um mandato para o governo intervir, e não uma restrição sobre sua capacidade de intervir. Por que acreditar que "desta vez vai funcionar para o bem"?

Não necessitamos que o governo faça mais coisas, mas sim menos, cada vez menos, até o ponto em que a genuína liberdade possa triunfar. A única coisa positiva que um governo pode fazer é definhar permanentemente até finalmente deixar que a sociedade prospere, cresça e se desenvolva por conta própria. 

Ou seja, um governo não deve e nem pode impor a liberdade; ao contrário, ele deve apenas permitir que a liberdade continue existindo, cresça e se torne cada vez mais robusta perante todas as tentativas de transgressão e usurpação despóticas. Tal ideia, prevalecente no passado, encontra-se hoje totalmente perdida, e, como resultado, todos estão completamente confusos quanto ao papel do estado, o qual passou a ser visto por muitos como possuidor do toque de Midas, a única entidade capaz de impor e garantir a liberdade e o bem-estar de todos.

Esquecida, portanto, ficou a ideia de que a liberdade não deve ser imposta, mas sim apenas ter sua ocorrência permitida, sendo desenvolvida naturalmente desde o âmago da sociedade.

O fato é que, hoje, as pessoas nutrem um profundo temor quanto às consequências de apenas deixar as coisas correrem por si sós — laissez faire, na antiga frase francesa. A esquerda diz que, sob a genuína liberdade, as crianças, os idosos e os pobres sofreriam abusos, negligências, discriminação e privações. Já a direita diz que as pessoas cairiam no abismo da imoralidade, permitindo que movimentos revolucionários dominassem a sociedade. Economistas dizem que o colapso financeiro seria inevitável (mas não explicam por que ele de fato foi inevitável sob a tutela do estado); ambientalistas afirmam que haveria uma nova era de insuportáveis mudanças climáticas, ao passo que especialistas em políticas públicas de todos os tipos evocam falhas de mercado de todos os tipos, tamanhos e formas.

Sim, várias pessoas continuam utilizando a retórica da liberdade. Políticos e legisladores aplaudem o termo e juram fidelidade à ideia. Porém, quantos hoje de fato acreditam nesse essencial postulado da antiga revolução liberal, de que a sociedade pode se gerenciar a si própria, sem um planejamento central, com seus éditos e regulações? Muito poucos. Em vez da liberdade, as pessoas acreditam em burocracia, bancos centrais, sanções, guerras, regulamentações, ditames, limitações, ordens, contenção de crise, "medidas macroprudenciais" e, principalmente, no financiamento de tudo isso por meio de impostos, endividamento e criação de dinheiro.

O governo sempre cresce

Ludwig von Mises já havia observado:

Há uma tendência inerente a todo poder governamental em não reconhecer empecilhos às suas operações e em ampliar a esfera de seu domínio o máximo possível.  Controlar tudo, não deixar espaço para que nada aconteça espontaneamente fora do âmbito de interferência das autoridades — essa é a meta perseguida incansavelmente por todos os governantes.

O problema que ele identificou era como limitar o estado uma vez que ele começasse a se envolver com algo. Assim que você permite que o estado comece a gerenciar um aspecto da economia e da sociedade, você cria as condições que irão, no fim, fazer com que ele controle todo aquele setor. Dado que a tendência do governo é se expandir, é melhor nunca permitir que ele adquira uma participação majoritária na vida econômica e cultural da sociedade.

Uma objeção a essa tese é a de que medidas que impõem uma forma de liberdade pelo menos nos levam à direção correta. É verdade que mesmo um sistema parcialmente livre é melhor do que um completamente socialista. Entretanto, o problema é que vitórias parciais sempre são instáveis. Elas facilmente, e quase sempre, retrocedem ao completo estatismo, como comprovam todos os setores da economia que foram 'privatizados' e passaram a ser controlados por agências reguladoras.

A liberdade não pode ser imposta

A esquerda acredita que, ao restringir a liberdade de associação nos mercados de trabalho, ela está protegendo a liberdade dos marginalizados, ajudando-os a obter empregos. Porém, essa suposta liberdade é adquirida à custa de terceiros. O empregador não mais possui o direito de contratar e demitir. Como resultado, a liberdade de contrato passa a valer para apenas uma das partes envolvidas. O empregado é livre para aceitar as propostas do empregador e de sair do emprego quando quiser, mas o empregador não é livre para contratar de acordo com seus próprios termos e para demitir quando achar necessário.

O mesmo se aplica para uma ampla gama de atividades essenciais às nossas vidas. Na educação, dizem que o estado deve impor o ensino compulsório a todas as crianças, caso contrário seus pais serão negligentes. Apenas o estado pode garantir que nenhuma criança seja deixada para trás. A única divergência passa a ser os meios empregados: vamos utilizar sindicatos e burocracias defendidas pela esquerda, ou os incentivos de mercado e o sistema de vouchers defendidos pela direita. Não quero aqui entrar em um debate sobre qual meio é o melhor, mas apenas chamar a atenção para a realidade de que ambas as medidas são formas de planejamento que solapam a liberdade das famílias de gerenciar suas próprias vidas.

O catastrófico erro da esquerda foi o de subestimar o poder do livre mercado em gerar prosperidade para as massas. Porém, tão perigoso quanto é o erro que a direita comete ao imaginar que o mercado pode ser utilizado a seu bel-prazer para fazer gerenciamentos sociais e morais, como se o governo pudesse manusear uma série de alavancas para tal fim. Se um lado quer criar burocracias maiores e melhores, o outro prefere terceirizar serviços governamentais ou colocar empresas privadas na folha de pagamento do governo, tentando domar o mercado e canalizar seu poder para o 'bem comum'.

A primeira visão nega o poder da liberdade, mas a segunda é tão perigosa quanto, pois vê a liberdade puramente em termos instrumentais, como se ela fosse algo a ser orientada em prol da visão que um seleto grupo de pessoas considera ser do interesse nacional ou da moralidade geral.

Tal formulação implica a concessão de que cabe ao estado — seus governantes e intelectuais apoiadores — decidir como, quando e onde a liberdade deve ser permitida. Mais ainda: implica que o propósito da liberdade, da propriedade privada e do próprio mercado é permitir um melhor gerenciamento da sociedade, ou seja, permitir que o regime opere com mais eficiência.

Murray Rothbard já havia observado, ainda na década de 1950, que os economistas, mesmo aqueles pró-mercado, haviam se tornado "peritos em organizar eficientemente o estado". Eles haviam se especializado em ensinar os planejadores centrais a empregar incentivos de mercado para fazer com que o governo funcionasse melhor. Essa visão hoje já se disseminou e passou a ser dominante entre todos os economistas, principalmente aqueles que seguem a Escola de Chicago. 

É essa mesma visão que aparece em algumas propostas liberais, como a "privatização da Previdência Social" (que se resume à aquisição compulsória de ações por meio de corretoras favoritas do governo), vouchers escolares, mercados de crédito de carbono, e outras medidas "mercadológicas". Eles não cortam os grilhões e nem acabam com o jugo; eles simplesmente forjam o aço com materiais diferentes e afrouxam um pouco o jugo para torná-lo mais confortável.

(Em particular, medidas como "privatização" da Previdência, vouchers escolares e vouchers para a saúde poderiam acabar tornando o atual sistema ainda menos livre, pois gerariam novos gastos apenas para cobrir novas despesas necessárias para fornecer voucher e contas previdenciárias privadas.)

Há vários outros exemplos atuais dessas ideias maléficas. Nos atuais círculos políticos, utiliza-se a palavra 'privatização' não para denotar uma completa retirada do governo de um determinado aspecto da vida social e econômica, mas meramente para denotar uma terceirização de atividades estatistas para algumas empresas privadas com boas conexões políticas. 

O pior erro que os defensores da livre iniciativa podem cometer é vender nossas ideias como meios mais eficientes para se obter os fins desejados pelo estado. Em vários países ao redor do mundo, a ideia de capitalismo está desacreditada não porque já foi tentada e fracassou, mas simplesmente porque um falso modelo de capitalismo foi imposto pelas autoridades. Isso não quer dizer que tais países vejam o socialismo como uma alternativa, mas há neles uma procura em vão por uma mítica terceira via.

Não é necessário o governo fazer muito para distorcer completamente o mercado: basta um controle de preços em alguma área, um subsídio para um derrotado à custa de um vencedor, uma limitação ou restrição ou um favor especial. Todas essas medidas podem criar enormes problemas que acabam desacreditando o capitalismo por completo.

A única solução é abdicar

Qual seria a atitude correta a ser tomada por especialistas em políticas públicas e analistas do governo? A única coisa que o governo pode fazer bem feito (além de destruir a economia): não fazer nada. O papel apropriado para o governo seria simplesmente o de se retirar da sociedade, da cultura, da economia e de toda a política internacional. Deixe que tudo se governe por si só. O resultado não será um mundo perfeito, mas ao menos será um mundo que não poderá ser piorado pela intervenção do estado.

O livre mercado não é um arranjo que se resume a gerar lucros, produtividade e eficiência. O livre mercado não é apenas para gerar inovações e concorrência. O livre mercado diz respeito ao direito de indivíduos de tomarem decisões autônomas e de fazerem contratos voluntários, de buscarem uma vida que preencha seus sonhos, mesmo que tais sonhos não sejam aqueles aprovados pelos seus senhores governamentais.

Portanto, que ninguém se iluda com a crença de que é possível ter ambos; que liberdade e despotismo possam conviver pacificamente lado a lado, com o primeiro sendo imposto pelo último. Fazer uma transição do estatismo para a liberdade significa uma completa revolução na economia e na vida política, saindo de um sistema em que o estado e seus grupos de interesse dominam, para um sistema em que o poder estatal não tenha função alguma.

A liberdade não é uma política pública; ela não é um plano. Ela é o fim da própria política.  Quem quiser tê-la terá de agir menos como gerenciadores de burocracias e mais como Moisés.



autor

Lew Rockwell
é o chairman e CEO do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do website LewRockwell.com, e autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.



  • Bernardo Santoro  08/06/2011 11:03
    Esse texto é uma inspiração para mim e para outros que buscam fundar um partido libertário: nosso objetivo não pode ser nunca "melhorar o Estado", mas sim desmantelá-lo.
  • Getulio Malveira  08/06/2011 14:51
    Bernardo,\r
    \r
    Levando em consideração o que o texto diz, então posso deduzir que caso os Libertários chegem a se eleger para cargos públicos sua atuação deverá ser sempre negativa? Por exemplo: um deputado libertário teria sempre que votar contra qualquer projeto e reivindicar que o governo se abstivesse de qualquer ação?
  • Bernardo Santoro  08/06/2011 17:06
    Certamente não. Vamos apresentar muitos projetos de revogação de leis e desregulamentação.

    No que tange a votações, claro que se tivermos de escolher entre um projeto mais interventor e um menos interventor, escolheremos o menos, mas será nossa obrigação apresentar um substitutivo que simplesmente dispõe que o mercado deve regular tal atividade.
  • Roberto Chiocca  08/06/2011 17:28
    Na verdade Bernardo não será necessário o politíco libertário votar pelo projeto "menos pior", não se vota no congresso uma medida contra a outra, e sim medidas isoladas, o politico libertário tem o dever de votar contra a mais intervencionista e contra a menos intervencionista das propostas, ele só pode votar sim em propostas que diminuam as intervenções, ou seja, propostas anti-intervencionistas(vindas do partido que for, do politico que for).

    E, Rothbard dá uma lição valiosa neste "artigo":
    "O libertário, então, deveria ser uma pessoa que apertaria um botão, se ele existisse, para a abolição imediata de todas as invasões de liberdade - não só daquelas, diga-se de passagem, que algum utilitarista diz que deveriam ser suprimidas.
    ...
    O fato de que este botão mágico não existe e provavelmente nunca existirá é irrelevante para a conveniência do abolicionismo propriamente dito. Temos que concordar, por exemplo, com o objetivo da liberdade e a conveniência do abolicionismo em beneficio da liberdade. Mas isto não significa que acreditamos que a abolição será de fato alcançável em um futuro próximo ou distante."


    e ele segue, recomendo o artigo inteiro
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=177
  • Getulio Malveira  08/06/2011 19:44
    Desculpem, Roberto, mas ainda estou um pouco confuso. O que poderia ser uma legislação não-intervencionista? Isso me parece uma contradição em termos. Por exemplo: se o Congresso legisla sobre o mercado financeiro ele interfere no mercado financeiro, independente do conteúdo da proposta. Com toda sinceridade não consigo imaginar uma lei não-intervencionista senão como uma menos intervencionista tal como o Bernardo colocou. \r
    \r
    \r
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  • Roberto Chiocca  08/06/2011 20:06
    Getulio,
    Na verdade o que importa é o seguinte, o libertario só pode apoiar uma situação de mais liberdade e nunca de menos. Para mim havia ficado um pouco confuso dizer que os libertarios apoiariam alguma intervenção, quando na verdade eles só podem apoiar a diminuição destas. Vamos supor que haja tres leis em votação num ambiente com 50% de impostos uma delas, a mais intervencionista, deseja um imposto de 75%, outra, a menos intervencionista, impostos de 60%, a ultima, a "anti" intervencionista, um imposto de 40%, dado que existem apenas as tres opções no exemplo, o político libertario deve "apoiar" a terceira e se esta nao houvesse ele tem o dever de dizer nao às duas anteriores.
  • Getulio Malveira  08/06/2011 20:17
    Obrigado pela resposta, Roberto. Também penso do mesmo modo: se não podemos apertar um gatilho fazer com que o Estado desapareça, sempre está ao nosso alcance "envenená-lo", fazer com que definhem, como bem diz o Lew, não importa o tempo que leve. Isso me tira a última dúvida que eu tinha quanto ao estatuto do Partido Libertário.
  • Humberto  12/01/2014 14:47
    "Envenenar" mesmo como força de expressão é o grande problema dos homens. É o combater quem pensa diferente da gente fora da linha da palavras.
    Convencer, tentar convencer, sempre. Obrigar, subjugar, alijar, nunca...
    O homem muitas vezes se faz seu próprio inimigo.
    E corrigir isto, como?
  • Raimundo italo  09/06/2011 04:03
    Queria saber um pouco mais sobre esse tal partido liberal, tenho grande interesse em fazer parte dele, alguém me passa o contato dos idealizadores?
  • Roberto Chiocca  09/06/2011 12:16
    Raimundo,
    O Bernardo que comentou acima é o presidente nacional do Libertários.
    Você pode encontrá-lo através do email presidente@pliber.org.br
    Sobre o partido você pode conhecer mais, se filiar e contribuir através do site www.pliber.org.br
  • Francesco A. Perrotti  17/06/2014 10:33
    Saudações, eu não sou nenhum estudante de ciências políticas ou sociais e quero começar dizendo que concordo com muito do que foi dito neste artigo, concordo com o diagnóstico, mas não entendi qual é o tratamento. Nenhum governo? Anarquia? Não vejo como isso seja possível. A busca pelo poder é inerente ao ser humano. Sempre vai existir alguém no poder, de um jeito ou de outro. Não acho que a humanidade já tenha evoluído ao ponto de conseguir uma convivência assim colaborativa e pacífica sem nenhum controle.

    Vamos supor que isso realmente ocorra, não há mais governo estabelecido, nenhum tipo de regulamentação ou controle, total liberdade. Quais seriam as consequências? Na minha visão estaríamos sujeitos ao poder das grandes corporações, elas governariam, talvez não explicitamente, mas governariam. A gente cansa de ver os abusos cometidos por grandes empresas, algumas vezes até com a cumplicidade de setores do governo. Mas no fim das contas os governos democráticos precisam no mínimo manter as aparências, então apesar de haver abusos, estes não chegam a níveis intoleráveis.

    Existem empresas no planeta com faturamento maior que o PIB de muitos países. Teríamos que confiar nas boas intenções dessas empresas? Que poder os trabalhadores teriam para negociar seus contratos? Por exemplo, se uma grande corporação resolve escravizar uma pequena comunidade mais remota, quem pode impedir isso? E isso acontece, aqui mesmo no Brasil. E como fica o poder judiciário? Se alguém me rouba ou pratica alguma violência contra mim ou minha família, quem me protege? A quem eu recorro? O governo pode ser ineficiente, corrupto, inchado e etc, mas está sujeito à opinião pública e pelo menos têm que aparentar algum tipo de proteção aos cidadãos, mesmo que não funcione muito bem. Ou voltamos a um sistema de tribos ou clãs, feudos talvez, seria isso?

    Em qualquer agrupamento humano em algum momento algum líder acaba emergindo, de uma forma ou de outra, por sabedoria, por competência ou por violência, ou por qualquer outro meio, mas alguém irá liderar. Está no nosso DNA, faz parte de nossa essência. E é assim também com os animais mais evoluídos. Sempre tem um macho alfa na matilha, não consigo ver como seria de outra forma.

  • RICARDO CARVALHO VAZ  09/04/2018 16:15
    A anarquia só funciona até no máximo ao tamanho de uma tribo. A partir daí a barbárie será incontrolável e as pessoas vão se matar até que o grupo volte a ser pequeno. Ou aparecerá um lider com capacidade de intermediar conflitos fatais. Mas isso levará a um crescimento do grupo, até ao ponto em que se torne necessária uma ação armada (polícia) para conter os conflitos. Para isso é necessário a existência de excedentes - essencialmente comida - para manter o líder e seus capangas, que já não serão capazes de produzir o que comem, dando início ao processo da cleptocracia, onde muitos que não produzem se apropria do excedente produzido pelos demais. Assim, gradativamente se formam TODOS os Estados. Se eles vão ser bons ou ruins para o todo de seus membros, ah, aí são tantas as fortuidades que ninguém será realmente capaz de prever. Liberalismos ou socialismos são meros aspectos do que acontecerá, tanto para o bem como para o mal.
  • DAVID  22/03/2019 17:33
    A ordem natural é anarquica e os e os ''lideres'' não são impostos por um grupo ''superior'' para ter o controle sobre a população
  • vagner de Sousa  24/02/2015 17:58
    Pesquise sobre o partido NOVO, quem gostou desse artigo irá gostar!
  • Viking  15/03/2016 15:42
    Hoje, quase 5 anos depois, pergunto: existe o partido libertário?
  • Soares  18/05/2017 14:49
    Nos EUA sim, mas a maioria dos membros são filiados também ao partido republicano.
  • Soares  18/05/2017 14:55
    O que mais me dá raiva no Estado não são os políticos (que mais aparecem e mais levam a culpa) e sim os juízes, desembargadores, sindicalistas, burocratas das agências reguladoras, funças de estatais ou de secretarias que não precisam mostrar eficiência pra ninguém.
    Esses 5 tipos são os que mais me dão cada vez mais ódio do Estado.
  • augusto  08/06/2011 13:16
    Exemplo do "dirigismo":\r
    \r
    Petropolis (RJ), foi no passado um dos grandes polos texteis do pais. Havia varias fabricas por aqui. Por razoes diversas, essas fabricas foram fechando ou mudando, e hoje existem varios (mais de uma dezena, se nao me engano) imensos galpoes desocupados no centro da cidade e arredores.\r
    \r
    Essa semana, um politico decidiu propor (com os aplausos de sempre) que um desses galpoes, numa zona residencial, fosse convertido em "centro de atendimento ao turista".\r
    \r
    O fato de se tratar de uma zona residencial e afastada de onde os turistas costumam ir nao eh problema. O objetivo nao eh so atender os turistas, eh tambem "desenvolver a regiao".\r
    \r
    Essa eh a melhor forma de desenvolver a regiao? So o politico sabe. Nao seria melhor que o galpao fosse demolido para que se construissem residencias, ou lojas, ou escritorios? Para o politico, nao. Afinal, trata-se de um predio "que conta a historia da cidade, e deve ser preservado".\r
    \r
    De fato, alguns desses galpoes sao tombados como patrimonio historico e cultural. O tombamento transforma qualquer imovel em um baita mico preto. Eh uma das razoes para esses predios permanecerem desocupados. Ninguem quer comprar um imovel e depois nao conseguir usar porque algum burocrata do Iphan decide que qualquer alteracao seria prejudicial ao patrimoni.\r
    \r
    Mas nada disso incomoda o politico. Provavelmente, para ele, os imoveis localizados na regiao mais nobre da cidade, estao desocupados porque os proprietarios sao gananciosos que querem fazer especulacao imobiliaria...
  • Renan do Carmo Marques Ramos  08/06/2011 13:36
    Pelo amor de Deus, o melhor artigo que eu ja li em minha vida, Lew Rockwell é foda D+!

    Dos atuais, eu fico entre o Hans e o Lew.
  • Angelo Noel  08/06/2011 14:17
    Aí vem chumbo grosso (e com nossa grana)...
    "O Centro irá primordialmente proteger as redes militares e governamentais, e também pode contribuir para proteger as infraestruturas de informação como um todo".

    Pra bom entendedor...
  • Breno Almeida  08/06/2011 16:47
    Isso é só mais uma desculpa para o exército roubar as pessoas honestas.
  • Cerqueira  08/06/2011 17:11
    E pra identificar quem não quer pagar impostos
  • augusto  08/06/2011 18:34
    Voces estao preocupados a toa. O governo nao consegue fazer um asfaltamento de rua que preste, vai conseguir fazer "guerra cibernetica"? ;-)
  • Cerqueira  09/06/2011 11:33
    Ele vai conseguir fazer o que quer, o que não inclui guerra cibernética nenhuma.
    Guerra cibernética é só um pretexto.
  • Frederico Cosentino  08/06/2011 15:45
    "...a liberdade é um direito natural. Ela antecede a política e antecede o estado. O direito natural à liberdade não precisa ser concedido ou ganhado ou outorgado. Ele deve apenas ser reconhecido como um fato."

    Sensacional!!!!!!!!!!!!
  • Leornardo  08/06/2011 19:04
    Isso é Budismo puro. ao que pareçe o Lew tem investido para se pareçer com messiânicos, bem naquele estilo Mahatma Ghandi, "desobediência civil", haha
  • Angelo Noel  09/06/2011 08:46
    Pois é, cara... Eu penso q o Libertarianismo é tão pacífico qt o tal do Anarcopacifismo do véio Tolstoi, mas sem a contradição de uma liberdade indivual q deixa margem p/ a impunidade aos ataques á liberdade de outrem.

    Abraço a todos.
  • augusto  09/06/2011 17:58
    Leonardo,\r
    \r
    Voce chutou sem olhar, e acertou no gol. De fato, Murray Rothbard identifica passagens do ensinamento budista e taoista como proto-libertarios. Lao Tze especificamente dizia que quanto menos o governante tentasse governar, tanto melhor seria para os suditos e para o reino.\r
    \r
    Mas a desobediencia civil faz parte da cultura americana. Henry David Thoureau fez uma grande defesa da desobediencia pacifica como meio de atingir objetivos politicos. O frances Etienne de la Boetie, no livro "Servitude Voluntaria", tambem dizia, se os governados simplesmente pararem de obedecer os governantes, o governo cai como um castelo de cartas.\r
    \r
    Agora, na pratica, deixar de obedecer eh dificil e pode trazer consequencias serias. Eu nao tenho duvidas de que o Lew Rockwell seja extremamente organizado na hora de fazer a declaracao de rendas dele. ;-)
  • atorres1985  17/02/2015 21:43
    Ué, aqui mesmo no MISES BR, teve dois artigos sobre a visão cristã/bíblica do libertarianismo. Se não der para se livrar da pistola estatal apontada para o seu traseiro, é melhor evitar que o Estadinho puxe o gatilho. Mesmo que tenha que pagar alguns milhões para tanto.
  • Russell  25/06/2011 08:57
    Muito bom artigo, especialmente no que tange à dificuldade de num passe-de-mágica tornar o povo livre. O mal é sempre exaltado para justificar os deuses celestial e mundano. Leviathan convence demonstrando que o homem no estado natural é egoísta, e até matador, quando ele mesmo, o Leviathan, é que é o lobo do homem. Porém, como na dúvida ninguém ultrapassa, as gentes sempre preferiram a propalada segurança, em troca da liberdade. Assim é que o pessoal tem que ser seduzido aos poucos mesmo, e a melhor forma de se começar parece ser aquela adotada pelos EUA, mas logo esquecida pelo Eua. A difusão de poder, nas esferas política e econômica, em lugar da sua concentração nas mãos de agentes governamentais reduziria enormemente as oportunidades para adquirir-se o hábito do comando, de onde tende a originar-se o desejo de exercer a tirania. A autonomia, para estados, distritos e organizações, diminui as ocasiões para que os governos sejam chamados a tomar decisões que não lhes dizem respeito, assuntos alheios.
  • Lucas Alves  29/05/2012 11:25
    Eu não conhecia muito bem, mas ultimamente tenho me identificado completamente com este pensamento.
    Porém, tenho uma dúvida quanto a sociedade sem a existência de um governo.
    Como as pessoas pobres, que não tem como pagar por saúde e educação, ficariam? Falo isso porque imagino que não existiriam mais escolas, universidades e hospitais públicos.
    Como pessoas sem dinheiro teriam acesso a essas necessidades?
  • Andre Cavalcante  29/05/2012 12:13
    Lucas,

    Continue por este site e você terá a solução para essa sua questão.

    Para começar:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=773
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=971

    Só um comentário sobre o pensamento por detrás do que você falou.

    "Falo isso porque imagino que não existiriam mais escolas, universidades e hospitais públicos."

    Você assume aqui que os serviços públicos são gratuitos. NÃO SÃO! Se você dividir o orçamento do MS, por exemplo, para 2012: R$92 bi por 180mi de habitantes no Brasil, dá algo em torno R$511,00 por pessoa por ano, o que dá R$42,60 por mês. É pouco, mas pense no que seriam R$170,00 (em uma família de 4 pessoas), por mês a mais no salário da família. Imagine agora o que se paga em termos de educação, impostos sobre água, luz, telefone, comida etc. Sem o peso dos impostos e da inflação, qualquer real a mais vai render e render muito. Isso real por real, sem entrar na conta a questão da caridade privada, que hoje é tolhida justamente pela ação assistencialista do estado. Pense nisso.
  • Rafael Franca  03/01/2013 13:36
    Lucas, todos os meus avós não completaram o 2o grau. Tive avó costureira e doceira, avô mestre de obra e vendedor de loja de tecido. Meus pais e tios todos fizeram escolas técnicas e/ou faculdades, e todos os netos se formaram ou estão se formando engenheiros, biólogos e programadores. Como fez-se essa mágica? Poupança, perseverança e trabalho. Se ao invés de poupar, meus 04 avós resolvessem tomar uma cervejinha de final de semana, e esperarem que o estado suprisse a necessidade de seus filhos, a história seria outra. A vida que vc vive, e a que vc proporciona aos seus descendentes é uma escolha sua.
  • Um Filósofo  03/01/2013 13:53
    10 fortes motivos pelos quais a intervenção estatal é necessária:

    1. Por definição. Uma sociedade sem coerção será sempre direcionada para que indivíduos coloquem suas prioridades acima da dos outros. O egoísmo é letal, destrói todas as relações humanas e qualquer tentativa de criar uma civilização. Pelo egoísmo, o homem apenas visará o lucro e tal atitude reduzirá a qualidade do serviço, os salários dos trabalhadores e o tornará menos acessível aos mais pobres. Por que? Gastos - Ganhos = Lucro. |||

    2. Porque o Estado existe pela promoção da Igualdade e esta deve ser sua sacra-função. Vide Rawls. Sem justiça social e sem caridade, os pobres ficarão sob a mira do mercado. A África é um exemplo do que ocorre quando o estado não protege a população carente. Impostos são bons para o pobre porque ele recebe muito mais do que é arrecadado que o rico. Lutar contra os mesmos demonstra claramente puro conflito de classes. Sem impostos, nunca haverá educação pública de qualidade; sem educação pública de qualidade, jamais haverá igualdade e progresso ao proletariado e o poder da burguesia ficará consolidado. Entendem o conflito de classes agora?

    3. Porque a caridade não compensa as incontáveis necessidades humanas. Citando o maior pensador brasileiro que já existiu(Paulo Freire): "Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade." Justiça Social é NECESSÁRIA. Vá à Europa, por exemplo, pagar 10 euros por um atendimento médico é ótimo. Qualquer indivíduo que disser o contrário estará tendo pouca compaixão(Lembrem-se, somos TODOS seres humanos e por isso precisamos proteger uns aos outros) ou simplesmente não sendo pragmático. O sistema de saúde completamente privado seria terrível, em especial para o proletariado. A maior demonstração de amor do estado é forçar quem não ama a fazê-lo em prol do bem comum, um conceito inconcebível ao mercado. Assista ao filme "Sicko", de Michael Moore(Um burguês que não esqueceu dos mais necessitados).

    4. Porque indivíduos diferentes não se uniriam. A única forma de eliminar o preconceito é através de um sistema de cotas implementado na sociedade e a criminalização da discriminação. Para isso, é preciso coerção estatal. A Dilma sendo presidente, por exemplo, é um sucesso feito completamente pelo sistema de cotas implantado na política. Justificando: Eu disse acima que a meta do estado é a igualdade.

    5. Para proteger indivíduos incapazes de fazer o mesmo. Em países como Reino Unido e URSS, por exemplo, coube ao estado proteger órfãos e os mesmo fizeram um excelente trabalho. Pessoas abandonadas, presidiários, sem-teto, drogadas, etc; também precisam da proteção estatal. Mesmo Mises reconhece que o sistema presidiário não pode ser gerido pelo mercado.

    6. Por causa da criança. A criança não pode ficar a mercê da doutrinação promovida pelos pais. O futuro é importante demais para ser delegado à família. Uma forma ideal de preparar as novas gerações seria isolá-las em um local de liberdade e aprendizado. Paulo Freire apoiaria, pois não basta você ensinar algo na escola e a sociedade desvirtuar o ensinamento, transformando-o em mais consumismo. Pais são incapazes de dizer "Não" a seus filhos sem sofrer e, infelizmente, a propaganda infantil induz as crianças ao consumismo; o que causa enorme dor e sentimento de inferioridade a todos. Alguns sistemas de educação da história foram extremamente eficientes, vide o da China de Mao, o soviético e o nazista. Apesar de último ter sido utilizado para promover o amor às causas da burguesia alemã, todos guiaram os estudantes a lutar pelo bem comum.

    7. O mercado não se sustenta por si só, gera crises e violência. Vide as guerras mais sangrentas da história, ambas causadas visando matéria prima e mercado consumidor. Sim, o estado recrutou e guiou as tropas a destruir e matar, mas tudo foi feito por desejo e controle da burguesia capitalista. Sem falar da colonização da África, feita por empresários com metralhadoras eliminando os nativos indefesos. Para as crises, basta lembrar que a pior crise da história(A de '29) foi causada pelo liberalismo econômico assim como a crise de '70. Para mais, recomendo o brilhantíssimo manifesto da UNICAMP contra o fim do Welfare State europeu.

    8. Legislação trabalhista. Em uma sociedade onde o egoísmo é institucionalizado, os patrões, capitalistas gananciosos da burguesia, JAMAIS teriam perdão com seus empregados. Salário mínimo e encargos trabalhistas são a única forma de proteger os pobres contra os burgueses. Por favor, todos sabemos que a ganância do patrão é a única variável que determinaria o salário.
    (Reconheço os esforços de alguns autores burgueses do instituto, em especial o senhor George Reisman, em combaterem encargos sociais. Reconheço também que muitos daqueles que participam desta comunidade pertencem à burguesia e defendem os interesses de sua classe, entretanto, peço que tenham compaixão com os mais pobres e leiam o seguinte artigo:
    www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=2&id_noticia=159736)

    9. Regulação e Obsolescência. O mercado é simplesmente incapaz de executar auto-regulação. Se não fosse o estado, estaríamos consumindo substâncias cancerígenas 24h por dia sem saber. Seria uma tragédia inimaginável à saúde humana. O mesmo vale para o fast-food. As cadeias de restaurantes de comida processada nunca colocariam placas nutritivas se não fosse pela regulação do FDA. Se não fossem as agências reguladoras estatais, lâmpadas com oxigênio dentro estariam sendo vendidas feitas para quebrar. Ou seja, o sempre tão produtivo sistema capitalista estaria gerando desperdício de recursos, consumindo espaço p/ o lixo e o dinheiro dos consumidos(Não são eles quem deveriam estar sendo beneficiados?). É óbvio que não é responsabilidade do consumidor o uso de seu próprio dinheiro. Se não fosse o estado, empresas enormes sufocariam as menores e fariam com que consumidores comprassem produtos inferiores por maior preço. Discorda? Como competirá com a propaganda? Indivíduos pobres são manipulados pelas mesmas para consumir e é exatamente por isso que o estado precisa utilizar a coerção para protegê-los de si mesmos! A qualidade um produto é irrelevante para seu sucesso.
    Assista ao filme: Criança, A Alma do Negócio.

    10. Desenvolvimento científico e investimentos estatais. Se o padrão de vida moderno é melhor que o do início do século XIX, foi por causa da ciência e não do mercado. Se não fosse o Estado, o homem jamais teria ido à Lua. Quantas invenções obtidas pela expedição precisam ser listadas para sabermos que o investimento estatal em ciência é mais que necessário ao nosso bem-estar? Se o estado não tivesse gastado bilhões para estudar a Lua, o mercado não o teria feito e o GPS nunca teria sido criado. O mesmo vale para o aumento populacional na região Centro-Oeste: Sem Brasília, não teria havido migração. Grande depressão é outro exemplo, se não fosse o gasto estatal movimentando a economia e criando empregos, a burguesia teria seguido a entesourar sua riqueza. Uma sociedade de mercado, após tudo dito, é meramente um mundo de desperdício, escassez desnecessária e desigualdade inigualável(Pois apenas a coerção estatal poderia lutar pela justiça social).

    =====================================================================================
    Este comentário dedico em especial ao senhor Leandro Roque. Data máxima venia, o reconheço como acadêmico, entretanto, pertencemos a vertentes de pensamentos diferentes pois ele representa a burguesia e eu; o proletariado. Ele defende a capacidade dos mais pobres de decidir baseado em seus próprios valores e eu defendo que o estado deve protegê-los pois os mesmos são incapazes de resistir à propaganda consumista do capitalismo.

    E, como conclusão, apenas diria que poderia resumir todo o texto supra-escrito com a seguinte frase: O motivo pelo qual uma sociedade libertária é indesejável é meramente devido à busca pelo lucro ser o cerne de toda a estrutura social, em detrimento da compaixão pelo sofrimento humano. E isso, como dizia o melhor professor que já tive, Antônio Cândido(Repito seu nome pois ele sofreu críticas da última vez por ele ter fundado um partido para lutar pelos mais pobres, o PT), é uma brutalidade.
  • Leandro  03/01/2013 14:09
    Excelente. Cada item melhor que o outro (embora os itens 6 e 7 sejam hors concours). Continue vindo sempre.

    Abraço!
  • José Ricardo das Chagas Monteiro  03/01/2013 14:52
    Saudações, prezado e distante virtual, não sei como pude conviver tanto tempo sem conhecer seus pensamentos.
    Volte sempre, sempre,sempre,sempre.
  • Fellipe  03/01/2013 15:42
    Filósofo,

    Obrigado por fazer meu dia. Estava rindo de sua ignorância e pensando se perderia meu tempo nessa resposta, mas seu item 9 me convenceu.

    Gostaria de saber se você acredita que o fluoreto adicionado compulsoriamente em minha água (aquele mesmo usado por Hitler para domesticar a população), o aspartame aprovado pela ANVISA e FDA adicionado em diversos produtos sem a devida informação/discriminação (que se converte em formaldeído no organismo), e o mercúrio contido nas vacinas aprovadas pelo governo, só pra ficar nos principais casos, seriam exemplo de "que o estado precisa utilizar a coerção para protegê-los de si mesmos".

    Volte sempre, comunistas que se acham elite intelectual mas não passam de idiotas úteis são sempre divertidos.

    Abs,
  • anônimo  03/01/2013 16:06
    Irônico demais, mas é o que nos vemos por aí todos os dias, explicitamente dito ou apenas nas entrelinhas.
  • Fellipe  03/01/2013 16:42
    Anonimo, obrigado pelo toque.

    Filósofo, preciso me retratar, em uma primeira lida rápida aqui no trabalho não pude perceber a ironia. Como fui pai recentemente, meu sangue subiu quando li o item 9.

    Abs,
  • Silvio  16/11/2013 23:20
    "A criança não pode ficar a mercê da doutrinação promovida pelos pais. O futuro é importante demais para ser delegado à família".
    Embora o Filósofo tenha sido irônico, tem muito comunista que leva isso muito a sério, inclusive aqui no Brasil, o que explica as políticas públicas cada vez mais malucas que tratam sobre as crianças.
  • Samuel  03/01/2013 17:38
    É meu amigo! A ignorância é uma virtude.
  • Augusto  03/01/2013 18:48
    Filósofo, o vendedor de mate da praia é burguesia ou proletário? Deveríamos regulá-lo? A que custo pro vendedor? A que custo para os clientes? E a que custo para aqueles que nem frequentam a praia e nem gostam de mate, e tem que pagar deputados e senadores para que estes fiquem o dia inteiro discutindo se o vendedor de mate deve ou não ser regulado?

    Ahhhh.. desculpe... tinha esquecido que não precisamos pensar em nada disso de custos!! Quanto mais custos e gastos governamentais mais aquecida estará a economia!!! São mais pessoas empregadas nas repartições e nos cartórios!! Como disse Lord Keynes!!

    Mais regulação e gastos inuteis já!!!

    PS: Também tenho saudades da boa e velha África pré-capitalista! =(
  • Renato Souza  03/01/2013 19:59
    Prezado "Filósofo"

    Gostaria de entender como os sitemas soviético e maoista, ambos estatistas ao extremo, puderam cuasar juntos a morte de cerca de 100.000.000 de pessoas em seus prórpios países. Segundo o seu pensamento, estes sistemos, justamente por causa do tamanho descomunal do estado, que asfixiava toda manifestação social fora dele, deveriam ser maravilhosos.

    Também noto que você é bastante modesto em sua proposta. Se o estado é o bem absoluto, e o restante da sociedade é o capeta, então, o estado deve ser tudo. Não deve existir nada, nenhuma interação social, nenhuma produção, nenhuma relação entre pessoas, que não seja inteiramente regulada e ordenada obrigatóriamente pelo estado. Nem mesmo amizades e troca de idéias. Tudo deve ser produzido pelo estado, nas quantidades e tipos determinadas pelo estado. O estado deve ter autonomia total para unir e desunir pessoas, determinar tudo o que todos devem falar ou pensar, matar quem quer que julgue necessário, ensinar o que quer que julgue adequado, espionar tudo e todos. Afinal, aquilo que o estado não determina só pode ser mal. Porque o estado deveria apenas "regular" a ação de empresários e os salários. Será muito mais justo se o estado for dono de toda atividade econômica. Tudo o que o estado fizer, só poderá resultar em bem.

    Meu conselho: Mude agora para a Coréia do Norte, e seja feliz vivendo no melhor sistema político, econômico e social do planeta. Não deixe para depois, vá amanhã mesmo à embaixada e verifique o que é necessário para viver lá.

    Alternativamente, você pde procurar tratamento médico. Eu pessoalmente, acho que é a solução mais adequada, mas imagino que você discordará de mim.
  • Rica  18/02/2015 13:18
    Meu pai chegou no Brasil sem um puto no bolso e sem estudos....ao ler isso ele gargalhou!
  • Snoopdog  17/10/2015 23:13
    Sinto muito, mas o seu estado rouba boa parte dos salários dos trabalhadores pobres, deixou pessoas morrerem nas filas dos hospitais, criou milhões de analfabetos, diplomou ignorantes, explodiu bombas atômicas, etc.

    Se você ainda acredita no governo, eu acredito que você deve ser um professor público, querendo justificar e contar histórinhas, achando que nós somos criancinhas.

    O país só vai mudar com choque de oferta. Não é destruindo pessoas que produzem, que o seu estado vai conseguir o bem estar social.

    O país precisa de mais matérias exatas e menos humanas.

    A mudança do país é material e não tem nada a ver com social. A única coisa que muda o país é a produção de comida, aço, cimento, vacinas, casas, computadores, remédios, carros, energia, madeira, etc. Ou seja, Qualquer coisa que pode ser consumida e que possa resolver as necessidades das pessoas.

    O seu governo é um assaltante !


  • Típico Universitário  15/03/2016 14:47
    A sociedade precisa SIM de dirigentes. Mas ela precisa de um divino dirigente.

    Ele precisa estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Precisa ver o que todo mundo vê. Precisa ter plenos poderes e deve ele próprio ditar quais são os critérios de bem e mal. Precisa ser um homem acima da própria história, da lei e acima até mesmo da democracia. Alguém maior que a própria vida que não pode ser julgado como um homem ordinário. Os assassinatos a seu mando devem ser justiça. Os roubos a seu mando devem ser redistribuição inquestionável.

    Mecânicas de preço, lucro e decisões individuais não importam. Se você é contra o PT todas as suas decisões são tão insensatas quanto. O divino dirigente é quem sabe o melhor de tudo e todos. Sabe qual DEVE ser seu almoço, o que seus filhos DEVEM estudar e quando você DEVE chegar em casa.

    E felizmente o Brasil tem este homem:

    O novo super-ministro Luís Inácio da Silva.

    O maior sindicalista do país nos livrará desta praga que mente, manipula e controla. Não tinha nenhuma crise até a mídia golpista aparecer. Ela criou a crise e vai morrer com ela. Assim como todos os que arquitetam este golpe injusto contra a presidente eleita com dinheiro do povo.

    A guerra está declarada!
  • Típico Filósofo  18/05/2017 18:50
    É indescritível a tristeza que sinto a ler as postagens acima. Já se passaram 4 anos e o IMB ainda não reconheceu que a sociedade precisa de dirigentes apesar das lições irrefutáveis deixadas por Dilma e Temer.
  • anônimo  18/05/2017 22:45
    Ué, típico filósofo, por que você defende Dilma e Temer?
    Já vi gente defendendo Dilma, Já vi gente defendendo Temer, já vi até gente odiando os dois, mas defender os dois é a primeira vez. Explique para nós o que o levou a tal pensamento.
  • Típico Filósofo  19/05/2017 12:52
    Defendo Dilma E Temer adiante dos narco-neoliberais. Defenderia até, apesar do desgosto, FHC se isso significasse questionar a afirmação estapafúrdia de que a sociedade não precisa de dirigentes.

    Por que?

    Nota aos 10 pontos que sugeri acima.
  • Ismael M Santos  03/01/2013 15:13
    Leandro gostaria que sugerisse aos seus colegas do Mises dos EUA que elaborassem algum artigo bem pormenorizado sobre a propaganda de governo socialista difundida pelo cineasta (estadunidense) Michael Moore, mais especificamente no seu último documentário Sicko, que trata da questão Empresas de planos de saúde versus Assistência socialista à saúde.
    O cineasta na elaboração do documentário faz todo um apelo comovente das vítimas das empresas de planos de saúde e ressalta as maravilhas daqueles (franceses, ingleses, cubanos) atendidos por um sistema de saúde governamental.
    Assim seria interessante que algum dos autores da Escola Austríaca trouxessem nos um artigo para desmistificar estas 'armadilhas comoventes', apontar o que está errado na visão do cineasta afim de que aqueles que viram o documentário possam ter outros pontos de vista.
    Desde já obrigado!
  • Leandro  03/01/2013 15:29
    Os principais problemas do atual arranjo do sistema de saúde americano já foi por nós delineado na primeira parte deste artigo. Tenha a bondade.

    Quanto aos países de medicina genuinamente socialista, em todos, sem exceção, a situação é claudicante.

    Canadá, Suécia e Inglaterra, todos países ricos, possuem um sistema estatal de saúde vergonhoso. E não poderia ser diferente. Não interessa se o país é rico ou pobre. O fato é que serviços de saúde estatais, pela simples lógica econômica, não podem manter boa qualidade por muito tempo. É uma impossibilidade econômica. E a explicação para o porquê disso está no artigo abaixo.

    Como Mises explicaria a realidade do SUS?

    Sobre o sistema de saúde canadense:
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=349

    O sueco:
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1115

    O britânico:
    www.nytimes.com/2006/02/16/international/europe/16cancer.html?_r=1&oref=slogin

    Aliás, no Reino Unido, a medicina estatal já chegou à sua perfeição: bebês doentes estão sofrendo eutanásia compulsória.

    Sem recursos (que inesperado!), os hospitais do NHS (National Health Service) estão simplesmente cortando a alimentação deles, que são deixados à míngua até morrerem.

    Estatistas -- que são obcecados com controle populacional -- até salivam quando leem coisas assim.

    www.dailymail.co.uk/news/article-2240075/Now-sick-babies-death-pathway-Doctors-haunting-testimony-reveals-children-end-life-plan.html


    E, obviamente, o cubano:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=350


    Leia também este artigo escrito por um morador da URSS:

    O que a medicina soviética nos ensina


    Grande abraço!
  • Augusto  03/01/2013 17:42
    Ismael, procure no youtube pelo vídeo "John Stossel - Sick in Amercia, whose body is it anyway?"

    É uma bela refutação ao documentário do Moore.
  • Ismael M Santos  04/01/2013 02:17
    Obrigado ao Leandro e ao Augusto pela gentileza da resposta. Estes artigos e o vídeo do you tube cabem perfeitamente aos questionamentos sobre o respectivo documentário. Afinal quando assisti antes de conhecer os artigos do Mises, Moore parecia me tão eloquente...rsrsr!
    Mas senhores, se a situação hoje está tão problemática e intolerável (ex. da medicina estatal) então está na hora da equipe do Mises e/ou de seus colaboradores avançarem mais terrenos no exercício de conscientização e elaborar, por exemplo, alguns documentários.
    Vídeos de conferências, palestras e artigos são interessantes para nós que já conhecemos a Escola Austríaca, mas podem ser entediantes para outros tantos que pensam se tratar de mais um pragmatismo politiqueiro e acabam desperdiçando oportunidade de acessar boa informação. Assim, documentários tem um impacto mais midiático e se conduzidos com o devido respeito e honestidade intelectual, não cai na banalidade e tem a probabilidade de reproduzir efeitos construtivos nesta sociedade tão cativa de tv.
    Eu gosto de ler e apesar do pouco tempo estou quase todos os dias aqui no site verificando a chegada de novos artigos. Mas para alguns colegas que tenho comentado sobre estes artigos, reclamaram me que acharam extensos demais e só deram uma olhada rápida. Vergonhosamente isso é compreensível num país latino americano, assim cabe à criatividade para avançar sobre esta preguiça informacional! Abraços!
  • Philippe Leite  04/01/2013 17:33
    Ismael,

    O grande problema é a falta de recursos pra se fazer um documentário do ponto de vista libertário. Não há ninguém pra financiar tal coisa. Já a cambada Socialista tem dinheiro praticamente ilimitado pra financiar documentários idiotas como esses do Moore. É a realidade, infelizmente.
  • Amarildo  15/03/2016 15:07
    A ideia de produzir documentários é excelente. Se tiver por aí um roteirista disposto, acredito que o IMB não recusaria apoio no que toca a conteúdo.
    Quanto ao financiamento, o problema pode não ser tão grande assim. Existem muitos simpatizantes da escola austríaca e o próprio IMB tem mais de 182.000 seguidores em sua fanpage no facebbok. Já pensaram em conretizar um documentário através do crowdfunding? Eu certamente contribuiria.
  • anônimo  03/01/2013 16:33
    Srs do IMB-Br.

    Recentemente o Sr. Obama aprovou uma lei que afastaria o abismo fiscal, como ficou conhecido aqui pela imprensa ele atrvés de uma promulgação de um alei irá afastar o perigo do "abismo fiscal".

    Como pode ser possível isso? O IMB pretende publicar um artigo sobre?

    Att
  • anônimo  03/01/2013 16:57
    Nope.
    Isso ae Locke já abordava a uns 500 anos. Tire os controles mínimos de uma sociedade e voltaríamos à selva.

    Nunca ouviram falar da frase: "O preço da liberdade é a eterna vigilância"? (acho que o autor desta frase é o Thomas Jefferson).

    O autor cita Moisés, mas a sociedade hebraica, havia dirigentes. O próprio Moisés foi um dirigente. No tempo dos Juízes, os juízes eram os dirigentes.

    E o autor peca ao dizer que A liberdade não é uma política pública; ela não é um plano. Ela é o fim da própria política. Nope. A liberdade é o meio, e não o fim. Isso que estes libertários tem que entender
  • Servidor Federal  03/01/2013 17:07
    Texto inspirador. Excelente texto, infelizmente a cada dia somos menos livre.
  • Vinicius Costa  03/01/2013 17:53
    "Assim, seria necessário apenas eleger políticos versados na Escola de Chicago e um presidente treinado nos méritos dos incentivos de mercado, e tudo começaria a se resolver."

    Esse trecho me fez lembrar do recente livro do Arnold Schwarzenegger. Ele sempre foi muito influenciado pelo Milton Friedman e, quando assumiu o Estado da California, quis acabar com vários benefícios dos funcionários públicos. O resultado foi uma mega campanha contra o seu governo, patrocinado pelos sindicatos, principalmente dos professores.

    Na primeira tentativa, não conseguiu acabar com nenhuma lei que tinha em mente. Depois de um tempo deixou de ser radical e teve que agir conforme a pressão desses grupos. É triste, mas foi o que aconteceu.

    Ao contrário do autor do texto, eu penso que uma coisa não exclui a outra. Ter libertários eleitos em bons cargos facilitaria e muito a ação daqueles que estão fora do poder. Uma mão ajuda a outra.
  • anônimo  03/01/2013 18:18
    Putz, então foi por isso que a carreira política dele deu com os burros n'agua
    Gostei de saber disso, eu cresci vendo os filmes dele, pelo menos um ator com cérebro no meio de celebridades cabeça oca
  • Alexander  03/01/2013 18:28
    Os pontos levantados pelo "Um filósofo" só demonstram o quanto socialistas pensam que o povo é retardado. Acho impressionante como se julgam capazes de gerir/orientar a vida de OUTRA PESSOA, achando que seu padrão moral ou o que quer que seja deve ser enfiado goela abaixo de todos.

    1. Por definição. Uma sociedade sem coerção será sempre direcionada para que indivíduos coloquem suas prioridades acima da dos outros. O egoísmo é letal, destrói todas as relações humanas e qualquer tentativa de criar uma civilização. Pelo egoísmo, o homem apenas visará o lucro e tal atitude reduzirá a qualidade do serviço, os salários dos trabalhadores e o tornará menos acessível aos mais pobres. Por que? Gastos - Ganhos = Lucro. |||

    1. Por definição DE QUEM MEU CAMARADA? QUEM DISSE ISSO? Onde isso foi testado? Onde você viu isso? Tenha dó... todo mundo é egoísta sim, sempre que uma situação Eu x Você se apresentar, "EU" ganha. E daí?

    Um homem que visa o lucro, como você diz, no mercado, vai obtê-lo oferecendo produtos e serviços de qualidade, a um preço percebido pelos consumidores como aceitável e dando suporte pós-venda. Não se esqueça que o tal homem TEM CONCORRENTES.

    Sabe o que é REALMENTE EGOÍSTA? Um grupo de pessoas dominar o Estado e impor seu padrão moral para a população.

    2. O Sr não poderia estar mais enganado/iludido! É muito simples dizer que todas as mazelas da África são culpa do capitalismo. O Sr por acaso já viu o tipo de governo que existe naquelas bandas? Apesar de toda a ajuda mundial, continuam todos na merda. toma aí tua caridade.

    3. Amigo, se fosse o caso, não existiriam ONGs / OSCIPs. Seu argumento morre só com isso, obrigado. Vá a Cuba, por exemplo! Onde todos tem acesso igual a serviços porcamente prestados. Se nivelar por baixo é a sua...

    4. Isso só pode ser uma espécie de piada. Se as pessoas tivessem um mínimo de conhecimento do idioma que usam, perceberiam que o sistema de cotas é RACISMO PURO. E indivíduos diferentes não se unem em prol de um bem comum? Sério? Saia da sua caverna, meu camarada, todos trabalhamos juntos o tempo todo.

    5. Equiparar a URSS com UK só pode ser uma piada de mal gosto, me recuso a comentar esta insanidade.

    6. Então os pais são obrigados a aceitar a doutrina do Estado pelo bem da criança? O futuro é importante demais? O futuro de cada um é INDIVIDUAL. Mais uma linha e você iria dizer que o Estado deve criar cotas de profissões...usar a China de exemplo é o que eu chamaria de "adding insult to the injury".

    7. Sim!!!! Por isso mesmo todas as guerras até hoje foram estimuladas pelo "livre mercado." SÓ QUE NÃO. Você pode dizer que foi por interesse ou ganancia, mas DO ESTADO, não do padeiro da esquina ou do dono da agência de publicidade.

    8. Sim! E eles teriam que ir procurar empregados aonde exatamente?

    9. É, o mercado é formado por gente burra, pois todos os espertos estão mamando no governo.

    10. Me desculpe, mas quando foi que a ciência foi estatizada?

    A moral socialista pode ser resumida da seguinte forma: Achamos todos vocês retardados, que não tem capacidade de decidir o que é melhor para você e seus filhos, por isso vamos controlar suas vidas.
  • Kondde  03/01/2013 19:33
    A ironia só é ironia mesmo até o ínfimo momento em que ela se faz percebida.
  • Silvio  03/01/2013 20:03
    bom, eu humildemente (sem ironias) pergunto:

    Sobre ciência e pesquisa estatal, como fica o caso de pesquisa de grãos para agricultura? É um caso em que a pesquisa privada seria facilmente copiada pela concorrência. Basta algumas mudas e toda a sua pesquisa acabou de ser usurpada. A existência da embrapa, teoricamente, resolve isso.

    E sobre seguridade social. Li algumas pesquisas (preciso procurá-las, caso queira) mencionando a baixa propensão para poupar dos brasileiros. Isso não poderia levar a situações futuras nas quais os aposentados, já idosos, que não foram 'forçado' a poupar via INSS, ficassem absolutamente sem recursos? Claro que o INSS é uma péssima instituição e tem fraudes, sem falar no sistema onde ativos bancam aposentados como uma bomba-relógio. Mas um homem que passou a vida trabalhando e gastando, chega na 3a. idade sem condições de trabalhar e sem família. O que deveria ser feito? Embora assistencialista, seria desumano deixá-lo sem nenhuma renda.

    A penúltima questão fica ligada com sistema de saúde. Entendo que o SUS e nossos hospitais são péssimas instituições. Mas supondo que uma pessoa pobre fique doente e precise de uma cirurgia cara. A quem ela recorreria numa situação de sistema de saúde 100% privado? O Estado seria provedor último?

    E minha última questão fica relacionada à construções em espaço urbano. Embora a construção de parques públicos possa ser relacionada com "o espaço poderia ser melhor utilizado pelo mercado na construção de prédios, residências, comércio, etc.", em qual situação a iniciativa privada construiria parques no meio de cidades como São Paulo, por exemplo? Podem ser áreas que reduzem ilhas de calor, proporcionam entretenimento para moradores e trabalhadores da região. Claro que fica o argumento que o espaço seria melhor utilizado, mas eu imagino uma SP sem o Ibirapuera se a desregulamentação fosse total.

    Gostaria de deixar claro que, embora não seja grande conhecedor das teorias da escola austríaca, simpatizo com elas. No entanto, tenho a sensação de que algumas coisas acabam ficando exageradas e gostaria de entender melhor.
  • Leandro  03/01/2013 20:42
    "Sobre ciência e pesquisa estatal, como fica o caso de pesquisa de grãos para agricultura? É um caso em que a pesquisa privada seria facilmente copiada pela concorrência. Basta algumas mudas e toda a sua pesquisa acabou de ser usurpada. A existência da embrapa, teoricamente, resolve isso"

    Não entendi qual o problema em se poder copiar. No ramo da moda, por exemplo, as cópias ocorrem da noite pro dia, e no entanto trata-se de uma das indústrias mais lucrativas do mundo. Não há absolutamente nenhum tipo de direito autoral ou de patente. Mais ainda: você pode comprar cópias de roupas e bolsas de enorme qualidade, e ainda assim as marcas originais continuam ganhando fábulas de dinheiro. E olha que as cópias no setor agrícola estão longe de ser tão simples quanto no mundo da moda. Outra coisa: nenhuma empresa é obrigada o fornecer seu segredo para outra. Hoje isso ocorre no ramo das patentes (quando ela expira) justamente porque o governo obriga as empresas (farmacêuticas) a revelar seus ingredientes.

    Qual o seu temor? Que ninguém mais fará nada? Se isso ocorrer, o primeiro que fizer lucrará horrores.

    Em tempo: em países como a Nova Zelândia, o governo cortou a zero todos os subsídios ao setor agrícola. O setor decolou. O que você está fazendo é afirmar sua certeza de como será o mercado em um ambiente desregulamentado. Isso não existe. É justamente essa incerteza o que cria oportunidades de empreendimento e de lucro. Se prever as condições futuras do mercado tão simples quanto você quer que seja, você próprio estaria milionário hoje. Essa é a essência do empreendedorismo.

    "E sobre seguridade social. Li algumas pesquisas (preciso procurá-las, caso queira) mencionando a baixa propensão para poupar dos brasileiros."

    Nem precisa mostrar pesquisa nenhuma. A própria teoria econômica explica que não poderia ser diferente. Aliás, Mises em 1922 já explicou que inevitavelmente seria assim. Óbvio. Se o governo toma o seu dinheiro jurando que devolverá tudo no futuro, com juros e correção, por que poupar? O governo já "garantiu" seu futuro. Poupar passa a ser visto como comportamento de imbecis masoquistas.

    O governo é sua babá e estará ali para lhe prover no futuro. Até o dia, é claro, em que a realidade econômica se impor, a demografia for alterada, e a geração futura descobrir que não terá como ser sustentada por ninguém. Aí sim virá o desespero. Na Europa isso já está prestes a começar a ocorrer.

    Na China, por outro lado, país em que não há um INSS, a população poupa fortemente. Aí está, portanto, a sua resposta. Quando o governo deixa claro que não proverá ninguém, a responsabilidade individual entra em cena. E quem não for responsável? Vai se estrepar. Assim é a vida. Tem de ser.

    "Isso não poderia levar a situações futuras nas quais os aposentados, já idosos, que não foram 'forçado' a poupar via INSS, ficassem absolutamente sem recursos?"

    Isso -- ficar sem recursos -- vai acontecer de um jeito ou de outro. Não existe recurso no INSS. Essa é uma das maiores falácias que a propaganda estatal conseguiu incutir na mente das pessoas. Elas genuinamente acreditam que o dinheiro que pagam ao INSS está lá guardadinho, aplicado em algum investimento seguro, e que quando elas aposentarem tudo fluirá magicamente. Mas a verdade é mais amarga: todo o dinheiro que o governo confisca de indivíduos e empresas para o INSS é imediatamente gasto em despesas correntes. Não apenas não sobra nada, como ainda há déficit. O que sustenta o atual sistema é simplesmente a demografia. Enquanto houver mais pessoas trabalhando do que aposentadas, dá pra ir levando a coisa. Porém, quando esse demografia se alterar -- e já está se alterando -- será um tenebroso Deus-nos-acuda.

    "Mas um homem que passou a vida trabalhando e gastando, chega na 3a. idade sem condições de trabalhar e sem família. O que deveria ser feito? Embora assistencialista, seria desumano deixá-lo sem nenhuma renda."

    A reforma da previdência é algo complexo demais para ser explicado aqui numa simples seção de comentários. A reforma passa inevitavelmente por uma reforma do sistema monetário e bancário: a emissão de moeda tem de ser drasticamente reduzida, de modo que o dinheiro passe a ganhar poder de compra ao longo do tempo, em vez de perder poder de compra, que é o que acontece atualmente.

    Uma vez feito isso, o cidadão não mais seria obrigado a dar parte de seu salário para sustentar o esquema fraudulento que é a Previdência Social. O governo não teria qualquer justificativa para obrigá-lo a fazer isso (donde se conclui que é do interesse do governo manter uma destruição constante do poder de compra da moeda, pois assim ele tem "argumentos" para implantar sistemas confiscatórios para benefício dele próprio, como a Previdência). Tampouco precisaria o cidadão se preocupar com o risco de sua previdência privada quebrar e ele perder boa parte de sua poupança. Com efeito, qualquer esquema previdenciário obrigatório seria necessariamente uma fraude.

    Dado que a moeda ganha poder de compra com o tempo, os infindáveis debates sobre a reforma da previdência virariam mera curiosidade masoquista. Bastaria apenas o indivíduo deixar seu dinheiro parado e este ganharia valor com o tempo.

    Ofereci um resumo de um plano de reforma em meu podcast.

    "Mas supondo que uma pessoa pobre fique doente e precise de uma cirurgia cara. A quem ela recorreria numa situação de sistema de saúde 100% privado? O Estado seria provedor último?"

    Recorreria a você, a seus amigos, familiares, vizinhos e instituições de caridade. Ela também venderia seus bens e ativos mais valiosos (a vida, afinal, não é o bem mais valioso que existe?). O sistema que você disse que iria salvá-la (estado sendo o provedor último) já existe atualmente e o resultado é o açougue vemos todos os dias no noticiário.

    "Em qual situação a iniciativa privada construiria parques no meio de cidades como São Paulo, por exemplo?"

    Sei lá. Vai depender das condições de mercado vigentes no momento. Impossível saber de antemão como serão as demandas futuras. Ademais, esse tipo de preocupação é o de menos na atual conjuntura econômica do país. Não tenho o mínimo interesse nesse assunto, se me permite a sinceridade. Parques serão construídos naquelas localidades cujos habitantes quiserem. Por que isso é complicado?

    Grande abraço!

  • anônimo  03/01/2013 21:09
    '"Sobre ciência e pesquisa estatal, como fica o caso de pesquisa de grãos para agricultura? É um caso em que a pesquisa privada seria facilmente copiada pela concorrência. Basta algumas mudas e toda a sua pesquisa acabou de ser usurpada. A existência da embrapa, teoricamente, resolve isso"

    Não entendi qual o problema em se poder copiar. '

    O problema óbvio é que isso mata o incentivo pra pesquisar. Quem é que vai ser burro de querer trabalhar de graça pro concorrente? E isso é uma coisa que os próprios libertários não negam, que o incentivo seria prejudicado, não negam e só falam que tem que ser assim mesmo porque é o mais ético segundo a ética do tal 'direito natural' deles.
  • Bruno  03/01/2013 21:29
    Deve ser por isso que a indústria da moda foi à falência e todos os estilistas são pobres, né? É incrível como algumas pessoas aqui só lêem o que querem e ignoram o que lhes convém.

    Aprenda algo: o que quer que você crie, não é fácil ser copiado integralmente. Explica aí: como é que até hoje ninguém conseguiu copiar a fórmula da Coca-Cola? Outra coisa: no ramo farmacêutico, é o estado quem obriga as empresas a divulgarem suas fórmulas para permitir os genéricos. Sem isso, não seria absolutamente nada simples copiar remédios.

    Venha imediatamente para a realidade do mundo.
  • anônimo  03/01/2013 21:42
    Moda é coisa que qualquer maconheiro com meio cérebro inventa a bobagem que quiser e fica rico porque o mundo é assim mesmo, o mundo é fútil, se eles botarem um bando de mulher com abajur na cabeça vai ter quem ache lindo.
    Agora comparar isso com o trabalho de um pesquisador de verdade que rala anos procurando remédios, vacinas, é o cúmulo da falta de noção.
  • Matheus  04/01/2013 09:55
    Se é tão fácil assim, por que você não se dedica a essa atividade (que qualquer maconheiro faz) e, com sua capacidade superior, ganha rios de dinheiro? Por acaso odeia dinheiro?
  • anônimo  03/01/2013 21:52
    'Aprenda algo: o que quer que você crie, não é fácil ser copiado integralmente.'

    Ah é? Já ouviu falar de xerox? Ou de ctrlC ctrl V ?

  • Bruno  03/01/2013 22:12
    Putz, enquanto eu estou falando de criações tangíveis, de bens, de projetos, de investimentos, o sujeito está falando em meras palavras num papel. Deve estar pensando em partitura de música.

    Cidadão, depois de responder ao desafio do Andre Cavalcanti ali em cima, responda à minha pergunta: cadê a cópia da Coca-Cola? Vai dizer que não é lucrativa copiá-la? É só fazer um CTRL C CTRL V, né?
  • Andre Cavalcante  03/01/2013 22:01
    Engraçado, diz isso pro Google, Samsung, LG, etc. que usam o Android, um sistema operacional open source (ou seja, qualquer um pode copiar a vontade) e, segundo constatam os últimos números, já colocaram iPhone (que usa iOS, um SO fechado) no chinelo...

    Abraços
  • anônimo  03/01/2013 22:10
    Apples and oranges
    Projetos de programas open source vivem de doações, todo mundo sabe disso.
    Então no fim das contas o cara não está trabalhando de graça, está trabalhando pra depois pedir por 'doações', mas não é de graça.
  • Andre Cavalcante  03/01/2013 22:32
    Ooops.

    Você deve saber muito sobre patentes e intervenção estatal, mas pelo jeito você não entende nada do modelo open source. Se você acha que a Samsung, a LG e o Google vivem de "doações" e ainda assim conseguem vencer a Apple em termos de vendas, não há o que discutir, apenas lamentar.
  • Renato Souza  04/01/2013 02:22
    Quando surgiram os direitos autorais, o ocidente não estava passando por uma fase de falta de investimentos em ciência, tecnologia e artes. Pelo contrário, o conhecimento estava crescendo aceleradamente. Então, não há nenhum motivo para imaginar que, caso os direitos autorais e patentes não houvessem sido inventados, o crescimento dessas áreas do conhecimento seria pequeno.

    Repetindo: O início das revoluções científica e tecnológica precederam o direito autoral. Logo não se pode atribuir ao direto autoral o nosso desenvolvimento científico e tecnológico. Não podemos realmente saber como seria sem a criação desse direito. Seria diferente, mas é só isso que podemos dizer.

    E a arte que se fazia em tempos anteriores ao direito autoral era mais complexa e rica do que a que se faz hoje.
  • Um Filósofo  04/01/2013 02:05
    Senhor Alexandre e amigos, falta compaixão em sua abordagem. Talvez eu não possa questionar o conhecimento econômico dos senhores ou o do autor do artigo, mas digo com total certeza que qualquer sistema baseado no lucro apenas gerará insatisfação, desperdício, pobreza espiritual e desigualdade.

    A respeito da réplica do senhor Alexandre contra minha posição de suporte às cotas raciais, devo apenas lamentar que ele não enxergue o racismo que existe no Brasil. Se não for papel do estado aproximar os indivíduos, de quem será? O mercado permitirá que eles apenas tenham interação com quem desejam, fazendo com que o racismo prevaleça. Se é papel do estado conquistar a igualdade, indivíduos precisam SIM ser forçados a interagir; não apenas não os matará como também os fará evoluir como pessoas e comunidade. Por que isso é um escândalo? Forçar um indivíduo a encontrar o amor é o maior gesto de carinho comunitário que pode ser dado a quem não quer amar.

    Apoiar uma sociedade sem serviços estatais ou justiça social é claramente apoiar uma sociedade dos ricos, onde os pobres seriam deixados arrastando sobre as ruas sujas e abandonadas(Sem estado, quem cuidaria das ruas?). Serviços públicos são essenciais. Se o senhor realmente ama a sociedade, você irá querer que o próximo colabore pelo bem dessa. Quando fui ao Canadá, por exemplo, achei maravilhosa a ideia de um sistema de saúde pública de qualidade. Nenhum burguês morreu para pagar pela saúde gratuita do proletariado e por sua própria. Pasmo fico, data máxima venia, como os senhores podem apoiar um arranjo social que esquece que somos todos seres humanos e por isso precisamos sempre satisfazer às necessidades dos outros em prol do bem comum(Mesmo quando não queremos)?

    E, como questionamento final, por que são minhas causas que são colocadas como questionáveis nos campos morais se são os senhores que, data venia, apoiam que gente necessitada morra doente por não poder pagar?
    Desde Platão é sabido que o povo é enganado pelas elites, permitir que o povo siga comprando a alienação consumista destruirá nossa rica cultura nacional frente ao lixo estrangeiro e comercial, feito para ser vendido.

    Saudações da Escola de Frankfurt, meus conterrâneos burgueses. Ainda firme na luta contra a indústria cultural, a alienação e a brutalidade capitalista.
  • Leandro  04/01/2013 02:13
    Cada vez melhor!
  • Ewerton Alipio  04/01/2013 04:17
    Caro Leandro, penso que o espirituoso "Um Filósofo" é teu alter ego.
  • Leandro  04/01/2013 04:41
    Confesso invejar sua presença de espírito e sua capacidade de resumir perfeitamente, e de maneira convincente, a opinião dos marxistas. Quisera eu ter o mesmo talento. Eu também sou irônico, mas minhas ironias são bem mais explícitas. Ironias sutis dependem tanto da inteligência do criador como também, e principalmente, de como você qualifica a capacidade de percepção do interlocutor. Neste último quesito, tendo a ser bem menos benevolente que o Filósofo.

    Abraços!
  • Renato Souza  04/01/2013 14:11
    É função da sociedade aproximar as pessoas. Certamente eu não delegaria essa função a gangs de psicopatas que controlam a maioria das instituições estatais.

    Pense: Se a sociedade é feita de pessoas, e na sua opinião é essencialmente má, porque o estado que é feito de pessoas seria uma instituição essencialmente boa? Pior ainda, o estado é feito de pessoas com PECULIAR atração pelo poder, pelo menos nas suas esferas mais altas. Ora, pessoas peculiarmente mais sedentas de poder que a média dos seres humanos não serão pessoas melhores que a média, mas piores. É freqüente que o estado seja liderado por pessoas particularmente más. Os instrumentos de controlo da sociedade sobre o estado, que os socialistas gostariam de destruir, são uma evidência desse fato, dessa tendência do estado ser tomado pelos piores.
  • Um Filósofo  04/01/2013 14:40
    Renato, sua pergunta vem sendo respondida desde Platão. Temo dizer que seu desconhecimento sobre filosofia é evidente.

    O filósofo, diferente do habitante(Cuja alma é concupiscente) e da do soldado(Cuja alma é irascível), possui uma alma magnânima, capaz de organizar a sociedade com perfeição e em função do bem comum.

    Karl Marx, muitos séculos depois, vendo as dificuldades de colocar um filósofo no poder devido ao monopólio da burguesia sobre a sociedade democrática, organizou um esquema científico de gestão estatal e humana feito para promover as capacidades do ser humano e criar uma sociedade nova através da dialética hegeliana. Até mesmo um economista, Walras, realizou uma contribuição indireta: Ofereceu um aparato matemático e científico aos filósofos comunistas que corrigiria qualquer problema de alocação de recursos(Entretanto, tal aparato ainda tem sua existência negada pela burguesia).

    Até hoje, tais medidas científicas propostas por Marx e Platão vêm sendo desenvolvidas. Para impedir a corrupção humana de novamente arruinar um sistema socialista, o The Zeitgeist Movement propõe a criação de um super-computador que tenha em mente como organizar a sociedade em função do bem comum e à longo prazo.

    O problema do estado burguês é corretamente aquele que você expressou: Ele é organizado por gente de alma concupiscente e violenta, incapaz de seguir o bem comum.
  • Renato Souza  04/01/2013 15:56
    "Filósofo"

    Nem eu, nem nenhuma pessoa sensata, nunca consideramos essas palavras de Platão como razoáveis.

    Quanto a você, suas palavras são tão dissociadas da realidade, que sinceramente, você parece estar fazendo piada. Mas é impossível saber com certeza, porque são comuns esquerdistas apresentarem um discurso "sério" que parece piada. Comparando por exemplo, algumas notas oficiais do PCdoB com piadas de sites satíricos, às vezes é difícil discernir quem é quem.
  • Renato Souza  04/01/2013 15:46
    "Filósofo"


    Há duas maneiras básicas de se produzirem bens. As pessoas podem produzir bens usando sua capacidade, associando-se livremente ou não, e trocando esses bens por outros. A isso se chama mercado. Existem variações no grau de liberdade, mas esse é o esquema básico. Até uma cooperativa de produtores ou uma comunidade amish estão incluidos neste sistema, porque são associações voluntárias (quem quiser, sai). Tal sistema funciona normalmente em qualquer sociedade onde existam leis simples e claramente compreensiveis como derivadas do direito natural (proibições de matar, agredir, sequestrar, coagir, roubar, fraudar, violentar, etc).

    O esquema alternativo é a coerção. O modo oriental de produção, o escravismo, o socialismo e o nazismo são varições desse sistema. É conhecido pela sua violência implicita (justamente porque baseado na coerção). Pressupõe a existencia de uma classe "iluminada" essencialmente superior à sociedade, que não está sujeita às mesmas leis que esta. Seus resultados, tanto econômicos, sociais e humanos foram sempre desastrosos. Tal sistema, para "funcionar", exige um controle muito grande da elite sobre a sociedade, inclusive sobre palavras, pensamentos, criação de crianças, intimidade das relações pessoais. Mesmo que as propriedades sejam oficialmente do "povo", se é a elite que manda nelas, então elas são da elite, e o povo é escravo.

    A maioria dos sistemas está num meio termo entre estes dois extremos. O mercantilismo, os fascismos, a maioria dos sistemas europeus, o atual sistema americano, o bolivarianismo, o nacional-desenvolvimentismo, o petismo, o keynesianismo, etc, são exemplos de sistemas intermediários. Neles há alguma liberdade individual (maior em alguns sistemas, menor em outros), mas todos propõe que o estado agrida os indivíduos e os desrespeite.

    Normalmente o motivo alegado para as ações agressivas do estado é a proteção dos fracos contra os fortes. Ocorre que esse é o motivo mais hipócrita que se pode imaginar. Para início de conversa, o estado e seus agentes, e o partido (no seu sentido real) no poder são a parte forte. A agressão do estado contra direitos individuais é uma agressão do forte contra o fraco. Os donos do poder são individual ou coletivamente, os donos dos bens do estado (que normalmente, num sistema desses é dono da maior parte do PIB). Além disso, ricos individuais não teriam força para impor sua vontade à sociedade toda. Mas ricos associados ao estado, tem essa força, porque a lei é distorcida a seu favor. Note que sempre que as esquerdas falam em "cobrar mais impostos dos ricos" os prejudicados são ricos comuns, que não tem poder suficiente para influir no poder central. Os "metacapitalistas" amam estados intervencionistas, e nunca são prejudicados por "taxas de impostos progressivas". A intervenção do estado não impede a agressão dos mais ricos contra a sociedade, pelo contrário é justamente essa intervenção que potencializa essa agressão.

    Só um exemplo de como o estado dá força aos mais ricos de todos, contra a sociedade como um todo: Num sistema sem banco central, os bancos teriam uma fatia muito menor da economia. Os bancos não seriam sócios do governo na criação de dinheiro sem lastro, e portanto os governos poderiam deixar os bancos falirem sem nenhuma preocupação. Sem o guarda-chuva de proteção do estado, restaria aos banqueiros a prudência ou a falência. Sem a inflação para alimenta-los (e ao estado) com dinheiro tomado da sociedade, os bancos seriam reduzidos à sua real importância econômica. Um banqueiro teria o poder de um simples lojista, ou industrial. Eu poderia dar inúmeros exemplos de como o intervencionismo do estado é o causador do aumento da riqueza e poder dos mais ricos. Monopólios, ou oligopólios, sem o apoio do estado, não poderiam se manter por muito tempo, industrias bélicas seriam menores, grandes empresas de telefonia teriam a concorrência de pequenas. Funcionários públicos, que no atual sistema ganham uma fortuna em desvio de verbas e achaques, teriam muito menos o que roubar. Extinto o imposto inflacionário, o povo, além de ter mais dinheiro, não seria refém do sistema financeiro. Dinheiro guardado em casa não perderia o valor, e os banqueiros seriam obrigados a oferecerem ganhos maiores aos seus pequenos correntistas, para poderem ter o que emprestar. O estado, reduzido em tamanho pela perda do ganho inflacionário, teria menos funcionários públicos, mas haveriam mais empregos na sociedade.

    Sem intervenção do estado, a industria das "alterações climáticas" desapareceria. A industria do divorcio seria reduzida ao seu real tamanho. A indústria cinematográfica seria livre, sem ter de produzir filmes de acordo com a ideologia dos governantes. Os jornalistas honestos não serim ameaçados de demissão se dissessem o que pensam e o que sabem. A mordaça do politicamente correto desapareceria, e as pessoas poderiam saber o que os outros realmente pensam. Leis seriam criadas sem motivos político-ideológicos, mas apenas pensando no direito natural e nos seus efeitos reais, e assim ajudariam a debelar a violência urbana.

    Resumindo: Ao se analisar os efeitos das diversas intervenções do estado, notamos que ele produz aumento da desigualdade entre ricos e pobres, diminuição da lib erdade, controle do pensamento e das palavras das pessoas, até mesmo nas suas relações privadas, para se adequarem aos ditames de uma elite cultural, desrespeito aos direitos e liberdade das pessoas, medo, insegurança, infantilização, bloqueio da troca de idéias, desunião entre as pessoas, destruição do associativismo, destruição da empatia e cooperação voluntária, hipocrisia e dissociação cognitiva. O estado abrangente e controlador de tudo é uma desgraça.
  • Will  03/01/2013 22:03
    OFF TOPIC: Acho que a Escola Austríaca de Economia está começando a fazer barulho ao redor do mundo! Quem souber inglês e tiver interesse, veja esse artigo do Economic Times da Índia: economictimes.indiatimes.com/news/international-business/austrian-school-of-economic-thought-gaining-influence-as-nations-tackle-debt/articleshow/17803329.cms
  • Paulo Kogos  04/01/2013 00:00
    este artigo do Lew Rockwell é ridículo

    uma sociedade precisa de um político pra ser o dirigente
    precisamos de um filho da p*** sociopata para ser o fuhrer, o ducce, o grande camarada ou seja la q outra merda de titulo!

    sem um dirigente forte teremos pobres metidos a rico, que nao enxergam seu devido lugar como peões
    teremos ricos gerando empregos e reinvestindo ao invés de contribuir pros esforços de guerra na busca pelo espaço vital

    sem dirigentes teremos um exército voltado pra autodefesa composto por voluntários elitizados e nao as grandes massas de recrutas, incluindo crianças, que marcharão para a morte em nome da nossa grande nação

    sem dirigentes teremos uma moeda forte que nao pode ser falsificada, e desse jeito nunca poderíamos financiar nossas gloriosas guerras, nossos gloriosos monumentos públicos e nem ajudar nossos aliados a ter privilégios! o povo vai ficar rico demais e ameaçar o poder do ducce!

    e educação entao??? vcs querem um povo educado e especializado que questione o poder político??? precisamos de um camarada que doutrine as crianças pra q elas continuem a amar o Estado!

    precisamos de dirigentes!
  • joao  24/02/2013 01:47
    Eu não sei qual foi melhor: o artigo ou os comentários.

    Farei minha pequena contribuição: como explicar que todas as culturas têm um dirigente? Um líder ou algo do tipo? Os índios têm o pajé. Os hebreus tiveram os juízes, e acima de tudo, a Deus (o único "Estado" onisciente, onipotente, onipresente).

    Outra coisa: nas regiões onde as pessoas têm uma tendência à desordem generalizada (guerras tribais, etc...vide Somália, Afeganistão), a inexistência de um Estado pode ser MELHOR do que um Estado opressor além do fato de cada um ter liberdade individual? Pois nesse caso troca-se a "paz" (mantida a punho de aço) pela liberdade (que, nessas regiões, vem acompanhada de infindavel caos).

    Estou sendo o advogado do diabo para colocar minhas crenças à prova, e assim vencer em debates posteriores.

    PS: alguem aqui está viciado nesse site? Eu tenho uns 20 artigos pra ler daqui, e tá difícil conciliar...mas é DEMAIS!

  • Walisson  21/06/2013 01:05
    Viciado (2) Já é minha homepage!

    Queria saber um pouco mais de como anda o partido Libertários.

    Abraço a todos.
  • Andre Cavalcante  21/06/2013 02:16
    João,

    A palavra-chave é essa: líder!

    Vivemos em uma sociedade em que há vários líderes. Você, conscientemente delega poder sobre você mesmo a certas pessoas, reconhecidas em sua área de atuação: seu médico, seu chefe no trabalho, seu pai em casa, o padre/pastor/rabino/religioso etc.
    Na vida social é natural esse sentimento. E importante para a sociedade que vários deles possam guiá-la, através do empreendedorismo, por exemplo.

    Mas liderança não requer, necessariamente, nem que seja única, nem que use de coação para com todo o restante da sociedade. Em outras palavras, uma coisa é liderança, outra coisa é o estado.
  • Lucas  26/06/2013 00:04
    Desculpem a ignorância, mas como uma nação pode-se tornar independente do Estado hoje em dia, sem que uma estrangeira venha e assuma o controle, colonizando-a?

    Ou mesmo, supondo que as pessoas que habitem esse território 100% livre não sofram com invasões de outros Estados, como vencerão barreiras alfandegárias que ainda existem em todos os países? O comércio internacional para estas pessoas não ficaria comprometido?

    Há outros questionamentos, como a unidade monetária dessa região livre, a unicidade jurídica, etc, mas principalmente, a principal questão que deve ser levantada é:

    - De fato, o Estado gera privação de liberdade dos indivíduos, isso é inegável, é consenso, porém, na ausência dele, como garantir que um grupo de pessoas imponha, à força, ainda mais restrições às liberdades individuais?

    - Não seria, portanto, uma República Democrática, um meio pelo qual as pessoas, livremente optam por abrir mão de parte de sua liberdade, para não correr o risco de perdê-la por inteiro?
  • joao  26/06/2013 13:14
    Olá! Hoje mesmo eu já repassei um artigo que pode ser interessante pra vc:

    Em uma sociedade sem estado, os déspotas não assumiriam o controle?

    Qualquer dúvida sobre a sociedade sem Estado, dê uma olhada na Seção Anarcocapitalismo
  • Andre Cavalcante  26/06/2013 13:38
    Lucas,

    Respostas completas a essas e outras questões: aqui

    Vamos a alguns comentários rápidos:

    "Desculpem a ignorância, mas como uma nação pode-se tornar independente do Estado hoje em dia, sem que uma estrangeira venha e assuma o controle, colonizando-a?"

    Primeiramente, qual seria o interesse de um estado estrangeiro em colonizar uma região libertária? Afinal, tudo o que quiser comerciar com ela poderia fazê-lo, sem protecionismo de nenhum tipo. De qualquer forma, libertarianismo não significa que não se olha para sua segurança, muito pelo contrário. O que impede que uma cidade possa ter uns caças stealth, submarinos etc.?


    "como vencerão barreiras alfandegárias que ainda existem em todos os países? O comércio internacional para estas pessoas não ficaria comprometido?"

    Pra que vencer tais barreiras? Simples, se o preço é bom, mesmo com impostos, eu compro. Se for bom pra venda, mesmo com impostos, eu vendo. De fato, ruim fica para o povo da nação protecionista (qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência!) que fica privado de bom produtos e serviços, não da nação libertária.

    "na ausência dele, como garantir que um grupo de pessoas imponha, à força, ainda mais restrições às liberdades individuais?"

    Mas isso é exatamente o que temos hoje, ou não? Clique no link acima e vais entender porque isso que cê falou não tem lógica alguma.

    "Não seria, portanto, uma República Democrática, um meio pelo qual as pessoas, livremente optam por abrir mão de parte de sua liberdade, para não correr o risco de perdê-la por inteiro?"

    Não! É exatamente a democracia que faz com que se perca a liberdade e não se tenha nada em troca. Não existe essa de liberdade pela metade. Ou se tem ou não se tem. Meia liberdade é não ter liberdade. Hoje trabalhamos 40% do nosso tempo para o governo. Isso é ou não uma forma de escravização?

    Outro excelente artigo: Por que não podíamos abolir a escravidão ontem e não podemos abolir o governo hoje
  • Lúcia de Oliveira Pereira  16/08/2013 14:27
    Não tive paciência de ler tudo. Sou dona de casa, estou assustada porque ouço falar que os manifestos nas ruas, estão sendo acompanhados por facistas que se mascaram e fazem vandalismos. Espero sinceramente que facismo não passe nem perto disso porque continuar a viver num país pacífico e abençoado.
    Por outro lado, estou preocupadíssima com o futuro deste país, não por mim, mas pelos filhos e netos. A educação está o caos. Meu neto tem onze anos e comete erros estonteantes. O professor verifica o caderno, assina e ignora os erros.
    O meu plano de saúde está beirando os R$ 800,00 mensais, tenho um neto dependente nesse plano e quando precisamos de pediatra em emergência, acabamos indo parar em PS municipal.
    Sou funcionária pública federal aposentada e no meu contra-cheque, vem um desconto do Imposto de Renda, maior do que o meu aluguel. Mas quando peço uma simulação para financiamento de casa própria, não me encaixo nos planos mais acessíveis, por causa da renda mensal BRUTA.
    E por ai vamos......
  • Rafael Bastos   20/08/2013 14:52
    "Desculpem a ignorância, mas como uma nação pode-se tornar independente do Estado hoje em dia, sem que uma estrangeira venha e assuma o controle, colonizando-a?"


    1° qual seria o interesse de um estado estrangeiro em colonizar uma região libertária?Afinal, tudo o que quiser comerciar com ela poderia fazê-lo, sem protecionismo de nenhum tipo.

    R: Não sejamos ingênuos pois seriam vários os interesses, desde a mera expansão de um império como demonstrativo de poder, superioridade e influência, como roubo de matéria prima, pois afinal de contas é muito mais barato escravizar e dominar um povo para que ele trabalhe para o estado do que negociar com ele( não que isso seja necessariamente verdade, mas um tirano certamente pensaria assim). E não se esqueçamos que é da natureza humana, cobiçar o poder e o domínio, parece que o Sr. esqueceu da existência de personalidades como a de Gengis Khan e Alexandre o Grande.

    2°De qualquer forma, libertarianismo não significa que não se olha para sua segurança, muito pelo contrário. O que impede que uma cidade possa ter uns caças stealth, submarinos etc.?

    R: Milton Friedman e F. A Hayek são excelentes autores, mas um autor que poucos libertários ou anarco-capitalista leram (e que ao meu ver é um erro fatal) é Sun Tzu.

    E quem não ler e seguir os ensinamentos da "A Arte da Guerra" inevitavelmente irá fracassar!

    E para este general Chinês ter caças stealths e submarinos é inútil se não houver a doutrina de emprego e alguém que os utilize da maneira adequada, e ai é de vital importância a existência de um corpo armado e organizado com hierarquia e poder, com um comando bem definido e um líder inteligente e perspicaz e para que tudo isso exista e possa ser mobilizado e financiado é necessário a figura do Estado. Mas você vem e me diz que seria possível contratar um exercito particular como a BlackWater para defender a cidade, mas neste caso seria necessário que fossem cobrados taxas e impostos para manter esta força pois é impossível que só um ou alguns poucos consigam pagar, e mesmo que através da contribuição voluntaria fosse possível pagar, que garantia você teria que essa força não se venderia por um preço maior oferecido pelo inimigo?

    A defesa de uma nação é impraticável sem a existência do Estado! Pois somente ele é capaz de criar e manter um exército, mobilizar um grupo de pessoas que se dediquem com exclusividade para a manutenção e segurança de um país ! Pois se não fosse o estado obrigar o cidadão a se alistar dar uma arma e um motivo para morrer (patriotismo) quem iria para a frente de batalha? Quem se dedicaria a tratar dos assuntos de Inteligência? Mercenários ? Não eu passo....

  • Andre Cavalcante  20/08/2013 15:08
    Novamente, parece que você não clicou nos links que postei acima, na mensagem ao Lucas:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=299 e
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=899

    Depois o povo reclama que o pessoal do IMB dá uma de truculento e responde meio torto.
    É cada um que aparece!

    Ah! A propósito do Sun Tzu: de fato, a sua doutrina é uma doutrina de estado! Logo, nada a ver com a doutrina de segurança que uma nova ideologia de liberdade vem trazer. Aliás, guerra é, por definição, ação de estado. Por que o pessoal não tenta, ao menos, olhar com outros olhos os problemas?
  • Rafael Bastos  20/08/2013 23:05
    Caro André eu já havia lido ambos os artigos, onde um deles muito interessante, diga-se de passagem, rebate a crítica sobre o surgimento de crises INTERNAS, rebeliões e desordem recorrentes da ausência de um Estado, segurança jurídica privada entre outras coisas e o outro mais simplista que equipara os argumentos escravistas e estadistas.
    Porém nenhum dos dois rebate satisfatoriamente meus argumentos quanto a AGRESSÃO MILITAR ESTRANGEIRA a um povo sem estado.
    Entenda as lições da "Arte da Guerra" e você vencera, ignore-as e lutara na escuridão.
    Sun Tzu

    O conhecimento do Senhor a respeito de tática, estratégia, inteligência, guerra e o real sentido da obra do General chinês se mostrou limitado. Pois a guerra não é apenas ação de estado, ela é na verdade é o MEIO pelo qual se atinge um objetivo político.E tão pouco significa um soldadinho atirando no outro, pois muitas vezes o campo de batalha ocorre nos campos ideológicos, filosóficos, financeiros etc... e nestes casos como nos combates militares, não se vence com força ou quantidade numérica, mas sim com inteligência, com estratégia!

    E por ignorar Sun Tzu e a verdadeira definição de guerra o anarcocapitalismo e o liberalismo estão na sombra e fadados ao fracasso e o esquecimento caso não modifiquem seu modus-operandi e por consequente o estadismo cresce a cada dia mais. E este é preço que se paga por ignorar o fato de que todos os dias estamos lutando e batalhando seja por uma vida melhor, para um concurso público, para atrair mais clientes na empresa, ou para defender o liberalismo!
    O liberalismo luta para mostrar que é superior a ideologia Keynesiana, por exemplo, mas não sabe como guerrear por este objetivo, não sabe como atingir este objetivo, "porque guerra é coisa do estado mauvadu" e como consequência dessa cega arrogância os liberais hoje são punidos a serem a minoria pouco influente!
    A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.
    Sun Tzu

    Sun Tzu não defendia a guerra, mas sim a paz, pois a guerra extingue os recursos da nação e traz sofrimento e destruição ao povo, e ele afirma que se deve conquistar um objetivo (seja ele qualquer que seja) utilizando o menor numero possível de recursos e pessoal, e preferencialmente sem derramar sangue.
    Sabe por que hoje a América Latina é dominada pela esquerda? Porque a KGB na maior parte de seu tempo, seguindo o que escrevi logo acima, não utilizava de espiões para roubar arquivos secretos dos EUA e coisas do tipo, mas sim trabalhavam na subversão ideológica de outra nações, como disse muitas vezes guiados pelas estratégias deste Chinês cuja obra mudou por diversas vezes o rumo do mundo e continuará influenciando mais do que qualquer obra liberal.
    E por isso, o socialismo, populismo, fascismo, totalitarismo e tantos outros "ismos" de cunho estadistas conquistaram mais espaço que a liberdade, não porque são ideologias melhores que o liberalismo ,muito pelo contrario, mas porque seus seguidores e lideres foram muito mais perspicazes e inteligentes em convencer que suas ideologias são melhores!
  • Andre Cavalcante  21/08/2013 14:34
    Rafael,

    Eu devo estar com alguma disfunção cognitiva, pois que você disse "Porém nenhum dos dois rebate satisfatoriamente meus argumentos quanto a AGRESSÃO MILITAR ESTRANGEIRA a um povo sem estado" e, logo em seguida, no comentário sobre a arte da guerra: " Pois a guerra não é apenas ação de estado, ela é na verdade é o MEIO pelo qual se atinge um objetivo político.E tão pouco significa um soldadinho atirando no outro, pois muitas vezes o campo de batalha ocorre nos campos ideológicos, filosóficos, financeiros etc..."

    Isso me deixou confuso: o link que passei fala especificamente de ação militar e defesa. E você coloca igualmente que não respondeu aos seus argumentos pois a guerra é colocada no sentido de embates no campo filosófico, financeiro, como um meio político.

    Parece-me alhos e bugalhos...

    A questão da escravidão é só pra mostrar que o argumento que cê está usando: sem estado não haveria X (defesa, no caso), é simplesmente falso e já o foi usado outrora para justificar a escravidão (sem escravos não haveria "bucha de canhão", ou o que fazer com soldados e povos que perdem guerras? escravidão, etc.).

    Outra coisa: ausência de estado não quer dizer ausência de liderança ou ausência de defesa ou ausência de qualquer coisa. Se algo é importante para alguém, haverá quem pague por aquilo, seja defesa, seja qualquer outra coisa.

    PS.: já estudei Sun Tsu e as técnicas do Go justamente em curso de empreendedorismo, que pese isso qualquer coisa de relevante na discussão (o que absolutamente não o é).
  • joao  21/08/2013 15:16
    Tem algum estudo libertario sobre defesa contra agressão externa?

    Supondo qe haja uma razão para um territorio livre ser atacado - digamos, o medo de que o exemplo se alastre - como ele poderia defender de uma nação que tem financiamento quase ilimitado para defesa (saque dos cidadãos)?

    Por mais que digam, bancar blindados, caças e outros equipamentos não é lucrativo, ainda mais se for pra mantê-los na defesa exclusivamente. Exércitos permanentes não são lucrativos. E mercenários podem ser comprados.
  • Andre Cavalcante  21/08/2013 21:22
    João, creio que trabalhos completos não existem a respeito, até porque é um monte de ses: se uma nação estrangeira efetivamente quiser invadir o território libertário, se a produção de material militar não for de interesse da nação libertária, se a população tiver desarmada, se...

    Sobre a questão de mercenários serem comprados, lembrar que boa parte das invasões que a história humana conta tem sempre um dedo de algum "traidor" que se "vendeu" a nações estrangeiras: Siracusa, Roma, Portugal (na época da unificação ibérica), França (em plena guerra dos cem anos, entregando aos ingleses a mártir Joana), o próprio Brasil (que comprou o Acre e o RS) etc. Então, isso não é uma característica de mercenários, mas de exércitos, políticas, políticos etc. Faz parte do jogo. Aí fazendo uma recapitulação do Sun Tsu, citado acima: é melhor comprar a vitória do que fazer a guerra.

    O fato é que os que negam a viabilidade de um território libertário não veem uma coisa muito simples: se há mercado, haverá quem pague. Se segurança, interna ou externa for algo efetivamente necessária para um grupo libertário, ele irá bancar isso. Em outras palavras, não é preciso efetivamente um governo para prover segurança, percebe?

    Outra coisa: equipamentos militares são sim muito lucrativos, principalmente se você olha o aspecto global que isso toma. Em um território libertário, onde não haverá impostos de importação, materiais de primeira linha podem ser facilmente importados e equipamentos militares podem ser construídos por empresas ali instaladas. Pode mesmo passar a fornecer para outros territórios, porque produz com qualidade e baixo preço. De fato, este seria um bom motivo para invadir um território libertário: acabar com a indústria militar que está "arruinando" com a indústria local, devido ao baixo preço e a alta tecnologia associada.

    E, novamente: a não existência de governo não significa a não existência de leis ou de líderes. As leis só seriam um pouco diferentes no que tange a sua ação na esfera individual e o líderes não seriam bancados coercivamente, como é hoje. Se a isso chamarem de estado mínimo, não me importa nem um pouco! O importante é perceber-se a mudança paradigmática proposta - uma nova forma de pensar os indivíduos, suas relações e a sociedade que tais relações forma (e tais relações são também de ordem internacional, isto é, com outros territórios, nações etc.).


  • joao  22/08/2013 00:11
    Eu tambem me importo com isso, mas é que essa discussão da Defesa esquenta muito a cabeça de ancaps como nós. O olavão usou isso pra achincalhar quem só pensa em livre mercado hahahaha

    disse algo como:
    "nao tem como um território ser livre com uma ditadura militarista logo ao lado, como na Guerra Fria."

    E isso foi no podcast dele aqui no IMB.

    A Suíça é um exemplo limitado demais: é um estado e tem condições geográficas invejáveis (cercada de montanhas). E mesmo na História isso é complicado: as pólis gregas eram bem defendidas, mas as cidades fenícias não.

    É bem provável que a população fosse bem armada individualmente, mas equipamentos mais pesados (blindados, artilharia e força aérea) não seriam mantidos permanentemente.
  • Marcio L  25/08/2013 03:46
    Esbarrei com um texto na internet sobre os grupos de auto-defesa que tem surgido no méxico, já que o estado não tem conseguido proteger os cidadãos, algo como um levante popular contra as máfias que tem tocado o terror a algum tempo:

    noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/grupo-de-autodefesa-mostra-forca-ao-tomar-cidade-no-mexico,130245034e8ad310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
  • Guilherme  22/08/2013 03:46
    Aqui:

    The Myth of National Defense

    mises.org/etexts/defensemyth.pdf
  • Rafael Bastos  22/08/2013 03:31
    João, até onde eu sei não há um estudo libertário ou anárquico específico sobre agressão externa a um território livre(sou novo nesse papo de liberalismo), mas quem sabe o André possa lhe responder melhor.

    Sr. André talvez tenhas razão quando disse que eu teria misturado alhos com bugalhos, mas porque talvez não tenha me expressado corretamente.

    João, sua dúvida é a mesma que a minha e de muitas outras pessoas e acredito que não haja reposta satisfatória que possa ser dada pelo anarco-capitalismo e o liberalismo a tal questão.

    Mas enfim, vamos supor o seguinte - em 1937 a URSS torna-se uma nação, ou melhor território sem governo, nasce ali uma sociedade ordeira e totalmente livre e pacífica com perfeito funcionamento liberal, e como não há mais estado a KGB, assim como o exército vermelho, deixa de existir por consequente ninguém fica sabendo das pretensões de invasão Nazista.

    Empresas como a Uralvagonzavod, (responsável pela criação do T-34, segundo melhor MBT da SGM e parte do sucesso da mãe Russia), e a Yakolev fabricante de aeronaves de caça, deixam de operar ou são vendidas para outras nações (Alemães) já que seu principal cliente (governo) não mais existe. As Forças Armada são dissolvidas e os soldados vão dedicar-se a outros ofícios. Porém alguns poucos cidadãos livres estão preocupados com Defesa e um grupo ainda menor tem condições financeiras para banca-la (o resto do povo, rico ou não, acredita ser desnecessário gastar dinheiro com isso pois já vivem em paz e não acreditam que alguém lhes ataque) e estas poucas pessoas pagam para uma empresa cuidar da defesa desse território, mas como seus recurso são limitados e os gastos militares são grandes, esta empresa acaba por possuir poucos homens e armas, e assim esta parca defesa se volta preferencialmente para os homens que lhe pagam, e os demais cidadãos pacíficos são abandonados a própra sorte.

    Junho de 1941, Adolf Hitler da inicio a operação militar cujo objetivo é tomar todo o leste europeu para ter em mãos os complexos industriais e as fontes de petróleo para suprir os exércitos posicionados na frente oriental e no norte da África. Cidades inteiras são destruídas, milhares são mortos ou capturados,e a empresa que cuidava da segurança, juntamente com grupos de resistência armada civil oferecem poucas dificuldades e logo são eliminados sem maiores dificuldades pelo grande poderio alemão e sua Blitzkrieg. E temendo os quase 5 milhões de soldados nazi bem equipados e alimentados, milhares de blindados,aeronaves, navios,submarinos etc. os demais territórios ainda livres com temor de sofrerem represálias logo se entregam e se tornam parte do Reich, e o Kremlin que ficara por tempo desativado volta a ativa, mas agora uma bandeira vermelha com uma suástica no centro que tremula em seu topo.

    Eis minha humilde suposição a respeito de um ataque alemão a um "território livre soviético".
    ===================================================================================
    Sabe porque Stalin venceu a guerra no mundo fatico? Porque conseguiu MOBILIZAR E ORGANIZAR um exercito tão grande e forte quanto as Forças Armadas alemãs, exercito este que sofreu milhões de baixas e que muitas vezes lutou desarmado, sem comida e com soldados que não faziam ideia do significado de remuneração, obrigados a lutar sob pena de morte( que militar privado lutaria em tais condições???) mas que heroicamente conseguiram segurar as tropas de Hitler em Leningrado e Stalingrado até o inverno, onde eles puderam contra-atacar e marchar gloriosamente até Berlim. A URSS colocou quem podia nas fabricas e no exercito, e aqueles que permaneciam no campo produziam alimentos para as tropas.E no mesmo período nos EUA o governo americano aumentou os impostos para financiar a guerra, institui o alistamento militar obrigatório, criou indústrias e agencias de defesa, comprou milhões de toneladas de armas num período curtíssimo de tempo.

    Vejam que sem o poder de mobilização, organização e financiamento estatal, os esforços de guerra responsáveis pela vitória na 2° GM destas duas superpotencias seria IMPOSSÍVEL.

    Ninguém em mundo livre teria tal poder!E mesmo que um território liberal conseguisse algo parecido, ele não teria o mesmo alcance. Por que ? Primeiro, nacionalismo, patriotismo o sentimento de união nacional não existiriam então todos estariam no geral preocupados apenas com sigo e sua família ou no máximo com a comunidade em que vive, por isso a segurança ficaria restrita apenas aqueles que a pagam por ela e por isso seria limitada. Segundo, vejam o exemplo do Brasil, a população aqui não se interessa por defesa e acredita ser difícil ocorrer uma guerra, por isso poucos iriam contribuir ou pagar por defesa, gastariam apenas com defesa pessoal e ponto. Terceiro, exercito privado luta por dinheiro $$$ se esses soldados souberem que a morte é certa ou que o outro lado paga mais, adeus defesa.Quarto, um mundo livre não coagiria ninguém a lutar e nem produzir armas o que é bom em tempos de paz, mas como conseguir homens e recurso em tão pouco tempo em um momento de agressão externa? Quinto "guerra por definição é ação de estado" então se um estado ataca uma nação livre o que é então? Que diabos essa nação livre faz numa situação assim? Sexto o que impediria um governo estrangeiro comprar as principais empresas inclusive as de defesa de uma nação livre antes de atacar? O que impediria uma nação estrangeira comprar o setor de uma economia livre com fins maliciosos??????????

    André gostei de você, pois aparenta ser inteligente e aprendi muito com o senhor, mas gosto de discutir e debater e por isso eu lhe proponho um desafio, não me mande artigos como "respostas prontas a tudo", pois cada caso um caso e cada um pede uma solução diferente e especifica, e se o senhor for capaz rebata cada crítica, uma a uma que listei acima de maneira simples objetiva e de fácil compreensão, pois vejo que não sou o único a ter as mesmas dúvidas...
  • joao  22/08/2013 04:06
    cara, achei até que EU tinha escrito essa mensagem hahaha! É ESSA a situação que imaginei.

    Uma situação de GUERRA TOTAL (como nas GMs) é insanamente a favor do Estado.

    É óbvio que Estados adoram guerras. No IMB e nos livros indicados explicam como e porque. E quanto maior a guerra, melhor pra eles. Mas temos que pensar num mundo onde há os 2 tipos de locais: estatizados e livres.

    Seria muito dificil se manter livre...quase como uma ovelha querer sobreviver num curral de lobos famintos.

    Uma coisa que me ocorreu é a tecnologia: talvez algumas armas específicas podem equalizar os lados em combate, como as nucleares, por exemplo. Um território com arma nuclear, ainda que pequeno, tem um poder de dissuasão alavancado em milhões de vezes. E no futuro a tendência é o desenvolvimento de armas onde o fator humano pese cada vez menos. Aí está uma situação onde um territorio livre pode se destacar....se ele detiver uma tecnologia tão ameaçadora que equilibre o jogo de poder com os vizinhos estatais.
  • Rafael  22/08/2013 05:09
    Concordo com você, xará!

    E vou além: acho que segurança privada pra proteger carros-forte e cofres de bancos também é maluquice!! Os empregados só lutam por dinheiro $$$ e a empresa em si só visa o lucro! Qualquer um que pagar mais terá esses mercenários no bolso e aí adeus defesa.

    O certo é confiar todo e qualquer patrimônio a policiais e militares, pois esses lutam pelo país acima de tudo, e jamais se corrompem. Também deveria haver no mínimo um policial em cada esquina, além de um estado voltado para a defesa externa, pois só assim estaríamos salvos de um ataque soviético ou alienígena.

    Embora alguns digam que a manutenção de um grande exército estatal gere atraso econômico, esse se mostrou o único modelo viável para a defesa externa, já que nunca um país assim foi invadido. Isso ocorre, pois o governo é a única instituição capaz de tributar toda uma população - o que, ao contrário do que os críticos falam, não gera nenhuma consequência negativa, além de ser totalmente moral e justo.
  • joao  22/08/2013 05:53
    Sem ironias, meu caro, e sem tática do espantalho.

    A minha pergunta (a dos outros eu não sei) foi sincera. Exluída a hipótese de uma tecnologia desequilibradora (como armas nucleares), dê um exemplo de como um território livre se defenderia de uma invasão em larga escala feita por um Estado?

  • anônimo  23/08/2013 09:54
    Todo mundo se junta e vai atacar o invasor
    Mas teria que ser um povo muito rico, coeso e inteligente pra isso.E eu não sei porque é que esses mesmos fatores não funcionariam na hora de impedir um governo mínimo em suas mínimas tentativas de crescer.
  • Andre Cavalcante  24/08/2013 18:58
    Srs.

    Mais uma vez. Defesa por defesa é uma questão de recursos (dinheiro), não, necessariamente, de estado. Se há um povo que deseja ser livre e acha que vai ser invadido, por quem quer que seja, vai desenvolver mecanismos para se defender disso (incluindo inteligência).

    Mas, o mais importante, o que ganha todas as guerras, o que fez o cristianismo triunfar sobre o paganismo, o que fez o retorno à Europa do controle global ao islã, e é o que está fazendo esta epidemia de socialismo hoje... Ideias, ideais, fé, devoção... Se um povo quiser ser livre, um estado, qualquer que seja ele, não vai surgir e, se surgir, não vai vingar, e se quiser vingar vai ter que matar todos os habitantes que queiram ser livres (os romanos bem que tentaram com os cristãos... e hoje há 2 bilhões deles no mundo).

    A coisa é mais simples do que se pensa: o exército estrangeiro pode até entrar, mas não vai se impor. Como disse Gandhi certa vez a pergunta do General Britânico responsável pela ocupação na Índia acerca do que o levava a crer que ele teria êxito, disse: "Porque 350 mil ingleses não poderão parar 350 milhões de indianos".

    Um local, mesmo pequeno, como Portugal, digamos, que tem 9 milhões de habitantes, se estes resolvessem simplesmente não se sujeitar mais a um estado, seria necessário uma intervenção militar em larga escala pela Europa para dar conta daquela população e, mesmo que entrasse no território (porque tem poderio militar superior) só serviria para formar mártires. Poderíamos perder a "batalha" naquele momento, mas a "guerra" (a verdadeira guerra é travada nos corações) estaria ganha - na verdade se tal acontecesse só adiantaria o processo.

    Mas, para tudo isso, precisamos ganhar a guerra das ideias, da ideia de liberdade, a guerra que é travada dentro do indivíduo, muitas vezes contra ele mesmo, porque liberdade redunda em responsabilidade pelos seus atos e muitos de nós queremos ser bebês com uma babá muito boa a cuidar de nós. É aí que está a guerra, não no poderio militar puro e simples.

    Abraços e termino por aqui.

    PS.: sobre responder coisas pontuais, como o que teria ocorrido na Russia se fosse libertária e o Hitler quisesse invadir... mais uma vez, aqui não é nem o local e nem o espaço - já teve gente que colocou um se verdadeiramente absurdo: e "se alienígenas invadissem a Terra, sem o estado não teríamos armas nucleares para nos defender...". Ora, ninguém sabe como seria uma Russia livre, mas com certeza, seria muito diferente do que é hoje!

  • anônimo  24/08/2013 21:34
    'Defesa por defesa é uma questão de recursos (dinheiro), '

    Dinheiro por dinheiro, o mercenário que te defende pode muito bem ganhar mais aceitando a proposta do inimigo.
    Sinceramente, isso parece mais uma coisa que vocês, que acham que dinheiro pode tudo, tiraram do mundo da imaginação.Nem nunca existiu resistência a uma invasão externa desse jeito na história nem faz o menor sentido, Maquiavel já explicou muito bem isso
  • joao  25/08/2013 00:44
    Dinheiro por dinheiro, o mercenário que te defende pode muito bem ganhar mais aceitando a proposta do inimigo.
    Sinceramente, isso parece mais uma coisa que vocês, que acham que dinheiro pode tudo, tiraram do mundo da imaginação.Nem nunca existiu resistência a uma invasão externa desse jeito na história nem faz o menor sentido, Maquiavel já explicou muito bem isso


    E o que impede que um militar estatal não se venda ao inimigo também?
    Maquiavel defendia a existência de exércitos NACIONAIS por sua efetividade como um cidadão defendendo a sua propriedade. Um militar privado, além de defender seu soldo, defenderia a sua terra no territorio livre. Até agora nenhuma diferença do militar estatal, a não ser a maior eficiência, já que é uma empresa privada inserida no sistema de preços e concorrência.

    Maquiavel não disse que exército nacional é bom porque os caras fazem juramento à bandeira e servem em exclusividade. A História mostra que todo território onde seus moradores são armados é extremamente difícil de ser dominado. Vide Suíça, Afeganistão. Mas por que? Porque essas milícias nacionais defendem suas casas, suas propriedades, não uma bandeira.

    O modelo de milícias nacionais era defendido pelos Pais Fundadores. Manter um grande exército profissional permanentemente é caro e extremamente ameaçador à liberdade dos cidadãos, como já demonstrado pela História: roma, EUA, URSS, alemanha, etc.

    Estado NÃO é a mesma coisa que a soma de todas as pessoas do lugar.
  • Típico Filósofo  25/08/2013 00:28
    E se os dinossauros nazistas voltassem com armas atômicas roubadas de alienígenas?

    Na realidade, preocupo-me pouco com os alienígenas. Se alcançaram tamanha sofisticação social ao ponto de expandirem sua civilização pela galáxia, é óbvio que viverão no comunismo e ajudarão o proletariado mundial a eliminar a burguesia.
  • Rafael  24/08/2013 20:38
    From Practical
    Anarchy
    :

    Collective Defense: An Example of Methodology

    Ideally, invasions should be prevented rather than repelled, just as illnesses should be prevented rather than cured.

    The strongest conceivable case for anarchism is that a stateless society would by its very nature prevent invasion, rather than merely possess the ability to violently repel it.

    So first, before we figure out how to repel an invasion, let us look at what an invasion is actually designed to achieve.

    Why Invade?

    Let us imagine a land where there are two farms, owned by Bob and Jim respectively. Bob is a rapacious and nasty fellow, who wishes to expand his farm and make more money.

    To the east of Bob is Jim's farm, which is tidy, efficient, and productive, with a wide variety of cows and chickens and neatly-planted fields.

    To the west of Bob is an untamed wilderness full of bears and wolves and coyotes and mosquitoes and swamps and all other sorts of unpleasant and dangerous things.

    From the standpoint of mere practical considerations, how can Bob most efficiently expand his farm and increase his income?

    Surely it would be to invest in a few guns, head east, and take over Jim's farm. For a very small investment, Bob ends up with a functioning and productive farm, ready to provide him with milk, eggs and crops.

    On the other hand, Bob could choose to go west, into the untamed wilderness, and try to cull a number of dangerous predators, drain the swamps, hack down and uproot all the embedded trees and bushes. After a year or two of backbreaking labor, he may have carved out a few additional acres for himself – an investment that would scarcely seem worth it.

    If Bob wants to expand, and cares little about ethics, he will "invade" Jim's farm and take it over, because he will be taking command of an already-existing system of exploitation and production.

    Thus, we can see that the act of invading a neighboring territory is primarily motivated by the desire to take over an existing productive system. If that productive system is not in place, then the motivation for invasion evaporates. A car thief will never "steal" a rusted old jalopy that is sitting up on bricks in an abandoned lot, but rather will attempt to steal a car that is in good condition.

    This analysis of the costs and benefits of invasion is essential to understanding how a stateless society actually works to prevent invasion, rather than merely repel it.

    When one country invades another country, the primary goal is to take over the existing system of government, and thus collect the taxes from the existing citizens. In the same way that Bob will only invade Jim's farm in order to take over his domesticated animals, one government will only invade another country in order to take over the government of that country, and so become the new tax collector. If no tax collection system is in place, then there is no productive resource for the invading country to take over.

    Furthermore, to take a silly example, we can easily understand that Bob will only invade Jim's farm if he knows that Jim's cows and chickens are not armed and dangerous. To adjust the metaphor a little closer to reality, imagine that Jim has a number of workers on his farm who are all ex-military, well-armed, and will fight to the death to protect that farm. The disincentive for invasion thus becomes considerably stronger.

    In the same way, domestic governments generally keep their citizens relatively disarmed, in order to more effectively tax them, just as farmers clip the wings of their geese and chickens in order to more efficiently collect their eggs and meat.

    Thus the cost-benefit analysis of invasion only comes out on the plus side if the benefits are clear and easy to attain – an existing tax collection system – and if the costs of invasion are relatively small – a largely disarmed citizenry.

    In a very real sense, therefore, a stateless society cannot be invaded, because there is really nothing to invade. There are no government buildings to inhabit, no existing government to displace, no tax collection system in place to take over and profit from – and, furthermore, there is no clear certainty about the degree of armaments that each citizen possesses (don't worry, we will get into gun control later…).

    An invading country can be very certain that, if it breaks through another government's military defenses, it will then not face any significant resistance from the existing citizenry. A statist society can be considered akin to an egg – if you break through the shell, there is no second line of defense inside. Invading governments are well aware of the existing laws against the proliferation of weapons in the country they are invading – thus they are guaranteed to be facing a virtually disarmed citizenry, as long as they can break through the military defenses.

    Invading Anarchy

    Let us imagine that France becomes a stateless society, but that Germany and Poland do not. Let us go with the cliché and imagine that Germany has a strong desire to expand militarily. The German leader then looks at a map, and tries to figure out whether he should go east into Poland, or west into France.

    If he goes east into Poland, then he will, if he can break through the Polish military defenses, be able to feast upon the existing tax base, and face an almost completely disarmed citizenry. He will be able to use the existing Polish tax collectors and tax collection system to enrich his own government, because the Poles are already controlled and "domesticated," so to speak.

    In other words, he only has one enemy to overcome and destroy, which is the Polish government's military. If he can overcome that single line of defense, he gains control over billions of dollars of existing tax revenues every single year – and a ready-made army and its equipment.

    On the other hand, if he thinks of going west into France, he faces some daunting obstacles indeed.

    There are no particular laws about the domestic ownership of weapons in a stateless society, so he has no idea whatsoever which citizens have which weapons, and he certainly cannot count on having a legally-disarmed citizenry to prey on after defeating a single army.

    Secondly, let us say that his army rolls across the border into France – what is their objective? If France still had a government, then clearly his goal would be to take Paris, displace the existing government, and take over the existing tax collection system.

    However, where is his army supposed to go once it crosses the border? There is no capital in a stateless society, no seat of government, no existing system of tax collection and citizen control, no centralized authority that can be seized and taken over. In the above example of the two farms and the wilderness, this is the equivalent not of Bob taking over Jim's farm, but rather of Bob heading into the wilderness and facing coyotes, bears, swamps and mosquitoes – there is no single enemy, no existing resources to take over, and nothing in particular to "seize."

    But let us say that the German leadership is completely retarded, and decides to head west into France anyway – and let us also suppose, to make the case as strong as possible, that everyone in France has decided to forego any kind of collective self-defense.

    What is the German army going to do in France? Are they going to go door to door, knocking on people's houses and demanding their silverware? Even if this were possible, and actually achieved, all that would happen is that the silverware would be shipped back to Germany, thus putting German silverware manufacturers out of business. When German manufacturers go out of business, they lay people off, thus destroying tax revenue for the German government.

    The German army cannot reasonably ship French houses to Germany – perhaps they will seize French cars and French electronics and ship them to Germany instead.

    And what is the German government supposed to do with thousands of French cars and iPods? Are they supposed to sell these objects to their own citizens at vastly reduced prices? I imagine that certain German citizens would be relatively happy with that, but again, all that would happen is that German manufacturers of cars and electronics would be put out of business, thus again sharply reducing the German government's tax income, resulting in a net loss.

    Furthermore, by destroying domestic industries for the sake of a one-time transfer of French goods, the German government would be crippling its own future income, since domestic manufacturing represents a permanent source of tax revenue – this would be a perfect example of killing the goose that lays the golden egg.

    Well, perhaps what the German government could do is seize French citizens and ship them to Germany as slave labor. What would be the result of that?

    Unfortunately, this would not work either, at least not for long, because slave labor cannot be taxed, and slave labor would displace existing German labor, which is taxable. Thus again the German government would be permanently reducing its own income, which it would not do.

    Another reason that Germany might invade another country would be to seize control of the wealth of the government – the ability to print money, and the ownership of a large amount of physical assets, such as buildings, cars, gold, manufacturing plants and so on.

    However, nothing remains unowned in a stateless society, except that which has no value, or cannot be owned, such as air. There are no "public assets" to seize, and there are no state-owned printing presses which can be used to create currency, and thus transfer capital to Germany. There are no endless vaults of government gold to rob, no single aggregation of military assets to seize.

    Furthermore, if we go up to a thief and say to him, "Do you want to rob a house?" what is his first question likely to be?

    "Hell I don't know – what's in it?"

    A thief will always want to know the benefits of robbing a house – he is fully aware of the risks and costs, of course, and must weigh them against the rewards. He will never scale up the outside of some public housing welfare tenement in order to snag an old television and a tape deck. The more knowledgeable he is of the value of a home's contents, the better he is able to assess the value of breaking into it.

    The German leadership, when deciding which country to invade, will know down to almost the last dollar the tax revenues being collected by the Polish government, as well as the value of the public assets they will seize if they invade. The "payoff" can be very easily assessed.

    On the other hand, if they look west, into the French stateless society, how will they know what they are actually going to get? There are no published figures for the net wealth of the society as a whole, there is no tax revenue to collect, and there are no public assets which can be easily valued ahead of time. There is no way to judge the cost effectiveness of the invasion.

    Invading a statist society is like grabbing the cages of a large number of trapped chickens – you get all of the eggs in perpetuity. Invading a stateless society is like taking a sprint at a flock of seagulls – all they do is scatter, and you get nothing, except perhaps some crap on your forehead.

    Thus it is completely impossible that the German leadership would think it a good idea to head west into France rather than east into Poland.

    We could leave the case here, and be perfectly satisfied in our responses, but I am always willing to go the extra mile and accept the worst conceivable case.

    Let us say that some mad German who was beaten with bagfuls of French textbooks when he was a child ends up running the government, and cares nothing at all about the costs and benefits of invading France, but rather just wishes to take it over in order to – I don't know, burn all the textbooks or something like that.

    We will get into the nature and content of private agencies in the next chapter, but let us just say that there are a number of these private defense agencies that are paid to defend France against just such an invading madman.

    Well, if I were setting up some sort of private military defense agency, the first thing I would do is try to figure out how I could most effectively protect my subscribers, for the least possible cost.

    The first thing that I would note is that nuclear weapons have been the single most effective deterrent to invasion that has ever been invented. Not one single nuclear power has ever been invaded, or threatened with invasion – and so, in a very real sense, there is no bigger "bang for the buck" in terms of defense than a few well-placed nuclear weapons.

    If we assume that a million subscribers are willing to pay for a few nuclear weapons as a deterrent to invasion, and that those nuclear weapons cost about $30 million to purchase and maintain every year, then we are talking about $30 a year per subscriber – or less than a dime a day.

    The defense agencies only make money if an invasion does not occur, just as health insurance companies only make money when you are not sick, but rather well.

    Thus the question that I would be most keen to answer if I were running a defense agency is: "How can I best prevent an invasion?"

    Let us assume that the French stateless society is a beacon of liberation in a sea of aggressive and statist nations. The French defense agencies would work day and night to ensure that the costs of invasion were as high as possible, and the benefits as low as possible. Were I running one of these agencies, I would think of solutions along the lines of the following…

    Deactivated Money

    If I were concerned that my subscribers might be robbed by an invading army, I would offer reduced rates to those willing to allow their electronic money to be secured so that it could not be spent without their own thumb print, or something like that. (Naturally, any system can be hacked, and people can be kidnapped along with their money, but the purpose here is not to prevent all possible workarounds, but rather to simply reduce the material benefits of invading France.)

    Similarly, I might offer reduced defense rates to manufacturers that would be willing to allow a small GPS device to be installed in the guts of their machinery, so that if it was removed to another country, it would no longer work. This device could also be included in cars and other items of value, so that they would either have to be used in France, or they could not be used at all.

    Given that the control of bridges is a primary military objective, in order to facilitate the movement of troops and vehicles, I would also encourage the installation of particular devices in domestic cars and trucks, which would automatically keep access to bridges open. Thus invading armies would find their access to these bridges much harder, which would again slow down the speed of their invasion.

    Furthermore, if invasion seemed imminent, I would arm and train as many citizens as possible. Any invading army would face a quite different challenge in a stateless society. If Germany invades Poland, how many citizens would risk their lives fighting against just another government? Whether a Polish leader taxes you, or a German one, makes relatively little difference – which is why your average citizen does not care much about who runs the local Mafia. Citizens of a stateless society, however, would be resisting an attempt to inflict taxation and a government upon them, and so would be far more willing to fight the kind of endlessly-draining insurgencies that we see so often in the annals of occupation.

    These are just a few admittedly off-the-cuff ideas, but it is relatively easy to see how the benefits of invading France could be significantly diminished or even eliminated, while the costs of invading France could be significantly increased or made prohibitive.

    The objection could be raised that some lunatic group could simply detonate a nuclear bomb somewhere inside France, for some insane or nefarious motive – but that is not an argument against private defense agencies, and for a statist society, but rather quite the reverse.

    The "nuclear madman" argument is not solved by the existence of a government, since no government can protect against this eventuality – however, a free society would be far less likely to be the target of such an attack, since it would have a defensive military policy only, and not an aggressive and interventionist foreign policy, and thus would be infinitely less likely to provoke such a mad and genocidal retaliation. Switzerland, for instance, faces no real danger of having airplanes flown into buildings.

    It is my belief that over time, the need for these proactive and defensive strategies would diminish, since the only thing that would really ever be needed is a few nuclear weapons as a deterrent – and even the need for these would diminish over time, since either the world itself would become stateless, thus eliminating the danger of war, or the statist societies would continue to attack each other only, for the reasons mentioned above, and the need to continually defend a stateless society would diminish.

    Finally, let's look at some of the illusions that we have about statist "protection" in history, as a demonstration of how we can critically evaluate an example of a statist function.

    Statist National "Defense": A Critical Example

    Briefly put, "national defense" is the need for a government to protect citizens from aggression by other governments.

    This is an interesting paradox, even beyond the obvious one of using a "government" to protect us from "governments." If you were able to run a magic survey throughout history, which government do you think people would be most frightened of and enslaved by? Would it be (a), their local State or Lord, or (b), some State or Lord in some other country? What about ancient Rome – would it be the local rulers, who forced young Romans into military service for 20 years or more, or the Carthaginians? What about England in the Middle Ages? Were the peasants more alarmed by the crushing taxation and strangling mobility restrictions imposed by their local Lord, or was the King of France their primary concern? Let us stop in Russia during the 18th century, and ask the serfs: "Are you more frightened of the Tsar's soldiers, or the German Kaiser?" Let us go to a US citizen of today, and demand to know: "Are you more frightened of foreign invaders taking over Washington, or of the fact that if you don't pay half your income in taxes, your own government will throw you in jail?"

    Of course, we have to look at the Second World War, which has had more propaganda thrown at it than any other single conflict. Didn't the British government save the country from Germany? That is an interesting question. The British government got into WWI, helped impose the brutal Treaty of Versailles, then contributed to the boom-and-bust cycle of the 1920s, which destroyed the German middle class and aided Hitler's rise to power. During the 1930s, the British government supported the growing aggression of Hitler through subsidies, loans and mealy-mouthed appeasement. Then, when everything had failed, it threw the bodies of thousands of young men at the German air force in the Battle of Britain. Finally, it caused the deaths of hundreds of thousands more British citizens by defending Africa and invading France, rather than let Nazism collapse on its own – as it was bound to do, just as every tyranny has done throughout history. Can it really be said, then, that the British government protected its citizens throughout the first half of the 20th century? Millions killed, families shattered, the economy destroyed, half of Europe lost to Stalin, and China to Mao… Can we consider that a great success? I think not. Only States win wars – never citizens.

    The fact of the matter is that we do not face threats to our lives and property from foreign governments, but rather from our own. The State will tell us that it must exist, at the very least, to protect us from foreign governments, but that is morally equivalent to the local Mafia don telling us that we have to pay him 50% of our income so that he can protect us from the Mafia in Paraguay. Are we given the choice to buy a gun and defend ourselves? Of course not. Who endangers us more – the local Mafia guy, or some guy in Paraguay we have never met that our local Mafia guy says just might want a piece of us? I know which chance I would take.

    There is a tried-and-true method for resisting foreign occupation which does not require any government – which we can see being played out in our daily news. During the recent invasion, the US completely destroyed the Iraqi government, and now has total control over the people and infrastructure. And what is happening? They are being attacked and harried until they will just have to get out of the country – just as they had to do in Korea and Vietnam, and just as the USSR had to do in Afghanistan. The Iraqi insurgents do not have a government at all – any more than the Afghani fighters did in the 1980s.

    Let's look at the Iraqi conflict in a slightly different light. America was attacked on 9/11 because the American government had troops in Saudi Arabia, and because it caused the deaths of hundreds of thousands of Iraqis through the Iraqi bombing campaign of the 1990s. Given that the US government provoked the attacks, how well were the innocent victims of 9/11 protected by their government? Even if we do not count the physical casualties of the war, given the massive national debt being run up to pay for the Iraq war, how well is the property of American citizens being protected? How much power would Bush have to wage war if he did not have the power to steal almost half the wealth of the entire country? The government does not need taxes in order to wage war; it wages war because it already has the power of taxation – and it uses the war to raise taxes, either on the current citizens through increases and inflation, or on future citizens through deficits.

    This simple fact helps explain why there were almost no wars in Western Europe from the end of the Napoleonic Wars in 1815 to the start of World War One in 1914. This was largely because governments could not afford wars – but then they all got their very own Central Banks and were able to pave the bloody path to the Great War with printed money and deficit financing. World War One resulted from an increase in State power – and in turn swelled State power, and set the stage for the next war. Thus, the idea that we need to give governments the power to tax us in order to protect us is ludicrous – because it is taxation that gives governments the power to wage war.

    For pacifist countries, this "war" may be a war on poverty, or illiteracy, or drugs, or for universal health care, or whatever. It does not matter. The moment a government takes the power – and moral "right" – to forcibly take money from citizens, the stage is set for the ever-growing power of the State.

    The question then arises – how does a citizen keep his property and person safe? The first answer that I would give is another question, which is:

    Which sector does more to protect you and your property – the public or the private?
    Let's look at the security mechanisms the private sector has introduced in just the past few decades:

    - ATMs/credit cards (less need to carry cash);

    - Cell phones (can always call for help);

    - Call display (virtually eliminates harassing phone calls);

    - Sophisticated home security systems;

    - ID tracking tags;

    - Credit card numeric security;

    - Pepper spray;

    - GPS;

    - Security cameras;

    - Anti-shoplifting devices;

    - Secure online transactions;

    - And much more…

    What has the public sector done? Well, they shoot harmless drug users and seize their property. They will shoot you too, if you don't pay the massive tax increases they demand. The police are virtually useless in property crimes – and many violent criminals are turned loose because the courts are too slow, or are put in "house arrest" because the prisons are too full of non-violent offenders.

    So, who has most helped you secure your person and property over the past few decades? Your government, or your friendly local entrepreneurs? Those who have stepped in to protect you, or those who have doubled your taxes while letting criminals walk free? Have capitalist companies enraged foreigners to the point of terrorism? Of course not – the 9/11 terrorists attacked the World Trade Center (to protest the financing of the US government), the Pentagon, and the White House. They didn't go for a Ford motor plant or a Apple store – and why would they? No one kills for iPhones. They kill to protest military power, which rests on public financing.

    In summation, then, it makes about as much sense to rely on governments for security as it does to rely on the Mafia for "protection." The Mafia is really just protecting you from itself, as are all governments. Any man who comes up to you and says: "I need to threaten your person and steal your property in order to protect your person and property," is obviously either deranged, or not particularly interested, to say the least, in protecting your person and property. As long as we keep falling for the same old lies, we will forever be robbed blind for the sake of our supposed property rights, and sent to wage war against internal or external "enemies" so that those in power can further pick the pockets of those we leave behind.

  • anônimo  24/08/2013 21:28
    'Thus, we can see that the act of invading a neighboring territory is primarily motivated by the desire to take over an existing productive system. '

    Nem sempre, muitas vezes a invasão visa somente recursos naturais.Como o petróleo das guerras do Bush/Obama. E nesse caso não importa se o lugar invadido não tem uma defesa centralizada que eles possam derrubar, eles irão pra área que eles querem, vão defender as bordas e se concentrar só alí

    Mas eu reconheço que esse é um caso em que a existência de governos é irrelevante, porque a mesma coisa pode acontecer num lugar com governos
  • joao  24/08/2013 22:39
    Cara, você DEMOLIU minhas dúvidas! Vou copiar esse texto, traduzir e compartilhar com alguns amigos conservadores.


    Só imagino o caso de um território excessivamente fácil de ser derrotado, tipo Canudos no Brasil. Uma cidade foi massacrada de graça, não para "tomar posse do sistema de taxação local".


    E aí?
  • Andre Cavalcante  26/08/2013 14:27
    Caraca, havia dito que não ia responder o tópico, mas o dedo ficou coçando demais... hihihi :-;

    "Só imagino o caso de um território excessivamente fácil de ser derrotado, tipo Canudos no Brasil. Uma cidade foi massacrada de graça, não para "tomar posse do sistema de taxação local"

    Fácil? Você deve estar brincando... Canudos é um marco da resistência individual e um perfeito exemplo do que é o governo - foram doze mil soldados vindos de 17 estados, todos armados até os dentes. Foram quatro expedições: por três vezes os canudos deram um cano, apesar da pouca capacidade militar, no exército republicano. Só na última expedição é que lograram vitória e a ordem era não fazer prisioneiros - estima-se que foram 25 mil mortos na guerra. E o objetivo era claro, não ter ninguém independente dentro do território brasileiro.
  • Marcio L  26/08/2013 16:08
    Bom lembrar que uma barragem foi construída, inundando o território de Canudos para que não houvesse quaisquer resquícios de memória.
  • Ricardo  19/10/2015 01:41
    Se essa guerra fosse tramada hoje possivelmente canudos teria ganho. Talvez com uma resistência pacífica (desobediência civil).

    Se todo libertário se acovardar por causa dos governos nós nunca iremos sair da teoria.

    Deveríamos ser mais ousados com nossas idéias, mesmo que elas comecem bem pequenas, como por exemplo a criação de uma pequena comunidade composta por umas 10 ou 20 famílias e por em prática logo isso tudo que estamos discutindo. Caso contrário seremos massacrados pelo estado socialista que está a cada dia que passa mais forte.
  • anônimo  19/10/2015 11:30
    Se fosse hoje, eu acho muito mais provável que o grupo de Antônio Conselheiro se enquadrassem como movimento social e então passassem a receber dinheiro federal.
  • Rafael Bastos  22/08/2013 04:15
    André devido a problemas com minha internet acabei postando o comentário anterior sem ver sua resposta ao João.

    "O fato é que os que negam a viabilidade de um território libertário não veem uma coisa muito simples: se há mercado, haverá quem pague. Se segurança, interna ou externa for algo efetivamente necessária para um grupo libertário, ele irá bancar isso. Em outras palavras, não é preciso efetivamente um governo para prover segurança, percebe?"

    Faz sentido, já que muitos estados, principalmente o Brasil é incapaz de prover uma defesa nacional decente. Mas quanto ao mercado mesmo que ele exista acredito que serão poucos os que possam pagar, ao menos a ponto de se equipararem ao investimento do estado na área de defesa. Por exemplo o custo de desenvolvimento do F-35 (aeronave de caça de quinta geração americano) custou meio trilhão de dólares, e cada unidade custara 150mi.

    "Outra coisa: equipamentos militares são sim muito lucrativos, principalmente se você olha o aspecto global que isso toma."

    Porque invadir para tomar? Não é mais fácil outras nações comprarem estas fabricas de armas e negarem o acesso aos seus produtos ao estado liberal quando isto for conveniente?

    E quanto a liderança? Como, que tipo, em que esfera, e qual seria o poder e o limite de sua atuação em um território liberal?

    E por ultimo o que impediria estrangeiros de comprar segmentos de um setor da economia liberal, para influenciarem a economia a seu bel prazer?



  • Tiago Ramos da Silva  05/12/2013 22:41
    Eu discordo das ideias desse artigo, pelo mesmo motivo que eu discordo da filosofia anarquista e da filosofia comunista, isto é, pela sua total inviabilidade e infactibilidade.

    Há muitas formas de começar e de exibir meu argumento, mas já adianto minha conclusão: a relação atual das nações entre si, quando criaram a ONU e seus órgãos, mostra claramente que as pessoas precisam de uma orientação macro, um governo.

    Do mesmo modo que o autor defende a extinção do estado, isso já aconteceu na história da humanidade muitas vezes. Por exemplo, na queda do Império Romano. Era como se um Estado forte se extinguisse. O que surgiu no lugar? Tribos, feudos, reinos, até surgirem os Estados modernos. Cada grupo particular tinha suas regras. Por questões de segurança, para evitar que mais fortes aniquilassem os mais fracos, associações e alianças eram feitas. Fim.

    Começo meu argumento com o que está registrado no livro de Juízes, capítulo 21, versículo 25: "Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos". Pois é, conhecemos bem a história do mundo que já se organizou em tribos!

    Antes do surgimento do conceito de Estado-Nação (algo que ocorreu durante alguns milhares de anos na história da humanidade), as famílias se organizavam em tribos. Tribos essas que tinham um ou mais líderes, que detinham poder coercitivo nas suas decisões finais.

    Nas empresas privadas, assim como nas tribos primitivas, é impensável haver acumulação de riquezas sem liderança, sem ordem, sem "cada coisa no seu lugar, cada lugar com a sua coisa". Na multiplicidade de donos, no conflito de interesses particulares, alguém tomará a primazia, a decisão, de forma coercitiva, de forma violenta. Por isso que as formas monocráticas de governo eram bem vistas, porque sua gerência é mais fácil e mais eficiente. Um lugar com muitos donos não é eficiente nem produtivo! Quando digo dono, não quero dizer "acionista" ou pessoa que pode votar, mas alguém que detenha a palavra final, nem que esse alguém seja o presidente que cumpra as ordens de um conselho.

    Pode ser diferente disso? Penso que não. Por exemplo, se a força humana de trabalho numa tribo-empresa acumula suprimentos no verão para poder passar o inverno com folga, é impensável admitir que alguns de seus membros (ociosos ou não) desperdicem recursos. O conceito de penalidade torna-se necessariamente óbvio (é possível ver isso em filmes infantis, como 'Vida de inseto' da Disney Pixar); as mais brandas são o ostracismo ou a expulsão da tribo; as mais severas são a prisão e a morte. Desse mesmo modo, uma empresa bem sucedida precisa de um líder, de alguém que dê a direção e tenha a palavra final.

    A sociedade sem estado se organizaria em "tribos" particulares. Cada grupo se organizaria de alguma forma. Algumas tribos poderiam ser democráticas, outras seriam autocráticas, e outras poderiam adotar o próprio anarquismo. Onde naturalmente as pessoas se acumulariam? Certamente, num primeiro momento, nas tribos onde elas se sentissem seguras, que pudesse protegê-las contra os vândalos, ladrões e assassinos, nem que - para isso - elas precisassem abrir mão de suas liberdades individuais e se sujeitassem a um poder governante. Mas não é assim que funciona o mundo? O mundo é constituído por mega tribos-nações que se organizam de diferentes formas.

    Esse é o raciocínio que entendo o mundo moderno: as pessoas inevitavelmente precisariam criar instituições para as quais delegassem poderes para GERIR e POLICIAR necessidades essenciais. Isso é até mais eficiente. É teoricamente mais barato pagar um sistema de segurança comum do que cada um pagar sua própria segurança.

    Os exemplos das tribos-nações mostram isso. Imaginemos cada país como uma grande "tribo" com sua forma particular de governar. Alguns são democráticos, alguns são tirânicos, alguns sequer têm governos (são anárquicos).

    1) Ao longo dos últimos 20 séculos, pudemos ver exatamente como funcionaria uma sociedade "sem estado". Ela seria dominada por uma sociedade mais organizada. O Império Romano dominou o mundo, até entrar em colapso pela sua ineficiência, pela incapacidade de gerir as ambições e as corrupções dos seus membros.

    2) Do colapso do Estado-Império Romano, vamos para as tribos, para os senhores feudais, para os reinos, até o surgimento das nações modernas. O caminho é natural e irreversível!

    3) Os particulares (senhores feudais) têm poder supremo sobre suas propriedades. Os servos ali trabalhavam pelo sustento que tinham para si e para sua família. Os senhores feudais se reuniam entre si e instituem um reino, para normatizar, regular e fiscalizar a economia local, a segurança comum, e pacificar a invasão de um feudo em outro com um poder maior, central.

    4) Criadas as Nações, nas relações internacionais (a interação das tribos umas com as outras), igualmente chegou-se à conclusão de que seria necessário criar instituições globais que pudessem supervisionar as ações de cada tribo (a ONU, por exemplo, e suas entidades como OMC, OMS etc)

    Sempre que alguém quiser implantar o anarquismo, sempre se chegará à inevitável necessidade do Estado. Por que esse caminho é natural, contínuo e cíclico?

    Duas grandes guerras mundiais provaram que, sem uma aliança mundial, tribos sempre quererão invadir e dominar outras tribos.

    Paradoxalmente, a paz só se estabeleceu pelas armas. Armas poderosas que, nas mãos certas, geraram o equilíbrio dos poderes no mundo. Equilíbrio esse que é mantido justamente por normas internacionais que, para se manterem ativas, precisam de entidades internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU.

    Finalmente, faço uma última comparação.
    O Estado Brasileiro é uma federação de autoridade centrífuga. O poder central conceceu alguma autoridade aos Estados membros.
    O Estado Americano é uma federação de autoridade centrípeta: os Estados membros concederam alguma autoridade ao poder central.
    Em ambos os casos, o pacto federativo constituinte impede a separação dos Estados membros da Federação.
    Ora, se um Estado membro, como o Rio de Janeiro no Brasil, ou a Califórnia na América, decidir sair da Federação para fundar sua própria tribo, ele não poderá, sob pena de intervenção federal, ou guerra civil.

    Do mesmo modo, a Anarquia, assim como o Comunismo, é uma utopia, é uma religião sem Deus. No Brasil, se a União (como é chamada o conjunto dos Estados da Federação), abdicasse de sua existência como Estado-Nação, cada Estado membro se tornaria uma Nação. Se igualmente os Estados deixassem de existir, os Municípios seriam as Nações. Quando não houvesse mais entidade nacional alguma, pois todas foram extintas, essa "Ilha de Vera Cruz" seria uma "terra-de-ninguém", "terra dos índios", a ser colonizada e invadida pelas Nações estrangeiras.
  • joao  06/12/2013 12:23
    @Thiago, there we'll go:

    Eu discordo das ideias desse artigo, pelo mesmo motivo que eu discordo da filosofia anarquista e da filosofia comunista, isto é, pela sua total inviabilidade e infactibilidade.

    Quem disse que é inviável? Por que? Por acaso você pode citar exemplos históricos de sociedades completamente anarcocapitalistas?

    Há muitas formas de começar e de exibir meu argumento, mas já adianto minha conclusão: a relação atual das nações entre si, quando criaram a ONU e seus órgãos, mostra claramente que as pessoas precisam de uma orientação macro, um governo.

    E antes da ONU meu caro? O mundo devia ser um lugar realmente terrível de se viver, sem a ordem de uma organização macro. Ah, esqueci que foi durante a existência da ONU e da Liga das Nações que aconteceram os conflitos mais sangrentos da História. Ah, e nós sabemos como os Estados são súditos da ONU, tanto como cidadãos são de um estado.

    Do mesmo modo que o autor defende a extinção do estado, isso já aconteceu na história da humanidade muitas vezes. Por exemplo, na queda do Império Romano. Era como se um Estado forte se extinguisse. O que surgiu no lugar? Tribos, feudos, reinos, até surgirem os Estados modernos. Cada grupo particular tinha suas regras. Por questões de segurança, para evitar que mais fortes aniquilassem os mais fracos, associações e alianças eram feitas. Fim.

    Sim, o feudalismo é um período reconhecidamente anarcocapitalista. Aparentemente não existia rei nem nenhum tipo de governo.
    (para quem não percebeu a ironia: feudalismo foi um período de governo descentralizado. O senhor feudal era o governante)



    Começo meu argumento com o que está registrado no livro de Juízes, capítulo 21, versículo 25: "Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos". Pois é, conhecemos bem a história do mundo que já se organizou em tribos!

    Estou curioso para saber essa história. Conte-nos mais.


    Antes do surgimento do conceito de Estado-Nação (algo que ocorreu durante alguns milhares de anos na história da humanidade), as famílias se organizavam em tribos. Tribos essas que tinham um ou mais líderes, que detinham poder coercitivo nas suas decisões finais.

    Sim, mas apenas sobre seus parentes. Eram laços de sangue. Mas vá lá, consideremos isso como um governo.

    Nas empresas privadas, assim como nas tribos primitivas, é impensável haver acumulação de riquezas sem liderança, sem ordem, sem "cada coisa no seu lugar, cada lugar com a sua coisa". Na multiplicidade de donos, no conflito de interesses particulares, alguém tomará a primazia, a decisão, de forma coercitiva, de forma violenta. Por isso que as formas monocráticas de governo eram bem vistas, porque sua gerência é mais fácil e mais eficiente. Um lugar com muitos donos não é eficiente nem produtivo! Quando digo dono, não quero dizer "acionista" ou pessoa que pode votar, mas alguém que detenha a palavra final, nem que esse alguém seja o presidente que cumpra as ordens de um conselho.

    E alguém aqui disse que não deve existir nenhuma forma de liderança? E de onde vc tirou que a liderança de uma empresa é a mesma de um estado? Você por acaso escolhe qual estado vai pertencer? Você tem o poder de sair do estado quando quiser? O seu estado enfrenta a concorrência? O estado depende de satisfazer os consumidores para sobreviver? É óbvio que não. Falsa analogia detectada.

    Pode ser diferente disso? Penso que não. Por exemplo, se a força humana de trabalho numa tribo-empresa acumula suprimentos no verão para poder passar o inverno com folga, é impensável admitir que alguns de seus membros (ociosos ou não) desperdicem recursos. O conceito de penalidade torna-se necessariamente óbvio (é possível ver isso em filmes infantis, como 'Vida de inseto' da Disney Pixar); as mais brandas são o ostracismo ou a expulsão da tribo; as mais severas são a prisão e a morte. Desse mesmo modo, uma empresa bem sucedida precisa de um líder, de alguém que dê a direção e tenha a palavra final.

    Como afirmado acima, a liderança numa empresa é bem diferente da liderança estatal. Sua analogia não se aplica.

    A sociedade sem estado se organizaria em "tribos" particulares. Cada grupo se organizaria de alguma forma. Algumas tribos poderiam ser democráticas, outras seriam autocráticas, e outras poderiam adotar o próprio anarquismo. Onde naturalmente as pessoas se acumulariam? Certamente, num primeiro momento, nas tribos onde elas se sentissem seguras, que pudesse protegê-las contra os vândalos, ladrões e assassinos, nem que - para isso - elas precisassem abrir mão de suas liberdades individuais e se sujeitassem a um poder governante. Mas não é assim que funciona o mundo? O mundo é constituído por mega tribos-nações que se organizam de diferentes formas.

    O que você disse aí é simplesmente a Teoria do Contrato Social. As pessoas se organizam voluntariamente em estados - ou seja, sob a chefia de governantes - para proteger-se do caos que seria a vida sem um monopolista da violência. Bom, nós sabemos que não existe nenhum estado organizado sob o Contrato Social. Nem mesmo o americano. Lysander Spooner desmonta o mito do Contrato Social no seu livro No Treason analisando se o tal contrato social é realmente um contrato.


    Esse é o raciocínio que entendo o mundo moderno: as pessoas inevitavelmente precisariam criar instituições para as quais delegassem poderes para GERIR e POLICIAR necessidades essenciais. Isso é até mais eficiente. É teoricamente mais barato pagar um sistema de segurança comum do que cada um pagar sua própria segurança.

    Segurança sob o anarcocapitalismo? Há uma montanha de obras tratando disso, a começar pelo precursor do anarcocapitalismo, o Molinari em seu Da Produção de Segurança. Outro bom livro sobre o tema é o The Myth of National Defense: Essays on the Theory and History of Security Production do Hoppe. Aqui mesmo no IMB há uma coleção de artigos que tratam da produção de serviços de segurança em sociedades sem estado. Eu não vou nem citar algumas soluções para a segurança sem estado porque você vai focar nos meus exemplos sem ao menos consultar obras básicas de referência sobre o tema.


    1) Ao longo dos últimos 20 séculos, pudemos ver exatamente como funcionaria uma sociedade "sem estado". Ela seria dominada por uma sociedade mais organizada. O Império Romano dominou o mundo, até entrar em colapso pela sua ineficiência, pela incapacidade de gerir as ambições e as corrupções dos seus membros.

    De novo o problema da defesa de sociedades ancaps. Leia os livros supracitados. Você vai ver que nas poucas sociedades descentralizadas, ainda assim não existia algo próximo do capitalismo. Portanto, estou falando de laranja e você de maçãs. Não dá pra comparar.

    2) Do colapso do Estado-Império Romano, vamos para as tribos, para os senhores feudais, para os reinos, até o surgimento das nações modernas. O caminho é natural e irreversível!

    Irreversível enquanto a maioria acreditar que para se proteger da violência e do saque deve se submeter ao maior agressor e saqueador de todos, o estado.


    3) Os particulares (senhores feudais) têm poder supremo sobre suas propriedades. Os servos ali trabalhavam pelo sustento que tinham para si e para sua família. Os senhores feudais se reuniam entre si e instituem um reino, para normatizar, regular e fiscalizar a economia local, a segurança comum, e pacificar a invasão de um feudo em outro com um poder maior, central.


    Senhores feudais criando o estado centralizado? Meu caro, o estado-nação foi criação do "rei" medieval. Os maiores opositores à concentração de poder nas mãos do rei foram os nobres (senhores feudais).

    4) Criadas as Nações, nas relações internacionais (a interação das tribos umas com as outras), igualmente chegou-se à conclusão de que seria necessário criar instituições globais que pudessem supervisionar as ações de cada tribo (a ONU, por exemplo, e suas entidades como OMC, OMS etc)

    A ONU não é um estado, e antes da sua existência o mundo não era o caos que você quer nos fazer acreditar. Os conflitos continuam existindo e são ainda mais letais do que antes da ONU. Ou seja, ela não "organizou" nada.

    Sempre que alguém quiser implantar o anarquismo, sempre se chegará à inevitável necessidade do Estado. Por que esse caminho é natural, contínuo e cíclico?

    Há 200 anos atrás eu poderia fazer a mesma pergunta aos defensores da escravidão. Há 2 mil anos atrás, aos defensores da democracia.


    Duas grandes guerras mundiais provaram que, sem uma aliança mundial, tribos sempre quererão invadir e dominar outras tribos.


    E com a tal "aliança" milagrosamente as tribos (os estados) deixaram de se atacar? Hum, então eu vivo no planeta errado. No meu planeta, desde a criação da Liga das Nações e depois da ONU tivemos: Segunda Guerra Mundial, Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, Malvinas, Iugoslávia, Chechênia, Iraque, 3 conflitos em Israel, Guerra do Afeganistão (2 vezes), Guerra Indo-Paquistanesa, Iraque mais uma vez...é só isso que eu me lembro agora. Realmente, no meu planeta essa ideia de aliança mundial não deu certo.


    Paradoxalmente, a paz só se estabeleceu pelas armas. Armas poderosas que, nas mãos certas, geraram o equilíbrio dos poderes no mundo. Equilíbrio esse que é mantido justamente por normas internacionais que, para se manterem ativas, precisam de entidades internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU.

    Nós já vimos como as tais entidades internacionais são boas em manter a paz armada.


    Finalmente, faço uma última comparação.
    O Estado Brasileiro é uma federação de autoridade centrífuga. O poder central conceceu alguma autoridade aos Estados membros.
    O Estado Americano é uma federação de autoridade centrípeta: os Estados membros concederam alguma autoridade ao poder central.
    Em ambos os casos, o pacto federativo constituinte impede a separação dos Estados membros da Federação.
    Ora, se um Estado membro, como o Rio de Janeiro no Brasil, ou a Califórnia na América, decidir sair da Federação para fundar sua própria tribo, ele não poderá, sob pena de intervenção federal, ou guerra civil.


    E desde quando a lei natural depende de uma legislação feita por burocratas? O fato da constituição proibir algo não significa que seja algo imoral ou injusto. Não existe contrato sem o direito à rescisão. Adeus Contrato Social.


    Do mesmo modo, a Anarquia, assim como o Comunismo, é uma utopia, é uma religião sem Deus. No Brasil, se a União (como é chamada o conjunto dos Estados da Federação), abdicasse de sua existência como Estado-Nação, cada Estado membro se tornaria uma Nação. Se igualmente os Estados deixassem de existir, os Municípios seriam as Nações. Quando não houvesse mais entidade nacional alguma, pois todas foram extintas, essa "Ilha de Vera Cruz" seria uma "terra-de-ninguém", "terra dos índios", a ser colonizada e invadida pelas Nações estrangeiras.


    Agora para encerrar essa longa resposta: você basicamente fez falsas analogias para tentar provar a inviabilidade de uma filosofia política com 200 anos de história. Pra te ajudar, deixo aqui leituras importantes:

    Dez objeções típicas ao anarquismo libertário
    Liberdade e guerra - uma breve história (história da liberdade desde os tempos bíblicos)
    Livros recomendados sobre Anarcocapitalismo
    Seção Anarcocapitalismo do IMB
    Estado? Não, obrigado (introdução ao libertarianismo, é MUITO bom)
    O que deve ser feito (como combater o estatismo rumo ao anarcocapitalismo)
    O Manifesto Libertário
    Practical Anarchy (demole todos os argumentos comuns contra o anarcocapitalismo, incluindo todos os que você citou)
  • Tiago Ramos da Silva  06/12/2013 17:05
    Caro João,

    não é por poucos motivos que o termo "anarquia" virou sinônimo de caos; o principal motivo é que a anarquia nunca prosperou no mundo material, apenas no mundo das ideias. E no mundo das ideias, o comunismo é igualmente lindo e maravilhoso. Assim como lindo e maravilhoso será o novo céu e a nova terra que será criado por Deus, conforme o Apocalipse de João.

    Suas contestações, bem como a literatura que você forneceu, se baseia apenas em ideias, hipóteses e exemplos minimalistas. Eu lhe convido a mostrar algum exemplo histórico bem-sucedido. Há algum? Certamente não há, porque o que não se vê no mundo hoje é justamente aquilo que não conseguiu subsistir.

    Convido-o a mostrar - por menor que seja - um experimento social do anarquismo em algum condomínio residencial com, no mínimo, 20 moradores, ao longo de 10 anos. No mundo das ideias, tudo é possível.

    No mundo real, conforme a história humana mostra nos últimos 6 mil anos, os povos invadem uns aos outros. Sua objeção à Liga das Nações e à ONU não me pareceu razoável. A existência da ONU não se deve a impedir o surgimento de novas guerras, mas de mitigar os problemas decorrentes da inexistência de um governo mundial, justamente o que o anarquismo propõe.

    Chegamos ao ponto crucial de qualquer problema: no conflito de interesses, vencerá sempre o mais forte. A não ser que haja um árbitro imparcial, ou uma entidade que possa dar segurança jurídica aos mais fracos, seu modelo fracassa, como fracassou. Não há modelo completo; o que temos hoje é a evolução de muitos modelos que fracassaram e subsistiram pelo aperfeiçoamento natural.

    A evolução das sociedades após a queda do Império Romano mostra que sempre alguém se apossará do comando. Você tem todo o direito de questionar o "Contrato Social" do Estado, dizendo que o Estado não está lá no poder pela vontade pacífica de todos. De fato, o "Contrato Social" é uma abstração positiva do Estado. O que ocorre de verdade é que, na ausência de comando, sempre haverá alguém para tomar o comando.

    O texto que tenta contrapor 10 objeções ao anarquismo não chega nem perto de contrapor a realidade.

    A História demonstra isso.
  • anonimo de cima  06/12/2013 18:07
    Anarquia é diferente de anarcocapitalismo, Thiago. Enquanto você não souber a diferença entre estes dois, qualquer discussão será inútil.

    Sugiro que leia alguns artigos da seguinte seção primeiro:

    Artigos sobre o assunto 'Anarcocapitalismo'
    www.mises.org.br/Subject.aspx?id=16

    Todas as suas objeções e todos os seus argumentos já foram extensamente debatidos, e todos refutados, seja nos artigos deste site ( e da seção que indiquei ), seja nos livros da biblioteca do site, ou na seção de comentários dos artigos.

    Ps. Você já leu 1 Samuel 8?
  • Tiago Ramos da Silva  06/12/2013 19:07
    Anarcocapitalismo, ou Anarquismo Libertário, já leva a palavra Anarquia no próprio nome.

    Negar a etiologia ou a etimologia do próprio termo que você defende já é o cúmulo da desonestidade intelectual.

    A História dos Hebreus registrada no Antigo Testamento mostra como era uma sociedade tribal, sem governo central, mas com uma lei instituída por Moisés, prosseguiu até o surgimento do reino de Israel, o qual se dividiu em reino de Judá (Sul, capital em Jerusalém) e reino de Israel (Norte, capital em Samaria).

    Pelas centenas de comentários que eu já li, realmente tudo a favor do anarquismo libertário já foi refutado. É uma tese bonita, utópica, um mundo imaginário.
    Não subsistiria no mundo real.

    Saudações.
  • anonimo de cima  06/12/2013 21:47
    Quem falou em negar etimologia? Falei que você não sabe a diferença entre anarquia e anarcocapitalismo. Dou uma colher de chá, vou fingir que não vi a parte onde você me acusa de desonestidade, e vou lhe explicar os conceitos: anarquia é um termo que se refere a ausência de ordem. Anarcocapitalismo é um termo que diz respeito a um conjunto de idéias, onde o segmento 'anarco' se refere a ausência de um poder centralizador, e o segmento 'capitalismo', ao respeito da propriedade privada. Como você pode ver, são antagônicos, já que não há como respeitar a propriedade privada se não existe ordem.

    Como você, apesar de obviamente ser novato na área, está mais disposto a procurar briga do que participar de um debate construtivo, paro por aqui.
  • Tiago Ramos  07/12/2013 00:49
    Anonimo de cima,

    não estou em busca de confusão.

    Tampouco estou desinformado acerca do termo; anarquia ou anarquismo significam uma tese filosófica de sociedade sem governo, sem Estado. De forma pejorativa ganhou o significado de caos, desordem, porque as refutações às teses anarquistas alegam isso exaustivamente.
  • joao  06/12/2013 20:36
    @Tiago,

    Suas contestações, bem como a literatura que você forneceu, se baseia apenas em ideias, hipóteses e exemplos minimalistas. Eu lhe convido a mostrar algum exemplo histórico bem-sucedido. Há algum? Certamente não há, porque o que não se vê no mundo hoje é justamente aquilo que não conseguiu subsistir.

    Cite alguns exemplos minimalistas dos livros que recomendei. Sério.

    Convido-o a mostrar - por menor que seja - um experimento social do anarquismo em algum condomínio residencial com, no mínimo, 20 moradores, ao longo de 10 anos. No mundo das ideias, tudo é

    Nem precisa ser tão restrito: Lex Mercatoria, Internet, Bitcoin, Irlanda, Islândia, sua vida profissional, suas finanças, suas escolhas amorosas, seu lazer (ou seja, praticamente toda a sua vida particular) and so on.

    Eu duvido muito que você tenha lido todos os livros que citei (inclusive das listas de livros). Espero que você mostre aqui quais argumentos são implausíveis e porque. O mesmo se aplica ao "10 objeções típicas".
  • anônimo  07/12/2013 08:32
    'Nem precisa ser tão restrito: Lex Mercatoria, Internet, Bitcoin, Irlanda, Islândia, sua vida profissional, suas finanças, suas escolhas amorosas, seu lazer (ou seja, praticamente toda a sua vida particular) and so on.'

    João, nenhuma dessas coisas tem a ver com a competição entre polícias e justiças privadas, como o anarco capitalismo prega.Tanto é que nasceram em um mundo sem nada disso.
  • Andre Cavalcante  06/12/2013 19:36
    Já que você citou a Bíblia, me permita:

    1. Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)

    2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v. 9.)

    "Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: "Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra", tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?

    Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.

    Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus"

    Se Jesus está correto (e todo cristão acredita que sim!), mais cedo ou mais tarde, a Humanidade não terá mais essa classe de exploradores que se chama estado.
  • Tiago Ramos da Silva  06/12/2013 21:25
    André Cavalcante,

    a única objeção que faço à sua colocação é que os cristãos creem no arrependimento para a regeneração do ser humano. Tal regeneração é obra de Deus no homem.

    Com seres humanos regenerados é possível fazer um novo mundo. Tal regeneração inevitavelmente tem a participação de Deus, porque até os leões e os cordeiros conviverão pacificamente, porque ambos serão herbívoros. De qualquer modo, ainda assim haveria o governo de Deus dentro dos humanos e sobre os humanos. Não há, nas Escrituras Cristãs, suporte para a filosofia de ausência de governo, nem da liberdade irresponsável (isto é, sem precisar responder nada a ninguém).

    Embora eu goste de filosofar sobre a fé cristã, independentemente do que você postou, nenhum dos vários artigos que li aqui no Mises.org.br trata a regeneração do ser humano como pré-requisito do Anarquismo Libertário.

    Logo - embora eu admire as várias ideias de se fazer um mundo melhor - não vislumbro qualquer suporte racional para implementar o Anarquismo, quer em escala local, regional, nacional ou global.

  • Fellipe  07/12/2013 10:20
    Tiago,

    Você continua a confundir, ou finge confundir, os conceitos de anarquia (ausência de poder central ou governo) com anomia (ausência de leis ou de respeito às leis), como o fazem muitos liberais e conservadores. Aliás esses adoram distorcer frases de Mises sobre anarquismo, como fez recentemente Diogo Coelho e faz freqüentemente Rodrigo Constantino.

    Sobre os tipos de anarquia, existem muitos e o conceito é amplo o suficiente para abranger definições completamente diferentes. Resumindo, praticamente todas as anarquias de esquerda se fundamentam na ausência ou restrição do conceito de propriedade privada, e o anarcocapitalismo (ou anarquismo libertário) se fundamenta no respeito total à propriedade privada.

    Se você leu os artigos da seção de anarcocapitalismo deste site recomendo ler novamente pois parece que você não entendeu. Se não gosta do nome anarcocapitalismo, sugiro focar no conceito de sociedade de leis privadas do Hoppe. E leia os textos aqui do site escritos por Mises sobre a importância da propriedade privada.
  • joao  07/12/2013 15:04
    @Tiago,

    continuo aguardando que vc exponha teses de cada um dos livros citados e mostre porque são implausíveis. Não existe diálogo sem conhecimento prévio do tema em questão.

    Todos aqui tentaram responder educadamente contando que você se informasse do assunto. A partir do momento que você insistir em dizer "não é viável, é utopia, teoria" sem se dar ao trabalho de consultar o material citado, que trata entre outras coisas, de como começar a avançar nessa direção, não há motivo para continuar a dar respostas polidas.

    Suas dúvidas são todas tratadas nos materias citados, os quais nós aqui do IMB tivemos o prazer de estudar.

    "Ah, mas os fortes não dominariam sobre os fracos?"
    "As agências de segurança não iriam entrar em guerra?"
    "Elas não formariam um novo governo?"
    "E os pobres, ficarão completamente desamparados?"
    "Como resolver conflitos judiciais?"
    "Como fica o código de leis?"
    "Como certificar que um produto ou serviço é de qualidade?"

    Essas e muitas outras questões foram debatidas à exaustão aqui no IMB e nos livros que eu recomendei. Por isso é justo esperar um pouco de esforço da sua parte para buscar essas respostas.

    E antes de mais nada: A pergunta para a qual os libertários não têm resposta (artigo feito pra você)

    Encerro minha participação aqui até você mostrar que procurou as respostas das suas dúvidas nos materiais dados.

  • Tiago Ramos  07/12/2013 16:30
    Fellipe,

    discutir terminologia não é meu foco, nem vencer o debate. Já li bastantes textos neste sítio para entender qual é a "onda", bem como já li bastantes comentários para ver as intransigências de cada um.

    Seguirei na minha resposta ao João.


    João,

    a proposta de vocês certamente tem muitas interseções com diversas propostas de direita, de liberais, entre tantos outros; é, porém, mais radical, ao defender a Anarquia.

    Não adianta você dizer que as "respostas às diversas perguntas" são dadas em livros e mais livros. É o típico "crer para ver", enquanto os críticos rebatem com o "ver para crer". O modelo apresentado por vocês sofre do mesmo porém do comunismo, ou de qualquer tipo de anarquia: é utópico.

    Enquanto isso (as opiniões formadas não se alteram da noite para o dia), continuamos o debate com questões pontuais.

    Entendo que os opositores incrédulos de "Santos Dummont" e dos irmãos Wright e de Thomas Edison alegavam algo que em poucos aspectos era semelhante; assim como os opositores das religiões e de ficções científicas só se satisfarão quando as coisas puderem ser vistas e tocadas. Nesse aspecto, alegações teóricas de como algo funciona só dará certo se demonstrarem na prática que isso é possível, assim como aqueles que alegam que é possível haver teletransporte ou viagem no tempo. O problema é que as alegações de vocês podem ser testadas e vistas ao longo da História, o que mostrou-se insustentável diante da natureza distinta e selvagem dos humanos.


    Saudações.


  • joao  08/12/2013 00:52
    O problema é que as alegações de vocês podem ser testadas e vistas ao longo da História, o que mostrou-se insustentável diante da natureza distinta e selvagem dos humanos.

    Em momento algum existiu uma sociedade ancap. Existiram sim algumas próximas de anarquia, como a Islândia e Irlanda medievais, mas não anarcocapitalismo.

    No que diz respeito a exemplos históricos é isso.

    Agora, dizer que algo é utópico (impossível de vir a existir - como um mundo sem escassez, por exemplo, conforme prometido pelo socialismo/comunismo) apenas porque não existe, sem considerar a validade lógica e a possibilidade dada pela realidade material que vivemos, é simplificação absurda.

    As tantas obras (que você insiste em não ler) servem para demonstrar como, à luz da realidade do mundo físico, uma sociedade anarcocapitalista é possível. Se ela vai existir ou não, é exercício de futurologia.

    Se você quer saber se tal sociedade é possível, estude os livros citados. Lá eles tratam de muita coisa. Mas se você quer saber se ela vai existir, então lamento informar, mas saber o que acontecerá no futuro não está no escopo desse assunto nem deste site.

    E dado que tal sociedade é possível, então pelos motivos morais e utilitários explicitados nessas obras vale a pena trabalhar para que a sociedade anarcocapitalista venha a existir. Para saber quais são os motivos que tornam esse trabalho compensador, consulte as obras.

    Então, não jogue tudo que não existe no rótulo de "utopia". Utopia é aquilo que não tem possibilidade de existir. Socialismo puro, por exemplo, é utopia (cálculo econômico, Mises). Comunismo (sociedade sem classes e sem propriedade privada) é utopia (propriedade privada existe sempre que há escassez de recursos). Um mundo sem escassez de recursos ou sem pessoas más é utopia. E por aí vai.

    O fato de algo não existir não é suficiente para classificar algo como utópico. Utópico é tudo aquilo que não tem possibilidade de existir.

    Aliás, no seu 100º podcast o Bruno Garschagen fala um pouco da definição de utopia de sistemas políticos. É a área de pesquisa dele. Recomendo fortemente.

    Uma pergunta inteligente seria: uma sociedade ancap é possível hoje?
    Eu, João, acho que não pelos motivos apresentados no podcast supracitado. Ela depende de uma ampla consciência a respeito da inutilidade (e da imoralidade) do estado, consciência num grau inexistente hoje em dia, especialmente no Brasil. Portanto, pra mim hoje, mesmo que todos os estados sumissem, voltaríamos ao estatismo. Mas esse prognóstico só vale na cultura estatista dos nossos dias.
  • Tiago Ramos  08/12/2013 02:10

    [quote]Eu, João, acho que não pelos motivos apresentados no podcast supracitado. Ela depende de uma ampla consciência a respeito da inutilidade (e da imoralidade) do estado, consciência num grau inexistente hoje em dia, especialmente no Brasil. Portanto, pra mim hoje, mesmo que todos os estados sumissem, voltaríamos ao estatismo. Mas esse prognóstico só vale na cultura estatista dos nossos dias.[/quote]


    João,

    dadas suas últimas colocações, creio que chegamos num denominador comum.

    Saudações.
  • anônimo  08/12/2013 01:07
    MITO #5: OS LIBERTÁRIOS SÃO UTÓPICOS QUE ACREDITAM QUE TODAS AS PESSOAS SÃO BOAS, E QUE, PORTANTO, O CONTROLE ESTATAL NÃO É NECESSÁRIO.
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=558#Parte18

    Os libertários são anarquistas?
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=69

    O que significa ser um anarcocapitalista?
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=215

    Anarquismo, razão e história
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=861

    Dez objeções típicas ao anarquismo libertário
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1556

    Não é questão de crer para ver, Tiago. Estamos lhe mostrando. É só você abrir os olhos e [i]ler[/].


    (...) O problema é que as alegações de vocês podem ser testadas e vistas ao longo da História, o que mostrou-se insustentável diante da natureza distinta e selvagem dos humanos.(...)

    Mesmo? [n]Sempre[/n], nas sociedades que se aproximaram do "anarquismo" que defendemos, aconteceram explosões de desenvolvimento econômico e social. Você continua achando que anarcocapitalismo está mais para anarquia do que para sociedade ordeira. Você continua sem entender o que, de fato, é anarcocapitalismo ( ou libertarianismo, são sinônimos ).

  • anônimo  08/12/2013 08:27
    'Mesmo? [n]Sempre[/n], nas sociedades que se aproximaram do "anarquismo" que defendemos, aconteceram explosões de desenvolvimento econômico e social. Você continua achando que anarcocapitalismo está mais para anarquia do que para sociedade ordeira. '

    O que elas se aproximam nesses casos é de ter um governo mínimo, é desonestidade tirar disso alguma conclusão quanto ao anarco capitalismo porque nesses casos não existia a ausência de governo e a competição de polícias e justiças privadas.
  • anônimo  08/12/2013 16:21
    A tendência é óbvia. Quanto menos governo, mais desenvolvimento. A explicação por detrás deste fator é que premite a extrapolação para a sociedade sem estado. Desonestidade, só de quem tira conclusões sem conhecer a teoria.
  • anônimo  08/12/2013 19:04
    Anarco capitalismo: estado nenhum
    Minarquia: estado mínimo
    Algum desses casos tem a ver com estado inexistente? Nenhum. Logo o desonesto é quem chega em conclusões sobre o ancap, sem haver nenhum dado aí que tenha a ver justamente com a diferença entre ancap e minarquia.

    E a 'teoria' todo mundo já conhece demais, se é uma coisa tão lunática, tão utópica que não convence nem quem já tem raiva do governo, problema de vocês.
  • Fellipe  08/12/2013 12:06
    Tiago,

    A última resposta do João foi excelente e direto ao ponto. Não é porque algo é impossível HOJE não vale a pena trabalhar por isso. Todos os estudos que insistimos em te sugerir mostram sua viabilidade técnica.

    Como já informado, nunca existiu sociedade ancap. Porém o resultado do avanço rumo à liberdade econômica e ao respeito à propriedade privada (que é o que este site defende e o anarcocapitalismo é o defensor máximo) pode ser observado nos países líderes do ranking da Heritage Foundation - Cingapura é talvez o exemplo mais agudo, cuja organização em cidade-estado com alta liberdade econômica o fez passar de uma favela nos anos 60 para um dos países mais prósperos dos dias atuais.
  • Fellipe  09/12/2013 16:48
    Tiago,

    Mais uma sugestão de leitura, bem oportuna, publicada hoje.

    www.libertarianismo.org/index.php/academia/artigosnovo/1454-quem-sao-os-realistas
  • Veron  18/02/2015 02:05
    O artigo só peca de forma inocente na maneira de como iremos conseguir acabar com o Estado.

    Só iremos acabar com o Estado se elegermos políticos libertários, mesmo libertários não concordando com eleições, para """gerenciar""" o Estado e cada vez mais ir diminuindo o Estado por dentro até que, em um certo ponto, o Estado não tenha mais poder para impor as vontades dos burocratas contra a totalidade da população.

    Se nós libertários não lutarmos a Guerra Política, iremos continuar sendo dominados por quem é esperto, canalha e se interessa por política.

    De resto está perfeito.
  • Luiz Gabriel Correia  18/02/2015 05:42
    Gostaria primeiramente de agradecer à equipe do Mises Brasil, que tem me esclarecido dia após dia com seus artigos, sou um fã assíduo e estou cada vez mais entendendo as consequências nocivas do intervencionismo estatal. Tenho uma dúvida a respeito do Libertarianismo. O filósofo Olavo de Carvalho diz em uma de suas gravações, e eu concordo com ele, que a liberdade não pode ser considerada um princípio, pois ela é paradoxal por si mesma. Quero dizer, às vezes, ao escolher aquilo que me convém, acabo ameaçando a tranquilidade do meu próximo. Isso é uma questão muito delicada. Uma vez instaurada a liberdade, como garantir que cada um tenha consciência do que seja aceitável ou não escolher a fim de manter uma harmonia geral? Acredito que essa ideologia seja praticável apenas em uma sociedade moralmente amadurecida, o que me faz concluir que o Brasil não está preparado, pois no meu próprio convívio diário, observo várias discrepâncias, como uma pessoa atirando lixo pela janela do ônibus, o próprio lixo que vai entupir um bueiro e inundar a sua casa. Isso é o que observo, pois habito em um município onde a maioria das pessoas são pobres e sem instrução. Com certeza essa falta de discernimento se aplica em inúmeros outros exemplos, em diversas escalas. Portanto, apesar de ser a favor da liberdade, entendo que ela traz uma responsabilidade social. Como garantir que essa responsabilidade seja compreendida e exercida por todos, de maneira compulsória? Para mim, não é possível de imediato, mas o que acredito que posso fazer é trabalhar com a educação. Meu sonho é fundar uma "Escola Libertária", onde possa formar jovens com esses ideais, além de base intelectual para que possam evoluir com autonomia. Ensinaria as prioridades para formar cabeças pensantes, como filosofia, política, economia austríaca, empreendedorismo, finanças, administração, idiomas (de uma maneira eficaz, por isso criei o blog chavedafluencia.com/), e entre outras atividades extraclasse para desenvolver um senso crítico impecável. Para tal iniciativa, conto com muitos amigos que gozam do mesmo ideal e tem uma mentalidade empreendedora como eu.
    Abraços.
  • José  18/02/2015 16:12
    Libertários no governo teriam o mesmo papel de uma vacina inoculada em um organismo atacado por um vírus. É acabar com o problema de dentro para fora, atacando o vírus do intervencionismo estatal à partir do próprio sistema, neste caso cuidando para não se deixar contaminar pelo ambiente que os cercaria.
  • André Motta - Batman  19/02/2015 14:36
    Vocês escrevem coisas boas, mas também coisas ruins.

    "Os anarquistas deixam de perceber o fato inegável de que algumas
    pessoas são ou muito limitadas intelectualmente ou muito fracas para
    se ajustar espontaneamente às condições da vida social. Mesmo se admitirmos
    que todos os adultos sadios sejam dotados da faculdade de
    compreender as vantagens da cooperação social e de agir consequentemente,
    ainda assim restaria o problema das crianças, dos velhos e
    dos loucos. Podemos concordar com a afirmação de que pessoas que
    agem de maneira antissocial devem ser consideradas como doentes
    mentais e receber cuidados médicos. Mas, enquanto não forem curados
    e, enquanto existirem crianças e velhos, algo precisa ser feito para
    que não se coloque em risco a sociedade. Uma sociedade anarquista
    estaria à mercê de qualquer indivíduo. A sociedade não pode existir
    sem que a maioria das pessoas esteja disposta a impedir, pela ameaça
    ou pela ação violenta, que minorias venham a destruir a ordem social.
    Este poder é atribuído ao estado ou ao governo."

    A açã humana - Mises.


    Pontuo: "Mesmo se admitirmos
    que todos os adultos sadios sejam dotados da faculdade de
    compreender as vantagens da cooperação social e de agir consequentemente,
    ainda assim restaria o problema das crianças, dos velhos e
    dos loucos"


    Nem todos os adultos sadios são portadores desta faculdade...me arriscaria a dizer que a maioria NÃO É. Tire suas próprias conclusões a respeito do resto.
  • Jack Napier - Coringa  19/02/2015 14:52
    Faltou-lhe apenas a ética (ou seria a inteligência?) de dizer que o "anarquismo" a que Mises se refere nesse trecho é o anarco-comunismo ou anarco-sindicalismo, que era a grande moda da primeira metade do século XX.

    O alvo de Mises eram os utópicos de esquerda. Em sua época, o termo anarquismo remetia exclusivamente a este grupo. O termo anarcocapitalismo ainda não havia sido cunhado (só o foi em meados da década de 1970).

    Mises atacava a teoria deles de que o homem é um ser intrinsecamente benevolente e que, por isso, não seria necessária uma defesa organizada contra os inimigos da civilização. Porém, não é nisso que o anarquista defensor incondicional da propriedade privada acredita. É claro que assassinos e ladrões existem. É necessário haver uma instituição que mantenha tais pessoas acuadas. Mises chamava essa instituição de governo, ao passo que as pessoas que não querem estado nenhum afirmam que todos os essenciais serviços de defesa podem ser mais bem efetuados por empresas no mercado. Quem quiser chamar estas empresas de governo, porque acha que assim se sentirá melhor, está livre para isso.

    Mais cuidado em suas generalizações.
  • Tiago Ramos  19/02/2015 20:49
    Pois é, Jack Napier.

    Basta aparecer uma mega-ultra-bombástica empresa, ou conglomerado de empresas, que detenha esse poder no seu anarco-capitalismo. Teremos, então, uma ditadura instalada.
  • Harvey Dent  19/02/2015 20:56
    Tipo a estatal e monopolista Petrobras, que já existe no arranjo atual? Sei, e como isso ocorreria?
  • Duas Caras  19/02/2015 22:48
    Uma coisa que eu acho hilária nas críticas ao anarcocapitalismo é quando o pessoal começa a pintar os cenários mais catastróficos causados em tese pelo anarcocapitalismo. Nos piores cenários que eles conseguem imaginar temos situações que já ocorrem diariamente com a existência do estado. O mais engraçado é que esses críticos nunca se dão conta disso, sempre dando a oportunidade para que alguém esfregue isso na cara deles.
  • Guilherme  22/05/2017 06:12
    Mises era contra todo tipo de anarquismo, amigo!

    "Mises entrou em contato com o movimento anarquista burguês já nos anos seguidos à publicação de Ação Humana, especialmente através de seus contatos com libertários da costa-oeste, mas também em correspondência com Rose Wilder Lane. Seus debates com esses radicais americanos permaneceram infrutíferos. Mas após uns vinte anos, o anti-estatismo deles ganhou momento. A melhor prova foi a existência do Círculo Bastiat, envolvendo Rothbard, Raico e Liggio. Raymond Cyrus Hoiles, editor da Freedom Newspaper, vangloriou-se desse impacto crescente em uma carta a Mises, a primeira correspondência dos dois em trinta anos. Respondendo a alegação de Mises de que nenhum homem racional jamais propôs que a produção de segurança fosse confiada a organizações privadas…"Jörg Guido Hülsmann, Mises: The Last Knight of Liberalism, p. 1025

    "Mises respondeu de uma maneira hobbesiana, objetando que, na ausência de um monopólio do uso da força coercitiva, "todo mundo teria que se defender continuamente de bandos de agressores". Ele concluiu: "Eu penso que você erra em assumir que seus princípios são aqueles da Declaração de Independência. Eles são na verdade os princípios que levaram, cem anos atrás, os Estados Confederados a recusar o reconhecimento do presidente eleito pela maioria. Seja onde for que esses princípios sejam recorridos, eles levam a derramamento de sangue e anarquia."" Jörg Guido Hülsmann, Mises: The Last Knight of Liberalism, p. 1026

    "A fim de estabelecer e preservar a cooperação social e a civilização são necessárias medidas para impedir que indivíduos antissociais cometam atos que poderiam desfazer tudo o que o homem realizou desde que saiu das cavernas. Para preservar um estado de coisas onde haja proteção do indivíduo contra a ilimitada tirania dos mais fortes e mais hábeis, é necessária uma instituição que reprima a atividade antissocial. A paz — ausência de luta permanente de todos contra todos — só pode ser alcançada pelo estabelecimento de um sistema no qual o poder de recorrer à ação violenta é monopolizado por um aparato social de compulsão e coerção, e a aplicação deste poder em qualquer caso individual é regulada por um conjunto de regras — as leis feitas pelo homem, distintas tanto das leis da natureza como das leis da praxeologia. O que caracteriza um sistema social é a existência desse aparato, comumente chamado de governo." Ludwig von Mises, Ação Humana, capítulo XV, "Liberdade"
  • Andre Luiz  21/02/2015 12:30
    O artigo é bom, mas sofre da deturpação ideológica de pôr a culpa no Estado dos males da humanidade:"Não necessitamos que o governo faça mais coisas, mas sim menos, cada vez menos, até o ponto em que a genuína liberdade possa triunfar. A única coisa positiva que um governo pode fazer é definhar permanentemente até finalmente deixar que a sociedade prospere, cresça e se desenvolva por conta própria."Esse é um parágrafo que suponho que um integrante do Mises, daqueles que aceitam bovinamente tudo que está escrito aqui, tem um orgasmo.Você pode dizer para eles que governo, e Estado, são um dado histórico.Ou seja, a própria História demonstra que as sociedades se organizaram, com o decorrer dos séculos, em Estado com leis de aplicação cada vez mais genéricas, e públicas; e governo sempre existiu em diversas formas, desde a forma tribal, até as mais modernas.Entretanto algum pedante do Mises, todo empombado de falsa filosofia diria:"Não, não é porque não é possível hoje que não será possível amanhã vir a se concretizar o anarquismo, não é utopia.", ou solta essa pérola, lida logo acima:"Uma coisa que eu acho hilária nas críticas ao anarcocapitalismo é quando o pessoal começa a pintar os cenários mais catastróficos causados em tese pelo anarcocapitalismo.".Mas é óbvio, que os nossos amigos, leitores vorazes desse site, ao fazer tal afirmação, citarão um lote de artigos, geralmente daqui do próprio site, para corroborar seu argumento, de que o anarquismo é o próximo estágio da humanidade. Então vamos para além dos dados históricos/sociológicos/políticos, isso ainda é um conhecimento restrito.Vamos fazer um salto quântico.Falaremos de Projeciologia e Conscienciologia, alguém já tomou conhecimento?Se anarcocapitalismo representa uma fatia diminuta de pessoas, Projeciologia e Conscienciologia representa uma porcentagem menor ainda de interessados.Quem sabe se o autor conhecesse esses ramos do saber ele não precisaria usar Moisés, do antigo testamento, como metáfora para validar suas ideias.Não posso afirmar que não conheça, mas como a maioria da humanidade ignora, inclusive os mais altos eruditos, é bem provável que ele desconheça.Assim como as pessoas que vem aqui comentar.O autor reporta-se à liberdade, mas ele se interesse por projeções da consciência, estudar e vivenciar o fenômeno?Mas o que Projeciologia e Conscienciologia poderia questionar anarcocapitalismo?Primeiramente, o exercício da liberdade se relaciona mais ao conhecimento teórico/prático da fenomenologia da consciência, sob o paradigma consciencial.Anarcocapitalismo assemelha-se à masturbação intelectual perto disso.Segundo, o conhecimento teórico/prático, ao qual me referi, nos leva a concluir sobre a existência de governos que se organizam em camadas que cuidam de interesses mais e mais abrangentes.Obviamente não se confunde essa organização com um governo de burocratas, que cobram impostos, controladores das pessoas e que nada mais são que ladrões representantes de um Estado em última instância escravocata. Ideia típica que o site tenta impingir.Bem pelo contrário disso.A ideia de governo ao qual me referi representa princípios cosmoéticos.Portanto, essa ideia é totalmente contrária ao conceito essencial de anarquismo de que toda forma de governo interfere injustamente na liberdade individual.O governo, dentro do processo de evolução da consciência, está se aperfeiçoando.Historicamente é possível constatar isso.E obviamente o anarcocapitalismo, reconhecendo contraditoriamente a necessidade de governo, quer substituir o governo/estado por governo/empresas privadas que vão administrar nossos interesses.Estado X empresas/organizações privadas, quem prefere?Questões como justiça, segurança, regulações de saúde pública, por exemplo, eu prefiro o Estado.E na verdade esse tipo de prestação de serviço é tarefa essencial do Estado.
  • Pedante Empombado  25/02/2015 05:03
    Não queria comentar essa sua maçaroca, mas, como fui citado, ainda mais de forma tão afetuosa, não resisti e decidi que seria de bom tom me manifestar sobre alguns pontos:

    "O artigo é bom, mas sofre da deturpação ideológica de pôr a culpa no Estado dos males da humanidade"

    Nenhuma pessoa provida de razão, libertária ou não, põe a culpa no estado pelos males da humanidade em si. O autor do artigo, assim como todos os libertários, só põem a culpa no estado pelos males que a ele cabem ser imputados. Se a lista de males é tão avassaladoramente grande que parece abranger a todos os males possíveis e imagináveis que se abatem sobre a humanidade, a culpa não é dos libertários. Não mate o mensageiro pela má notícia que ele apenas transmite.


    "Esse é um parágrafo que suponho que um integrante do Mises, daqueles que aceitam bovinamente tudo que está escrito aqui, tem um orgasmo"

    Antes de mais nada, você está fazendo uma confusão entre integrantes e leitores do IMB. Os integrantes acordaram previamente sobre as regras que um artigo deve conter para ser publicado, portanto, não são os integrantes do IMB que aderem bovinamente ao artigo, é o artigo que se submete aos critérios pré-estabelecidos pelos integrantes do IMB. Desse modo, nenhum integrante do IMB pode logicamente ser acusado de vaca de presépio.

    Sobre os leitores (dentre os quais me incluo), se você fosse menos preconceituoso e procurasse interagir antes de invectivar, saberia que a maioria deles (senão a totalidade) já foi socialista em algum grau, de modo que as idéias apresentadas neste site só entraram na nossa cabeça após enfrentarem muita resistência. Aliás, creio que nem poderia ser diferente, afinal, desde a mais tenra idade nós fomos doutrinados a aceitar e amar nossa escravidão. Uma coisa dessas não se desfaz com a leitura de meia dúzia de artigos, por isso mesmo que eu e outros pentelhos citamos "um lote de artigos, geralmente daqui do próprio site". Mas prometo que não citarei nenhum artigo nesta resposta, até porque já sei que você não vai ler mesmo.

    "Você pode dizer para eles que governo, e Estado, são um dado histórico.Ou seja, a própria História demonstra que as sociedades se organizaram..."

    E eles não vão negar, até porque é verdade. Mas saiba que a escravidão foi um dado histórico também e, ainda assim, não existe mais. O assassinato de pessoas é um dado histórico do mesmo modo e você, apesar disso, não chama as pessoas que condenam o assassinato de imbecis. Ademais, não somos contra pessoas se organizarem, não somos contra a existência de um governo, somos contra o estado, porque, além deste não depender da concordância de seus membros, vale-se de agressão constante aos mesmos para se manter.

    "...seu argumento, de que o anarquismo é o próximo estágio da humanidade"

    Não posso dizer por todos, mas não creio que o próximo estágio da humanidade será o anarcocapitalismo. Não vou descer a detalhes de minha opinião (até porque é só minha opinião), mas minhas projeções para o futuro da humanidade são desesperadoras. No entanto, decidi que, mesmo assim, quero estar do lado daqueles que tentaram evitar que a humanidade caísse na ribanceira ou ao menos daqueles que não a chutaram para que lá caísse.

    "... o conhecimento teórico/prático, ao qual me referi, nos leva a concluir sobre a existência de governos que se organizam em camadas que cuidam de interesses mais e mais abrangentes.Obviamente não se confunde essa organização com um governo de burocratas, que cobram impostos, controladores das pessoas e que nada mais são que ladrões representantes de um Estado em última instância escravocata. Ideia típica que o site tenta impingir."

    Isso só demonstra sua ignorância. Como disse, nenhum anarcocapitalista é contra a existência da instituição de uma forma de organização, de um governo, se preferir. Você está confundindo os anarcocapitalistas com os anarquistas, aqueles esquerdistas que querem pegar o trem expresso para o comunismo, evitando assim de ter que dar uma parada para esticar as pernas na estação socialismo. Só para não dizer que tudo foi choro e ranger de dentes, pelo menos você reconhece que vivemos em regime de escravidão. It's something.

    "... o anarcocapitalismo, reconhecendo contraditoriamente a necessidade de governo, quer substituir o governo/estado por governo/empresas privadas que vão administrar nossos interesses"

    Contradição alguma. Além disso, o governo não precisa ser necessariamente uma empresa privada, isso é mais mostra de ignorância sua. Assim como nos condomínios, em algumas comunidades de fato se escolherá contratar uma empresa especializada, noutras os próprios moradores se organizarão para gerir diretamente seus problemas. Ou poderá mesmo haver um arranjo misto, em que alguns aspectos serão confiados à gestão de uma empresa privada e outros serão tratados pelos próprios moradores. De qualquer forma, isso não importa para o anarcocapitalista, desde que, é claro, tal ou qual arranjo seja consentido pelas partes envolvidas. O que não pode haver é "um governo de burocratas, que cobram impostos, controladores das pessoas e que nada mais são que ladrões representantes de um Estado em última instância escravocata".

    "Estado X empresas/organizações privadas, quem prefere?Questões como justiça, segurança, regulações de saúde pública, por exemplo, eu prefiro o Estado"

    Bem, lamento dizer, mas você é um completo imbecil e sua escolha reflete sua personalidade. Todavia, já que consente em ser currado diariamente por uma gangue de tarados, problema seu. Enjoy yourself. Eu, contudo, não quero ser forçado a participar de seu gangbang, portanto, inclua-me fora dessa. Aliás, enquanto eu for deixado de fora não haverá estado. O estado só surgirá no instante em que eu for arrastado para dentro dessa sodomia perversa.


    Sobre o resto do seu comentário, esse sim foi uma verdadeira masturbação intelectual (constituindo um perfeito exemplo não de projeciologia, mas de projeção mesmo), daí não ter tido qualquer interesse em retrucar.


    PS: Sobre o "pedante do Mises, todo empombado de falsa filosofia" e a subseqüente citação, infelizmente o senhor cortou a minha fala, omitindo justamente a parte mais importante dela (creio que foi por má-fé, mas vou deixar isso quieto). Assim sendo, tomo a liberdade de citá-la na íntegra:

    "Uma coisa que eu acho hilária nas críticas ao anarcocapitalismo é quando o pessoal começa a pintar os cenários mais catastróficos causados em tese pelo anarcocapitalismo. Nos piores cenários que eles conseguem imaginar temos situações que já ocorrem diariamente com a existência do estado. O mais engraçado é que esses críticos nunca se dão conta disso, sempre dando a oportunidade para que alguém esfregue isso na cara deles."
  • Bruno Arruda  26/02/2015 13:30
    Leio esses artigos com uma grande expectativa, sempre esperando alguma hipótese de como o governo pode "retroceder", mas nunca vejo NADA concreto que leve a esse desfecho.

    Não vejo meios, nem exemplos, nem ideias de libertários anti-políticos que levem ao fim do estado, a não ser talvez o uso de moedas virtuais (ex. bitcoin), uma vez que isso permite a interação espontânea sem possibilidade de interferência estatal.

    Considerando que a tendência de sociedades sob um forte planejamento central é o esfacelamento do mercado, o que dificulta o acesso à tecnologia, à energia elétrica, e a produtos fundamentais, perdemos a moeda virtual como meio de enfraquecimento do Estado justamente quando é maior a necessidade dele ser freado.

    Então, excluindo-se as moedas virtuais, e negando a política como um meio de atuação para refrear o crescimento do estado, o que poderíamos chamar de uma estratégia de redução de danos, enfim, se nos excluirmos politicamente, estaremos colaborando senão para o pior cenário possível. Por isso eu não entendo porque não nos mobilizamos politicamente e pressionamos partidos até que eles ouçam nossas demandas, apoiando políticas que inibam ou minimizem os estragos Estatais que possam atrapalhar a implantação em larga escala dos meios que vão garantir nossa liberdade, ou do único meio, já que não vi outras opções além de moedas virtuais.
  • Manoel Barroso  26/02/2015 14:00
    Óbvio. Você não pode querer que um simples artigo explique detalhadamente toda uma estratégia complexa.

    Para isso, há os livros. E pode começar por este aqui:

    www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=95

    E, caso queira um resumo do livro, pode vir aqui:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1692
  • Andre Luiz  01/03/2015 05:52
    "Nenhuma pessoa provida de razão, libertária ou não, põe a culpa no estado pelos males da humanidade em si. O autor do artigo, assim como todos os libertários, só põem a culpa no estado pelos males que a ele cabem ser imputados. Se a lista de males é tão avassaladoramente grande que parece abranger a todos os males possíveis e imagináveis que se abatem sobre a humanidade, a culpa não é dos libertários. Não mate o mensageiro pela má notícia que ele apenas transmite.".

    Eu mato o mensageiro quando ele faz uma distorção de cunho ideológico (talvez por má-fé). Transmite-se a má notícia, mas falseia-se a conclusão. Enumera-se uma lista de maldades do Estado e conclui-se: o Estado é essencialmente mau, uma entidade sem valor, ele deve ser destruído. Você chamou os integrantes do Estado de estupradores. Os estupradores (metaforicamente ou não) são essencialmente maus? Os ladrões, os vigaristas são essencialmente maus? Os despóticos são essencialmente maus? Os sádicos são essencialmente maus? O que significa admitir que essas pessoas/ seres sejam essencialmente maus, elas são obrigadas a conviver com esses traços malignos eternamente? Que por isso devem ser destruídas? É uma concepção religiosa. É ser ignorante do princípio evolutivo inerente à consciência.

    Igualmente a instituição do Estado. Assim como a humanidade ela vem se desenvolvendo. É óbvio que se vai encontrar uma lista de males avassaladoramente grande, até porque as instituições do Estado são integradas por consciências, que estão no estágio inicial da evolução, e que por isso são imperfeitas. A lista de males do estado é a lista de males da humanidade.

    Inclusive se faz um apanhado seletivo de dados históricos para se afirmar a convicção que estado não vale nada. Quando não é verdade. A História é muito mais complexa. O Estado é uma instituição que vem se aperfeiçoando.

    Não matar o mensageiro pela má notícia que ele carrega é uma frase de efeito. E é o que vocês querem fazer com estado, mata-lo pela má notícia embutida nele.

    " Mas saiba que a escravidão foi um dado histórico também e, ainda assim, não existe mais. O assassinato de pessoas é um dado histórico do mesmo modo e você, apesar disso, não chama as pessoas que condenam o assassinato de imbecis."

    Rapaz, não chamei ninguém de imbecil, até agora. Já eu fui chamado de imbecil, no modo cortês de alguns petralhas do mises se comunicar, quando alguém resolve contradizê-los. Não ponha palavras no meu texto (senão eu vou dizer que tu estás de má-fé, de novo).

    É incrível a moderação aqui deixar passar esse tipo de manifestação mal-educada semelhante ao que eu li no fim da tua resposta. Apesar de existir a regra: "Envie-nos um comentário inteligente e educado. Em outros sites que eu participo não é assim.

    Tu estás confundindo alhos com bugalhos. Os anarcocapitalistas vão além de condenar o assassinato, têm a intenção de matar o assassino. O assassino é o estado. Não vou fazer delongas a respeito disso porque é uma visão simplista. Ela é parcial.

    "Ademais, não somos contra pessoas se organizarem, não somos contra a existência de um governo, somos contra o estado, porque, além deste não depender da concordância de seus membros, vale-se de agressão constante aos mesmos para se manter.".

    Sim, o estado cobra imposto.

    O estado em si não é condenado pela maioria das pessoas, o que se condena são alguns regimes de governo castradores, centralizadores. É uma forma de organização legítima, as pessoas reconhecem determinadas funções próprias ao estado. Até libertários, existem aqueles que querem o estado mínimo, mas não querem aboli-lo.

    Lamento dizer, mas a maioria das pessoas não são paranoicas a ponto de pensar que o estado é composto por uma gangue de tarados. Mas essa expressão que tu usou é reflexo da tua personalidade.

  • Emerson Luís  17/03/2015 14:50

    Muitas vezes a solução não está no que se deve fazer, mas no que se deve deixar de fazer.

    * * *
  • Amarilio Adolfo da Silva de Souza  28/03/2015 23:44
    O povo possui o poder de diminuir o poder estatal: basta não se submeter a ele. Fazer apenas o necessário para não ser prejudicado pela intervenção ilegal do estado, não acreditar nas "instituições democráticas", votar nulo sempre, etc.
  • DeusOdeia  18/10/2015 00:59
    Como funcionaria o sistema de lucro, no exercito, marinha e aeronáutica ?

    Como funcionária o sistema de lucro nos três poderes legislativo, judiciário e executivo ?

    Como funcionaria o sistema de lucro em presídios ?

    Se caso minha propriedade fosse atacada e não tiver policia para chamar, e me matem, mesmo eu estando com armas e revide, O que os três poderes privatizados poderiam fazer pelos meu descendentes ?
  • Ex-microempresario  19/05/2017 18:44
    Como funcionaria o sistema de lucro, no exercito, marinha e aeronáutica ?
    Se as pessoas acharem que deve haver um exército, uma marinha, uma aeronáutica ou todas elas, elas serão criadas e pagas por essas mesmas pessoas. Provavelmente a administração será bens mais eficiente do que é hoje, onde milhares de recrutas passam o dia marchando, varrendo o chão e batendo continência para cada oficial que passa na frente.

    Como funcionária o sistema de lucro nos três poderes legislativo, judiciário e executivo ?
    O conceito de legislativo e executivo não se aplica ao anarco-capitalismo. Quanto ao judiciário, se vc o entender como um órgão julgador e mediador de conflitos, funcionaria como as câmaras de arbitragem que já existem hoje. Lembre também que em alguns países, ao contrário do Brasil, a maioria dos crimes é julgada por um júri, e o juiz é só um "mediador" do julgamento. A meu ver, já é meio caminho andado para a extinção do judiciário como poder incontestável perante a população.

    Como funcionaria o sistema de lucro em presídios ?
    Se as pessoas achassem necessária a existência de um presídio, construiriam um e pagariam pela sua manutenção. Note que, em qualquer comunidade, uma justiça eficiente e poucas esperanças de impunidade reduzem bastante os crimes e a necessidade de prisões.
    Vou me permitir um exemplo pessoal: Nos anos 80, meu pai visitou Rondônia, que passava por um enorme crescimento populacional, com cidades surgindo da noite para o dia. Ele desceu do avião esperando encontrar algo como um filme de bangue-bangue. No caminho para a cidade, viu que muita gente andava ostensivamente armada. Logo chegaram a um restaurante, o amigo de meu pai desceu da F-100 e entrou. Meu pai o alcançou já dentro do restaurante, e disse:
    - Minhas malas estão na caçamba da picape.
    - Não tem problema.
    - Não há perigo de alguém roubar ?
    - Bandido por aqui não se cria, disse o anfitrião, encerrando o assunto.

    Se caso minha propriedade fosse atacada e não tiver policia para chamar, e me matem, mesmo eu estando com armas e revide, O que os três poderes privatizados poderiam fazer pelos meu descendentes ?
    Não existem "poderes privatizados". O que os "poderes" de hoje farão: a polícia vai esperar umas quatro ou cinco horas antes de chegar, para garantir que os bandidos já foram embora, vai fazer um B.O., levar seus descendentes para a delegacia onde eles esperarão por mais algumas horas antes de "prestar depoimento" e. talvez, semanas depois, seja aberto um inquérito. A média de homicídios resolvidos pela polícia no Brasil é de menos de 10%.
    Se vc fala de herança, o respeito à propriedade é um dos pilares do anarco-capitalismo. Ninguém vai se aproveitar de sua morte para tentar se apropriar de seus bens, prejudicando seus legítimos herdeiros. Isso seria repudiado por toda a comunidade.
    Se vc fala de apoio financeiro, ele virá do seguro de vida que vc, como pessoa responsável e previdente que é, escolheu e contratou livremente durante sua vida, talvez com uma cláusula que garanta indenização maior em caso de morte por acidente ou crime; eu tenho um desses.
  • RR  18/10/2015 01:39
    Eu concordo completamente com o artigo. Não quero mais governo, não quero saber de políticos e nem de aumento de cargos públicos. Mas em relação a situação da segurança? Um Estado mínimo não é necessário para garantir a segurança interna e principalmente a soberania nacional frente a outras nações? Ainda não consigo imaginar um Estado sem Exército e sem polícia, mesmo que fazendo pouco, eu sei, mas garantem um mínimo de ordem, ainda mais na sociedade em que vivemos atualmente.
  • Amarílio Adolfo da Silva de Souza  18/10/2015 02:08
    Estado brasileiro = grande, corrupto, etc...
  • Fernando  19/10/2015 00:00
    Eu concordo que a sociedade não precisa de dirigentes. Seria fácil mudar isso, apenas fechando o poder executivo. Sem poder executivo, o estado seria apenas um legislador e um julgador de processos.

    Porém, ainda acredito que o legislativo possa legislar em benefício próprio e em benefício do judiciário.

    Uma empresa pode funcionar muito bem sem alguém no comando, onde as decisões são tomadas por algunas pessoas, sem ter alguém com a decisão final.

    No caso do governo, seria muito difícil organizar alguma coisa entre milhões de pessoas, sem o mínimo de regras.

    Vou procurar algum artigo no site do IMB sobre justiça libertária, para ver se tem alguma coisa eficiente no caso da justiça.
  • Victor  19/10/2015 12:57
    Fernando,

    Há atualmente diversos conflitos que NÃO são julgados pelo Poder Judiciário. Veja a presença de diversas câmaras arbitrais, mediações, dentre outros meios alternativos de controvérsias que são inseridos em diversos contratos e crescem a cada ano.

    Abs
  • Tio  15/03/2016 14:48
    Olha, concordo que uma sociedade não precisa ser dirigida, que todos os bens e serviços que atendam o consumidor poderiam ser melhor produzidos pelo mercado e até que uma cidade poderia ser administrada por uma instituição privada, similar ao que acontecer em condomínios, mas em escala maior.

    Agora não entra a ideia de um sistema judiciário livre. Sem uma instituição que possa ter a palavra final em um conflito, a sociedade estará sujeita as incertezas e o caos. Isso parece tão obvio que não vejo como negar.
  • Pedro  15/03/2016 20:38
    "Tão logo a cultura ideológica começou a absorver a lição do quão desnecessário era o estado para o funcionamento da sociedade"
    Me aponte uma única sociedade complexa (não pequenos grupos de indivíduos) que tenha se desenvolvido sem qualquer vestígio de estado ao longo de toda a história da humanidade. Uma só. E não estou falando de estado mínimo. Estou falando de estado nenhum. Aí te pergunto: como se absorve uma lição a partir de algo que nunca aconteceu?
  • Thiago  15/03/2016 22:13
    Absorve-se, acima de tudo, quando se extingue o analfabetismo funcional.

    O trecho que você selecionou diz que as pessoas perceberam que não era o estado quem gerenciava a sociedade, mas sim a interação entre os indivíduos. O trecho não fala que o estado foi abolido, mas sim que ele foi tornado desimportante.

    E, com efeito, se você estudar como os países se desenvolveram, verá que a presença de um estado regulando a economia, controlando o estilo de vida das pessoas, e tentando salvar o mundo era nula.

    Nas ocasiões em que o estado se fazia presente era para impor a escravidão (que era uma lei estatal).
  • Pedro  16/03/2016 00:57
    "O trecho não fala que o estado foi abolido, mas sim que ele foi tornado desimportante". E depois eu que sou analfabeto funcional. Em que momento escrevi que o texto afirma que o estado foi abolido? Usei esse trecho apenas para propor uma reflexão. E a minha pergunta, apesar de tua propalada sabedoria, ficou sem resposta. Repetindo: que sociedade complexa, na história da humanidade, se desenvolveu sem estado? Aguardo a resposta do sabichão que se considera um estudioso de como os países se desenvolveram (embora imagine que tenha lido dez vezes mais livros de história do que tu, mas vamos lá).
  • Gomides  16/03/2016 01:18
    "Em que momento escrevi que o texto afirma que o estado foi abolido? Usei esse trecho apenas para propor uma reflexão."

    Então piorou geral, o que lhe deixa totalmente a descoberto. Por que, afinal, você está fazendo, em tom adolescentemente desafiador, uma pergunta sem nenhum nexo? Pior ainda: uma pergunta totalmente fora do contexto, mas com um tom de refutação suprema?

    Sua pergunta seria válida se fosse tipo um off topic; porém, quando você se utiliza de um trecho do texto para "fundamentá-la", e logo depois -- após ter sua inconsistência desnudada -- reconhece que o trecho selecionado nada tinha a ver com o teor de sua pergunta, você fica a descoberto. Você tentou fazer um "gotcha", mas foi desmascarado.

    Imagina isso: eu digo que, depois que inventaram a bola, o futebol ficou mais agradável (pois não era mais necessário utilizar pedras ou meias ). E aí você responde: desafio qualquer um a me mostrar quando foi que jogaram futebol com uma bola quadrada!

    Dito isso, vamos lá:

    "que sociedade complexa, na história da humanidade, se desenvolveu sem estado"

    Sob civilizações complexas, estado sempre houve (o que, obviamente, não significa que tais civilizações não existiram se não houvesse estado; isso é impossível de ser provado).

    Agora, o que variava -- e muito -- era o escopo e a abrangência desse estado. Até o final do século XIX, em média, os estados majoritariamente lidavam apenas com segurança e justiça. E só.

    Os estados de hoje, que regulam absolutamente tudo (economia, vida social, disponibilidade de canudinhos e saleiros em restaurantes), fariam inveja aos césares da antiguidade.
  • Pedro  16/03/2016 01:52
    "Os estados de hoje, que regulam absolutamente tudo (economia, vida social, disponibilidade de canudinhos e saleiros em restaurantes), fariam inveja aos césares da antiguidade".
    Pela lógica do "quanto mais estado, pior", então os estados de hoje são muito piores do que aqueles de antigamente? Pois eu entendo exatamente o contrário. Com exceção de estados totalitários (e babaquices pontuais como leis para regular saleiros), o século XX teve um grande avanço nesse sentido, com alto desenvolvimento humano e social promovido (não exclusivamente, é verdade) por estados eficientes - sim, eles existem, uau!. Digo isso porque leio muito, e não porque saio por aí simplesmente dando pitacos, como outro aí deu a entender, ao sugerir que me faltava leitura. A propósito, abaixo os livros de história e as biografias que li nos últimos dois anos (sem contar textos, artigos, etc...), nos quais baseio em parte minha argumentação, que não se dá por mero achismo.

    A Batalha de Salamina
    A Bruxa de Kepler
    A Cruz e a Espada
    A Descoberta da Europa pelo Islã
    A Invenção do Ar
    A Última Viagem de Colombo
    A Vida de Isaac Newton
    Age of Wonder
    Aníbal (de Ernle Bredford)
    Árabes na História
    As primeiras damas de Roma
    Ascenção e Queda do 3º Reich
    Assassinos (de Bernard Lewis)
    Átila (de John Man)
    Bizâncio
    Carlos Magno (de Jean Favier)
    Conquistador (de Buddy Levy)
    Cruzadas (de Steven Runciman)
    Cruzadas (de Zoé Oldenbourg)
    De Bizâncio paro o Mundo
    Declínio e Queda do Império Romano
    Dos Democratas aos Reis
    Earth's Deep History
    Em Busca de El Cid
    Enterrem as Correntes
    Espadas Sacras
    Expansão Muçulmana
    Forja de Impérios
    Galileu Galilei (de Atle Naess)
    Guerra do Peloponeso
    Guerras Estúpidas
    Guerras Góticas de Roma
    Guerreiros de Deus
    Heresia Perfeita
    Heróis (de Lucy Hughes-Halett)
    Heróis e Maravilhas da Idade Média
    História das Cruzadas (Rousset)
    História de Roma (de M Rostovtzeff)
    History of the Later Roman Empire
    Holy Madness
    Inimigos de Roma
    Isaac Newton (de James Gleick)
    Italy and Her Invaders
    Kepler (de Max Caspar)
    La Caída del imperio romano
    Lavoisier no ano um
    Maomé (de Karen Armstrong)
    Maomé e Carlos Magno (Henri Pirenne)
    Mar de Glória
    Mestres da Batalha
    Mestres do Comando
    1453 (de Roger Crowley)
    1494 (de Stephen Bown)
    O Dia dos Bárbaros
    O Livro que Ninguém Leu
    Os Cães do Senhor
    Os Homens do Fim do Mundo
    Os Templários
    Queda de Roma - A Explicação Militar
    Roma ou Morte
    Rubicão
    Sútil é o Senhor
    Travessias Difíceis
    Uma Guerra Sem Igual
    Vikings (de Johannes Brondsted)
  • Paul Johnson  16/03/2016 02:06
    "o século XX teve um grande avanço nesse sentido, com alto desenvolvimento humano e social promovido (não exclusivamente, é verdade) por estados eficientes - sim, eles existem, uau!."

    Espera aí, você está dizendo que a grande criação de riqueza ocorrida no século XX foi causada pelo estado?! Quer dizer então que é o estado quem acumula capital, quem poupa, quem investe, quem gera empregos, quem faz invenções, quem coordena a divisão do trabalho, quem se arrisca em empreendimentos incertos etc?

    Como você pode provar que o alto desenvolvimento humano foi causado pelo estado e não apesar do estado?

    O estado, por definição, pode apenas redistribuir a riqueza criada por terceiros. Não tem como uma instituição que só sobrevive confiscando a riqueza de terceiros criar riqueza para todos. Isso é uma atentado à logica.


    P.S.: dos livros que você citou, nenhum deles explica o processo de criação de riqueza do século XX.
  • Pedro  16/03/2016 02:37
    "Espera aí, você está dizendo que a grande criação de riqueza ocorrida no século XX foi causada pelo estado?!"
    Está escrito, de forma bem clara: "(não exclusivamente, é verdade)".
    "Como você pode provar que o alto desenvolvimento humano foi causado pelo estado e não apesar do estado?"
    Te retribuo a pergunta com outra: e tu consegue provar que o alto desenvolvimento humano foi causado APESAR do estado?
    Ao responder, tu talvez empilhasse uma porção de números, estatísticas, artigos, livros, etc... e eu do outro lado faria o mesmo. Mas não vamos nos alongar muito. Na verdade, é difícil dizer quem tem razão. A minha opinião, baseada em tudo que li e nos fatos que tenho a disposição (incluindo o fato de que nenhuma sociedade complexa se desenvolveu sem estado), me leva a acreditar que o fim do estado não é solução para nada. É preciso, sim, fiscalizá-lo, cobrá-lo e aperfeiçoá-lo (diminuí-lo em muitos casos). Parar com esse discurso de que o estado nos oprime. Se oprime, é porque permitimos. Quem dá poder ao estado somos nós. Basta tirá-lo quando for exercido de forma opressora. E isso tem acontecido cada vez mais.
    Novamente, reitero: essa é a minha opinião pessoal baseada no que sei. Além das questões negativas do estado (que são muitas), também consigo enxergar as positivas. Saúde, educação e segurança pública de qualidade são, ao meu ver, grandes conquistas que alguns países alcançaram. Especialmente do século XX em diante. E, sim, muitos dos livros citados explicam o processo histórico que nos permitiu a criação de riqueza do século XX (li especificamente sobre isso, mas são livros anteriores a estes últimos dois anos de leitura).
  • Paul Johnson  16/03/2016 02:55
    "Te retribuo a pergunta com outra: e tu consegue provar que o alto desenvolvimento humano foi causado APESAR do estado?"

    Já respondido acima: utilizando a lógica.

    O estado, por definição, pode apenas redistribuir a riqueza criada por terceiros. Não tem como uma instituição que só sobrevive confiscando a riqueza de terceiros criar riqueza para todos.

    O estado não acumula capital, não poupa, não investe seguindo o sistema de lucros e prejuízos, não faz invenções, não coordena a divisão do trabalho, e não se arrisca em empreendimentos incertos. Ele de fato gera empregos para funças, mas tais empregos são pagos com o dinheiro confiscado do setor produtivo. Ninguém paga voluntariamente pelo serviço de um funça. Por isso, para que um funça receba seu salário, outra pessoa no setor privado deixou de ganhar mais.

    Sendo assim, pergunto: como sequer é possível alguém dizer que o estado causa desenvolvimento humano?

    Quanto a abolir estado, isso é outra discussão totalmente diferente.
  • Pedro  16/03/2016 03:54
    Tem um erro nessa lógica. Desenvolvimento humano não se dá apenas através da geração de riqueza. Alguém que trabalha como voluntário em um orfanato, por exemplo, não está gerando riqueza, mas pode contribuir muito para o desenvolvimento humano. Enfim, acho que não vou conseguir te convencer que estou certo e nem tu vai conseguir me convencer que estou errado. Abraço!
  • Paulo  16/03/2016 04:18
    "Alguém que trabalha como voluntário em um orfanato, por exemplo, não está gerando riqueza, mas pode contribuir muito para o desenvolvimento humano."

    Corretíssimo, mas aí cabem dois adendos:

    1) Como você bem disse, o trabalho é voluntário. Ninguém foi coagido, ninguém foi roubado, ninguém foi ameaçado de prisão caso resistisse ao roubo. Um indivíduo voluntariamente decidiu ajudar outro indivíduo. Ponto. Nenhum terceiro foi roubado ou agredido nesse processo. Nenhum terceiro teve sua propriedade confiscada nesse processo. Arranjo irretorquível.

    2) Não fosse a criação prévia de riqueza, esse ato caridoso seria praticamente impossível.

    Portanto, a sua afirmação de que "desenvolvimento humano não se dá apenas através da geração de riqueza" é factualmente errada. Sem uma prévia geração de riqueza, é impossível haver desenvolvimento humano. Questão de lógica (leia o artigo linkado acima).
  • Pedro  16/03/2016 04:41
    Mais uma vez discordo. O artigo fala de caridade do ponto de vista material. Ou da caridade que o capitalismo permite (mais tempo para outras atividades, etc...). Me refiro a outro tipo de caridade, que não tem absolutamente nada a ver com geração prévia de riqueza. E esse é apenas um exemplo que uso para revelar a falha na tua logica. Mas, como disse, não vou insistir. Que cada um siga com suas ideologias e convicções. Vou dormir hehe
  • Paulo  16/03/2016 12:28
    "Me refiro a outro tipo de caridade, que não tem absolutamente nada a ver com geração prévia de riqueza."

    Então você deve estar se referindo a atitudes como doar tempo, carinho, apoio moral e conhecimento,

    Beleza, mas tempo não enche barriga, carinho não enche barriga, apoio moral não enche barriga.

    Já o conhecimento é ótimo, mas só pode ser colocado em prática se houver alguma riqueza já acumulada. O conhecimento de nada adianta se não houver meio de colocá-lo em prática. Até mesmo um voluntário ensinando matemática para os pobres terá de fazer uso de giz, quadro-negro e folhas de papel. Isso são riquezas que foram anteriormente criadas.

    No mais, como um conhecimento se transforma em algo tangível? Utilizando algo (riqueza) que já foi criado.
  • Pedro  16/03/2016 12:40
    Boa colocação. Aí começamos a entrar no ponto onde nossas linhas de pensamento (imagino) divergem frontalmente. Tu dá a entender que o estado (e por consequência os funcionários públicos ou qualquer indivíduo trabalhando a troco de dinheiro público) não podem criar riqueza ou promover desenvolvimento humano. Pelo menos, não sem espoliar os outros, correto?
  • Paulo  16/03/2016 14:38
    Correto.
  • Pedro  16/03/2016 15:19
    Certo. Então vamos lá. Como disse, há vários aspectos que considero inconsistentes na tua argumentação. Uma delas é que não existe desenvolvimento humano através do que tu considera como espoliação (a cobrança de impostos). Aqui divergimos. Citei algumas biografias na minha lista de livros, entre elas Kepler e Galileu. As pesquisas de ambos, assim como Tycho Brahe, foram durante boa parte do tempo bancada com recursos públicos. Todos eles foram funcionários do estado ou receberam algo do estado durante boa parte de suas vidas. A contribuição destes três astrônomos para o desenvolvimento humano é inegável (acho que não precisamos discutir isso). Mas ela teria acontecido sem o apoio do estado? Dificilmente. Lendo a respeito deles, isso fica muito claro. Só que essa constatação não importa para o meu argumento, pois nisso teremos que ir para o campo das especulações e quero me ater aos fatos concretos. Neste caso, o fato concreto é que uma das maiores e mais importantes revoluções científicas da história se deu através de "funcionários públicos". Então te pergunto: a dita espoliação (concordando ou não com ela como algo necessário em uma sociedade complexa) é exclusivamente negativa para o desenvolvimento humano?
  • George  16/03/2016 17:25
    O seu melhor argumento é citar o século XVI, quando mal existia iniciativa privada e os estados europeus se financiavam com o ouro retirado da América?

    Se sim, ok.

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=603
  • Pedro  16/03/2016 17:50
    Não, é apenas um. Mas fica mais fácil analisar fatos que já aconteceram, se consolidaram e tiveram repercussões futuras permanentes, para assim contextualizá-los. O mesmo argumento, entretanto, serve para qualquer pesquisa científica importante feita hoje em dia e bancada com dinheiro público. É só escolher uma entre as milhares que existem por aí. O foco do debate segue o mesmo.
  • Ex-microempresario  19/05/2017 17:43
    A prova da utilidade do estado é que o estado "bancou" as pesquisas de Galileu ? E eu que achava que o estado (cujo nome mais exato é "a igreja") havia proibido as pesquisas de Galileu e ameaçado prendê-lo caso não se retratasse.

    Mas como a história é escrita pelos vencedores, não duvido que vc tenha alguns livros mostrando que a igreja era uma instituição muito boazinha e tolerante, e que o julgamento do Galileu foi só um mal-entendido.
  • Liber  21/05/2017 20:05
    Não anula o fato que o estado para bancar o cientista teve que espoliar os demais....só por aí já está errado. E defender isto apesar da imoralidade e utilitarismo.
  • Henrique Zucatelli  15/03/2016 22:10
    Artigo muito bom, mas ainda assim não deixo de enxergar uma certa hipocrisia (ou paralisia) dos libertários de hoje.

    Citar Moisés ou qualquer outro libertário do passado é uma conclamação a desobediência civil, a secessão, a colocar sua realidade em xeque para lutar por sua liberdade.

    De certo que já nascemos escravos do Estado. Somos servos compulsórios daqueles que defendem manter sob controle a prisão, e não vão abdicar voluntariamente dela, pois somos nada mais do que gado.

    Enquanto pequenos e magros, nos dão ração através de bolsas e cotas.

    Se engordarmos e ficarmos grandes e ricos, nos abatem e comem nossa carne, mesmo que seja pedaço por pedaço.

    Pergunto a todos os integrantes formais e informais do IMB: Em qual era, qual momento, qual povo a liberdade foi conquistada pacificamente?

    Para Mises, Rothbard, e até mesmo os contemporâneos como Rockwell, Murphy e Browne viveram e vivem em países avançados, com culturas absolutamente mais desenvolvidas e um bonus demográfico notável. Mesmo perante a intervenção do governo, ainda assim viveram muito bem.

    Para eles é simples pregar a luta pela liberdade nas ideias.

    Já aqui meus caros, o buraco é bem mais fundo, e debaixo dele tem porão:

    - Maiores juros do mundo
    - Violência e incapacidade de se armar
    - Coerção total do Estado contra empresas e seus donos
    - Carga tributária pornográfica
    - Inflação corrosiva

    Vocês viram o resultado desse passeio no domingo: ZERO (e eu avisei). Divulgar ideias pacificamente a um Estado opressor e seus milhões de asseclas é gastar energia e se frustrar infinitamente.

    Vamos a prática. Se somos homens, queremos liberdade, temos que ir até ela, pois eles não vão dar ela de graça para nós.

    1- Nos unirmos e montarmos uma associação. Sim, e tudo começa de algum lugar. Vamos montar uma lista de todos os nomes de pessoas que são a favor da liberdade e montar uma cooperativa para angariar fundos, com cotas para comprar terras em algum lugar do país ou onde decidirmos.

    2- Paralelamente a isso vamos pregar incessantemente na internet e pessoalmente a desobediência civil e a criação de um novo país. Que nos ridicularizem no começo, isso é esperado, mas quantos mais mídia atrairmos, mais inconformados se juntarão a nós.

    3- Quando atingirmos um montante de 1 milhão de pessoas (e faremos muito barulho até conseguirmos isso) iremos fazer uma petição pública internacional junto a todos os órgãos. A intenção não é ser ouvido nem pedir a benção da ONU, mas fazer mais barulho e conseguir mais força e atrair mais pessoas.

    4- Depois de fazer mais barulho ainda e de posse da quantia necessária para a compra de terras razoavelmente grande ao ponto de ser uma cidade, iremos declarar independência internacionalmente. Mais uma vez não é uma tentativa de ser protegido por ninguém, mas sim para buscar mais notoriedade e atrair dessa vez investimentos de empresas que buscarem um país sem impostos, com custos baixos e totalmente desregulados de patentes etc.

    5- Ao passo que o Estado nos pressionar sobre a tal "inconstitucionalidade" do feito, nós vamos fazer mais barulho, nos fazer de coitados e clamar a mídia que nos proteja: mais uma vez, mais barulho.

    Cruamente é essa minha ideia. Ela é simples, cheia de buracos, mas a liberdade é assim não é verdade?

    Quem concorda comigo?

  • Texano  15/03/2016 22:19
    "Vocês viram o resultado desse passeio no domingo: ZERO (e eu avisei). Divulgar ideias pacificamente a um Estado opressor e seus milhões de asseclas é gastar energia e se frustrar infinitamente."

    E sabe por que não gerou resultado nenhum? Porque a "direita" é muito civilizada e faz passeatas educadíssimas, com todos sorridentes, tirando selfies e em clima de festa. Político nenhum fica atemorizado por isso.

    Sério, se você fosse político, você ficaria com medo de gente que vai pra rua fazer dancinha?

    Veja a diferença: quando Black Blocks vão pra rua e tocam o terror, ah, aí o governo treme todo e atende às reivindicações na hora. Já um bando de gente desarmada, sorridente, dançando e cantando? Causam apenas risadas.

    O povo simplesmente ainda não entendeu que, enquanto ele estiver desarmado e enquanto o governo detiver o monopólio das armas, passeatas de rua não darão em absolutamente nada.
  • Tiago  15/03/2016 22:38
    Há repercussões, sim. Há reflexos internacionais, há reflexos no mercado. Grandes empresas sabem que o público insatisfeito com o governo tem alta renda e escolaridade. O Governo depende de financiadores, patrocinadores. Os empresários precisam de consumidores. A FIESP já apóia o impeachment, o Habibs é um dos que patrocinou certas coisas. Pouco a pouco o governo implodirá. É preciso não esmorecer.
    Bancar uma de valentão na internet é mole. A verdade é que, por pior que esteja, pouquíssimos têm "nada a perder" para pegar em armas contrabandeadas e bancar atentados terroristas (como assim o fizeram esses mesmos esquerdistas que estão no poder nas décadas de 60 e 70)
  • Ícaro  16/03/2016 01:01
    Nada.

    Lula ocupar um ministério diz muito mais sobre a nossa classe política do que nós imaginamos. Ao transformarmos os protestos em um carnaval fora de época, impressionamos apenas pelo tamanho, mas sem qualquer tom de ameaça.

    Pegue as gravações da última mega-ocupação na paulista, há cerca de dois anos, à noite, quando os jornalistas narravam os fatos em clima de tensão. Dava para ver o suor escorrendo das suas testas. Nas últimas manifestações, filmaram personagens, brincaram com pessoas dançando e mostraram fantasias e bonecos como em uma micareta.

    Eles não só ignoram o que está acontecendo nas ruas, como estarão dispostos a ignorar-nos; até quando? Até que se sintam ameaçados. Novamente: sem certo grau de pressão e violência, em ritmo de festa, não conseguiremos mais nada a partir de agora.
  • Dissidente Brasileiro  15/03/2016 23:45
    A internet é amplamente uma rede que se organiza sozinha, sem nenhum gerenciamento.

    Isto infelizmente não é verdade. Existem organizações como a IANA, ICANN, IETF, RIRs, registries e também registrars. Adoro os artigos do Lew Rockwell, mas está claro que ele errou feio nessa afirmação.
  • Tecnólogo  16/03/2016 00:45
    Dissidente, que bobagem. Isso são instituições privadas que apenas organizam a distribuição de IPs e outras minudências técnicas.

    O que o Lew claramente quis dizer é que não há uma agência reguladora emitindo decretos, criando reservas de mercado, e especificando quem pode e quem não pode entrar na internet.

    As siglas que você citou não são como as nossas agências reguladoras.
  • Rhyan  16/03/2016 01:41
    Considerando que o presidente do imb faz festa para o bolsonaro, é um texto estranho.
  • Matheus Rena  16/03/2016 02:01
    Não sei bem do que você está falando, mas eu -- anarcocapitalista -- também apoio o Bolsonaro e pelo mesmo motivo que o Lew Rockwell apóia descaradamente o Trump: a ascensão de um outsider desarranja e destrói a força dos principais partidos políticos do país.

    Trump, por exemplo, está levando à total destruição do Partido Republicano, que já está em frangalhos. Ninguém do establishment republicano quer Trump, mas ninguém tem como pará-lo. As dissensões internas no partido estão à flor da pele e