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A liberdade de associação - quem deve mandar na sua vida: você ou o governo?

É incrível que um direito básico e fundamental de toda a humanidade, a liberdade de associação, esteja sob crescente ataque do governo e de todos os movimentos progressistas, que exigem sua imediata e incondicional abolição.  Qualquer pessoa que tente exercer este básico princípio em seu dia a dia é imediatamente rotulada de 'racista', 'preconceituosa' e epítetos afins.  Desde quando um princípio tão fundamental da liberdade se tornou proibido?

Mas o fato é que todo esse autoritarismo realmente não é nada estranho.  Em uma era de despotismo aberto como essa em que vivemos, um governo presunçoso, sempre auxiliado por sua tropa de choque formada por intelectuais acadêmicos de esquerda, tem de estar constantemente abolindo direitos fundamentais de seus cidadãos, e por um simples motivo: tal ato distingue de maneira clara quem está no controle da situação.  Não é você, não é o indivíduo, mas sim o estado.

Vivemos em uma época explicitamente antiliberdade, em que a escolha individual é vista como um ato egoísta, interesseiro e altamente suspeito.  Os governos ao redor do mundo dão aos seus súditos apenas duas opções: ou algo é proibido ou é compulsório.  E chamam isso de democracia.  Para burocratas e seus defensores intelectuais (que são aqueles que realmente formulam as políticas), a escolha humana é algo que deve ser cada vez mais tolhido.  Colocando de maneira mais simples, parece que não mais confiamos na ideia de liberdade.  Não mais somos capazes de imaginar como a liberdade funciona e como ela poderia gerenciar o mundo.  Que distância percorremos desde a Idade da Razão até os tempos atuais!

Embora os exemplos de abolição das liberdades individuais sejam aparentemente infindáveis, concentremo-nos aqui em algo bastante em voga ultimamente: a questão das ações afirmativas, das quotas e da liberdade de associação. 

Comecemos com a pergunta favorita dos progressistas: 'Pode um homem branco, dono de um bar, se recusar a atender um negro?'  Quando a pergunta é formulada desta maneira, praticamente ninguém tem a coragem de responder afirmativamente.  Agora, permita-me fazer esta mesma pergunta, mas alterando um personagem: 'Pode um homem negro, dono de um bar, se recusar a atender um branco membro de um grupo supremacista?' 

Obviamente, não faz nenhum sentido dar duas respostas diferentes para duas perguntas idênticas.  E, curiosamente, parece não haver muita controvérsia quanto à resposta para a segunda pergunta.

Como uma pessoa utiliza seu direito de se associar com quem ela quer (o que necessariamente significa o direito de não se associar) é uma questão de escolha individual.  E uma escolha individual é profundamente influenciada pelo contexto cultural.  Que uma pessoa tenha o direito de fazer esta escolha por conta própria é algo que não pode ser negado por ninguém que acredita na liberdade.

O direito de excluir não é fortuito e secundário.  Trata-se de algo central ao funcionamento da civilização.  Se eu quero um software proprietário, não posso fazer um download dele sem antes assinar um acordo contratual com a empresa vendedora.  Se eu me recusar a assiná-lo, a empresa não é obrigada a vendê-lo para mim.  E por quê?  Porque o software é dela e é ela quem especifica os termos de uso.  Ponto.  Não há nada mais a dizer.

Se você é dono de um blog que aceita comentários, você sabe o quão importante é este direito.  Você tem de poder excluir spams, banir o IP daqueles leitores popularmente chamando de "trolls" — gente que invade seu site (sua propriedade) apenas para caluniar e avacalhar — ou simplesmente excluir e aceitar de acordo com a contribuição trazida por cada leitor.  Qualquer site de internet que permita a participação do público sabe disso.  Sem esse direito de exclusão, qualquer fórum entra em colapso, pois será dominado por maus elementos.

Diariamente exercemos nosso direito de excluir.  Quando você vai a um restaurante almoçar, você está excluindo todos os outros restaurantes ao seu redor.  Isso é discriminação.  Quando você dá uma festa em sua casa, você é criterioso ao selecionar os convidados: algumas pessoas serão atenciosamente convidadas e outras serão necessariamente excluídas.  Alguns estabelecimentos exigem que seus clientes estejam calçados e vestindo camisas, ao passo que outros chegam até a exigir terno e gravata.  Até mesmo a mídia, o bastião do progressismo, pratica a discriminação ao decidir quais artigos publicar e quais não publicar, quais pessoas devem participar de seus conselhos editorais e quais não devem.

Quando uma empresa decide contratar, algumas pessoas serão selecionadas e outras não.  Isso é exclusão.  O mesmo se aplica à admissão de alunos em colégios e faculdades, a membros de clubes e igrejas, e a praticamente todos os tipos de associações e confrarias.  Todos exercem seu direito de excluir.  A exclusão também ocorre principalmente quando escolhemos com quem queremos nos relacionar afetivamente e profissionalmente.  Trata-se de algo central à organização de todos os aspectos da vida.  Se este direito for negado, o que recebemos em troca?  Coerção e compulsão.  Pessoas são forçadas pelo estado a conviver diariamente sem que ambas queiram, com um grupo sendo forçado sob a mira de uma arma a servir ao outro grupo.  Isto é servidão involuntária, algo proibido por qualquer constituição minimamente civilizada.  Presume-se que qualquer povo que valorize a liberdade seja contra isso.

Isto é o básico do conceito de liberdade.

E o que dizer quanto à afirmação de que o governo deveria regular pelo menos alguns tipos de exclusão?  Digamos, por exemplo, que a esquerda não quer negar o direito geral de livre associação, mas quer reduzir seu escopo, diminuindo assim algumas "injustiças".  Isso é plausível?  A liberdade é como a vida: ou ela existe ou não existe.  Decompô-la e fatiá-la de acordo com prioridades políticas é excessivamente perigoso.  É exatamente esta imposição política o que gera divisão social, leva a um poder arbitrário e impõe uma forma de escravidão.

Com efeito, o governo presumir que deve regular os "termos" de qualquer tomada de decisão é algo que deveria nos gerar calafrios.  Ao agir assim, o governo presume que seus burocratas têm não só o direito mas também a capacidade de ler mentes, como se eles pudessem saber ao certo as reais motivações por trás de cada ação, independentemente de qual seja a alegação do tomador de decisão.  Tal comportamento foi, inclusive, um dos fatos geradores do mercado de hipotecas subprime nos EUA: como havia uma lei obrigando os bancos a conceder empréstimos hipotecários para pessoas sem renda, os bancos começaram a conceder hipotecas de maneira completamente promíscua, tudo para não atiçar os reguladores que estavam sempre à procura de algum sinal de discriminação racial.

E, obviamente, esta mágica de ler a mente alheia não é arbitrária.  Ela sempre será ditada de acordo com as pressões políticas do momento.  Não é de se espantar, portanto, que algo que começou de maneira puramente visual — negros sendo banidos de estabelecimentos — começou a se multiplicar e a gerar vários ramos e sub-ramos, estando hoje completamente fora de controle.  Qualquer piada ou expressão de pensamento já é hoje motivo para processos e até mesmo cadeia.  Será que esta estratégia realmente aumentou o bem-estar social ou será que ela apenas exacerbou os conflitos entre os grupos de "oprimidos" que o estado sempre explorou para benefício próprio?

Do ponto de vista histórico, a injustiça contra os negros foi perpetrada majoritariamente pelos governos.  As leis de segregação eram estatais.  Empresas privadas não implementam políticas baseadas em raça porque isso significa excluir clientes com capacidade de pagamento.  Não é bom negócio.  Não é lucrativo.

E é exatamente por isso que racistas, nacionalistas e intolerantes fanáticos sempre se opuseram ao capitalismo liberal: ele inclui e exclui de acordo com as perspectivas de lucro, não dando a mínima para aquelas características que os coletivistas de todos os tipos consideram de suprema importância, como cor da pele, gênero, preferência sexual e credo religioso. 

O mercado é uma rede de associações em constante evolução e em contínua mudança, cujos padrões não podem ser sabidos com antecedência e não devem ser regulados por supervisores federais.  Tentativas estatais de se regular a liberdade de associação sempre levam à desordem e a calamidades sociais.

Como explicou Thomas Paine,

Naquelas associações formadas por homens com o propósito do comércio ou da simples interação, das quais o governo se mantém totalmente de fora e nas quais os homens agem meramente de acordo com os princípios da sociedade, vemos com que naturalidade as pessoas se unem e atuam em conjunto.  E isto mostra, em contraste, que os governos, longe de serem a causa ou o meio da ordem, são frequentemente os destruidores dela.

É por isso que os libertários devem se opor a toda e qualquer política que represente um ataque à liberdade de associação, por mais bem envolta que tal política esteja no linguajar das boas intenções.  Políticas que dão direitos especiais a determinados indivíduos em decorrência da cor de sua pele, de sua preferência sexual ou de seu gênero e que, consequentemente, impõem custos e deveres a indivíduos que não compartilham destas mesmas características são um ataque ao âmago da liberdade, com custos sociais extremamente altos.  Estes podem não ser explícitos de imediato, mas certamente o serão no futuro.

 

Leia outros artigos sobre discriminação.

 


autor

Lew Rockwell
é o chairman e CEO do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do website LewRockwell.com, e autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.



  • mauricio barbosa  25/07/2012 07:18
    Todos tem direito de excluir quem quiser,mas excluir negros e gays é nojento e imoral, pergunte a eles o quanto é ruim ser discriminado por puro preconceito, sou um libertário convicto e bem sei que leis realmente não funcionam para atenuar estes preconceitos mas ao mesmo tempo entendo a posição dos movimentos sociais pró-negros e gays e concordo com eles se associarem para defender suas posições.


  • Luis Almeida  25/07/2012 07:25
    Associar-se para defender posições é uma coisa. Associar-se para impor posições é totalmente diferente. O IMB, por exemplo, é uma associação em defesa de uma posição. Já os movimentos a que você se referiu defendem a imposição de políticas.

    Sobre discriminação racial, já foi explicado inúmeras vezes: empresas que fazem isso não apenas perdem dinheiro como também garantem lucros para seus concorrentes.

    Recomendo este artigo.

    Abraços.
  • mauricio barbosa  25/07/2012 07:48
    Luis Almeida não estou defendendo imposição nenhuma apenas estou dizendo que enquanto eles estavam calados,silenciados,oprimidos o preconceito e a discriminação rolava solta contra eles, portanto sou a favor da livre associação mas jamais de imposição de grupo nenhum haja vista os poderosos imporem a opinião e moral deles para cima de nós todos os dias via imprensa,desta forma estes movimentos pró-negros e gays é uma reação a essa moral racista e machista,espero estar sendo claro com esta resposta,portanto não sou a favor de qualquer tipo de imposição.
  • Vagner  25/07/2012 07:55
    Eu seria incapaz de discriminar alguém por causa da cor da pele ou pela opção sexual. Mas se alguém faz isso, o problema é dele e é um direito dele. Assim como eu: se eu encontro algum racista eu simplesmente ignoro-o, fingindo que ele não existe. Mas, o governo, com suas imposições violentas nos tiram esse direito que ele acha que não temos.
  • Alexander  25/07/2012 12:53
    Você fala como se estivesse escrito na testa de alguém "sou gay"!!!!!!!
  • Juliano  25/07/2012 07:18
    Esse gerenciamento político das associações traz dois problemas bem complicados. Em primeiro lugar, aumenta o conflito tendo em vista que força pessoas a uma convivência compulsória. Grupos que têm interesses distintos, que poderiam muito bem viver cada um em seu canto, passam a dividir o mesmo espaço e ter de "negociar" regras de convivência. Isso é uma fonte de confusão permanente. \r
    \r
    A discussão de gay x heterosexuais deixa de ser um problema privado. O gay quer impor o direito de freqüentar o mesmo espaço do cara que não gosta de gays. Para quem acha que isso é errado, por qualquer motivo, esse fato será encarado como uma ofença. O conflito fica evidente.\r
    \r
    Essa atitude acarreta em outra. Como tudo passa a ser "decidido democraticamente", vira uma briga de quem grita mais alto para impor suas regras sobre os demais. O cara que acha que relações homossexuais é uma coisa errada passa a ser forçado a se organizar, fazer barulho, fechar ruas ou qualquer outra coisa que faça sua opinião ser adotada. O mesmo vai valer para os defensores dos gays. Tem que fazer barulho! Como uma regra terá de ser empurrada goela abaixo pra todos, vale tudo para garantir que regra será a "minha regra".\r
    \r
    Assuntos de cunho pessoal acabam virando uma panacéia. Tudo deve ser decidido publicamente, apenas uma regra deve valer. O que menos importa aí é o mérito, mas quem pode falar mais alto.\r
    \r
    A liberdade garantiria a existência de ambientes separados. Não precisa ter uma regra. Se eu acho que só as pessoas com menos de 1,60 são legais, não sou forçado a conviver com os altões. Não menos importante, nessa situação, o criador da regra é quem vai pagar o custo dessa decisão. Isso vai abrir espaço para que outros usem essa possibilidade.\r
    \r
    Se meu restaurante se recusa a contratar mulheres, vou pagar meis caro e abro a oportunidade para que meus concorrentes contratem profissionais melhores por menos dinheiro. Se me recuso a atender gays, jogo esses clientes no colo da minha concorrência. O custo da decisão passa a ser meu.\r
  • Jeferson  25/07/2012 07:32
    Exato! Independente de como os "coitadinhos" dos clientes gays se sintam quando tentarem comer em seu restaurante "hetero" e não conseguirem, quem arca com custos REAIS é o dono. A mesma coisa com relação aos sentimentos das mulheres que forem rejeitadas no seu processo seletivo, porque depois elas conseguirão emprego em outro lugar.

    A sociedade está cada vez mais dominada por apelos emocionais, e cada vez menos racional. Tenho a impressão que a tendência é de o ser humano se animalizar mais a cada dia...
  • mauricio barbosa  25/07/2012 07:34
    Uma coisa é certa preconceito é dose para leão, até nós libertários somos mal vistos por pessoas preconceituosas(estatistas são maioria) quanto a questão da concorrência absorver pessoas excluídas isso só ocorre quando essas pessoas excluídas tem renda do contrário continuaram sendo discriminadas infelizmente.A questão é cultural e principalmente econômica.
  • Juliano  25/07/2012 07:35
    Esse filme é bem interessante: www.imdb.com/title/tt1371155/.\r
    \r
    Baseado em fatos reais, fala sobre as greves das mulheres funcionárias da Ford na Inglaterra que queriam remuneração igual à dos homens. O interessante é ver que um dos maiores opositores era justamente o sindicato. Era inviável pagar o mesmo pra todo mundo, assim o sindicato preferia que seus membros, os homens, mantivessem seus rendimentos.\r
    \r
    Do ponto de vista financeiro, com liberdade, não faria o menor sentido a discussão. Se mulheres realmente custassem menos e produzissem o mesmo, bastaria mandar todos os homens embora. Discriminar custa caro. Só faz sentido se vc forçar todo mundo a adotar a mesma política.
  • Patrick de Lima Lopes  25/07/2012 09:14
    O filósofo Paulo Ghiraldelli diz: (com minhas palavras)
    "É um erro tanto da esquerda como da direita considerar que a cota racial seja uma compensação por crimes bárbaros da história ou uma instituição estabelecida como política educacional feita para melhorar as condições de um determinado grupo.
    O papel da cota racial é, puramente e simplesmente, dar espaço a um grupo em um ambiente em que este está ausente e assim aumentando a convivência. Conseqüentemente, eliminando o preconceito.
    Veja a política, por exemplo. Antes de haverem cotas para mulheres na câmara dos deputados, estas simplesmente passavam longe da opção de participar da política. Após as cotas, a mulher tornou-se uma peça essencial de cada partido. Mesmo hoje, quando as cotas políticas não são respeitadas, mulheres ainda dominam muitos cargos.
    Se considerarmos a cota como uma compensação histórica, iremos cair em uma série de dificuldades argumentativas. Se considerarmos a cota uma política educacional, ela é simplesmente inconcebível. A cota é, na verdade, um instrumento de combate ao preconceito. Por que o que é que elimina o preconceito? A convivência."
    -------------------------------------------------------------------------------------
    O argumento do filósofo, um tanto convincente e firme a um observador rápido, é sem dúvidas a única forma existente de defender uma cota racial.
    Entretanto, quando rompemos a retórica, observamos que este possui dois "poréns":
    - Primeiro, o aluno negro não está na universidade PORQUE é negro. Não há nenhum tipo de descriminação racial feita por universidades e sim uma descriminação capacitativa onde os alunos que são aprovadas pelas examinações da mesma são segregados dos alunos de menor sucesso. Quando argumentei isto, o filósofo respondeu: Para você é mais difícil ver porque você não acredita que exista preconceito no Brasil.
    - Segundo, colocar um aluno negro em um ambiente em que não há muitos negros não irá eliminar um problema que existe em todas as camadas da sociedade. Na Alemanha pré-nazismo, haviam judeus nas universidades, cartórios e no comando de empresas, mas tal convivência não eliminou o preconceito. O filósofo não deixou resposta para este questionamento.
    Se quiserem ver o vídeo, aqui está o link:
    www.youtube.com/watch?v=eWEr5WNu-I0&feature=channel&list=UL
  • Getulio Malveira  25/07/2012 11:10
    Um sujeito que tem coragem de usar esse argumento infantil não merece o nome de filósofo. Como estou meio desocupado agora, vou me dar ao trabalho de demonstrar que o argumento é destituído de sentido. Vejamos, todo o argumento se resume nisso:

    "O papel das cotas raciais é aumentar a convivência (suponho que entre raças) forçando a inserção de indivíduos de uma raça em ambientes em que predominam individuos de outra raça".

    1º) "aumentar a convivência" e "forçar a inserção..." são predicados idênticos; logo, a proposição é, aparentemente, tautológica: o "filósofo" defende é que o papel das cotas é aumentar a convivência entre raças aumentando a convivência entre raças.

    2º) Ela portanto só tem significado se não for um juízo de fato, mas de valor. Então o que o "filósofo" quer dizer na verdade é o seguinte:

    "Se um grupo racial está ausente de um espaço, é preciso promover a sua presença, através da concessão de um privilégio de entrada"

    Decompondo:

    1) Um grupo racial está ausente de um espaço; (juízo de fato)

    2) É preciso promover a sua presença; (juízo de valor)

    3) Tal promoção deve ser feita através de privilégios de entrada; (juízo de valor)

    Para simplificar, vamos conceder ao "filósofo" que (1) seja verdadeiro e que (2) seja justo. Mesmo aí ainda não há qualquer justificativa para aceitarmos (3) como justo e é somente em (3) que de fato a questão das cotas está colocado. Dizer, portanto, que o papel (a função) da cotas é promover a presentação (e blá, blá, blá...) ou é sem sentido (por tautológico, redundante) ou é sem fundamento (por ignoratio elenchi).

    De forma ainda mais simples: se o que se quer saber (o que ele entende por "papel") é o que as cotas fazem, qual a sua função, a resposta do "filósofo" é tão verdadeira quanto trivial, tal com dizer que a função do olho é ver ou que os pés servem para andar. Se o que se quer saber é por que o Estado deveria impor cotas raciais em determinados ambientes, então o filósofo incorre em sofisma porque não há qualquer relação lógica entre o argumento e a conclusão.

    PS: e olha que eu ainda tive o trabalho de ver o vídeo (êta falta do que fazer!!). Mas nem precisava, em qualquer universidadezinha vocês podem ouvir o mesmo argumento de "visibilidade" ser usado quanto as mulheres, aos gays, aos negros... eu até sugeri a um professor que comece um movimento para dar "visibilidade" aos canhotos, pois se há tão poucos canhotos na universidade, ao certo eles estão sendo discriminados e precisamos fazer algo sobre isso.
  • Patrick de Lima Lopes  25/07/2012 13:25
    Getúlio, admito que não esperava um comentário de tal magnitude. Estou realmente impressionado com o nível da resposta que recebi. Admito que a li três vezes para ser capaz de absorver o máximo da sua refutação.
    Level alguns segundos para desfazer a retórica do Paulo e ser capaz de raciocinar com minhas próprias medidas, porém eu não seria capaz de conceber uma réplica como a sua.
    Bem, apenas tenho a dizer é que o seu blog está agora na minha lista de favoritos.
    Obrigado pela luz.
  • Getulio Malveira  25/07/2012 14:55
    Patrick, você está no caminho certo. Lembre-se, todos nós temos bom senso e bom senso é tudo o que precisamos para enfrentar a retórica esquerdista. Mas mesmo que não sejamos enganados por eles, se queremos refutá-los precisamos exercitar um pouco a arte do pensamento correto, ou seja, a Lógica. É isso que eu sempre recomendo: estudar lógica, raciocionar por si mesmo e não se deixar guiar pela pompa das autoridades acadêmicas.

    Abraço
  • Juliano  25/07/2012 11:23
    Patrick,\r
    \r
    "O papel da cota racial é, puramente e simplesmente, dar espaço a um grupo em um ambiente em que este está ausente e assim aumentando a convivência. Conseqüentemente, eliminando o preconceito."\r
    \r
    Aí está se assumindo um plano (eliminar o preconceito) que todos deveríamos cumprir. O Estado teria o direito de tirar recursos das pessoas para fazer o plano funcionar. Esse é o grande problema. Quem disse que eu tenho objetivo de aliminar o preconceito? Quem é o Estado pra usar meus recursos para isso? \r
    \r
    Nem discuto a questão do mérito (existe ou não discriminação), mas o método. Não é correto que alguém, por melhor que sejam suas intenções, possa impor um plano sobre os demais. Essa é a raíz do mal. A partir do momento que se aceita que essa imposição seja legítima, é só uma questão de se organizar para que seja a sua visão que guie o plano. Daí entra toda a bagunça de grupos de pressão.\r
    \r
    Não existe nenhum critério que torna a universidade pública legítima. O critério racial é tão ruim quanto o social ou o mérito. Tudo depende dos olhos do julgador. É só um critério para direcionar recursos que foram extraídos da sociedade. O problema está na extração desses recursos via violência, não exatamente em como serão gastos.
  • Patrick de Lima Lopes  25/07/2012 13:34
    Acontece que discutir a validade da universidade pública é uma questão de severa polêmica devido á forma como nossa sociedade está habituada à necessidade da existência desta.
    Voltaríamos à questão levantada por Mises, quando este afirma que não é raro uma medida política que favorece a liberdade ser rechaçada pelo povo por geralmente romper com benefícios antes estabelecidos.
    Obrigado pelo seu comentário, Juliano.
  • André Caniné  25/07/2012 14:57
    Paulo Ghiraldelli hahahahah. A única coisa boa desse sujeito é a mulher dele.
  • Getulio Malveira  25/07/2012 15:08
    Uma coisa a gente tem de reconhecer: esse papo esquerdista todo tem lá sua utilidade... você não vai conseguir uma dessas com rigor lógico, meu amigo! hehehe
  • Camarada Friedwoman  25/07/2012 19:28
    Estarei acionando o Ministério Público devido ao seu comentário machista.
  • Marcos Campos  25/07/2012 10:00
    Sou negro e nunca sofri racismo, ou pelo menos não percebi, até pelo meu ponto de vista pessoal de não ter esses pensamentos na cabeça, apenas vou vivendo e não vejo cores sociais, vejo pessoas. Mas se algum dia alguem me disser que não gosta de min por eu ser negro, vou virar as costas e ir embora, e aquela pessoa passará á não existir para min em hipótese alguma, em nenhuma circunstâcia, até no risco de sua vida, eu podendo ajudar, irei ignora-lo...Pois foi a escolha que ele fez!
  • Samuel  25/07/2012 12:51
    Parabéns! Você mostrou que tem atitude e, mesmo você tendo tido, acredito que você ainda assim ajudaria aquela pessoa em momento de risco de vida, porque o seu sentimento de respeito à dignidade da pessoa humana (princípio da Constituição que os políticos coletivistas esqueceram) prevaleceria.
  • Marcos Campos  26/07/2012 08:36
    Acertou
  • Nugget  25/07/2012 11:05
    É claro que não é bom negocio, por exemplo so brancos entrar e so loiras atender. Alem de mal negociante o patrao é injustamente acusado de racista, misogino, preconceituoso.
  • Itamar Gines Pereira  25/07/2012 13:09
    Bom, pessoal! a conta é simples, quando você discrimina um negro, homossexual, branco, mulher et., no comércio, por exemplo, você corre o sério risco em falir. Na melhor das hipóteses você vai tornar-se um empresário mediano. É um potencial comprador que você está perdendo. A despeito disso, não vejo problema em você escolher para quem quer vender ou não!
  • Rafael  25/07/2012 14:24
    globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2012/07/triplista-grega-faz-comentario-racista-no-twitter-e-e-cortada-dos-jogos.html


    Infelizmente esse é o ponto a que chegamos...
  • Antonio Galdiano  28/08/2012 09:19
    Me desculpe, mas uma entidade privada (Comitê Olímpico) pode fazer a escolha de exclusão que queira. É exatamente esse o ponto do texto...\r
    Ainda, prefiro o "Me desculpe" que o pedante "Desculpe-me", antes que alguma alma sensível se manifeste.\r
    \r
  • Fernando Chiocca  28/08/2012 11:19
    Tem muito mais coisa por trás dessa história:Race Cost Her the Race

    Mas isso só mostra o quão imbecil são os jogos olímpicos, pois o que conta não é ser o melhor do mundo em algum esporte, mas também não falar o que os organizadpres não gostem, ou não ser um profissional (como no boxe, e como eram em todos os outros esportes um tempo atrás), ou não ter mais de 23 anos (como no futebol, mas tem exceção pra 3 de cada equipe... putsa coisa ridícula), ou não perder de propósito para pear time fraco (como foram eliminadas várias duplas de badmington, mas times de basquete que fizeram a mesma coisa não foram)...

    Enfm, olimpíadas, mesmo dentro do mundo dos esportes, é uma idiotice tremenda.
  • pensador barato  28/08/2012 12:12
    Alma sensível seu branquelão de uma figa,seu estupido racista e por ai vai,só falei isso para ver sua reação pois é assim que um negro se sente quando é ofendido por um idiota racista,ora meu caro uma coisa é discriminar um trabalhador produtivo e um outro improdutivo,esse tipo de discriminação é racional,agora dicriminar por causa da cor,etnia,nada a ver,nada racional.
  • Fernando Chiocca  28/08/2012 19:35
    É.. uma coisa é discriminar por ser improdutivo, outra coisa é discriminar por ser negro ou branquelo, e outra coisa é dar porrada em alguém que discrimina outra pessoa pelo motivo que for. Somente essa última coisa deve ser criminalizada, mas nesta sociedade doente que vivemos, agredir alguém apenas por ter uma opinião e agir de acordo com ela, sem agredir a pessoa ou a propriedade de outro é considerado ilegal e passível de agressão!!!

    E você não me ofendeu nem um pouco fazendo referência a cor da minha pele. Minha pele é clara, branca mesmo... como dizer uma cor pode ofender alguém? Só se esse alguém for um débil mental.

    E mesmo que ofenda, e daí? Ninguém possui um "direito de não ser ofendido".



  • Neto  29/08/2012 03:25
    A vantagem de se sentir ofendido é bancar a vítima e ir processar o outro por 'danos morais'
    Coisa de um bando de dementes afeminados e sensíveis, duvido que alguém desse a mínima pra essas frescuras nos EUA dos pais fundadores, já essa geração justin bieber de hoje...
  • Renato  30/08/2012 17:54
    Pensador barato

    Você disse: "ora meu caro uma coisa é discriminar um trabalhador produtivo e um outro improdutivo,esse tipo de discriminação é racional,agora dicriminar por causa da cor,etnia,nada a ver,nada racional."

    É ai que mora o perigo. Se você chama o estado para avaliar os motivos do empregador (ou do administrador) ocorrem dois problemas: 1-Você já pisou no princípio da livre associação. 2-Abre-se uma porta enorme para politicagens, injustiças, demagogias, etc. Há muitos anos atrás, ouvi falar de empressários que se engajaram VOLUNTARIAMENTE em programas de integração de deficientes (inclusive mentais). Tudo o que ouvi falar desses programas é que foram um sucesso, os deficientes mostraram-se muito confiaveis e dedicados.

    Então entrou o estado no jogada, e quis promover a integração pela coerção. Hoje, as empresas estão sendo coagidas a empregarem deficientes, essa coisa de cotas. Tudo o que tenho ouvido a respeito é só desgraça. Os cotistas fazem corpo mole, jogam o seu trabalho em cima dos colegas. Os administradores não demitem essas pessoas, porque sabem que muito provavelmente serão processados e perderão, porque o "politicamente correto" vai ditar a decisão dos juizes. Além disso nem poderão se livrar do problema, pois terão de contratar outro cotista, e não tem como saber como será seu desempenho.
  • mauricio barbosa  25/07/2012 14:39
    Abaixo toda forma de preconceito e hipocrisia.Pois é amigos quantos de nós ao ver um negro altas horas da noite já fica de antena acesa pensando, será se é um ladrão ou não e quando vemos um engravatado na mesma circunstância já pensa é honesto,portanto vamos deixar de hipocrisia essa herança cultural maldita dos tempos da escravidão ainda está enraizada em nossa cultura e é preciso romper com ela,mas sem imposições estatais lógico.
  • Marcus Benites  25/07/2012 16:54
    Você come alfafa ou o quê? Quantas pessoas são assaltadas por engravatados altas horas da noite? Como eu nunca ouvi falar na "gangue dos engravatados que assalta as pessoas de madrugada", iria temer um engravatado por quê? Alguém que tem dinheiro pra comprar gravata vai roubar o meu por que motivo? Não tenho o direito nem mais de escolher do que sentir medo? Até isso será criticado? Pior que ser acusado de hipócrita é ser acusado de qualquer coisa por gente burra (posso discriminá-lo assim, pelo nível do seu português e também pelo nível do raciocínio, ou é proibido?). Os únicos engravatados que roubam de madrugada, também durante o dia, na nossa cara, são os políticos, ou seja, o governo. E esses você apoia, justamente para defender os "injustiçados". Há 20 dias uma pessoa exatamente com a descrição que você apresentou roubou meu carro... Da próxima vez que tiver medo ao me deparar com situação parecida à de antes do assalto eu devo me culpar pela "herança maldita dos tempos da escravidão", sendo que sequer meus antepassados aqui moravam quando a dita cuja ocorria?
  • mauricio barbosa  26/07/2012 12:37
    Marcus Benites obrigado pela réplica,mas por favor não precisa me chamar de burro ,quanto ao meu português ele dá para o gasto e dá tanto que você deu-se ao trabalho de me replicar sou libertário enquanto penso na economia,quanto a questões sociológicas(RACISMO)sou um livre-pensador e chego as conclusões que eu quiser,um abraço e eu não acho você burro apesar de discordar de sua opinião.
  • Marcelo Simoes Nunes  07/04/2015 01:40
    Marcus, não gosto de baixo calão, mas as vezes não cabe outra coisa: não conheço palavra mais FDP do que "preconceito". É a palavra chave, a espada na mão no anão, para suprir sua incapacidade. Se você pedir para o infeliz definir o conceito de preconceito, logo vai descobrir que ele é totalmente incapaz de realizar a missão. Nosso dia a dia é preconceito desde a hora que acordamos até a hora de dormir. Raramente pensamos dedutivamente. Nos pautamos a todo instante por induções (preconceitos) inexatas, as quais porém garantem nossa sobrevivência. Mande um turista de olhos azuis e cara de rico se despojar de seus preconceitos e subir alegremente uma favela no Rio para ver como volta, ou se volta.
  • Marcelo  25/07/2012 15:10
    Devemos ter o direito de nos associar, por exemplo, a um não-negro em vez de um negro. Isso é indiscutivel. Mas isso dá direito a INJURIA, injuria racial ou injuria qualificada etc. O RACISMO é um problema de todos nós, inclusive do Marcos Campos (comentario acima) que não ve racismo e ate do governo.

    Já sobre o 'serio risco de falir' nao é tão verdade assim. É um risco que a pessoa assume mas nem sempre é um 'serio risco de falir'. Imagine, por exemplo, um bar que nao aceita brancos numa cidade que so tem negros. Nao ha risco mas um dia vem um branco de outra cidade ou ate de outro pais.
  • Ricardo Rocha  25/07/2012 15:15
    Prezado Marcelo, se eu não quiser me associar a você, porque o acho desprezível (sem ter nenhum motivo para isso), isso também caracteriza "injúria qualificada"? Ou a injúria vale só para a cor da pele?

    Tipo, se eu falar que desprezo você, tá beleza. Mas se eu simplesmente preferir ficar com gente da minha cor, ah, aí não pode. Aí eu sou alguém extremamente diabólico. Não faz nenhum sentido isso.

    Quanto ao seu segundo exemplo, você defenderia que este bar voltado para negros fosse obrigado a aceitar um forasteiro branco? Eu não.
  • Marcelo  25/07/2012 15:30
    Dizer que 'dispreso voce' é so um exemplo simples que voce deu. Isso pode variar entre 'olhar desconfiado' ou ate 'dar um tiro pelas costas'. Pode ser grave a ponto de ser um crime indiscutivel. Indiscutivel e injustificavel.

    No segundo exemplo eu ilustrei somente que o bar nao corre 'serio risco de falir'.
  • Arion Dias  25/07/2012 17:40
    Boa Ricardo.
    O que os esquerdistas não entendem é que não nos importamos que eles fundem uma associação, sociedade, NOM, em que eles determinem as regras.

    Apenas queremos ter o direito de não participar e nos guiarmos pela nossa consciência com nossas propriedades.
  • Eduardo Marques  25/07/2012 18:27
    Só eu acho que o autor exagera um pouco?

    "Vivemos em uma época explicitamente antiliberdade, em que a escolha individual é vista como um ato egoísta, interesseiro e altamente suspeito. Os governos ao redor do mundo dão aos seus súditos apenas duas opções: ou algo é proibido ou é compulsório."

    Aí forçou. Existem leis que tentam prevenir o preconceito, mas nem de longe chegam a essa ditadura toda de que o autor fala. Não me sinto nem um pouco ameaçado por elas, pois não cometo, ou ao menos procuro não cometer, atos de preconceito. O problema de forçar o comportamento, é que isso chega mesmo a tirar de mim, que sou contra o preconceito, um pouco da argumento ao sustentar minha posição, já que estou do lado do "imposto".
  • Luis Almeida  25/07/2012 18:43
    Forçou?! Ele teria forçado se estivesse apenas falando sobre leis de preconceito. Mas neste parágrafo ele estava falando sobre tudo. E, de fato, hoje algo ou é proibido ou é compulsório: comprar chips de celular, utilizar substâncias entorpecentes, votar, empregar gente que você não quer, utilizar uma nova tomada imposta pelo governo. Nos EUA, o pessoal será obrigado pelo governo a comprar planos de saúde. Daqui a pouco isto chega aqui.

    Hoje você não pode nem comprar uma blusa no exterior, pois a alfândega confisca tudo. Você falar que não se sente nem um pouco tolhido denota que você ou não sai de casa ou está do lado tolhedor do arranjo.
  • Renato  26/07/2012 08:20
    Ele não forçou nada. O direito de livre associação é absolutamente fundamental para que haja liberdade. Uma vez que esse direito seja sistematicamente violado pelo estado, por um motivo qualquer, abre-se uma avenida para passagem do totalitarismo. Mesmo que fosse por "boas intenções" seria um crime odioso. E eu creio firmemente que são pretextos. É inacreditável que os esquerdistas, com seu imenso histórico de genocídios, torturas, escravidão e ódio à liberdade, estejam realmente fazendo isso por "amor aos oprimidos". Pessoalmente eu tenho certeza absoluta de que, partindo de quem partem essas iniciativas, não são "boa intenção mal direcionada", mas maldade mesmo.
  • amauri  26/07/2012 04:13
    Bom dia Leandro!
    A frase abaixo é de um blogueiro de esquerda:
    "Mises disse que fascismo foi um mal necessário em um dado período."
    Falou mesmo?
    abs
  • Renato  28/08/2012 03:37
    Não ele não falou não. Ele disse que o fato do fascismo se opor ao comunismo era bom. E é mesmo. Hitler e Stalin começaram como aliados, e se tivessem permanecido assim, teriam feito muito mais mal.
  • pierre  28/08/2012 12:53
    É bom lembrar que Mussolini era fã de marx mas tinha um visão contraria ao internacionalismo do estado comunista como as empresas capitalista. Ele tambem não constava de Hitler. Fascismo foi um mal pequena comparado com outros, mas nunca nescessario.
  • Hay  28/08/2012 11:59
    A alternativa seria que Stalin e Hitler terem juntado suas forças. Acho que não preciso explicar que a guerra teria tomado outros rumos, que fariam com que os horrores da segunda guerra mundial parecessem um episódio de Backyardigans.
  • mauricio barbosa  26/07/2012 13:20
    Moçada toda politica anti-racismo e anti-discriminação é falaciosa.Quanto a livre associação de negros e gays pedindo e reivindicando direitos iguais é compreensível na medida em que o próprio estado esqueceu essa parcela da sociedade e pragmaticamente falando até que o estado seja minimizado ou extinto não dá para ficar esperando individualmente resolver nada,afinal 40% de nossos recursos estão nas mãos da gangue estatal e ai o que fazer é reivindicar igual o pastor martim luther king fez nos anos 60 e hoje Obama um afro-descendente esta ma casa branca apesar de sua atuação pífia mas isto é outra discussão,bem o estado tem de ser implodido? Claro que sim mas enquanto isso não acontece devemos lutar sempre contra o racismo usando os instrumentos estatais ou não.
  • Renato  27/07/2012 09:19
    Mauricio\r
    \r
    Desculpe, mas você entendeu tudo ao contrário. O texto não trata de direito de associação especificamente de gays e negros, o texto trata do direito de associação em geral, de qualquer pessoa. O texto também aponta,corretamente, que as chamadas "leis antidiscriminção" atentam contra o direito de livre asssociação. Eu acrescentaria de atentam contra uma série de outros direitos fundamentais, os quais são essenciais para uma sociedade razoavelmente livre. Portanto, as chamadas "leis anti-discriminação" tornam a sociedade muito menos livre. É uma discussão em aberto se poderiam haver leis anti-racismo, por exemplo, que não atentassem contra os direitos fundamentais. Mas se leis assim puderem existir, não serão propostas, pois não interessam a marxistas e globalistas.\r
    \r
    Você errou outra vez quando atribuiu as dificuldades dos negros e quaisquer outros ao suposto fato do estado ter "esquecido" deles. O problema é justamente que o estado "lembrou" deles. A constituição americana tratava todos os homens como inerentemente livres. Era portanto uma agressão à própria constituição que se permitisse a compra de homens capturados como escravos. Toda pessoa, ao entrar nos EUA, deveria ser tratada, de acordo com essa mesma constituição, como livre. A guerra da secessão começou justamente por uma questão relativa a direito x territorialidade. Os estados do norte já haviam abolido a escravidão (em coerencia com a constituição) o que levava os negros do sul fugirem para o norte, onde tinham sua liberdade protegida pela lei. Sulistas pagos para caçar escravos, iam para o norte e seqüestravam esses escravos fugidos (ou negros que haviam nascido livres, ou negros que haviam comprado a liberdade) e os levavam para o sul. Os estados do norte reclamavam contra esse crime cometido contra cidadãos americanos, dentro do seu território. Foi por isso que a federação concluiu (com quase um século de atraso) que a escravidão era incompatível com as intituições da república. Portanto, foi governo federal e estaduais que erraram ao legalizarem por muito tempo uma prática (escravidão) contrária aos seus próprios princípios fundadores. Ainda mais, proibia-se que se ensinasse a ler aos escravos. Portanto, foi a ação ilegal do estado contra os negros que causou o problema.\r
    \r
    Novamente, até a década de sessenta, existiam leis que proibiam a permanencia de negros e brancos no mesmo ambiente, em casos diversos, e até leis que proibiam o casamento interracial. Note que o estado estava proibindo a livre associação.\r
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    Então a "solução" mais correta seria simplesmente revogar leis que atentavam contra um direito fundamental expresso na constituição. Já OBRIGAR associação de pessoas em convivência civil, é igualmente uma agressão ao mesmo príncípio de livra associação. O estado não tem direito nenhum de obrigar um particular qualquer a receber, em sua residência ou outra propriedade, uma pessoa qualquer. Os motivos do particular, ele sabe, e o estado não tem direito de dizer "você tem o direito de receber ou deixar de receber quem quiser na sua casa, mas apenas se você me convencer que seus motivos são justos". Só um caso para ilustrar. Uma jovem freqüentadora de uma certa igreja, nos EUA, que vivia sozinha em seu apartamento, fez publicar no boletim da igreja um anúncio que dispunha uma vaga em sua residência, para uma moça cristã. Observe que eles "discriminou" (escolheu) por três critérios diferentes: idade, sexo e religião. E certamente discriminaria outra vez quando se apresentassem as candidadtas ("não gostei desta", "esta é muito tagarela", "não achei esta confiável", etc). Pois bem, processaram essa moça na justiça, por "discriminação". Mas nisso ela apenas exerceu o direito de livre associação, que nada mais é que o direito de discriminar (escolher segundo critérios pessoais, dos quais você não deve satisfações a ningúem) seu circulo de amizades, as associações de carater civil das quais eu quero fazer parte, e as pessoas que eu levo para minha casa. Da mesma forma eu posso discriminar, dizendo por exemplo que não convidarei nem nazistas nem comunistas para uma festa em minha casa. Uma vez que esse direito fundamental seja subtraído das pessoas, não existe liberdade.\r
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    Você erra novamente, de forma terrível, quando sob a justificativa de um horizonte utópico sem estado (e mesmo que você ache qeu não é utópico, isso não importa) você justifica o aumento da agressão do estado coletivista contra os direitos fundamentais das pessoas. É exatamente com essa desculpa que os marxistas promoveram o maior genocídio da história, matando muito mais de cem milhões de pessoas, escravizando paises inteiros, torturando, perseguindo, desumanizando.
  • Pérsio  26/11/2018 18:01
    Melhor artigo que já li no site. Não podemos esquecer, nunca, que não existem soluções coletivas, apenas soluções INDIVIDUAIS. Sou o responsável pela minha vida. Quero ser a vítima ou o herói de minha própria história? Vou reclamar dos "ricos", da "sociedade" ou do "governo". Não. É melhor tomar as rédeas de meu destino e fazer a minha parte.
    Com artigos assim, o Instituto Mises vai se tornando, cada vez mais, de utilidade pública e indispensável.
    Parabéns pelo texto.
  • Luis  15/10/2022 10:18
    Liberdade individual não tem utilidade se for danosa ao grupo é isso que a esquerda defende


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