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“Até mesmo Hayek e Friedman defendem o Bolsa Família”

Existe alguma ideia pior do que estatizar a esmola, tornando-a assim um dever para uns e um direito para outros?  Por um lado, trata-se de uma imoralidade criminosa subtrair por meio da força a propriedade alheia; por outro, gera dependência e um incentivo à vadiagem.

Muitas pessoas de bom senso, mesmo sem possuir base alguma na teoria econômica ou na de direitos naturais, rejeitam instintivamente tal ideia.  Apesar disso, a ideia começou a ser implantada no Brasil por FHC em 2001, e hoje está em pleno funcionamento.  Embora seja uma ideia tenebrosa, ela encontra respaldo em muitos pensadores associados ao Liberalismo.  O primeiro deles pode ter sido Thomas Paine.  O escritor que participou da Revolução Americana e da Revolução Francesa idealizou uma proposta de "renda mínima" — talvez se baseando no proviso de Locke, o pensador que é um dos pilares do liberalismo.[1]  Muitos outros autores fizeram propostas semelhantes, como Marx, Keynes e Galbraith, e era esperado que defendessem esse redistributivismo.  Mas é absurdo ver nomes associados à defesa da liberdade dando seu aval a este tipo de espoliação.

Quando F. A. Hayek estava escrevendo sua obra Os Fundamentos da Liberdade, ele estava sendo subsidiado pelo Volker Fund.  Nesta mesma época, Murray Rothabrd trabalhava como consultor para o Volker Fund e, em janeiro de 1958, quando Hayek entregou os catorze primeiros capítulos de seu livro, o Volker Fund pediu a Rothbard que desse sua opinião sobre eles.  A análise de Rothbard, além de devastadora, continha uma acurada previsão de como aquele livro seria usado pelos inimigos da liberdade em prol da causa redistributiva.  Devido a seus erros conceituais — com destaque ao conceito de coerção —, Rothbard o classificou como um péssimo livro, um "livro do mal"; além disso, graças ao status de Hayek, o livro foi considerado também como sendo extremamente perigoso, e Rothbard recomendou que se descontinuasse qualquer suporte à finalização e promoção da obra, já que isso seria destrutivo para a causa da liberdade.[2]

Hayek era considerado um dos mais proeminentes líderes intelectuais pró-livre mercado, e como ele estava defendendo que o estado atuasse em inúmeras funções, Rothbard previu que a oposição iria se utilizar do velho artifício de "mas até mesmo Hayek admite que . . ." para argumentar em defesa de suas posições pró-estado.

A previsão que Rothbard teve instantaneamente, assim que bateu os olhos nos primeiros capítulos da obra de Hayek, vem se concretizando desde então.  Por exemplo, para atacar Ron Paul na última corrida presidencial americana, o "economista" esquerdista Paul Krugman usou Hayek contra os opositores da saúde pública:

No passado, conservadores aceitavam a necessidade de uma rede de proteção garantida pelo governo por razões humanitárias.  E não sou eu quem está dizendo isso; quem disse isso foi Friedrich Hayek, o herói intelectual conservador, que declarou especificamente em O Caminho da Servidão seu apoio a um "amplo sistema de serviços sociais" para proteger os cidadãos de "eventualidades comuns", e especificou a área da saúde.

Outro teórico que é considerado um dos maiores defensores do livre mercado e que também fez inúmeras concessões à atuação do estado foi Milton Friedman; e ele é igualmente utilizado pelos detratores do livre mercado, como constatou Hans-Hermann Hoppe anos depois da previsão de Rothbard:

... fazer concessões em nível de teoria, como vemos acontecer, por exemplo, entre liberais moderados como Hayek e Friedman, ou mesmo entre os chamados minarquistas, não apenas denota uma grande falha filosófica, como também é uma atitude, do ponto de vista prático, inútil e contraproducente.  As ideias destas pessoas podem ser — e de fato são — facilmente cooptadas e incorporadas pelos governantes e pelos ideólogos do estado.  Aliás, não é de se estranhar a frequência com que ouvimos estatistas defendendo a agenda estatista dizendo coisas como "até mesmo Hayek (Friedman) diz — ou, nem mesmo Hayek (Friedman) nega — que isto e aquilo deve ser feito pelo estado!"  Pessoalmente, eles até podem ter ficado descontentes com isso, mas não há como negar que suas obras serviram exatamente a este propósito; e, consequentemente, queiram ou não, eles realmente contribuíram para o contínuo e incessante crescimento do poder do estado.

Hayek e Friedman são mundialmente aclamados como os representantes máximos do livre mercado; logo, este artifício não conhece fronteiras — e no Brasil também foi e é utilizado por estatistas.  O primeiro economista brasileiro a propor um programa de renda mínima foi Antônio Maria da Silveira, no artigo Redistribuição de Renda, publicado na Revista Brasileira de Economia, em abril de 1975 — e, para tal, ele se baseou nos trabalhos dos liberais Friedman e Hayek, além de nos de outros economistas socialistas.[3]  E foi um grande amigo de Antônio Maria um dos maiores responsáveis pela implementação do programa assistencialista no Brasil: o senador Eduardo Matarazzo Suplicy.  Juntamente com o senador Cristovam Buarque, eles podem ser considerados os pais do Bolsa Família. E, exatamente como previsto por Rothbard, também se utilizaram do artifício "Até mesmo Hayek e Friedman" na defesa de suas propostas:

Podemos encontrar defensores da renda mínima e do imposto de renda negativo dentre aqueles que se posicionaram com mais eloquência em favor do capitalismo.  Friedrich A. von Hayek, ganhador de um prêmio Nobel de Economia, defende, em O caminho da servidão (1994), no capítulo sobre segurança e liberdade, proteção contra privações físicas severas e garantia de que um mínimo de meios de subsistência deve ser dado a todos.  George Stigler (The economics of minimum wage legislation, American Economic Review, n. 36, jun. 1946) mostrou que o imposto de renda negativo seria a melhor forma de proteger a remuneração daqueles que, de outra forma, ganhariam muito pouco. Milton Friedman popularizou a defesa do imposto de renda negativo como o instrumento mais eficiente no combate à pobreza (Capitalism and freedom, University of Chicago Press, 1962).[4]

Hayek e Friedman poderiam discordar de determinadas particularidades do Bolsa Família ou de outros programas de renda mínima, mas o fato de eles aceitarem conceitualmente um programa estatal de amparo aos necessitados já serviu para desmantelar qualquer oposição que poderia existir a estes programas.  Inclusive, Hayek e Friedman parecem discordar entre si nas particularidades de seus programas.  Hayek declarou que era totalmente contra o programa de Imposto de Renda Negativo de Friedman, e que concordava com a refutação que Henry Hazlitt havia feito dele.  Não obstante, a proposta de Friedman parece ser menos ruim que a de Hayek, pois Friedman a desenvolveu para ser apenas um substituto de outras ações assistencialistas do estado.  E mais, Hayek é mesmo uma figura confusa, parecendo discordar dele próprio.  Nesta entrevista realizada anos após a publicação de suas principais obras, ele se posiciona contra qualquer tipo de redistribuição de renda, pois estas políticas seriam discriminatórias ao fazerem distinção entre diferentes grupos de pessoas — uma posição irreconciliável com seus escritos anteriores.

Friedman também discordou de particularidades de outros programas, como o EITC (Earned income tax credit), mas concordou com o princípio redistributivista, como mostraram Suplicy e o professor Philippe Van Parijs[5] em entrevista que realizaram com Friedman.  Respondendo a uma questão sobre o EITC, Friedman diz:

O EITC contribuiu para erradicar a pobreza nos EUA.  Eu não acredito que tenha sido uma ferramenta extremamente eficiente devido à forma particular pelo qual ele se integra ao imposto de renda.  Tem dado margem a abusos.[6]

E quando Suplicy pede para Friedman comparar sua proposta de Imposto de Renda Negativo à do renda do cidadão, Friedman diz que ambas são semelhantes, como o professor Philippe Van Parijs comenta: "Esta é uma afirmação muita clara da equivalência formal entre os dois esquemas, o que sugere que Friedman é tão a favor de uma proposta quanto de outra".[7]

Detalhes a parte, o maior erro de Hayek e Friedman foi o de não considerarem um princípio elementar de ética e justiça.  Para haver qualquer forma de renda mínima, esta renda tem de vir de algum lugar.  Se o amparo aos mais necessitados vem de Igrejas, instituições ou indivíduos privados, a renda tem origem voluntária, por meio de doações de pessoas que desejam destinar parte de seus bens para caridade.  No entanto, se é o estado quem fornece a renda mínima, então este recurso é obtido por meio da agressão ou da ameaça de agressão física dos produtores, isto é, por meio do roubo.  Frédéric Bastiat expressou brilhantemente este princípio em 1850:

é-me impossível separar a palavra fraternidade da palavra voluntária.  Eu não consigo sinceramente entender como a fraternidade pode ser legalmente forçada, sem que a liberdade seja legalmente destruída e, em consequência, a justiça seja legalmente deturpada. A espoliação legal tem duas raízes: uma delas, como já lhe disse anteriormente, está no egoísmo humano; a outra, na falsa filantropia.[8]

Se algo é compulsório, então não é caridade mas sim agressão.  O conceito de caridade compulsória é contraditório, pois considera apenas o recebedor e ignora o espoliado.  Se caridade significa ajudar, quem é que está ajudando a pessoa que está sendo obrigada, sob a mira de um revólver, a entregar parte de sua renda para que ela seja dada a outra pessoa?  É esta a base de qualquer programa de redistribuição de renda feito pelo estado, pois para haver algo para distribuir é necessário que este algo tenha sido previamente produzido e retirado à força dos produtores.  'Não é seu para dar' é um conceito que até pouco tempo era amplamente compreendido até mesmo por políticos socialistas, como Herbert Hoover, que estendeu os tentáculos do estado a inúmeras áreas, mas tinha ressalvas quanto à caridade:

A assistência voluntária era praticamente a única esfera em que o presidente Hoover parecia preferir de todo o coração a ação voluntária à governamental.  No outono anterior, Hoover havia se recusado a convocar uma sessão especial do Congresso para a assistência ao desemprego dizendo que isso era responsabilidade das agências voluntárias.  De fato, a tradição voluntarista ainda era tão forte nessa área, que a Cruz Vermelha opôs-se a um projeto de lei, no começo de 1931, que lhe concederia US$ 25 milhões para prestar assistência.  A Cruz Vermelha declarou que seus próprios fundos bastavam, e seu Presidente disse a um comitê da Câmara que essa verba do congresso "em grande medida destruiria a doação voluntária".  Muitos líderes locais da Cruz Vermelha opunham-se fortemente a qualquer ajuda federal, e até mesmo a qualquer assistência pública de modo geral, de modo que o projeto de lei, após passar pelo Senado, foi derrubado na Câmara. Muitas organizações privadas de caridade, filantropos e assistentes sociais tinham a mesma opinião.[9]

É inegável que Hayek e Friedman colaboraram muito na luta contra a tirania estatal.  Porém, eles não são nem de longe os autores que melhor representam a liberdade; e é inegável também que eles apoiaram muitas posições contrárias à liberdade.  E é exatamente por causa de todas as concessões que estes autores fizeram aos estatistas, que a esquerda os alçou à posição de maiores e mais radicais representantes do livre mercado, ao passo que pensadores realmente radicais como Mises e Rothbard foram jogados para fora do debate.  Hayek e Friedman são os inimigos que a esquerda adora odiar.  De fato, eles não são inimigos — eles fazem parte da esquerda, e são aceitos e respeitados pelo mainstream (que é esquerdista).[10]

Libertários não seguem pessoas; nós seguimos ideias.  Aqui mesmo no Instituto que leva seu nome, criticamos diversas ideias de Ludwig von Mises, e não pretendemos fazer "culto à personalidade" nem de Mises, nem de Rothbard e nem de ninguém.  Mas o fato é que alguém inevitavelmente será identificado como o líder intelectual de um movimento, e a esquerda já nomeou os atuais "líderes". Não temos líderes, mas se existem pessoas cuja obra representa melhor a defesa da liberdade, estas pessoas são Mises e Rothbard.



[1] A proposta de "dividendo universal" de Paine, que garantiria uma renda mínima a todos, é baseada em sua ideia de que todo ser humano do planeta é coproprietário da terra apenas em virtude de ter nascido neste planeta e de estar vivo. Já o proviso de Locke dizia que os indivíduos podiam se apropriar da terra 'misturando seu trabalho a ela', contanto que sobrasse o suficiente para que outros também pudessem se apropriar de porções semelhantes.  Veja a refutação do proviso lockeano em Rothbard, capítulo 29 do A Ética da Liberdade; Hoppe, pág. 410 et pass. The Economics and Ethics of Private Property; e de Jasay, págs. 188 e 195 do Against Politics.

[2] Dois anos depois, quando Rothbard recebeu e analisou a obra completa, ele elogiou a erudição da obra — principalmente pelo valioso conteúdo de suas notas — e enalteceu alguns capítulos específicos, mas no geral sua avaliação continuou a mesma. Hayek havia fracassado monumentalmente em sua tentativa de estabelecer um sistema em prol da liberdade. Murray N. Rothbard vs. the philosophers: unpublished writings on Hayek, Mises, Strauss, and Polanyi, capítulos 2 e 3, Roberta Adelaide Modugno — Auburn, Alabama: Ludwig von Mises Institute, 2009.  Para uma crítica devastadora de Os Fundamentos da Liberdade, veja: F.A. Hayek e o conceito de coerção, em A Ética da Liberdade, Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010, capítulo 28.

[3] Homenagem a Antônio Maria da Silveira, Eduardo Matarazzo Suplicy.

[4] SUPLICY, Eduardo Matarazzo e BUARQUE, Cristovam. Garantia de renda mínima para erradicar a pobreza: o debate e a experiência brasileiros. Estud. av. [online]. 1997, vol.11, n.30

[5] O professor Philippe Van Parijs, da Universidade Católica de Louvain, é um filósofo e economista político belga, conhecido como proponente e principal defensor do conceito da renda mínima. É um dos fundadores e secretário-geral da "BIEN", "Basic Income European Network" (Rede Europeia da Renda Básica), fórum que defende a instituição de uma renda básica em todas as nações.

[6] UM DIÁLOGO COM MILTON FRIEDMAN SOBRE O IMPOSTO DE RENDA NEGATIVO, paper de EDUARDO M. SUPLICY. Basic Income European Network, VIIIth International Congress, Berlin, 6-7 de outubro de 2000.

[7] Ibid., pág. 9.

[8] A Lei, Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010, pág. 24.

[9] A grande depressão americana, Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010, pág. 281.

[10] "The Hayek Myth", PFS 2012, Hans Hermann Hoppe.



autor


  • Bruno D  06/03/2013 13:27
    Essa parte me comoveu,

    "De fato, a tradição voluntarista ainda era tão forte nessa área, que a Cruz Vermelha opôs-se a um projeto de lei, no começo de 1931, que lhe concederia US$ 25 milhões para prestar assistência(..)"

    E desde criança somos educados e doutrinados a achar que os americanos são os grandes vilões da história, aqui no brasil é feito em coro a súplica para que o governo resolva tudo e que também por exemplo a culpa de enchentes como a de ontem seja tão somente por que o governo deixou de fazer algo (e a culpa do aquecimento global é dos malvados empresários capitalistas!). Mesmo no Brasil que sempre teve uma cultura de assistência da Igreja católica por exemplo como as Santas Casas de Misericódia, mas, além de não aprendermos ainda caimos em esquecimento do que já foi feito até mesmo aqui no Brasil.

    Att

  • Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões   28/06/2013 10:15
    O QUE REALMENTE ESTÁ POR TRÁS DAS MANIFESTAÇÕES NO BRASIL?
    cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2013/06/o-que-realmente-esta-por-tras-das.html
  • Julio Spinola  31/12/2014 00:03
    dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/2013/09/08/bolsa-familia-faz-dez-anos-exame-de-paternidade-aponta-petistas-tucanos-e-neoliberais-do-banco-mundial/
    HAYEK E NÃO SÓ DEFENDEM O BOLSA FAMILIA,. ELES O CRIARAM NO BRASIL COM SUA INSISTENCIA E INFLUENCIA.
    Desde os anos 80 estes economistas insistiam em uma politica de imposto de renda negativo como bomba relogio para frear nosso desenvolvimento assim como financiaram a revolução bolchevique enviando Lenin no famoso TREM SELADO recheado de dolares pela Alemanha até a Russia. Conseguiram o intento de frear um concorrente capitalista que se formava e poderia ameaçar a hegemonia comercial e industrial dos EUA e Inglaterra.CONSEGUIRAM! Até hoje, o unico setor que se destaca em exportação na Rússia é o das armas de alta e baixa tecnologia cuja origem depende de disciplina e persistencia no sistema militar. O petróleo é exportado sem valores agregados em oleodutos à Europa.
    ORIGEM NEOLIBERAL DO BOLSA FAMILIA:
    Assim, exportaram-nos também este socialismo barato e sem compromisso para reduzir nossa reserva de mão de obra futura já que estes agora não anseiam mais por um emprego melhor e criam uma cultura do hedonismo, do ócio edo egoísmo ja que acham que aqueles que trabalham e os sustentam o fazem por dívida social, por direito, e estes não tem nenhum compromisso, nenhuma contrapartida pelo que recebem. Consequência: drogas, violencia e descompromisso social.
    Durante a fase de crescimento da economia do governo LULA nosso crescimento industrial foi freado por falta de mão de obra nova porque 25% dos jovens de 15 a 25 anos moram com os pais e pertencem a geração NEM-NEM. NEM TRABALHAM NEM ESTUDAM.
    Poderiamos contrapor o titulo do texto, uma coletanea da internet sem aprofundamento tentando legitimar o PT e a keynoesquerda brasileira como criadoras deste programa de transferência de renda. Em 1929, Roosevelt e Keynes já propunha o NEW DEAL onde o presidente de forma populista explicava: ponha um grupo para cavar valas e outro pra tampar ss valas mas, mantenha-os ocupados . Assim, quando a economia recomeçou sua recuperação estas pessoas além de nao terem morrido de inanição ainda estavam ávidos para ocupar outras posições menos penosas e mais bem remuneradas. Assim, o ócio ou férias vinha como prêmio conquistado pelo trabalho próprio e não, dos outros. Aqui ja consideram um direito à ociosidade permanente. Assim se expressam muitas pessoas aqui no Nordeste, onde moro. Os planos de apoio social como aluguel social, cesta básica, bolsa familia e casas semi gratuitas dominha casa minha vida fez com que estes achassem ser um dever nosso trabalhar cada vez mais para pagar cada vez mais impostos como o IPTU que cresceu 30% semana passada, via especulação imobiliária, que inflaram artificialmente o preço dos imoveis via Zap's e outros sites.Aumento de água, luz, esgoto e até mesmo se anuncia aumento na CIDE e outros tributos. Um bom funcionário meu, no sitio, fez toda pressão para que eu o demitisse para receber o seguro preguiça/desemprego e os direitos sociais. Sua esposa faz parte do MST onde receberam uma confortavel casa de mais de 80 m2 além de terras para somente conservar a vegetação sem plantar , coisa que eles mais ou menos o fazem. Não critico o fato de não produzirem pois, se o fizessem em seus 84 milhões de hectares de terra no Brasil teríamos um excedente de grãos tão volumoso que jogaria as suas cotações no chão e addus âncora verde.
    O VOLUME DE RECURSOS QUE POMOS NO BOLSA FAMILIA É ECONOMICAMENTE INEXPRESSIVO PARA O CONTRIBUINTE em termos de custos. De uma arrecadação federal de quase 2 trilhões ele consome pouco mais de 24 bilhoes de Reais. Pagamos ao bolsa familia pouco mais de 1 centavo de cada Real que pagamos ao governo federal.
    Amigo meu micro empresário lamentou a perda de uma boa funcionária porque esta ganha dos programas sociais quase 700 Reais mensais e não queria trabalhar por pouco mais de R $800.00.
    ESTA É, AO MEU VER, A GRANDE FALHA DO BOLSA FAMILIA: FAZEREM AS PESSOAS ACREDITAR QUE EXISTE JANTAR GRÁTIS.



  • Adriana Bulcao  01/08/2015 20:53
    Exato. Por que trabalhar por um salário menor que o Bolsa Família? Ofereça um salário descente, não de exploração, que ele deixa o programa social. Não queremos um país de mão-de-obra barata, pois nenhum país capitalista tem força de trabalho ganhando mal. Pagar mal um funcionário o faz acreditar que o trabalho não compensa - no que ele tem razão. O trabalho precisa valer.
  • Auxiliar  03/08/2015 01:07
    "Ofereça um salário descente [sic], não de exploração, que ele deixa o programa social. Não queremos um país de mão-de-obra barata, pois nenhum país capitalista tem força de trabalho ganhando mal. Pagar mal um funcionário o faz acreditar que o trabalho não compensa - no que ele tem razão."

    Beleza, agora combine isso com o governo.

    Sim, pois, para pagar salários maiores, o governo tem de aliviar do lado dele. No Brasil, as empresas têm de lidar não apenas com os encargos sociais e trabalhistas que incidem sobre a folha de pagamento, como também com toda a carga tributária que incide sobre a receita e sobre o lucro das empresas, o que impede aumentos salariais, contratações a salários atraentes e, principalmente, a acumulação de capital.

    Por exemplo, vejamos os impostos incidentes sobre as empresas. No Brasil, a alíquota máxima do IRPJ é de 15%. Porém, aqui as coisas são mais avançadas. Não bastasse o IRPJ, há uma sobretaxa de 10% sobre o lucro que ultrapassa determinado valor, há também a CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), cuja alíquota pode chegar a 32%, o PIS, cuja alíquota chega a 1,65% e a COFINS, cuja alíquota chega a 7,6%. PIS e COFINS incidem sobre a receita bruta. Há também o ICMS, que varia de estado para estado, mas cuja média é de 20%, e o ISS municipal. Não tente fazer a conta, pois você irá se apavorar.

    É impossível haver uma grande acumulação de capital desta forma. Lucro que poderia ser reinvestido na compra de bens de capital modernos, que aumentariam a produtividade dos trabalhadores — e, consequentemente, seus salários — é confiscado pelo governo e desperdiçado no sustento da burocracia e no salário de seus parasitas. A atividade governamental é destruidora de capital. Ela impede o enriquecimento de empresas e trabalhadores.

    Adicionalmente, dentre os encargos sociais, temos o INSS, o FGTS normal, o FGTS/Rescisão, o PIS/PASEP, o salário-educação e o Sistema S. Dentre os encargos trabalhistas temos 13º salário, adicional de remuneração, adicional de férias, ausência remunerada, férias, licenças, repouso remunerado e feriado, rescisão contratual, vale transporte, indenização por tempo de serviço e outros benefícios.

    Este site mostra que, dependendo do caso, os encargos sociais e trabalhistas podem chegar a quase 102% do salário, o que faz com que um salário de R$ 678 gere um custo final total de R$ 1.369 para o empregador.

    Desse jeito, realmente, não há como trabalhadores serem beneficiados. Os trabalhadores brasileiros são cheios de "direitos sociais" (encargos sociais e trabalhistas pagos pelos patrões); só que, para terem esses direitos, seus salários ficam cada vez mais achatados. Não há, afinal, almoço grátis.

    O Brasil não pode virar uma Alemanha por meio de um simples decreto governamental que estipule salários e que aumente impostos sobre os mais ricos, como muita gente pensa. Para que o Brasil pague salários de primeiro mundo, antes é preciso acumular capital. E para acumular capital, é preciso investir. E para investir, é preciso poupar. E para poupar, é preciso trabalhar. E para que a economia faça tudo isso, o governo não pode atrapalhar, não pode obstruir a livre iniciativa e não pode confiscar capital acumulado.

    Qualquer discussão que não se atenha a estes fatos é mera espuma.

    Veja mais aqui:

    FGTS, INSS e Aviso Prévio - um assalto ao trabalhador, disfarçado de direito

    "O trabalho precisa valer."

    É ao contrário: para que alguém tenha um emprego, esse alguém tem de mostrar que consegue gerar valor. Uma pessoa que não gera valor para um eventual empregador, não terá emprego e nem muito menos um salário.

    Veja mais aqui:

    Não é a meritocracia; é o valor que se cria
  • Gerhard Erich Boehme  13/11/2016 00:20
    O salário não é baixo porque o patrão é mau, ou o assim deseja.

    É baixo porque sobram brasileiros com pouca competência. Muitos são mal remunerados e trabalham em condições precárias devido ao mercado de trabalho, desfavorável a eles. É duro dizer isso, mas é a realidade.

    Repito: É baixo porque sobram brasileiros com pouca competência¹.

    ¹ E o que é competência?

    Eu defino como a soma de quatro palavrinhas:

    (1) educação, tanto a educação que devemos receber em casa pela família (Ver Artigo 229 da Constituição), a qual não pode ser terceirizada, como a escolarização, a educação formal, obtidas através de entidades supervisionadas pelas secretarias municipais e estaduais de educação, e no nível superior pelo MEC - Ministério da Educação.
    (2) formação (treinamentos, estágios, visitas técnicas, on-the-job training, hangouts, congressos, seminários, encontros, painéis, Technical Papers, etc.),
    (3) habilidade (saber-fazer e saber-ser) e
    (4) experiência.

    Fica a pergunta: O que está ao seu alcance para você criar sua competência e saber gerar valor?

    1. A educação que recebeu em casa? Você valoriza o que recebeu e recebe de seus pais, tios, avós, padrinhos, ...?
    2. A educação escolar proveniente de um ensino fundamental de qualidade?
    3. O curso técnico ou superior?
    4. Os cursos e treinamentos que participou?
    5. Os estágios que fez?
    6. As visitas técnicas que realizou?
    7. Os treinamentos práticos aos quais se submeteu?
    8. Os hangouts que participa?
    9. Os congressos, seminários, encontros e painéis que participou?
    10. Os artigos técnicos que leu ou escreveu?
    11. A habilidade que veio desenvolvendo com dedicação durante a vida?
    13. A experiência que adquiriu, seja a própria ou a que conseguiu compartilhar com outros mais velhos?

    Pense nisso. A questão é que nós brasileiros não temos liberdade para gerar valor, capital não encontramos, não temos a cultura de apoiar novos negócios através de incubadoras, quando muito estas só atuam na área da ciência e tecnologia, a burocracia é assustadora para se criar um negócio e se o criarmos, os impostos são assustadores, inviabiliza-os.

    Os impostos são assustadores, inviabiliza-os.
  • Alexandre  06/03/2013 13:41
    Se o governo socialista marxista keynesiano brasileiro quer ajudar os pobres com Bolsa Família e coisas do gênero, que utilize exclusivamente recursos advindos dos lucros de suas empresas estatais (ex.: Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa, Correios, etc.).
  • Bruno  06/03/2013 15:43
    Claro, um lucro que só existe porque há o monopólio legal em favor de tais empresas. Espero que esteja sendo sarcástico.
  • Gustavo   08/03/2013 18:57
    Além do que, o lucro de empresas estatais não deixa de ser dinheiro meu, seu e nosso, pois as empresas são criadas e financiadas com o dinheiro de impostos, ou seja, o risco não é individual como em uma empresa privada, mas sim coletivo.
  • Alexandre  06/03/2013 13:44
    Outra coisa: deveria o governo dar trabalho para essas pessoas pobres em suas empresas estatais, para assim, em um futuro próximo, extinguir a Bolsa Família e outras formas de caridade.
  • Marcus Benites  06/03/2013 22:52
    É o que Chávez fez na Venezuela... Você realmente acredita que a criação de empregos não necessários é algo muito diferente dos outros tipos de assistencialismo e que isso não ferraria com toda a economia? Deve, mesmo, estar sendo sarcástico...
  • Igor  06/03/2013 14:02
    Que triste, acabo de começar a ler ''O Caminho da Servidão''...
    Espero que não seja uma obra totalmente ruim.

    '-'
  • Fabio MS  06/03/2013 18:32
    Pode ler que vale a pena.
    O Fernando não disse para você jogar Hayek no lixo. Ele disse que Hayek fez concessões que acabaram servindo de argumentos aos estatistas/intervencionistas/socialistas. Mas isso, tenha certeza, não invalida toda a sua obra.
  • anônimo  06/03/2013 14:09
    Alguem pode me indicar um texto que explica a culpabilização da caridade? A idéia de que fazer caridade visa somente atrair atenção para si numa atitude supostamente egoísta de angariar prestígio?

    Alguns comediantes americanos como a Tina Fey já fizeram piadas sugerindo que pessoas que fazem caridade buscam não somente o prestígio delas mesmas. Ou que a verdadeira caridade é aquela que se faz anônima.

    Pergunto isso porque ao ver a caridade no texto e tendo doado uma certa quantia a uma pessoa doente recentemente, preciso melhor me situar nesse assunto.
  • Bruno  06/03/2013 15:46
    Não sendo por coerção, o que te motiva a doar interessa somente a você. Mande bugiar quem tentar enquadrar sua doação.
  • Bruno D  06/03/2013 16:44
    Vai se basear em comediantes fazendo comédia?

    Pesquise sobre as Santas Casas de misericórdia ou mesmo sobre a Cruz Vermelha que o autor cita no artigo.

    A atitude de doar dinheiro a um ente doente e necessitado diz somente ao sr. claro que uma instituição religiosa como a Católicia iria ver isso com bons olhos, diferentemente dos comendiantes, que vivem de comédia.

    É melhor pesquisar sobre a desconstrução(que começou no ambito cultural e terminou com a falência dessas instituiçoes) do sistema de caridade e de como essa desconstrução foi amplamente propagandeanda, negativamente é claro, e aí explica o porquê dos comediantes (eles ganham muito bem para isso) terem tais atitudes. Isso é mais que maquiavélico. Programas de televisão e a mídia em geral estão altamente compromissadas com programas e politicas estatais, pois é o ESTADO que regula o serviço e oferece as concessões, que no final das contas acabam pagando esses comediantes e tais "comédias".

  • Vinicius Costa  06/03/2013 17:26
    Se partirmos do principio que toda ação humana ocorre para satisfazer uma insatisfação, pode-se dizer que toda caridade é uma forma de se sentir melhor.

    Eu não estou aqui para julgar o que leva uma pessoa a doar o que tem para outra pessoa. Mas acho difícil que um milionário doe uma parte do seu dinheiro para depois sentir-se mal sobre isso. Ninguém doa achando que está financiando o vagabundo ou algo do tipo. Geralmente as doações acontecem quando a pessoa sente que está 'fazendo a sua parte'.

    @Bruno D,porque tanto ódio da comédia?
  • anônimo  06/03/2013 19:14
    Não é ódio, é só o fato de que não dá pra levar comediante nenhum a sério simplesmente porque eles não estão falando sério, estão somente fazendo o que o nome diz: comédia.
  • Cristiano  06/03/2013 20:15
    Texto sobre caridade? Mateus 6:
    www.bibliaonline.com.br/acf/mt/6
  • Bruno D  06/03/2013 23:32
    Usar a comédia como instrumento estatal de coerção, a comédia nesse contexto é um meio de propaganda, de comédia mesmo, não tem nada. Por isso o meu "ódio"
    De: caridade (fundamentada em valores morais) Para: assistencialismo (fomento a máquina estatal)

  • Marcus Benites  06/03/2013 22:58
    Tem alguma porcaria escrita por Walter Benjamin, um filósofo marxista do século XX, não lembro exatamente do texto (se não me engano tinha alguma coisa com Baudelaire no título), em que ele incita os miseráveis a não aceitarem esmola, mas a lutarem por ela (na base da violência mesmo) para se fazerem dignos dela, no sentido de que a caridade em si é moralmente inaceitável. Dá uma "googleada" que de repente você encontra algo.



  • Gabriel Miranda  06/03/2013 14:58
    Vejo Hayek e Friedman como autores que cederam ao pragmatismo político para serem ouvidos pelo 'mainstream', como se quisessem insinuar: "nós ouvimos as suas ideias e vocês ouvem as nossas; aceitamos fazer concessões desde que vocês também façam". Um problema inerente aos debates "democráticos"...

    Eu fico me perguntando até que ponto é uma atitude válida: se, por um lado, havia o risco iminente de suas ideias serem cooptadas e deturpadas pelos ferrenhos opositores do livre mercado, por outro tentaram mostrar que havia, sim, uma alternativa liberal, ainda que torta. Era melhor aquilo do que nada. Se eles não tivessem adotado tal postura, talvez estivessem no limbo do esquecimento, tal qual Mises e Rothbard.

    É evidente que o tiro saiu pela culatra, mas ainda assim acho que o saldo do esforço dos dois na defesa da liberdade é positivo.
  • Hernandez Vedovatto  07/03/2013 12:19
    Espero que o colega apoie a democracia, que apesar de ser uma coisa extrema custosa e cheia de problemas é muitíssimo melhor que a alternativa(ditadura).

    Eu acredito que nem tanto ao céu e nem tanto ao inferno. Um sistema totalmente liberal também tem suas falhas. É só pensar!

    Partindo que o ser humano é ruim por natureza (haja visto um bebê que é extremamente egoísta até q se ensina a dividir) , não devemos acreditar na história de caridade por bondade e muito menos que num sistema liberal as pessoas serão mais cooperativas espontaneamente.

    Num sistema totalmente liberal, teremos monopólios em muitos setores. Totalmente ruim? Acredito que não. Mas aonde temos totalitarismo a coisa se torna difícil. O poder de barganha em monopólios se torna praticamente nulo. Ex: Governo (sim, o governo é um monopólio)

    Os liberais ferrenhos falarão que o monopólio sofre concorrência de possíveis candidatos e não pode deixar de atender o cliente com preço baixo e excelente atendimento. Não acredito nisso! O ser humano sempre vai querer passar o outro pra trás. Isso é inerente do instinto de sobrevivência que apesar da civilização e educação está na raiz do homem.

    Então defendo o governo espoliando o povo, para gastar em obras ridículas, prestar um serviço de péssima qualidade, empregar seus coleguinhas com salários astronômicos e deixá-los LIVRES pra fazerem seu trabalho sem cobranças e etc.... (vejam o caso da liberdade de novo). É claro que não.

    Acredito que toda a teoria libertária está certa? Não. Apesar de gostar e ver muitos pontos positivos.

    O que eu defendo? Eu acredito que um sistema justo nunca existirá. Mas um meio termo entre os sistemas me parece algo mais razoável. Liberdade com um certo controle e cobrança.

    Tenho a fórmula do sucesso? Não. Mas estou tentando ajudar a construir.

    Obs: Estejam todos convidados a discordar e discutir a minha idéia. Desde que não venham com ofensas, injúrias e outras provocações. Acredito que todos são inteligentes aqui e saibam discutir baseado em argumentos.
  • Heitor  07/03/2013 12:24
    "Espero que o colega apoie a democracia, que apesar de ser uma coisa extrema custosa e cheia de problemas é muitíssimo melhor que a alternativa(ditadura)."

    Quem dará as boas-vindas para este simpático leitor recém-chegado que acha que a democracia é boa porque a única opção seria a ditadura? Eu faço minha parte:

    www.mises.org.br/Subject.aspx?id=11
  • bruno d  08/03/2013 01:24
    Um mínimo de Aristóteles já resolveria.
    Existem três formas de governo possíveis:
    1-monarquia o governo de um
    2-aristocracia, o governo de poucos.
    3-democracia, o governo de muitos(não todos como muitos pensam)
    A ditadura é um tipo de governo especial instituído ou formado espontaneamente em calamidades. Transições conturbadas. Caos etc. Não deixa de ser um governo legítimo assim que a ordem é retomada voltam-se as formas de governo acima.
    Ditadura é confundida com tirania. Que na verdade é a corrupção da ditadura (o ditador permanece no poder por exemplo)
    Hoje vivemos em uma demagogia de um regime democrático que é a corrupção da mesma.
    o que eu sou contra é o estado querer regular até o seu pensamento. Economia é apenas uma parte e podemos observar o sofrimento que isso causa.
    Anarquia e hierarquia vão sempre coexistir o que é importante e isso o movimento libertário o faz é retirar o excesso que o estado visa controlar
    hoje nos pagamos do nosso bolso uma Secretaria de diversidade sexual, precisa mais justificativa ao movimento liberal libertário?
  • Juliano  07/03/2013 13:16
    Monopólios? Tipo Petrobrás, Correios, sindicatos de trabalhadores de N setores, Febraban, OAB, CREA, Anvisa, Anatel e Cia? Quem está por trás de todos eles? Qual é a relação entre a Receita Federal e a taxa de lucros que empresas praticam por aqui?

    Vc está dizendo que o criador de todos esses monstros é necessário justamente para que eles não existam?
  • Hernandez Vedovatto  07/03/2013 14:54
    Caro Heitor, lamento lhe informar que não sou recém-chegado.

    Eu apenas me refiro a autoritarismo e democracia por serem as únicas formas de organização social em utilização no mundo. Ou você conhece outro? Adianta divagar sobre pseudo sistemas? Estamos analisando a realidade e o que pode ser empregado.

    "Quem dará as boas-vindas..." a soberba e arrogância é própria do autoritarismo. O que me parece que muitos aqui tendem pro autoritarismo não pro libertarismo. Impor idéias sem discutí-las é inconfundível

    Eu fico impressionado como enxergam a total liberdade como solução para todos os problemas e não conseguem enxergar os problemas que a total liberdade irá criar. Como citei, não existe ação sem reação e pra tudo tem um custo. A física explica muito isso, que não se ganha força sem perder velocidade e nem velocidade sem perder força. Olhem pras marchas de seus carros e verão o que estou dizendo. A perfeição não existe.

    Não sou defensor do funcionalismo público e menos ainda de suas variantes(empresas públicas ou mistas). Mas também não vejo um futuro muito promissor no campo da liberdade pura. Pq? Por não acreditar que o ser humano saiba se comportar nesse ambiente. Dê a liberdade pro sujeito e você vai conhecer os seus verdadeiros pensamentos. E geralmente não são bons.


    O colega juliano questiona sobre os monopólios estatais. Porque não questionar os monopólios privados? Ou oligopólios, que na prática são monopólio evoluídos?

    Vamos questionar WalMart, e outros mundo afora. Viaja pros Estados Unidos e veja por seus próprios olhos. Nos EUA,quase na totalidade, são grandes empresas. Pouca concorrência e pouca possibilidade de escolha (não de produtos, de empresas). Bom? Ruim? São a maior economia do mundo.

    Vamos discutir o caso BRF?
    1) Eu moro na cidade onde nasceu a Perdigão. Aqui o povo está sendo espoliado não apenas pelo governo, mas também pela BRF. Sabem os aumentos de diesel, salários, pneus e ..., que houve nos anos de 2010, 2011 e 2012? Não foram repassados aos transportadores. Além disso em 2011 houve uma queda de 3,5% no valor do frete e 2,5% em 2012. Sabe o que a empresa diz: Se você tem opção, boa sorte. Aqui é assim, se você não quer, tem quem quer. Ai você vai me dizer: Mas o cara que vá pra outro lugar, etc, etc, todas aquelas argumentações que o libertário fala. Vá você emprestar 500 mil do banco pra colocar uma carreta trabalhar, assumir uma prestação de 10 a 12 mil por mês e depois que baixarem 6% o valor que recebia e ter que pagar todos os aumentos procurar outro lugar pra garantir teu patrimônio e teu sustento.

    2) O integrado que cria suníno. Investe 150 mil pra fazer um vertical (chiqueiro, lugar que cria porco) no seu terreno. Mas quem manda lá é a empresa, porque, tem que fazer tudo do jeito que os técnicos mandam. Até que você está endividado com o banco, mas com o aval deles, é uma maravilha, eles pagam muito bem os lotes. Mas assim que você termina de pagar e o aval deles é retirado do banco, misteriosamente começa a render menos. Ainda não felizes, eles começam a achar defeitos, para que você faça novos investimentos, agora colocando sua terra de garantia. Assim mantem os integrados (ou seria funcionários) atrelados a eles, sem muitos questionamentos, pois quem tem dívida não pode reclamar, porque pode perder o pouco que tem. Basta não alojar mais suínos e sua propriedade para de render.

    3) Ah... mas é só sair e criar os suínos por conta própria. Muito bem, é só vocês procurarem no google, que vocês verão que de tempos em tempos há uma crise no suíno. E por aqui ninguém mais se aventura, porque o resultado é a falência total.

    Dai alguém vai dizer, mas não existe só a BRF. Aí eu te respondo, não existe só monopólio, mas também sua variante evoluída e mais cruel chamada oligopólio.

    Assim como o Leandro comenta acima, penso que as benesses do governo cria uma população que não quer trabalhar. Mas o que fazer com aqueles que não tem condições alguma nem de quebrar uma pedra? Vamos matá-los?


    Amigos, não me interpretem mal, sou da causa também. Admiro e muito vários conceitos da escola austríaca e penso todo o dia como seria possível implementá-las. Mas sejamos sensatos e honesto que nem tudo que esta na teoria é possível de ser colocado em prática.Assim como tudo deve ter as exceções, porque o mundo e as pessoas não se resumem a matemática.

    E assim como Hayek e Friedman vejo que o extremismo não constrói, apenas destrói.

    Obs: desculpem ter reescrito a bíblia, mas tentei expor minha ideia o mais breve possível.
  • Heitor  07/03/2013 15:21
    Prezado Hernandez, desculpe, mas pelo que você acabou de escrever agora, você é sim um recém-chegado. Todos estes seus "exemplos" já foram discutidos aqui.

    "Eu fico impressionado como enxergam a total liberdade como solução para todos os problemas e não conseguem enxergar os problemas que a total liberdade irá criar."

    Quais? Vejamos o que você tem a oferecer abaixo.

    "Mas também não vejo um futuro muito promissor no campo da liberdade pura. Pq? Por não acreditar que o ser humano saiba se comportar nesse ambiente. Dê a liberdade pro sujeito e você vai conhecer os seus verdadeiros pensamentos. E geralmente não são bons."

    Certo, o ser humano é um pulha. Sendo assim, quem você quer que controle estes pulhas? Outros seres humanos? Se sim, então você é incoerente. Não faz nenhum sentido dizer que pulhas irão controlar bem outros pulhas. No fundo, quem fala que desconfia da liberdade é porque quer estar ele próprio no controle de todo mundo.


    "Porque não questionar os monopólios privados? Ou oligopólios, que na prática são monopólio evoluídos?"

    Cite um monopólio ou oligopólio que tenha se formado no livre mercado, sem nenhuma ajuda, sem nenhum subsídio e sem nenhum protecionismo estatal. Ou seja, cite um monopólio criado em um área que não está sob os auspícios de agências reguladoras do governo. Boa sorte na pesquisa.


    "Vamos questionar WalMart, e outros mundo afora. Viaja pros Estados Unidos e veja por seus próprios olhos. Nos EUA,quase na totalidade, são grandes empresas. Pouca concorrência e pouca possibilidade de escolha (não de produtos, de empresas). Bom? Ruim? São a maior economia do mundo."

    Walmart não tem monopólio de nada, meu caro. Pra começar, há plena liberdade de entrada no setor varejista dos EUA. Você mesmo pode ir pra lá hoje e abrir uma empresa para concorrer com o Walmart. Target, KMart e várias outras cadeias regionais disputam mercado com o Walmart. Por que o Walmart tem mais fatia de mercado? Porque seus preços são imbatíveis, e lá se encontra de absolutamente tudo. O consumidor voluntariamente demonstrou suas preferências. Isso não é monopólio nenhum. Clarifique seus conceitos. Eles estão totalmente deturpados.


    "Vamos discutir o caso BRF?"

    Vamos sim. O BNDES deu juros subsidiados e o governo foi o grande incentivador da fusão, para criar uma gigante nacional com potencial internacional. O que você quer discutir? Seus itens 1, 2 e 3 acima ignoram completamente essa fator. Critique o arranjo o tanto que quiser, mas aponte os dedos para os culpados de fato.

    Repito: para quem diz não ser novato aqui, você no mínimo nunca leu os artigos.
  • Juliano  07/03/2013 18:33
    Olá Hernandez,

    "Eu apenas me refiro a autoritarismo e democracia por serem as únicas formas de organização social em utilização no mundo. Ou você conhece outro? Adianta divagar sobre pseudo sistemas? Estamos analisando a realidade e o que pode ser empregado."

    Democracia é só uma forma de organizar o Estado, que é uma entidade que adquire via força o direito de violar o direito dos outros. Na democracia, ganha legitimidade via apoio popular para invadir a propriedade dos outros, podendo forçá-los a agir da forma que ele, Estado, quer. Nós condenamos qualquer invasão nos direitos de uma pessoa, independente de quantas pessoas apoiem esse ato.


    "Eu fico impressionado como enxergam a total liberdade como solução para todos os problemas e não conseguem enxergar os problemas que a total liberdade irá criar. Como citei, não existe ação sem reação e pra tudo tem um custo. A física explica muito isso, que não se ganha força sem perder velocidade e nem velocidade sem perder força. Olhem pras marchas de seus carros e verão o que estou dizendo. A perfeição não existe."

    A gente não defende a perfeição, só defendemos que vc não possa invadir o espaço que não é teu. Por mais perfeito que seja o teu modelo de solução para os problemas do mundo, isso não dá o direito de violar os direitos de ninguém.


    "Não sou defensor do funcionalismo público e menos ainda de suas variantes(empresas públicas ou mistas). Mas também não vejo um futuro muito promissor no campo da liberdade pura. Pq? Por não acreditar que o ser humano saiba se comportar nesse ambiente. Dê a liberdade pro sujeito e você vai conhecer os seus verdadeiros pensamentos. E geralmente não são bons."

    Justamente por isso que a gente não quer que alguém possa violar o direitos dos outros. Fez alguma coisa que gerou conseqüências negativas? Vc fica com o problema.


    "Vamos questionar WalMart, e outros mundo afora. Viaja pros Estados Unidos e veja por seus próprios olhos. Nos EUA,quase na totalidade, são grandes empresas. Pouca concorrência e pouca possibilidade de escolha (não de produtos, de empresas). Bom? Ruim? São a maior economia do mundo."
    O WallMart consegue oferecer produtos a preços extremamente atraentes, e por isso tem uma grande parcela do mercado. Vc acha que o WallMart não paga bem? Pode ir trabalhar para outra empresa. Não concorda como o WallMart trata seus funcionários (assumindo que não haja ninguém trabalhando lá via coação)? Compre de outra empresa. Vc pode comprar de alguém que paga o bem mais para seus funcionários, mas isso vai ter custos adicionais e é vc que vai assumí-los. Vc também pode tentar convencer pessoas a agir da mesma forma, mas a gente não concorda que vc possa obrigar ninguém a isso.


    "Dai alguém vai dizer, mas não existe só a BRF. Aí eu te respondo, não existe só monopólio, mas também sua variante evoluída e mais cruel chamada oligopólio."

    O comprador em qualquer área vai querer pagar pouco e o vendedor vai querer cobrar muito, não tem nada de errado nisso. Se o preço que querem pagar para a produção de qualquer coisa for muito baixo, os fornecedores passam para outro ramo. É nessa corda bamba que os empreendedores vivem. Só iremos achar legítimo algum tipo de interferência violenta no processo se houver alguém tiver usado violência anteriormente, forçando os fornecedores a fazer algo.


    "Assim como o Leandro comenta acima, penso que as benesses do governo cria uma população que não quer trabalhar. Mas o que fazer com aqueles que não tem condições alguma nem de quebrar uma pedra? Vamos matá-los?"

    Claro que não! Sempre existirão pessoas precisando de ajuda. Mas, novamente, ninguém pode forçar ninguém a ajudar os outros. Vc tem toda liberdade de tentar convencer as pessoas a ajudar. O governo dos EUA poderiam forçar o Brasil a ajudar um país em dificuldades, usando força militar pra isso? Libertários acham que não.

    Imagine que o síndico de um prédio fica comovido com a doença de um dos moradores. Seria legítimo fazer o condomínio pagar esse tratamento?

    "E assim como Hayek e Friedman vejo que o extremismo não constrói, apenas destrói. "
    Não existe meio termo na luta contra a violência, não existe um nível de violência tolerável. Só aceitamos que seja usada para defesa, nunca para forçar os outros a contribuírem com uma visão de mundo. Novamente: não achamos que isso vai criar um mundo perfeito, só não queremos que ninguém venha impor uma visão de mundo perfeito àqueles que não queiram financiá-lo.
  • Hernandez Vedovatto  07/03/2013 19:10
    Caro colega Gabriel.

    Não me acanharei de lê-los, inclusive alguns já li anteriormente. O conhecimento nunca é demais, mas primo pelo direito de discordar. E isso não quer dizer que discordo de tudo.

    Sua postura é de um debatedor de idéias, ao contrário do nosso colega Heitor, que parece estar num ringue e tem que vencer a disputa.

    Excelente sua explanação e não discordo de nenhum argumento seu. Também acho que a DEMOcracia tem mais de inferno do que céu (arrisco levar pedradas por esse comentário). Mas é a melhor alternativa vigente no momento. Ou alguém quer viver lá com o Fidel?

    Na Itália tem algo parecido com o que você cita, com províncias autônomas. Não vamos entrar no mérito se é bom, se tão quebrado, se funciona, ou qualquer outra discussão. Para aqueles que se interessarem, pesquisem sobre a província de Trento.

    Ao colega Heitor

    Não estamos num ringue, nem mesmo é particular e pessoal a discussão. Estamos debatendo idéias, e as minhas podem divergir das suas e até mesmo de algum artigo. E me acusar de não ler, não vai te deixar com um grau de prestígio maior.

    Você quer um exemplo que não tenha algum tipo de regulação por parte do governo. Mais uma vez você buscar o extremo. Todos somos regulados de alguma forma pelo governo, a não ser que seu pai não tenho lhe registrado no seu nascimento.

    Vai um exemplo. Microsoft. Experimente lançar um Sistema Operacional pra competir com eles. Se o seu sistema incomodar eles, provavelmente irão dar de graça o deles até você quebrar ou vão comprar sua empresa. Na verdade, eles nem depende mais dos SOs. Mas pode ter certeza que não iriam perdoar do mesmo jeito.

    Quer outro? Google.

    Mais um? Autodesk.

    E sim. Walmart. Experimenta abrir uma loja do lado deles, ou fazer sucesso com sua loja pra ver se eles não compram, ou não abeam uma muito maior do seu lado com "promoções" arrebatadoras e quebram você. Lembre-se que todo ser humano gosta de uma moleza. Teu melhor amigo ia comprar lá.

    Monopólio não é simplesmente ser a única empresa no local. É considerado monopólio toda empresa que dita as regras, preços, etc no seu setor. Caso da BRF que dita os preços para as empresas prestadoras de serviços (tranportes/integração) e ditam os preços do mercado que atuam, eliminando toda a concorrência que não interessar a eles.

    Para seu conhecimento, sou empresário, tenho uma empresa com 20 funcionários e sei vivo na pele todos os problemas da deficiente organização governamental e seu peso sobre as empresas e sociedade em geral.

    Mas não acredito que a liberdade pura e total irá trazer uma melhora absoluta. Agências reguladoras privadas irão estar menos imunes da corrupção? Acredito que não, haja visto que para todo corrompido há um corruptor. E quem corrompe um funcionário público é um empresário. Aonde você vê a melhora ai? Troca apenas o corrompido.

    Na crise de 2008 tivemos as agencias classificadoras de risco no debate da crise. Hora, elas são privadas e não públicas. E temos várias e não resolveu o problema. Inclusive novamente com indícios de facilitação. Quem vai prejudicar um cliente? Quem paga pras agências são os bancos e quem ela avaliava.

    Enfim, a discussão é profunda e não será simples de resolver. Mas afirmo novamente, que não é com o extremismo e assim como Hayek e Friedman eu acredito que a negociação é a melhor escolha. Tem seus defeitos? Sempre haverá.
  • Leandro  07/03/2013 20:07
    Prezado Hernandez, desculpe interromper, mas terei de tomar partido, ficando ao lado do Heitor. Sua acusação foi injusta. Ele em momento algum se comportou como se "estivesse em um ringue". Refutar suas ideias com argumentos não significa "estar num ringue". Não é necessário afetar toda essa delicadeza. Isso aqui é um espaço para debates. Se você diz coisas economicamente incorretas, é claro que você será chamado para defender sua posição.

    "Vai um exemplo. Microsoft. Experimente lançar um Sistema Operacional pra competir com eles. Se o seu sistema incomodar eles, provavelmente irão dar de graça o deles até você quebrar ou vão comprar sua empresa. Na verdade, eles nem depende mais dos SOs. Mas pode ter certeza que não iriam perdoar do mesmo jeito."

    De novo: isso não é monopólio. Monopólio não é um conceito flutuante, que depende de cada situação. Monopólio é algo que possui um conceito fixo: a entrada de concorrência no mercado é fechada, pois o governo erigiu barreiras à livre concorrência. O mercado está fechado da iniciação de força física pelo governo Essa é a definição de monopólios. Clientela cativa em decorrência de eficiência e de preços baixos não é monopólio. O fato de você não aceitar isso não faz com que a teoria esteja errada ou que seus defensores "se comportem como se estivessem em um ringue".

    Aliás, pela sua definição de monopólio, restaurantes populares, daqueles bem baratos, são monopolistas em relação ao Fasano e a outros restaurantes chiques, pois têm muito mais clientes, muito mais "apelo popular" e, em relação ao Fasano, "dão comida praticamente de graça". (Veja este e este artigos).

    "Quer outro? Google."

    Da última vez que chequei, eis os concorrentes diretos do Google: Bing, Yahoo, MSN Search, Lycos, Cadê, Ask.com, Cuil, Amazon.com (A9). Tenho certeza de que este mercado não é fechado pelo governo.

    "Mais um? Autodesk."

    Mesmo eu que não sou dessa área conheço os concorrentes SolidWorks, PTC e Dassault Systems.

    "E sim. Walmart. Experimenta abrir uma loja do lado deles, ou fazer sucesso com sua loja pra ver se eles não compram, ou não abeam uma muito maior do seu lado com "promoções" arrebatadoras e quebram você. Lembre-se que todo ser humano gosta de uma moleza. Teu melhor amigo ia comprar lá."

    Mais uma vez... Não dá. Isso não é monopólio, isso é concorrência. O fato de você achar que concorrência é monopólio não faz com que a definição correta de monopólio seja alterada. Ademais, até onde sei, no caso em que você citou "Experimenta abrir uma loja do lado deles, ou fazer sucesso com sua loja pra ver se eles não compram", você não é obrigado a vender sua propriedade para o Walmart. Imploro que você corrija seus conceitos. Caso contrário, tudo isso será um exercício improdutivo.

    "Monopólio não é simplesmente ser a única empresa no local."

    Correto. Agora sim falou algo verdadeiro.

    "É considerado monopólio toda empresa que dita as regras, preços, etc no seu setor. Caso da BRF que dita os preços para as empresas prestadoras de serviços (tranportes/integração) e ditam os preços do mercado que atuam, eliminando toda a concorrência que não interessar a eles. "

    Pufff..... me animei muito cedo. Ditar regras e preços não é monopólio. E, de novo, você citou uma empresa formada com dinheiro do governo, protegida pelo governo e estimulada pelo governo para se tornar uma gigante. Somos críticos ferozes deste arranjo, justamente porque ele não tem nada de livre mercado. Pela enésima vez, corrija seus conceitos.

    "Para seu conhecimento, sou empresário, tenho uma empresa com 20 funcionários e sei vivo na pele todos os problemas da deficiente organização governamental e seu peso sobre as empresas e sociedade em geral. Mas não acredito que a liberdade pura e total irá trazer uma melhora absoluta."

    Nenhum empresário gosta de livre concorrência. Nenhum empresário realmente quer competição. Todos querem um mercado que garanta retorno. Natural. Isso já havia sido percebido desde a Grécia Antiga. Temos vários artigos mostrando por que empresários não se organizam contra a carga tributária mas fazem de tudo para pedir mais providências das agências reguladoras.

    "Agências reguladoras privadas irão estar menos imunes da corrupção? Acredito que não, haja visto que para todo corrompido há um corruptor. E quem corrompe um funcionário público é um empresário. Aonde você vê a melhora ai? Troca apenas o corrompido."

    Quem falou em agências reguladoras privadas?! Viu só, parece que o Heitor estava certo: o senhor realmente é novato nas leituras deste site. Só assim para achar que defendemos agências reguladoras privadas.


    "Na crise de 2008 tivemos as agencias classificadoras de risco no debate da crise. Hora, elas são privadas e não públicas. E temos várias e não resolveu o problema. Inclusive novamente com indícios de facilitação. Quem vai prejudicar um cliente? Quem paga pras agências são os bancos e quem ela avaliava."

    Outro indício de que o senhor, ao contrário do que afirma, é novato aqui. Já falamos sobre isso várias vezes.

    É a SEC (que é a CVM americana) quem permite a existência das 3 agências de classificação de risco (Moody's, Fitch e Standard & Poor's), e é ela quem regulamenta e decide quem pode e quem não pode entrar neste mercado.

    Na prática, isso significa que não pode surgir concorrência externa, pois o governo não deixa. Quem vai ter cacife para bancar uma agência de classificação de risco que seja genuinamente independente neste cenário altamente regulamentado? (Há um longo e extenuante processo burocrático-regulatório, de modo que é impossível surgir uma agência para confrontar as classificações dessas 3 grandes).

    Como você bem lembrou, foram estas três agências de classificação de risco que saíram dando AAA para as hipotecas subprime. Estavam apenas fazendo o que o governo lhes mandava, pois estas agências trabalham em total conluio com Wall Street.

    Ou seja, essa lambança ocorreu justamente por causa das pesadas regulamentações no mercado financeiro, as quais acabaram criando esse cartel de agências de classificação de crédito.

    Nesse cenário de regulamentação, a boa teoria econômica explica perfeitamente por que essas três agências -- que não correm o risco de sofre concorrência externa -- trabalharão em total conluio com os bancos de Wall Street, os quais precisam obter boas classificações para conseguir vender seus derivativos. E isso é de total interesse do governo, que tem no setor bancário sua grande fonte de financiamento.

    "Enfim, a discussão é profunda e não será simples de resolver. Mas afirmo novamente, que não é com o extremismo e assim como Hayek e Friedman eu acredito que a negociação é a melhor escolha."

    Não é com extremismo. Acima de tudo, é preciso entender corretamente os conceitos econômicos e, principalmente, denunciar os verdadeiros culpados.

    Abraços!
  • Alexandre M. R. Filho  07/03/2013 21:26
    Leandro, vc vai virar santo, meu caro!
  • anônimo  07/03/2013 21:01
    'Quer outro? Google.'

    Engraçado que quando o google surgiu já existiam search engines.Então ele é um exemplo de que DÁ pra quebrar monopólios.
  • André  13/03/2013 14:28
    Sobre as agências...

    Gostaria de lembrar também que o maior culpado da crise foi o próprio governo dos EUA.
    Tem vários artigos no site explicando isso.
    E quem confiou nas agências, que trabalham em conluio com o governo, é que foi burro de confiar no governo.
    Uma das maiores burrices que uma pessoa pode cometer na vida.

    Quem analisou a situação pela visão da Escola Austríaca previu essa bolha vários anos antes dela ocorrer.

    Temos por exemplo o Peter Schiff que avisava sobre a bolha, explicando sobre ela, e até escreveu
    um LIVRO explicando tudo ANTES dela acontecer.

    Segue o vídeo dele avisando sobre a crise, com legendas em português:
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1267
    Tem vários outros dele avisando sobre a crise, sempre com todo mundo discordando.

    E sobre o livro, que foi lançado em Fevereiro de 2007, bem antes da crise, e lembrando que,
    óbvio, começou à ser escrito bem antes, pois um livro de 288 páginas não se escreve em um mês:
    en.wikipedia.org/wiki/Crash_Proof:_How_to_Profit_From_the_Coming_Economic_Collapse

    Claro que o livro dele só se tornou best-seller DEPOIS da crise.
    Quando todos perceberam que "oh, ele estava certo".

    Ah, lembrando que ainda vai ter outra crise, já tem também um livro sobre ela:
    www.amazon.com/Real-Crash-Americas-Bankruptcy-How-Yourself/dp/1250004470
    Pra ser mais exato, essa nova crise é apenas uma continuação da anterior...
    Enfim, pra entender melhor recomendo ler os dois livros.

    Claro que esse novo livro se tornará um best-seller ainda maior que o anterior,
    pois a crise será maior, mas só será um best-seller após a próxima crise, é claro.

    --

    quanto ao extremismo das nossas idéias:

    Extremismo é iniciar agressão contra pessoas inocentes.
    Daí os extremistas que iniciam e apoiam a agressão (estatistas), vêm dizer que as pessoas
    que estão reagindo à agressão é que são extremas, e querem propor "negociar" para que a
    agressão seja um pouco menos violenta e assim "todos saiam ganhando".

    É um insanidade afirmar que ser contra toda e qualquer agressão contra inocentes é ser extremista!

    É como se o estatista perguntasse pra uma pessoa:
    "Você é contra toda e qualquer iniciação de violência contra pessoas inocentes e suas propriedades?"
    A pessoa responderia:
    "Sim, mas é claro!"
    Daí o estatista responderia:
    "Seu extremista! Todos têm que aceitar pelo menos alguma nível
    de roubo e coerção sobre sua propriedade sob a mira de uma arma
    por parte do estado, para o bem de todos!!!"

    E ainda querem dizer que nós é que somos os extremistas.
  • Renato Souza  07/03/2013 19:37
    Hernandez

    Não sou anarcocapitalista, acho uma utopia esse negócio de não existir governo, mas acho que sua argumentação tem uma falha importante.

    Tanto os EUA quanto o Brasil não são mercados totalmente livres, e na verdade estão muito longe disso (nós mais do que eles). Você cita uma série de problemas vividos por produtores na sua relação com uma grande empresa, e não vou duvidar de sua palavra, mesmo porque já vi outros produtores reclamando sobre essa questão.

    Mas será o livre mercado (o pouco de livre mercado que temos) o culpado por essa situação?

    A primeira resposta a essa pergunta vem da comparação entre o nível de prosperidade dos países. Países que permitem maior liberdade de mercado são sistematicamente mais prósperos que países que permitem pouca liberdade de mercado. Isso é uma importante indicação de que esses problemas vividos por pequenos produtores são causados pela falta de liberdade, e não pelo excesso de liberdade.

    A segunda resposta vem da análise sobre a forma como a liberdade produz a prosperidade. Lembremos que o PIB Brasileiro cresceu apenas por volta de 1% no ano passado. Isso é menos que o crescimento da população, o que significa que cada um de nós, na média, ficou mais pobre. Essa falta de atividade econômica é resultado da política keynesiana do governo brasileiro, com a produção de expansões monetárias que geram um crescimento insustentável, e a posterior queda da atividade econômica. É essa baixa atividade econômica que faz com que empresas protegidas pelo governo tenham a faca e o queijo na mão, podendo chantagear os pequenos. Numa economia de crescimento normal, o pequeno produtor teria mais alternativas de ganho. Teria inclusive a possibilidade de mudar de ramo, pois os empregos e oportunidades de negócios seriam abundantes.

    Mas seus colegas, pequenos produtores, ou carreteiros, dirão que eles estão com a corda no pescoço agora, e precisam de uma solução rápida, e não de elocubrações a respeito da teoria econômica. Eles pedirão alguma ajuda para o governo, esse talvez intervenha um pouco mais e o país continuará na merda.

    O que você pode fazer? Não adianta discutir com eles agora. Mas quando você ver alguma notícia sobre expansão monetária ou a nossa escorchante carga tributária, ou a absurda burocracia que mata as pequenas empresas, ai vale a pena comentar com eles: É essa a causa primeira das dificuldades que enfrentamos. Os ciclos econômicos e a falta de liberdade para empreender geram a falta de atividade econômica, que nos deixa à mercê dos grandes. Melhor arrancar o cancer do que ficar só tomando analgésico.
  • Hernandez Vedovatto  08/03/2013 03:07
    Cara colega.

    De certa forma eu faço isso. Acontece que o povo esquece fácil das coisas, e principalmente gosta do bem bom.

    Estou convicto que expansão monetária é péssima pra economia. Assim como BC está aí pra ajudar os colegas e o governo. Nada muda meu caro, só o nome. Antes era escravo agora é proletariado.. hahahaha. Somos escravos sim, temos que trabalhar pra sustentar nego mamando na teta do governo! Funcionários públicos ineficientes, falcatruas, gastos exorbitantes com futilezas e assim vai.

    Mas eu fico pensando, e os colegas não responderam.

    O que fazer com quem não pode trabalhar e que por qualquer motivo não tenha condições de se sustentar; Vamos matá-los? Isso não nos torna melhores que Hitler.

    Abraço!

  • Fabiano  13/03/2013 23:34
    Fora a questão da caridade, como já disseram acima, nenhum libertário quer sair matando ninguém simplesmente pelo foto de não dar conta de seu próprio sustento. Entretanto ninguém é o brigado a manter alguém vivo.
  • anônimo  08/03/2013 12:03
    'Mas o que fazer com aqueles que não tem condições alguma nem de quebrar uma pedra? Vamos matá-los?'

    A caridade voluntária é mais do que suficiente pra esses aí.E num mundo sem governo, muito mais rico, seria mais fácil ainda
  • Gabriel Miranda  07/03/2013 14:49
    Olá, Hernandez!

    O colega acima já deu algumas dicas de leitura. Não se acanhe e leia-os.

    Na minha concepção, a democracia é um EXCELENTE regime de governo para uma sociedade formada por pequenas jurisdições autônomas -- algo que, convenhamos, nunca vai acontecer.

    Na nossa atual sociedade, por exemplo, um sistema democrático pode funcionar muito bem na gestão de um clube. Em todo clube há politicagem, não é mesmo? O associado pode fazer parte da vida política do clube participando de reuniões, comparecendo às votações, difundindo seus pontos de vista, etc, ou mesmo ignorando tudo isso e frequentando normalmente as dependências do clube, pouco se lixando para as decisões que estão sendo tomadas.

    Se o associado estiver insatisfeito com as políticas adotadas pela diretoria, ele pode, a qualquer momento, sair do clube e ir procurar outro que mais lhe agrade. Se nenhum clube na cidade lhe agradar, bem, paciência, pelo menos ele não é obrigado a pagar a mensalidade (no nosso caso, os tributos), ou ele pode mudar de ideia e fazer parte da vida política e lutar pelos seus ideais.

    Nesses moldes, a democracia funciona muito bem. Agora, querer administrar um território continental como o brasileiro e achar que a democracia, como expressão da vontade da maioria, vai dar em boa coisa é utópico.

    Abraços!
  • Juliano  07/03/2013 20:21
    O pior é que nem em pequenos espaços o negócio funciona. Só é menos ruim que as alternativas em algumas situações.

    Já participaram em reunião de condomínio? É uma zona! Recentemente no meu prédio já tive um exemplo, onde um morador estava votando contra uma antena que beneficiaria todo o prédio (mais receita) só porque votaram contra um benefício que ele queria ter tido e foi rejeitado. Administrar qualquer coisa na base da "votação" é sempre confuso. Facilmente, começa a tender a um ambiente para que uns sejam beneficiados às custas dos demais. Quem tem criança quer que o condomínio pague por um playground, completamente inútil pra quem não tem. E assim por diante.

    Já viu almoço onde todos dividem a conta? Vira a mesma zona. Começa a ter aqueles que vão consumir mais justamente por não estarem pagando e vai ter aqueles que se sentirão prejudicados.

    A questão é que, para algumas coisas, não há uma solução perfeita. Assim, a decisão da maioria passa a ser a que menos causa problemas. Mas é importante que isso seja encarado como a menos pior das soluções, não algo com ares divinos onde a simples menção de que foi uma decisão democrática passa a santificar tudo.

    Uma forma de diminuir os problemas é diminuir o escopo. Assim, pelo menos os prejudicados por uma decisão passam a ter um pouquinho mais de voz e a possibilidade de passar os custos à frente acaba encontrando uma resistência maior. Fazer isso em um território grande é uma receita de confusão. Como li certa vez, acho que foi inclusive aqui no Mises, vc passa a ter de escolher entre ser o prego ou o martelo. Ou você explora os outros ou é explorado.
  • Gabriel Miranda  07/03/2013 21:34
    Você tem razão, Juliano!

    Eu tenho a mania de ser hiperbólico no começo das minhas postagens só para prender a atenção. Aquele "EXCELENTE", em caixa alta, é só um desses exageros meus.

    Não precisamos pensar em clubes ou reuniões de condomínio para constatar que a relação humana é inerentemente conflituosa. Havendo duas pessoas, é provável que haja conflitos de interesse. Um casal, por exemplo, que decide democraticamnete como será a distribuição das tarefas domésticas, o pagamento das contas ou o recolhimento do lixo está sujeito a conflitos, que em alguns casos culminam no divórcio.

    Fiz a defesa do regime democrático para pequenas jurisdições porque ao menos permite aos indivíduos a liberdade de desassociação -- muito melhor do que viver sob um famigerado "contrato social".
  • Lins  02/12/2017 01:09
    Exatemente, creio que Hayek e Friedman o fizeram para serem minimamente citados pela grande mídia e ao menos abrirem um caminho para o liberalismo. Algo como "vamos falar algo que eles queiram ouvir, assim ao menos eles nos olham e depois disso é introduzido o real objetivo do liberalismo".
    Eu mesmo só cheguei até aqui porque em meio a discurssões sobre Keynes e Marx ouvi um nome 'bonitinho': F.A Hayek. Interessei-me e hoje sou um leitor do Mises Brasil, acompanho a evolução e ramificações do libertarianismo, tudo graças a uma minima notoriedade daquele que é "o menos pior do liberais".
  • Mauad  06/03/2013 15:19
    A ideia do imposto de renda negativo, se aplicada de forma universal não é tão má. Se cobrar imposto é imoral, utilizar os recursos arrecadados de forma discricionária, não universal, é muito pior. Por exemplo: construir estradas, pontes, presídios, hospitais, financiar os serviços de segurança e forças armadas são serviços de caráter universal que, em tese, são colocados à disposição de todos, indistintamente. Por outro lado, utilizar os recursos públicos para financiar empresas a juros subsidiados, distribuir bolsas de forma discricionária, investir em capital de empresas públicas, etc., são exemplos de usos não universais, vale dizer, que não estão a disposição de todos, de forma indiscriminada. São investimentos que só beneficiam a alguns, em detrimento da maioria.

    O IR negativo poderia ser bem mais palatável, até pelos liberais, se fosse aplicado a todos, indistintamente, acompanhado de uma taxa flat. Suponha, por exemplo, o seguinte cenário: toda família com renda de até $280,00, teria direito a um imposto de renda negativo de, digamos, $200,00. Famílias com renda média, entre $280 e $1.200, por exemplo, teriam direito ao IR negativo até $280,00 e pagariam 15% sobre a parcela excedente ($138,00), que lhes daria um retorno de $62,00 ($138,00 - $200,00). Famílias com rendas maiores, digamos, $20.000,00, calculariam o imposto da mesma maneira: teriam um retorno de $200,00 para a renda até $280,00 e pagariam 15% sobre o excedente. Assim, ($20.000 - $280,00)*0,15 - $200,00 = $2.758,00 de imposto a pagar, aí incluído o IRN universal. Embora o ganho marginal para os mais pobres seja infinitamente maior, não resta dúvida de que este é um esquema bem menos imoral do que essas bolsas que andam por aí.
  • Fernando Chiocca  06/03/2013 15:30
    Não, a ideia é medonha. Totalmente imoral e baseada em falácias econômicas.

    construir estradas, pontes, presídios, hospitais, financiar os serviços de segurança e forças armadas são serviços de caráter universal que, em tese, são colocados à disposição de todos, indistintamente.

    É aí que sua tese é furada.

    Boa sorte:

    Produção Capitalista e o Problema dos Bens Públicos
  • João Alberto  06/03/2013 15:59
    Sei que muitos aqui não recorrem a gradualismos. Mas, supomos que algum partido liberal ou libertário chegasse ao poder. Acredito que ele não teria forças políticas para aniquilar o Estado, no entanto seria mais viável a implantação de um Minarquismo? Para transição de um Estado gigante para o mínimo, o Imposto de Renda Negativo não seria um aliado?
  • Pedro.  06/03/2013 18:43
    Sim, há coisas que não se pode fazer de pronto. Há que ter certa gradualidade.
    Seria terrivel colocar milhões de empregados do governo na rua (essa de funcioário puplico ou empresa pública é absurdo, pior ainda o "servidor" público; são manipulações da linguagem com objetivos politicos, falseando a realidade), como rapidadmente assimilar essa MO na maioria inútil e/ou viciada.

    Contudo, a defesa da liberdade não se molda "realidade prática". A consciencia do que é justo mesmo numa transição gradual, já seria compensador.
  • Tombao  06/03/2013 18:26
    A segurança privada é eficiente contra pequenos grupos criminosos,Mas contra Uma Alemanha Nazista, URSS,Irã, China, etc, Essas empresas privadas fariam o investimento necessário para proteger a população?
  • anônimo  06/03/2013 18:47
    E pior, se uma empresa privada tivesse tanto poder a ponto de peitar uma China ou EUA, só com muita reza pra impedir que esse pessoal não abusasse desse poder.E quem sabe até virasse um governo.
  • Umbrella Corp  07/03/2013 01:45
    Vocês andam jogando muito videogame...
  • Tombao  06/03/2013 19:09
    Imagine um Israelense tendo que se defender dos seus inimigos sem os aviões, Tangues, Bombas nucleares etc, Apenas com o seu rifle! Só se tem direito sobre o que se pode defender.
  • Neto  07/03/2013 22:09
    Quem disse que seria só com um rifle?
  • Renato Souza  08/03/2013 11:45
    Sobre essa questão do conflito de interesses do provedor privado de segurança, a história antiga nos mostra bem quais são os seus efeitos.

    Era comum o aluguel de forças estrangeiras (que portanto agiam como forças privadas, fossem exércitos mercenários ou fossem exércitos governamentais). Quando uma determinada cidade ou país não tinha condições de defender a si mesma, mas tinha riqueza acumulada suficente para contratar mercenários, reforçava suas defesas com essas tropas mercenárias.

    Ocorre que a regra de ouro dessa estratégia era nunca contratar um grupo mercenário que fosse, sozinho, capaz de sobrepujar o exército dos próprios defensores.

    Em outras palavras, só podia contratar mercenários quem tinha capacidade de defesa suficiente contra esses mercenários.

    Alguém dirá que os mercenários que agiam assim eram expulsos do mercado, mas isso não acontecia. Cidades e países que tinham capacidade de defesa suficiente, continuavam contratando esses mesmo mercenários, confiando não na palavra deles, mas em sua própria capacidade de defesa.

    Agora, um exército mercenário que aceitasse uma proposta dos atacantes, e mudasse de lado, esse estaria fora do mercado, porque ninguém mais poderia confiar neles. Mas isso não impedia que o fato ocorresse, porque o butim poderia valer a pena.

    Então fica a resposta: só poderia contratar serviços privados de segurança contra os EUA ou China, quem tivesse, sem esse serviço, mais da metade da capacidade de defesa contra EUA e China. Portanto, exercitos contratados não permitem prescindir de grande capacidade de defesa própria.

    Outro ponto a considerar é que exércitos mercenarios desapareceram. Existem grupos mercenários, até bastante bons, mas agindo em escala pequena. Seria interessante analisar quando e porque isso ocorreu, visto que certamente existiria demanda para eles.
  • André  13/03/2013 15:37
    Nessa sua situação hipotética o exército invasor teria que invadir cada casa do território à ser dominado, pois não existiria um governo central. Isso teria um custo colossal.
    E em cada casa as pessoas estariam esperando os soldados com armas prontas para se defenderem, elas não precisam necessariamente contratar empresas de segurança, poderiam apenas comprar armas.

    E segundo a sua lógica a Suíça, que não tem exército mas tem bastante ouro, deveria ter sido esmagada pela Alemanha, mas eles nem sequer ousaram invadi-la:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=975
  • Mauad  07/03/2013 01:16
    E eu que pensei que o pessoal fosse chiar da flat tax percentual....

    Fui bem claro quando disse que "Se cobrar imposto é imoral, utilizar os recursos arrecadados de forma discricionária, não universal, é muito pior." Os exemplos que dei, portanto, são de serviços públicos menos imorais, pois universais. Assim como se o bolsa família fosse distribuído a todos, indistintamente, também seria menos imoral.

    Vocês precisam entender que não dá para mudar tudo de uma só vez. É preciso dar um passo de cada vez, desde que na direção certa.

  • Helio  07/03/2013 12:42
    Concordo com o Mauad. No mundo real em geral há a chance de melhorar o status quo, mas não há a opção de suplantá-lo de uma só vez. O problema é que há um substancial risco de o governo implementar a "ideia" nova MAS manter a antiga. Ou seja, no caso manteria o bolsa família e implementaria o imposto negativo.

    Na minha opinião o foco deve ser em eliminar um por um os monopólios detidos pelo estado, o equiparando em condições ao setor privado. Ora, se o estado faz um bom serviço continuará com os clientes ainda que em bases voluntárias.
  • Fernando Chiocca  07/03/2013 19:20
    Virgem Maria Helio.

    Imagine empresas privadas competindo para ver quem rouba mais de uns para dar para outros.

    Competição entre fonercedores de bens é benéfica, competição entre fornecedores de males é pior do que monopólio.
  • Fernando Chiocca  07/03/2013 19:18

    Mauad, se você ler o link que postei, vai ver que seu exemplo é falacioso pois estes serviços não tem anda de universais.

    Isto é teoria econômica básica.
  • Luciano A.  06/03/2013 16:11
    O que é um imposto de renda negativo?
  • Felipe Cola  06/03/2013 16:34
    Imposto de renda negativo ocorre quando, em vez de pagar um débito, o contribuinte recebe do Estado um crédito, tendo em vista a sua faixa de renda. Imagine, por exemplo, que, no caso brasileiro, abaixo da faixa de renda dos "isentos" (que nada pagam), houvesse uma faixa em que os mais pobres, além de nada pagarem, tivessem também um valor a receber. Para estes últimos, o imposto seria negativo.
  • Ricardo Vitorin do Nascimento  06/03/2013 16:50
    eate é um post que eu escrevi em 2007 sobre o bolsa familia e neste ponto eu estou de acordo coom o autor

    opiniaoeconomia.wordpress.com/2007/08/11/o-bolsa-familia-e-a-realidade/
  • Bruno D  06/03/2013 16:53
    sr. Fernando,

    Off-topic:

    Vejo o Rio de Janeiro de hoje como Barcelona de ontem, ela foi palco de olimpiadas, sofreu uma série de investimentos etc e depois teve o país arrasado por uma forte recessão que perdura ainda. Parece muito com uma etapa desse ciclo no qual o Rio de Janeiro está passando.

    Me parece também que o prognóstico para o caso carioca/brasileiro é infinitamente pior.

    O Mises já disponibilizou algum artigo a respeito? (especificando esse caso)

    Att
  • Ricardo Vitorino do Nascimento  06/03/2013 17:33
    "Libertários não seguem pessoas; nós seguimos ideias. Aqui mesmo no Instituto que leva seu nome, criticamos diversas ideias de Ludwig von Mises, e não pretendemos fazer "culto à personalidade" nem de Mises, nem de Rothbard e nem de ninguém. Mas o fato é que alguém inevitavelmente será identificado como o líder intelectual de um movimento, e a esquerda já nomeou os atuais "líderes". Não temos líderes, mas se existem pessoas cuja obra representa melhor a defesa da liberdade, estas pessoas são Mises e Rothbard."

    Se esta é de fato a posição da maioria no IMB, entao estao falhando criticamente ao passar uma imagem absolutamnente contraditória ! o que mais vejo aqui é culto a personalidade de Mises e uma politzacao e ideologismo utopico da economia, em primeiro lugar porque o instituto nao se chama apenas escola austriaca ? ou se for pra citar os fundadores porque nao Menger e Bohm-Bawerk por exemplo ?

    Sim, eu sei muito bem da importancia de Mises e nao a estou diminuindo, pelo contrario, acho que muitos que escrevem aqui é que estao aumentando, titulos de artigos como "o brilhantismo e a bravura de Mises", ou posts como "os autriacos voltam a austria" onde se narra visitas a casa de Mises, a escola primaria... nunca vi nada parecido em relacao a Adam Smith que é tao criticado aqui ! nem mesmo aos santos da igreja católica como Sao Paulo que mal comparando, Mises seria como ele em relacao ao cristianismo ! no entanto tem proporcionalmente muito mais culto que Paulo, e trata-se de um economista ! meu conselho é: menos ! foquem mais na teoria economica e na sua aplicação pratica e menos em pessoas ou em cultos a personalidades

    (esta resposta é só um esboço de uma critica que tenho escrita em relacao a escola austriaca)
  • Fernando Chiocca  06/03/2013 17:58
    Você é quem falha em sua crítica, completamente sem fundamentos.

    Do mesmo jeito que você vê artigos exaltando Mises, também vê outros artigos criticando muitas de suas posições, como, por exemplo, a defesa de um estado mínimo.
    Se fosse um "culto a personalidade", estaríamos aqui defendendo a existência do estado e dizendo "defendemos o estado pois Mises defendia o estado" -- e é isso que muito paraquedista que cai aqui diz que deveríamos fazer. Volta e meia aparece alguém aqui dizendo que já que atacamos a instituição do estado, deveríamos mudar o nome do instituto, já que Mises não concordava com isso.

    Portanto, está provado que não tem nada a ver você dizer que aqui se pratica um culto a personalidade.

    Na verdade você nem sabe o que significa esse termo. Exaltar a bravura e a genialidade de Mises, sendo que ele foi inegavelmente um gênio e um bravo, não tem nada a ver com culto a personalidade. Nada.

    E piorou quando vc diz "ideologismo utopico da economia"... Isso faz menos sentido ainda. Economia é uma ciência a priori, livre de juizo de valor. Ou seja, viajou.. não sabe nem sobre o que está falando.
  • Hay  06/03/2013 17:59
    o que mais vejo aqui é culto a personalidade de Mises e uma politzacao e ideologismo utopico da economia,

    "Ideologismo utópico da economia". O que você quer dizer com isso? Para mim, isso não significa nada.

    em primeiro lugar porque o instituto nao se chama apenas escola austriaca ? ou se for pra citar os fundadores porque nao Menger e Bohm-Bawerk por exemplo ?

    Claro, porque Instituto Mises, Rothbard, Bohm-Bawerk, Menger. Seria um ótimo nome... É cada uma...

    acho que muitos que escrevem aqui é que estao aumentando, titulos de artigos como "o brilhantismo e a bravura de Mises"

    Ué, não se pode elogiar os aspectos positivos de Mises? Você confunde isso com culto à personalidade.

    meu conselho é: menos ! foquem mais na teoria economica e na sua aplicação pratica e menos em pessoas ou em cultos a personalidades

    Há dezenas, centenas de artigos sobre teoria econômica e sua aplicação prática no site. E você implica com o nome do Instituto e com alguns poucos artigos sobre a vida de Mises?

    (esta resposta é só um esboço de uma critica que tenho escrita em relacao a escola austriaca)

    Então é um esboço péssimo, recomendo que você trabalhe mais nele. Do jeito que está, você está fazendo papel de bobo.
  • anônimo  06/03/2013 18:21
    Se vocês não defendem o que o Mises defendia, por que o nome desse site não é instituto Hoppe ou instituto Rothbard? Não seria mais coerente?
  • Tiago Moraes  08/03/2013 02:36
    Porque Mises foi um divisor de água na EA e influência para estes nomes que você menciona inclusive.
  • André Luiz S. C. Ramos  06/03/2013 17:39
    Juro que o que vou descrever abaixo foi pura coincidência.
    Após ler o excelente texto do Fernando, fui à biblioteca pegar uma pesquisa sobre arbitragem que havia solicitado. Fazendo a triagem dos textos selecionados, deparei com um artigo de um professor da PUC-SP em que ele inicia descendo a lenha nas privatizações. Em favor de sua tese, ele diz que mesmo os liberais mais ferrenhos sempre aceitaram uma intervenção estatal. Em nota de rodapé, quem ele cita como os mais proeminentes liberais que aceitam essa intervenção estatal? Quem??? Exatamente Hayek e Friedman. Na hora eu comecei a rir e pensei: "caraca, o Fernando realmente mandou muito bem no texto de hoje!".
    Bati uma foto da página inicial do texto e vou mandar pra vc, Fernando.
    Abraço.
  • Julio dos Santos  06/03/2013 17:54
    Ótimo artigo Fernando. São posições como esta, onde é analisada a posição de autores libertários até em ideias que somos contra, que consolida o IMB como a grande referência do pensamento libertário no Brasil.
  • Raffaell Garone  06/03/2013 18:05
    Conhecem muito pouco de FHC, pois FHC nunca foi e nem será liberal, pois ele é socialista declarado, o fato que outro dia o maldito afirmou que ele era liberal na economia, não passa de mentira, pois o Brasil hoje tem uma economia mista. Tem economista que parece que não estudou ao afirmar que FHC é liberal, onde suas antas?
  • anônimo  07/03/2013 10:50
    Concordo, existe muito mito em torno de FHC. O MST cresceu no governo dele, toda esquerda adquiriu um prestigio enorme com ele. FHC nada mais que pavimentou a estrada para o PT. Com o Itamar a erquerda era clandestina, tida como um monte de vagabundos.
  • jose carlos zanforlin  06/03/2013 18:11
    "Hayek e Friedman poderiam discordar de determinadas particularidades do Bolsa Família ou de outros programas de renda mínima, mas o fato de eles aceitarem conceitualmente um programa estatal de amparo aos necessitados já serviu para desmantelar qualquer oposição que poderia existir a estes programas."

    Discordo em parte dessa afirmativa por seu caráter absoluto, principalmente na parte final "serviu para desmantelar qualquer oposição que poderia existir a estes programas". Ora, se Hayek e Friedman não são os únicos, nem os mais autênticos representantes do pensamento austríaco, e outros há que não partilham da opinião deles nesse particular, então desmantelou-se ALGUMA oposição e não QUALQUER (=toda) oposição.

    E, nesta outra passagem

    "Detalhes a parte, o maior erro de Hayek e Friedman foi o de não considerarem um princípio elementar de ética e justiça. Para haver qualquer forma de renda mínima, esta renda tem de vir de algum lugar."

    O erro não é apenas deles, mas o de todos os socialistas, adeptos da "renda mínima". Aliás, esse argumento é letal para a justificativa socialista do "renda mínima", pois (i) além de não poderem apontar a origem dos recursos, (ii) se apontarem realçarão a forma compulsória dessa caridade.
  • Fernando Chiocca  06/03/2013 18:48
    Realmente José, esta frase pode ser interpretada dessa maneira.

    Mas o que quis dizer acompanhando a argumentação do artigo é que SE Hayek e Friedman realmente fossem os mais radicais defensores da liberdade, então toda e qualquer oposição a essas propostas estaria desmantelada.

  • anônimo  06/03/2013 18:11
    IMB diz lutar pela liberdade mas não publica meu coméntario! Essa é sua liberdade?
  • Leandro  06/03/2013 18:30
    Anonimo, o link que você está postando há três dias seguidos em artigos nada a ver já foi devidamente postado no artigo que lhe cabe:

    mises.org.br/Article.aspx?id=1521&comments=true#ac42102

    Fique mais atento.
  • Fabio MS  06/03/2013 18:49
    Pronto, seu comentário foi publicado. Se sua liberdade é ter seu comentário publicado em uma página de internet de um instituto privado, pode comemorar! Agora você encontrou a liberdade!
  • Neto  07/03/2013 22:16
    Isso não tem nada a ver com liberdade. O site tem dono e o dono publica o que quiser.Agora você tem sim sua liberdade de falar o que quiser, no SEU site.
  • Pedro.  06/03/2013 18:17
    Perfeito:
    "Detalhes a parte, o maior erro de Hayek e Friedman foi o de não considerarem um princípio elementar de ética e justiça."

    Sim, a liberdade é JUSTA e por tal deve ser defendida. Não por ser mais produtiva ou economicamente distributiva ou por aumentar a riqueza.

    Ainda que a liberdade não oferecesse o melhor resultado economico, ainda assim eu a defenderia, PORQUE É JUSTA!
    A justiça não depende de economicismos, o economicismo é a derrota da liberdade, posto que despreza a idéia de ética e de mérito, priorisando apenas a criação de bens materiais e o progresso econômico sem qualquer concessão à idéia de justiça. Esta então defendida como "justiça social" pelos adversários da liberdade, que com suas ideologias prometem um "socialmente justo" paraíso num futuro incerto.
  • João Alberto  06/03/2013 19:50
    Seu comentário lembrou-me deste outro artigo do Mises: Defender a liberdade: porque ela funciona ou porque é moralmente correto? www.mises.org.br/Article.aspx?id=1524
  • Aline  06/03/2013 18:22
    Sou totalmente a favor do programa Bolsa-Família.
  • Mauro  06/03/2013 18:42
    Aline, sua presença está sendo requisitada na seção de comentários deste artigo, no qual a senhorita disse coisas que foram devidamente respondidas.

    mises.org.br/Article.aspx?id=1538
  • Neto  06/03/2013 18:50
    Eu também sou, contanto que o bolso seja seu.
    Também sou totalmente a favor de ir embora desse país, e aí, você é totalmente a favor de me prender ?
  • Aline  06/03/2013 19:31
    Não é aceitável deixar a deriva quem não conseguem por conta própria um mínimo de renda. É absolutamente razoável que recebam um benefício monetário para minorar sua condição de vida desfavorável, dinheiro cujo principal destino é a compra de comida. A adoção dessas políticas de transferência de renda não é só uma questão humanitária, mas também um investimento na educação e no futuro do país, visto que mantém as crianças na escola e proporciona melhor alimentação nos primeiros anos de vida, e a falta de adequada nutrição nessa fase compromete o desempenho intelectual para o resto da vida, um crime hediondo. No final das contas o resultado será mão de obra mais qualificada e mais produtiva, o que é bom para todos. Por esses motivos defendo o bolsa-família.
  • anônimo  06/03/2013 20:18
    'Não é aceitável deixar a deriva quem não conseguem por conta própria um mínimo de renda. '
    Então tá, espere aí que eu vou roubar quase a metade de tudo que você tem pra dar pros coitadinhos que estão morrendo de fome na áfrica.

    'mas também um investimento na educação e no futuro do país'

    Grande investimento esse, criar uma classe de coitados que vai depender do governo pra sempre.E BTW, não existe país, só o que existe são indivíduos.

    'No final das contas o resultado será mão de obra mais qualificada e mais produtiva, o que é bom para todos.'

    Pois o que eu vejo é justamente o contrário. Gente que fazia bicos, que ainda trabalhava, agora fica fazendo nada vivendo de bolsa esmola.

  • anônimo  06/03/2013 20:28
    E mesmo que fosse verdade e servisse pra criar pessoas 'produtivas' isso ainda não seria justificativa.Uma pessoa decente trabalha e paga seus próprios estudos, não arranca dinheiro dos outros pra isso.
  • Aline  06/03/2013 20:58
    "Uma pessoa decente trabalha e paga seus próprios estudos"

    Essa sua frase é de uma miopia sem tamanho. Parte da preposição absurda de que não existe pobreza involuntária, de que todos tem como arcar com o custo da educação, e se não o fazem é por um problema de carater. É esse tipo de mentalidade tão alheia a realidade da população, tão preconceituosa e elitista que podemos chamar de pensamento reacionário.
  • Melanie Schwartz  11/03/2013 11:50
    Concordo com a Aline.
    Se o Brasil estivesse próximo à utopia anarcocapitalista, realmente não haveria razões para a Bolsa Família.
    Infelizmente, na atual circunstância em que existe pobreza involuntária, estamos melhores com Bolsa Família do que sem.
  • Neto  18/03/2013 19:06
    'Infelizmente, na atual circunstância em que existe pobreza involuntária, '

    Fuck off, um trabalhador braçal de hoje tem mais conforto que um rei do passado, se a gente vivesse na sociedade mais livre e rica do mundo onde um motorista de ônibus pudesse morar numa mansão, vocês ainda iam falar que existe pobreza.
  • Andre  13/03/2013 16:30
    A maioria das pessoas pobres não é nada incapaz de trabalhar.
    Portanto a maioria das pessoas pobres poderia perfeitamente trabalhar.
    Mas quem os impede é o próprio governo, pois se uma pessoa pobre sem experiência,
    quiser trabalhar por uma salário abaixo do salário mínimo o governo aparecerá para
    acabar com essa troca voluntária usando coerção e violência.
    Sendo que se não existisse salário mínimo todos poderiam trabalhar, e conforme
    ganhassem experiência e produtividade iriam ganhar cada vez mais.

    Foi isso que aconteceu em todo o mundo no início da revolução industrial que tirou
    milhões de pessoas da miséria, quando nenhum gênio (do mal) ainda tinha inventado leis de salário mínimo e outras leis estupidas que dificulta o trabalho.
    Lembrando que a lei do salário mínimo é só uma das muitas barreiras que o governo levanta que impedem que a pobreza acabe. Os impostos que se paga pra contratar uma pessoa, por exemplo, são também uma enorme barreira.

    Por fim, quanto aos realmente incapazes de trabalhar eles com certeza seriam sustentados por parentes ou por doações voluntárias do resto da população, que não estaria sendo roubada pelo governo.

    Enfim, supondo que num futuro um pouco distante o governo finalmente deixasse os pobres trabalharem em paz então só seriam pobres aqueles realmente incapazes de trabalhar e que não tem família.
    O que é um percentual bem pequeno da população, então, nesse caso se APENAS os apoiadores do bolsa-família doassem para esses incapazes o mesmo percentual que eles pagam de impostos atualmente então esses incapazes não teriam nenhum problema de falta de recursos.

    Lembre-se, quem proíbe os pobres de trabalhar é o governo, pois só pode trabalhar se tiver carteira assinada e pagar os impostos, lembrando que os impostos que o governo diz que é o empregador que paga na verdade é o empregado que paga, pois tudo isso vai ser computado como custo do empregado.

    Quem proíbe os pobres de comprarem comida barata é o governo, pois só pode comprar se pagar os impostos sobre comida, algo essencial para os pobres. Sei que o governo desonerou os itens da cesta básica recentemente, mas se o governo realmente quisesse ajudar os pobres em sua alimentação não cobrariam impostos nenhum de comida nenhuma.

    Quem proíbe os pobres de comprarem remédios baratos é o governo, pois só é permitido comprar remédios quem paga uma multa (imposto) pro governo. Se realmente quisesse ajudá-los não cobrava impostos sobre remédios.

    Quem proíbe os pobres de pagarem educação barata e o governo, pois só é permitido à um pobre contratar uma escola ou um professor particular se uma parte do dinheiro for pro bolso do governo. Afinal todos os impostos que uma escola paga vão ser cobrados indiretamente dos pobres.
    Pode pensar que um professor particular de baixa renda seria isento de impostos, mas ainda assim quando ele for gastar o dinheiro que ele ganhou ele vai pagar impostos. E portanto esse custo mais de vida pro professor por causa dos impostos será refletido em um custo maior nas aulas particulares.

    Não há saída, em qualquer troca voluntária que os pobres (ou qualquer um) fizerem o governo
    aparecerá para pegar uma parte dizendo que isso irá custear saúde (horrível), educação (horrível),
    e segurança (horrível). O dinheiro trocou de mãos? O governo quer meter a mão!

    E por aí vai a lista de proibições do governo em cima dos pobres. Pra qualquer coisa que um pobre
    queira fazer tem uma multa (que eles chamam de imposto). Até pra trabalhar como camelô o governo vai lá
    e confisca as barracas de quem não tem licença (ou seja, quem não pagou o arrego).

    A pobreza é fácil de ser explicada:
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=971

    Portanto a miopia é toda sua que ignora todas as atrocidades do governo e só enxerga o fato de que após tributar mais de um trilhão em impostos e dificultar toda a economia o governo vai lá e dá uma esmolinha com dinheiro arrancado à força dos outros fica posando de herói.
  • Neto  18/03/2013 18:40
    'Parte da preposição absurda de que não existe pobreza involuntária,'

    Nope, parte do 'preposição' de que era assim que as pessoas faziam na única experiência minarquista da história.
    www.youtube.com/watch?v=AIcfMMVcYZg
    E o impressionante nesse vídeo é como a educação era BARATA antes do governo se meter.


  • Marcos Campos  06/03/2013 19:09
    Eu sou a favor, desde que tenha um tempo estipulado de utilização (3anos).
  • Marcus Benites  06/03/2013 23:05
    Você seja a favor do que você quiser ser, mas com o seu dinheiro, por favor, não com o meu.
  • Marcos Campos  09/03/2013 04:36
    Marcus Benite, está nervoso?

    Se eu fosse eleito presidente do Brasil, deixaria a tal bolsa família existir ainda por 3 anos.
    Isso me daria tempo para implementar as ideias libertárias e não causaria grande choque e desconfiança da população.

    Temos que ter estratégias para chegar no TOPO, se mantivermos uma postura RADICAL, as pessoas vão preferir ficar com o "certo" do que mudar para o "incerto", que é completamente natural do ponto de vista neurológico.

    Tome muito cuidado para não confundir as coisas e se tornar um fundamentalista.
  • Renato Souza  10/03/2013 12:19
    Aline

    É interessante que a Lei de Moisés tinha uma resposta inusitada e nunca mais tentada para a questão da renda mínima. A tal ponto que a própria Lei declara que, em sendo cumprida, não haveriam pobres (no sentido de miseráveis) no meio do povo.

    Haviam aspctos obrigatórios na Lei, no sentido de que haviam sanções para eles. Se você cometesse uma assassinato, seria condenado a morte. Haviam outras penas, incluive penas monetárias. Por exemplo, quem furtasse para uso próprio, era condenado a devolver o valor quadruplicado. Haviam penalidades para a violência, roubo, furto, fraude, etc.

    Mas haviam aspectos "não obrigatórios" no sentido de que não eram previstas penas. Por isso, a lei era chamada de Torah, que significa "Ensino", pois a Lei era também um "curso sobre relacionamentos sociais". Quem desobedecesse esses mandamentos sem penalidades, sofreria a pena do ostracismo e do desprezo em meio à sociedade.

    Entre os aspectos não apenados da Lei estava o dízimo (mesmo porque não existiam funcionários para verificar quanto cada um produzia), que NÃO era uma valor monetário a ser entregue aos sacerdotes, e sim produtos agrícolas, que PODIAM ser entregues aos sacerdotes e levitas, mas podiam ALTERNATIVAMENTE ser entregues aos pobres, migrantes, viuvas, orfãos, ou a qualquer outra pessoa necessitada que o produtor, a seu exclusivo critério, julgasse por bem. E como os sacerdotes não podiam vende-lo, daquilo que era dado a eles, a maior parte acabava indo para os pobres também. Outro mandamento não apenado era o que mandava não recolher as espigas que caissem ou restassem durante a ceifa, nem as uvas que sobrassem durante a vindima. um ceifeiro não podia voltar atrás. Este mesmo mandamento ordenava que se permitisse aos pobres, viuvas, etc, que entrassem na plantação após os ceifeiros e recolhessem esses alimentos. O custo para o produtor era mínimo, porque o rendimento do retrabalho era muito menor que a primeira passada dos ceifeiros. Mas para os pobres, esse alimento era uma benção. A Lei também permitia que um viajante de passagem por uma grande plantação, tomasse um alimento para comer no ato (levar algo embora era considerado roubo).

    É interessante notar que esses mandamentos sem pena (portanto, sem interferência do governo dos anciãos) foram, ao longo dos séculos, mais respeitados que os mandamentos com penas. Alguém poderia se julgar esperto e sorrateiro o suficiente para cometer um homicídio, um furto, um latrocínio, um estupro seguido de morte, e não ser pego. Mas ai de quem desrespeitasse aqueles outros mandamentos sem penas previstas. O grande proprietário que não entregasse os dízimos, não permitisse a colheita de pobres dentro de suas terrras, etc, seria alvo de tal desprezo e ódio dentro da sociedade, que seria mais evitado que um leproso. Seu ato não teria como ser furtivo e oculto, seria completamente visível e comentado por todos. Para começar ele seria um pecador, que não se arrependeu, nem reparou seu erro, e portanto inapto para participar de qualquer uma das festas nacionais. Seria um excluido social. A história registra como Saul, o primeiro rei, implora para que Samuel o acompanhe a um evento religioso, o que demonstra a desgraça que seria para um cidadão bem conceituado ser excluido de TODOS os eventos religiosos. Tal pessoa seria imprecada e zombada andando nas ruas. Se quisesse falar numa assembléia nas portas da cidade, mesmo o cidadão de mais baixo nível o mandaria calar a boca. Seria objeto de zombaria de escravos e até de estrangeiros. A pressão social poderia ser muito mais persuasiva que a pressão de juizes.

    Muitas vezes interpreta-se erradamento as palavras de Jesus contra pessoas ricas, como se ele condenasse a riqueza em si, mas ele mesmo fala de Abrãao, extremamente rico, como exmplo de virtude e fé. Quem conhece o arcabouço cultural judaico, sabe que ele está condenando moralmente (de acordo com a Torah) aqueles que quebraram esses mandamentos sociais. Quando Zaqueu declara "darei aos pobres metade de meus bens e, se eu houver fraudado alguém, restituirei quatro vezes", Nosso Senhor responde "hoje entrou a salvação nesta casa". O leitor desatento não percebe que Zaqueu decidiu deixar de ser um descumpridor da Lei. A declaração sobre restituir quadruplicadamente é apenas a citação da Lei de Moisés. Já a declaração de que daria metade dos bens aos pobres vinha da suposição dele de que, se houvesse praticado sempre os mandamentos sociais, metade do que ele havia amealhado teria sido entregue aos pobres. Quando Jesus diz "ai de vós, ricos" está falando desses ricos, moralmente condenáveis, porque não cumpriam esses mandamentos sociais. Na parábola do rico, cuja alma é pedida ("esta noite pedirão a tua alma"), o texto é explícito de que fala daqueles que "não são ricos para com Deus", isto é dos descumpridores da Torah. Na época do Império Romano, tinha havido tal interferência extrangeira nas instituições nacionais, que esses mandamentos sociais haviam sido em grande parte abandonados. Além disso, terras haviam sido tomadas a força, e a cobrança de impostos era tal que depauperava a nação. Há evidências arqueológicas fortes de debilidade física crônica causada pela fome, exatamente nessa época. Fora as épocas de catástrofes naturais e cercos militares, nunca tinha havido tanta miséria na Judéia, Samaria e principalmente Galiléia. Justamente na época de maior concentração de poder político (o maior império que já havia existido no ocidente) a miséria mais se alastrou por aquelas terras.

    Não sei se minha argumentação foi eloqüente e bem montada, mas tentei evidenciar que as relações sociais voluntárias, reguladas pela pressão social, sem grandes entes governamentais, nem funcionários públicos, com instituições descentralizadas e bem montadas, são eficientes no combate a miséria. Já a concentração de poder político e grande regulação estatal são a desgraça do povo, como de resto a história em geral tem recorrentemente demonstrado. Quais são preferíveis? Coreia do Sul ou do Norte, Suiça ou Cuba, Alemanha Ocidental ou Oriental, Taiwan ou China Maoista, Fança ou Ucrânia da época de Stalin? Se mais poder estatal e mais coerção estatal tem recorrentemente sido sinônimo de pobreza do povo e riqueza da casta governante, então como acreditar que são a cura para a miséria e a injustiça?
  • João Alberto  10/03/2013 15:17
    Que belo texto! E que bela estrutura social formavam os hebreus nessa época tão remota.
  • Gunnar  19/02/2014 20:37
    Muito bom, Renato! É por essas e outras que, apesar de ateu, sou um enorme apreciador e endossador do legado judaico-cristão. As pessoas parecem esquecer que, por trás do caráter "benevolente" da assistência social promovida pelo estado (e bancada pelo contribuinte), não está nada mais do que a própria benevolência humana. Ou há alguém no governo que não seja, em última instância, humano? O simples fato de existirem inúmeros endossadores de boa-fé do bolsa-família, como imagino ser o seu caso (geralmente por ignoraram o caráter espoliador da outra ponta, ou seja, quem e como é financiado) prova que a preocupação com o próximo e a caridade são características presentes na alma humana. Não há motivos para pensar que a caridade para com os (poucos) realmente incapazes de proverem por si necessita da interferência estatal, muito pelo contrário, a história da Igreja e de instituições como a Cruz Vermelha provam exatamente o oposto. Portanto, não há motivo para imaginar que a caridade com o próximo sumiria ao se subtrair o estado. Na verdade, provavelmente ocorreria o contrário: isentas de sua obrigação para com os tributos e do conseqüente pensamento "já fiz minha parte, o estado que cuide deles", as pessoas tenderiam a ver como mais sua a responsabilidade de prover aos desprovidos - e tudo isso num ambiente de muito maior prosperidade, nunca é demais lembrar.
  • Paulo Portella  06/03/2013 18:32
    Parabéns Fernando!

    Excelente artigo!

    Abraços
  • Mercado de Milhas  06/03/2013 18:46
    Ah, esse artigo parece ter sido escrito para mim!

    Sou totalmente a favor de Hayek, Friedman e renda mínima.

    Sim, a renda será tirada de uns para dar a outros via coerção.

    Mas estamos falando de uma renda mínima, que garanta a todas as pessoas o direito a se alimentar e ter dignidade e LIBERDADE.

    NÃO EXISTE LIBERDADE NA MISÉRIA. A renda mínima é necessária para garantir que as pessoas sejam livres e possam vencer na vida. É uma graninha minima, pra não deixar ninguém na miséria.

    A melhor forma de implementar o renda mínima, na minha opinião, seria todos terem uma conta bancária e o estado depositaria a renda mínima na conta de todos. Ex: R$150,00 reais por mês, que seriam custeados com algum outro imposto, como o de renda, por exemplo.




  • Fernando Chiocca  06/03/2013 19:13
    Não, ele foi escrito para pessoas com um mínimo de bom senso que rejeitam a proposta absurda de uma esmola compulsória, mas que achavam que Hayek e Friedman devem ser louvados como um dos maiores defensores da liberdade.

    Seu caso é bem pior e eu nem considerei no artigo. É o caso de pessoas que sofrem de dissonância cognitiva e são incapazes de entender o básico sobre conceitos simples, e o artigo não foi escrito para esse tipo de gente.

    Liberdade é ausência de coerção.

    Estar na miséria não significa estar sendo coagido, ou seja, não tem absolutamente nada a ver com limitação de liberdade.

    Robinson Crusoé, sozinho em sua ilha, pode estar na miséria que mesmo assim estará completamente livre.
    E ele pode trabalhar e ficar rico (ter moradia, meios de produção, comida farta que plantou e pescou, etc.) e sua liberdade continua a mesma que a da situação da miséria.
    Agora coloque Sexta-feira na ilha. Se Robinson Crusoé (o da miséria ou o rico) for obrigado através da flecha de Sexta-feira a repartir com ele o peixe que ele teve o trabalho de pescar, então ai sim sua liberdade foi atacada.

    É chato ter que ensinar o be-á-bá nos comentários.. mas foi preciso...
  • Cristiano  06/03/2013 20:27
    Melhor ler:
    Um esfomeado pode ser considerado uma pessoa livre?
    mises.org.br/Article.aspx?id=99
  • Ricardo  06/03/2013 19:45
    Vocês tem algum artigo que desmascara as afirmativas "o bolsa família ajudou a reduzir a pobreza"?
  • Cleiton   06/03/2013 20:00
    Não precisa de um artigo para desmascarar isso. Basta perguntar, quantas pessoas que receberam o bolsa família já deixaram de depender dele?
  • Leandro  06/03/2013 20:01
    Dizer que "Bolsa Família não reduz a pobreza" seria algo sem nenhuma lógica. Se o sujeito não tem onde cair morto, está totalmente ferrado na vida, e de repente passa a receber uma grana do governo, é lógico que, por definição, sua pobreza foi reduzida. Se você der R$100 para Antonio Ermírio de Moraes, a "pobreza" dele também será reduzida. Não há controvérsia quanto a isso.

    O debate está em analisar o quão propensas ficam as pessoas que recebem este agrado a relaxarem; quão propensas elas ficam a perder o senso de iniciativa, o senso de responsabilidade própria e a recusarem ofertas de trabalho pesado (a humanidade avançou por meio de bravos homens que nunca tiveram medo de trabalho nenhum). Em suma, quão propensas elas ficam a não mais querer subir na vida por meios próprios e a achar que agora têm direitos sobre a renda alheia.

    Ao contrário do que disseram algumas pessoas que aqui comentaram (como o tal Mercado de Milhas lá em cima), quem depende de um cheque do governo para sobreviver não tem liberdade alguma. Quem depende de governo já abriu mão irrestritamente de sua liberdade mais básica.
  • Cristiano  06/03/2013 20:31
    Não só isso. Há que lembrar de Bastiat e o que não é visto. O dinheiro que saiu de quem produz para ir a assistencia deixou de ser investido e consumido, deixando, portanto de gerar empregos produtivos, bens e serviços deixaram de existir impedindo a queda de custos marginais.
  • Aline  06/03/2013 20:48
    Cristiano, como deixou de ser consumido se as pessoas que recebem o bolsa família usam todo o dinheiro em consumo, essencialmente de alimentos?
  • anônimo  06/03/2013 22:35
    Ele certamente quis dizer deixou de ser investido. O dinheiro foi tomado de quem poderia investir (o que aumentaria a oferta de bens e serviços) e foi dado a quem pode apenas consumir (o que diminui a oferta de bens e serviços).

    Para entender este raciocínio, veja aqui:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1378

    P.S.: se você acha que é possível tomar dinheiro de uns para dar para outros e com isso deixar toda a economia mais rica, então você crê que é possível aumentar o nível da água de uma piscina retirando água da parte funda e despejando-a na parte rasa.
  • Randalf  07/03/2013 02:54
    É pior 'anónimo'. Retirar dinheiro a uns e dar a outros não é apenas igual no total. Ao retirar dinheiro ao produtor, este tem menos incentivos para produzir, e ao dar ao consumidor, este que tinha incentivo para iniciar produção, agora tem incentivo para não-produzir e consumir. Ou seja, redistribuição causa maus incentivos na sociedade, o que é totalmente contra-produtivo.
  • Melanie Schwartz  11/03/2013 12:16
    Não dá para aumentar a riqueza, mas dá para aumentar o bem-estar. Para usar uma metáfora semelhante: dá para tirar um pouco de água de uma piscina olímpica cheia e encher uma piscina infantil que estava vazia sem prejudicar o funcionamento da piscina olímpica. Agora, tem-se duas piscinas funcionando, em vez de uma.

    A utilidade do dinheiro para quem paga os programas assistencialistas é inferior à utilidade do receptor do benefício. Por exemplo, cem reais significam pouco pra mim e muito para o pedinte da esquina.

    No mais, não há como saber se o contribuinte realmente iria usar o dinheiro para investir em algo produtivo. É bem provável que fosse comprar bens supérfluos.
  • Mauro  11/03/2013 12:22
    Não, Melanie, não existe isso de duas piscinas separadas. Se estão todos na mesma economia, então a piscina é a mesma. Esse é o problema de não entender economia. As pessoas começam a pensar que determinadas medidas não geram consequências porque, por algum motivo, as medidas atuariam sobre sistemas isolados.
  • Arthur Dias  11/03/2013 15:58
    "A utilidade do dinheiro para quem paga os programas assistencialistas é inferior à utilidade do receptor do benefício. Por exemplo, cem reais significam pouco pra mim e muito para o pedinte da esquina."

    Fico feliz em saber que você está em uma situação econômica boa o suficiente para achar 100 reais pouco. Por que você não aproveita e doa esses 100 reais para caridade todo mês, ao invés de querer espoliar os outros para isso?

    O comentário que eu fiz me dirigindo ao Mercado de Milhas e à Aline também é válido para você: existe gente para quem esses R$ 100 podem fazer uma diferença imensa. Volto ao meu exemplo: o produtor X pode querer contratar o trabalhador Y por R$ 1000, mas não tem como pagar mais do que isso. Se em decorrência dessa contribuição para renda mínima o valor do salário passar de R$ 1000 para 1100, X não contratará Y. Interrompe-se aumento de produção, dificulta a vida de Y e mais uma série de eventos em cascata.

    "No mais, não há como saber se o contribuinte realmente iria usar o dinheiro para investir em algo produtivo. É bem provável que fosse comprar bens supérfluos."

    Sim, pode ser. Mas nas mãos dele, pode ser investido em algo produtivo. Nas mãos do governo SERÁ colocado em algo improdutivo. Além do mais, quem tem o direito de julgar o que é supérfluo para o outro? Um novo instrumento para um guitarrista pode ser essencial, mesmo que ele já tenha outra guitarra, mas um leigo em música pode considerar isso supérfluo. E mais importante de tudo, se o dinheiro para compra do suposto "bem supérfluo" tiver sido obtido de forma legal e ética, como fruto do seu trabalho, por que o "contribuinte" (odeio essa palavra) não deve ter o direito de fazer o que quiser com esse dinheiro? Por que deve ser vítima de roubo armado?
  • Mercado de Milhas  06/03/2013 22:02
    É preciso entender que estamos no ano de 2013. Uma merrequinha que mantenha uma pessoa com o mínimo de dignidade não pode ser considerada coerçãããããããããão nas pessoas produtivas.

    Existem pessoas com doenças terríveis, passando fome.. esses casos em que o cidadão está numa situação crítica precisam ser tratados via coerção, para garantir que as pessoas solidárias não fiquem em desvantagem comercial frente as pessoas egoístas.

    Repetindo, estamos falando de merreca. De uma graninha de 150, 250 reais mensais por cabeça. Pra quem está na pior, essa grana faz toda a diferença.




  • Vinicius  06/03/2013 22:54
    Primeiro, você não tem o direito de tirar o dinheiro de outras pessoas. Você pode usar os seus argumentos para que pessoas doem seu dinheiro, mas nunca obriga-los.

    Segundo, a merreca é de 200 reais. Mas não se esqueça que quando o governo tira o dinheiro para dar pra alguém, muito desse dinheiro é perdido na burocracia. Essa construção da piscina é invalida porque não é toda agua que volta para ela, a maioria fica para o governo.
  • Renato Souza  06/03/2013 23:01
    É exatamente por causa desse raciocínio que muitos impostos, taxas e tributos começam pequenininhos e depois aumentam muito. É tudo de caso pensado. Eles dizem "vocês são tao egoístas que não querem dar nem essa merrequinha para uma causa tão nobre"? Depois vão aumentando gradativamente.

    É dessa forma que chegamos a quase 40% de carga tributária (que é bem mais que isso, se contarmos o imposto inflacionário). Tem uma montanha de empresas que seriam viáveis, mas não existem, por causa dessa carga tributária. Dariam emprego para muita gente. Mas se vocês preferem que essas atividades econômicas legítimas se tornem inviáveis e que as pessoas virem pedintes do estado, que posso fazer para mudar seu pensamento?
  • anônimo  06/03/2013 23:02
    'Repetindo, estamos falando de merreca. De uma graninha de 150, 250 reais mensais por cabeça. Pra quem está na pior, essa grana faz toda a diferença. '

    Até parece que fica por isso mesmo. Não existe limite pra fome do estado e pro pessoal que se acha cheio de 'direitos'.Lá nos países nórdicos tem gente que quer até que o governo pague puta pra ele.
  • Rhyan  07/03/2013 02:56
    A definição de roubo depende da quantia? Acho que não, hein.
  • anônimo  07/03/2013 11:13
    Mas não é diferente roubar uma coca cola do Eike Batista de roubar uma coca cola do catador de papel?
  • Arthur Dias  07/03/2013 17:03
    Eu tenho impressão que pessoas como Mercado de Milhas e a Aline não conseguem enxergar a questão dos que estão na margem. "Uma merrequinha que mantenha uma pessoa com o mínimo de dignidade não pode ser considerada coerçãããããããããão nas pessoas produtivas" diz o Sr. Mercardo de Milhas. Não apenas pode, é coerção. Mesmo que para o grande produtor, para a grande empresa, isso possa não fazer falta para o pequeno produtor um imposto para sustentar a "renda mínima" pode ser a diferença entre contratar ou não um novo funcionário, ou comprar uma máquina nova.
    E a partir daí se deriva o que não se vê, como diz Bastiat. Se esse pequeno produtor X por causa da renda mínima não pode contratar o trabalhador Y, isso pode levar a um efeito em cascata. Por não ser contratado, Y deixa de receber o salário, e consequentemente não vai poder contratar a empregada Z, ou colocar seu filho Y' na escola, poupar, reformar a casa, investir. Retira-se dele uma infindável série de opções, que vão atingir e restringir as opções de uma série de outras pessoas. Tudo para dar uma "merrequinha" que "não pode ser considerada coerçãããããããããão nas pessoas produtivas".
    Não sei se é falta de ver adiante ou desonestidade intelectual mesmo.
  • Marcus Benites  07/03/2013 20:30
    O "raciocínio" deles lembrou-me uma piada(não é engraçada, já aviso, mas elucida o "roubar um pouquinho e diferente de roubar um montão"). Um senhor de idade se dirige a uma moça jovem e bela e pergunta: "Você iria para a cama comigo por 3 milhões de reais?". A moça pensa um pouco e responde: "Por três milhões de reais sim, eu iria para a cama com o senhor". Aí o senhor propõe: "E por 50 reais, a senhora iria para a cama comigo?". Ela, indignada: "O senhor está pensando que eu sou, por acaso, uma prostituta?". E o senhor: "O que você é já foi definido pela resposta anterior. Eu estou, agora, somente negociando os valores".
  • anônimo  14/03/2013 00:05
    Do seu ponto de vista, é correto o cara que AMEAÇA colocar o revolver na cara de outro que "tem muito" para ajudar a mãe do vizinho doente ou alimentar os filhos famintos da vizinha.
  • anônimo  06/03/2013 22:36
    Aline, Mercado de Milhas, leiam:

    Não é seu para dar
  • Dam Herzog  06/03/2013 23:46
    Acho que tudo que é produto de troca voluntária é justo e bom para ambas as parte. Se um sistema de saúde é pago pelos impostos de toda a população e considerado pelo povo como gratuito gera tipos de pacientes que comparecem, sem exagerar, todos os dias a UBS ou Ps, assim abusando deste suposto "direito", se os medicamentos são gratis existe o desperdicio e quando voce visita a casa de um usuario observa medicamentos empilhados que não foram usados. Tudo que é "gratuito" e fornecido pelo governo ocorre com tremendo desperdicio. Isso só tem uma consequencia tira a garra das pessoas de assumir suas proprias responsabilidades. A caridade deve ser feita mas não por via governo, pois assim só gera corrupção, injustiça e troca de favores, ou seja compra de votos. Um dependente do governo não tem liberdade. Afinal o homem não nasceu para servir de animal sacrificial para o resto da humanidade. Toda ajuda alem desuprimir a liberdade, tira tambem a garra. No mais estou muito satifeito com a morte do ditador Hugo Chaves, que corrompeu a democracia, um instrumento que foi corroido, estando quase sem valor suprimiu a imprensa e fez pessoas honestas jugirem do pais. Lugar bom para ditador é debaixo da terra. Mandar em milhôes de pessoas,coercitivamente, provoca uma sofrimento imensuravel. Deveriamos ter "O dia mundial contra as ditaduras" Como Rothbard disse o Libertarianismo não mata ninguem, e ninguem mata em seu nome. Viva a Liberdade e o Capitalismo o sistema do progresso da abundancia, da meritocracia, enfim da justiça. Um dia o mundo todo funcionará com o mercado livre e desimpedido. Nota dez para este artigo.
  • Higor Monteiro  06/03/2013 23:54
    Interessante, agora entendi o por quê do brasão do instituto se encontra só mises e rothbard ... conheço muito pouco da obra de HAYEK, apenas das teorias monetárias, mas agora lerei mais quanto a liberdade e verei esse capítulo em que ele apoia essa renda mínima que estado deva dar ... apenas acho que se for para dar algo que seja algo que aprendi (no seu real uso) com a escola austríaca, VOLUNTARIAMENTE.
  • Bruno D  06/03/2013 23:57
    Quando parece que você já ouviu de tudo:

    Celulares xing-ling deixarão de funcionar em 2014; entenda:

    www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/03/celulares-xing-ling-deixarao-de-funcionar-em-2014-entenda.html

  • André  13/03/2013 17:10
    Nossa!

    Quando você menos espera o governo inventa uma nova maneira de ferrar com os pobres.

    com isso o governo está dizendo para os pobres:
    "É pobre e comprou um celular importado sem pagar as multas? Vamos desligar seu celular! Seu extremista que não aceita ser taxado!"

    Depois disso eles devem vir com alguma estória de que tem que ter bolsa celular, pois de repente os celulares dos pobres vão parar de funcionar, mas a culpa é de quem mesmo?
    Do governo.
  • Bruno  07/03/2013 00:54
    Fernando,

    só umas correções:

    - Tecnicamente falando, o Bolsa-Família não é programa de 'renda mínima' (i.e., de distribuição universal), mas sim de renda condicionada (só indivíduos em determinadas situações fazem jus ao benefício), criado ainda no governo FHC (sob a forma de Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio Gás) e que, posteriormente, foi cooptado pelo PT;

    - O programa que o Eduardo Suplicy idealizou foi, na verdade, o Renda Básica da Cidadania: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.835.htm, que vai substituir o Bolsa-Família e, diferentemente deste, tem pretensões de universalidade e está só aguardando surgir previsão orçamentária no Congresso para ser colocado em prática. (segundo ouvi outro dia na aula de Direito da Seguridade Social, o plano deles agora é tentar usar o dinheiro do Pré-Sal para implantar essa renda básica em escala nacional.)

    A título de curiosidade, uma das 'vantagens' do novo programa enfatizadas pela professora consiste justamente nisto: acabar com o 'estigma social' de quem vive às custas do Estado, uma vez que a universalização fará com que receber dinheiro do governo se torne uma prerrogativa inerente à própria cidadania, um direito fundamental, verdadeiramente sacrossanto, a ser exercitado por todos os cidadãos, sem empecilhos, obstáculos e discriminações de espécie alguma.
  • Eduardo  07/03/2013 17:09
    Que nojo...
  • Carlos Prado  01/01/2014 01:27
    O estado não vai mais tomar dinheiro, mas sim dar? Mas de onde ele tirará o dinheiro, de doações voluntárias? De uma esperta impressora de notas? Ele se comprometerá a buscar necessidades e lucros para satisfazer um mercado? Que bizarro é isto!
  • Silva Almeida Rodkc  07/03/2013 16:27
    Olavo de Carvalho é que tá certo, os esquerdistas tão vencendo, vão dominar tudo (junto com os islâmicos) simplismente pq não ficam só debatendo ideias, lutam pelo poder, querem é vencer, se tiverem que ir de encontro ao Bolsa Família hoje eles irão, se tiverem que apoiar amanhã também eles irão, no problem, ou as duas coisas ao mesmo tempo, tranquilo, dialéticamente avançando, ganhar poder.
  • Silvio  15/11/2014 01:43
    Os esquerdistas, ao que tudo indica, vão mesmo dominar tudo junto com os islâmicos (num momento posterior, os islâmicos vão eliminá-los, mas isso é para outra discussão). Mas os esquerdistas jamais vão vencer. Como eles podem vencer se para entrar na luta pelo poder a primeira coisa que eles jogam na lata do lixo é justamente a sua própria consciência, a sua própria alma? Só alguém que se livrou da sua consciência pode sem problemas atacar X hoje e amanhã defendê-lo ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo (ginástica aparentemente impossível, mas que é possível graças ao duplipensar).

    Sendo assim, repito a pergunta de Jesus: de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
  • Honório  08/03/2013 19:19
    Muito bom o artigo Fernando Chiocca, de fato o libertarianismo evoluiu muito esses últimos anos. Acredito que a imagem mais importante do libertarianismo hoje é o Hoppe.

    Para os que ainda defendem o bolsa família, o artigo pode ser resumido assim:
    Detalhes a parte, o maior erro de Hayek e Friedman foi o de não considerarem um princípio elementar de ética e justiça. Para haver qualquer forma de renda mínima, esta renda tem de vir de algum lugar. Se o amparo aos mais necessitados vem de Igrejas, instituições ou indivíduos privados, a renda tem origem voluntária, por meio de doações de pessoas que desejam destinar parte de seus bens para caridade. No entanto, se é o estado quem fornece a renda mínima, então este recurso é obtido por meio da agressão ou da ameaça de agressão física dos produtores, isto é, por meio do roubo.

    Ou seja, não é possível criar a riqueza com o uso da violência. Muito pelo contrário, a violência gera pobreza, esse é o ponto que as pessoas não compreendem muito bem. Não existe mágica, quanto se retira de A para dar para B, se desestimula (e as vezes destroi) A, e ele empobrece e o B empobrece junto.

    Vlw, obrigado!!!
  • Andre  09/03/2013 19:12
    "It is, therefore, naive to say that the true liberal advocates of private
    property are enemies of the state because they want to see the realm of
    governmental activity limited. They are not enemies of the state but
    opponents of both socialism and interventionism because they believe
    in the superior efficacy of the market economy. They want a strong and
    well-administered state because they assign to it an important task: the
    protection of the system of a market economy." - Ludwig von Mises em Interventionism:an economic analysis
  • Fernando Soares  09/03/2013 21:58
    Tecnicamente, o governo só está devolvendo às pessoas o seu dinheiro com o bolsa-família, já que elas pagam até mais impostos do que o valor que recebem no bolsa-família.

    "a proposta de Friedman parece ser menos pior que a de Hayek"
    pior = mais ruim, mais mau
    menos pior = sem sentido, acho que você quis dizer "menos ruim"
    Correção:
    "a proposta de Friedman parece ser menos ruim que a de Hayek"

  • Rodrigo  09/03/2013 22:48
    Só discordo de uma coisa; não dá para chamar Hayek de esquerdista por conta de algumas concessões.

    Por favor, isso é contra os conceitos de esquerda e direita.

    Fica parecendo igual ao PSTU chamando o PT de Direita.

    Quanto a dar bolsa-família;

    Bem, é um assunto em que acabo não "brigando". Prefiro fazer essa tipo de concessão e conquistar novos adeptos ao liberalismo do que ser radical demais e não conseguir convencer ninguém.

    Imploro para adotarmos uma estratégia mais "digerível" para convencimento desses militantes esquerdistas malucos que apoiam esse governo socialista.

    p.s.: já li o artigo que fala se é possível dar concessões à esquerda. Entendo Mises e concordo plenamente com ele, mas não é questão de gostar, é apenas necessidade.

    Como vamos defender HOJE que o ideal é privatizar toda a educação (e eu concordo com isso) sem dar vouchers para os mais necessitados? Quem vai comprar nossa ideia? Nunca consegui manter um diálogo de mais de 3 minutos defendendo isso.

    E o que vamos fazer? Esperarmos que algum dia o LIBER consiga as 500 mil assinaturas e mais um eternidade para eleger algum representante?

    Se fôssemos do nível da liberdade da Suíça ou Austrália eu já estaria feliz da vida. Mesmo vocês chamando o governo, inclusive deles, de coercivo. Melhor eles do que o que temos hoje.

    Vamos nos lembrar que o PT fez concessões (mudou o discurso radical) e conseguiu tudo que queriam, e estamos a passos largos para nos transformamos em um país socialista.
  • anônimo  09/03/2013 23:59
    Mas não é mesmo. O ideal é o seasteading, ou os libertários acharem outro lugar qualquer pra se mudarem pra lá. Mudar o povo brasileiro é impossível, esse é um povo escroto, vagabundo e tosco.E a maior prova é essa geração concurso público.
  • Mercado de Milhas  11/03/2013 17:10
    Tem toda razão Rodrigo. O que mais vejo aqui são radicais anarquistas que acham que só serve isso.

    Ao invés de união em torno de princípios liberais, os caras se fecham em um pensamento único: "Dinheiro é ouro e o negócio é pacto de não-agressão".

    Essa idéia pra mim é tosca, mas acredito que temos mais em comum, defendendo o livre comercio, menos regulação, baixos impostos, etc que deveriamos nos unir para fundar um partido liberal e derrotar a social democracia. Sem radicalismo.

    Prncípios que Mises, Hayek e Friedman concordariam todos em aceitar.

    Ou então vamos ficar só no discurso inútil, brigando na "direita", assim como fazem PSTU e PCO na extrema-esquerda.

  • JL.  11/03/2013 23:55
    Mercado de Milhas, já vi você fazendo comentários contrários a poupança, em outro você diz que a rede de Hoteis Hilton deveriam ser divididas entre outros donos, já vi você sendo a favor da inflação, em outro você apoia um comentarista com um link do Carta Capital e.....

    ... você ainda se acha liberal?
  • Mercado de Milhas  12/03/2013 00:47
    Claro que sou liberal.

    Defendo a livre iniciativa, nada de regulações, livre comércio, estado mínimo (exército/polícia/justiça)...

    De "esquerda", defendo apenas uma renda mínima e uma pequena expansão monetária fixa, apenas para tornar a poupança um pouco menos atrativa que o investimento. Creio que os ganhos de produtividade não devem ficar tanto com quem poupa, mas sim para quem investe e realmente produz.



  • Renato Souza  13/03/2013 13:49
    Mercado de Milhas

    Não sou ancap, mas nesse caso vou tomar partido contra você. Você faz uma diferenciação entre poupança e investimento que me parece indicar um grave erro conceitual.

    Em geral, ao longo da história, investimento direto tem sido mais rentável que poupança. E também mais arriscado.

    Leia a parábola dos talentos, de Jesus. O proprietário diz a um de seus empregados que, se ele tinha medo de investir o dinheiro que lhe foi confiado, então deveria te-lo entregue aos banqueiros, e renderia pelo menos um pouco de juros. Note que a primeira opção, em termos de ganhos, é o investimento direto. Mas para aquele que não quer correr muito risco, ou não se julga capaz de administrar diretamente o investimento, resta a opção menos rentável das casas bancárias, que nada mais são que intermediários na administração de recursos (pelo menos era essa a sua principal função no passado). O dinheiro é investido da mesma forma, mas uma parte do ganho fica com o empresário tomador do empréstimo, uma parte fica com o banqueiro, e uma parte com o poupador. E se o dinheiro for emprestado a alguém que precisa apenas de regularizar seu fluxo de caixa, ou adiantar algum gasto, estará cumprindo uma função demandada pela sociedade da mesma forma.

    E mais importante é notar que o sistema monetário inflacionário desorganiza os investimentos, levando depois de alguns anos a uma situação de crise, em que se mostra que os investimentos foram mal orientados. Portanto, é destruidor líqüido de riquezas.

    E inflação gera consumismo, que é uma disposição muito maior ao consumo e menor à poupança. Como a poupança é apenas o financiamento do investimento ou consumo de terceiros, nesse aspecto a inflação diminui investimentos.

    Portanto, inflação gera dois efeitos contrários quanto ao investimento. Ao aumentar o consumismo e tirar dinheiro do povo, diminui os investimentos dos pequenos (seja diretos, seja através de poupança). Ao tirar riqueza da população e entrega-la ao governo, banqueiros e grandes investidores, aumenta os investimentos destes, mas também diminui a capacidade dos investidores fazer investimentos bons, isto, sustentáveis. E, no que cabe ao governo, é um mal investidor por natureza. Não sei qual lado da balança prevalece (aumento líquido ou diminuição líquida de investimentos), mas o certo é que por causa do prejuizo da capacidade de avaliação. Os investimentos com inflação são piores do que seriam de outra maneira.

    Não sei exatamente qual é essa sua fixação com as supostas "vantagens" da inflação. Então deixe-me fazer uma pergunta direta. Você não acredita na TACE (Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos)? Ou julga ter motivos para acreditar que um pouquinho de inflação não gerará ciclos econômicos? Se você for mais explícito sobre isso, a discussão pode sair do "achismo" e talvez alguns dos comentaristas mais competentes possam esclarecer melhor a questão.

    De qualquer forma é injusto tirar dinheiro dos pequenos para dar aos grandes, mesmo que isso não causasse perdas líqüídas para a sociedade.
  • Fernando Chiocca  11/03/2013 20:06
    Por conta de algumas concessões? ALGUMAS concessões? hehehehehe

    De acordo com Hayek, o governo é "necessário" para executar as seguintes tarefas: além de "impor a lei" e "defender o país contra inimigos externos", "em uma sociedade avançada o governo deve utilizar seu poder de arrecadar fundos por meio da tributação para fornecer uma variedade de serviços, os quais, por várias razões, não podem ser fornecidos — ou não podem ser fornecidos adequadamente — pelo mercado." (Dado que a todo o momento existe um número infinito de bens e serviços não fornecidos pelo mercado, Hayek está simplesmente concedendo ao governo um cheque em branco).

    Dentre estes bens e serviços temos:

    proteção contra violência, epidemias ou desastres naturais como enchentes e avalanches, mas também várias das amenidades que tornam a vida nas cidades modernas tolerável, principalmente ruas e estradas . . . a provisão de padrões de mensuração e de vários tipos de informação que vão desde registros de terrenos, mapas e estatísticas até a certificação da qualidade de alguns bens e serviços ofertados no mercado.

    Funções adicionais do governo incluem "a garantia de uma determinada renda mínima para todos"; o governo deve "distribuir seus gastos ao longo do tempo de tal maneira que ele intervenha quando os investimentos privados se tornarem fracos"; ele deve financiar escolas e pesquisas assim como impor "regulamentações para a construção civil, leis e códigos alimentares, certificados para determinadas profissões, restrições sobre a venda de bens perigosos (como armas, explosivos, venenos e drogas), assim como algumas regulamentações de saúde e segurança para os processos de produção; e ofertar instituições públicas como teatros, centros esportivos etc."; e deve fazer uso do seu poder de "desapropriação" para aprimorar o "bem público".

    Ademais, ele afirma que "há motivos para crer que, com o aumento da riqueza geral e da densidade da população, a parcela de todas as necessidades que podem ser satisfeitas somente pela ação coletiva irá continuar a crescer".

    Hayek_Reagan2.jpgAdicionalmente, o governo deve implementar um amplo sistema de seguridade compulsória ("uma coerção com a intenção de evitar maiores coerções"); fornecer moradias públicas e subsidiadas é uma possível tarefa governamental. E, da mesma forma, "planejamento urbano" e "leis de zoneamento" são consideradas funções adequadas para o governo — desde que "a soma dos ganhos exceda a soma das perdas". E, finalmente, "a provisão de comodidades ou oportunidades de recreação, ou a preservação da beleza natural ou de lugares históricos ou de interesse científico . . . Parques naturais, reservas naturais etc." são tarefas legítimas do governo.

    Além disso, Hayek insiste que reconheçamos ser irrelevante o quão grande é o governo ou o quão rapidamente ele esteja crescendo. O único fator importante é que as ações do governo cumpram determinados requerimentos formais. "É o cunho da atividade governamental o que importa, e não o seu volume". Impostos e o nível absoluto da carga tributária não são um problema para Hayek. Impostos — bem como o serviço militar compulsório — perdem seu caráter de medidas coercivas,

    se eles ao menos forem previsíveis e forem impingidos independentemente de como o indivíduo iria de outra forma empregar suas energias; isso retira dos impostos a maléfica natureza da coerção. Se é sabido que terei de pagar uma determinada quantia de impostos ao longo da vida, se um período de serviços militares torna-se uma prevista parte da minha carreira, então isso se torna a base de todos os meus planos; eu posso criar e seguir um plano geral de vida antecipadamente, o que me torna independente dos desejos de outra pessoa, exatamente como os homens aprenderam a se comportar na sociedade.

    Mas, por favor, os impostos devem ser proporcionais e os serviços militares, universais!

    Eu poderia ir mais a fundo, citando as confusas e contraditórias definições de Hayek sobre liberdade e coerção, mas o que foi dito até aqui já é o suficiente para reforçar meu argumento. Faço simplesmente uma pergunta: qual socialista e qual ambientalista teria dificuldades em apoiar estas ideias? Seguindo Hayek, todos eles podem orgulhosamente se considerar liberais progressistas.


    Por que Mises (e não Hayek)?
  • Rodrigo  11/03/2013 21:51
    Fernando,

    Creio que você tenha entendido todo o teor da minha mensagem.

    Sabe que o ponto não é quantas concessões Hayek fez, e sim que, se fizéssemos algumas concessões já seríamos um dos países mais livres do mundo.

    Estou defendendo (e expondo o dilema) de que, defender HOJE um modelo completamente libertário, não é possível.

    Não iremos evoluir nunca. Nunca convenceremos e promoveremos as mudanças necessárias (que aliás, são muitas. Inclusive nossa Constituição, que é completamente Social-Democrata, para piorar ainda mais)

    Brasileiro, em sua maioria, quer o Estado como babá. E defender, por exemplo, a privatização da educação e não oferecer vouchers é inviável para a quase totalidade da população (inclusive para os que se dizem liberais).

    Então, Fernando e demais participantes do site, gostaria de saber a opinião de vocês e o que faremos para evoluir e evitar que este país se torne socialista de vez.
  • Fernando Chiocca  11/03/2013 23:33

    Creio que você tenha entendido todo o teor da minha mensagem.


    Entendi sim. Vc disse que Hayek só tinha feito "algumas concessões". Eu te passei uma lista enorme mostranto que não foi uma ou duas.


    Sabe que o ponto não é quantas concessões Hayek fez, e sim que, se fizéssemos algumas concessões já seríamos um dos países mais livres do mundo.


    Errado.
    Se fizessemos concessões, como foram feitas pelos neoliberais, o resultado seria o mesmo que eles obteram, ou seja, o mundo continuará sendo dominado pelo socialismo.

    Estou defendendo (e expondo o dilema) de que, defender HOJE um modelo completamente libertário, não é possível.

    Não é possível?
    Então eu estou fazenod o impossível?
    Pois é exatamente isso que estou fazendo.
    No sense...

    Não iremos evoluir nunca. Nunca convenceremos e promoveremos as mudanças necessárias (que aliás, são muitas. Inclusive nossa Constituição, que é completamente Social-Democrata, para piorar ainda mais)

    Como não iremos evoluir?
    Eu evolui e deixei de ser um idiota útil que achava que estava defendendo a liberdade enquanto defendia a existência de sua antitese: o estado.

    Brasileiro, em sua maioria, quer o Estado como babá. E defender, por exemplo, a privatização da educação e não oferecer vouchers é inviável para a quase totalidade da população (inclusive para os que se dizem liberais).

    Defender qualquer idea é viável. É só fazê-lo.
    E defender a ideia libertária que é ética e cientificamente correta é não só viável, como é obrigação de qualquer pessoa inteligente que tenha chegado as conclusões certas.

    Então, Fernando e demais participantes do site, gostaria de saber a opinião de vocês e o que faremos para evoluir e evitar que este país se torne socialista de vez.

    Devemos ser fieis a verdade e aos princípios e jamais fazer concessões.
    Só assim chegaremos em algum lugar e não falharemos como os fracassados liberais.
  • Rodrigo  12/03/2013 13:06
    Fernando,

    Acho que me expressei errado.

    Poder defender as idéias libertárias é completamente possível. Porém, um dia vê-las implantadas, é outra história.

    Você sabe que teríamos que mudar inclusive clausulas pétreas na Constituição, certo?

    Também me considero um radical, porém, esse radicalismo não vai levar a lugar nenhum.

    Você que faz parte do LIBER, você acha que algum dia ele terá algum poder de fazer as mudanças necessárias?

    Quanto ao "neoliberalismo"; sabemos que o governo FHC, por exemplo, não teve nada de liberal. Não disse para defendermos uma Social Democracia, e sim o mais perto possível do "ideal".

    Disse para fazermos algumas concessões (que não seja aqui no site), mas pelo menos como propostas do partido LIBER.
  • Fernando Chiocca  12/03/2013 18:37
    Poder defender as idéias libertárias é completamente possível. Porém, um dia vê-las implantadas, é outra história.

    E quem falou que é a mesma coisa?
    Defender um estado mínimo também é completamente possível. Porém, um dia vê-lo implantado, também é outra história.
    Defender um comunismo também é completamente possível. Porém, um dia vê-lo implantado, também é outra história. E daí?

    Você sabe que teríamos que mudar inclusive clausulas pétreas na Constituição, certo?

    Não.
    Eu estavam pensando mais em queimar esse lixo.

    Também me considero um radical, porém, esse radicalismo não vai levar a lugar nenhum.

    Errado novamente.
    Somente o radicalismo nos levará a algum lugar.
    Fazer concessões não pode nos levar a lugar nenhum, apenas para um lugar pior.
    Já foi feito e já não deu certo.

    Você que faz parte do LIBER, você acha que algum dia ele terá algum poder de fazer as mudanças necessárias?

    Sim, acho.
    O poder vem das pessoas.. se as pessoas abrirem os olhos e verem que o estado é exploração e crime, eles não vão mais apoiar sua existência.

    Quanto ao "neoliberalismo"; sabemos que o governo FHC, por exemplo, não teve nada de liberal. Não disse para defendermos uma Social Democracia, e sim o mais perto possível do "ideal".

    Cara, não estou falando de FHC ou qualquer político. Estou falando dos neoliberais, como aqueles que Mises chamou de bando de socialistas, como Hayek e Friedman:
    Mises contra os neoliberais - as origens desse termo e seus defensores

    Disse para fazermos algumas concessões (que não seja aqui no site), mas pelo menos como propostas do partido LIBER.

    É preciso esclarecer a diferença entre aceitar qualquer ínfimo aumento de liberdade e de apoir qualquer ínfima agressão de liberdade.
    Eu apoio a redução de 100% dos impostos, mas aceito qualquer diminuição que for dada pelos nossos mestres, mesmo que seja de 0,001%. O LIBER tb.
    Mas eu não apoio que seja cobrado um imposto de 0,0001%.

    Eu aceito que o governo extingua todas as suas funções e permanecça apenas fornecendo educação, saúde e segurança. Mas de maneira alguma eu apoio que o governo forneça estes serviços.

    Não, não concedo absolutamente nada à uma instituição criminosa como o estado, e apoio apenas sua completa e imediata extinção.

  • Willian  11/03/2013 16:12
    A bolsa-família só e a ponta do icebarg, existem outras situações muito piores, o mito de robin wood.

    www.youtube.com/watch?v=2Sv6dk7BhTY

  • rui a.  12/03/2013 15:55
    "Liberdade é ausência de coerção."

    Curioso: essa é a definição de liberdade de Hayek, que o Rothbard tanto criticou no final do The Ethicas...
  • Fernando Chiocca  12/03/2013 18:39
    Não rui, ele concordou com essa definição de liberdade. O que ele criticou foi a definição de coerção de Hayek, que é medonha.

    Você precisa estudar mais.
  • rui a.  12/03/2013 20:09
    "Você precisa estudar mais."
    VOu ficar aguardando pelas suas próximas lições.
  • Fernando Chiocca  12/03/2013 20:36
    Não precisa esperar nada. É só você ler o capítulo do A Ética da Liberdade que você citou sem ler. O primeiro paragráfo já diz:

    Em seu monumental trabalho Os Fundamentos da Liberdade, F.A. Hayek tenta estabelecer uma filosofia política sistemática em prol da liberdade individual. Ele começa muito bem, definindo a liberdade como a ausência de coerção, defendendo, deste modo, a "liberdade negativa" de forma mais convincente do que Isaiah Berlin. Infelizmente, a falha grave e fundamental no sistema de Hayek aparece quando ele começa a definir "coerção". Pois, ao invés de definir coerção como se faz neste livro, como o uso invasivo de violência física ou a ameaça da mesma contra a pessoa ou propriedade (justa) de outro, Hayek define coerção de maneira muito mais confusa e desorganizada: e.g., como o "o controle exercido sobre uma pessoa por outra em termos de ambiente ou de circunstâncias, a ponto de, para evitar maiores danos, aquela ser forçada a agir para servir aos objetivos desta e não de acordo com um plano coerente que ela própria"; e novamente: "A coerção ocorre quando um indivíduo é obrigado a colocar suas ações a serviço da vontade de outro, não para alcançar seus próprios objetivos mas para buscar os da pessoa a quem serve."

    Bons estudos.
  • Neto  12/03/2013 20:41
    Mas coerção não é isso mesmo?
  • Fernando Chiocca  12/03/2013 22:23
  • rui a.  13/03/2013 01:32
    Tem toda a razão: citei sem ler, veja lá! Felizmente, graças a si, tive a extraordinária oportunidade de ler sem citar. Muito obrigado pela sua generosidade. Nada como ter a oportunidade de conviver com gente culta, letrada e profundamente sabedora! É um privilégio lê-lo. Espero que continue a ilustrar-nos com a sua imensa sabedoria praxeológica.

    Muito obrigado e cumprimentos,

    Rui Albuquerque
  • Raffaell Garone  13/03/2013 16:05
    Na visão econômica é uma coisa, na visão política é assim que funciona:

    www.youtube.com/watch?v=83WUqpvddq8

    Uma coisa é uma coisa, é outra coisa é outra coisa, se vocês misturarem tudo, vocês estariam sendo infantis, sendo que hoje vocês são adultos, mas se misturarem voltam a ser crianças. Por isso sejam mais analíticos em certos assuntos.
  • Cesar Massimo  14/03/2013 00:06
    O Estado Mínimo é a melhor solução. Tem falhas, como não respeitar princípio da não coerção quando exige tributos.
    Acredito que a Terra Brasilis, por volta de 1.500, era um estado anarcocapitalista. Tinha um poder central mas só respeitava quem queria. Devagar, uma quadrilha, milicianos, (Portugal) foram se apoderando. Com o tempo, começaram a escrever algumas regras, impor algumas exigências e 500 anos depois chegamos a este país quasi socialista.
    A discussão entre o Estado Mínimo e o Anarcocapitalismo, lembra a época na faculdade quando diziam que para alcançar o Comunismo precisaríamos passar pelo Socialismo.
  • anônimo  14/03/2013 01:38
    Forçou, hein? Será que os índios sabiam o que era propriedade privada e respeitavam contratos?
  • Fernando Chiocca  14/03/2013 03:21
    Sobre a formação do Brasil:A Amazônia é nossa?

    Sobre os índios saberem o que é propriedade privada: Os índios americanos realmente eram ambientalistas?
  • Cesar Massimo  14/03/2013 14:27
    Anônimo;
    Esqueçamos os índios e pensemos nos primeiros europeus que chegaram. Será que a legislação portuguesa tinha influência na vida deles? Será que aquele modelo anárquico tinha uma força natural capaz de perpetuar-se ou iria se transformar no que de fato se transformou?
    Chegaremos, infelizmente, na segunda resposta.
    Quem sabe, talvez um dia, após centenas de anos de Estado Mínimo, chegaremos ao Anarcocapitalismo?
  • Renato Souza  15/03/2013 14:03
    Faça uma experiência:

    Encontre a tribo mais isolada possível, entre na oca de um índio sem pedir licença, deite na rede dele, e pegue e use os seus apetrechos de caça. Se você sobreviver, venha e conte se os índios tem noção do que seja propriedade privada.

    Muitas tribos de índios caçam em grupo, ou plantam em grupo, porque isso é mais seguro, e mais eficiente. No caso da caça, é útil um grupo maior para a estratégia de caça. No caso das roças, tente remover o tronco de uma árvore sozinho, sem máquinas. Além disso, como não existem comodidades simples que existem entre povos mais adiantados, virtualmente não há nada pelo que trocar excessos de produção. Para o bom caçador, que caça mais do que ele e sua família podem consumir, a única vantagem é ser bem visto dentro da tribo, porque ele trás mais alimentos que todos consomem em conjunto.

    Nessas tribos em que a produção é feito em conjunto, ocorre o que se chama de ASSOCIATIVISMO, que não pode ser confundido com comunismo, onde as pessoas são OBRIGADAS por um orgão central a trabalhar para os outros, e cada um busca fugir o máximo de sua parte no trabalho. No associativismo, ninguém é escravizado para trabalhar "pelo grupo" segundo as ordens de um representante do partido. Se faz as coisas em associação porque todos julgam isso vantajoso. Se alguns quisessem se encostar nos outros, nada impediria que aqueles que se julgassem prejudicados passassem a produzir em separado do grupo dos preguiçosos. Existe a noção da propriedade privada, que se aplica inclusive a meios de produção (apetrechos de caça de pesca, machados, facas, etc). Como as roças são provisórias, ninguém conceberá a idéia de plantar sua própria roça sozinho, porque terá de derrubar mata e limpar o terreno, o que é um trabalho pesadíssimo, que terá de ser refeito quando as roças forem abandonadas por outras. Portanto, simplesmente não faz sentido alguém querer sua própria roça privativa. Já em grupos sedentários, é comum que as áreas sejam divididas entre as famílias, e cada uma planta a sua. Isso não impéde o associativismo, quando os membros do grupo julgam adequado. Nos EUA, apesar do individualismo (ou talvez justamente por causa dele) as associações voluntárias eram extremamente fortes, mais até do que são hoje. Cada um tinha sua terra, mas as vilas se juntavam para ajudar na construção de celeiros, etc. Entre os amish, até hoje é assim, normalmente cada um é dono de sua terra, mas fazem um monte de coisas em associação. Quando alguém casa, o grupo inteiro constrói sua casa, fabrica seus móveis, etc.

    Resumindo: quando vemos trabalho conjunto das pessoas, até mesmo terras em comum, isso não significa incapacidade de entender o conceito de propriedade privada, nem significa que esteja ocorrendo o socialismo (que é a associação coercitiva) mas apenas uma conveniência comum que causa o associativismo naquilo que é conveniente.
  • Um Sociólogo  17/03/2013 19:50
    Mas muitas famílias lá no sertão do Nordeste, sem o Bolsa família não teriam condições de sobreviver. Lembrem da Dona Rosinalva e seu Zé com seus 17 filhos.
  • Fernando Chiocca  18/03/2013 14:58
    Ótimo se não tiverem condições de sobreviver.
    Assim eles sairiam daquele lugar miserável e iriam para algum lugar melhor.
  • Renato Souza  18/03/2013 15:28
    Por isso mesmo o associativismo não deveria ser desincentivado, porque ele é importante para o bem estar de pessoas em dificuldades.

    Mas a intervenção estatal mata o associativismo, que depende da liberdade de associação, e da voluntariedade. Há menos associação voluntária nos países onde o estado mais intervém. Nos exemplos mais extremos, como a atual Coréria do Norte e a antiga Albânia, não há nada voluntário, tudo é mandado pelo estado, que faz tudo para matar todo senso de solidariedade.

    Assim, embora a intervenção estatal pareça algo útil para os desastitidos, num primeiro momento, ela é danosa num sentido mais amplo, ao destruir todo senso de solidariedade e associação voluntária.

    A força da solidariedade, livremente mostrada pela sociedade, não deve ser subestimada. Tem um potencial maior que o da intervenção estatal, mas não destroi riquezas como esta.

    Só um pequeno exemplo: durante muito tempo, o cuidado dos orfãos na Europa foi obra principalemnte das igrejas e sociedades voluntárias. Nos séculos XVIII e XIX, o estado inglês havia assumido a liderança no cuidado dos orfãos. Incapaz de sustentar tão grande contingente de irfãos sob seus cuidados, mandou que estes trabalhassem em fábricas, desde a idade de 5 anos, para obterem seu sustento. Se tais orfãos estivessem sob cuidados de organizações voluntárias, jamais estas permitiriam que começassem tais trabalhos perigosos e insalubres, em idade tão tenra.
  • anônimo  18/03/2013 17:08
    É verdade, estou com pena deles agora, portanto vou mandar eles morarem na sua casa.
  • Ex-microempresario  10/04/2017 22:25
    Não sobreviveram durante o século XX inteiro ?
  • Péricles L. Machado  18/03/2013 20:38
    O Nietzsche dizia no "Anticristo" que um homem forte preferiria ser odiado a saber que alguém tem compaixão por ele. Para Nietzsche, a compaixão e a piedade eram nocivas aos humanos, já que quem era objeto desse sentido geralmente se tornava alguém mesquinho e desagradável.

    Embora, pareça algo forte essa reflexão do filósofo, eu tenho de concordar em partes. Eu tenho parentes que vivem "encostados" em alguém da minha família, e esses parentes tem todos tipos de vícios como preguiça, egoísmo, além de serem pessoas desagradáveis. Muitos mendigos eu vejo a mesma coisa, o hábito de pedir esmolas os degenera muito.
  • anônimo  17/05/2013 09:19
    Vejam essa pérola.

    Apenas um trecho:

    "Tal política já havia sido desenhada no governo FHC e, mais do que isso, ela é uma indicação do próprio Fundo Monetário Internacional para países em desenvolvimento.

    Sabe por quê?

    Porque injetar dinheiro em comunidades pobres é interessante para a circulação do capital. Lição simples de história econômica geral. O governo não está dissolvendo as desigualdades com esse tipo de política, mas está criando condições para o desenvolvimento econômico. E se você é daqueles que acha que desenvolvimento e crescimento econômico são sinônimos de melhorias de vida para a população, é interessante lembrar o que Delfim Neto disse lá no governo militar sobre o esperar o tal do bolo crescer para depois dividir. Estamos esperando o pedaço dos supostos lucros da Transamazônica até hoje e vamos esperar o bolo do pré-sal sentados.

    A transferência direta de renda, por outro lado, tem impactos muito grandes para populações que vivem em extrema pobreza e em situações marginais. Se você é daqueles que compartilha fotos de crianças desnutridas, saiba que o Haiti é bem ali e que há sim pessoas que tiveram sua vida melhorada por esse tipo de política. Logo, não é por acaso que o PT tem apoio popular.

    Tal crítica, portanto, não toca no verdadeiro ponto político do assistencialismo (seu papel econômico), ao mesmo tempo em que não considera as demandas sociais que sustentam o próprio populismo."


    E a imbecil escreveu sua ignorância em economia em negrito...
  • Denilson  11/06/2013 15:12
    O Anarco-Capitalismo ficou com medo do Liberalismo Clássico?


    Friedrich Hayek X Murray Newton Rothbard...
  • Fernando Chiocca  11/06/2013 19:11
    Denilson, além de não ter o menor sentido a acusação de "medo", você sequer conhece as definições dos termos que usou.
    Para o liberalismo clássico, a esmola governamental também é uma aberração.
    Você deveria no mínimo ter Dito:
    Anarcocapitalismo + Liberalismo Clássico X Neoliberalismo.

    Hayek não era um liberal clássico como Mises e Bastiat.. ele era um neoliberal.
  • Denilson  04/07/2013 19:43
    "Denilson, além de não ter o menor sentido a acusação de "medo", você sequer conhece as definições dos termos que usou."

    Desculpe mas desconheço sua autoridade no assunto para dar valor a tal julgamento. venha debater na UERJ com professores de economia adqui. Acho um bom momento para liberais começarem o diálogo com a sociedade e o debate de ideias tomar conta neste momento do país. Vc poderá mostrar seus conhecimentos em um debate civilizado e agradável, temos muitos auditórios.
  • Icaro  04/07/2013 21:49
  • Marcos  11/06/2013 17:38
    Sempre tendi a ver as concessões desses autores muito mais como uma espécie de gradualismo do que uma defesa do assistencialismo. Ambos pensavam a sociedade a partir da perspectiva real. Tendo em vista as condições que de fato existiam, pensavam em meios para torna-la mais livre aos poucos. isso não quer dizer que, atingido um estágio de liberdade x da sociedade em que esses programas se tornassem a "bola da vez" eles iriam lutar para mantê-lo. Tampouco acredito que ambos defendessem aberrações como o bolsa família. Pelo contrário, faziam concessões eventuais e muito menores do que as que hoje existem.

    Também não acho que alguém deva temer que sua obra seja utilizado como arma em debate. Cabe ao debatedor contrário desmascarar quem se utiliza maliciosamente desses argumentos.

    Ainda sou mais favorável a quem faz concessões do que aqueles que buscam uma mudança radical e revolucionária do mundo. A história mostra que isso sempre termina em massacres. Para mim, esse discurso é o verdadeiro inimigo das idéias liberais.
  • Denilson  11/06/2013 18:55
    O Anarco-capitalismo é mais radical em seu modo de pensar a questão da intervenção. Simples.

    O Liberalismo clássico ainda vê alguma possibilidade disso, lógico que sempre ligado a ideia de que é uma concessão infelizmente necessária.

    Pensemos o seguinte: E o "pós-feito do bolsa família"?

    Se este recurso ajudou que estas famílias se qualificassem, entrassem no mercado e como visto 1,5 milhão desistissem do recurso e buscassem não mais recebe-lô, o que há de novo? Um campo de atuação atuação com cidadãos mais livres que podem agora investir, torna-se empreendedores, abrir empresas e estimular um crescimento econômico que empregaria os que ainda usam este recurso.

    A questão é o que os liberais tem que ter me mente é "Como ganhar estas pessoas"?

    Como convence-las? Elas ainda estão em disputa. Podem tanto ir para um lado "francês" de estado do bem estar social, apoiarem o crescimento do estado, serviço público de saúde, educação pública ou podem... Seguir algo parecido com o que se vê nos EUA.

    Este é o pós Lula... Há 40 milhões que podem seguir novos rumos... E aqueles que brigarão por eles estão recebendo suas cartas.
    Digo só alguma coisa: Nos EUA o ganho é tão grande que a população é que defende com unhas e dentes a política Liberal. Pelo menos uma boa parte sempre se expõe dizendo:"Estado tire as patas do meu dinheiro"...

    Consigam isto aqui...

  • Rafael  26/05/2014 00:04
    A merda é retirar as coisas fora do contexto geral da pessoa, eles eram contra o salário mínimo o q garante trabalhos manuais tipo chinês (guardada as proporções de cada país, nem todos chegaram a esse limite) que pague pouco para as pessoas por um trabalho q vale pouco (ou q seja subvalorizado pq ninguém vê e da valor). Qual é a diferença entre uma pessoa exercer um trabalho desses e ganhar um valor do bolsa família? Enorme na prática! Sobre essa perspectiva no bolsa a pessoa ta sendo paga para fazer nada e aprendendo que fazer nada é legal. Agora não dá para tirar da equação empresas q cobram caro por seus produtos no ocidente qdo são manufaturados e pagam quase nada por eles em países subdesenvolvidos mas isso já outro assunto!
    E suponho que "proteção contra privações físicas severas e garantia de que um mínimo de meios de subsistência deve ser dado a todos", ñ seria a dado todos q necessitem? Eu não quero receber esmola do governo, até mesmo pq é dinheiro roubado meu e dos outros como pessoa física! Roubado pq não é transparente ou consensual. É possível ver em muuiiiiitos vídeos pessoas colocando palavras e ideias na boca de Friedman e ele corrigi. Essa é uma delas dentro da ideia deles está implícito trabalhos pouco remunerados para pessoas oq diminuiria a necessidade do bolsa no caso.


  • Lucas  04/07/2013 18:46
    Desculpem, mas o Hernandez Vedovatto é muito limitado intelectualmente.
    O problema é que, com o monopólio dos temas a serem ensinados, mais "Hernandez Vedovatto" surgem a cada ano.
  • Rodrigues  24/03/2014 00:36
    Acho que todos concordamos que o discurso do assistencialismo às pessoas muito pobres é bem atrativo em grande parte do mundo. Não seria isto um dos motivos que levou grandes pensadores como Hayek e Friedman a chegarem a conclusões tão criticadas no texto? Talvez eles sacaram que com um discurso totalmente contra programas assistencialista, nunca levará alguém ao poder.



    Bom, me respondam, digam as suas opiniões, sou um aprendiz e tenho muitas dúvidas.
    Vlw!
  • Paulo Guarnieri  22/07/2014 04:51
    Até onde eu sei para ganhar o benefício do bolsa família, a mesma deve prencher certas condicionalidades, como manter o filho na escola, e levá-lo para fazer exames médicos periodicamente. Então, a ideia do programa é ser um investimento na pessoa, que vai estudar, e depois pode traser retornos para a sociedade, se qualificando para o mercado de trabalho, saindo da pobreza, e alguns virem até a virarem empresários. Uma esmola é simplesmente dar dinheiro a quem pede. Que prejuízos futuros não acarretaria para toda a sociedade, deixar aquelas pessoas desassistidas e elas por falta de escolaridade virarem bandidos, ou não se qualificarem para o mercado de trabalho, deixando uma região atrasada?
    O problema é que o governo, especialmente o do PT, não objetiva tirar a pessoa da miséria, desenvolvê-la, mas manter um curral eleitoral.
  • Antonio  16/10/2014 03:32
    Interessante o texto, mas ele possui uma contradição interna bem difícil de lidar. Ele julga as ideias do Hayek e do Friedman de dois pontos de vista éticos diferentes e contraditórios.
    Nos primeiros parágrafos ele parte de um pressuposto ético consequencialista, ou seja, a qualidade ética de uma ação é medida pelas consequencias que ela traz. Partindo disso, ele ataca as ideias menos pelo valor delas em si mesmo, e mais por elas terem servido de apoio a causas mais estatistas/socialistas, chegando até a dizer que eram "do mal" e "perigosas".
    O problema é que no 11º parágrafo ("Detalhes a parte(...)") ele muda completamente e volta ao pressuposto deontológico da liberdade sobre todas as coisas, ou seja, a qualidade ética de uma ação é medida pela concordância dela com os axiomas éticos de respeito à liberdade, à propriedade, etc etc. A partir daí fica facil criticar a ideia, porque poucas coisas conseguem se ajustar à esse cerco ético. Obviamente se ele tivesse continuado com o pressuposto consequencialista do começo do texto ele teria visto que o bem que o Bolsa fez em questão social supera o mal causado pelos impostos e apropriação de dinheiro necessário pra manter ele funcionando e o apoiaria.
    Queria também deixar uma consideração sobre a ideia de Imposto de Renda Negativo, do Friedman, que é mil vezes superior à aplicada hoje em dia no Brasil. Não creio que dê para caracterizá-la como "estatização da esmola". É simplesmente uma pequena correção a um problema estrutural que é a auto-perpetuação da miséria extrema. O IRN é um simples cálculo frio, puramente racional, destituido de qualquer sentimentalismo. A esmola é o completo contrário. É um ato de empatia, de atenção ao outro, de consideração. Acho que não dá pra equivaler duas coisas tão diferentes.
  • Thiago Cardoso  12/03/2015 15:48
    Pra mim, todas as pessoas têm liberdade de opinião. Hayek e Friedman podem fazer concessões ao Estado. E o fato de eles estarem associados ao livre mercado não muda esse direito. Quando eles falam, falam por si próprios.
    Mas é importante saber refutar o argumento: "até Friedman disse..." com algo do tipo: "Mas não concordamos com ele nesse aspecto, porque..."
  • Denilson Silva  12/03/2015 16:58
    Cara é os eguinte:
    Ele não aflou isso atoa... Está dentro do escopo que ele defende em economia... Entendeu? Não é simples opinião que ele tirou do chapéu... Ele justifica as opiniões que possui com argumentações baseadas no conhecimento que possui, nas análises que faz... Por que ele defende isso? procure a explicação dele...
  • Denilson Silva  12/03/2015 17:37
    No final das contas, todo imposto é roubo... Oras... Os pobres são muito mais roubados, porque ganham bem menos, mas uma boa porcentagem é retirada em impostos de bens primários... Assim ele perde boa parte da renda dele pagando impostos para o estado... nada mais justo que o estado devolva para que assim ele tenha acesso à outros produtos com o dinheiro que legitimamente é dele... Simples... Pagou 40% de impostos no mês (medicamentos, comida, luz, água, telefone)... Recebeu 20% disso de volta...Se não, como vai comprar livros?
  • Pedro Cardoso  12/03/2015 19:18
    Esse é o argumento para refutar as políticas sociais propostas por Friedman ou por qualquer outra pessoa: eles até têm a liberdade de opinião para dizer o que fazer com o dinheiro do outros, no entanto, nem eles nem ninguém tem a liberdade para arrancar o dinheiro dos outros.
  • Denilson Silva  12/03/2015 20:27
    Cara! O que vc não entendeu? O Estado Cobra impostos indiretos! Sacou? Seu cachorro quente tem 35% de impostos! Pessoas de baixa renda acabam gastando muito mais em impostos porque estes pesam muito em itens como comida, medicamento... A Pessoa tem restituição e tem que ter, pq ela não pode ficar perdendo 40% em impostos, quando já vive no Limiar! Oras...
    Não está claro o que o Friedman defendia? "Devolvam os impostos para os mais pobres, pois eles estão sendo achacados pelo estado e vivendo no limiar... Como vão estudar?"
  • Peter  10/04/2017 20:20
    Vim parar aqui devido a citação de Hayek e Friedman por Suplicy no debate com Olavo no ultimo sábado 8/4/17.
  • Friedrich von Hayek   13/05/2017 00:04
    Quem quiser saber o porquê Hayek defendia o programa de renda mínima, aqui há uma boa explicação:

    https://www.libertarianism.org/columns/why-did-hayek-support-basic-income

    Só que a forma como vocês abordam isso é errada. O programa de renda mínima só poderia vir depois de haver um mercado aberto e um Estado de Direito imparcial. Para Hayek, é primordial que haja essas duas coisas; só depois pode haver algo como uma renda mínima.

    Hayek também defendia várias restrições e limitações ao poder do Estado. Às vezes dá a impressão que ele não defendia, quando se vê um artigo desses. Contra críticas como essa e de Hoppe a Hayek, esse artigo já esclarece bastante:

    https://devaneiosliberais.wordpress.com/2016/10/26/hayek-era-social-democrata/
  • anônimo  26/10/2017 12:30
    Como esse Instituto melhorou desde 2013. Não me leve a mal, mas os artigos atuais são bem mais escritos. Inclusive os comentários.
  • Tiago  18/02/2018 20:18
    É bela a liberdade liberal de ser pobre e morrer de fome! Chorem, apenas, o bouça família é elogiado até pela ONU e países como os EUA e a Noroega possuem problprogramas semelhantes. Este programa bouça família movimenta a economia, já que uma família pobre, quando recebe o dinheiro compra por exemplo um iorgute, o que gera movimentação financeira, este dinheiro vai para o súpermercado, que ao pagar um funcionário, por exemplo faz com que este movimente a economia, o mesmo ocorre se o súpermercado usar este dinheiro para comprar mais produtos em uma fábrica, ou se pagar impostosou contas, este dinheiro vai ser usado por outro órgão e a economia prosperará. HÁ pessoas muito pobres, principalmente no Brasil que precisam de um dinheiro para comprar um alimento para hoje, não podem esperar um emprego, além disso, o bouça família exige que os filhos (crianças) estudem e estejam com a carteira de vacinação em dia.
  • Tiago  18/02/2018 20:20
    É uma página de utra direita que ataca o bouça família que pede doações. Eu vou doar um dinheiro que poderia comprar bugigangas para mim? Porquê vocês não arrecadam dinheiro de outra forma, já que receber dinheiro de outras pessoas é algo tão abominável? HÁ, já sei, é que quem recebe o bouça família é pobre e é só pobre que não pode receber esmolas.
  • Pérsio  06/01/2019 14:23
    Parabéns ao Instituto Mises por mais um excelente artigo. Uma verdadeira aula, que estraçalha com a Bolsa Familia, que nada mais é do que ESMOLA institucionaliza. O Brasil não pode ser um país sério, se prefere manter essa aberração em vez de investir no microcrédito ou no ensino técnico. Minha esperança é que este absurdo seja interrompido num próximo governo. Alguém já parou pra fazer as contas dos custos desses "programas sociais" para o Brasil? Li num site que apenas o Bolsa Família custa uns 27 BILHÕES de reais. por ano. Nem quero imaginar o custo total dessas aberrações...
  • Adriano Campelo  25/11/2019 12:51
    Alguém do Mises Brasil ou aqui mesmo dos comentários>>>>. Poferia elaborar um texto explicando 1. cada etapa de uma possível aplicação do Liberalismo no Brasil, 2. O que gradativamente iria surgir como resultados positivos. 3. O que gradativamente iria acontecer com os mais pobres, inclusive os milhões de miseráveis. **** Sou de Centro e concordo que o Estado Mínimo é um alvo a ser atingido, não um "instrumento" a ser implantado da noite pro dia, tendo em vista a configuração social e económica do Brasil.


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