terça-feira, 14 0aio 2013
Supunha
que você compre 1 litro de gasolina por $3.
Quanto esse 1 litro lhe custou?
Um sujeito mais apressado responderia: "Mas que pergunta tola,
Williams. É óbvio que ele me custou
$3".
É
aí que você se engana, pois há uma diferença entre preço e custo. Para entender por que preço e custo não são a
mesma coisa, considere a seguinte situação.
Suponha que, na cidade em que você mora, você rotineiramente pague $15
por um corte de cabelo. Agora imagine
que você descubra que haja uma barbearia em uma cidade a 2 mil quilômetros de
distância cujo preço cobrado por um serviço idêntico seja de apenas $5. Você por acaso iria passar a cortar o cabelo
nesta outra cidade? Tenho certeza de que sua
resposta é não, pois, embora o preço seja bem menor, o custo envolvido na
operação é bem maior.
Podemos
pensar no preço como sendo o dinheiro que é dado em troca de uma transferência
de propriedade. Quando você comprou o
litro de gasolina, você simplesmente transferiu a propriedade de seus $3. Quanto o litro de gasolina realmente lhe
custou é outro assunto. Uma maneira de
determinar o custo de um galão de gasolina é se perguntar a si próprio qual foi
o sacrifício que você teve de fazer para obter os $3 necessários para comprar a
gasolina.
Suponha
que seu salário anual seja de $75.000. O
total de impostos que você paga — o imposto de renda, o INSS, o IPVA, o IPTU e
todos os impostos indiretos — chega a 35% do seu salário. Isso significa que, para comprar o litro de
gasolina de $3, você teve de ganhar o equivalente a $4,60 por hora para ter os
$3 após os impostos. Isso significa que
um litro de gasolina, na realidade, custa para você um sacrifício de $4,60.
Mas
a gasolina é menos custosa para você
do que para uma pessoa rica — por exemplo, alguém que ganhe um salário anual
de $500.000. Esta pessoa paga uma
alíquota de imposto de renda maior do que você (e, adicionalmente, não é
desarrazoado imaginar que seus gastos com IPTU e IPVA também sejam
maiores). Sendo assim, ela tem de ganhar
mais de $5 por hora para ter os mesmos $3 após os impostos.
Se
tudo o que os impostos fizessem fosse ocultar estes custos embutidos em tudo o
que compramos, seria bom demais; porém, os impostos geram outras formas mais
insidiosas de destruição. Suponha que eu
queira contratar você para consertar meu computador. Ter este serviço feito vale $200 para mim, e
efetuar tal serviço vale $200 para você.
A transação ocorre porque nós temos esta coincidência de desejos, e
porque voluntariamente concordamos que tal transação melhorará nossa situação. Agora, suponha que o governo imponha uma
alíquota de 30% de imposto de renda sobre o seu ganho. Isso significa que, se você consertar meu
computador, você não mais receberia $200 — que era o que valia para você fazer
o serviço —, mas somente $140 após os impostos. Você poderá dizer "Que se dane este serviço;
ficar com minha família vale mais do que $140".
No
entanto, você ainda assim poderá se oferecer para fazer o serviço, mas só se eu
lhe pagar $283. Desta forma, sua renda
após os impostos continuaria sendo de $200 — que é o que tal serviço vale para
você. Mas aí há um problema.
O serviço de reparação valia $200 para mim, e não $283. Sendo assim, é minha vez de dizer "que se
dane tudo isso; não vale a pena".
Este
exemplo simples demonstra que um dos efeitos dos impostos é o de destruir as
transações — e, por conseguinte, os empregos e a renda. Na mais branda das hipóteses, impostos
encarecem o valor final para o consumidor e reduzem a renda total do
trabalhador.
Mas
políticos possuem uma visão de mundo que, no jargão dos economistas, é caracterizada
por uma elasticidade zero. Em outras palavras, eles são idiotas o
suficiente para acreditar que as pessoas, após um aumento de impostos, irão se
comportar exatamente como se comportariam caso não houvesse esses impostos, e
que o único efeito de um imposto é o de aumentar a arrecadação do governo,
sendo totalmente neutro para a economia.
Já uma análise mais lisonjeira diria que os políticos não são nada
idiotas e sabem perfeitamente que suas medidas destroem transações — e, logo,
emprego e renda —, mas não estão nem aí porque se importam apenas em aumentar
as receitas do governo.
Fica
então uma pergunta: você e eu, bem como todo o país, estaríamos em melhor
situação se você consertasse meu computador e eu lhe pagasse $200 em dinheiro
vivo e nós dois concordássemos em não declarar a transação para a Receita
Federal? A resposta é sim e não. Sim, pois haveria mais transações, mais
empregos e mais riqueza. Não, pois
seríamos tratados como criminosos caso os burocratas descobrissem nossa
transação voluntária, e poderíamos ir para a cadeia.
Impostos
são sagrados para políticos. É com
impostos que eles mantêm suas mordomias e é com impostos que eles distribuem
agrados para a sua base eleitoral. Os
efeitos econômicos dos impostos sobre os reais trabalhadores são um fenômeno
pra lá de secundário nos cálculos desta gente.