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Por que o estado cresce e o que podemos fazer quanto a isso

Apesar de toda a retórica adotada unanimemente por políticos de que "irão trabalhar para um estado mais eficiente" e reduzir o fardo estatal de sobre nossas carteiras, o leviatã a cada dia vai se tornando incontrolavelmente mais opressivo e mais dispendioso.  E essa é uma tendência mundial.

Independentemente de qual seja o partido no poder, em qualquer país, parece não haver limites para a tributação, para a gastança, para o endividamento, para a inflação monetária e para toda a intrusão estatal em nossas vidas.  Nada disso é algo predestinado, inevitável, como todos os políticos querem nos fazer pensar; ao contrário, é algo completamente reversível, desde que suas causas sejam compreendidas.  Somente se entendermos as razões para o crescimento governamental é que teremos alguma chance de revertê-lo.

1. Grupos de interesse

Há duas maneiras de uma pessoa ganhar a vida: voluntariamente por meio do processo de mercado ou coercivamente por meio do processo político.  Os grupos de interesse são organizações — empresariais e sindicais — que optam por este último método, fazendo lobby junto ao governo com o intuito de aprovar leis e regulamentações que os favoreçam, seja na forma de maiores tarifas de importação ou na forma de uma carga tributária e de uma burocracia mais complexa, que dificultem a entrada no mercado de novos concorrentes.

Tais grupos aglomeram-se em torno do governo como moscas ao redor de uma lata de lixo.  Estes trombadinhas com ternos Armani assaltam o Tesouro e manipulam o aparato regulatório governamental em benefício próprio.  E os políticos, quase sem exceção, se mostram excepcionalmente contentes em ser parceiros dessa gente, porque assim garantem reeleições, mais dinheiro e mais poder.

Os grupos de interesse de maior êxito (1) têm um propósito bem definido e uma estratégia coerente; (2) têm uma disposição para direcionar muito dinheiro para seus esforços; (3) dependem fortemente da intervenção governamental, pois uma ligeira mudança nas regulamentações pode significar a diferença entre o sucesso e bancarrota total; (4) recebem polpudos e óbvios benefícios do governo, ao passo que o custo fica escondido e disperso por toda a economia; (5) possuem a suprema capacidade de revestir suas depredações em um manto de preocupação pelo bem-estar geral.

2. Assistencialismo eleitoreiro

Quanto mais os políticos abrem os cofres para beneficiar determinado grupo de pessoas — seja ele formado por pobres e desempregados, ou por funcionários públicos ou empresários politicamente bem conectados —, maiores são as suas chances eleitorais.  O assistencialismo é um exemplo característico.

Os gastos assistencialistas só vêm crescendo desde a década de 1980, e tudo em nome da ajuda aos pobres.  Mas o dinheiro, em grande parte, não vai para os pobres, que ficam com as migalhas, mas sim para aqueles grupos de interesse poderosos o suficiente para subornar e fazer lobby a favor da redistribuição.  O dinheiro real vai é para os "pobristas" — os reais defensores da pobreza —, para os consultores, para as empreiteiras que constroem as moradias populares, para os funcionários de hospitais públicos, e principalmente para os próprios membros da burocracia que coordena todo o esquema.

Os pobres são maldosa e intencionalmente transformados em uma subclasse perpétua, dependente do governo, para que alguns parasitas possam viver confortavelmente bem à custa de todo o resto da sociedade.  Graças ao estado assistencialista, praticamente não há mais uma genuína mobilidade social.  Os degraus mais baixos da escada foram retirados em nome da compaixão.

3. Permanência nos cargos

Os liberais clássicos defendiam que todo o aparato do governo fosse demitido de seus cargos após cada eleição, para impedir que alguns indivíduos se entrincheirassem perpetuamente na máquina.  Contudo — e apesar de a democracia ter a idéia da renovação —, a maioria dos funcionários estatais se torna permanente, assim como os próprios políticos, constantemente reeleitos.  Os auxiliares dos deputados também se tornaram perenes, sendo que as contratações não param de subir. Os trabalhadores do setor privado precisam trabalhar cada vez mais para sustentar toda essa mamata.  Como os liberais clássicos temiam, criou-se uma classe que melhora de vida à medida que rouba a todos nós.

Foi Jeffrey Tucker quem melhor resumiu a situação:

Não é a classe política quem comanda as coisas.  Como já escrevi inúmeras vezes, políticos vêm e vão.  A classe política é apenas o verniz do estado; é apenas a sua face pública.  Ela não é o estado propriamente dito.  Quem de fato comanda o estado, quem estipula as leis e as impinge, é a permanente estrutura burocrática que comanda o estado, estrutura esta formada por pessoas imunes a eleições.  São estes, os burocratas e os reguladores, que compõem o verdadeiro aparato controlador do governo.

4. Burocracia

A burocracia é necessariamente ineficiente porque não opera dentro do sistema de lucros e prejuízos do mercado.  Sem a pressão para economizar recursos, até mesmo os burocratas bem intencionados acabam gastando em demasia.  E, é óbvio, a maioria dos burocratas não é bem intencionada.  A sua única motivação é aumentar o próprio poder, a própria renda e os próprios benefícios, os quais eles adquirem ao aumentar o número de burocratas sob seu comando no organograma estatal e ao gastarem cada centavo que lhes é alocado.

Se os burocratas de uma agência estatal gastarem menos do que lhes foi alocado, sua fatia no orçamento do ano seguinte pode ser cortada.  Sendo assim, eles gastam seus recursos freneticamente até o fim do ano fiscal.  E, como consequência, essa agência — com a ajuda dos grupos de interesse afiliados a essa agência, com quem o dinheiro é gasto — vai correndo ao Congresso e ao Executivo pedir mais dinheiro.  E estes, eleitos com a ajuda financeira desses grupos de interesses, autorizam um aumento orçamentário para esse importantíssimo serviço público que, coitado, estava sofrendo de insuficiência de fundos.

E aqui cabe um parêntese: sempre me regozijei com essa idéia de "servidor público".  Pode observar: "servidor público", curiosamente, é aquele sujeito que só anda de carro chique, trabalha em ambiente com ar condicionado e sequer tem qualquer contato com o "povo", embora seja o "povo" quem forçosamente lhe sustenta.  Quando algo é classificado como "serviço público", esteja certo de que estão enfiando a mão no seu bolso para benefício próprio.  Serviço público genuíno só pode ser encontrado na iniciativa privada.  O verdadeiro servidor público é aquele sujeito que mantém sua loja de conveniências aberta 24 horas para que você possa fazer um lanche às 3 da manhã.  É aquele sujeito que abre sua padaria às 5 da manhã para que você possa comer algo ainda quente antes de ir trabalhar.  É a rede de fast food a quem você recorre quando seu estômago está vazio e as opções se esgotaram.  Isso é serviço público.

5. Crises

O governo sempre cresce mais rapidamente durante crises, as quais são criadas por ele próprio.  Uma crise é a desculpa perfeita para dar ao governo mais poder e dinheiro para "resolver" o problema, ao mesmo tempo em que o partido da situação paralisa a oposição.  

"Jamais deixe uma crise passar em branco" é o lema de qualquer governo.  É durante crises — sejam elas meras recessões ou grandes colapsos financeiros — que o governo adquire o apoio necessário para se apropriar de uma fatia ainda maior da economia, aumentando seus gastos, incrementando seu poder regulatório, repassando mais dinheiro para seus grupos de interesse favoritos, escolhendo empresas vencedoras (aquelas a quem ele vai ajudar com subsídios e protecionismo) e jogando a conta sobre as perdedoras (aquelas sem conexões políticas).

O professor Robert Higgs, em seu grande livro Crisis and Leviathan, mostra que o público sempre perde ao final de uma crise, pois é ele quem fica sobrecarregado com um governo ainda maior depois que a emergência acaba.

6. A mídia

Sempre nos dizem que a grande mídia é oposição ao governo, qualquer que seja ele — um mito muito útil para ambos.  Na realidade, governo e mídia são aliados em todos os assuntos fundamentais.  Tomando-se o exemplo para apenas uma área, a mídia sempre estimula a expansão estatal ao papaguear as declarações econômicas do governo: seja a última enganação declarada pelo Banco Central, ou algumas alegações presidenciais sobre cortar gastos, toda a mídia nada mais é do que uma câmara de ressonância.

O governo, sendo a instituição dominante em nossa sociedade, utiliza a mídia como o fiel da balança que vai determinar quais são os limites aceitáveis para o debate, fora dos quais qualquer indivíduo será rotulado de extremista.  E o governo faz isso por meio dos interesses especiais que controlam grande parte da publicidade veiculada na mídia.   Por exemplo, nada seria melhor para o país, e pior para a burocracia, do que a abolição do imposto de renda físico e jurídico, bem como a abolição do Banco Central.  Mas tais idéias são logo rotuladas de extremistas e indignas de consideração, graças ao conluio entre governo, mídia e grupos de interesse.

7. Intervencionismo

A economia de livre mercado é uma intrincada e cuidadosamente equilibrada rede de preços e trocas. Quando o governo intervém nesse conjunto com a desculpa de corrigir algum suposto problema, ele perturba esse equilíbrio, causando ainda mais problemas, o que consequentemente gera uma desculpa para novas e ainda maiores intervenções.  Ludwig von Mises rotulou este fenômeno de "a lógica do intervencionismo", e é exatamente por isso que uma economia mista é inerentemente instável.  Um sistema intervencionista estará sempre se movendo em direção a mais intervencionismo — socialismo/fascismo.

8. Idéias

Uma última razão por que o estado cresce ilimitadamente é a ausência de entendimento sobre o que é o livre mercado.  As escolas e as universidades são dominadas por esquerdistas e intervencionistas de todos os tipos. Todos os livros-textos seguem pregando que o intervencionismo é necessário.  E assim todo o público permanece ignorante dos males causados pelo estado.

Essas são apenas algumas das razões por que o estado continua crescendo. E como podemos nos opor a isso?

Primeiro, devemos expor todos os crimes do governo, rasgando o manto de mentiras sob o qual se escondem as reais intenções dos grupos de interesse.  Da próxima vez que você ouvir alguém clamando por mais gastos assistencialistas, mostre como o assistencialismo destrói os pobres ao mesmo tempo em que enriquece os verdadeiros recebedores do assistencialismo — os grupos de interesse — à nossa custa e com o auxílio da coerção estatal.  A verdadeira caridade só pode ser privada e voluntária, como bem sabe qualquer um que já lidou com o trabalho de igrejas e já comparou esse serviço com aquele realizado por assistentes sociais governamentais.

Segundo, devemos trabalhar em prol de mudanças radicais — como abolir programas e burocracias ao invés de simplesmente melhorá-los ou torná-los mais eficientes (embora de início possamos aceitar isso).  Se o nosso lado começar condescendente, se já entrarmos no debate concedendo de antemão várias vantagens ao adversário, teremos ainda menos chance de obter melhoras marginais e estaremos tacitamente concordando com todo o sistema e sua base imoral de roubo e fraude.

Terceiro, devemos não só nos recusar a acreditar nas propagandas pró-governo, como também devemos solapá-las, refutá-las e arruiná-las ao máximo perante terceiros, apoiando fontes alternativas de notícias e informações.

Quarto, devemos nos esforçar para colocar professores e alunos pró-livre mercado e pró-liberdade nas instituições de estudo superior, e tentar mobilizar as pessoas por meio de apelos de justiça e de eficiência econômica.  Não há nada mais eficiente para incitar a ação do que atinar para o fato de que você está sendo roubado.

Para nós libertários, que compartilhamos da mesma crença de Lord Acton, a maior virtude política é a liberdade. A nossa visão é a de que a sociedade voluntária, em termos práticos e morais, é a melhor forma de sociedade possível, ao passo que o estado não passa de uma gangue de ladrões em larga escala. O estado pode fazer as mesmas coisas que, se feitas por indivíduos, seriam corretamente consideradas ilegais e criminosas. Só ele é capaz de fazê-las de forma a aparentar que é pelo bem comum e pelo interesse nacional — você sabe, todas aquelas expressões que as escolas públicas e a mídia nos ensinaram.

Em uma definição resumida, para nós libertários o estado não está acima das leis morais.  O que é errado para um indivíduo em sua vida privada também é errado para o estado em toda a sua esfera.  É errado roubar, mas o estado faz isso e chama de 'inflação' ou de 'tributação'; é errado escravizar, mas o estado faz isso e chama de 'serviço militar obrigatório'; é errado matar, mas o estado faz isso e chama de 'erro policial' ou de 'serviço de saúde inadequado' — ou, em caso de homicídio em massa, de 'guerra'.

O roubo, a escravidão e o homicídio são coisas imorais, sejam eles privados ou públicos.  Difundir as idéias da liberdade, do livre mercado e de uma moeda forte, e denunciar, agitar e trabalhar contra os criminosos, é a nossa única chance de ter êxito. Os obstáculos são, obviamente, imensos. Mas temos um mundo a ganhar.



autor

Lew Rockwell
é o chairman e CEO do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do website LewRockwell.com, e autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.



  • mogisenio  11/09/2013 14:24
    Olá pessoal,

    gostei do texto, ou melhor, das premissas maior e média. A conclusão não foi adequada, suponho. Para ser mais preciso, a partir deste ponto: " e como podemos nos opor a isso?"
    A partir daí, penso que houve um salto de lógica, prejudicando as boas premissas do texto.
    Isso porque todo esse agir sugerido para atacar o Estado ou os grupos de interesses etc( o que foi desenvolvido ao longo do texto) está contido no próprio Estado( que por sua vez, absorve os grupos de interesse). Portanto, seria dizer: subconjunto, tente acabar com o conjunto do qual faz parte.Ou sair deste conjunto, criando um outro conjunto que queiram ou não, terá seu povo, suas regras, seu idioma etc. Um novo "estado" ( ou forma de organização social).
    Notem que a definição de Estado contempla, povo, território, idioma, cidadania, enfim, coisas do gênero. E Estado, não passa de uma ficção. O Estado não existe sem SER HUMANO. Portanto, o problema maior não seria, a meu juízo, necessariamente o "Estado". Talvez, a forma de operar um máquina organizacional qualquer, com os seus diversos grupos de interesses.
    Lado outro, os prejudicados não são, necessariamente, os pobres, mas, as pessoas alienadas ou desinformadas, e portanto, incapazes de se articularem politicamente( no melhor sentido da expressão política).

    Em suma, as ideias são boas, mas as alternativas para solucionar os problemas são ruins, a partir daquele ponto citado.

    Saudações






  • Malthus  11/09/2013 14:55
    Como sempre, o molibdênio nos agracia com comentários completamente ininteligíveis, o que por si só exclui qualquer possibilidade de resposta.

    Consegui extrair apenas duas observações sensacionais de seu comentário:

    1) O estado é uma ficção -- o que, por definição, significa que, se eu me concentrar na realidade à minha volta, o estado some. Isso é gostoso.

    2) Um estado inchado não prejudica os pobres -- que não conseguem trabalhos com salários mais altos por causa da carga tributária, da burocracia e das regulamentações --, mas sim "as pessoas alienadas ou desinformadas", como aqueles funças que ganham R$20 mil reais e não têm a mais mínima ideia de como funciona o mundo, simplesmente porque não precisam se preocupar com nada. Segundo molibdênio, estes últimos são os verdadeiros prejudicados pelo estado. Coisa de gênio.
  • Mogisenio  11/09/2013 16:53
    Olá Malthus,
    obrigado pela resposta. Todavia, há equívocos nela. Vejamos.

    De início, você houve erro no meu nome. O correto é: Mogisenio.

    Prosseguindo.

    Aqui há paradoxo: " como sempre... com comentários ininteligíveis, o que por si só exclui QUALQUER possibilidade de resposta.
    Ora, se são ininteligíveis e não possibilitam, completamente, qualquer possibilidade de resposta, então, não seria possível v. ter formulado QUALQUER resposta como a que acaba de fazer.

    "Consegui extrair apenas duas observações sensacionais de seu comentário:"
    Note que v. conseguiu extrair duas observações, e ainda qualificadas de sensacionais, o que invalida a sua proposição anterior.

    1) O estado é uma ficção -- o que, por definição, significa que, se eu me concentrar na realidade à minha volta, o estado some. Isso é gostoso.

    O Estado, de fato, é uma ficção jurídica( para trazermos o tema para atualidade). Não existe estado, objetivamente falando, a não ser como um aglomerado de regras ou normas de condutas que administra algo tratado como bens, direitos e obrigações.

    Você se concentra na realidade (objeto) de acordo com o que armazenou e propaga em seus enunciados o que é correto. Cada um percebe a realidade da forma que consegue percebê-la, através dos seus sentidos disponíveis.

    Olhar em sua volta pode lhe trazer todos os significados, algum significado que não é, nenhum significado , algum significado e a combinação destes argumentos. Cada um negando o outro, isto é, delimitando o seu conjunto de percepções.

    O juízo de valor pode nos levar a qualquer argumentação. O que aparentemente pode se ininteligível para um ser qualquer, para outro, pode não sê-lo. E para outros, pode causar paradoxos.

    2) Um estado inchado não prejudica os pobres -- que não conseguem trabalhos com salários mais altos por causa da carga tributária, da burocracia e das regulamentações --, mas sim "as pessoas alienadas ou desinformadas", como aqueles funças que ganham R$20 mil reais e não têm a mais mínima ideia de como funciona o mundo, simplesmente porque não precisam se preocupar com nada. Segundo molibdênio, estes últimos são os verdadeiros prejudicados pelo estado. Coisa de gênio.

    Não se sabe de onde v. extraiu tais conclusões baseando-se no que eu escrevi.
    Todavia, com o único objetivo de lhe ajudar a compreender o que se disse, digo-lhe que não pretendi defender " funças que ganham ...." e muito menos que estes são os verdadeiros prejudicados pelo estado. Nem tão pouco sobre a genialidade de qualquer ser.

    Reitero-lhe , as ideias do texto foram boas e partilhadas por mim. Pareceu-me bem honestas e coerentes. Apenas discordei das formas sugeridas para mudar o status quo( diríamos assim)

    Saudações
  • Bruno  11/09/2013 19:18
    Mosigênio, ser oprimido pelo poder coercitivo do estado não implica em fazer parte do estado. Sua definição de estado está incorreta, pois tudo que você citou pode existir sem estado (cultura, língua, leis).

    O estado, em última instância, nada mais é que um grupo de pessoas que detém o monopólio da coerção sobre um determinado território. Como diria Rothbard, "nós" não somos o estado.

  • mogisenio  11/09/2013 21:26
    Olá Bruno,
    obrigado pelo comentário.

    Creio que estou lhe compreendendo e de uma certa forma, estou concordando com o que você disse.
    De fato, o Estado pode ser compreendido como um grupo de pessoas que detém o monopólio da coerçao sobre um determinado território. Parafraseando o precitado autor, se "nós não somos o Estado", muito menos "eu não sou o Estado".

    Se quisermos , o Estado( ou o nome que queira dar para isso) pode ser operado por grupo de pessoas mal intencionadas que nos forçam a cumprir determinadas regras. Sim, posso concordar com este pensamento. Note, no entanto, que o Estado seria um instrumento na mão de determinados seres humanos.

    Sobre os meus comentários anteriores, é razoável imaginar que o que citei pode, de fato, existir sem o Estado. Concordo. Meu conceito não foi exaustivo. Nem pretendi chegar a tanto. Foi apenas um comentário ligeiro.

    Reiterando-lhe, podemos dar o nome que quisermos para um grupo de pessoas que falam a mesma língua, moram relativamente próximos, de alguma forma frequentam alguns lugares próximos, conhecem e tem afinidades com outras pessoas, compartilham ou não de ideias, frequentam o mesmo clube ou associação, aceitam ou não determinadas religiões, determinam algumas regras de conduta social (ex. ninguém deve andar pelado pelas ruas, ninguém deve matar outra pessoa a não ser em legítima defesa ou ao negociar obedeça o pacta sunt servanda, todos devem respeitar a propriedade privada assim como a herança, etc). Enfim, um grupo de pessoas que cultivam alguns hábitos relativamente parecidos e obedecem a certas regras. Isso pode ocorrer mesmo internacionalmente com regras horizontais originalmente autônomas, do tipo incoterms etc.

    Podemos pactuar na defesa dos direitos civis e políticos ( política no melhor dos sentidos). Podemos pactuar baseando-se apenas em marcos como Magna carta de 1215, Habeas corpus Act de 1679, bill of rights de 1689 ou mesmo apenas na declaração de direitos da virginia.

    Veja bem, podemos realmente pactuar tudo isso. E aqui não estou sendo irônico. São argumentos que me parecem possíveis. Sim, possíveis. Agora, vamos para a implementação( ponto que discordei das sugestões contidas no texto)

    Todos sabemos, o mundo evoluiu e fatos aconteceram e acontecem. Bombas foram detonadas, por diversos "grupos de pessoas", em outros "grupos de pessoas", por diversas razões. Que sejam Estados contra Estados. Não interessa. O que interessa é que alguns, por razões irracionais, matam milhões de pessoas sendo que a maioria ou todos nunca se conheceram! Por que?

    Dando um salto enorme na história,vejamos hoje. Mesmo nos EUA, onde se defende institutos como os contidos na declaração da virginia, propaga-se, atualmente, uma ruptura dramática de pactos contemporaneos. Pactos conquistados ao longo dos tempos.( veja que refiro-me a fatos).
    Hoje por exemplo, temos um "pacto" para o "Globo terrestre" que reserva, exclusivamente, ao conselho de segurança, a autorização para atacar um outro "grupo" de pessoas que se situa em outra "parte" do mundo.

    Todavia, parece que em breve tal ruptura , coercitiva sim, deve ocorrer. Portanto, mesmo contra a vontade de outros "grupos" de interesse a probabilidade é alta de ocorrer. E note que diversos grupos de interesse, espalhados pelo mundo, concordam com isso e outros não. Há canais para resolver o impasse mas, ao que parece, não serão respeitados. E o mais incrível, vindo de um lugar que "defende" a liberdade civil política deixando para o MERCADO regular o resto.
    Ora, o que fazer se ocorrer o ataque? Deve-se atacar os EUA para puní-lo? Quem vai jogar a primeira bomba atômica?
    Ou vamos deixar para o mercado resolver isso?
    Note, não sou a favor do ataque e nem penso que os ESTADOS, agora ditos UNIDOS, devam agir nesse sentido. Mas, o que pode ser feito para impedí-lo?

    Ora, como um "grupo de pessoas" na terra da defesa civil e política e prol da liberdade, numa via consuetudinária, pode ir de encontro aos seus fundamentos?

    Eis o ponto. O que fazer para deixar que apenas a dimensão civil e política prospere no GLOBO terrestre?

    A questão, portanto, deve ser tratada neste nível,penso.

    Suponho que estamos num sistema aberto de interesses diversos. Alguma forma de "controle" deve prosperar para possibilitar o agir humano, no melhor dos sentidos, como parece ter defendido o autor do texto.

    Obviamente você sabe, todos sabemos, que não vivemos num laboratório de ideias,de opinioes ou de textos. Talves sim, de contextos.

    Tudo nos leva a reforçar que somos seres geradores de conflitos. Conflitos que superam o sistema de preços ainda que este possa ser a forma mais racional para qualquer fim. Mesmo o notório Smith reconheceu uma liberdade até o limite da outra liberdade. Mas isso é o que não parece acontecer, praticamente. E é claro, o Estado pode ser a causa disso. Mas, argumentos temos para qualquer fim. O que importa, a meu juizo, é o "como fazer", balanceandos os conflitos de interesse.

    Nesse sentido, o Estado ( ou a forma de organização social cujo nome é Estado) acaba assumindo a tarefa de bem ou mal ajustar o ser humano, que é gerador de conflitos.

    Se vamos acabar com o Estado é preciso sugerir um outra forma de ORGANIZAÇÃO que sirva de parâmetro. Que regule as diversas condutas e por isso mesmo, regula a liberdade.

    E antes que eu me esqueça: é claro que com o passar dos tempos, o Estado, pode deixar de existir, sendo substituido por um outra forma de organização social. Nesse sentido, já estou a priori concordando com possíveis comentários que possam aqui surgir. Mas, para estes comentários também a priori já respondo-lhes que terão de explicar como serão tratadas as diversas formas de PODER sem o artifício estatal.

    E por favor, não me venham com a ingenuidade de que o "mercado" resolver tudo isso. Se há ausência do Estado( inexistencia, melhor dizendo) o mercado, necessariamente, assumiria funções do Estado, tornando-se, mutatis mutandis um "novo Estado".
    O mercado vai regular ao menos as atividades essenciais.Como? Com democracia?Sejam claros, please.

    Saudações
  • Daniel Silva  12/09/2013 00:42
    Mosigênio,

    Gostei do seu comentário. Estou iniciando nos estudos da EA e as vezes me deparo com textos que em minha opinião misturam os conceitos de Estado, como organização social e política, pactuada pela sociedade, e Máquina Administrativa Estatal.

    Economicamente, é claro para mim que cunha fiscal causada pelos tributos retira eficiência da economia e que o livre mercado é a melhor ferramenta para regular a economia. O que me leva a crer que um grande aparato estatal, causado por um pacto que enfoca os direitos em detrimento aos deveres, sufoca a eficiência econômica.

    Ao meu ver, essa consequência danosa à economia tem como causa primária a imaturidade política da sociedade na criação do pacto de organização social, no nosso caso, da Constituição Federal de 1988.

    Entendo o pacto como necessário para a resolução dos conflitos sociais. Existem certos conflitos que não podem ser resolvidos pelo livre mercado, necessitam de um acordo, de um mediador, de "regras do jogo".

    Imagino uma situação de um homem que se apropriou de uma terra, plantou e começou a produzir. Em determinado momento chega um homem mais forte e lhe ameaça tomar a terra. Nessa situação como o homem se defenderá? Poderá chamar um vizinho para ajudá-lo, o que nesse caso será em troca da defesa mútua, pois o vizinho desejará que o homem faça o mesmo por ele. Opa, temos aí um pacto!

    Ahh, mas espera um pouco, o homem pode contratar um mercenário para ajudá-lo. Temos uma solução pelo livre mercado! Mas, e se o outro homem possuir mais recursos? Com certeza solapará a defesa daquele por intermédio de seu poder econômico.

    Nesse ponto expresso minha plena concordância com o afirmado pelo autor do texto em "Difundir as idéias da liberdade, do livre mercado e de uma moeda forte", pois para que tenhamos um pacto maduro, estes conceitos devem estar enraizados, juntamente com a moral inerente a eles, na consciência das pessoas que o fazem. Minimizando o desequilíbrio, muitas vezes interpretado como "roubo", entre os deveres e os direitos estabelecidos pelo pacto.
  • Pedro.  13/09/2013 16:32
    A questão das confusões nas definições não é um acaso.
    A idéia de que uma linguagem dúbia é fundamental para o dominio das massas foi percebido desde há muito. Isto foi demonstrado da estória da Torre de Babel.

    Vejamos, dependendo os defensores da quadrilha estatal misturam a definição fantasiosa com a definição real para deliberadamente prejudicar o debate gerando confusão.
    A palavra "estado" bem como as palavras "justiça", "direito", "liberdade" e muitas outras, são deturpadas com o inyuito de prejudicar os debates entre idéias claras e mesmo para obscurecer as críticas.

    Não faz sentido a idéia de estado como aventada pelo mosigenio, é o próprio nada. O que efetivamente torna a palavra cabível é ater seu significado a todo o aparato estatal. Quando se fala de governo muitos funcionários do governo efetivamente não estão ligados à idéia de governança, assim, chama-los de governo não é instintivamente esclarecedor.
    Ou seja, a refefer?ncia ao Estado como um grupo formado por todos aqueles que usufruem pecuniariamente dos impostos expropriados, por ameaça de violência, do restante da população que vive do trabalho físico ou intelectual oferecido para trocas espontaneas, é a real nominação do que se possa entender como Estado. Não há outra palavra para nomear esse grupamento exatamente para que se faça essa confusão.

    A palavra justiça também é usada para definir o aparato judiciário estatal que em nada se preocupa em fazer efetiva justiça, mas sim em exibir-se como peça teatral onde, sobretudo no brasil, mais vale eloquencia e amizades dentere os atores (o réu é expectador), bem como cacoetes ideológicos da politicagem estatal.
    Ir à justiça é apenas recorrer ao judiciário que não possui interessa em fazer justiça, mas sobretudo FAZER POLITICA. Basta uma boa análise sobre as pantomimas judiciárias e se percebe que tal Poder estatal tem por meta a política e não a justiça.
    Assim, a idéia de justiça acabou ganhando um novo apelido para destrui-la: "justiça social" que se apresenta como uma idéia exatam,ente contrária a idéia de justiça, posto que desenvolvida subjetivamente, baseada em apelos emocionais sem qualquer relação com análises e julgamentos racionais/objetivos onde se julga as ações dos indivíduos e não os indivíduos das ações. Aliás o simbolo da justiça tem olhos vendados exatamente para que não se veja quem esta sendo julgado. A "justissa" social deliberadamente reivindica que se retire a venda e assim se dê sentenças discricionárias e deliberadamente tendenciosas. Ou seja, adiciona-se um "sufixo" a palavra justiça para destruir a idéia através da confusão deliberada..

    A palavra direito igualmente é deturpada, também ao ser "sufixada" com o termo "positivo". Assim, de forma não diferente do que ocorre com a palavra justiça, o sufixo leva a deturpação da idéia. Afinal o direito positivo é também meramente subjetivo, afirmativo e apelativo emocional, sem qualquer compromisso com análises racionais. Visa apenas em promover politicagem e assim aliciar seguidores.

    A palavra violência é outra que tem sido deturpada com desavergonhado descaramento.
    A palavra liberdade é outra muito deturpada através de afirmações estapafúrdias sem qq coerencia, para assim ser utilisada politicamente em favor do Poder estatal (do grupo organizado e hierarquizado para explorar populações produtivas).
    Claro que a palavra escravidão não poderia deixar de ser também deturpada em benefício do poder estatal (do grupo hierarquizado). Assim a idéia de escravidão é deformada duplamente, não só sendo associoda a montantes pecuniarios como a trabalho forçado; quando na verdade escravidão se caracteriza por sujeição à vontade alheia. Claro que se for da vontade do senhor que o escravo trabalhe sem remuneração acordada, assim o escravo terá que faze-lo para não sofrer o arbitrio de seu senhor. (Ora, o Estado como grupo hierarquizado e organizado para a violência irresistivel, impõe sua vontade a todos da sociedade, cabendo a sua hierarquia conceder oficialmente ou extraoficialmente os privilégios aos agregados bem como os castigos aos adversários. Tudo balanceado politicamente em escaramuças, para evitar a percepção do fato.

    O fato mesmo de um funcionário estatal ser chamado absurdamente de "servidor público" bem demonstra a intenção do planejamento estatal em manipular a percepção dos indivíduos sobre a natureza do Estado. (Vem à mente a idéia das cortesias cavalheirescas dos homens para com as mulheres de tempos passados: ostentação de cavalheirismo e "servidão" ao mesmo tempo que lhes negava igualdade e mesmo o homem se atribuia direito de espanca-la e até mata-la).

    Não são servidores, sobretudo porque os funcionários do Estado se servem da população sem a devida contrapartida. Além do quê há funcionários que atuam EXCLUSIVAMENTE em benefício da casta estatal ou da alta hierarquia. Ou seja, não servem para nada além ostentação da pompa estatal. ..e ainda assim o ideologia estatal, em sua estratégia política, os chama oficialmente de "servidores públicos" ...uma aberração!
    ...e o "servidor público" é ao mesmo tempo "autoridade pública", coisa que em si é uma contradição escandalosa.

    Isso é política! ...(des)respeitável público!!! ...hehehe!



  • mogisenio  13/09/2013 22:29

    Olá Daniel,
    sem dúvida. Há inúmeros textos por ai que misturam os conceitos de Estado.
    Alguns autores se utilizam desta mistura inocentemente. Outros não. E outros, talvez tiram algum proveito das teorias hipodérmica, de Lasswell, persuasiva, culturolgócia etc. Uns, obviamente, querem distancia da escola de Frankfurt. rsrs

    Mas, para facilitar um pouco proponho o seguinte:

    Não há como negar que o termo "Estado" é apenas um vocábulo. Um signo que possue significados diversos. Depende de quem fala, para quem se fala e em que época se fala etc. Para mim tudo bem se uns odeiam o termo Estado. Respeito a opinião de todos, ainda que absurdas, a meu juizo.

    Mas, notemos, os signos servem para facilitar ( até certo ponto) a comunicação entre seres que se dizem racionais. Antes destes signos há o AGIR humano, ainda que omissivamente. Ora, foi exatamente o agir humano que criou o próprio signo e o próprio Estado.

    Então para evitar equívocos, vamos excluir o termo "Estado" de nosso debate, excluindo com ele, todos os pré - conceitos existentes.( a grafia foi proposital)

    Consideremos que o "signo" ESTADO, seja a doença do planeta. Portanto, racionalmente vamos excluí-lo e , dentro do possivel, excluir com ele todos os significados que propaga.

    Assim, vamos agora agir sem Estado, sem coerção, sem coação, sem qualquer vício, com absoluto domínio dos próprios atos. Enfim, vamos partir do princípio de que não há forças coercitivas agindo contra a nossa vontade.

    Nesse sentido, não se respeita qualquer tipo coerção. Sugere-se então, excluir também o termo !"coerção" do debate.

    Vamos focar apenas e tão somente em: liberdade e propriedade.( e aqui gostaria de dizer-lhe que respeito muitíssimo a propriedade e muito mais ainda a liberdade)

    Estamos, portanto, no mundo a autonomia da vontade. Arbitrária, portanto, onde NADA, repito, NADA que vem de fora pode estabelecer qualquer regra que vá restringir a minha liberdade e a minha propriedade. Não há coerção.

    Minha liberdade é minha. Eu, desde já afirmo que se não há "dever ser" então nada pode restringir a minha liberdade de conduta.

    O meu corpo é meu, e , portanto, é a minha propriedade inicial que me possibilita a liberdade.

    Logo, cabe a mim e apenas a mim usá-lo, protegê-lo, da forma que eu bem entender, afinal, nada, pode interferir a autonomia de vontade que se propaga com o meu corpo. Repita-se, não há coerção, e , portanto, não há sanção nos moldes até aqui tratados.

    E como nada pode agir contra a minha autonomia de vontade, então, não aceito e não compartilho de qualquer regra. Aliás, vamos também excluir o vocábulo "regra" pois este já é a própria materialização do "dever ser".

    Portanto, digo-lhe que eu não aceito o "não matarás".

    Como o Estado é um ser que propaga o mal, via coerção, ele interfere na vida humana. Restringe a nossa liberdade. Atrapalha a livre iniciativa e o uso absoluto de minha propriedade privada, a começar do meu próprio corpo.

    Mas, lembremos: o Estado absove "corruptos" - e não são poucos! Estes só prejudicam a liberdade.

    Assim, uma vez extinto o Estado, estes corruptos( seres humanos) estarão autorizados por eles mesmos, a agirem como bem entenderem. Afinal, estamos na ausência de coerção, de regras.

    Vamos agir no segundo setor - que agora é primeiro e único - e , portanto, demandar aquilo que nos interessa da forma que nos interessa. Relembrando: nada pode nos impedir pois NÃO HÁ COERÇAO, isto é, nada nos obriga a agir de uma forma qualquer.

    Vamos a um exemplo contemporaneo:

    No trânsito, caótico ou não, eu não respeitarei nada. Não há semáforo, pardal, sinal de trânsito que me obrigue a AGIR contra a minha vontade. E, desde já, não quero contratar ninguém para regular coisa alguma. Sairei com o meu automóvel quando quiser, da forma que quiser e rodando pelas ruas que quiser, na velocidade que quiser e não acatarei qualquer forma de coerção. Aliás, prefiro andar em sentido contrário aos outros automóveis e em alta velocidade.

    Enfim, é bem possível que encontraríamos alguém com essa mentalidade. E como não há nada além dele mesmo, para restringir a sua própria liberdade , então só nos restaria permitir que agisse assim, até que obviamente, este alguém viesse para o nosso lado na tentativa de impor a sua conduta ou a sua forma de pensar.

    Neste momento, obviamente, qualquer ser razoavelmente normal, não aceitaria tal imposição. E o que ele faria? Contaria com a ajuda daquele vizinho que você bem disse? Suponha que o agressor não intimidasse, pois, tem ao seu lado, uma patota de seguidores que estariam dispostos a impor uma vontade diferente da sua autonomia. E ai?
    A quem recorrer? À polícia? Não, não há polícia , pois, não há Estado! Pode sim existir uma central de segurança ( que é paga, via sistema de preços) para lhe proteger. Mas, infelizmente, ele, o suposto agredido, não tem como pagar agora porque, como há muita demanda, o preço do serviço está alto demais e permanecerá alto no curto prazo. Portanto, agora que ele mais precisa não tem como pagar.

    O que ele deveria fazer?


    Enfim, com esse pequeno e não exaustivo exemplo pode-se perceber que algum tipo de força apareceria. Ou a força do suposto agressor, ou outra para lhe impedir. ( pode até ser que o bando de corruptos que agora estariam sem Estado para nos roubar, reaparecesse do nada para tentar uma nova forma de lhe corromper para impedir a ação daquele agressor.

    Portanto, nesse sentido, quero reafirmar que não há como viver sem o Estado( ou o nome que se queiram dar para um ente que USA O PODER), que usa de alguma força para possibilitar a proteção da liberdade e da propriedade, por exemplo.

    Nesse sentido, não há como concordar com a defesa da ausência de Estado. Notem bem, não estou aqui defendendo EStado corrupto que nos furta. A ideia é outra.

    Saudações
  • Juno  14/09/2013 23:56
    Penso que muitos dos seus questionamentos quanto ao anarcocapitalismo podem ser esclarecidos consultando a seção do site que trata do assunto (www.mises.org.br/Subject.aspx?id=16).
  • mogisenio  15/09/2013 19:44
    Caro Juno

    Obrigado pela indicação.
    Mas, confesso que não li todos os textos. Li três ou quatro. Os outros vi rapidamente , de passagem. Mas deu pra compreender o pensamento, no geral. Aliás, já li outros textos que tratam do assunto( anarcocapitalistas, anarquismos etc)

    O textos em geral defendem a ausência de Estado, mas, partem de alguns princípios que não são esclarecidos, na minha opinião( note bem isso)

    Por exemplo, um sujeito visita uma propriedade alheia e é "obrigado" a usar um nariz de palhaço, sob pena de ter de sair de lá.
    Todavia, não explica claramente o que ocorreria se o sujeito, simplesmente, se negasse a sair da propriedade. Não explica como a forca seria usada. Sim, explica que se teria "agencias de segurança" que venderiam o serviço de segurança.
    Ocorre que este sujeito imaginário que me refiro, já teria comprado o tal serviço e estaria na propriedade alheia, com a FORCA total para não usar nada que não queira.
    Ai, o proprietário poderia comprar também um serviço de segurança para romper a segurança daquele suposto invasor. Nessa linha, seguiriam até que um vença o outro?
    Não vou me delongar aqui, mas daria para criar dezenas de exemplos para deixar muito claro que em um dado momento, a forca seria usada para LIMITAR A LIBERDADE E A PROPRIEDADE ALHEIAS.
    Note que a liberdade dentro de uma relação social é , necessariamente limitada. Caso contrário, alguém vai matar o outro. Ai acabaria a relação social o que possibilitaria a liberdade do matador até o limite da própria vida.

    Noutro texto, um bandido pega um canivete para roubar alguém que tenha uma arma de fogo. É claro, se deu mal. rsrs. Mas, se deu mal agora, pois, com raiva, vai chamar a sua gangue para , numa emboscada, destruir o proprietário da arma de fogo, roubar-lhe toda a sua propriedade, roubar a sua mulher, matar seus filhos.
    Noutras passagens, o apelo é para probabilidade, isto é, o autor do texto concorda da possibilidade da ocorrência de eventos contrários à sua tese, mas indica que o mais provável seria outro evento favorável à sua tese. Ora, para se afirmar isso, vai ter que contar a quantidade de elementos de um conjunto universo, verificar todos os eventos possíveis, e concluir que há mais eventos favoráveis ao seu argumento dentro de uma urna( apenas um exemplo) para então concluir que um evento é mais provável do que o outro. Talvez use a curva de Gauss para este fim, mas, mesmo assim, deverá contar com intervalos de confiança muito próximos do universo. Ademais, essa probabilidade se baseia em séries históricas. Logo, basta passear pela história humana para perceber que o conflito está fortemente presente em todos os períodos de nossa evolução. A probabilidade então seria da ocorrência do conflito permanente e não da PAZ ou da solução do conflito.
    Portanto, com base nesses últimos argumentos só posso concluir ,por enquanto, que os argumentos apresentados são falaciosos em matéria de relacionamento social.

    Esses exemplos de uso da forca, fizeram-me lembrar de períodos históricos mais conhecidos como patriarcado e matriarcado( bem antes do surgimento do ESTADO).

    Enfim, o que tenho tentado dizer com outras palavras é que HOJE, século XXI, num mundo divido por ESTADOS( povo, território e soberania com governo)acreditar que se possa viver sem essa organização, pra mim, respeitando opiniões contrarias, é mais uma utopia( e há quem diga que que todos nós precisamos dela)

    No mais, gostaria de reiterar que não estou aqui na defesa de um Estado corrupto. Também não estou aqui para negar a corrente anarcocapitalista ou desrespeitá-la. Não se trata disso.

    Estou apenas tentando argumentar na defesa, aliás fácil defesa, da impossibilidade da vida humana, gregária, cheia de conflitos, sem um pacto prévio, abrangente. Para este pacto prévio, honesto, legal, correto, estou dando o nome de Estado e agora com os adjetivos, democrático e de direito.

    Por isso, pra mim todos podem pensar o que bem entenderem desde que não invadam a minha própria liberdade. Em outras palavras façam tudo que a LEI não proíbe. E , a todo momento, estou disposto a pactuar novas leis, prévias e abstratas, sem coerção, coação e , mais importante, sem o uso da forca.
    Respeito a liberdade e a propriedade individual de todos.
    De Estado patrimonialista, como ainda parece ser o caso brasileiro, já estou cheio.

    Saudacões

  • anônimo  15/09/2013 03:10
    'Assim, uma vez extinto o Estado, estes corruptos( seres humanos) estarão autorizados por eles mesmos, a agirem como bem entenderem. Afinal, estamos na ausência de coerção, de regras.'

    Matar o estado não é a ausência de regras.
  • mogisenio  15/09/2013 18:36
    Acho que não fui claro.
    Quis dizer que sem o Estado, não haveria coerção e, portanto, de regras que garantam a tal coerção do Estatal( de acordo com o que escrevi: o Estado não passa de um conjunto de regras que de certa forma limitam a conduta humana)

    É claro que há outras regras da natureza que independem do Estado.

    Saudacoes
  • Bruno  16/09/2013 01:52
    Mogisenio,

    Até onde sei, a existência do estado também não impede a formação de gangues como a que você descreveu. Acho que seus medos são infundados, pois, apesar da tremenda ineficiência da polícia estatal, e do estado ser uma gangue com poderes ilimitados, nenhuma gangue lhe matou até hoje.

    A lógica leva a crer que quanto menor o tamanho e poder do estado, melhor. Imagine milhares de "micro-estados" concorrendo entre si. Se um estado resolvesse implementar medidas despóticas, bastaria se mudar para o estado ao lado. Os governantes não poderiam se dar ao luxo de fazer isso. É o que acredita o Hanz Herrman Hoppe, inclusive.
    Ver www.mises.org.br/Article.aspx?id=1452.

    Concordo que este seja o caminho. Se vai levar ou não ao fim do estado, por que me preocupar agora? Só sei que isso seria o ideal.
  • mogisenio  16/09/2013 18:46
    Olá Bruno
    O Estado não impede a formação de guangues. Ok concordo.
    Se eu afirmei dessa forma, por gentileza, desconsidere tal afirmação categórica de minha parte.
    Também concordo com a ineficiência da polícia estatal. Todavia, o poder de polícia é apenas um poder do EStado. Há outros.
    Discordo que o Estado seja uma guangue com poderes ilimitados. Já passamos deste época. Note bem, isso não quer dizer que estou defendendo os "operadores" do Estado sem restrições. Nada disso. Defendo o Estado. Defender os seres humanos que usam este instrumento ( digamos assim) Estado, num dado momento, é outra coisa.

    Quanto à lógica gradativa dos Estados aponto sérias incoerências para os que defendem a sua inexistência. Ora, Estado pequeno ou grande terá poder coercitivo. E isso, por si só, é negado pela corrente de pensamento que o desconsidera.
    Estado pequeno ou grande aproxima de minha tese.
    Outras correntes defendem a AUSÊNCIA de Estado e, por isso mesmo, não podem usar o EStado, nem menor nem maior, sob pena de propagar um paradoxo.

    A evolução humana não é tão simples assim. Basta olhar para os diversos eventos já ocorridos ao longo de nossa história.

    E respeitando a sua opinião e a do autor que você sugeriu, segue abaixo as minhas considerações inciais sobre o texto que você me indicou. Primeiro um fragmento do texto e logo em seguida o meu comentário.
    Vamos lá.

    Texto:

    "Um estado é uma agência que detém um monopólio da tomada suprema de decisões jurídicas para todos os casos de conflito, inclusive conflitos envolvendo o próprio estado. Consequentemente, ele também possui o direito de tributar sem enfrentar resistência."

    Mogisenio:
    Primeira proposição: Um estado é uma agência que detém um monopólio da tomada suprema de decisões jurídicas para todos os casos de conflito, inclusive conflitos envolvendo o próprio estado. FALSO
    Essa opinião do autor é flagrantemente falsa. Apenas a título de exemplo, o Estado NÃO decide juridicamente TODOS os casos de conflito nem tão pouco TODOS os que envolve o próprio Estado. Um Estado não necessariamente decide conflito com outro Estado. Há outros mecanismos de solução de conflitos.
    Estado é reunião de população relativamente homogênea, num território certo e com poder legítimo. Mais adiante o autor se contradiz apontando indiretamente estas condições para "Estados menores".
    Segunda proposição : Consequentemente, ele também possui o direito de tributar sem enfrentar resistência. FALSO.
    A primeira proposição não implica necessariamente o direito de tributar. Apenas a título de exemplo há receitas originárias no orçamento estatal. Mais ainda. A decisão de conflito, por si só, nada se relaciona com a obtenção de recursos. Decisão de conflito é uma coisa. Fonte de recurso é outra coisa.
    Se a condicional é falsa e o consequente é igualmente falso, logo, estamos diante de duas proposições falsas. Isso sim, é verdade.

    Texto:
    Isso não parece ser justo nem eficiente. Ademais, quem em sã consciência iria utilizar um tribunal que tenha anunciado que, no decurso do tempo, poderá realocar os atuais títulos de propriedade dependendo das voláteis condições de mercado? Tal maneira de atribuir direitos de propriedade certamente não leva a uma maximização da riqueza no longo prazo.

    Mogisenio:
    Para não me delongar evitarei a demonstração dos inúmeros equívocos na combinação de proposições e conclusões. Passarei apenas a comentar o que foi dito no texto. Vejamos.
    Em sã consciência, não é possível simplesmente negar que:
    Os próprios seres humanos que operam o suposto tribunal possam utilizar-se do próprio tribunal em prol de seus interesses. Os humanos do tribunal podem ser corruptos, injustos, malfeitores etc. Logo, além de "prejudicar" interesses entre particulares podem agir só visando os próprios interesses.
    Exatamente dai advém a necessidade do pacto e da legitimidade.
    Quem opera o tribunal poderia se o dono da fazenda ou o dono da ferrovia( baseando-se apenas nos direitos de propriedade). Logo, podem agir buscando apenas a defesa de seus próprios interesses!
    Lado outro, Tribunal não AGE atribuindo direitos e deveres ou obrigações a quem quer que seja. A lei é que faz isso dentro do modelo de Estado que venho defendendo.
    Tribunal JULGA situações OCORRIDAS baseando-se em leis ANTERIORES( em regra).
    Mesmo em períodos do direito natural – no código de Hamurabi por exemplo – já se observava a confecção de leis anteriores ao julgamento.
    Note, portanto, que as leis também servem para LIMITAR a atuação do próprio TRIBUNAL que , de fato, pode agir indevidamente ( de acordo com o contexto).
    O autor compara o Estado a uma agência sem demonstração.

    Texto:
    . Para piorar, uma vez que o estado é o juiz até mesmo dos conflitos em que ele próprio esteja envolvido, é de se esperar que o estado tenha interesse em causar conflitos para que ele os "resolva" de acordo com seus próprios interesses. Isso não é justiça (um bem), mas sim injustiça (um mal).

    Mogisenio:
    O Estado é o Juiz. Mas é também o executivo e o legislativo, o povo, as leis, o território entre outros desdobramentos atuais.
    Todo e qualquer ser humano pode causar conflito. E se este ser humano for razoavelmente normal ( dentro de uma normalidade média percebida) é claro que ele buscará a solução deste conflito em prol de seus interesses. Não me parece razoável alguém buscar a solução de seus próprios conflitos em prol de interesses alheios.
    De fato, o Estado não necessariamente busca a JUSTIÇA. Houve " Estados absolutistas", por exemplo.( no sentido clássico do termo) . Há ainda os ditatoriais.
    Mas, seria um equívoco considerar um Estado, de per si, absolutista. Talvez o melhor seria considerar que o uso do poder via Estado o faz absolutista ou democrático ou ditatorial etc.
    Além disso, o próprio direito pode não encontrar a justiça.
    Assim como houve o direito natural também há direito positivo.
    Nessa linha, autor comete equívocos sérios ao se utilizar do termo justiça.

    Texto:
    A democracia não é a solução — como também não foi a solução para os países do antigo império soviético. Tampouco a centralização — como ocorre na União Europeia — seria a resposta.

    Mogisenio:
    O autor, além de taxativamente negar a democracia, salta dela para o suposto império soviético e , ao que parece, para o direito comunitário europeu.
    Todavia, até esta parte do texto não deixa clara a sua opção sobre o uso da política e do poder.
    O autor não chega sequer a mencionar momentos históricos que marcaram a evolução humana.
    Desconsidera análise contextualizadas além de desconsiderar a existência do Estado.
    Prejudica sua tese ao tentar defender um modelo que nega a própria evolução humana.

    Texto:
    Ao contrário, a maior esperança para a liberdade vem justamente dos países pequenos: Mônaco, Andorra, Liechtenstein, e até mesmo Suíça, Hong Kong, Cingapura, Bermuda etc.

    Mogisenio:
    Concordo em partes com a opinião do autor neste particular: Países pequenos podem ter maior esperança para a liberdade. Mas, notemos bem, o autor considera, equivocadamente, PAÍSES com maior esperança de liberdade. Ora, deveria NEGAR a existência de tais "países", para manter-se coerente.
    Países pequenos usam de força coercitiva!
    Além disso, discordo da relação inversamente proporcional sugerida por ele.

    Texto:
    Como seus antepassados clássicos, os novos liberais não buscam a tomada do governo.
    Mais ainda: querem se seceder de sua jurisdição para poderem organizar sua própria proteção.

    Mogisenio:
    O direito de secessão é possível. O erro é acreditar que neste novo território não encontraríamos uma nova forma de usar o poder. Mas, não para por ai. Pelas afirmações do autor, pode-se de deduzir que este novo território seria não democrático, organizado pelos próprios liberais.
    Logo, ele busca a inexistência do Estado democrático de direito mas defende uma "organização social não democrática " que organiza sua própria proteção.
    Não diz claramente, contudo, como imagina a mera possibilidade do surgimento de uma organização destas, nos dias atuais.

    Texto:
    Os apologistas de um estado forte e centralizado alegam que tal proliferação de unidades políticas independentes levaria à desintegração econômica e ao empobrecimento. No entanto, não apenas a evidência empírica contradiz esta alegação — todos os pequenos países citados acima são mais ricos que seus vizinhos —, como também uma reflexão teórica mostra que tal alegação não passa de mais um mito estatista.

    Mogisenio:
    A flagrante incoerência aqui é a defesa do autor aos "países citados acima". Ora, nem deveria citar países, afinal, estes são ESTADOS. E ele explicitamente busca a inexistência de ESTADO.
    Aqui não estou dizendo que os outros que defende o Estado estão certos ou errados. Estou me limitando na tese do autor do texto que visa a INEXISTENCIA DO ESTADO substituindo-o por uma organização realizada por "liberais" após a secessão.

    Texto:
    Governos pequenos possuem vários concorrentes geograficamente próximos. Se um governo passar a tributar e a regulamentar mais do que seus concorrentes, a população emigrará, e o país sofrerá uma fuga de capital e mão-de-obra.Em suma, o mundo seria formado por pequenos governos liberais e seria economicamente integrado por meio do livre comércio e por uma moeda-commodity internacional, como o ouro. Seria um mundo de prosperidade, crescimento econômico e avanços culturais sem precedentes.

    Mogisenio:
    Aqui mais uma vez fica claro que o autor sugere que o PODER seja utilizado por LIBERAIS não democratas.
    Além de contrariar sua tese de ausência do Estado, agora defende que o poder se concentre ( o poder note bem) nas mãos de alguns liberais.
    E ainda supõe que "povo" simplesmente migra de um lugar para o outro abandonando todo que qualquer elemento que o liga culturalmente. Não se precisa discorrer muito para dizer que isso não seria povo. Talvez, um bando de nômades absolutamente desintegrados.
    Obviamente, não há como concordar com a opinião do autor neste particular.
    Note que somente com a minha opinião o autor já enfrenta série dificuldade de provar a sua tese. Imaginemos uma série de outros adeptos de meu pensamento e mesmo outros que possam contrariar tudo que foi dito até aqui.
    Nesse sentido, a necessidade uma forma relativamente razoável para enfrentar o problema da característica conflituosa do ser humano.

    Texto:
    O que o senhor tem a dizer a respeito do pensamento libertário em países em desenvolvimento? Eles podem adotar uma economia de mercado mais livre? O senso comum é o de que, quanto mais pobre um país, maior a necessidade de um governo forte e provedor. O senhor é otimista quanto ao futuro destes países no que diz respeito aos valores liberais-clássicos?

    Mogisenio:
    A pergunta é enviesada e já traz consigo preconceitos.
    Texto:
    A humanidade foi dotada desta faculdade esplêndida que é a razão. Por isso, sempre podemos ter a esperança de que a verdade irá vencer no final.

    Mogisenio:
    Concordo. Seres humanos são racionais. Todavia, por isso mesmo, é possível concluir que a VERDADE não é FINITA em matéria de relacionamento humano e social. Ainda bem que é assim.
    Aliás, cabe a pergunta: o que é verdade?

    Texto:
    Agora, se é possível ser otimista em relação a um determinado país, isso vai depender totalmente da seguinte questão: quantos membros (em termos de proporção) da elite intelectual deste país possuem um conhecimento sólido a respeito de fundamentos econômicos? Uma das tarefas centrais de um instituto que divulga ideias econômicas é produzir e multiplicar a quantidade destas pessoas, e assim criar motivos para o otimismo.

    Mogisenio:
    Aqui o autor delimita classes: Elitistas e não elitistas.
    Nada contra a delimitação. Porém, a delimitação não foi muito bem esclarecida. Não se explica como a praxeologia define classes . Aliás, classes parece contrariar a própria liberdade, amplamente defendida pelo autor.
    Creio que nem mesmo o notório Mises desenvolveu sua teoria em cima de "classe sociais".
    Mises parece ter defendido uma original teoria pura da economia. Em tese é possível concordar com os seus ensinamentos. Todavia, o problema não se resume a concordar ou discordar da teoria, mas sim , e a meu juízo, a forma de IMPLEMENTAR a teoria. Isso sim , na minha opinião, é o problema central até mesmo para se defender a melhor forma de Estado.

    Texto:
    Há apenas um caminho para a prosperidade geral: divisão do trabalho, poupança e investimento. FALSO

    Mogisenio
    Como pode chegar a tal afirmação categórica?
    Nesses moldes aqui tratados, temos mais tempo SEM DIVISÃO DO TRABALHO que COM DIVISÃO DO TRABALHO.
    Eu particularmente prefiro a NÃO DIVISÃO DO TRABALHO.
    Aliás, em outro comentário já disse que o fator de produção TRABALHO, deveria ser BANIDO de qualquer modelo econômico que , de fato, almeja o desenvolvimento humano. ( e aqui, por favor entendam que estou passando muito longe da propriedade coletiva)
    Reitero-lhe: defendo a propriedade privada e a livre iniciativa. O fator de produção TRABALHO deve estar contido nestes fatores.

    Texto:
    Países ricos são ricos porque, por meio de sua poupança e de seu investimento — ambos possibilitados pela divisão do trabalho —, acumularam uma grande quantidade de bens de capital per capita. Países pobres são pobres porque acumularam pouco capital.

    Mogisenio:
    Países ricos são ricos porque, pelo uso da COERÇÃO, chegaram à riqueza.
    Ora, o autor considera a riqueza de um país contrariando a própria tese de AUSENCIA DE ESTADO? Ademais, países só podem acumular receita derivada que é igual a despesa( gasto) o que , flagrantemente, contradiz toda a tese defendida pelo autor.
    O autor , ora defende um secessão para liberais, ora considera alguns países ricos. Ainda sugere uma suposta fórmula para que um suposto país se torne rico Ora, a riqueza não é do pais, mas sim dos seres humanos que habitam um determinado território etc.
    Além do mais, considerar rico um País ( Estado) é concordar com as teses macroeconômicas de Keynes ( manistream) .
    Portanto, absurdamente contraditória a articulação autor nesse particular.

    Texto:
    Meu conselho aos países subdesenvolvidos: adquiram a reputação de ser um lugar que respeita a propriedade privada, um lugar em que a propriedade, inclusive o dinheiro, está garantidamente a salvo (pense na Suíça, por exemplo). Assim haverá uma chance de prosperar. Caso contrário, nada feito.

    Mogisenio:
    O autor não apresentou premissas que sequer poderiam lhe proporcionar "aconselhamentos" a "países subdesenvolvidos.
    Ao contrário, negou a necessidade de existência de países, taxando-os como "agências" coercitivas e monopolísticas.
    Portanto, de acordo com o texto a conclusão é FALSA e , por isso mesmo, falaciosa.
    Finalmente, gostaria de deixar novamente bem claro que respeito a opinião de qualquer um, pois, defendo a liberdade, os direitos políticos e civis assim como , a justiça, a livre iniciativa , os direitos culturais, econômicos e sociais.

    Saudações


  • Anon  11/09/2013 15:00
    O que o subversivo leu?
  • André  11/09/2013 15:36
    "Os liberais clássicos defendiam que todo o aparato do governo fosse demitido de seus cargos após cada eleição"
    Não sabia disso...
    Mas devo lembrar que Hoppe já apresentou fortes argumentos para o fato de que um monarquia,
    onde tem um rei permanente, tende à ter melhores resultador, pois o rei tem maior
    tendência de querer que o país funcione bem no longo prazo.
    Mas é claro que os funças são uma categoria especial, pois eles não se sentem "donos" da coisa,
    já que eles não colhem lucros diretos caso sejam eficientes. Logo, no fundo, eles sabem que são
    apenas parasitas. E acho que qualquer parasita inteligente não quer matar a sua vítima, mas
    ao mesmo tempo quer sugar o máximo que puder. Sluuuuurrrp! Aaaahhh...


    "Uma última razão por que o estado cresce ilimitadamente é a ausência de entendimento sobre o que é o livre mercado. As escolas e as universidades são dominadas por esquerdistas e intervencionistas de todos os tipos. Todos os livros-textos seguem pregando que o intervencionismo é necessário. E assim todo o público permanece ignorante dos males causados pelo estado."
    Isso mostra que, infelizmente, a esmagadora maioria das pessoas simplesmente acredita naquela informação que ela
    ouve mais vezes, e vinda de um maior número de pessoas. Ao invés de aplicarem o senso crítica à tudo que ouvem.
    Se fizessem isso nenhum argumento esquerdista teria chance alguma de convencer tanta gente só pela repetição
    nauseante e apelo à emoção.

    Claro que esse quadro só tende à piorar no Brasil graças ao método de ensino socioconstrutivista propagado por Paulo Freire,
    que emburrece à todos. Tornando assim virtualmente impossível a aplicação do senso crítico à propaganda estatizante.
    Portanto ainda vamos chegar no fundo do poço, e então cavar bem fundo, para só um dia no futuro,
    quando chegarmos na rochas, ou na lava, alguém resolver olhar pra cima e ver a luz.

    Acho que o Brasil, e talvez a maior parte do mundo, vai descambar pro socialismo (oficialmente, pois na prática já é) como a Venezuela, e só vai começar à se livrar muito tempo depois, quando grande parte dos idiotas tiverem morrido nos gulags do século 21.
    Aguardemos os próximos 50 anos.

    Ah, espero estar errado nas minhas hipóteses, e que a divulgação das idéias libertárias façam efeito LOGO!
  • Gredson  11/09/2013 17:07
    Agora entendo porque chamam o Daniel fraga De "Extremista", dizer a verdade é ser extremista no Brasil...
  • Nilo BP  11/09/2013 17:13
    Ultimamente tenho me convencido de que não existe método rápido e certeiro de convencer as pessoas da solidez da posição libertária, muito menos de convertê-las. Para usar uma analogia militar, é uma guerra convencional, de posições, com infantaria e trincheiras, e não uma troca de ogivas nucleares.

    Por mais elegante e consistente que possa parecer para alguém que passou anos se aculturando, o libertarianismo é, para a maioria das pessoas, só outra teoria política que não vai lhes trazer retorno algum. Pior, porque ser libertário em um mundo estatista traz custos sociais significativos.

    Temos que assumir o risco e agüentar o tranco, tentando enfiar as idéias libertárias nas mentes das pessoas por entre as rachaduras da ideologia estatista. É um trabalho que requer "chutzpah", oportunismo, e principalmente paciência, mas não existe almoço grátis nem no campo das idéias...

    Eu achava que o Lew era muito insistente na parte da propagação das idéias, mas agora dei uma reviravolta completa e acho que ele não é insistente o suficiente! Os estatistas não conquistaram a opinião pública magicamente, sem esforço. É verdade que eles têm vantagens no "debate" do quem promete mais - principalmente por ignorarem convenientemente a realidade. Mas foi um longo caminho para eles, mesmo sendo ladeira abaixo. O nosso trabalho não vai ser mais fácil, muito pelo contrário, mas temos do nosso lado a honesta verdade, mesmo que ela não seja lá um paraíso na Terra.
  • Fabio Bastos  11/09/2013 17:13
    Com relação ao Assistencialismo eleitoreiro, acredito que com o fim do voto obrigatório boa parte do eleitorado que se beneficia do assistencialismo, como por exemplo o Bolsa família, não irá comparecer as urnas. Estará votando o eleitor mais consciente e que não tenha se vendido com assistencialismo.
  • anonimo  11/09/2013 22:35
    Boa noite.

    Discordo um pouco, acho que com o voto facultativo tudo vai continuar igual, ou talvez até piore, quem é de extrema esquerda vai continuar votando, basta lembrar dos professores que temos, consegue imaginar eles deixando de votar?

    Além disso, a grande parte dos "social-democratas" que conheço também continuará votando.

    Em relação ao texto, achei essa daqui a melhor parte:
    "Serviço público genuíno só pode ser encontrado na iniciativa privada. O verdadeiro servidor público é aquele sujeito que mantém sua loja de conveniências aberta 24 horas para que você possa fazer um lanche às 3 da manhã. É aquele sujeito que abre sua padaria às 5 da manhã para que você possa comer algo ainda quente antes de ir trabalhar. É a rede de fast food a quem você recorre quando seu estômago está vazio e as opções se esgotaram. Isso é serviço público."

    Obrigado.

  • Andre Cavalcante  11/09/2013 18:00
    "Quarto, devemos nos esforçar para colocar professores e alunos pró-livre mercado e pró-liberdade nas instituições de estudo superior, e tentar mobilizar as pessoas por meio de apelos de justiça e de eficiência econômica. Não há nada mais eficiente para incitar a ação do que atinar para o fato de que você está sendo roubado."

    Faz tempo que o Prof. Iorio defende isso por aqui. Precisava ler algo vindo dos gringos. Também penso que o problema é de consciência. Tá melhorando. Quando comecei a ler os artigos do IMB tínhamos 10 comentários no máximo e depois de alguns dias. Hoje em horas temos essa cifra. Não raro artigos chegam a casa dos 50 comentários. Mas a questão das universidades é grave. Se não substituirmos a "elite intelectual" lá dentro é muito difícil termos alguma abertura fora da Internet.
  • Bright  12/09/2013 00:22
    A solução para se destruir o estado tem nome: bitcoin.
  • Fábio Pereira  12/09/2013 17:31
    Sou iniciante nos estudos da Escola Austríaca e realmente me fascina como ela explica com simplicidade coisas (como a inflação por exemplo) que parecem alienígenas e dificílimas de entender sob os pontos de vista de outras escolas econômicas. Navalha de Occam sempre ajuda.

    No entanto, há um contra-argumento que ainda não consigo vencer, talvez por eu ainda estar "verde". A Escola Austríaca afirma que o Estado é incapaz de gerar riqueza, apenas subtraindo-a ou roubando-a da parcela produtiva (ou seja, iniciativa privada) da população. Mas recentemente fui confrontado nessa visão e sinceramente não sei como responder.

    Imaginemos que o Estado precise fazer um recenseamento e, por licitação, contrate um engenheiro de software para escrever um programa que facilite a adição, armazenamento e busca posterior dos dados da população. Esse engenheiro não estaria produzindo riqueza (o programa), no caso? Ainda que com dinheiro público, "roubado" da população, o Estado não produziu um bem contratando esse profissional? Ou isso não seria válido, porque o bem produzido não representou os anseios de um livre mercado?

    Obrigado.
  • Michel  12/09/2013 17:57
    Você mesmo já respondeu parcialmente à pergunta. Além de não ter havido uma genuína demanda pelo recenseamento, não há nenhum motivo para acreditar que a criação de um software que coleta dados da população e os repassa ao governo é algo benéfico -- muito menos que tal mecanismo de espionagem seja "gerador de riqueza".

    O que irá acontecer é que o governo utilizará estes dados para fazer políticas intervencionistas e de cunho eleitoreiro, inerentemente destruidoras de riqueza.

    O censo e o despotismo
  • Arthur M M  12/09/2013 18:16
    Sim, ele produziu. Mas tenho questões a serem respondidas. Ele produziu com dinheiro do "contribuinte", o que nos leva a primeira pergunta: As pessoas que ficaram com menos dinheiro também não investiriam (lembrando da poupança) direta ou indiretamente ? Logo, temos que o governo não produziu nada além do que seria produzido pelas próprias pessoas, o que nos faz lembrar de um economista do passado, Bastiat, que já disse "na economia temos o que se vê e o que não se vê". Nesse caso vimos o governo criando um programa que será útil para alguém, ainda que não saibamos quem, mas e o que não se vê ? Não se vê que esse recurso seria utilizado pelas próprias pessoas na tentativa de melhorar suas próprias condições, de diversas formas. Outra pergunta, esse programa será utilizado pelo governo para garantir que os contribuintes "contribuam" ? Isso é gerar ou destruir riqueza ? Terceira, já que o governo aparentemente produz por que os estados de economia planificada, em que o governo produzia toda a riqueza não foram pra frente ? Quarta, como o governo sabe que o que ele está propondo fazer trará melhores resultados futuros para a sociedade do que se deixasse as pessoas melhorarem suas próprias vidas ? Quinta, E se o que o governo está se propondo a fazer não der certo e não produzir a riqueza esperada, como fica ? Entre essas questões que eu levantei, e que você poderá levantar com quem você conversa, a que eu acho mais importante é como o governo sabe que produziu riqueza a ponto de quitar pelo desvio de recursos que ele fez, por exemplo a transposição do rio São Francisco. A CPTM daqui de São Paulo "tem prejuízo" todo ano. Como eles sabem que dá pra fazer ou não melhor, que dá pra produzir mais riqueza ou não ?
  • Pobre Paulista  12/09/2013 18:37
    Discordo em parte. Ele não produziu nada.

    Veja: Ele fez um sistema para o censo. Mas a quem interessa o recenseamento? Ora, se houvesse demanda legítima para isso, diversas empresas privadas estariam brigando para oferecer isso pelo menor custo possível. Mas na verdade o recenseamento é apenas mais uma das intermináveis burocracias inúteis que o estado gera. Portanto não produziu nada, pois o recenseamento interessa apenas para que o governo continue sendo mais governo. Veja aqui no Mises alguns artigos sobre a falácia do bem público ou coisa parecida (Peço perdão, não encontrei o link).

    De resto seu argumento está OK, pois esse dinheiro roubado da população poderia e deveria estar sendo melhor utilizado pelas próprias pessoas.
  • Pedro.  13/09/2013 17:28
    Eu alteraria o trecho:

    "Há duas maneiras de uma pessoa ganhar a vida: voluntariamente por meio do processo de mercado ou coercivamente por meio do processo político."

    Para:

    "Há duas maneiras de uma pessoa ganhar a vida LEGALMENTE: voluntariamente por meio do processo de mercado ou coercivamente por meio do processo político."

    Porque na verdade há o meio coercitivo sem ser pelo processo politico; ou então haveria três maneiras e não duas:

    "Há TRÊS maneiras de uma pessoa ganhar a vida: voluntariamente por meio do processo de mercado ou coercivamente por meio do processo político ou coercitivamente através do crime".

    Afinal, crime é aquilo que o Estado determina como tal, como ilegal.
    ...Há que se ter sempre em mente que o fato de algo ser legal, legalmente permitido, não significa que seja legitimo.

    Eu diria que legal esta para moral como legitimo esta para ético.

    Abs.
  • Pedro.  13/09/2013 17:48
    Perfeitíssimo:

    "Sempre nos dizem que a grande mídia é oposição ao governo, qualquer que seja ele — um mito muito útil para ambos. Na realidade, governo e mídia são aliados em todos os assuntos fundamentais. Tomando-se o exemplo para apenas uma área, a mídia sempre estimula a expansão estatal ao papaguear as declarações econômicas do governo: seja a última enganação declarada pelo Banco Central, ou algumas alegações presidenciais sobre cortar gastos, TODA A MÍDIA NADA MAIS É DQ QUE UMA CAMARA DE RESSONANCIA" ...acresço: dos interesses do aparato estatal.

    Campanhas, propagandas-jornalisticas, programação afinada ideológicamente, destaques convenientes no noticiario e etc.. Perceba-se inclusive o fato dos governos/Estado sempre concederem privilégios oficiais e oficiosos aos midiáticos. Aliás Nietzsche já naquela época tinha verbalisado o fato de artistas estarem sempre amancebados com os poderosos do momento e com o Poder em si.

    Um dos melhores artigos já aqui publicados. Sem sombra de dúvida esta entre os 3 melhores (minha opinião).

    O artigo toca em pontos raramente aventados, se aventados, e o faz com maestria.

    Brilhante no úrtimu!!!!
  • Carlos Marcelo  14/09/2013 03:04
    Dos autores deste site, gostaria de umas ideias: quando algum conhecido meu diz, numa roda de discussão, alguma besteira econômica do tipo "A URSS era boa, mas não deu certo por pequenos problemas internos" ou "Aquilo não era socialismo verdadeiro" ou ainda que "gastos públicos estimulam a economia", como vocês argumentariam? Será que eu devo discorrer mais sobre a teoria que explica o meu lado, ou partir direto pros casos reais? Apontar consequências práticas, ou esclarecer os princípios morais? Ser mais sarcástico, ou explanar com gentileza e paciência?
  • Mariana  14/09/2013 18:39
    Também sou novata nos estudos da EA e liberalismo (muito embora já tenha me apaixonado pela Ayn Rand de cara), e também me deparo com esse tipo de argumentação frequentemente (inclusive de amigos e gente muito querida por mim). Fico feliz de ver que, a cada dia, mesmo que de forma lenta, leio mais e mais comentários como o seu (e o meu), de gente que está recém abrindo os olhos em relação às naturezas do estatismo, do coletivismo, e demais 'ismos' tão prejudiciais a uma sociedade que, vai ficando claro, anseia por liberdade. Estamos juntos nessa!
  • Bright  15/09/2013 21:07
    Simplesmente pergunte a eles o que é socialismo/comunismo. Eles devem saber, pelo menos, o que estão defendendo. Assim, fica mais fácil refutá-los, mostrando que a URSS é, sim, socialista até o talo.

    Se eles não souberem explicar, ou se derem uma explicação errada, desmascare-os. Quando eles estão indo para a lona, eles costumam distorcer o significado de socialismo. Assim, fica muito fácil vencer qualquer debate.
  • Rodrigo  15/09/2013 19:23
    Eu fico realmente impressionado como que as pessoas em geral que se querem muito espertas, pois a toda hora se escuta alguém xingando alguém de trouxa, otário, mané e por aí vai, não se aperceberem da roubada, do golpe, da vigarice que é esse "negócio" de governo, estado e quitais. Ora, se alguém precisa contratar alguém para executar um trabalho que não pode ser feito pelo próprio é claro que a busca será pelo melhor profissional ao menor custo e com regras claras de contrato para que ninguém saia lesado e chegue a cabo em paz, com possibilidades futuras de novas contratações. Durante a execução do trabalho qualquer contratante, que não seja mané, vai exercer uma fiscalização rigorosa sobre o contratado para que tudo saia de acordo com o que foi combinado. Pois bem, com os chamados governantes essa relação se altera e se transfigura numa coisa totalmente bizarra e sem sentido, senão vejamos: a) o contratante não tem a menor ideia do que o contratado vai fazer; b) o contratado é quem determina o próprio salário e forma de pagamento, subcontratando quantos auxiliares quiser e mandando a conta para o contratante; c) o contratante não tem meios de fiscalizar a obra seus custo e materiais empregados a não ser por meio de auditores ou fiscais desconhecidos e cujo custo lhe é remetido à revelia; d) o contratado vira patrão do contratante e passa a mandar no contratante exigindo que lhe obedeça, dê-lhe mais dinheiro, se comporte como ele manda e...cale a boca. Daí que sempre penso que os chamados eleitores do mundo merecem camisa de força ou então vivem, desde sempre, cheirados, fumados ou coisa que o valha.
  • Anarcofóbico  16/09/2013 00:15
    Para os que buscam uma compreensão da importância do crescimento do estado:

    Só crescimento liderado pelo Estado leva à recuperação, defende economista
  • Leandro  16/09/2013 11:17
    "os gastos governamentais subiram, mas não o suficiente para restaurar um crescimento robusto."

    Certa vez, escrevemos aqui que os keynesianos têm apenas uma linha de argumento: eles dizem que o aumento dos gastos irá acabar com uma recessão, mas se, no entanto, os gastos aumentarem e a recessão não acabar, então eles apenas dizem que os gastos não aumentaram o suficiente.

    Escrevemos isso e alguns leitores nos acusaram de reducionismo e de estarmos apenas fazendo chacota. Taí a comprovação.

    "Só o crescimento liderado pelo setor governamental vai permitir que os países se recuperem plenamente, reduzindo o endividamento privado."

    Lógica curiosa. Por definição, um agigantamento do setor estatal só ocorre mediante o financiamento concedido pelo setor privado. No atual arranjo monetário e financeiro, o estado só cresce se conseguir se financiar continuamente mediante o setor privado. E isso, também por definição, significa que investimentos produtivos deixarão de ser feitos em troca do financiamento da burocracia e da máquina pública. Bancos deixarão de emprestar para empreendedores e irão emprestar para o estado. Segundo o autor, isso levará a uma "recuperação plena". Isso é mágica.

    "Nenhum dos neoliberais viu a crise chegar."

    Corretíssimo. Nem os neoliberais e nem os keynesianos (Paul Krugman, aliás, havia dito que era necessário criar uma bolha imobiliária para curar a recessão gerada pelo estouro da bolha das empresas pontocom). Apenas os austríacos previram tudo.

    "De fato, todas as políticas que eles recomendavam ajudaram a trazer a crise e nem deveriam ser ensinadas nos cursos de economia. Neoclássicos, círculo de negócios real, novo consenso monetário, regras de Taylor, hipótese de mercados eficientes: tudo deveria ser relegado à lata de lixo da história dos cursos de pensamento econômico. Todas essas teorias estão completamente desacreditadas."

    Parcialmente correto. Ele apenas se esqueceu de incluir na lista todas as políticas keynesianas. Mas aí ninguém compraria seu livro.

    "No entanto, os administradores públicos perderam a cabeça com o aumento dos déficits orçamentários. Optaram pela austeridade e cederam à grande finança. Assim, não temos estímulos fiscais suficientes e nenhuma regulamentação significativa."

    Qual austeridade?

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1465
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1684
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1472


    "Não posso dizer com certeza, mas prefiro muito mais taxas permanentemente baixas. Zero é provavelmente o melhor. Elevar as taxas de juros não é uma boa maneira de combater a inflação. Se o problema é excesso de empréstimos e gastos, é melhor usar controles de crédito. Se o câmbio está caindo mais que o desejado, é melhor adotar controles de capital. Sei que acordos internacionais e a política interferem nisso."

    Essa entrevista foi concedida dentro de um manicômio.
  • Emerson Luis, um Psicologo  16/09/2013 11:03
    Muito bom o texto.

    No século 19 o sistema escravista parecia impossível de ser abolido, foram décadas de luta em palavras e ações legais até finalmente acontecer. A propagação do liberalismo é uma batalha por corações e mentes, pessoa por pessoa.

    * * *


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