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Por que a economia não é um jogo de soma zero
O bolo não possui tamanho fixo; ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos

Apesar de toda a ampla literatura disponível, ainda há pessoas que genuinamente acreditam que a economia é um jogo de soma zero, isto é, que para algumas pessoas ganharem outras têm necessariamente de perder.  

Tais pessoas acreditam que a economia seria uma espécie de bolo, cujo tamanho é fixo e representa toda a riqueza disponível. Sendo assim, cada indivíduo que se apossa de uma fatia está na realidade retirando esta fatia da boca de outro indivíduo.  

A verdade, no entanto, é que este bolo de riqueza não tem um tamanho fixo; ao contrário, ele cresce de maneira tal que há cada vez mais quantidade disponível para todos.

As circunstâncias e as ações

O fundador da Escola Austríaca de economia, Carl Menger, deixou claro que, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas: 1) deve existir uma necessidade humana; 2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana; 3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa.

Tendo em mente estas quatro circunstâncias às quais o austríaco condicionou a existência de bens econômicos, podemos deduzir por que a economia não é um jogo de soma zero na qual toda a riqueza possível já se encontra dada de antemão.

Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos.  

A madeira das árvores deve ser cortada e processada para a fabricação de abrigos dentro dos quais iremos morar; as terras têm de ser aradas e cultivadas para que possamos colher alimentos que irão saciar nossa fome; o ferro e o alumínio têm de ser extraídos das minas para que seja possível a fabricação de aviões que irão nos transportar de um ponto do globo a outro.  

Só é possível criar riquezas quando transformamos coisas (que não satisfazem diretamente nossos desejos) em bens (que satisfazem). É por isso que recursos minerais que estão no subsolo não configuram riqueza por si só. Eles têm antes de ser transformados. E isso só irá ocorrer com investimentos maciços, mão-de-obra capacitada e tecnologia avançada.

Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez, requerem o uso de outros bens econômicos.  

Em outras palavras, dado que não somos oniscientes, não apenas temos de criar bens econômicos a partir das coisas que nos circundam, como também temos de descobrir informações acerca de como transformar essas coisas em bens econômicos — informações que, por si só, constituem uma nova fonte de riqueza.

Terceiro e último, por mais adequado que seja um bem em satisfazer nossas necessidades, ele será totalmente inútil se não o tivermos ao nosso alcance. A natureza pode ter sido generosa em nos agraciar com rios caudalosos por todo o planeta; no entanto, estes rios não proporcionarão nenhum serviço àquele indivíduo que se encontra no meio do deserto. 

Em outras palavras, não apenas temos de produzir os bens, como também temos de saber distribuí-los aos seus usuários finais. 

As trocas voluntárias explicitam nossas preferências subjetivas

Em nossos sistemas econômicos, produção e distribuição andam de mãos dadas: com o intuito de maximizar nossa eficiência na fabricação de bens econômicos, cada um de nós se especializa em produzir um ou dois bens econômicos no máximo, mesmo que necessitemos de uma grande variedade deles para satisfazer nossas mais diversas necessidades — ou seja, somos produtores especializados e, ao mesmo tempo, consumidores generalizados.

Demandamos os mais amplos e variados bens econômicos e, em troca, podemos apenas ofertar nossa extremamente limitada e específica especialização. E, ainda assim, as trocas ocorrem. Portanto, a maneira de termos acesso aos mais diversos bens econômicos é oferecendo em troca nossa extremamente limitada oferta de bens.  

E isso ocorre por meio das trocas comerciais.

O problema é que, desde Aristóteles, a humanidade acredita que as trocas comerciais ocorrem somente entre bens com igualdade de valor. Se o bem A é trocado pelo bem B, então necessariamente o valor de A deveria ser igual ao valor de B. Consequentemente, nenhuma troca comercial poderia gerar valor, e sim apenas redistribuí-lo.  

A interpretação alternativa (a de que o valor de A seria superior ao de B, ou vice-versa) seria ainda mais desalentadora, pois implicaria que, em toda e qualquer transação, um lado ganharia à custa do outro (ele entregaria algo com um valor objetivo maior em troca de algo com um valor objetivo menor).

No entanto, graças a Carl Menger, que popularizou a descoberta de que o valor dos bens não é objetivo mas sim subjetivo, a realidade se comprova totalmente distinta: em toda e qualquer transação comercial, cada lado atribui àquele bem que está recebendo um valor subjetivo maior do que àquele bem que está dando em troca. 

Afinal, se não fosse assim — se você não valorizasse mais aquilo que está recebendo do que aquilo que está dando em troca —, a transação simplesmente não ocorreria. 

Se João voluntariamente decide comprar um carro de Pedro por  $ 20.000, o que podemos depreender de imediato desta transação é que João, presumivelmente, valoriza aquele carro mais do que qualquer outro bem ou serviço que ele pode obter com seus $ 30.000. Igualmente, Pedro valoriza mais o que ele pode fazer com $ 30.000 do que com seu carro.

João incorreu nesta transação porque acredita que ela o deixará em melhor situação — seja material, psicológica ou até mesmo financeira (ele pode, por exemplo, utilizar o carro como instrumento de trabalho e, assim, auferir um fluxo de renda futuro).

O mesmo vale para Pedro.

Ambos, por definição, não teriam incorrido nesta transação voluntária caso acreditassem que ela os deixaria em pior situação.

Quão melhor eles ficaram após a transação? É impossível responder com precisão. Podemos apenas dizer que, para João, seu ganho foi a diferença entre o valor de uso que ele atribui ao carro adquirido e o valor de uso que ele atribuía ao $ 30.000 que deu a Pedro.

E, para Pedro, seu ganho foi a diferença entre o valor de uso que ele atribui aos $ 30.000 que ganhou e o valor de uso que atribuía ao carro que deu em troca. (E não há nenhum motivo para dizer que os ganhos de João e Pedro são, ou deveriam ser, iguais).

Por isso, dizer que o valor de um bem ou serviço é subjetivo significa dizer que o valor deste bem ou serviço depende do uso e do grau de importância pessoal (subjetiva) que alguém (João no nosso exemplo) confere a ele. Se o bem ou serviço servir para algum fim ou propósito, então terá valor para ao menos uma pessoa.

Em decorrência deste fato, conclui-se que os indivíduos geram riqueza ao simplesmente trocarem bens econômicos. Ao fazerem isso, eles estão recorrendo a um meio (trocas comerciais) para chegar àqueles fins que lhes são mais valiosos.

Simplesmente não tem como ser soma zero

Em definitivo, a economia não é um jogo de soma zero, uma vez que durante todo o processo de produção de bens e serviços estamos gerando riqueza: seja quando investigamos como converter coisas em bens, quando de fato convertemos as coisas em bens, e quando distribuímos os bens por meio das trocas comerciais.

Ao contrário do que supõem os socialistas — que toda a riqueza já está criada e dada, e que é necessário apenas redistribuí-la —, o livre mercado é o único arranjo no qual os indivíduos podem se organizar de modo a incrementar ao máximo possível a oferta de bens e serviços, os quais iremos utilizar para satisfazer de maneira contínua nossos mais variados fins.

A economia, portanto, não é um jogo de soma zero, mas sim um jogo de saldo positivo e expansivo — a menos que o estado entre em cena e se aposse destes ganhos. 

O bolo não está dado e não possui tamanho fixo. Ao contrário: ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos — exceto se o estado entrar em cena e gulosamente abocanhar uma grande fatia.



autor

Juan Ramón Rallo
é diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri.  É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.


  • josé carlos zanforlin  02/12/2013 14:16
    Os argumentos são convincentes de que a economia não é jogo de soma zero.
    Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão?
  • Sauron  02/12/2013 14:55
    Como assim?! Como explicitado no primeiro e no antepenúltimo parágrafo, uma das coisas que mais se ouve hoje é que a economia é um jogo de soma zero, que todas as riquezas do mundo já estão dadas e sao estáticas, e que por isso é necessário fazer uma redistribuição de renda.

    O jogo da soma zero é um dos mitos mais duradouros da economia. Nao entendi por que você acha perda de tempo desmitifcar este mito.
  • jose carlos zanforlin  02/12/2013 15:46
    Não sei, da minha indagação, de onde se pode concluir que eu acho "perda de tempo desmitifcar este mito".

    Simplesmente, não sendo economista, julgo interessante atribuir razão, qualquer razão, para não ser a economia jogo de soma zero, e não apenas demonstrar (como ficou demonstrado) que não é jogo de soma zero
  • Pedro Ivo  02/12/2013 17:09
    Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão?

    [1] É teórica, pois como visto, decorre a priori de um conjunto de postulados (que estão claramente expostos em Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo).

    [2] "Pragmática" é uma palavra com vários significados. Se você ler o verbete de "pragmática" num dicionário de filosofia vai ver no cipoal que se meteu. Não tenho certeza do significado que você atribuiu à palavra: vou tentar responder assim mesmo correndo risco de não responder àquilo que você deseja realmente.

    [2.1] "Pragmática" como sinônimo de "empírico": Toda afirmação teórica tem implicações pragmáticas/empíricas, pois uma teoria é uma síntese que procura agrupar um conjunto de fenômenos numa explicação a partir de um conjunto de princípios. Toda teoria tem seus pressupostos (afirmações mínimas a partir das quais as d+ são derivadas: às vezes também chamados por axiomas ou postulados), e tenta a partir de 'regras de inferência' aplicadas aos pressupostos deduzir outras sentenças. Espera-se as sentenças deduzidas sejam os fenômenos referidos, ou seja: que os fenômenos concretos sejam inferíveis a partir de abstrações. Em Praxeologia (e Economia é uma das várias ciências praxeológicas) estuda-se a ação humana em suas características lógico-formais, logo, adota-se um "critério de verdade lógico-formal".

    [2.2] "Pragmática" como sinônimo de "aproximativo": teorias físicas sempre são "uma síntese que procura agrupar um conjunto de fenômenos numa explicação a partir de um conjunto de princípios". Mas também sempre são aproximativas. I.é: mesmo leis diferenciais como "E= mc2 (energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado)" são aproximações, pois quando você faz medições dos eventos concretos, elas são muito próximas à lei diferencial, mas sempre variam dentro de uma margem de erro. Mas economia e praxeologia não adotam um "critério de verdade pragmático", e sim um "critério de verdade lógico-formal".

    Expliquei ou compliquei?
  • jose carlos zanforlin  02/12/2013 17:19
    Explicou (e desbastou o "cipoal").
    grato

  • Pedro Ivo  03/12/2013 11:27
    Às ordens.
  • Emerson Luis, um Psicologo  02/12/2013 16:26

    Essas conclusões possuem diversos tipos de utilidade prática.

    1- Liberta-nos do complexo de vítima e da amargura de acreditar que somos necessariamente explorados;

    2- Retira o pretexto de quem busca o lucro predatoriamente, justificando que "o mercado é assim mesmo";

    3- Orienta sobre como melhorar nossa situação econômica: satisfazendo necessidades e/ou desejos dos outros para que eles satisfaçam os nossos (reciprocidade);

    4- Exorciza a crença de que o dinheiro e o lucro são intrinsecamente maus;

    5- Contribui para termos maior satisfação na vida e senso de propósito: você não age apenas pelo dinheiro e se vê como alguém que beneficia os outros e faz parte de "algo maior do que nós mesmos".

    Um provérbio judaico diz que existem três tipos de oração: a prece, o estudo e o trabalho.

    * * *
  • eugenio  04/02/2018 15:30
    ECONOMIA, UM JOGO DE INTERESSES , uma vez que tudo que é forma de riqueza tem valor RELATIVO OU SUBJETIVO,conforme cada "mercado", ocasião,oportunidade,alguns exs

    - conforme necessidade/oportunidade("meu reino por um cavalo")

    -conforme o local- agua num deserto-lenha , carvão em locais de frio e neve

    -prestação de serviços fora da hora normal altera o preço

    " O fundador da Escola Austríaca de economia, Carl Menger, deixou claro que, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas:
    1) deve existir uma necessidade humana;
    2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana;
    3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa."

    ENFATIZO , TODA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO COMO UMA FORMA DE RIQUEZA, e que pode ser transitória,passageira,não muito clara no "item 4" , de USO E FRUTO PASSAGEIRO E TRANSITÓRIO.

    MOEDA OU DINHEIRO uma ferramenta de troca, permite trocar riquezas de valores diferenciados , VIRTUAL mais recentemente.

  • anônimo  02/12/2013 17:21
    A utilidade prática tem a ver com o professorzinho de história da quinta série, botando na cabeça das criancinhas como o brasil era explorado exportando cana de açúcar e importando produtos industrializados.
    Ou então mais recentemente, comprando produtos americanos.Eu me lembro como se fosse ontem, 'nós somos o quintal dos EUA' eles diziam.
    Coisa de gente que está sempre desesperada pra bancar a vítima, se você compra o brinquedo do mickey você não é um explorado nada, você sai ganhando e o vendedor sai ganhando.
    A utilidade prágmática...é se livrar de mais uma mentira esquerdista.
  • Kira  03/02/2018 02:45
    "Os argumentos são convincentes de que a economia não é jogo de soma zero.
    Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão? "

    experimenta explicar pra um socialista que acredita em planificação de preços e mais valia!
  • Eduardo  14/09/2022 14:39
    Os socialistas de esquerda dizem que a economia é um jogo de soma zero, porque querem substituir o ser humano imperfeito por uma abstração pura, por uma quimera, como se o mundo humano fosse feito somente de classes sociais e eles, justamente eles são ricos, não se vê uma socialista pobre. Essa desculpa é somente para introduzir um regime de escravidão, pisar na democracia, se tornar comandante em chefe de uma nação e subjugá-la como foi feito na China, Rússia, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã e Laos. A igualdade é comum para os outros, mas, para quem está no governo o conceito muda para MAIS IGUAL. Comunismo para você e capitalismo para mim.
  • Revoltado  14/09/2022 15:57
    Lembro-me agora da lógica ambientalista do ESG:
    Enquanto exigem que não viajemos de avião/jatos e comamos insetos como principal fonte de proteínas, levando uma vida bastante socialista, pessoas como Leonardo di Caprio viajarão até à morte em seus próprios jatos privados, comendo das melhores carnes (a menos que seja vegetariano, não sei) e navegando pelos sete mares em seu iate privado, enquanto interage carnalmente com ninfetas de até 24 anos de idade, usufruindo do bom que o capitalismo oferece, como de hábito.
  • Rafael  02/12/2013 15:34
    Bom texto! Eu sempre tive dúvida sobre essa afirmação.
    Lembro que um professor do cursinho pré-vestibular onde estudo falou isso: "Pra alguém ser rico, alguns tem que ser pobres"
    Eu não sabia explicar o motivo disso estar errado e fiquei calado.
  • anonimo  02/12/2013 18:45
    Passei pelo mesmo, ele disse se "vc compra algo, alguém ficou mais rico e outro mais pobre."

    Achei sem sentido, mas não retruquei, e olha que na época sequer conhecia o IMB ou algo do tipo.

    Só uma pergunta, o cursinho é em SP? Só pra saber se é o mesmo professor...

    Obrigado.
  • Rafael  02/12/2013 19:34
    É na Grande SP,e ele é meu professor de Historia. Porém, esses maus professores estão espalhados pelo país inteiro, quase todas escolas e faculdades tem um desses.
  • anonimo  02/12/2013 19:51
    O meu era de história tb. O nome é Mannaro? Ou algo do tipo? Se for de certa forma fico feliz, pois se não for, daí é como vc falou, é uma epidemia de professores com o mesmo tipo de pensamento.

    Obrigado.
  • Pedro Ivo  02/12/2013 16:38
    A economia, portanto, não é um jogo de soma zero, mas sim um jogo de saldo positivo e expansivo — a menos que o estado entre em cena e se aposse destes ganhos.

    O bolo não está dado e não possui tamanho fixo. Ao contrário, ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos — exceto se o estado entrar em cena e gulosamente abocanhar uma grande fatia.


    Quem se lembra da declaração dos 'milicos' após 1964: "1º deixaremos o bolo crescer para depois redistribuir". - "A história se repete duas vezes: a 1ª como drama, a 2ª como tragédia" já dizia (e participava da dramédia) Karl Marx.
  • Marcelo Simoes Nunes  22/08/2014 17:41
    Quando se fala em valor, isto é, em valor de troca de um bem, nos referimos ao valor de mercado de um bem, que, traduzido em moeda, corresponde ao que chamamos de preço. Logo, economistas de variadas correntes e o povo em geral entendem que há uma presumida correspondência entre os valores de bens negociados. A abordagem de que o valor de troca é subjetivo, constitui, portanto, uma ideia inovadora (ainda que não nova) sobre o tema. Diria que é o óbvio que não se vê. Na pratica acontece exatamente como o autor explica, mas o que se observa no geral (como ocorre num supermercado)são os preços alinhados e definidos pelo vendedor. Esse alinhamento causa a ilusão de que os valores mercantis não sejam subjetivos, mas de fato são. A ideia é tão simples e tão óbvia que chega a ser genial.
    A sua consequência é a possibilidade de haver um aumento de capital resultante de uma simples troca. Parece uma mágica, mas não é. Esse efeito decorre da realocação dos bens. Em outras palavras o capital não cumpre sua função intrínseca se não estiver adequadamente alocado. Por exemplo, se fulano possui duas enxadas e sicrano nenhuma, o capital de fulano está sendo sub utilizado. Efetuando uma troca com sicrano, o mesmo capital dobra sua produção. É lógico portanto de a ideia do valor subjetivo somente gera esse efeito econômico se a troca envolver bens de capital, caso contrário geraria apenas mais satisfação aos negociantes. Outra questão a observar é que, embora se possa exemplificar o valor subjetivo de troca com um caso individual, em que determinado bem tenha para alguém um valor superior ao de mercado, na verdade é o próprio mercado quem define o valor médio de um bem, na interação entre vendedores e compradores, e o resultado desse confronto é a ponderação de valores subjetivos. Isto é, o próprio valor de mercado é um valor subjetivo. Fica claro também que, mesmo se alguém quiser trocar um bem, cujo valor de mercado tenha para ele, subjetivamente,um valor diferente do valor de mercado, ele vai mesmo acabar trocando o bem pelo valor de mercado, a menos que ele não se encontre em mercado, como seria o caso de alguém morrendo de sede em um deserto e diante de um único mercador com uma garrafa de água. Nesse caso ele daria todo o seu ouro por um gole. Já se ele estivesse em uma cidade, ele atravessaria a rua e compraria a água no primeiro bar que encontrasse, ao preço de mercado.
  • Vitito  28/10/2020 06:29
    Carl Menger explica isso por meio da lei de utilidade marginal
  • Marx contra a logica perversa do capitalismo  02/12/2013 18:14
    Lógico que é um jogo perverso de soma zero. É como no esporte: para um ganhar, o outro precisa perder. Preciso desenhar?

    KKKKKKKKK! Matei a pau!
  • anônimo  02/12/2013 21:38
    Já que riqueza não se cria, apenas se divide, por tal lógica genial do marxismo, deveríamos, ainda, estar no paleolítico, disputando (ou dividindo, segundo nosso amiguinho) punhados de frutinhas.
  • Helio Santos  03/12/2013 12:07
    Entao explica porque os modelos Socialistas fracassaram?
  • Professorzinho de história, de colégio municipal de periferia.  01/02/2018 18:12
    É porque o socialismo de cáu marquís nunca foi implementado.
    Todos os líderes traíram os ideais socialistas, sendo assim o verdadeiro socialismo nunca foi implementado.

    Vamos implementar aqui no Brasil o verdadeiro socialismo de cáu marquís, vocês vão ver como funciona.
    É só eleger as pessoas certas.
  • felipe  02/12/2013 22:14
    A teoria da utilidade subjetiva pode ser aplicada ao fato de que, em uma determinada economia, um jogador de futebol pode ganhar milhões de reais enquanto um trabalhador comum recebe uma renda bem inferior à dele?
    Questiono isso, porque algumas pessoas que conheço não conseguem conceber esta ideia.
    Para explicar seu posicionamento, elas sempre partem do princípio da igualdade de valor das coisas. E eu, sem sucesso, tendo explicar aquela ideia com base na utilidade subjetiva.
  • Leandro  02/12/2013 23:20
    Jogadores de futebol ganham muito porque há várias empresas patrocinando os times* e os campeonatos. E há várias empresas patrocinando os times e os campeonatos porque há várias pessoas dispostas a ver o esporte e a pagar por isso (seja indo aos estádios, seja comprando pay per view, seja simplesmente vendo na TV, que fatura alto com anúncios comerciais).

    Ou seja, as pessoas subjetivamente atribuem grande valor ao futebol.

    Podemos condenar essa postura e considerá-la uma grande bobagem. Mas o fato que tal valorização subjetiva existe é incontestável. Eu particularmente não entendo por que pessoas assistem a futebol, que nada mais é do que um mero passatempo para crianças. Trata-se de um esporte que não gera nenhum aumento da qualidade de vida do cidadão comum -- ao contrário, por exemplo, do automobilismo, cujas inovações tecnológicas sempre chegam aos automóveis de rua.


    * No Brasil, o futebol já se encontra quase-estatizado. A Caixa Econômica Federal e outros bancos estaduais patrocinam quase todos os grandes times do país. Mais um motivo pelo qual venho tendo um crescente desdém por esse esporte.
  • Fábio  03/12/2013 16:49
    Obrigado, Leandro, pela resposta.

    Sua observação, mais o fato de o valor ser subjetivo, me fizeram lembrar de ainda outra coisa.

    Trabalho num ramo específico das Artes Plásticas cujos artistas são extremamente mal pagos e desvalorizados aqui no Brasil, mas muitíssimo bem vistos, pagos e solicitados em países de primeiro mundo e com o mercado mais livre (ou menos preso) do que o nosso, como os EUA, a França, a Itália, o Japão e a Coréia do Sul.

    Essa tamanha discrepância se deve principalmente à existência da subjetividade do valor, embora eu também poderia dizer sem medo de errar que o desprezo que o brasileiro médio tem por bens de alta cultura é um fator que pesa negativamente no meu ramo. Há também o fato de que, aqui, meu setor é dominado por monopólios conluiados com políticos, e os pesados impostos mais a burrocracia desencorajam qualquer novo empreendedor de tentar competir com os medalhões que já se estabeleceram à custa de fraudes e favoritismo governamental por meio das malditas Leis de Incentivo à Cultura.
  • Alexandre M. R. Filho  03/12/2013 20:05
    Tá na cara que o Leandro torce pra algum timinho. Cruzeiro ou Galo?
  • Leandro  03/12/2013 20:21
    Olha só que beleza.

    Pressão política marca avanço da Caixa Econômica no patrocínio de times futebol

    Banco pode estar em metade das camisas da séria A em 2014

    O velho slogan "Vem pra Caixa você também" nunca foi tão verdadeiro no mundo do futebol. Num movimento crescente, o banco estatal já destina R$ 97 milhões por ano a 11 times, estampando sua marca no espaço principal de patrocínio de camisas diversas das séries A e B do Campeonato Brasileiro. A quantia ultrapassa o que o Barcelona recebeu em 2013 da Qatar Airways -- e está em viés de alta.

    Como líderes da classificação dos desembolsos para o futebol, estão Corinthians (R$ 31 milhões pela logomarca no peito e nas costas), Flamengo (25 milhões, para ocupar peito, ombro e calção) e Vasco, que receberá R$ 15 milhões por ano pelo espaço mais nobre (o peito) da camisa. Ainda na série A, três clubes recebem o mesmo valor, R$ 6 milhões cada um: Atlético Paranaense, Vitória e Coritiba. A Caixa também apoia três times de Santa Catarina, todos ainda na série B: Chapecoense (R$ 1 milhão), que garantiu acesso à primeira divisão em 2014, Figueirense e Avaí (R$ 1,75 milhão cada). A generosidade contempla ainda duas equipes a caminho da terceira divisão: Atlético Goianiense (GO), que recebe R$ 2,4 milhões, e o Asa de Arapiraca (AL), que tem contrato de R$ 1 milhão.

    A briosa equipe nordestina, aliás, é o caso mais explícito de influência política no patrocínio. O senador Fernando Collor (PTB-AL) não esconde que foi ele o intermediário do apoio para o Asa de Arapiraca, segundo consta no site oficial do ex-presidente do Brasil. E há ainda o pedido para, em troca do patrocínio, ser o banco das prefeituras das cidades dos times. É o caso de Ceará e do Sport, segundo os presidentes dos dois clubes.

    A Caixa negocia patrocínios para Cruzeiro, Atlético Mineiro, Bahia, Fluminense, Sport, Ceará e Fortaleza. Se os compromissos vingarem, o logotipo do banco estará em 17 times de nove estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Alagoas.

    Analisando por outro ângulo: se estes contratos saírem, na pior das hipóteses - levando em conta o sobe e desce que só se define no fim da competição nacional -, a Caixa estará no peito de 10 das 20 torcidas da série A de 2014.



    Em suma: o futebol já se encontra praticamente estatizado. Mais um motivo para libertários não perderem seu tempo prestigiando essa bobagem.

    E ano que vem os motores turbo voltam à Fórmula 1.
  • Mohamed Attcka Todomundo  06/12/2013 01:03
    Palmeiras não tá na lista de pagamentos da CEF! VIVA O VERDÃO!!!! potencia da serie B, verde por fora e por dentro (ao contrario das melancias comunas)! o time mais anarquico de São Paulo e libertario do brasil
  • carlos alberto  22/08/2014 20:34
    Leandro, v ñ está bem informado:
    quem banca é o torcedor no estádio e à frente da telinha-globo;
    o q a CX EC injeta é merreca; tbem merreca é o aporte das contribuições dos bancos estatais-estaduais; some todos estes investimentos nas camisas dos clubes e apanha de goleada para o clube q menos recebe da globo. Em tempo - o público do futebol no BR é de 70 milhões! Qdo a pátria em chuteiras entra em campo passa pra pouco menos de 200 milhões. Inexiste algo mais privado q o futebol! Ou melhor inexiste algo tão independente do grande irmão qto o futebol no brasil; relaxe; ele não está estatizado nem depende do estado pra pô nenhuma. A GRANA DA TV GLOBO PROS CLUBES É DE NÍVEL GLOBAL! S BILHÕES DE REAIS.
    ABS; SDS ANARCOLIBERAIS.
  • Leandro  24/08/2014 14:32
    Merreca? R$100 milhões (and counting) para um punhado de times é merreca? Para o esporte mais popular do mundo e que poderia perfeitamente se sustentar sozinho? Somos, de fato, um povo muito cordato.
  • Anônimo  03/02/2018 10:39
    Não entendo também pq gastam com itens relacionados a futebol(tenho familiares que são sócio torcedores e compram tudo do time a qual torcem ).Lembro que valor é uma coisa SUBJETIVA.
  • Brenno  03/12/2013 14:02
    Achoq ue fica mais fácil dizer apenas que:

    As pessoas recebem conforme a sociedade julga que vale o serviço delas. Existe uam demanda muito maior no Brasil, por motivos culturais, que por diverosos outros serviços muito mais essenciais.

    Além disso, trabalhadores comuns exercem serviços que não são escassos, pois praticamente qualquer um poderia fazê-lo. Esse tipo de competitividade faz com que se reduza o valor do serviço que é prestado pela "massa" em comparação a um ou outro que se destacou dessa massa com um talento que é mais valorizado pelos demais, e não tão comum na sociedade.
  • orfao batalhador  05/12/2013 11:52
    Como na Argentina, com "Futbol para todos".

    [link]cruzeiro.org/blog/o-insustentavel-futbol-para-todos/[link]

    [link]sites.duke.edu/wcwp/2010/08/06/argentine-soccer-politics-futbol-para-todos-continued/[link]
  • Primo  03/02/2018 20:39
    A ideia de que um jogador de futebol ganha uma fortuna e o trabalhador médio ganha baixo salário é exemplar para demonstrar o valor subjetivo dos bens econômicos. Ora, o que é o futebol se não um esporte onde um grupo de indivíduos ficam chutando uma bola com o objetivo de coloca-lá o maior número possível de vezes dentro de um retângulo. Um jogador profissional ganha para jogar futebol, um trabalhador médio muitas vezes paga para jogar futebol. É como se você ganhasse para se divertir ou que você pagasse para trabalhar, dependendo da perspectiva. Essa situação ocorre de maneira natural, sem imposição.
    Seria justo impor que o jogador profissional pagasse para jogar futebol? Seria justo obrigar alguem pagar para o trabalhador médio jogar futebol?
    No meu ponto de vista não, logo, o valor subjetivo dos bens econômicos é válido e justo.
  • Gredson  02/12/2013 23:26
    Me tirem uma duvida

    Vamos supor que o bolo seja os recurso naturais que como sabemos tem uma capacidade fisica finita, quando se explora não tem mais volta. sendo assim, sempre que alguem explora algo natural(hoje), e transforma em um bem, na verdade estará retirando está fatia de outro individuo no futuro. ou estou errado?
  • Gredson  03/12/2013 00:12
    Valeu excelente artigo.
  • eugenio  04/02/2018 15:38
    Voce mesmo já respondeu, "...transforma em outro bem...", em alguma coisa coisa ou serviço que também é uma forma de riqueza ou bem...
  • eugenio  04/02/2018 15:54
    complementando, "...transforma em outro bem...", já pensei,cabe aplicar LAVOISIER,então fica assim:

    "NA ECONOMIA NADA SE CRIA NEM DESAPARECE, TUDO SE TRANSFORMA"

    "...a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos.

    A madeira das árvores deve ser cortada e processada para a fabricação de abrigos dentro dos quais iremos morar; as terras têm de ser aradas e cultivadas para que possamos colher alimentos que irão saciar nossa fome; o ferro e o alumínio têm de ser extraídos das minas para que seja possível a fabricação de aviões que irão nos transportar de um ponto do globo a outro. ..."

    Ao transformarmos coisas NO AQUI E NO AGORA, alteramos sim, como voce fala, ALTERAMOS O FUTURO..., mas a subtração de algo "do futuro" é porque esse algo vai se transformar no aqui e no agora em outro algo de interesse no aqui e no agora.

    E la nave va...


  • Junior  28/05/2022 03:11
    Se o recurso foi explorado porque é finito, mesmo que ele se transforme em outro bem que alguém ou um conjunto de pessoas se beneficiará, outras pessoas não terão a mesma oportunudade porque faltará recursos que poderiam ser melhor redistribuído para um outro conjunto de pessoas, e essa e uma equação complexa de se resolver., se está faltando a reposição deste recursos teremos desigauldade. Não sou socialista, mas vejo do ponto de vista da sociologia que essas falácias economicas só servem para alimentar o credo capítalista e faze-lo crescer. Assim como vejo falhas no socialismo como distribuidor de riquezas, vejo também falhas no capitalismo
  • Bernardo  28/05/2022 14:33
    Errado. Você está desconsiderando o crucial papel do sistema de preços, e como ele atua para amenizar a escassez e promover a abundância.

    Confira:

    Como o progresso transforma a escassez em abundância - a água de Israel e os elementos químicos
  • Ex-microempresario  28/05/2022 15:48
    "... faltará recursos que poderiam ser melhor redistribuído para um outro conjunto de pessoas."

    Perguntas básicas:

    "melhor" para quem?

    "melhor" segundo que critérios?

    Quem define se o critério A é "melhor" do que o critério B?
  • anônimo  28/05/2022 18:22
    Capitalismo não tem falhas. O natural do homem é a pobreza. Para ele sair disso ele tem que ser produtor. Quem não produz nada fica no estado natural. E quem produz muito prospera. E produz transformando elementos em recursos.

    Os elementos sempre serão reciclados e transformados em recursos de novo, com produção. Se todas as pessoas fossem produtoras, nenhuma seria pobre. Produzir é sair da pobreza.

    Mas enquanto houver assistencialismo, parasitismo, parte das pessoas vão continuar sendo pagas pra não trabalhar, não produzir e continuar pobres.

    A falha não está no capitaliamo e sim nas relações de "poder e força". A pobreza nunca foi erradicada e nem nunca será porque alguns não querem fazer parte do capitalismo. Elas não querem produzir. Querem receber sem ter feito nada. Sem contribuir para a sociedade com trabalho, produção e empreendendorismo.

    Há também o caso dos que querem empreender, mas são sabotados pelos politicos, pois estes sabem que se o povo tivesse liberdade pra empreender, não seriam pobres, seriam independentes. E aí os politico perderiam o poder de que tanto se regozijam.
  • anônimo  28/05/2022 18:31
    o socialsmo não tem falhas, ele é 100 por cento eficiente no que ele se propoe, mesmo que a maioria não saiba o que ele se propoe : levar as pessoas ao estado natural de pobreza.
    implante o socialismo em 100 por cento e veja as pessoas se tornando pobres e a economia entrar em colapso total.
  • Antonio  03/12/2013 00:48
    Estive pensando sobre a afirmação de que foi a colonização do Brasil a responsável por ele não ter se desenvolvido, e acho que, apesar de ser colocada de uma forma a vitimizar os brasileiros, tem lá sua verdade, pois enquanto os ingleses taxavam os americanos em 1%, os portugueses taxavam os brasileiros em 18%. Então a predação estatal de Portugal foi mto maior. Dito de outra forma, sempre existiu pouca liberdade (em relação ao governo) no Brasil. Além disso, os arranjos fascistas já se destacavam desde o início da colonização, com os melhor conectados recebendo capitanias hereditárias. Veja que, apesar de mal colocada, a questão da exploração tem certo sentido, só que ela não é de indivíduos civis contra indivíduos civis, mas do governo em relação aos indivíduos.
  • Manoel  03/12/2013 01:26
    Sim, é verdade que os portugueses nos exploraram bem mais que os britânicos aos EUA. O problema é que tem gente que até hoje atribui todas as nossas incompetências e incapacidades a essa exploração ocorrida há quase 200 anos. Isso é postura de gente que não quer assumir responsabilidades próprias e que acha mais fácil simplesmente apontar o dedo para terceiros. Coisa de covarde.
  • anônimo  03/12/2013 02:08
    A Austrália foi criada colonizada com objetivo de ser colônia penal. E agora?
  • Pedro Ivo  03/12/2013 14:10
    Em minha opinião, a proibição portuguesa de que fossem instaladas indústrias/manufaturas no Brasil, + impostos, impediram que aqui se instalasse e sofisticasse uma estrutura de capital, com conseqüente ampliação da divisão do trabalho.


    Uma divisão do trabalho limitada impediu formasse-se uma cultura laboral, profissional e empreendedorial sofisticada; limitou as trocas comerciais, e daí os contratos, reduzindo o nº de casos de conflitos e negociações, impedindo ganhos em sofisticação do direito privado (contratual, cível e comercial); impediu formasse-se uma ética do trabalho, da livre iniciativa, da civilidade, do cumprimento dos acordos, das trocas pacíficas e voluntárias – e levou à uma ética estatista/intervencionista de domesticação das relações pelo poder central, de infantilização dos indivíduos, e patrimonialista de cooptação do estado para interesses particulares. Ad+, sem todas estas trocas pacíficas e voluntárias, reduzindo-se o nº de casos de conflitos e negociações, e impedindo ganhos em sofisticação do direito privado, impediu-se surgisse um mercado competitivo de leis e sentenças (um direito consuetudinário, enfim).


    A escravidão também contribuiu para menor diversificação da estrutura de capital (cada escravo comprado era investimento a menos na produtividade do capital. + trabalho braçal e menos tecnologia), e para menor diversificação da divisão do trabalho (o escravo não incrementava, com o tempo, sua capacidade produtiva. Não obtinha ganhos em capacitação, não poupava parte de sua renda, não empreendia. Não participava da divisão do trabalho especializando-se. Não desenvolvia ética de trabalho – com a decorrente frugalidade e parcimônia da poupança, honradez à palavra dada [contrato], etc..).


    A dependência da importação de manufaturados ou de Portugal, ou de quem Portugal autorizasse, criou uma cultura presentista de consumo, posto era proibido o investimento. O que se produzia podia ser usado para consumir, nunca para empreender. Tal limitou o arcabouço intelectual e laboral das elites açucareiras e mineradoras. E como Portugal comprava obrigatoriamente o que estas elites produziam, reduziu a capacidade negocial das mesmas no comércio internacional, impedindo-as de estabelecer conexões profissionais, e de formar todo o capital intelectual decorrente do comercio internacional.


    A ausência de universidades até a década de 1930 impediu todos os ganhos educacionais, técnicos e científicos afins a tudo que já citei.


    Então sim, a culpa (inicial) é de Portugal. E depois disto tem todo nosso demérito em não termos dado passos na direção oposta.
  • Andre Cavalcante  03/12/2013 16:38
    Muito bom!

    Você só esqueceu de dizer que isso tudo foi a mais de 200 anos, uma vez que, em 1808 o Rei D.João abriu os portos e, desde àquela época, já era possível ao Brasil, e a qualquer brasileiro, investir e comerciar com qualquer outro país do mundo. Só isso já seria suficiente para que mudássemos, mas não mudamos...

    Mais ainda, esqueceu de dizer que o Brasil não participou de nenhuma das grandes guerras, a última de verdade que tivemos foi no séc. XIX, enquanto países europeus e asiáticos, que participaram das guerras e foram quase totalmente destroçados, em meros 50 anos se tornaram novamente ricos e potências. Por quê? Enquanto nós continuamos sem mudar...

    Não há milagres, enriquecer requer empreendedorismo, trabalho, disciplina, poupança genuína, investimentos etc. E tudo isso depende de uma ideologia que preze a liberdade, a propriedade, a poupança...

    Creio que o problema é cultural mesmo. Não dá mais pra culpar os portugueses e a escravidão que ocorreram a 4, 5 gerações atrás pelos problemas que enfrentamos hoje. O mundo mudou, várias vezes, mas nós ainda não...

    Abraços
  • Pedro Ivo  03/12/2013 17:27
    Creio que o problema é cultural mesmo. - Sim. As ações de nossos antepassados estão vivas em nós.

    Não dá mais pra culpar os portugueses e a escravidão que ocorreram a 4, 5 gerações atrás pelos problemas que enfrentamos hoje. - Culpar não. Responsabilizar sim! Foi o que tentei enfatizar. Penso que cultura é precisamente isto: a responsabilidade do passado pelo presente.

    O mundo mudou, várias vezes, mas nós ainda não... - Esta sim é nossa tão gran culpa. Se há responsabilidade do passado pelo presente, porque não escolhemos entre os vários outros passados? Ontem como agora!
  • Leo  26/08/2014 14:02
    Pedro Ivo, fez uma analise correta e honesta intelectualmente. "A culpa inicial foi sim de Portugal." Mas e depois, porquê que continuamos no camingo errado? Ficamos mal e estamos mal porquê o governos quis continuar a dar privilégios a um grupo pequeno (trocas de favores que existem até hoje) em detrimento da liberdade para toda a população.
  • gabriel  22/08/2014 17:18
    Eramos uma colonia de exploraçao com impostos draconianos de 18%, o q deviamos ser chamados hj com mais do dobro q isso sendo taxado e muito menos revoltas se ve (ja q nesta epoca tivemos muitas revoltas localizadas no brasil)

    Geramos tanta riqueza para q a vida nem se compare com esta epoca q nao ligamos de q os impostos tenham aumentado nessas proporçoes? Chegaremos a um nivel q toda a riqueza a mais criada pela sociedade sera apropriada pelo estado ja q num determinado nivel de riqueza as pessoas preferem aceitar relutante do q de fato lutarem por menos estado?

    Ou o estado ira conseguir em algum tempo destruir a riqueza a ponto de retornarmos a uma epoca de menos riqueza ate uma inevitavel saida da zona de conforto que nos encontramos e os sufocantes impostos e regulamentaçoes sejam novamente combatidos?

    Confesso que fico receosso e pessimista com esses 2 cenarios, existem outros mais positivos?
  • Wilmar  02/02/2018 13:33
    Vale lembrar que o nacionalismo estatista dos governos republicanos (que se revezam entre fascistas e socialistas) lavou nossos cérebros via MEC, removendo o discurso do liberalismo econômico ao ponto dos brasileiros hoje não terem noção dos 40% que são removidos da nossa produção via impostos para a "coroa" em Brasília. Ao contrário, os brasileiros estão tão alienados que, mesmo sendo usurpados com a incompetência e a corrupção do governo, continuamos demandando que o governo resolva nossos problemas. E pensar que por 1/5 os inconfidentes mineiros enfrentaram a forca.
  • kenji  03/12/2013 22:42
    Uma dúvida. Contratos vitalícios vão contra os princípios da escola austríaca? Lembro de um artigo em que Mises diz que contratos não são absolutos. Se alguém assinar um contrato aceitando ser escravo, não teria validade pois fere a propriedade privada. Pensei que se contratos vitalícios ferissem os princípios básicos, seria mais um argumento contra o estado adquirir poder via contrato social. Algum artigo relacionado? Grato.
  • Eduardo Bellani  03/12/2013 23:31
    Sobre contratos vitalícios:

    Uma pessoa é dona da sua opinião, e por isso sempre pode mudar-la.
    O que ela não pode fazer é tomar a propriedade da outra pessoa.

    Aqui tem um curso completo do Kinsella sobre teoria legal libertária. Recomendo.
  • kenji  08/12/2013 21:14
    Obrigado. Vou estudar.
  • Vinicius S.  04/12/2013 14:52
    Artigo muitíssimo interessante.

    Sempre refleti sobre o assunto mas sempre me faltaram argumentos sólidos para justificar.

    Agora não mais.
  • Judson Rocha Jr  20/04/2014 05:29
    Muito bom. Deveríamos ouvir isso na escola, também.
  • Observadordepirata  20/04/2014 14:22
    Quem é hoje o maior concentrador de renda no Brasil? O governo incompetente, corrupto e seus impostos que pilham a sociedade em quase 40% do pib. Independente do quanto a economia cresça, o quinhão do governo está garantido, isso se não resolverem pelo caminho aumentar ainda mais a carga fiscal.
  • Andre Cavalcante  22/08/2014 14:04
    Olha só isso:

    Dívida pública em grandes número

    E compara com isso:

    Arrecadação recorde em 2013!

    Considerando que o PIB do Brasil é de 2,253 trilhões USD ~ 5,6 trilhões Reais https://www.google.com.br/search?q=pib+do+brasil, então o governo deve 39,11% do PIB. E ainda mais, a dívida corresponde a 129,6% da arrecadação.

    Logo, se parássemos de gastar com o governo (ou seja, os gastos caíssem para zero), ainda assim levaria 1 ano 3 4 meses para pagarmos a conta!

    Como os gastos nunca caem, só fazem é aumentar, preveja como será o futuro...
  • Mário Soares  22/08/2014 13:08
    Na cabecinha de um comuna, funciona assim :"O aluninho que tira DEZ na prova, está roubando nota do outro que tira ZERO !!!"
  • Professorzinho de história, de colégio municipal de periferia.  01/02/2018 18:16
    Sim, é verdade.
    Por isso é que eu e outros camaradas lutamos pela aprovação automática, assim a aprovação não será mais um privilégio de poucos, de uma elite de nerds egoístas, que só pensam em si próprios.
  • Politicamente incorreto  03/05/2021 01:16
    E ai professor de meia tigela,tu só irá formar robôs socialistas,que só sabem reclamar,criticar tudo,não fazer nada para mudar e clamar por mais intervenção estatal,enfim instalar o caos com o falso discurso de coletivismo via estado que mantém privilégios e não muda coisa nenhuma.
  • Anon  22/08/2014 15:07
    Resumo: A economia não é um simples bolo que ao ser dividido vai se acabando. A economia é uma padaria que tem a capacidade de produzir não somente inúmeros bolos, assim como vários outros artigos, porém, de acordo com a demanda exigida pelos consumidores. Anon, SSXXI
  • vitor   22/08/2014 15:34
    As pessoas param para assistir futebol porque é um esporte competitivo em que não só equivale o melhor, mas também àquele que melhor se preparou e usou da estragégia. Assim,é algo inerente a condição humana, ainda que nem todos tenham a aptidão para esse esporte. Por isso que ele bem como outros esportes seja individual ou coletivo. Dessa forma fica de certa forma evidente que a condição humana é predisposta à competição.
    Por outro lado, em se tratando do quanto auferem em salários os atletas, não precisa pormenorizar muito para saber que também o gênero humano tem enorme a preço pela arte associada à competição. Assim sendo àquele que consegue vencer com beleza, isto é, vencer artisticamente, fatalmente recebera mais, porque todos lhe queram vê-lo. Por óbvio, quem tem uma marca deseja associá-la ao vencedor. portanto, sem dúvida que, se param para ver esse esporte é pelo fato de ele estar atrelado a competição que é característica inerente do humano, e se os atletas auferem grandes lucros é pela razão de que existe uma demanda em face de sua pessoa em que todos gostam de ver, admirar, além é claro de levar seu time a vitória.
  • Marx contra o Golias capitalista  22/08/2014 18:46
    É inegável que o capitalismo é um jogo perverso de soma zero. Exemplos comparativos não faltam: para um time de futebol ganhar, o outro tem de perder. Para um atleta ganhar o ouro na corrida, precisa derrotar os outros sete atletas. Ato contínuo, para um país ser rico, precisa explorar outros. EUA, França e Alemanha "arrancam o couro" dos pobres africanos; A China capitalista explora seu próprio povo em nome das grandes multinacionais e sua sanha sem fim por lucros e mais lucros. Enfim, empresários no mundo inteiro vivem como marajás porque não dão a mais-valia a quem realmente produz a riqueza: o pobre trabalhador.
  • Marcelo Simoes Nunes  22/08/2014 19:29
    Marx contra Golias - ... coitado, você deve ser + um trabalhador explorado a soldo do PT. Porque não pede a conta?
  • Pobre Paulista  22/08/2014 21:37
    E os Trolls exploram a paciência dos editores e comentaristas.
  • Diego Miranda  23/08/2014 02:47
    Veja bem, Marx contra Golias, o negócio aqui no meio dos liberais é bastante simples, e acredito que com tanta propriedade no discurso você consiga fazer também: por que não tenta refutar os argumentos apresentados no artigo antes de disparar besteiras para todos os lados? Fica a dica!
  • Estevam  23/08/2014 21:17
    Impressionante a demonstração de desconhecimento a respeito do capitalismo, mesmo se considerarmos a origem marxista do termo.

    Enfim, jogo de soma zero é aquela baseada em coerção, onde o valor subjetivo adquirido é sempre mais baixo do que o cedido.

    Para os incapazes fica o exemplo: nunca estamos satisfeitos com o retorno dos impostos.
  • Daniel Zhe  02/09/2014 20:20
    Trollar é uma arte. Acho que tu foi explícito demais, mas parece que pegou alguns.
  • Edson Jr  23/08/2014 19:20
    Se fosse criada, no Brasil, a seguinte lei:

    - A oferta monetária deverá ser, invariavelmente, de 1 trilhão de reais.

    Dessa forma, não haveria possibilidade de aumentar, nem diminuir, a quantidade de dinheiro na Economia. Tal respaldo jurídico teria a mesma eficiência de uma moeda lastreada em ouro?
  • anônimo  03/09/2014 02:23
    claro, no dia em que as leis forem eternas e não existir possibilidade de mudar conforme os ventos da opinião pública e aleatoriedades ou seja jamais em um sistema de poder centralizado.
  • Andre Cavalcante  04/09/2014 17:19
    anônimo, creio que a questão do Edson Jr é mais um exercício teórico que uma possibilidade real. De fato, em um regime centralizado, o qual é o único possível para se impingir uma lei dessas, nunca faria tal coisa, pois seria diminuir a sua possibilidade de financiamento, portanto, o seu poder.

    Mas, se algum dia tivéssemos uma oferta monetária fixa, o que aconteceria é que haveria uma deflação nos preços proporcional ao aumento da produção, a qual é proporcional ao aumento da produtividade. Também veríamos a poupança explodir. E o governo, não podendo mais fazer inflação para se financiar teria que se valer de outros expedientes.

  • Gregor  08/04/2015 19:18
    Engraçado.
    Produzimos alimentos suficeinte (dá e sobra) para acabar com a fome no mundo,
    um bilhão de pessoas passam fome (claro! Culpa dos governos vocês vão dizer)
    E se o bolo só aumenta (outra falácia, vide pauperização galopante no mundo), quando estivermos consumindo como os americanos precisaremos de novos planetas para explorar...
  • Mendes  08/04/2015 20:12
    "um bilhão de pessoas passam fome"

    Já começou mentindo desavergonhadamente, hein, cidadão? (Óbvio, o que seriam das esquerdas sem a mentira?).

    Segundo uma fonte esquerdista, o site progressista Huffington Post, a fome está diminuindo no mundo. E, entre os 805 milhões (e não 1 bilhão como você disse) de desnutridos, todos se encontram em paraísos estatistas, como Haiti e ditaduras africanas.

    "E se o bolo só aumenta (outra falácia, vide pauperização galopante no mundo),"

    Segunda mentira deslavada. "Pauperização galopante"? Mande uma única fonte dizendo que o mundo é hoje mais pobre do que há dez anos. Só uma.

    esse artigo mostra dados que comprovam que o mundo nunca esteve tão rico.

    De novo, o que seria da esquerda canalha e hipócrita sem a mentira? Essa gente só ganha adeptos pela mentira. Impossível qualquer diálogo honesto com gente assim.

    E para coroar:

    "quando estivermos consumindo como os americanos precisaremos de novos planetas para explorar"

    Ou seja, primeiro ele diz que estamos ficando mais famintos e empobrecendo. Aí, na mesma frase, o cidadão emenda dizendo que jamais deveremos aspirar ao padrão de vida americano. Ou seja, estamos com fome, empobrecendo, mas não podemos de maneira nenhuma tentar nos aproximar dos americanos, senão o planeta some. Logo, tudo tem de ficar com está.

    E gente assim vota.
  • Edujatahy  03/09/2015 17:03
    Caro Mendes,
    Não se surpreenda se o esquerdista retrucar "mas 805 milhões são aproximadamente 1 bilhão".

    Afinal, a diferença é de APENAS 195 milhões.

    E o que são 195 milhões de vidas para os genocidas da esquerda afinal? Não muito...
  • Erickson Gomes  03/09/2015 05:15
    Meio que cai nessa postagem por acaso, mas achei o tema interessante e resolvi lê-la. Gostaria de sanar alguma dúvida com alguém que defende o que é abordado no texto. É dito que geramos riqueza constantemente a partir do momento que atribuímos função a algo, como por exemplo o ferro, para construção de aviões para nos transportar. Minha dúvida surge exatamente nesse ponto, porque na minha cabeça realmente geramos riqueza com a coleta de recursos naturais, mas chegará um ponto, mesmo que muito mais a frente em que esses recursos se esgotarão. Em algum momento não terá mais ferro pra extrair das minas. E aí, como será possível produzir riqueza quando não podemos de fato gerar nada novo, já que mesmo que aquele ferro seja usado pra construir alguma coisa diferente, já que a riqueza que ele gerou foi simplesmente pelo fato de ele ter sido extraído (de um lugar onde ele aparentemente não possuía valor) e vendido?

    Reparei que o post é antigo, mas se alguém responder mesmo assim eu ficaria grato.
  • Guilherme de Luca   11/04/2016 04:44
    Galera, estou no ensino médio e preciso dizer, não tenho professores com visões políticas e econômicas muito variadas, o que é demasiadamente comum em instituições federais. Um dos professores disse que enquanto uns ganham, outros perdem (o mesmo argumento que o texto vem refutar), e eu o contrariei. Perguntei a ele o seguinte: "Se as coisas são realmente como o senhor diz, como você explica o fato de independentemente da classe social, no decorrer da história as pessoas parecem sempre ter mais do que antes?". E ele respondeu: " Ele disse que bens estão sendo gerados pois há recursos disponíveis, e é por isso que a riqueza tende a aumentar. Mas dado que o planeta é finito, quando esses recursos se esgotarem voltaremos a situação de soma zero". E foi justamente por causa desta expressão, soma zero, que cheguei aqui. No momento não tive como rebater, e mesmo depois de ler o texto, ainda não consigo. Alguém pode me ajudar? Fico preocupado pois ele obteve grande aceitação dos alunos, e se o que ele está falando está errado, a geração que sai da escola este ano pode estar toda contaminada. Desde já agradeço a quem responder.
  • Roberto  11/04/2016 11:50
    Se esse argumento fictício foi o único que restou a ele, então parabéns, você ganhou o debate e humilhou seu "professor".

    Se todo o argumento que uma pessoa tem se resume a "sim, é você está certo, mas tudo isso vai acabar quando os recursos naturais se esgotarem (algo que não irá ocorrer)", então ele concedeu derrota.

    No mais, queria entender por que, segundo ele, quando os recursos naturais "se esgotarem" voltaremos à idade da pedra. Ué, mas e tudo o que já foi construído? Evaporaria?
  • Guilherme de Luca  15/04/2016 00:27
    Obrigado pela resposta Rodrigo, o artigo que você citou esclareceu minhas dúvidas.
  • Kira  03/02/2018 03:00
    Seu professor não compreende que sempre surgem formas novas de criar bens e serviços. a tecnologia é prova disso! silício não será usado para sempre como matéria prima para microchip, recursos naturais não vão acabar da noite pro dia, sempre que um recurso é escasso o custo e o preços dos bens ofertados aumenta para reduzir o consumo excessivo, isso estimula ao surgimento de novas técnicas e novos bens a partir de outros meios mais abundantes, isso é a base real de todo o desenvolvimento do mercado até hoje. se a terra se esgotar um dia, ainda há o espaço e abundantes recursos minerais, pois a terra foi feita dos mesmos recursos. Já que seu professor usou um argumento surreal destes, poderia usar algo similar, porém com o detalhe de que exploração espacial e barateamento do custo futuro de tais tecnologias não é necessariamente um mito, tem avançado ao longo do tempo e podem surgir mais agencias privadas o que a longo prazo pode baraterar a exploração. a space x já quer colonizar Marte.
  • Renato  23/07/2017 00:23
    "No entanto, graças a Carl Menger, que popularizou a descoberta de que o valor dos bens não é objetivo mas sim subjetivo, a realidade se comprova totalmente distinta: em toda e qualquer transação comercial, cada lado atribui àquele bem que está recebendo um valor subjetivo maior do que àquele bem que está dando em troca. Afinal, se não fosse assim — se você não valorizasse mais aquilo que está recebendo do que aquilo que está dando em troca —, a transação simplesmente não ocorreria. Em decorrência deste fato, conclui-se que os indivíduos geram riqueza ao simplesmente trocarem bens econômicos. Ao fazerem isso, eles estão recorrendo a um meio (trocas comerciais) para chegar àqueles fins que lhes são mais valiosos."

    Isto não é verdade quando se trata da troca realizada pelos trabalhadores de sua força de trabalho por um salário.
    O trabalhador é obrigado a realizar a troca, mesmo sabendo que sua força de trabalho está sendo subvalorizada pelo patrão, pois do contrário não sobreviveria.
    É claro que existe a hipótese de o trabalhador se tornar, ele próprio, o patrão.
    Mas a sociedade capitalista não é tão democrática a ponto de possibilitar a todos se tornarem capitalistas.
    O mercado é reservado para pessoas da classe dominante, mesmo existindo alguma mobilidade social.
  • Souza  23/07/2017 13:59
    "Isto não é verdade quando se trata da troca realizada pelos trabalhadores de sua força de trabalho por um salário. O trabalhador é obrigado a realizar a troca, mesmo sabendo que sua força de trabalho está sendo subvalorizada pelo patrão, pois do contrário não sobreviveria."

    Em mercados protegidos e altamente regulados pelo governo, isso é verdade. Já em mercados livres, são os patrões que têm de se engalfinhar para conseguir mão-de-obra.

    Dado que o Brasil nunca soube o que é um mercado livre e desimpedido, é natural que você faça essa confusão. Não é sua culpa; você simplesmente nunca viveu em outro arranjo e não tem o conhecimento econômico necessário para compreender causa e consequência.

    Aliás, é a mesma lógica daqueles que dizem que se não existisse salário mínimo todo mundo trabalharia de graça tem de explicar por que há milhões de pessoas que hoje ganham mais que o mínimo. Afinal, se o salário mínimo é o valor mínimo a ser pago, como é que há milhões de pessoas ganhando mais que o mínimo?

    A minha empregada doméstica mesmo ganha 40% a mais que o salário mínimo (fora os encargos sociais e trabalhistas). Por que eu faço isso? É porque sou bonzinho ou porque sei que, se pagar pouco, outro pessoa a contratará por mais?

    A mão-de-obra é um serviço. E, assim como qualquer serviço, ela tem um preço. É esse preço que será descoberto pela livre interação entre oferta e demanda.

    A "necessidade do trabalhador" e a "ganância do empregador" são irrelevantes em determinar salários

    Questão de lógica: aumento salarial imposto por governo e sindicatos não pode estimular a economia

    Nós não humanizamos o capitalismo; foi o capitalismo quem nos humanizou
  • Lelo  20/08/2017 01:37
    A matéria é reducionista e simplista.

    O "bolo" não têm tamanho fixo, o problema nunca foi o crescimento econômico, o problema secular sempre foi justamente a sua divisão.

    Há algumas décadas atrás, economistas, juravam que a desigualdade diminuiria (diga-se de passagem, economistas erram mais previsões do que místicos charlatões). O tempo passou e, pelo contrário, a desigualdeade só aumentou. E não é um problema das economias atrasadas... é mundial.

    Caminhamos para o primeiro trilionário do mundo nos próximos 5 anos. E menos de 100 famílias em todo o mundo detém 50% de todo o dinheiro do planeta.

    O discurso atual sobre empreendedores, sobre terceirizados, sobre oportunidade de negócio é o paleativo para você não ficar revoltadinho sabendo que está no time dos perdedores e vai ganhar, somente, o que "meia dúzia" permita que você ganhe.

    Já devíamos ter superado, há muito, este discurso do socialista cafona e do capitalista arrogante.

    Mas, não, cada dia perdemos mais e mais a verdadeira matéria prima da riqueza........a inteligência.

    Alguém lucra e deseja, com todas as forças, que você seja um estúpido, meu amigo. Acorde!
  • Sem paciência para lugares-comuns  20/08/2017 03:15
    "o problema nunca foi o crescimento econômico, o problema secular sempre foi justamente a sua divisão."

    Puxa, que coisa perfeita, então.

    Eu pensava que o problema sempre foi a pobreza, e que o desafio era como acabar com ela. Mas agora, graças a você, aprendi que o problema sempre foi a desigualdade, algo totalmente inato ao ser humano.

    Ou seja, se há alguns poucos bilionários e muitos milionários, temos aí um gravíssimo e urgente problema de desigualdade. Como resolver essa tragédia?

    Uma dica para você: pobreza diz respeito às condições absolutas em que alguém se encontra. Tem comida? Acesso a água potável? Habitação? Trabalho? Seus filhos podem frequentar uma escola ou se veem forçados a trabalhar? Os critérios são muitos.

    Já desigualdade é uma variável relativa, que nada diz sobre as condições absolutas de vida. Um país que tenha uma pequena parcela de milionários e o restante da população passe fome é muito desigual. Já um onde todos passem fome é igualitário. A condição objetiva dos pobres em ambos, contudo, é a mesma.

    Igualmente, se os mais pobres viverem como milionários, e os mais ricos forem uma pequena parcela de trilionários, a desigualdade é grande.

    As duas coisas, pobreza e desigualdade, se confundem facilmente, de modo que muita gente que se preocupa espontaneamente com a pobreza (por exemplo, com quem não tem acesso a saneamento básico ou a educação) acaba falando de desigualdade: da diferença entre os mais ricos e os mais pobres.

    E essa mistura muda nossa maneira de pensar: acabamos pensando que pobreza e desigualdade são a mesma coisa e que, portanto, o melhor remédio contra a pobreza é a redução da desigualdade, o que via de regra significa tirar de quem tem mais e dar para quem tem menos.

    O que é melhor para os pobres de um país: ter renda e consumo sabendo que a elite de seu país é muito mais rica do que eles jamais serão, ou passar fome com o consolo de que sua elite é formada de milionários e não bilionários? Pobreza ou desigualdade?

    "Há algumas décadas atrás, economistas, juravam que a desigualdade diminuiria (diga-se de passagem, economistas erram mais previsões do que místicos charlatões). O tempo passou e, pelo contrário, a desigualdeade só aumentou. E não é um problema das economias atrasadas... é mundial."

    E, no entanto, a pobreza despencou. Não precisa confiar em mim, não. Pode ver os dados.

    Estamos vivenciando uma maciça redução na pobreza global

    A pobreza extrema ao redor do mundo despencou na medida em que a economia de mercado se expandiu

    Uma dica para você: diferenças na propriedade de ativos não significam uma igual diferença no padrão de vida, muito embora várias pessoas tenham esse fetiche. Por exemplo, a riqueza de Bill Gates deve ser 100.000 vezes maior do que a minha. Mas será que ele ingere 100.000 vezes mais calorias, proteínas, carboidratos e gordura saturada do que eu? Será que as refeições dele são 100.000 vezes mais saborosas que as minhas? Será que seus filhos são 100.000 vezes mais cultos que os meus? Será que ele pode viajar para a Europa ou para a Ásia 100.000 vezes mais rápido ou mais seguro?erá que ele pode viver 100.000 vezes mais do que eu?

    Detalhe: os EUA são mais desiguais que o Senegal. O Canadá é mais desigual que Bangladesh. A Nova Zelândia é mais desigual que o Timor Leste. A Austrália é mais desigual que o Cazaquistão. O Japão é mais desigual que o Nepal e a Etiópia

    Já o Afeganistão é uma das nações mais igualitárias do mundo.

    Já está fazendo suas malas para ir viver em Kabul?

    "Caminhamos para o primeiro trilionário do mundo nos próximos 5 anos. E menos de 100 famílias em todo o mundo detém 50% de todo o dinheiro do planeta."

    E você realmente acredita nesta farsa da Oxfam?

    Classificar o "Relatório da Desigualdade" da Oxfam de farsa seria pouco

    "O discurso atual sobre empreendedores, sobre terceirizados, sobre oportunidade de negócio é o paleativo para você não ficar revoltadinho sabendo que está no time dos perdedores e vai ganhar, somente, o que "meia dúzia" permita que você ganhe."

    É compreensível sua revolta. Seu português claudicante ("paleativo") deve ser um grande empecilho para seu enriquecimento. Daí só lhe resta realmente odiar quem tem mais que você.

    "Já devíamos ter superado, há muito, este discurso do socialista cafona e do capitalista arrogante. Mas, não, cada dia perdemos mais e mais a verdadeira matéria prima da riqueza........a inteligência."

    Sim, como você sobejamente demonstrou em todo o seu comentário. De fato, inteligência é uma commodity extremamente escassa em seu organismo.

    "Alguém lucra e deseja, com todas as forças, que você seja um estúpido, meu amigo. Acorde!"

    E aí, já arrumou seu despertador?
  • Régis  20/08/2017 03:17
    Sempre que você vir ou ouvir uma pessoa parolando sobre desigualdade, faça a si mesmo a seguinte pergunta: será que ela está genuinamente preocupada com os pobres ou está apenas indignada com os ricos?

    Eis uma maneira de descobrir a diferença: sempre que alguém reclamar sobre a desigualdade de renda, pergunte se ela aceitaria que os ricos ficassem ainda mais ricos se isso, no entanto, significasse condições de vida melhores para os mais pobres. Se a resposta for "não", então ela está admitindo que está importunada apenas com o que os ricos têm, e não com o que os pobres não têm. Já se a resposta for "sim", então a tal desigualdade de renda é irrelevante.

    Lelo é o cara que responde 'não'.

    Em tempo:

    Em qualquer discussão sobre desigualdade, estas são as quatro perguntas que têm de ser feitas
  • Kira  03/02/2018 03:11
    Difícil fazer esse povo entender que :

    1) Dinheiro não possui valor intrínseco;

    2) Dinheiro definitivamente não é riqueza;

    3) Produtos e bens ofertados são riqueza;

    4) O valor e utilidade de tais produtos é marginal e subjetivo;

    5) há escassez no mundo físico material;

    6) A quantidade de produtos ofertados não preenche a totalidade de pessoas;

    7) Aumentar a quantidade de dinheiro não vai aumentar a quantidade de produtos, logo não vai aumentar a riqueza da população (vide inflação monetária de países como Zimbábue) tem tanto dinheiro lá que o povo pesa papel moeda para comprar meio quilo de arroz se ainda tiver.

    8) A solução para reduzir a escassez e baraterar os custos é aumento de produção (o que significa aumento de bens e empregos ofertados)

    10) Vale o reforço: Não adianta aumentar a quantidade de dinheiro para a população.

    11) Aumento de poder de compra surge com acúmulo o que significa popança e não incentivando consumismo e crédito bancário.

    12) nunca haverá igualdade, o trabalho é seu e a responsabilidade por acumular e/ou criar serviços que sejam valorizados o suficiente para que milhares de pessoas queiram pagar para você é somente sua.

    13) Brincar de Hoobin Wood, e tirar dinheiro dos que passaram a vida acumulando não vai tornar todos mais ricos, vai apenas sabotar o poder de investimento dos que acumularam e fazer os bens sumirem da sociedade.

    ENTENDEU?
  • Kira  05/02/2018 23:29
    Antes que algum socialistinha nojento indague já vou respondendo também:

    NÃO, o ato de concorrência não significa que um tem que perder para o outro ganhar, ainda que uma dada concorrência tenha como o efeito a retirada de outras empresas do mercado, e isso se justifica da seguinte forma:

    Enquanto a empresa estava ativa, seus funcionarios que trabalharam de forma voluntária ganharam dinheiro e tinham responsabilidade própria em poupar e/ou reinvestir;

    A empresa não vai sumir como mágica, ao falir seu dono ou acionistas podem vender suas ações e outros grupos podem comprar. a infra estrutura e ativos da empresa continuaram funcionando, dependendo da administração, funcionários podem ser demitidos ou realocados de função, mas ainda sim podem ser absorvidos em outro lugar se o mercado for livre e tiver incentivos para empreender. em tudo isto, nada foi subtraído objetivamente, o dinheiro do salário continuou na conta dos funcionários, os ativos da empresa continuaram funcionando, os donos lucraram com sua venda, a oferta de emprego não reduziu, pois a empresa continua funcionado sob outra gestão.

    A força lucrativa apenas foi deslocada para outro lugar.

    Nada dura para sempre da mesma forma.

    Isto não muda o fato de que a única forma para reduzir a escassez, é aumentando a produtividade e tendo um mercado mais livre e de maior incentivo ao empreendedorismo.

    Mudança de cenário, de valores de consumo e a falência inevitável de formas obsoletas de mercado não significam perda, mas sempre ocorrem como efeito de inovações, os que não se empenham em adentrar perdem, mas não porque outros lhe tiraram a chance, e sim por sua irresponsabilidade própria.

    O Estado continua sendo o único que retira dinheiro, concentra renda e sempre faz com que a sociedade perca para isso ocorrer.

    O mercado não retira nada, o mercado troca!

    Você é o mercado, pois você faz parte da troca como cliente.





  • Muriel Palhares  10/12/2017 08:26
    No entanto, graças a Carl Menger, que popularizou a descoberta de que o valor dos bens não é objetivo mas sim subjetivo, a realidade se comprova totalmente distinta: em toda e qualquer transação comercial, cada lado atribui àquele bem que está recebendo um valor subjetivo maior do que àquele bem que está dando em troca. Afinal, se não fosse assim — se você não valorizasse mais aquilo que está recebendo do que aquilo que está dando em troca —, a transação simplesmente não ocorreria. Em decorrência deste fato, conclui-se que os indivíduos geram riqueza ao simplesmente trocarem bens econômicos. Ao fazerem isso, eles estão recorrendo a um meio (trocas comerciais) para chegar àqueles fins que lhes são mais valiosos.



    Teve um economista que eu esqueci o nome que dizia que a economia estava relacionada a cultura, ou seja o que tem de valor para nós para eles pode ser nada, ou então pode ser tudo. Ou seja, os indios trocando mão de obra em troca de produtos tão simples para os portugueses como : Anzol, espelho,machado,etc...
    Agora a questão é, esse cara viveu antes de Menger, mas o legado de Menger é fenomenal. vlws obrigado!!!
  • Capital Imoral  01/02/2018 14:45
    Stranger Things e o mundo invertido

    Diante de tanta porcaria que assistimos ultimamente, a série Stranger Things é uma gota de inocência em um mar de lixo intelectual {1}. Este seriado foi a melhor coisa que aconteceu nos últimos anos justamente porque não carrega este peso excessivo de sexualidade e violência gratuita. Eles conseguiram trazer uma atmosfera muito legal dos anos 80. Vamos entender um pouco mais sobre esta série.

    A série se passa na década de 1980 e o ambiente gira em torno dos elementos culturais dessa época. Tudo acontece na cidade fictícia de Hawkins, onde o Laboratório Nacional de Hawkins realiza pesquisas científicas para o Governo na luta contra os Comunistas. Mas este laboratório realiza, secretamente, experimentos paranormais e sobrenaturais, incluindo experimentos que envolvem pessoas em testes humanos. Uma pobre menina de 12 anos foi sequestrada, pelos porcos imperialistas, ainda no ventre de sua mãe e desde o seu nascimento ela vai adquirindo super poderes telecinéticos. O problema é que esta menina abriu um portal que leva para o mundo invertido: O Mundo Invertido é uma dimensão espacial paralela que coexiste com a nossa própria dimensão. Portanto, existia à cidade Hawkins e o mundo invertido de Hawkins que seria um lugar obscuro de dor e sofrimento.

    Precisamos ter uma visão social sobre o mundo invertido
    Eu poderia ficar o dia inteiro falando sobre esta série, mas, eu não tenho espaço suficiente pois este instituto maldito fica censurando meus artigos. Então vamos diretamente ao ponto central da questão: O mundo invertido. A menina que têm super poderes e consegue deslocar entre os mundos se chama onze, e ela consegue experimentar durante a série como é viver no mundo real e na outra dimensão obscura. No mundo real, Ela vivia na casa de um menino branco e burguês onde haviam todos confortos da década de 80; e a série mostrava como ela ficava maravilhada diante do fato de estar em um ambiente familiar, em uma casa confortável, com uma família estável. O que quero dizer com tudo isso?

    Ora, o Brasil tem o seu próprio mundo real e o seu "mundo invertido". Onde está o mundo invertido do Brasil? Está nas ruas meu amigo. Olhe para as ruas e você verá meninos de doze anos que não tiveram a mesma sorte que a onze. Olhe para miséria humana deste país e você verá um mundo tão obscuro quanto o que foi apresentado nesta série. Sabe o que é mais curioso? A maioria dos Brasileiros também não conseguem ver este mundo invertido.

    {1} Pare de ver porcaria na internet, cara. Eu estou puto com a quantidade de lixo que as pessoas consomem no Facebook, Youtube, e Netflix. Como a pessoa consegue perder toda noção de estética e qualidade sonora? Veja que não se trata de um elitismo intelectual mas da noção básica do que é real e belo. Vá no trend topics do youtube para ver o que representa a mentalidade do Brasileiro médio. Um lixo! Um nojo. Depois vem reclamar que nós, socialistas, somos elitistas. Sim! nós somos, devido a realidade em que o Brasil se encontra, é impossível não ser.

    Capital Imoral é filósofo, escritor e já refutou Mises.
  • ÓRFÃO DO LULA  01/02/2018 15:27
    Companheiros !

    Alguém aqui pode me indicar um movimento social bem bacana ? Já fui funcionário-mortadela do MST e do MTST mas fui demitido.

    Preciso muito desse emprego, sou excelente no que faço.

    Obrigado.
  • André  01/02/2018 16:26
    Caro órfão. Acredito que terá mais chance em Cuba ou na sua querida Venezuela.

  • ÓRFÃO DO LULA  01/02/2018 16:36
    Muito obrigado companheiro André.

    Poderia me conseguir o dinheiro para a passagem ?

    ...de avião, na primeira classe se possível.

  • Lourenço   01/02/2018 21:49
    Vou explicar pra vocês, usando apenas um vídeo, o porquê da economia ser um jogo de soma zero.






  • Pensador Consciente  02/02/2018 12:12
    Exemplo mais esdrúxulo,oferta e demanda meu caro e leia a história de vários empresários inovadores que levaram porta na cara por que ninguém acreditou em seus projetos e ideias,no entanto ao invés de chorarem e espernearem,foram a luta,persistiram,acreditaram e venceram,enfim o mundo é dos fortes e dos que persistem,quantos aos fracos e parasitas sucumbem ao primeiro vento que sentem,enfim mimimi e vitimismo não leva ninguém a lugar nenhum,quanto a cena do filme,o sujeito que vá bater em outras portas até seu sonho virar realidade.
  • Kira  03/02/2018 05:48
    O cara vem aqui postar um vídeo desse, como se alguém fosse obrigado a comprar a ideia de quem quer que seja.
  • ÓRFÃO DO LULA  02/02/2018 13:53
    Companheiro Lourenço,

    já que eu estou zerado, veja por favor se consegue algum dinheiro para mim.

    como sou ex-funcionário mortadela (com a crise fui demitido, a culpa é da lava jato), a única coisa que eu sei fazer é subir no ônibus, vestir vermelho, usar boné, assistir os companheiro no palanque, tacar fogo em pneus, bloquear a Paulista e comer pão com mortadela.

    se conseguir uns 20 mil R$ para mim já tá bom, assim eu pego a minha parte que algum rico me tomou.

    obrigado e saudações vermelhas !
  • Paulo Henrique  02/02/2018 22:00
    Perdão o OFF. Mas e essa queda global geral em ações, criptomoedas, etc? A bolha ta estourando?
  • Pobre Paulista  03/02/2018 13:35
    Preços são subjetivos e variam ao longo do tempo, FIM.
  • Paulo Henrique  04/02/2018 21:35
    Apenas estranhei a coincidência de tudo estar caindo fortemente
    Dow Jones caiu 2.54% , para quem mexe com bitcoin e outras alts, isso é o tempo de tomar um cafézinho, mas no mercado de ações é um bom tombo, fazia tempo que não ocorria essa queda(de uma semana que já vinha tendo quedas);
    Deutsche Bank inclusive soltou um relatório falando que a correlação de quedas é de 90%

    www.marketwatch.com/story/risk-of-market-contagion-has-reached-a-6-year-high-deutsche-bank-analyst-says-2018-02-02

    Ou seja, a única coisa que subiu foi a Suvinil, de tenta tinta vermelha
  • Felipe Lange  03/02/2018 22:15
    Acredito que sim. Mas as criptomoedas logo irão voltar a subir o preço, e as moedas estatais irão perder ainda mais credibilidade.
  • Demolidor  05/02/2018 01:34
    Concordo e acho isso provavelmente inevitável, por mais que as autoridades esperneiem.

    No entanto, como eu disse aqui em posts anteriores e evidenciado em janeiro, não será um smooth ride.
  • Paulo Henrique  05/02/2018 22:07
    eco.pt/2018/02/05/mini-crash-em-wall-street-deixa-dow-jones-a-tombar-mais-de-6/

    Os juros futuros apenas ameaçam subir de forma mais forte e as bolsas americanas dão um ''mini-crash''

    não é preciso ser um grande profeta ou visionário para perceber que o mercado esta inflado
  • Dylan  03/02/2018 13:27
    Alguém poderia me ajudar a achar um comentário de um leitor falando sobre a influência do povo celta no pensamento norte-americano, ele fala que o povo celta é trabalhador e poupador, enquanto o povo ibérico era mais preguiçoso.

    Agradeço
  • Felipe Lange  04/02/2018 15:35
    Vou comentar aqui só para ver se dá mais visibilidade porque até eu estou interessado.
  • Alguém  04/02/2018 19:21
    Não sei que autor é esse, mas acho controverso atribuir a cultura celta como um todo dentro dessa influência, uma vez que os povos ibéricos também são descendentes de celtas da penísula ibérica. O mundo moderno é influenciado por roma, grécia, celtas... que existem eixos de influência cultural coletiva ao longo dessas dissidências é fato, mas difícil atribuir culpa a um ou outro povo específico. No caso do Brasil isso seria inclusive mais estranho ainda, uma vez que a quantidade de alemães, japoneses, italianos, e africanos que influenciaram a força de trabalho desse país é enorme. O problema é que com a queda do populismo vermelho no leste europeu, a america latina e central se tornou o próximo alvo do socialismo, e isto foi de certa forma fácil devido ao atraso de desenvolvimento industrial em relação ao resto do mundo, Europa e America do Norte, tanto culturalmente quanto de ferramentas de trabalho pós revolução. A America Latina como um todo, é um continente tardio dentro da cultura de mercado, isso deu tempo para o populismo de esquerda se entranhar no cerne desse povo, criando uma bolha em relação ao resto do mundo desenvolvido e capitalizado. Com isto, não estou dizendo que o período imperial era melhor, também foi tardio nessa cultura de mercado e revolução industrial, é fato que ibéricos tem um fetiche por mercantilismo e fronteiras.
  • Dylan  11/02/2018 19:40
    Alguém e Felipe Lange, consegui achar comentário escrito pelo leitor Steve.

    Ele disse o seguinte:"Negar características raciais é uma ignorância, mas comum no Brasil, pois somos todos educados a crer que todos são iguais. Por que o Estado é forte no Brasil? Porque ibéricos e latinos racialmente ocupam profissões mais estatais, seja militar ou funcionário público. Já os libaneses, árabes e judeus, tem uma tendência muito maior para o comércio, para o capitalismo que vocês tanto defendem. O próprio Cristianismo, religião considerada pilar do capitalismo, vem dos cartagineses, da infiltração cartaginesa na aristocracia romana, por isso o próprio Santo Agostinho era de origem cartaginesa, nasceu no norte da Africa, e vários outros santos da época. Raças possuem características pisológicas, o ibérco prefere estabilidade do que excesso de trabalho, por isso o facismo foi tão forte nos países latinos - Argentina, Brasil, Portugal, Espanha e Itália, isso na época da Segunda Guerra Mundial. Romanos eram povos militaristas e construtores, diferente dos povos do comércio, que eram os cartagineses. Celtas eram aliados de Cartago contra Roma, isso explica muita coisa, pois a America do Norte horda dos celtas e gauleses, e é o lugar mais liberal do mundo."
  • Anônimo  03/02/2018 13:35
    Não entendo também pq gastam com itens relacionados a futebol(tenho familiares que são sócio torcedores e compram tudo do time a qual torcem ).Lembrei depois que valor é uma coisa SUBJETIVA.
  • Bode  04/02/2018 00:47
    Não saco muito de economia, mas penso que o ganho de produtividade é, ao fim do dia, o que produz riqueza. A melhor maneira de obter esse ganho é através da seleção natural que só o livre mercado permite. Se não houver aumento de produtividade as trocas econômicas vão ter resultado de soma zero.
  • Sindicato dos Capitalistas  04/02/2018 13:01
    As pessoas tem direito ao livre mercado. A liberdade é um direito sagrado. O direito ao salário integral é a garantia que não vai haver escravidão.

    Capitalismo é um direito do cidadão.

    Eu proponho uma greve a favor do livre mercado. Esse confiscos e expropriações do governo já ultrapassaram todos os limites.

    Não vamos trabalhar enquanto o governo não reduzir os impostos, regulamentações e monopólios.

    Não vamos pagar as contas, enquanto as empresas estatais não forem vendidas.

    Enfim, vamos parar tudo até o livre mercado e o capitalismo serem respeitados.
  • ANTONIO  04/02/2018 13:18
    "O bolo não está dado e não possui tamanho fixo. Ao contrário: ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos — exceto se o estado entrar em cena e gulosamente abocanhar uma grande fatia."
    Na verdade no Brasil, eles se dizem que não abocanham, eles só escolhem os vencedores JBS GRUPO X ETC os quais eles pegam a grande fatia deles de 42% (mentem para o povo claro) e dão aos seus escolhidos (monopolios) para que depois $$$ recebam os pixulecos para comprar eleitores tontos. Brasil falta muito a aprender.
  • Felipe Lange  05/02/2018 14:16
    Leandro, você acha que seria possível formar um lobby de importadores? Você acha que os lobbies de exportadores se beneficiariam se fizessem esse tipo de pressão, de fazer liberar as importações? Se analisar por outro ângulo, eles poderiam ganhar muito mais dinheiro se pudessem vender para o mundo todo sem regulações estatais, mas aí o problema é que nestes outros lugares há outros lobistas e outros governos envolvidos que não podem gostar...
  • Sindicato dos Capitalistas  05/02/2018 14:55
    Dúvida: Quantas árvores a Marina Silva já plantou ?
  • Rodrigo Amado  06/02/2018 15:22
    Em geral as pessoas que dizem que a economia é um jogo de soma zero sabem que estão mentindo.
    Mas ela continuarão mentindo pois essa afirmação é apenas uma desculpa para roubar através do estado.
  • Prometheus  07/02/2018 02:14
    Pois é, basta entender que riqueza não é dinheiro, e sim, os bens e serviços ofertados, e que o aumento da capacidade de adiquirir riqueza se dá atravéz do acúmulo do dinheiro como ferramenta, acúmulo este que em uma economia livre sem artificialidade e distorções governamentais é permitido a todos. como a quantidade de bens sempre aumenta na sociedade, a distribuição de riqueza de forma geral também aumenta e se multiplica ao longo das gerações, pois, riqueza são exatamente esses bens produzidos e multiplicados pelo aumento de produção.
  • PETROBRAS  07/02/2018 14:20
    A Petrobras não é do jeito que vocês falam, a verdade é:

    1) Mercado está aberto desde 1997. Até a importação é liberada.

    2) os principais vilões do preço da gasolina são os impostos e o seu estado é que fica com um bom percentual, através do ICMS.

    3) Privatização não reduz impostos. A Petrobras NÃO fica com dinheiro de impostos.

    4) A adição de álcool na gasolina é Lei Federal que beneficia usineiros e não a Petrobras. Vários paises fazem o mesmo. Reduz poluição e diversifica a matriz energética.

    5) Petróleo é commodity, logo o preço é definido internacionalmente pela curva oferta vs demanda. Além disso, preço é em dólar. Nenhuma petroleira vende abaixo do preço internacional, exceto estatais de países com altíssima produção e população pequena.

    6) Não existe tributação (impostos) nas exportações, isso é pratica padrão no MUNDO TODO e não só no Brasil. O preço para Petrobras é o mesmo para mercado interno e externo.
  • Leandro  07/02/2018 14:49
    "Mercado está aberto desde 1997. Até a importação é liberada."

    Assim é gostoso. O mercado ficou completamente fechado de 1953 a 1997. O que isso significa? Que após mais de 40 anos de monopólio (quebrado apenas em 1997), a Petrobras já havia se apossado das melhores jazidas do país. Sendo assim, nem tem como alguém concorrer.

    É como você chegar atrasado ao cinema: os melhores assentos já foram tomados, e você terá de se contentar com os piores. O monopólio de jure de fato não existe mais. Só que, na prática, continua intacto.

    "os principais vilões do preço da gasolina são os impostos e o seu estado é que fica com um bom percentual, através do ICMS."

    Concordo muito com a questão tributária. Mas, nos últimos seis meses, os impostos não explicam os reajustes dos preços nas refinarias. "De julho até agora (janeiro de 2018), a alta acumulada nas refinarias da Petrobras foi de 24,80 % na gasolina e de 27,40% no diesel, sem contar aumentos de impostos." (Fonte).

    Eis o fato incontornável:

    1) Ou uma estatal é espoliada por políticos, e acaba tendo de subir os preços pra refazer seu caixa;

    2) Ou ela é bem gerida (na medida do possível), o que significa que ela tem constantemente de subir seus preços para honrar sua folha de pagamento, dado que a empresa é loteada por apadrinhados políticos e aparelhada por apaniguados.

    Não tem segredo. E nem solução.

    "Privatização não reduz impostos".

    Concordo.

    "A Petrobras NÃO fica com dinheiro de impostos".

    Errado. Sendo estatal, a empresa sabe que, em última instância, receberá um aporte de capital do governo, com o dinheiro de nossos impostos. Isso, por si só, já aniquila qualquer incentivo à eficiência.

    "A adição de álcool na gasolina é Lei Federal que beneficia usineiros e não a Petrobras."

    E, se não fosse tal adição, o preço da gasolina seria ainda mais alto, pois um volume maior de gasolina (que hoje é preenchido pelo etanol) estaria sendo consumido.

    "Vários paises fazem o mesmo. Reduz poluição e diversifica a matriz energética."

    Lá, a mistura não passa de 10% (aqui chega a 27%). Ou seja, se reduzíssemos para 10%, o volume de gasolina consumido seria muito maior, e a estatal (ineficiente) teria de cobrar preços ainda maiores.

    Logo, a adição de etanol é também uma espécie de "política de controle de preços".

    "Petróleo é commodity, logo o preço é definido internacionalmente pela curva oferta vs demanda. Além disso, preço é em dólar. Nenhuma petroleira vende abaixo do preço internacional, exceto estatais de países com altíssima produção e população pequena."

    Com a única diferença de que, quando um país possui livre concorrência no setor, várias petroleiras importam petróleo, e brigam por clientes via preços nas bombas de combustível (é assim nos EUA). No Brasil, dado que o mercado (monopolizado por 40 anos) é efetivamente controlado pela Petrobras, não há qualquer vestígio de livre concorrência. Nem teria como, dado que 40 anos de monopólio causam uma irreversível destruição do mercado.

    "Não existe tributação (impostos) nas exportações, isso é pratica padrão no MUNDO TODO e não só no Brasil. O preço para Petrobras é o mesmo para mercado interno e externo."

    Isso passa longe do tópico da discussão.
  • anônimo  07/02/2018 23:03
    A concorrência é tão aberta no Brasil que só possui a Petrobras aqui. Qual outra empresa que extrai e refina petróleo no Brasil? Alguma empresa estrangeira possui algum poço de petróleo em solo brasileiro que pode extrair, refinar e vender pelo preço de deseja?

    Sobre a questão do preço, você está falando asneira. Compare o preço dos combustíveis entre diferentes países do mundo e perceba que esse seu argumento só faz algum sentido no mercado internacional. No mercado interno os preços ao redor do mundo são muito diferentes. Enquanto os EUA e a Venezuela vendem uma gasolina baratíssima, Brasil e Noruega vendem uma gasolina caríssima.

    Ache petróleo no seu terreno (como já aconteceu) e tente abrir uma empresa como a Petrobras aqui, a ANP irá fazer de tudo para você não conseguir e comprará sua terra por um preço módico.
    Se a ANP faz de tudo para que a abertura de postos de combustíveis seja dificílima e engessada, imagine uma extratora e refinadora de combustíveis.

    Setor de transportes coletivos, setor de combustíveis, setor televisivo, setor aéreo, setor de telecomunicações, todos eles em tese é possível qualquer um entrar, agora tente fazer isso virar realidade. A burocracia do Brasil é uma das piores do mundo.
  • anônimo  08/02/2018 21:41
    Um mercado que é bastante livre no Brasil e em quase todo o mundo, é o mercado de alimentos. É impressionante a quantidade de desdentados produzindo e vendendo alimentos. Estou a 4 anos nesse mercado e percebi que é praticamente um ancapistão esse mundo do campo.

    Outro mercado bastante livre, pela dificuldade de regulamentá-lo, é o mercado tecnológico. Aqui no Brasil, se houvesse algum incentivo fiscal do governo, tenho certeza que viria várias empresas americanas dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias.
  • Max  09/02/2018 02:28
    No Brasil o mercado tecnológico é inexistente e o governo ainda enfia a faca de impostos (é o setor mais taxado).
    Mas o que você disse sobre o mercado de alimentos é verdade. Seria interessante o IMB fazer um artigo sobre isso.
  • Emerson Luis  12/02/2018 19:31

    O preço é objetivo e o valor é subjetivo.

    Liberais pensam em criar riquezas;

    Esquerdistas pensam apenas em distribuir riquezas.

    (Com eles distribuindo as riquezas dos outros e ficando com a maioria parte, naturalmente...)

    * * *
  • Padumi  11/07/2018 03:32
    Acredito que, tecnicamente, considerando apenas produtos e serviços, valores, preços, moedas....de fato não se trata de um jogo de soma zero. Mas se a variável "tempo" for considerada, no que tange à dispendiosidade da produção de riqueza, as coisas mudam bastante.

    Pra algo ser "produzido", alguém terá de abrir mão do seu tempo. Remunerado, sim. À altura? Jamais!
  • Vladimir  11/07/2018 12:36
    "Pra algo ser "produzido", alguém terá de abrir mão do seu tempo. Remunerado, sim. À altura? Jamais!"

    Opa! Estaria você, então, dizendo que os grandes empreendedores e criadores do mundo foram explorados e perderam preciosos tempos de suas vidas?

    Olha, até que concordo, viu? Parabéns pela originalidade da constatação.
  • João Augusto  09/08/2018 18:16
    Uma sincera dúvida: a riqueza é infinita?
  • Vladimir  09/08/2018 18:24
    Os recursos são finitos, porém a maneira como você pode combiná-los para gerar riqueza é infinita.
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2921
  • Giovane  27/12/2018 12:53
    Olá pessoal, acompanho o Mises há pouco tempo e já tenho me identificado com muitos dos argumentos liberais e acho sim que um país mais livre é um país mais rico.

    Em relação ao texto, que li apenas agora em 2018, tendo a apresentar dúvidas que as coisas sejam assim. Como Contador de formação, tenho a tendência natural de achar contrapartidas em tudo que no final resulta sempre em zero..conceito das partidas dobradas.

    Acredito que as coisas realmente tenham um preço subjetivo e mutante ao longo do tempo, não vejo dúvidas nisso. Mas entendo que se um coisa é vendida hoje por 100, alguém desembolsou esse mesmo 100, ou seja +100 - 100 = 0, Se amanhã o preço baixa para 50, a lógica permanece a mesma. O que diminui é o lucro de um lado e o custo de outro.

    Usando um exemplo de um produto, na cadeia de criação de valor. Um empresário compra um material bruto por 10, aplica uma certa mão de obra paga antecipadamente por ele de 5, faz propaganda e gasta mais 2, ao final o custo contábil dele foi de 17, apenas como exemplo e ele produziu 10 desses produtos. Conforme o mercado determina a curva de preços desse produto, ele vende o primeiro por 25, após o segundo por 27, o terceiro por 30, o quarto por 29, o quinto por 27, o sexto por 25, o sétimo por 23, o oitavo o nono e o décimo por 20. Ao final seu custo contábil foi de 170 e a receita foi de 246, lucro de 76.
    Dez pessoas compraram e consumiram integralmente esses bens e gastaram 246 para isso.
    Todo esse valor gasto foi distribuído ao fornecedor do material bruto em 100, à mão de obra mais 50, com propaganda mais 20 e finalmente com o vendedor os restantes 76. No final a soma de tudo foi zero. Pois 10 pessoas ficaram 246 mais pobres e talvez mais felizes, mas mais pobres. E o restante das pessoas envolvidas teve o acréscimo igual aos 246, cada um com sua parcela como demonstrado acima.

    Um exemplo do setor de serviços. Uma pessoal sabe muito sobre algo e aceita dividir esse conhecimento com outros por 100. No momento que esse conhecimento está na cabeça dele, por mais que ele preze muito isso, não significa nesse momento, auferir lucro. Não aumentou em nada nenhuma riqueza.
    Mas vamos dizer que ele encontra um empresário disposto a lhe pagar os 100 por esse conhecimento. Agora o homem apenas necessita ir ao empresário e expor esse conhecimento, feito isso, não importa qual a maneira...se por palestra, curso ou material impresso ou o conjunto deles, o empresário lhe paga os 100. Agora o homem está 100 mais rico, e o empresário 100 mais pobre...sem interessar o que esse empresário irá fazer com esse conhecimento, se no futuro ele transformar esses 100 em 1000, alguém terá que desembolsar 1000 para pagar a esse empresário. Novamente o valor da soma é zero.

    Bom, por mais que o exposto acima, até agora, tenha lógica, eu não refuto o fato que a humanidade se desenvolveu muito nos últimos séculos. Temos muito mais bens do tínhamos 100 anos atrás. Fico pensando se isso é fruto da impressão quase que desenfreada de dinheiro, feita pelos governos mundiais seria a causa para isso.

    Pensei também se o aumento da população seria a causa da melhora da condição humana, mas do mesmo jeito, quando penso em alguém criando um bem, ou um valor, sempre vejo um outro, do outro lado, pegando por isso.

    Só imagino mesmo a impressão de dinheiro pelos bancos centrais como razão para o aumento da riqueza da humanidade.

    Por favor me perdoem por eventual amadorismo de pensamento, mas realmente fiquei intrigado com isso e gostaria de ter esse esclarecimento daqueles quiserem genuinamente fornecer explicações antes de me chamarem de comuna.

    Obrigado.
  • Tulio  27/12/2018 13:37
    Sim, como você mesmo disse, você está utilizando estritamente a mentalidade do contador (a qual é crucial para uma economia), mas ela não explica um fenômeno econômico básico: a subjetividade.

    Vou dar um exemplo drástico, mas que sintetiza bem.

    Descubro que minha filha está com apendicite. Eu sei que ela morrerá se não for tratada. Sendo assim, pagarei alegremente, sei lá, uns R$ 50 mil para tratá-la com urgência.

    Supondo que a cirurgia foi um sucesso e ela foi salva, a mentalidade do contador irá dizer que eu perdi R$ 50 mil e que, logo, estou em pior situação. Pelo contador, eu estaria melhor com minha filha morta e R$ 50 mil a mais no bolso.

    O melhor exemplo do seu erro da raciocínio está neste seu trecho:

    "Um exemplo do setor de serviços. Uma pessoal sabe muito sobre algo e aceita dividir esse conhecimento com outros por 100. No momento que esse conhecimento está na cabeça dele, por mais que ele preze muito isso, não significa nesse momento, auferir lucro. Não aumentou em nada nenhuma riqueza. Mas vamos dizer que ele encontra um empresário disposto a lhe pagar os 100 por esse conhecimento. Agora o homem apenas necessita ir ao empresário e expor esse conhecimento, feito isso, não importa qual a maneira...se por palestra, curso ou material impresso ou o conjunto deles, o empresário lhe paga os 100. Agora o homem está 100 mais rico, e o empresário 100 mais pobre...sem interessar o que esse empresário irá fazer com esse conhecimento, se no futuro ele transformar esses 100 em 1000, alguém terá que desembolsar 1000 para pagar a esse empresário. Novamente o valor da soma é zero."

    Se você realmente acha que o empresário ficou em pior situação após pagar R$ 100 e obter um conhecimento que pode multiplicar sua riqueza futura por 1.000, então realmente não há exemplo nenhum que eu possa dar que irá fazer você mudar de ideia.
  • Giovane  08/01/2019 17:28
    Prezado Tulio,
    Se você realmente acha que o empresário ficou em pior situação após pagar R$ 100 e obter um conhecimento que pode multiplicar sua riqueza futura por 1.000, então realmente não há exemplo nenhum que eu possa dar que irá fazer você mudar de ideia.
    Obrigado por sua resposta. No seu comentário acima não há uma resposta ao que foi indagado. Veja que no momento que o empresário gastou 100 pelo conhecimento, ele ficou com sua riqueza reduzida em 100. No seu exemplo, quando ele conseguir vender o serviço e ganhar 1000, ele com certeza ficará 1000 mais rico, porém na outra ponta, alguém pagou os mesmos 1000 para suprir sua necessidade de consumo ou quem sabe, no futuro multiplicar esses 1000 algumas vezes.

    [i]Supondo que a cirurgia foi um sucesso e ela foi salva, a mentalidade do contador irá dizer que eu perdi R$ 50 mil e que, logo, estou em pior situação. Pelo contador, eu estaria melhor com minha filha morta e R$ 50 mil a mais no bolso[i]
    Lamento discordar, mas pelo contador você estaria R$50 mil mais pobre e com sua filha viva. E do outro lado, estariam médicos e hospital com R$50 mil mais ricos. Só isso.

    O que eu quis dizer, e repito que ficou sem resposta, é que para cada unidade monetária que alguém recebe, alguém deve dá-la em troca.

    O dinheiro é a representação da riqueza, foi graças ao dinheiro que as transações comerciais puderam crescer exponencialmente.

    Não entendi o que vc quis dizer com fenômeno básico da subjetividade, mas tudo é subjetivo até que se encontre alguém disposto a monetarizar aquele bem ou serviço, ou seja, precificar.
  • Humberto  08/01/2019 18:26
    Segue sem entender o básico.

    Se eu pago R$ 50 numa churrascaria rodízio, estou R$ 50 mais pobre, porém muito mais saciado, satisfeito e feliz que antes. O simples fato de eu voluntariamente ter optado por abrir mão dos R$ 50 em troca de uma suculenta picanha mostra que eu considero essa transação benéfica. Se eu não a considerasse benéfica, eu não a teria feito. E, se eu a considero benéfica, então eu ganhei com esta transação. Simples assim.

    Troque "picanha" por "viagem" ou "casa" ou "roupa" e o raciocínio é idêntico. Eu abri mão de dinheiro em troca de lazer, satisfação, prazer, sobrevivência, conforto etc. E fiz isso voluntariamente, pois imaginei que ficaria em melhor situação após a transação. Logo, por definição, eu ganhei nesta transação.

    Qual o seu contra-argumento para dizer que perdi ao incorrer voluntariamente nas transações acima?
  • Giovane  11/01/2019 13:11
    Prezado Humberto,

    Eu continuo sem entender o básico e você, pelo jeito, continua sem interpretar textos.

    Vamos lá....

    Eu disse que uma pessoa que gasta 50 para saciar sua vontade fica 50 mais pobre e outra pessoa ou outras pessoas ficam 50 mais ricas..portanto uma troca, não há criação de riquezas nelas...o dinheiro apenas troca de mãos.

    Não entrei na seara subjetiva de "satisfação" com o ganho ou com o gasto.
  • Um observador  27/12/2018 15:40
    Prezado Giovane,

    "Só imagino mesmo a impressão de dinheiro pelos bancos centrais como razão para o aumento da riqueza da humanidade."

    É que você está cometendo o erro (muito comum) de confundir dinheiro com riqueza.

    O aumento da riqueza da humanidade ocorreu devido ao aumento da produtuvidade. A produção média de comida, bens duráveis, serviços, etc, por pessoa é muito maior hoje do que era no passado. Não tem absolutamente nada a ver com a quantidade de dinheiro na economia. Dinheiro é só um meio de troca.
  • Felipe Alencar   09/04/2020 12:14
    Olá "Um Observador" e Giovane. Primeiramente, Giovane, fiquei feliz em encontrar seu questionamento aqui e suas pacientes respostas. Tenho as mesmas dúvidas. A resposta mais clara sobre este tópico foi a de "Um Observador". Prosseguindo com este ponto citado por ele, devo entender então que o fato do dinheiro não ser riqueza, mas sim um meio de troca, faz com que seja plausível que trocas possam ser efetuadas através de outro meio (escambo - trocando produtos diretamente, criptomoedas, metais preciosos ou mesmo qualquer coisa que seja de interesse mútuo para o vendedor e para o cliente). Correto?
    Outro ponto é: então, com base na afirmação do "Um Observador", não há como mensurar a riqueza mundial, uma vez que o dinheiro (seja estatal ou descentralizado) não é a representação total disto, mas sim uma representação mais localizada, de forma de facilitar as trocas entre indivíduos. Correto?
    Mais um ponto: devido também a este fato de riquezas aumentarem com a produtividade e (tomando o exemplo de Bitcoin, que tem um limite definido de 21 milhões*) o dinheiro ser algo de quantidade fixa, isto me leva a entender que o valor representativo da moeda tende sempre a dimiuir, inversamente proporcional ao aumento das riquezas. Quantidade X de dinheiro -> Quantidade X de riqueza. A riqueza aumenta, o dinheiro não pode ser aumentado, então o dinheiro tende a perder seu valor com o passar do tempo\aumento da produtividade. Correcto?
    * -> usei o Bitcoin como exemplo pois: 1) não é uma moeda fiduciária, que pode ser impressa ad inifinitum por Estados, 2) é uma criptomoeda que possui uma quantidade máxima de circulação definida e 3) diferente de outras criptomoedas, muito dificilmente esse valor máximo em circulação será ampliado, pois depende de um consenso para que isso seja feito, caso contrário, haverão forks (como já ocorreu com Bitcoin Cash e Bitcoin SV).

    E um último ponto é: falando sobre criptomoedas, vejo recorrentemente maximalistas de Bitcoin, mas dada esta discussão aqui, tendo a crer que não há espaço para uma moeda única que represente a riqueza mundial. Não há como representar a riqueza e devido a isto não dá para eleger uma moeda para representar parte desta riqueza. Entendo que haverá uma certa variedade de moedas e que cada par fornecedor-cliente poderá optar por qual meio de trocas utilizar. Como o preço é subjetivo, cada um pode decidir valorar como quiser seu produto ou serviço, certo?

    Bem, era isto, pessoal! Foi excelente poder encontrar este debate aqui. Espero que alguém possa me responder.
    Grato.
  • Felipe  19/06/2020 02:10
    Sabendo que vivemos em mundo de recursos escassos e finitos, como eu posso afirmar que o libertarianismo - ao meu entender, sistema econômico que defende a viabilidade de estabelecer-se um mundo de produtividade infinita capaz de oferecer oportunidades a todos para se enriqueceram - seja um ideal concreto e possível ??

    Seguindo o raciocínio, portanto, a possibilidade da produtividade infinita com recursos finitos tornaria plausível a construção de um mundo justo mas esse pensamento reside no âmbito do real?

    O libertarianismo não faz parte do campo onírico,utópico ??


    Aguardo repostas e agradeço desde já


  • Vladimir  19/06/2020 03:40
    Não sei de onde você tirou esse espantalho (mas só pode ser de rede social). O fato é que enquanto houver propriedade privada, sistema de preços livres e liberdade empreendedorial, não há por que se preocupar com exaustão de recursos.

    www.mises.org.br/article/2965/como-o-progresso-transforma-a-escassez-em-abundancia--a-agua-de-israel-e-os-elementos-quimicos

    www.mises.org.br/article/2966/comprovando-a-natureza-benevolente-do-capitalismo-ele-promove-a-vida-humana-e-o-bem-estar-de-todos

    www.mises.org.br/article/2974/ao-contrario-do-que-diz-o-senso-comum-nao-existem-recursos-naturais
  • Imperion  19/06/2020 18:05
    Recursos não são finitos. Eles podem ser reaproveitados, reciclados reutilizados, descobertos, substituídos. Depende da imaginação humana, que inventa novos processos e transforma matéria bruta em algo aproveitável.

    A esquerda fala em bens finitos pra manipular as ideias. Fazer terrorismo. Falar ao medo nos corações das pessoas, para fazer parecer que a produção humana vai exaurir os recursos.

    Na verdade a produção humana vai continuar migrando da extração simples para o processo de reaproveitamento.

    Do boi se usa tudo. E quanto mais se usa tudo, mais se lucra.
  • Felipe  20/06/2020 23:47
    O problema é que atualmente a reciclagem e o reaproveitamento não estão sendo suficientes para lidar com todo o lixo que nós produzimos... É só ver a Ilha de Lixão do Pacífico que cresce mais e mais a cada ano.

    Acreditar que o padrão de consumo e produção de hoje não esteja ameaçando a integridade e o futuro da biosfera não seria uma falácia que visa encher o ego do ser humano e iludi-lo de que tudo está em ordem ??

    Agradeço de antemão pelas respostas


    www.gazetadopovo.com.br/ideias/ilha-de-lixo-plastico-no-pacifico-cresce-de-forma-avassaladora-ewtjzoghw9l1d3o3hazor202u/

    epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/03/epoca-negocios-declinio-da-biodiversidade-em-todo-o-planeta-ameaca-bem-estar-da-humanidade.html
  • Imperion  21/06/2020 15:04
    O estado com suas leis é um grande impedidor da reciclagem. Lixo é dinheiro jogado fora. Se não fossem as regulamentações, empreendedores estaria garimpando os recursos e os transformando pra gerar lucro.

    Por aqui fizeram um abaixo assinado pra impedir uma grande indústria de reciclagem de se instalar no vale do Paraíba. A empresa não ganhou licença por isso. Agora o nosso lixo bonito continua indo pro aterro embargado.
  • Felipe  02/08/2020 22:38
    "O planejamento econômico racional só é possível quando tem como base preços de mercado. Somente preços de mercado transmitem a urgência que o público atribui aos vários e concorrentes fins para os quais os RECURSOS ESCASSOS devem ser empregados." - Fonte: (www.mises.org.br/Article.aspx?id=1263)


    Agora os recursos são INFINITOS ???

    Esse texto de Juan Ramón Rallo parece entrar em contradição com uma das constatações centrais do liberalismo que é a de que vivemos em mundo de recursos finitos, de modo que a lógica de mercado é necessária para mediar os interesses,desejos "insaciáveis" dos indivíduos...


    Será que entendi errado o texto ?


    Agradeço pelas respostas
  • Neto  03/08/2020 14:15
    Em que parte do artigo acima o autor afirma que os recursos são infinitos?

    Obrigado.
  • lucas  04/09/2020 01:38
    INCRIVEL como tudo se explica na economia, eh tudo mto lindo, menos como se acabar com a pobreza !
  • Marcos Rocha  04/09/2020 02:30
    Pobreza? Pobreza já era. Você já viu alguma manifestação em países ricos contra a pobreza? Nem a esquerda fala mais em pobreza. Agora só se fala em desigualdade (só que ninguém liga para a enorme diferença de riqueza entre mim e Jorge Paulo Lehman) e, no máximo, racismo.

    Você está bem atrasado na marcha do mundo.

  • Imperion  04/09/2020 15:32
    Diga não à redistribuição de renda e sim à geração de riqueza, que a pobreza vai ser eliminada. O tempo que se perde com esmolamento dava pra eliminar os fatores que lhe impedem de prosperar. E os pobres vão continuar pobres se esses fatores não forem eliminados.

    E redistribuição de renda é roubo.
  • Imperion  28/04/2021 20:36
    A economia ideal pra acabar com a pobreza é aquela em que todos produzem, assim ninguém parasita outrem e todos contribuem com a produção de bens e serviços. A pessoa produzindo, ela nunca seria pobre. E usaria bens de capital pra ter mais produção.

    E estando ocupada produzindo, ela não estaria tentada a roubar outrem. Teríamos paz social. Ela produzindo, e reconhecendo o valor de sua produção, daria valor a não ser surrupiada e nem aceitaria que os outros fossem. Não haveria guerras e, portanto, não haveria necessidade de governos, nem exércitos bancados pelos impostos.

    Os cidadãos iriam querer que uns e outros fossem produtivos e tivessem renda da produção. Portanto, políticos e burocratas não teriam vez. Seria exigido que fossem produtivos na sociedade também.
  • Bylund  28/04/2021 18:02
    Pergunta: como as pessoas podem simultaneamente acreditar

    (a) que o valor de algo é determinado pela quantidade de trabalho despendida na produção; e

    (b) em um mundo de soma zero?
  • Fernando  28/04/2021 18:08
    Boa pergunta. Outro dia surgiu aqui um leitor chamado Fabio Anderaos dizendo acreditar piamente na teoria do valor-trabalho. Seria interessante ele responder essa.
  • Bluepil  28/04/2021 21:22
    Pelo que eu entendi, esse tal de Fábio Anderaos é bem dividido em suas opiniões, ele parece discordar de diversos pontos do valor-trabalho, mas ainda não confia por completo na equivalente austríaca, fiz uma pergunta bem subjetiva para ele, para tentar entender o quê ele vê de errado na Teoria da utilidade marginal, e ainda estou esperando pela resposta.
  • Emerson Luis  29/04/2021 09:26

    [Out Topic]

    Alguém se lembra de algum artigo ou comentário refutando o argumento de que estatais que "dão lucro" não devem ser privatizadas, apenas as que "dão prejuízo"?

    Lembro vagamente de ter visto algo no sentido de que nenhuma estatal realmente dá lucro.

    * * *
  • Drone falante  29/04/2021 14:30
    Ora, mas nenhuma estatal realmente dá lucro, pelo menos aqui em banania não, nós somos obrigados á sustentar essas estatais com nosso dinheiro, e quando uma estatal está tendo lucro, os únicos que realmente estão se beneficiando são os políticos e burocratas. Raramente eles reinvestem o dinheiro, e quando fazem isso geralmente são mal-investimentos.

    Para uma estatal realmente ser efetiva, ela precisa funcionar como uma empresa privada, sem dinbeiro grátis vindo do tesouro, e á concorrência também deve ser livre.
  • David  29/04/2021 15:43
    Estatal é assim mesmo:

    a) se dá lucro, não pode ser vendida (afinal, por que vender algo que dá lucro?);

    b) se dá prejuízo, também não pode ser vendida, pois aí será a "preço de banana" (tem que esperar a estatal voltar a dar lucro para ser vendida, o que simplesmente reinicia o ciclo).
  • Dirceu Batista  29/04/2021 17:46
    Entre a confecção dos bens e a distribuição tem de haver lucro.
    Entre a comercialização dos bens certamente haverá lucro.
    Logo a riqueza depende do lucro.
    O que é lógico, quem produz ou distribui precisa obter lucro para adquirir seus bens necessários à sua subsistência.
    O problema é que para esse bolo infinito, necessário é que todos participem da receita (confecção, produção, distribuição) e aí entra o parâmetro H U M A N O .
    Aqui entra Hobbes: "o homem vive numa eterna corrida, estar sendo constantemente ultrapassado é miséria. Ultrapassar constantemente quem está adiante é felicidade. Desistir da corrida é morte."
  • Nelinho  29/04/2021 18:07
    Não entendi. Primeiro você mesmo diz que todos os participantes de cada setor obtêm lucro. Aí, logo em seguida, diz que é necessário e humano que todos os participantes de cada setor obtenham lucro (dando a entender que não obtêm lucro).

    Releia com calma o que você próprio escreveu.
  • Gervásio Krzystof  29/04/2021 19:24
    Lembrei duma frase que minha professora disse no ensino médio que tem a ver com esse négocio de soma zero.:


    "Todo o rico mata, pois pra ter algumém fica sem"


    Kkkkkkkkkkkkkk
  • thiago melo  05/05/2021 23:15
    Estava animado em ler o artigo, até chegar à última linha aguardando o arremate lógico aceitável. Mas me deparei com uma falácia tão desonesta, que me senti decepcionado. Objetivamente o que temos é um economia global que cresce a percentuais cada vez menores... caminhando para estagnação e recessão, talvez driblada pela pandemia... e que nas últimas décadas concentra cada mais riqueza. Os critérios objetivos são o aumento da pobreza e o crescimento da concentração de renda. Se houvesse uma distribuição próxima de algo equânime poderia se falar que não há jogo de soma zero, mesmo assim com algum risco. É simples, a economia global cresce, mas poucos se apropriam da maior parte, então ela cresce para alguns, que recolhem os dividendos, para a imensa maioria os frutos do crescimento não chega à mesa. É jogo de soma zero quando todas as pessoas não podem experimentar e desfrutar de maneira equivalente dos ganhos do crescimento da produção e distribuição. Não há nada de subjetivo nisso, é bem objetivo, basta olharmos ao redor e vermos que a única coisa que cresce no Brasil, por exemplo, é o número de milionários e de pobres e miseráveis. Precisamos ver em que proporção isso aumenta! Se você tem algo que cresce e apenas um lado percebe o crescimento, é jogo de soma zero pros demais. Na velocidade em que os ganhos do crescimentos econômico são distrubuídos, o salário do brasileiro terá atingido o valor real de 1.500,o0, que seria, supostamente, algo digno para sobreviver, apenas em 2060, visto que no Brasil, 80% da população se apropriam de apenas 10% da massa da renda agregada gerada no país. Onde está o jogo de ganha-ganha? Só se for na cabeça de vocês. O jogo é de perde-ganha e é esse jogo que mantém de pé o capitalismo, sistema essencialmente desigual!
  • Lucas  06/05/2021 00:46
    Como é que é o negócio aí? Você está dizendo que, a cada ano que passa (pré-Covid), o número de pobres e miseráveis aumenta?

    É isso mesmo? Gentileza fornecer um link. Mostre que o percentual de pessoas vivendo na pobreza aumenta ano após ano (no mundo pré-Covid).

    Se você não for capaz de fornecer este link, então tenha a hombridade de se retratar por estar falando uma patente mentira em público.

    De minha parte, ei-los:

    www.mises.org.br/article/2788/para-erradicar-a-pobreza-mais-capitalismo

    www.mises.org.br/article/2987/escolha-a-metrica-que-quiser-a-pobreza-mundial-desabou-nas-ultimas-decadas-

    Seu erro é básico: você está partindo do princípio de que a riqueza já é algo dado e estático, podendo apenas ser distribuída, e jamais ser criada. Você ignora que a riqueza é diariamente criada. Ao passo que algumas pessoas de apossam de uma fatia maior, todas as outras também se tornam muito mais ricas.

    Ou você vai dizer que um pobre no Brasil tinha um padrão de vida mais alto na década de 1980 do que hoje? Acorde para a vida. Pare de repetir clichês de DA universitário.

    Aproveitando:

    Como a desigualdade de riqueza acaba reduzindo a pobreza
  • Pareto  06/05/2021 00:55
    Quem faz alarde de que 1% detém 50% de algo desconhece por completo a lei de Pareto, a qual explica que tal arranjo não só não tem nada de atípico, como, ao contrário, é a própria norma do universo.

    Ainda no século XIX, Vilfredo Pareto estudou a distribuição de riqueza em várias nações europeias. Ele descobriu que aproximadamente 20% da população detinha 80% do valor do capital de uma nação. Ato contínuo, ele aplicou esse raciocínio até o topo da pirâmide.

    Se 20% da população detém 80% do valor do capital de uma nação, então 4% (20% de 20%) detém 64% (80% de 80%) do valor do capital. Isso de fato se mostrou verdadeiro.

    E prosseguiu.

    Se 4% detém 64%, então aproximadamente 1% (20% de 4%) deverá deter aproximadamente 50% (80% de 64%). E isso também se comprovou verdadeiro.

    Sendo assim, é perfeitamente natural e normal que aproximadamente 1% da população detenha um pouco mais da metade da riqueza.

    Aliás, continuando: 0,16% deve deter 41% da riqueza. E 0,032% deve deter 33% da riqueza.

    E tudo isso se comprovou verdadeiro.

    Um grande número de estudos subsequentes indica que essa mesma distribuição se aplica para todas as sociedades estudadas. Não importa se os países eram nações pré-social-democratas (antes de 1900), nem a localização geográfica ou quão socialistas eles são. A mesma distribuição existe.

    Aliás, o que é realmente perturbador é que a regra 20-80 de Pareto se aplica a todos os tipos de estatística institucional que pouco têm a ver com distribuição de riqueza.

    Aproximadamente 20% do efetivo de uma força policial faz 80% das prisões. Aproximadamente 20% de uma determinada classe social consome 80% dos produtos destinados àquela classe. Aproximadamente 20% de um grupo faz 80% do trabalho. Aproximadamente 20% da população é responsável por 80% de toda a produção econômica. Aproximadamente 20% dos que recebem uma e-letter gratuita de fato a lêem. E por aí vai.

    Ou seja, na prática, as pessoas estão protestando contra algo que, longe de ser uma novidade, é uma proporção há muito já estabelecida pela natureza. Pessoas assim fariam melhor se concentrassem seus esforços em tentar entender por que é assim em vez de ficar pedindo para os governos injustificadamente usarem de violência para tentar alterar esse equilíbrio natural.
  • imperion  06/05/2021 16:30
    errado. 90 por cento da riqueza é "produzida"por 10 por cento da população. não é "apropriada" por 10 por cento da população. eles produziram portanto ficam com ela. isso é fato. não estao tirando de ninguem.
    esses tais pobres que vc cita que estão aumentando, não estão produzindo, portanto sua renda está caindo. não estão sendo desapropriados.

    seu argumento é daquele que defende assistencialismo e redistribuição de renda como se fosse algo honesto. mas aqui sabemos que não funciona. quem quer receber sem fazer é que tira dos outros . fato.
  • Daniel Cortes  09/05/2021 15:40
    Bom.
    Eu gostaria de um exemplo - apenas um único - de uma pessoa ganhar dinheiro sem outra perder.

    Por exemplo: se eu compro um terreno e construo nele uma casa. O valor da casa é muito maior que o valor individual do terreno e da soma dos materiais nele empregados. Eu aumentei meu patrimonio sem tirar nada de ninguem.

    Mas, ainda que isso tenha aumentado meu patrimonio sem empobrecer ninguem, não aumentou em nada minha conta bancária. Para que isso se converta em moeda, eu preciso venda-la, e aí, alguém vai pagar por ela.

    E, no processo, estarei tirando dinheiro de outra pessoa.

    Uso de dinheiro é soma zero. Quando um recebe, outro perde.

    Vou dar outro exemplo: comprei ações e essas ações subiram 1000%. Enriqueci, portanto, sem empobrecer ninguem.

    Mas ccom a ação eu nao preciso comprar nada. Preciso de dinheiro para isso, e , novamento, no momento em que vendo as ações para realizar o lucro de sua valorização, vou tirar o dinheiro de outra pessoa.

    Não consigo ver nenhuma hipótese em uma economia monetária de você ganhar dinheiro sem tirar de outra pessoa para isso. Você pode, apenas, aumentar seu patrimonio.
  • João  09/05/2021 21:05
    Queridão, é o óbvio ululante que, se o dinheiro troca de mãos, uma pessoa passa a ter mais dinheiro e a outra, menos. Isso é uma tautologia.

    A questão é: por que houve essa transação? Por que uma pessoa voluntariamente decidiu abrir mão do dinheiro em troca da posse de um bem?

    Olhar só o dinheiro mudando de mãos e ignorar o que foi trocado nessa transação é olhar apenas um lado da equação. No seu exemplo, a pessoa voluntariamente abriu mão do dinheiro para comprar um terreno, um imóvel ou uma ação. Isso não é soma zero. Uma pessoa ficou com mais dinheiro; a outra pessoa ficou com um ativo (terreno, imóvel ou ação).

    O que irá acontecer com esse ativo daí pra frente é imaterial para a discussão. O que interessa é que uma troca foi feita voluntariamente e ambas as pessoas só fizeram esta troca voluntária porque acreditaram que ficariam em melhor situação após esta troca.

    Cabe a você provar que pessoas transacionam voluntariamente acreditando que ficarão em pior situação após essa transação. Você tem um exemplo disso?
  • Daniel Cortes  17/05/2021 02:29
    João, essas trocas não são voluntárias.

    Se eu quero comer e vou no supermercado comprar comida, eu não pago o valor que o supermercado exige voluntariamente. Eu pago mediante coerção: ou pago, ou passo fome.

    Se eu preciso de um apartamento para ter um teto, eu não pago o aluguel voluntariamente. Eu pago mediante coerção: ou eu pago, ou fico sem fome.

    Se eu presto um serviço para alguém ou ofereço um produto para essa pessoa e exijo dinheiro em troca ( ou nego o serviço a essa pessoa se ela não poder pagar) eu não exijo dinheiro dela em troca voluntariamente.Eu exijo mediante coerção: ou cobro, ou fico sem dinheiro. E se ficar sem dinheiro , não poderei satisfazar minhas proprias necessidades e interesses, porque outros também se negarão a fornecer- também por coerção, mesmo sem derem conta disso - afinal, se você não é milionário, não poderá trabalhar de graça apenas para ajudar os demais e oferecer algo que você gosta em benefício do bem comum, mesmo que queira, porque os outros não fazem o mesmo por você.

    O uso do dinheiro não é voluntário.Ele é fundamentado na coerção. Ou você participa disso , cobra pelo que você oferece e paga pelo que você quer, ou você vira um cidadão excluído da sociedade- no caso, um marginal.

    Não acredito que existam trocas voluntárias. Se fossem, caso tudo fosse 100% gratuito e o dinheiro não existisse, nós viveríamos da mesma forma, o que não é verdade.
  • Gustavo  17/05/2021 12:58
    "Não acredito que existam trocas voluntárias. Se fossem, caso tudo fosse 100% gratuito e o dinheiro não existisse, nós viveríamos da mesma forma, o que não é verdade."

    Esse aí entendeu tudinho. Ele realmente acredita que se não houvesse dinheiro, a economia seria exatamente a mesma coisa. Todo mundo continuaria produzindo exatamente igual, haveria a mesma abundância de bens e serviços, e, acima de tudo, se tudo fosse "de graça", todo mundo continuaria produzindo com o mesmo afinco.

    Fazer o quê, a não ser chorar por saber que gente assim vota?

    A existência do dinheiro é o que permite o desenvolvimento e o progresso da civilização
  • Bluepil  17/05/2021 15:48
    Olhando esse comentário do Daniel, me dá vontade de chorar, cheio de contradições e argumentos sem sentido, só não refuto o comentário dele todinho porquê estou sem tempo no momento, só posso lamentar pelo fato de que ele provavelmente é capaz de votar, igualmente como inúmeros analfabetos funcionais que residem messe país...
  • Daniel Cortes  24/05/2021 18:05
    Gustavo

    Vamos lá. Você me tratou de maneira totalmente arrogante, mas vou devolver com elegancia. Se você quiser me refutar, fique a vontade, mas desça do pedestal, sem me tratar como um idiota que certamente não sou. Aliás, eu provavalmente tenho bagagem de estudo e e de vivencia muito maior do que você.

    Dinheiro só existe como valor de troca de mercadorias. A economia existia antes do dinheiro , só que mediante escambo. Você trocava um boi que você matou por terreno ou outra coisa que as pessoas em questão entendiam terem o mesmo valor.

    Isso se deve a uma razão: a um pensamento egoísta/ individualista.

    O que determina como se comporta a economia ou a sociedade é a o psiquismo das pessoas que estão inseridas nela. Se eu ofereço um bem ou serviço a outrem, eu não estou interessado ( ou posso estar, mas esse é um interesse secundário) no que eu posso beneficiar tais pessoas com isso. Eu estou interessado no que eu posso obter em troca disso.

    É assim que funcionam a extrema maioria das pessoas no mundo em que vivemos hoje. A mentalidade é voltado para seu auto-interesse.

    Estou apenas falando o óbvio. Smith já disse isso há seculos. Que o jantar está na nossa mesa pelo auto-interesse de quem o fornece, não por benevolencia.

    O que você está dizendo - de achar que a economia seria exatamente a mesma se não houvesse dinheiro- você ignora um único fator- A ECONOMIA NÃO SERIA A MESMA PELAS PESSOAS SEREM AS MESMAS.

    Se a mentalidade for essa mesma, o do "auto-interesse", de fato, você estaria certo.

    Porém, essa mentalidade de auto-interesse é livre , voluntária, espontânea ou é condicionada?

    O biólogo Richard Dawkins, no livro O Gene Egoísta, escreveu a teoria dos memes, nada mais que padroes cognitivos transmitidos de geração para geração que filtram nossa percepção da realidade. Sua religiao ou seu time de futebol muitas vezes foi herdado dos seus ancestrais. O mesmo ocorre com o idioma que você fala. É comportamento herdade. Nada disso é espontâneo ou natural. Nós não nascemos livres, mas sim condicionados a ter determinados padroes de crenças e comportamentais que são conduzidos de geração por geração.

    A mesma maneira ocorre nas relações comerciais. Existe O Money Free Society no Youtube que entrevistou pessoas e perguntou: se você tivesse tudo o que você queria de graça, você não trabalharia de graça? E todas responderam que sim.

    Quando oferecemos um bem ou serviço e colocamos a disposição de nossos semelhantes, agimos para nosso nosso auto -interesse. O pensamento é: de qual forma isso me ajudará a obter o recurso que desejo, através das pessoas que vão se propor a pagar a por ele?

    E se o pensamento fosse outro: imagina que eu, você e tomo mundo ofereceremos um bem/serviço com o seguinte pensamento: "de qual maneira eu posso beneficiar as pessoas que me cercam, tornando sua vida mais confortável e realizada, sem oferecer nada em troca por isso"?

    Você pode dizer que isso é impossível. Pois bem. Não há nada que obrigue a agir de uma maneira como agimos hoje- egoísitca e individualista, agindo dentro do nosso proprio interesse. Isso ocorre por duas razões. Uma genética, por razões evolutivas, herdadas de uma época em que sobrevivia o mais forte, aquele que tem os melhores genes- e como agimos com esse impulso genético de transmitir nossos genes, vamos agir de maneira individualista, pensando na nossa própria preservação -e não as do demais, que são vistos como concorrentes por recursos limitados e escassos.

    A segunda é um condicionamento social e psicológico que heremos dos ancestrais, porque o mundo sempre foi assim.

    Porém, somos todos seres humanaos -e como tais, temos necessidadades básicas ( teto, alimentação, roupa) até mais eleboradas, como boa literatura, música, espiritualidade, artes marciais, viagens, que vão além do básico.

    A extrema maioria das pessoas vive com o básico.

    Frequentemente vejo mendigos tentando achar comida no lixo, crianças pedindo dinheiro na rua ou outros coitados fazendo malabarismo no sinal. Achamos normal um ser humano tão humano quanto nós ter uma necessidade básica negada por não poder por elas. Eu não acho isso normal. E se isso existe, há algo muito errado com nossa propria noção de humanidade.

    Errado, talvez, também porque esperamos que o Estado resolva os problemas. "Eu não precisa fazer nada, já pago imposto".

    O sistema socioeconomico, sem a oposição de uma autoridade externa coercitiva, sempre será um reflexo das estruturas psíquicas do indivíduo. O mundo é capitalista porque as pessoas são egoístas. O socialismo não funciona porque tenta impor uma igualdade coercitivamente. É impossível uma força externa mudar a realidade social através da coerção.

    Agora, como seres humanos, nós não somos isolados dos demais. Nós estamos interligados. Se você pratica meditação e tem uma experiência que os budistas chamam de Nirvikalpa samadhi, vai compreender isso. Até a mecânica quantica, com a teoria do entrelaçamento (que foi resultado do famoso debate Bohr x Einstein em meados da década de 1920) chegou à mesma conclusão.

    Cada pessoa é a humanidade, nós estamos interligados e o que afeta um, afeta aos demais.

    A necessidade de uso de dinheiro só existe porque o pensamento humano ainda vive dessa maneira descrita por Smith- em busca de seu auto-interesse.

    Se o pensamento mudar, havendo uma transformação psicólógica dentro de cada indivíduo e que todos nós- voluntariamente, devido justamente a essa mudança de compreensão no psiquismo em enxergar que fazemos parte do mesmo todo e não somos entidades separadas- passarmos a oferecer nossos serviços , bens e trabalho à comunidade na qual estamos inseridos sem qualquer intenção de nos beneficiarmos por isso, mas sim, de oferecermos algo aos demais, tendo como ética fundamental a busca do bem comum, não há qualquer necessidade de existir dinheiro.

    Você vai trabalhar de graça, mas você também vai ter de graça tudo o que você quer, porque vai viver em um meio em que fazer isso é apenas o óbvio e o normal.

    Não vai mais acontecer de um ser humano lhe ter negado uma necessidade básica sua, pre-requisito para sua própria existencia, por outro ser humano por ele não poder negar por isso. Hoje, se você nao tem dinheiro, você é um fantasma, um morto-vivo.

    É claro que dali viria outra pergunta: e quem faria serviços como desagradáveis como limpador de banheiro de motel de centro de capital, e tantos outros empregos desagradáveis?

    Isso reforça meu argumento. Se alguém se submete a empregos horríveis porque "é o que deu pra arranjar" é mais um indício da imoralidade do sistema em que vivemos, que obriga pessoas - sim, obriga, porque pesquisas recentes apontam que 85% dos brasileiros odeiam o seu proprio trabalho, eles têm o que conseguiram arranjar pra poder sobreviver e não porque gostam. Sabe qual é o nome disso? Escravidão- e mais um motivo para muda-lo.

    Quanto à lei da escassez, bastaria que pessoas se organizassem de maneira racional para utilizar os recursos em uma economia amonetária, sem a necessidade de elevar um preço quando um bem se torna escasso para impedir que ele falte, como ocorre hoje.

    O que proponho é uma mudança no psiquismo, portanto. Você está imaginando que eu estou propondo acabar com o dinheiro com as pessoas sendo como são hoje. E claro que isso não funcionaria.

  • Daniel Cortes  25/05/2021 00:47
    Gustavo


    Eu não disse que nós viveríamos da mesma forma se o dinheiro não existisse.

    Eu disse que NÃO viveríamos. "o que não é verdade". Está escrito na própria frase que você escreveu.

  • Lucas  18/05/2021 06:36
    Se eu quero comer e vou no supermercado comprar comida, eu não pago o valor que o supermercado exige voluntariamente. Eu pago mediante coerção: ou pago, ou passo fome.

    Há uma terceira opção: produzir sua própria comida! Mas, como provavelmente você não possui a habilidade ou os recursos necessários para produzir o seu próprio alimento, você prefere trabalhar com algo que você domine e então trocar parte do fruto do seu trabalho pela comida que outras pessoas produziram e transportaram para um supermercado próximo a você. Isso é uma troca voluntária!

    Se eu preciso de um apartamento para ter um teto, eu não pago o aluguel voluntariamente. Eu pago mediante coerção: ou eu pago, ou fico sem apartamento.

    Mesmo raciocínio acima. Você poderia tentar construir a sua própria moradia por meio de sua própria força de trabalho. Mas, em vez disso, é mais provável que você prefira trabalhar com outra coisa e depois trocar parte do fruto do seu trabalho por um apartamento pronto. Isso é uma troca voluntária.

    Se eu presto um serviço para alguém ou ofereço um produto para essa pessoa e exijo dinheiro em troca ( ou nego o serviço a essa pessoa se ela não poder pagar) eu não exijo dinheiro dela em troca voluntariamente. Eu exijo mediante coerção: ou cobro, ou fico sem dinheiro.

    Você não está obrigando a pessoa a contratar seu serviço. Ela poderia ter optado por ela mesma fazer o serviço, em vez de te contratar. Mas não, ela preferiu, voluntariamente, contratar você e está, voluntariamente, disposta a trocar o fruto do trabalho dela pelo seu trabalho. De igual maneira, você não está sendo obrigado a prestar esse serviço. Você o está fazendo voluntariamente, pois pretende, eventualmente, trocar o fruto do seu trabalho pois produtos e serviços que outras pessoas trabalharam para produzir. Se não fosse assim, você mesmo estaria produzindo esses produtos e serviços para a sua subsistência, em vez de trabalhar para os outros. E isso também é uma troca voluntária.
  • Daniel Cortes  24/05/2021 18:35
    Lucas;

    Vamos deixar essa discussão sobre voluntariedade ou não pra lá e voltar ao tema anterior ( eu sigo entendendo que a voluntariedade não existe, porque, se em vez de comprar a casa eu optar por construí-la, vou ter que pagar por material de construção; se eu optar por fazer minha própria comida, vou ter que pagar pelo terreno, a única alternativa de não utilizar dinheiro seria viver sozinho na selva como um homem pré-historico ou me mudar para Auroville).

    Vou dar outro exemplo: se eu aprendo kung fu, eu vou pagar o professor e ele vai me prestar um serviço que não vai me agregar em nada financeiramente. Eu vou ganhar satisfação pessoal com isso, mas não vou enriquecer.

    Isso é voluntário, certo. Eu paguei por quis é aprender. É diferente dos exemplos anteriores, que falei em necessidades básicas humanas, nas quais entendo que o conceito de "voluntariedade" nao se aplica.

    Nesse outro exemplo, ele ficou mais rico, eu fiquei mais pobre, mas ganhei algo que não tem valor monetário. Apenas, para mim, na minha concepção subjetiva de valor, vale, e vale muito. Mas não agrega em nada para a minha conta bancária.

    Dessa forma, o que dá para concluir é que trocas comerciais em que ambos os sujeitos que participam dela são beneficiados jamais vão enriquecer ambos monetariamente. Algumas profissoes não geram riqueza: advogado, juiz, massagista, etc. O que elas podem gerar é outro tipo de enriquecimento, que está na satisfação pessoal, prazer, realização, mas algo de caráter psicológico. Se eu pago pela aula de kung fu, em termos monetários, o professor depois da aula estará mais rico, eu estarei mais pobre, mas mais "rico" de outra maneira que não possui expressão monetária

    Outro exemplo: se eu comprar um PS5, o vendedor vai me vender com margem de lucro, e não pelo preço normal do produto.Ele estará mais rico, eu mais pobre, porque em termos monetários eu abri mão do valor para ganhar em troca algo que se traduz como diversão, mas não como riqueza. Apenas , no meu juízo subjetivo de valor, entendi que aquilo valia mais.

    Por isso pergunto: existe um exemplo de troca comercial em que ambos se tornem mais ricos desconsiderando questões subjetivas, mas sim apenas o que está dentro da minha conta bancária?

    A meu ver, não.

    É claro que o capitalismo não é soma zero: se fosse assim, ainda teríamos o mesmo PIB da época de Roma Antiga. Porém, essa soma se faz de outras formas que não as trocas comerciais diretamente, como quando eu compro um terreno que vale 200, compro o material que vale 300 e construo a casa que vale 2 milhoes. O valor foi gerado não apenas pelas trocas, mas pelo meu trabalho agregado a elas.
  • anônimo  09/05/2021 22:40
    Uso de dinheiro é soma zero. Quando um recebe, outro perde.

    rapaz, o mesmo da um exemplo de alguem que tinha um terreno e ganhou , o pedreiro ganhou , o dono da loja de material de construçao ganhou , o novo inquilino tambem pois agora tem onde morar , e a pessoa remunerada pelo risco e aplicaçao do capital e tempo na atividade de construir a moradia - no minimo existe uma residencia que nao existia antes na economia

    voce ao menos leu o artigo ? alem de parecer que n leu coisa alguma n entende que dinheiro , riqueza e economia nao sao a mesma coisa
  • Lucas  09/05/2021 22:57
    Por exemplo: se eu compro um terreno e construo nele uma casa. (...) Para que isso se converta em moeda, eu preciso venda-la, e aí, alguém vai pagar por ela. E, no processo, estarei tirando dinheiro de outra pessoa.

    (...)

    Vou dar outro exemplo: comprei ações e essas ações subiram 1000%. (...) [No] momento em que vendo as ações para realizar o lucro de sua valorização, vou tirar o dinheiro de outra pessoa.


    Quem afirma que a economia é um jogo de soma zero parte do princípio de que é necessário que uma ou mais pessoas empobreçam para que outra possa enriquecer. Dito isto, pergunto: após você ter "tirado dinheiro" dessas pessoas em troca da casa e das ações, você as deixou mais pobres ou mais ricas?
  • Emerson Luis  10/05/2021 15:20

    Daniel, você confunde "dinheiro" com "riqueza".

    "Uso de dinheiro é soma zero. Quando um recebe, outro perde. "

    Mas a criação de riqueza em uma troca voluntária é soma maior do que zero.

    Quando um recebe dinheiro, o outro recebe em troca algo que ele valoriza mais do que aquele montante.

    O resultado é que ambos estão satisfeitos e em melhor situação que antes, como é o caso do seu exemplo.

    * * *
  • Matheus  11/06/2021 22:50
    Pode ser verdade até certo ponto, mas em algum momento para o bolo continuar crescendo ele precisará de mais recursos, porém nossos recursos naturais são finitos e só os desejos seguem infinitamente.
  • Matheus  14/06/2021 04:23
    Obrigado Diogo pela abertura de um diálogo! Não me vejo interessado em persuasão e sim na busca pelo senso da verdade e para isso temos que saber aceitar as contrariedades.

    Sobre o primeiro artigo: Como o progresso transforma a escassez em abundância - a água de Israel e os elementos químicos

    . O numero de possibilidades de combinação são realmente astronômicos, o que não significa que os elementos tem disponibilidade infinita imediata na terra. As combinações são variais mas os elementos disponíveis imediato, não. logo se estabelece uma trade off. O ferro usado como exemplo não tinha utilidade para o ser humano, mas não sabemos em que lugar da cadeia de eventos ele se encontra para o funcionamento dos processos dinâmicos do ecossistema terrestre. Nos falta informação. E assim como um único aminoácido diferente gera uma forma tridimensional diferente na proteína conferindo a ela um trabalho com resultado diferente, nossas manipulações causam um desarranjo no ecossistema também;

    . O preço é sim uma ferramenta inteligente de distribuição e realocação de recursos, mas não necessariamente de gerar abundância. E mesmo na distribuição ele é eficiente mas não eficaz, pois em muitos casos ainda não conseguimos usar o excedente do consumidor para subsidiar dos que ficam fora do mercado por falta de poder de compra.


    Sobre o artigo "Uma cartilha sobre recursos naturais e o meio ambiente":

    . O artigo usa a máxima "Nada se cria e nada se perde, tudo se transforma" mas deixa de fora o fato de que não sabemos como todos os fenômenos estão encadeado numa sequência de eventos.

    . Me parece irrelevante se os recursos que usamos é somente uma pequena fração, pois uma pequena troca de lugar ou substituição de um aminoácido por outro em uma proteína, ja é o suficiente para mudar a forma tridimencional desta e consequentemente mudar sua função.

    . Certamente o ser humano imputa valor as coisas, e a natureza por si só não tem um valor intrínseco. Mas foi a natureza que criou o ser humano e não o ser humano que criou a natureza. Ela realiza perfeitamente todos os processos interligados de uma forma que possibilitou a vida muito antes da gente pensar em engatinhar com as nossas ciências. Assim como é arrogante pensar que um presidente pode deter todo o conhecimento das necessidades dos mercados pra fazer manipulações, também é arrogante pensar que o ser humano detém o conhecimento holístico da natureza pra concluir enfaticamente que a nossa escolha centralizada é a manipulação mais acertiva.

    E sobre o ultimo artigo, "Ao contrário do que diz o senso comum, não existem recursos naturais":

    "Sim, é verdade que a natureza criou estes materiais, mas a natureza não os transformou em recursos."

    . A natureza realizou e realiza ciclo e infinitos processos pra gerar a vida, as espécies e o ser humano. Em todos esses processos foram usados "estes materiais" e se "estes materiais" estão num processo, logo são recursos desses processos, ou não?

    "...aquilo que nós humanos chamamos hoje de minério de ferro são apenas rochas especialmente ricas em óxidos de ferro. Sozinhas, estas rochas são inúteis. Por si sós, elas permaneceriam no subsolo sem qualquer utilidade."

    . Substitui rocha por sol e pensa: A partir do momento que existe o ser humano, antes de inventarmos alguma utilidade para o sol, ele era inútil pra vida humana permanecendo lá no lugar dele? E todos os processos onde o sol é recurso pra promover condições básicas para a vida?
  • Dúvida! Me ajudem!   13/10/2021 22:16
    Tentando conciliar o fato de não ser jogo soma zero e o ótimo de pareto (melhorar a situação de um, sem prejudicar outro):

    Enquanto a teoria do "jogo não é soma zero" fala do TAMANHO DO BOLO;

    O ótimo de pareto fala da DISTRIBUIÇÃO DA FATIA que pode ser prejudicando ou não (ex: impostos melhoram a situação de alguém, prejudicando outros). Se alguém ganha mais fatias, sem prejudicar ninguém, atende o ótimo de pareto, se ganhou fatia prejudicando outros, não.

    Falei algo errado? Obrigado!!

  • Estado máximo, cidadão mínimo.  29/05/2022 08:51
    Sim. Pensar em termos de Pareto requer pensar em ação e inação primariamente. Um exemplo simplório: duas pessoas saem para pescar. Se as duas conseguirem êxito de um peixe cada, teremos um universo de dois peixes e duas pessoas. Se apenas uma conseguir, um peixe e duas pessoas. E, claro, se nenhuma das duas conseguir ou se nem saírem de casa para pescar, teremos zero peixes e duas pessoas.

    Ainda, podemos considerar que a pessoa que conseguiu divida seu peixe com quem não conseguiu. Ou a que não conseguiu roube da outra pessoa. Aqui sim, teríamos um soma-zero: uma perdeu e outra ganhou. Como disse, é um exemplo muito simples: as coisas ficam mais intrincadas se mais pessoas entrarem nesse universo, contribuindo não apenas com peixes, mas com frutas, roupas, móveis e outros itens.

    Mais complicado fica com a adição de fatores como tempo(que aumenta e/ou modifica o nível de conhecimentos e habilidades) o que uma pessoa ou grupo valoriza(desnecessário dizer o quão isso pode variar de pessoa para pessoa e de tempos em tempos), escassez e abundância de determinados recursos... Por essas e outras, desconfie sempre quando aparecer alguém com um manual e régua debaixo do braço apresentando soluções fáceis para "corrigir" o mundo...


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