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A solução para a escassez de água

Comentário do IMB:

A partitura é sempre a mesma.  Basta termos um ano em que o nível de chuvas está abaixo do esperado, e o governo já começa a emitir alertas lúgubres sobre como essa seca irá afetar de maneira pungente toda uma determinada região.

Curiosamente, se você observar o histórico dos discursos do governo, verá que todo e qualquer local do país está sempre vivenciando ou uma enchente catastrófica ou uma seca catastrófica.  Em nenhum momento o governo diz que o país está vivenciando "a quantidade certa de chuvas". 

Atualmente, para o governo federal, o país é visto como uma terra árida que oscila entre uma seca persistente e uma seca mais amena. 

No estado de São Paulo, a empresa estatal responsável pela distribuição de água está aplicando, ainda que de forma velada, um racionamento.  Já se diz abertamente que, "se as atuais condições persistirem", será necessário um racionamento mais intenso. 

Se as atuais condições persistirem?  Trata-se de uma suposição interessante.  Por essa mesma lógica, durante a próxima temporada de chuvas poderíamos dizer, que "se essas condições persistirem, será necessária a construção de uma arca".

Condições climáticas nunca persistem.  Elas mudam.  E burocratas odeiam esse fato.

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Seria plausível supor que burocratas adoram secas.  Um período de seca lhes confere poder, e não apenas sobre o uso agregado da água.  Burocratas adoram saber que estão no controle até dos mínimos detalhas das vidas das pessoas.  Sob um racionamento, eles ordenam às pessoas que tomem banhos mais curtos.  Eles ordenam às pessoas que deem menos descargas.  Eles tentam impor um profundo senso de culpa no cidadão que lava o carro ou que simplesmente rega suas plantas.

Secas podem transformar até mesmo o mais inocente e ingênuo funcionário público em um equivalente moral a um agente de Gestapo, que emite decretos, impõe multas e, no extremo, corta o próprio fornecimento de água — e tudo em nome do interesse público.

Secas tornam todas as pessoas dependentes do estado.  Todos são obrigados a obedecer às suas ordens e a seguir suas leis, tipo, "Prédios de números pares podem utilizar um volume X de água entre 7 e 11h, e prédios de números impares podem utilizar esse mesmo volume entre 15 e 19h".  Consequentemente, secas podem jogar um vizinho contra o outro, e transformar as pessoas em uma "classe de criminosos", que têm de se rebaixar a tomar banho escondidos para que ninguém perceba que ele está gastando uma quota de água superior àquela determinada pelo estado.

Esse comportamento estatal tem um nome: o ódio ao "consumismo".  Ao passo que as pessoas querem ter opções sobre como gastar seu dinheiro, burocratas querem que elas sofram constantemente e estejam continuamente cientes de que estão utilizando um produto sobre o qual o estado está no controle; as pessoas não devem confiar no sistema de preços para balizar seu padrão de consumo, mas sim obedecer a regulamentações e restrições estatais.

Perceba que uma seca nunca termina oficialmente.  Durante o auge da seca, os jornais ficam repletos de alertas lúgubres sobre uma iminente catástrofe.  Porém, quando a seca é substituída por chuvas torrenciais — e isso invariavelmente ocorre —, não há nenhuma reportagem na imprensa falando algo do tipo "Graças a Deus a seca acabou.  As pessoas agora podem consumir o tanto de água que estiverem dispostas a pagar."

Nunca.  Eles nunca dizem isso.  Eles preferem que carreguemos conosco aquela sensação de que a seca nunca de fato acabou, já que, afinal, ela pode voltar novamente.

O cerne do problema aqui nada tem a ver com chuvas ou com a alteração de padrões meteorológicos.  Com efeito, o tempo está em contínua mudança desde a alvorada do universo.  O que realmente cria o problema da escassez de água é a propriedade estatal dos meios de produção, bem como o atual e totalmente irracional sistema utilizado, no qual os preços não se alteram independentemente da disponibilidade de água.  Não há uma preocupação nem com lucros e nem com prejuízos.  Logo, não há um verdadeiro cálculo econômico balizando as operações da estatal.  Os preços são determinados pelo governo, de acordo com conveniências políticas e eleitorais; e não por indicadores extra-mercado.

Pense na diferença entre esse sistema estatal e um sistema de mercado.  Diariamente, nós consumidores somos induzidos a consumir todos os tipos de bens de consumo imagináveis: desde carros, celulares, computadores e apetrechos eletrônicos até alface e mandioca.  Há uma constante calibragem entre oferta e demanda.  Se um produtor tentar precificar excessivamente um determinado produto para tentar aumentar seus lucros, outro empreendedor entrará em cena e, por causa de seus preços menores, irá se apropriar dos consumidores que o primeiro perdeu.  A inovação está em todos os cantos, de modo que um aumento na oferta é continuamente necessário para atender a demanda.  Caso contrário, o empreendedor vai à falência.  Nenhum lucro é permanente.  O lucro está continuamente ameaçado.  No mundo atual, a ameaça pode surgir da noite para o dia.

Agora, pense na diferença entre esse mercado, no qual você é estimulado a consumir cada vez mais, e o mercado estatal de provisão de água.  Neste mercado, o tema é sempre o mesmo: você está usando água em excesso.

Não é interessante?  Dado que todos os recursos existentes no planeta são escassos — o que significa que o minério de ferro necessário para fabricar o aço dos automóveis também pode acabar, assim como todos os alimentos existentes —, por que há esse apelo por racionamento apenas no mercado de fornecimento de água?  Simples: porque esse mercado não é de funcionamento livre.  E isso nada tem a ver com o produto em questão.  Se você duvida, vá ao supermercado ou à padaria mais perto de você e procure por uma garrafa de água.  Haverá várias marcas à sua disposição, cada uma delas implorando para você consumi-la.

Já no mercado estatal de água, seus "produtores" exigem que você conserve e racione. 

A propriedade e o gerenciamento estatais dos meios de produção são a principal razão desse comportamento.  Privatize — privatize completamente — a oferta de água e você verá uma mudança imediata nesse padrão.

E o motivo é muito simples.  Empresas privadas querem lucro.  Se elas perceberem que seus reservatórios ficarão vazios em decorrência de uma seca, elas terão de fazer novos investimentos, caso contrário elas simplesmente não terão água para fornecer e, consequentemente, não terão receitas e nem lucros.  Quanto mais alerta e voltada para o lucro essa empresa for, maior será sua antecipação nos investimentos necessários — ou seja, ela não deixará para investir apenas quando a seca se materializar.

No entanto, as pessoas imediatamente reagem a essa proposta dizendo que ela é maluca e insensível.  "Rios, lagos, reservatórios e represas não podem ser propriedade privada!  Os preços seriam extorsivos e os pobres seriam os mais prejudicados!"

É mesmo?  Mais prejudicados do que simplesmente não terem água para usar?  Isso é que é humanismo e amor aos pobres...

No que mais, em caso de aumento de preços em períodos de seca, não há por que dizer que os pobres seriam afetados.  E o motivo é simples: maior preço gera menor demanda (não é esse o objetivo dos conservacionistas?).  Se a tarifa de água subir, todas as pessoas irão reduzir seu consumo.  Com um consumo reduzido, não há aumento na conta a ser efetivamente paga. 

Ou seja, os pobres não serão afetados por um aumento nos preços porque preços altos estimulam a redução do consumo; e, ao serem estimulados a reduzir seu consumo, o valor final de sua conta não será aumentado.

Sim, haverá uma queda na qualidade de vida, pois eles estarão utilizando menos água pelo mesmo preço.  Mas isso não é melhor do que uma total escassez do produto?

A total privatização da água é a melhor maneira para se evitar o desastre de um racionamento.  E, creiam, racionamentos serão rotineiros porque não há incentivos significativos para se conservar a água em seu atual estado socializado.  Uma transição para esse estado de coisas provavelmente será doloroso, dado que mais de um século de socialização da água terá de ser desfeito.  Mas é certo que esse processo seria relativamente rápido em relação ao longo e exasperante sofrimento que o socialismo no mercado de água ainda irá gerar.

Conclusão

O governo, ao contrário do livre mercado, sempre vê o consumidor como algo aborrecedor.  Ao passo que, no livre mercado, as empresas estão sempre ávidas por consumidores para os quais vender seus produtos, no setor público, o consumidor é apenas um irritante demandante, um usuário esbanjador de recursos escassos.  No livre mercado, o consumidor é o rei, e os ofertantes estão sempre se esforçando para ganhar mais consumidores, com os quais poderão lucrar caso forneçam bons serviços.  No setor público, cada consumidor é visto como alguém que está utilizando um bem em detrimento de outra pessoa.  No livre mercado, todos os envolvidos em uma transação voluntária ganham, e as empresas estão sempre ávidas para oferecer seus produtos ao consumidor.  No setor público, o consumidor é apenas uma chateação para os burocratas.

Seca é apenas outro nome para escassez.  O governo é capaz de criar uma escassez de qualquer produto por meio de seu gerenciamento burocrático.  Preços não respondem à lei da oferta e demanda, e uma total falta de investimento e inovação caracteriza o gerenciamento da água pelo governo.  Aliás, esse mesmo padrão de comportamento pode ser observado nos Correios, na educação estatal, na saúde estatal, na segurança estatal, na justiça estatal e em todas as outras áreas em que o governo detém um monopólio.  Não deveria ser surpresa nenhuma haver escassez de água.

Quando a água passar a ser fornecida por empresas operando em um ambiente concorrencial, batalhando para satisfazer os consumidores e com isso terem lucros, racionamentos serão coisas fictícias.  No atual arranjo, as empresas estatais ganham mais poder quando fazem os consumidores sofrer.  No livre mercado, tal arranjo é inconcebível.

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Para mais detalhes sobre como privatizar e gerar concorrência no setor de distribuição de água, veja este artigo:

Sobre as privatizações (final)

E depois este:

Privatize tudo



autor

Murray N. Rothbard
(1926-1995) foi um decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi o vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies.


  • Eliana Cachoeira  17/10/2014 14:35
    Bom dia.
    Por favor, comente sobre isto!
    "Lançado em 9 de outubro, Privatizações: a Distopia do Capital, o mais recente filme do cineasta Silvio Tendler, pretende pautar a sociedade brasileira com uma única questão: o que esperamos do futuro?

    A perspectiva da produtora responsável, a Caliban, e dos realizadores é promover o debate em todas as regiões do país como forma de avançar "na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos", afirma Silvio Tendler.

    "Imagine cidadão, que o ar que você respira agora no Raso da Catarina pode estar sendo vendido em Cingapura ou as águas do rio Amazonas, que há milênios correm no mesmo leito, passarão a ser chamadas de blue gold – ouro azul – e passariam à propriedade de meia dúzia de empresas que vão tentar te convencer que a água paga é melhor do que o livre acesso de água para todos", questiona um dos trechos do filme.

    Em pouco menos de uma hora o longa também expõe entrevistas com diversos intelectuais, políticos, técnicos e educadores que traçam, desde a era Vargas, percursos de sentimentos e momentos dramáticos da vida nacional. Questões como a visão do Estado mínimo, a venda de ativos públicos ao setor privado e o ônus decorrente das políticas de desestatização são recorrentes no filme.

    Privatizações: a Distopia do Capital é uma realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional."
    Artigo de BRASIL DE FATO

    Obrigada!
  • Leandro  17/10/2014 14:51
    Comentar o quê, Eliane? Um bando de intelectuais fazendo proselitismo só porque estão com medo de perder mamatas, boquinhas e verbas distribuídas por empresas estatais em caso de privatização?

    Esse cagaço é natural entre artistas e intelectuais tupiniquins. Aqui a gente gosta é de compadrio e assistencialismo, e não de mérito e competência. Cineastas gostam de Lei Rouanet, e não de fazer filmes que realmente queiram ser vistos.

    Será que depois de todos esses escândalos de corrupção na Petrobras o povo ainda não entendeu por que essa gente adora estatais? Sem estatais, como haveria mamatas, cabides de emprego, loteamento e aparelhamento? Se houver privatizações, essa gente toda terá de trabalhar pela primeira vez em suas vidas.

    Essa mentalidade é a raiz do nosso atraso.
  • Eliana Cachoeira  17/10/2014 16:02
    Leandro, o que me admira sempre, é a mania deles de radicalizar para o terrorismo, sempre! Falam logo em privatizar o quê? O ar. Por aí, já vemos a pouca ou nenhuma capacidade criativa para o bem e um desenvolvimento saudável de diálogo dessa gente!
  • Lopes  17/10/2014 15:08
    Criação da CUT aliada às associações que nós, como engenheiros, nem detemos o direito de escolha de não participarmos? E que além disso, nem detemos o direito de escolha de criarmos nossas próprias?

    Além disso, quem disse que algo ser gratuito ou virtualmente gratuito garante sua plena distribuição? Muito pelo contrário: sugiro aos engenheiros a colaborar com o filme que abandonem sua margem à pequena medicina privada no Brasil e tentem obter uma cirurgia para câncer de pele em menos de 3 meses pelo SUS - a fila de espera tende ao infinito, pois é gratuita:

    www.ubirataniorio.org/index.php/blog-lateral/118-peixoto (Como o pobre é o principal prejudicado pelo controle de preços. Artigo bem simples do sr. Ubiratan)

    Menos: Tentem ir a um pronto-socorro público após um acidente. Deparar-se-ão com pessoas que devido à fila interminável, internaram-se para obter vantagem na corrida ao atendimento mais rápido apesar de não portarem condições suficientes para isso - daí os corredores dos hospitais serem rapidamente povoados por macas, dado que a internação é a forma mais ágil de adquirir atendimento.

    Exemplos práticos de como o controle de preços trouxe uma condição ainda mais precária aos pobres:
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1805 (Venezuela)
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1488 (Sarney)
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1620 (Nordeste - Água)

    Os preços existem por um motivo e esse é para garantir a sua melhor distribuição apesar da escassez (que apenas pode ser contornada pela produção), sendo eles dinâmicos e deslocando capital em setores em que são maiores (na medida possibilitada pelas mecânicas de lucro e prejuízo). Quando ocorre a fixação de preços para baixo, a consequência inevitável é a escassez após pouquíssimos dias, tendo já se esvaziados as prateleiras que antecederam o preço fixo - neste estado, para obter óleo de cozinha, por exemplo, quem sofrerá será o próprio pobre pois não será capaz de comprar através do mercado ilegal.

    E enfim, estas mesmas pessoas que defendem a distribuição estatal de algo certamente possuem água encanada em casa. Apenas esquecem que TVs de plasma (distribuídas privadamente) existem em milhões de domicílios a mais que a água encanada (distribuição estatal) e pior: ninguém pode comprar ou produzir privadamente tal serviço.

    eugeniorezendedias.blogspot.com.br/2013/10/privatize-tudo-por-fernando-chiocca.html (Artigo do Fernando Chiocca)
  • Felipe Lange  23/10/2014 14:55
    "[...]uma realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional."

    Sindicatos não defendem e nunca defenderão a liberdade individual.
  • MCcapitalista  17/10/2014 14:41
    Privatizar a augua?!!!!!! E o medo dessa cambada de perder a boq boquinha na estatal.
  • Felipe Lungov  17/10/2014 15:53
    Sou a favor de privatizações em geral, mas em alguns casos, como esse, fico pensando se é possível do ponto de vista operacional/logístico. Uma coisa é a produção/comercialização de barras de chocolate ser privado; o consumidor pode facilmente escolher dentre várias na prateleira de um supermercado.

    Mas o mesmo não se pode dizer do fornecimento de água. Suponha que eu tenha contratado a empresa A para abastecer minha residência de água. Depois de algum tempo acho que a empresa não está prestando um bom serviço e decido trocar por outra, B. Não é razoável supor que a empresa B vai quebrar todo o subsolo de toda a cidade para me levar água encanada. Isso sem dizer em todas as outras residências e todas as outras empresas que são necessárias para o livre mercado funcionar.

    Claro que o abastecimento de água é feito por várias etapas e algumas delas podem ser privatizadas. Mas não consegui pensar até hoje uma alternativa ao modelo atual para algumas dessas etapas, como o encanamento final, por exemplo. Alguém já leu algo nesse sentido?
  • Lange  17/10/2014 15:57
    Sim. A solução para esse "problema" é dada em detalhes no primeiro link ao final do artigo. Clique aqui para ir direto ao artigo em questao. (Pode começar a ler a partir da seção "Desestatizando").

    Daí a importância de sempre ler os artigos recomendados ao final. Eles formam um importante complemento ao artigo principal e não devem ser ignorados.
  • Andre  17/10/2014 16:05
    É só as empresas usarem caminhões pipa.

    E no livre mercado as primeiras empresas que criaram as tubulações de água iriam preferir alugar suas tubulações para outras empresas do que deixar as tubulações à seca sem gerar nenhuma receita.

    Empresas de telefonia alugam suas redes entre si sem nenhum problema, portanto nada impediria que empresas de água fizessem o mesmo.
  • Mr. M  18/10/2014 15:57
    É difícil pra gente imaginar algo que sempre foi fornecido exclusivamente pelo estado sendo fornecido pela iniciativa privada. Por exemplo, imagina se privatizarem a fabricação de sapatos??

    O livre mercado sempre encontra as melhores alternativas.

    Este maluco aqui fez um trabalho em 5 partes sobre o livre mercado de energia elétrica. Muitos, muitos paralelos podem ser traçados entre ambos. Eu ainda não li, mas tenho a intenção de lê-lo em breve.

    Um abraço.
  • Angelo T.  17/10/2014 15:53
    Com tanta água no planeta, e com tecnologia suficente para transformar quase qualquer tipo de água em água boa para consumo, é inconcebível ainda termos racionamentos de água.
    Desregulamente já! Privatize já!
  • Alex Sandro  17/10/2014 16:16
    Ouvi uma conversa deste grupo sobre o Marco Civil e pude notar várias estultícias do ponto de vista técnico. Agora este texto sobre água me leva a concluir que vocês aqui, não estão defendendo uma postura econômica, mas reforçando doutrinação. Onde, no mundo, as idéias mais avançadas da Escola Austríaca foram aplicadas? Quais os resultados? Sinceramente, sou a favor de diminuir o estado, mas as propostas propaladas aqui neste site soam insanas em certos casos.
  • Maicon Suel  17/10/2014 16:36
    "Agora este texto sobre água me leva a concluir que vocês aqui, não estão defendendo uma postura econômica, mas reforçando doutrinação."

    Por quê? Contra-argumente utilizando a lógica e a razão, e não apenas essa afetação barata de emoção e indignação. Isso é coisa de criança mimada que não sabe discutir e, por isso, não gosta de ser contrariada.

    "Onde, no mundo, as idéias mais avançadas da Escola Austríaca foram aplicadas? Quais os resultados?"

    Pergunta idêntica foi respondida nesse artigo. Você vai gostar:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=729

    "Sinceramente, sou a favor de diminuir o estado, mas as propostas propaladas aqui neste site soam insanas em certos casos."

    De novo: Por quê? Contra-argumente utilizando a lógica e a razão, e não apenas essa afetação barata de emoção e indignação. Isso é coisa de criança mimada que não sabe discutir e, por isso, não gosta de ser contrariada.
  • ciomara  31/01/2015 17:08
    Concordo. Uma luz no meio de tanta insanidade.
  • MCcapitalista  17/10/2014 16:27
    E tem mais,a a gua não precisa ser necessariamente encanada,pode existir caixas de agua enorme e caminhoes pipa,poços artesiano(no litoral tem um monte),dessalinização da agua do mar. A energia eletrica tambem não precisa de uma distribuidora grande,e a mesma é possivel ser produzida de varias formas. Ex: Placas solares,ventiladores,nuclear,gerador a diesel ou outro combustivel e etc. Claro que aobviamente a estatal com o intuito de garantir a empregabilidade de vagabundos,não deixa tudo isso evoluir ou existir pois o medo de perder a boqu boquinha fala mais alto.
  • Ronaldo  17/10/2014 17:01
    www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2014/10/11/noticiasjornalbrasil,3329892/engenheiro-de-sp-criou-maquina-que-faz-agua-a-partir-da-umidade-do-ar.shtml
  • Antony  17/10/2014 17:56
    Boa tarde,
    Acho 90% dos artigos da escola austriaca esclarecedores e particulamente inteligentes, o ponto de vista é fenomenal. Porém tenho que discordar quanto a privatização de bens essenciais como a água.
    Diferente de um bem, carros, roupas e etc, nos conseguimos viver sem, agora água, não teria como.
    Privatizações desta magnitude acabariam por cartéis ou sendo otimistas, acabaria em monopolios, onde poucos teriam o controle dos preços. O controle passaria das mãos estatais, para as mãos sedentas de poucos capitalistas, resultando em controle de preços, racionamento e controle de demanda, como acontece hoje.

    Na minha opnião, o cerne do problema está nos processos de obtenção da ãgua potável, coisa que qualquer cientista ambientalista concordaria.
    Nosso planeta é formado em sua maior parte de água, não tem lógica cidades em pleno século 21, como São Paulo estar pasasndo pelo que estão passando(e virão a passar). A dissalinização é um processo real e 100% aplicável, porém por falta de interesse (estado e privado) devido aos elevados custos (mais uma vez o lucro em primeiro lugar) acaba sendo impraticável. O processo de dissalinização pode tornar a água salgada em potável, somente ficaria com um leve sabor alterado. Paises litoraneos como o Brasil se beneficiariam e muito deste processo. Coisa que o capitalismo (seja liberal ou estatal) acaba prejudicando.

    Todas as fontes de energia, e principalmente a água deveriam ser adotados processos tecnologicos e cientificos na sua admiministração e controle. Iriam sobrar recursos pra todos os indívíduos deste planeta.

    Abraços
  • Garotinho  17/10/2014 18:25
    "Diferente de um bem, carros, roupas e etc, nos conseguimos viver sem, agora água, não teria como."

    Ué, por que ficar só na água? E os alimentos?! São tão ou mais necessários do que água. Você também defende que alimentos deixem de ser ofertados pela iniciativa privada?

    Há um país que faz isso: Coreia do Norte.

    É invejável?

    "Privatizações desta magnitude acabariam por cartéis ou sendo otimistas, acabaria em monopolios, onde poucos teriam o controle dos preços."

    Tipo, exatamente como acontece hoje com o monopólio estatal? Curioso.

    "O controle passaria das mãos estatais, para as mãos sedentas de poucos capitalistas, resultando em controle de preços, racionamento e controle de demanda, como acontece hoje."

    Ou seja, a pior situação que você imagina ser possível é exatamente essa que já estamos vivenciando hoje, sob controle estatal.

    Sua opinião é ilógica e confusa.

    De resto, esses seus temores são infundados. O texto recomendado ao final do artigo (clique aqui ilustra um modelo a ser adotado que impediria todos esses malefícios que você citou (os quais já estão ocorrendo exatamente hoje, sob comando estatal). Leia-o.
  • Antony  17/10/2014 18:36
    Olá Garotinho,

    Falo da água, por motivos puramente logísticos. Imagina se sou cliente da empresa A e derrepente a empresa B me faz um melhor preço. Teria que quebrar ruas, calçadas a todo mommento.
    Temos um exemplo disso a CEG, fornecedora de gás encanado, imagina se tivesse mais empresas como ela para fornecer gás.

    O enforque do meu ponto de vista é de que a ÁGUA, NA MINHA OPINIÃO, NÃO É UM BEM ESCASSO. PELO CONTRÁRIO, TEM EM ABUNDÂNCIA, COMO A ENERGIA SOLAR. Por que vc acha que projetos de energia solar não vão a frente?
    Simples, por ser um recurso em abundância, e portanto, não lucrável, ou vc concorda em privatizar os raios solares?

    O valor de um bem na economia é medido não pela sua demanda, mas pelo sua escasses. Quanto mais escasso for um bem, mais caro ele será.

    Mas voltando ao contexto....o processo de dissalinização é a solução do problema de água potável e não a privatização, pois acabaria da mesma maneira que está hoje, racionamentos e controle de demanda.

    Abs
  • gabriel  17/10/2014 23:59
    Olá Antony,

    Gostaria de comentar em alguns pontos do que você falou:

    A dissalinização é um processo real e 100% aplicável, porém por falta de interesse (estado e privado) devido aos elevados custos (mais uma vez o lucro em primeiro lugar) acaba sendo impraticável. O processo de dissalinização pode tornar a água salgada em potável, somente ficaria com um leve sabor alterado. Paises litoraneos como o Brasil se beneficiariam e muito deste processo. Coisa que o capitalismo (seja liberal ou estatal) acaba prejudicando.


    Olha nesse trecho fiquei com a impressão que você não tem ideia do que são efetivamente lucros e prejuízos, e cai no senso comum de que o lucro é exploração. Bom mas basicamente o sistema de lucros e prejuízos é o que faz que os meios sejam usados de maneira mais eficiente, logo não faz sentido sua frase, se algo não é lucrativo como a dissalinização que citou, logo não estará gerando abundancia como esperado por ti mas escassez (no geral de todos os meios existentes). Claro, se fizer o processo com toda a água teremos abundancia em água, mas uma escassez de outros meios mais demandados, mas a tecnologia esta avançando e logo esse processo pode ser lucrativo e então será adotado. O lucro que você está condenando pode ser trocado pela palavra prosperidade (no conceito de que próspero significa um aumento de meios existentes à sociedade). Talvez não tenha ficado muito claro sua ideia, se puder esclarecer melhor numa resposta a esse comentário podemos ter uma conversa interessante. Pelo que li nos comentários você já entendeu e não contesta a questão do transporte. Até porque existem tantas possíveis formas de distribuição de água, é importante não se limitar pelo que se conhece hoje como a única forma de distribuição num mercado que é fechado e monopolista.

    O enforque do meu ponto de vista é de que a ÁGUA, NA MINHA OPINIÃO, NÃO É UM BEM ESCASSO. PELO CONTRÁRIO, TEM EM ABUNDÂNCIA, COMO A ENERGIA SOLAR. Por que vc acha que projetos de energia solar não vão a frente?
    Simples, por ser um recurso em abundância, e portanto, não lucrável, ou vc concorda em privatizar os raios solares?


    Veja bem, pode existir em abundancia, mas onde? O ar é um bem abundante que felizmente está distribuído de forma satisfatória em praticamente todo o globo, logo por apropriação original conseguimos todo o que precisamos geralmente. Água pode ser um bem abundante mas não está assim distribuído como o ar, é preciso que seja levado até você e o processo de transporte certamente não é um bem abundante pois recorre de custos, sua disponibilidade não é abundante é escassa. Exemplo legal pra ilustrar, diamantes existem em abundância. Sim pode acreditar em mim existe mais do que o suficiente pra todos os seres humanos veja aqui. Poxa infelizmente eles estão em outro planeta, vê como a disponibilidade é importante para definir escassez? Então sim é preciso prestar um serviço para que se tenha água. A água pode considerar que seja de graça, mas e todo o processo de extração, tratamento e transporte usam meios não abundantes e são logo uma oportunidade de empreendimento (logo lucro, quero evitar essa palavra pois parece que você carrega com ela um conceito negativo). Talvez te ajude não imaginar a água como um produto, já que não existe por aí ninguém pegando os átomos e 'fabricando água'. Pense como um serviço de entrega, você não compra a água compra a entrega dela, compra a filtragem dela, etc.

    A energia solar incorre de um problema semelhante, ela está aí pronta para ser capturada quando faz sol, mas são preciso meios de captura e armazenamento e estes não são abundantes e ainda inviáveis como empreendimento.

    Acredito que não seja possível chegarmos a um entendimentos sem estarmos falando da mesma coisa, logo quando você fala 'abundancia' esta se referindo ao seu conceito do que significa e pode não ser o mesmo que o meu. Por esse motivo, e por ter achado um tanto equivocado alguns de seus conceitos, peço por gentileza que em sua resposta, se vier a dar, me diga os seus conceitos das palavras 'lucro' 'abundancia' e 'escassez'. Assim posso estar na mesma página que você quando usar essas palavras, e quando for recorrer ao meu conceito referente a elas não as usarei e tentarei expor as ideias utilizando de outras palavras. O texto pode ficar mais longo mas é um risco melhor do que fazer um discurso inteiro sem estarmos falando 'a mesma língua'.
  • Antony  18/10/2014 02:46
    Olá Gabriel,
    Finalmente alguém com gosto por compartilhar e trocar ídeias. Gostei das suas ponderações, mas realmente fui meio confuso na dissertação que fiz. Bem, vou tentar por de outra forma.

    Antes de mais nada, concordamos que lucro é o resultado positivo do investimento feito, e prejuízo o seu inverso, falando a grosso modo.

    Concordamos também que a dissalinização é o meio mais eficiente(atualmente) para uma perfeita geração e distribuição de água, correto?


    Pois bem, vou colocar meu ponto de vista, tentando ser o mais claro possível Gabriel.

    Na economia monetária, o conceito de "oferta e procura" é uma construção conhecida correto?, simplesmente denotando que "quanto mais houver algo, menor será seu valor". Por exemplo, a água potável foi um recurso muito abundante ao longo da história, que normalmente não requeria um pagamento para seu consumo numa perspectiva comercial. Água era um bem que podiamos consumir como o ar.

    Contudo, com a poluição dos lençóis d'água e dos sistemas
    urbanos de água, a água potável filtrada é agora comercializada, muitas vezes por
    um preço maior do que o do petróleo (www.fool.com.au/2013/06/07/water-more-expensive-than-milk-soft-drink-and-petrol/).

    Em outras palavras, é lucrativo que os recursos sejam escassos(concorda?). Se uma
    companhia puder convencer o público de que o produto dela é "raro" (O que o estado está fazendo agora com as secas?), ela poderá cobrar mais por esse produto (Bingooo, mais cedo ou mais tarde o preço represado será solto). Isso fornece uma forte motivação a manter seus itens escassos (temos que racionar).

    Agora mais uma pergunta, se vc pode cobrar mais por algo "escasso" por que vc investiria em um processo que tornaria um produto (água) em abundância?

    Vamos la, pra responder essa pergunta sabemos que o grau de "valor" de um produto ou serviço se deriva basicamente de 3 fatores:

    1. A escassez (disponibilidade) do material usado.
    2. A quantidade de mão-de-obra necessária para produzir um produto ou serviço.
    3. Margem de contribuição

    Logo, temos o seguinte cenário (estatal)
    Governo teria altos custos com a implantação da dessalinização, tornando a água abundante (parte da sua receita originária e derivada seria reduzido por isso), a mão de obra seria reduzida, se não quase que totalmente automatizada, logo fazemos a conta "(-)Escasses, (-) Mão de Obra = (-)Lucro. Portando é possível gerar algo em abundancia sem ter lucro, contrariando aqui a sua posição de que "...logo não faz sentido sua frase, se algo não é lucrativo como a dissalinização que citou, logo não estará gerando abundancia como esperado por ti mas escassez... ".

    Agora o cenário do livre mercado da água(liberalismo clássico)
    Teriamos o mesmo processo, água em abundância, mao de obra industrializada e automatizada, reduzindo custos, logo margem de lucro menor. Portanto teríamos poucas empresas nesse setor, pois os investimentos não justificariam os custos e teríamos prejuízos, pois o serviço de distribuição de água, não pode ser personalizado, melhorado, pois água é agua, diferente de um aparelho celular, televisão ou um carro.
    Portanto não vejo como termos uma distribuição de água eficiente no livre mercado, acabaria acontecendo o que está acontecendo, monopólios e serviços precários.

    Fico no teu aguardo Gabriel, espero agora ter sido claro do por que não acho que certos serviços firmariam no livre mercado, por favor me faça ser 100% liberal...rs.
    Um abraço.
  • gabriel  18/10/2014 23:56
    Oi Antony,

    Primeiro gostaria de agradecer pois gosto de uma oportunidade de debater ideias desta forma, sempre aprendo algo e espero também contribuir. Não acredito que ideias possam ser mudadas assim rapidamente, até porque é uma defesa natural não aceitar conceitos divergentes dos que já estão incutidos na nossa mente, o importante é levantarmos dúvidas do que acreditamos e o questionamento naturalmente nos leva a mudar nossos conceitos. Deixo esse parágrafo, meio desconexo do resto, apenas para lhe dizer que não tenho poder nenhum de mudar suas ideias ou te fazer '100% liberal' rs. Se por ventura alterar seus pensamentos será um processo seu.

    Vou apenas conceituar uma palavra antes de continuarmos. Abundancia de um determinado recurso na minha concepção é um recurso que não incorre de nenhum custo para ser consumido.

    Agora vamos continuar a exposição dos argumentos que é o que lhe interessa:

    Concordamos também que a dissalinização é o meio mais eficiente(atualmente) para uma perfeita geração e distribuição de água, correto?

    Primeiro vamos esclarecer esse mal entendido, eu não concordo que seja o mais eficiente atualmente, mas que tem potencial para se tornar tornar eficiente em breve (décadas) em muitos locais.
    Vou voltar ao ponto do porquê não creio que é forma mais eficiente atualmente e alguns obstáculos que acredito atrapalharem mais tarde. Mas acho que ficaria melhor abordar outra parte do seu texto que discordamos antes, um ponto essencial pois se não concordarmos nele toda a discussão extra será inútil.

    Por exemplo, a água potável foi um recurso muito abundante ao longo da história, que normalmente não requeria um pagamento para seu consumo numa perspectiva comercial. Água era um bem que podiamos consumir como o ar.

    Água nunca foi um bem que podemos consumir como o ar pela questão da distribuição do recurso na terra, enquanto o ar eu posso consumir daqui do meu notebook enquanto lhe escrevo, a água que tenho mesmo que bem acessível, é preciso que eu vá até minha cozinha para ter acesso a ela. (não considere nulos custos de recursos só por serem baixos)
    O fato que ao longo da história as cidades se montaram principalmente em torno de rios e fontes de água tem justamente esse motivo. A água não é um bem abundante em todo o canto mas é essencial a vida, então nada mais eficiente que se estabelecer em locais próximos (o gasto para coleta e transporte fica menor) e assim não ter a 'necessidade' de ser comercializada. Mas para coletar água em si, já se gasta energia, então as pessoas precisavam gastar uma quantidade de seu tempo e energia para irem coletar a água das nascentes/rios/poços antes de consumir. Esse processo embora não foi comercializado antigamente, sempre foi um serviço e como serviço é passível de que alguém prefira pagar para que outro fizesse do que fazer por si só.
    Da mesma forma eu posso ir a uma nascente e consumi-la "de graça" hoje, mas é muito mais comodo e até barato no ponto de vista de energia e tempo que eu precisaria para consumir "de graça" indo até a nascente, pagar para que prestem o serviço de trazê-la até a mim.

    Agora voltando a questão do porque não acho viável a dessalinização atualmente, e posso estar enganado não sou nenhum conhecedor profundo do processo de distribuição de água, e os pormenores técnicos são importantes, visto que não é só 'ter água' é preciso 'distribuir água'. O problema principal que imagino é justamente na distribuição, o grande grosso da água salgada está no mar, um problema enorme para a distribuição, já que se usa muito a força da gravidade para ajudar no escoamento da água pelas tubulações. São precisos bombas para levar a água contra a gravidade, e até onde conheço de distribuição de água, é comum que a gravidade seja usada como uma aliada no processo (reservatórios de água ficam em locais altos por esse motivo). Além de se perder o uso da gravidade na ajuda da distribuição, ela seria agora um empecilho a ser vencido com mais afinco para distribuição se praticamente toda a água vier do litoral. A tecnologia acredito que tornará essa distribuição mais eficiente, mas não sem custos.

    Imagino que tenha lido a matéria a qual você linkou, então precisamos abordar o contexto. Primeiro água não é mais cara que esses produtos mencionados, o próprio artigo contradiz isso -apesar do título citar sem um complemento, justamente porque tem o objetivo de chamar a atenção:

    Bottled water is a premium product these days. According to consumer group Choice, you can pay upwards of $3.88 a litre for bottled water, while a litre of tap water in Sydney costs a fraction of a cent.

    Ele afirma sim que água engarrafada é mais cara, e ainda cita que o litro de água da torneira em Sydney custa frações de centavos, frações de centavos por litro de água está longe de ser mais caro que esses produtos. Continuando o texto o mesmo fala que o custo de engarrafar e embalar a água é mais caro que a água em si. Neste caso o consumidor não está simplesmente consumindo água, e sim o produto completo, a garrafa inclusa. Garrafa essa que o artigo ataca como problema no preço, e até afirmando que este caso é um problema não de oferta, mas de demanda: But it seems society and the planet are paying for our love of water that comes in little plastic bottles.


    Em outras palavras, é lucrativo que os recursos sejam escassos(concorda?). Se uma
    companhia puder convencer o público de que o produto dela é "raro" (O que o estado está fazendo agora com as secas?), ela poderá cobrar mais por esse produto (Bingooo, mais cedo ou mais tarde o preço represado será solto). Isso fornece uma forte motivação a manter seus itens escassos (temos que racionar).


    Lucrativo no sentido de eficiência de recursos não é. A motivação para manter o recurso escasso é apenas vantajoso se não se existir a possibilidade de concorrentes. O que o estado está fazendo é apenas criando desculpas pra sua inabilidade de gestão na área. Se alguém tem uma produção maior de disponibilidade de água poderá abocanhar todo o setor, não é um incentivo grande o suficiente para que se busque isso? Com possibilidade de concorrentes a própria distribuidora atual esta sujeita a perder todo o mercado, fazendo que ela também tente aperfeiçoar sua produção de disponibilidade de água. Exemplo são estes aparelhos que retiram água da umidade do ar, muitíssimo mais prático que dessalinizar não? Até acabam com o problema de 'quebrar estradas criar tubulações'. Agora custos de produção do aparelho, custo energético e capacidade de produção limitam a atuação dos mesmos, sendo ainda mais distantes que a dessalinização como uma possibilidade real. Só pra mostrar como pode existir concorrência no setor, o aperfeiçoamento destas técnicas pode jogar toda a industria de distribuição no ostracismo, e quem sai ganhando com isso é o consumidor de água.

    Agora mais uma pergunta, se vc pode cobrar mais por algo "escasso" por que vc investiria em um processo que tornaria um produto (água) em abundância?

    Primeiro você está crendo que seja possível tornar ela um bem abundante, mas não me conceituou o que abundante significa pra você, pode parecer petulante da minha parte mas é realmente importante, porque no meu conceito da palavra que mencionei acima, a água está longe de ser um recurso de disponibilidade abundante. Não vejo que nenhuma dessas técnicas fará isso, todas incorrem de custos e são um serviço passível de ser lucrativo. Pela sua concepção, nunca deveria ter existido aumento nenhum em oferta nenhuma, porque produzir mais de alguma coisa se se pode cobrar mais criando escassez? Em parte porquê não se pode consegue criar escassez artificial num mercado livre.

    Vamos la, pra responder essa pergunta sabemos que o grau de "valor" de um produto ou serviço se deriva basicamente de 3 fatores:

    1. A escassez (disponibilidade) do material usado.
    2. A quantidade de mão-de-obra necessária para produzir um produto ou serviço.
    3. Margem de contribuição


    Então, não creio que essas variáveis geram o valor (imaginei que 'valor' significa preço nessa frase, se não for isso pode ignorar os próximos parágrafos e gostaria de uma explicação melhor desse seu ponto pois nesse caso não o entendi). Vou colocar minha visão do que gera o preço, que é composto que são 2 partes: 1-custos de produção distribuição e todos os custos envolvidos no processo (que são diferentes para cada player do mercado, e custos como administração pessoal etc. devem ser divididos pela produção pra se chegar ao valor de produção real de cada item)
    2-valor a mais que o consumidor pode pagar, que seria a margem de lucro real do produto.

    Qualquer empreendedor busca maximizar o que consegue arrecadar no item 2, e se os custos forem mais altos que o consumidor está disposto a pagar incorre em prejuízos e no longo prazo está falido. Certo mas porque o valor 2 não ficaria infinito para a um bem tão essencial quanto a água? Apenas por haver concorrência, se os custos fossem idênticos a todos os players, quem aceitasse receber um menor valor como o item 2 ficaria com a maior fatia do mercado. Veja se ele descobre uma maneira de produzir a custos muito mais baixos que sua concorrência, ele pode ganhar mais no item 2 diminuindo o item 1, tendo mais lucro que o concorrente mesmo cobrando menos. (Melhorar a eficiência, ou seja diminuir custos, está longe de ser algo que diminua também os lucros, é o oposto disso)
    Mas ok, de onde então surge o preço médio? Vou criar um cenário hipotético: Caso fosse possível para cada player gerar uma abundância distribuição de água a todo o mundo. Neste cenário o preço seria algo próximo aos custos de produção do segundo player mais eficiente, isso porque este é o valor num mercado homogêneo como o da água (assumindo que toda a água é igual), que o produtor mais eficiente pode colocar seu preço para abocanhar todo o mercado e tirar o máximo de lucro. Considero isso impossível pois os custos são diferenciados para a distribuição em diferentes locais, terão os locais que é mais fácil e ficarão mais baratos e outros mais difíceis e mais caros, a distribuição tende a ser diferente em cada local e players com o conhecimento específico devem ficar com fatias específicas. - Alguns se especializam em distribuição a locais mais afastados, etc.


    Logo, temos o seguinte cenário (estatal)
    Governo teria altos custos com a implantação da dessalinização, tornando a água abundante (parte da sua receita originária e derivada seria reduzido por isso), a mão de obra seria reduzida, se não quase que totalmente automatizada, logo fazemos a conta "(-)Escasses, (-) Mão de Obra = (-)Lucro. Portando é possível gerar algo em abundancia sem ter lucro, contrariando aqui a sua posição de que "...logo não faz sentido sua frase, se algo não é lucrativo como a dissalinização que citou, logo não estará gerando abundancia como esperado por ti mas escassez... ".

    Agora o cenário do livre mercado da água(liberalismo clássico)
    Teriamos o mesmo processo, água em abundância, mao de obra industrializada e automatizada, reduzindo custos, logo margem de lucro menor. Portanto teríamos poucas empresas nesse setor, pois os investimentos não justificariam os custos e teríamos prejuízos, pois o serviço de distribuição de água, não pode ser personalizado, melhorado, pois água é agua, diferente de um aparelho celular, televisão ou um carro.
    Portanto não vejo como termos uma distribuição de água eficiente no livre mercado, acabaria acontecendo o que está acontecendo, monopólios e serviços precários.


    Bom vou apenas comentar por cima esses cenários, você diz em ambos os cenários algo como menos mão de obra ou menos custos diminuiriam o lucro. Quando é exatamente o oposto, quanto menos custos mais se pode arrecadar como lucros. Diminuição de custos é maximização de lucros. Uma margem de lucro menor só pode ocorrer se o segundo produtor mais eficiente conseguir melhora de eficiência - via redução de custos- grande o suficiente para que o mais eficiente reduza o preço.(ou perca a posição de mais eficiente) Não caia no conto de que os empresários por alguma razão desconhecida diminuiriam seu lucro sem um concorrente a altura, ou pressão dos consumidores (boicote por exemplo) não vejo porque iria e nem nada de errado nisso, ele está apenas lucrando com a eficiência dele sobre os concorrentes.

    Abraços Antony, espero ter contribuído de alguma forma. Caso não concorde com algo ou tenha uma visão diferente estou aberto a considerações coerentes sempre.
  • Garotinho  17/10/2014 18:49
    "Falo da água, por motivos puramente logísticos. Imagina se sou cliente da empresa A e derrepente a empresa B me faz um melhor preço. Teria que quebrar ruas, calçadas a todo mommento."

    Não, cidadão, não tem de fazer nada disso. Caramba, a resposta sobre como tudo funcionaria está no artigo que acabei de linkar para você.

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=646

    Ao menos leia-o para saber do que se trata, e então, só então, venha debater. Você está imitando um diálogo de surdos. Está falando de algo sem ter a mínima idéia de como funcionaria. É frustrante isso.
  • Antony  17/10/2014 19:31
    Ja li esse artigo,
    Entendo completamente o ponto de vista colocado. Agora será que vc está entendendo o meu?
    Vc acha que com o livre mercado de alguns setores, não existiria controle por monopolios como existe hoje?
  • Pobre Paulista  17/10/2014 22:34
    Pouco importa o que fulano ou ciclano ACHA. Num mercado genuinamente livre NÃO EXISTEM monopólios. Apenas o estado é capaz de criar monopólios e cartéis.

    Leia estes artigos

    O mito do monopólio natural

    Monopólio bom e monopólio ruim - como são gerados e como são mantidos

    Monopólio e livre mercado - uma antítese

    Cinco maneiras de se criar um monopólio

    Tenha a decência de ler estes artigos antes de prosseguir qualquer debate sobre "monopólios" ou similares.
  • Antony  17/10/2014 23:10
    Pobre Paulista,
    Vc tem o poder de apertar o botão de reste do jogo?
    Se vc tiver, ai sim venha me falar de Livre mercado sem monopolios, portanto livre mercado sem monopolios em economia já consolidada é Utópico meu amigo.
    Sou a favor do livre mercado em 90% dos casos, porém tenho que admitir que em certos casos é impraticável, infelizmente.
  • Pobre Paulista  18/10/2014 15:06

    Vc tem o poder de apertar o botão de reste do jogo?

    Não precisa resetar. Basta permitir que o livre mercado também possa comprar e vender água encanada livremente.

    livre mercado sem monopólios em economia já consolidada é Utópico meu amigo.

    Acabar com a escravidão já foi considerado utópico.
    A redondeza da terra já foi considerada utopia.
    Chegar na lua também já foi uma utopia.
    Conectar todas as pessoas do mundo então, era coisa de ficção científica.
    Posso ficar dias aqui falando mas creio que vc já entendeu.

    Ademais, livre mercado se faz com liberdade. Eu poderia simplesmente cavar um poço artesiano em casa e vender água para meus vizinhos, porém se o estado descobre isso, eu vou preso. Não tem nada de utópico em vender água para meus vizinhos. Livre mercado é isso.

    Sou a favor do livre mercado em 90% dos casos, porém tenho que admitir que em certos casos é impraticável, infelizmente.

    90%? Pq não 86,3% ou 91,74%? Ou 21,6%, talvez até mesmo 0%? Como vc chegou nesse número? Qual é a porcentagem correta de bens e serviços que deve estar nas mãos do estado? Fico curioso para saber como as pessoas que defendem o estado chegam neste número mágico. Quais são estes casos "impraticáveis" e porquê o são? E ainda, pq sendo impraticáveis nas mãos do livre mercado seriam "praticáveis" nas mãos do estado?

    Minhas perguntas são sérias e não apenas retóricas. Gostaria de argumentos embasados logicamente e fatos que os comprovem para prosseguir a discussão.
  • Antony  18/10/2014 15:21
    Rs...esse é justamente o cerne do problema. Lógica demais. Economia e negócios não se restringe só a números meu amigo, mas emoções e conceitos de ética e moral. Talvez com um pouco de leitura de filosofia e psicologia entenderia.Como vc acha que os mercados hoje operam? Por lógica ou emoção? Os os dois?
    Se eu tenho posse de um capital maior que o seu e quero defender minha propriedade e meus lucros vou fazer de tudo pra acabar com minha concorrência, a questão aqui é, até onde vai o limite moral de cada um em relação ao que vamos Oi não fazer para nos defender?
    Rousseau já falava,..o problema começa quando alguém cerca um pedaço de terra e diz...isso é meu!
  • Andre  19/10/2014 22:00
    "Rousseau já falava,..o problema começa quando alguém cerca um pedaço de terra e diz...isso é meu!".

    Você não tem e nem pretende ter moradia, certo?
  • Pobre Paulista  19/10/2014 22:09
    Saquei. Propriedade é algo imoral, exceto se o dono for o Estado, Estado esse devidamente moldado com os seus próprios interesses.

    Fique tranquilo então, o mundo atual deve ser perfeito para você.

    PS: "Lógica demais é um problema"...
  • anônimo  20/10/2014 10:02
    'Rousseau já falava,..o problema começa quando alguém cerca um pedaço de terra e diz...isso é meu!'

    Rousseau era um romantico infantil que acreditava num mundo ideal cor de rosa. Bote os pés no chão, deixe de ler essas porcarias e vá ler algo sobre o mundo real pra aprender como foi a propriedade privada que fez o progresso da civilização, inclusive para idiotas como Rousseau.
  • Perrier  18/10/2014 00:34
    É mesmo? Então, por favor, além dos artigos que o Pobre Paulista listou, leia também este, que relata exclusivamente fatos reais.

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=366
  • Andre  17/10/2014 18:33
    Então segundo a sua lógica a produção e distribuição de ALIMENTOS também deveriam ser responsabilidade do estado.

    Estranhamente não estou vendo as pessoas morrendo de fome à minha volta.

    Já nos países em que o estado assumiu o controle da produção e distribuição de alimentos houve milhões de morte por fome e canibalismo.
  • Pedro  19/10/2014 00:01
    O pessoal tá dando como exemplo os alimentos, mas não é preciso ir "tão longe", basta ver o mercado de água mineral engarrafada. Nem em cidades onde a distribuição estatal de água encanada praticamente zerou devido a escassez há pessoas morrendo de sede, e isso graças ao feliz fato de que mesmo nessas cidades você pode encontrar água mineral de várias marcas (Lindoya, Bonafont, etc) em mercados, padarias, bares, etc.

    Além disso veja como a imensa maioria das pessoas só bebem água mineral engarrafada por "capitalistas exploradores" e não se arriscam a tomar a água estatal "da torneira".
  • sandro lima  20/10/2014 21:07
    Dessalinização é cara, Se foram gastos por ex, R$ 10 no processo de 1 litro, esse valor + lucro tem que ser repassado ao consumidor.
    O que é errado é gastar R$10 no processo e cobrar R$ 5. (que é o mais provável que aconteça)


    E hoje temos meios mais eficazes de reduzir o consumo, simplesmente, trocando os canos, reparando com maior rapidez os estourados. Em SP 30% da agua que vão para as casas é desperdiçada pela própria operadora. Não tem cabimento.

    Depois ouvi um socialistazinho de M#~~a na CBN que prefiro não citar o nome, dizendo que os pobres foram os que mais economizaram, sendo que na verdade, os pobres não economizaram, até porque ninguém não está nem aí, simplesmente cortavam a água deles a noite.
  • anônimo  22/10/2014 10:24
    Se é cara, a demanda vai fazer com que exista mais pesquisa nessa área, e ela passa a ser barata
  • anônimo  17/10/2014 19:01
    "Seria plausível supor que burocratas adoram secas. Um período de seca lhes confere poder, e não apenas sobre o uso agregado da água. Burocratas adoram saber que estão no controle até dos mínimos detalhas das vidas das pessoas."
    Conclusão simplista. Burocratas perdem votos com a seca e a falta d'água. Ainda, é muita maldade julgar desta forma, em sã consciência, ninguém gostaria de ver uma população inteira sem água.
    Também não faz sentido comparar a água com o minério de ferro. A água faz parte de um ciclo, que é renovável desconsiderando casos de poluição.
    É evidente que o mises.org defende o anarcocapitalismo. Mas há inúmeras objeções a serem respondidas, como no caso da água. As respostas para muitas perguntas são meras divagações e opiniões à respeito do que aconteceria no arranjo anarcocapitalista, mas não são científicas, embora alguns as julguem como irrefutáveis.
    O Estado está longe de ser um entidade boazinha, mas ao longo da história a maioria dos povos uniu-se em torno do mesmo e uma ordem social foi estabelecida.
    Divago... o anarcocapitalismo pode gerar milícias que substituíriam o estado: é a lei do mais forte, talvez a mais antiga de todas as leis. E antes que alguém diga para ler este ou aquele artigo, digo: sim, já li um artigo a respeito disso... algumas divagações...
  • Ricardo  17/10/2014 21:10
    "Burocratas perdem votos com a seca e a falta d'água. Ainda, é muita maldade julgar desta forma, em sã consciência, ninguém gostaria de ver uma população inteira sem água."

    Aí você acabou de provar que nada sabe sobre como realmente funciona a estrutura do governo.

    Pra começar, burocratas não são eleitos. Políticos são eleitos; burocratas não. Mais ainda: não é a classe política quem comanda as coisas. Políticos vêm e vão. A classe política é apenas o verniz do estado; é apenas a sua face pública. Ela não é o estado propriamente dito.

    Quem de fato comanda o estado, quem estipula as leis e as impinge, é a permanente estrutura burocrática que comanda o estado, estrutura esta formada por pessoas imunes a eleições. São estes, os burocratas e os reguladores, que compõem o verdadeiro aparato controlador do governo.

    De resto, seus devaneios e calúnias sobre anarcocapitalismo nada acrescentam, pois o texto em momento algum cogitou algo sequer remotamente semelhante à abolição do estado.

    Você se perdeu.
  • Doutora Lia  18/10/2014 00:11
    Não vejo no texto nenhuma menção a uma suposta maldade dos burocratas. A seguinte frase me parece mostrar com muita fidelidade qual é a relação entre as instituições públicas e os consumidores dos bens socializados:

    "O governo, ao contrário do livre mercado, sempre vê o consumidor como algo aborrecedor. Ao passo que, no livre mercado, as empresas estão sempre ávidas por consumidores para os quais vender seus produtos, no setor público, o consumidor é apenas um irritante demandante, um usuário esbanjador de recursos escassos."

    Sou médica servidora pública, e já me deparei várias vezes com este sentimento de "incômodo" que o paciente do sistema público me despertou. Até que recentemente fiz uma auto-crítica ao constatar que, se estivesse no sistema privado - de preferência não-remunerado por operadoras de planos - a presença deste mesmo paciente me deixaria feliz.

    Fiquei triste comigo mesma, mas é um sentimento - talvez - inescapável naquele contexto.

    O sistema público não estimula o funcionário ao trabalho, esta é uma realidade que vivo todos os dias. Em alguns momentos parece que tudo é feito da maneira menos eficiente possível.

  • Cíntia  17/10/2014 19:29
    Alguém tem informações sobre a experiência de privatização da água em algum país?
  • Perrier  17/10/2014 21:20
    Há vários exemplos, mas praticamente todos operam em regime de concessão. Mas o melhor exemplo vem -- está sentada? -- da França.

    object.cato.org/sites/cato.org/files/articles/hanke-jacf-v23n3-1.pdf
  • Cintia  17/10/2014 23:58
    Como é bom ter acesso a gente bem informada e generosa!
    Adoro a abundância de informações aqui no IMB.
    Valeu, Perrier, estou lendo o artigo como quem toma um scotch...;)
  • Felipe R  17/10/2014 20:42
    Tem que ficar claro que privatizar, neste texto, É DIFERENTE de delegar a um concessionário privado (que é um monopólio causado pelo Estado).

    Eu espero que as tecnologias de reuso, coleta de águas das chuvas e condensadores de umidade venham com tudo e acabem com esses sistemas caros de abastecimento de água. Ou ao menos que diminuam nossa dependência.
  • Antony  17/10/2014 21:29
    Privatização deste setor é trocar 6 por meia dúzia.
  • Homem Azul  17/10/2014 21:37
    Não haverá isso. Sosseguem.
  • Lucas  17/10/2014 23:28
    Concordo plenamente quanto ao gerenciamento e distribuição de agua pela iniciativa privada. Agora não consigo imaginar como, em um periodo de seca (ou se antevendo um periodo de seca) algum ou alguns investimentos na infra-estrutura vão fazer aumentar a quantidade de agua disponivel ?? Se voce tem uma estrutura que bombeia a agua do rio para estação de tratamento e depois para distribuição, não entendo como construir mais uma ou duas estruturas ira aumentar a quantidade da materia-prima (água) para passar com tranquilidade pelos periodos de escassez ?? A não ser que se produza agua, mas pelo que pude ver em materia do JN sobre uma estação de produção em Barcelona, os custos são e sempre serão autos, de forma que aquela estação só é ligada em periodos emergencias (como as nossas usinas termoeletricas) e ainda assim so consegue suprir 40% da cidade. Mas a minha duvida vale mais aqui para nossa situação!!
  • Cíntia  18/10/2014 01:01
    Aqui tem parte da resposta

    sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,sabesp-desperdica-31-de-agua-mas-diz-perder-24-imp-,1131535

    Outra parte fica por conta do consumo mais consciente.
  • Marcelo  18/10/2014 01:21
    Hoje em dia, a maioria das favelas dos morros do Rio de Janeiro passaram por um processo de urbanizacção que as descaracterizam como tal. Lá atrás, porém, eles foram construídas em um terreno inóspito, sem ajuda alguma governamental. É de supor-se que que seus moradores não poderiam ter sobrevivido sem água. Fico pensando que teríamos muito a aprender com suas experiências, já que o problema de abastecimento de água privado não parece ter solução muito simples.
  • PAULO  18/10/2014 04:08
    BOM DIA!
    OS RECURSOS HIDRICOS NAS MAOS DA INICIATIVA PRIVADA FICARIA SEMELHANTE A SITUÇÃO DOS CAMINHOES PIPAS,O PREÇO DE SUBIU EM UMA SEMANA SETENTA POR CENTO! ENTÃO SÓ UTILIZA ESTE RECURSO QUEM PODE PAGAR E MUITO CARO AINDA!
    IMAGINA RECURSOS NATURAIS NAS MAOS DE EMPRESAS SEM CONTROLE ALGUM??? EU SOU A FAVOR DA PRIVATIZAÇÃO DE MUITOS SETORES QUE SÃO CONTROLADAS PELO ESTADO. PETROLEO,ECONOMIA,SERVIÇOS QUE DÃO PREJUIZO COM UM BOM ADMINISTRADOR DARÁ LUCRO E NÃO SERA USADA COMO CABIDE DE EMPREGO OU APARELHADAS POR AFILHADOS SEM O MINIMO DE CONHECIMENTO TECNICO!
  • Anarca  18/10/2014 14:48
    OPA PAULO

    EU TAMBÉM SOU O TIPO DE PESSOA QUE USA CAPS LOCK, NÃO ESCREVE
    ARGUMENTOS E SIM OPINIÕES, E FICA POSTANDO TEXTOS SEM PARÁGRAFOS NOS
    SITES DOS OUTROS POR DIVERSÃO. EU FAÇO ISSO PORQUE SOU MEIO SOZINHO,
    E POSSIVELMENTE RETARDADO. QUE LEGAL QUE EU ENCONTREI OUTRA PESSOA PRA
    FAZER O MESMO, ASSIM EU NÃO ME SINTO MAIS SOZINHO. VAMOS EU E VOCÊ
    CONTINUAR POSTANDO ESSAS COISAS DESSE JEITO? VAI SER SUPER LEGAL, SEU
    TEXTO E O MEU, TUDO CAPS LOCK, SEM LHUFAS DE CONTEÚDO, SUPIMPA.
  • Mr. M  18/10/2014 15:48
    hummm que tal isso

    "
    BOM DIA!
    OS ALIMENTOS NAS MAOS DA INICIATIVA PRIVADA FICARIA SEMELHANTE A SITUÇÃO DOS SUPERMERCADOS,O PREÇO DE SUBIU EM UMA SEMANA SETENTA POR CENTO! ENTÃO SÓ UTILIZA ESTE RECURSO QUEM PODE PAGAR E MUITO CARO AINDA!
    IMAGINA FRUTAS E LEGUMES NAS MAOS DE EMPRESAS SEM CONTROLE ALGUM??? EU SOU A FAVOR DA PRIVATIZAÇÃO DE MUITOS SETORES QUE SÃO CONTROLADAS PELO ESTADO. PETROLEO,ECONOMIA,SERVIÇOS QUE DÃO PREJUIZO COM UM BOM ADMINISTRADOR DARÁ LUCRO E NÃO SERA USADA COMO CABIDE DE EMPREGO OU APARELHADAS POR AFILHADOS SEM O MINIMO DE CONHECIMENTO TECNICO!
    "

    Agora sim, prezado Paulo, concordo! Vamos fazer que nem na URSS e estatizar a alimentação, que é essencial para a sobrevivência humana! Não podemos deixar o capitalismo vencer, ou 14,5 milhões de pessoas podem morrer de fome em um ano!

    Ah, não, pera, acho que inverti...
  • anônimo  19/10/2014 14:37
    Comparação sem sentido, uma vez que existem milhares de tipos de alimentos. Agora, me diga algo que substitua a água!?
  • Perrier  19/10/2014 20:15
    Oi? Hein? Que lógica é essa? O que ela altera?

    Petróleo também só há um (e não milhares) e ele é um produto crucial para a humanidade. No entanto, há vários países, como os EUA, em que há fartura de petróleo (e preços baixos) e ele sempre foi explorado privadamente. Como sua "lógica" explicaria isso?

    Petróleo também não deveria ser "estratégico" e, por isso, monopólio estatal?

    Aliás, como faz o Japão, país que não produz uma única gota de petróleo? Pode olhar que não há nenhuma estatal lá cuidando de petróleo.

    Por fim, segundo essa sua "lógica", quando só existia apenas um modelo de automóvel (o Ford-T), ele deveria ser monopólio estatal para o bem de humanidade, certo? Aliás, você não acha que surgiram vários outros tipos de automóveis (e de alimentos) justamente porque há concorrência no fornecimento?

    No que mais, até onde se sabe, há vários tipos de água -- basta ver suas distintas composições em seus rótulos.

    Tenta outra.
  • Pobre Paulista  19/10/2014 20:37
    Não existe "uma única água".

    Existe agua potável e não potável. Água mineral, água de reuso. Água própria para banho, outra para descarga. Água para regar jardim. Água para lavar as mãos. Água aromatizada, água com toque de limão. Água para transportar dejetos. Água para lavar animais do zoológico, água para refrigerar o motor do carro. Água para transporte fluvial. Água para dissolver produtos químicos. Isso que consigo pensar rapidamente.

    Num mercado genuinamente livre, todas as entidades econômicas estariam negociando livremente todos esses tipos de água. Haveriam empreendedores especializado em cada uma delas, conhecendo todas as formas de captação, armazenamento e distribuição de cada uma, bem como suas potenciais fontes e seus mercados finais. Empreendedores concorrendo entre si para fazer com que sua água seja melhor que a do outro para satisfazer seu consumidor final. Haveria um mercado genuíno de água, com os preços refletindo não só sua aplicação final (água potável seria certamente mais cara que água para descarga), como também refletiria a escassez relativa de cada uma, fazendo com que o mercado se ajuste naturalmente em casos "atípicos" como o que vivemos hoje.

    Só existe "uma única água" na cabeça dos estatistas e dos planejadores sociais, isso sim.

  • Francisco  21/10/2014 23:14
    Pois é Pobre Paulista. Esses dias dei de cara com um livro chamado "Águas e Águas" na minha faculdade, o livro trata dos diversos tipos de água destinadas a diversos usos.
    Embora o livro obviamente trate a água como "recurso escasso" (não que água não seja escassa, mas a galera parece utilizar o termo escasso pra água como se o fim de água fosse iminente) e contenha alguns erros meio grotesco (alguns números dados são ilógicos e incoerentes), o livro meu deu um insight (é assim que se escreve?) importante: Porque diabos a água que utilizo para beber, tomar banho, cozinhar, lavar roupa, dar descarga no vazo e etc... é exatamente a mesma água pra todas essas tarefas tão disdintas? Me parece que a algo de certa perversidade no assunto, já que o governo faz com que se desperdice recursos (nossos recursos, claro) fazendo com que eu de descarga no meu vazo com água devidamente clorada e fluoretada.
    Obviamente tal duvida seria sanada com a privatização, que provavelmente seria capaz de me fornecer água de diversos tipos para diversas finalidades distintas. Como? Não sei! Mas tenho certeza que surgiriam diversas soluções para o problema da água.

    Abraços.
  • anônimo  18/10/2014 09:25
    Alguma explicação para os preços do petróleo caírem tanto ?

    No meio de uma guerra o.O ?
  • anônimo  18/10/2014 20:46
    Oi anônimo1, seguem duas noticias que podem ajudar a elucidar, ao menos um motivo que consegui perceber.

    exame.abril.com.br/economia/noticias/exportacao-de-petroleo-dos-eua-atinge-388-8-mil-bpd

    g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/06/eua-estao-prontos-para-voltar-exportar-petroleo-diz-wsj.html

    Basicamente os EUA diminuíram um pouco as regras de exportação em julho, liberando algumas formas de exportação (podemos apenas imaginar então o que aconteceria se retirassem todas as barreiras). A produção interna que era represada pelas proibições, já que produzir mais seria um dispendioso gasto de recursos para um mercado consumidor restrito, cresceu então a oferta.

    Interessante que corrobora com tudo que é sempre difundido aqui, menos controle de leis gera mais prosperidade e diminuição de preços. O pré-sal me parece cada vez mais um sonho distante brasileiro.
  • anônimo  19/10/2014 06:05
    Sei,sei ...

    Eu acho que estão é querendo puxar o tapete da Rússia.

    E também parece que o petróleo não é assim tão escasso como dizem.

    Vejo Argentina lançado satélites, Índia indo para marte não sei não.

    Tudo muito estranho. Acho que é tudo uma farsa só.
  • Nill  19/10/2014 02:07
    Minha cidade,Piumhí, passa por um tipo de racionamento,tudo porque o córrego que abastece a cidade ,agora na seca não está dando conta do recado. No Jornal semana passada saiu uma reportagem curiosa sobre o córrego Araras que abastece a cidade. Prestem atenção nos números divulgados. A cidade de Piumhí precisa de 120 litros de água por segundo para ser bem abastecida . Só que o córrego Araras estava só fornecendo 82 litros de água por segundo. Só que este mesmo córrego Araras foi divulgado tinha no mês de Janeiro deste ano a vazão de 709 litros de água por segundo.
    Recapitulando. Vazão atual do córrego Araras 82 litros de água por s. A cidade precisa de 120 litros de água por s. Vazão do córrego Araras no mês de Janeiro : 709 litros de água por segundo. Logo no mês de janeiro a vazão do córrego Araras era mais de 5 vezes suficiente para abastecer a cidade. Vejam: 709 contra 120 l por s.
    No entanto falta água agora na cidade,porque não se armazena água nos messes chuvosos para gastar nos messes secos. A água excedente simplesmente vai embora para o mar. Certamente se tivessem barragens,mesmo pequenas se armazenaria água para a cidade passar tranquilamente este período seco severo.
    Mas ! Penso que a Legislação Ambiental nem se quer permitiria fazer um barragem no córrego Araras para reter águas para consumo na estação seca.
    Só este exemplo prova a descomunal INCOMPETÊNCIA das autoridades estatais na questão da água. O SAAE toma conta do abastecimento. Vejam o problema não é a natureza ,o pequeno córrego Araras certa parte do ano é capaz de ter água mais de 5 vezes necessária ao consumo da cidade. O problema está na imensa burrice e incompetência dos ditos seres humanos e racionais.
  • dito ser humano racional  19/10/2014 15:26
    Ei, quem é mais burro e incompetente, eu ou o pessoal que me
    da um poder monopolista?
  • Pedro  19/10/2014 18:23
    E experimente tentar abrir um poço ou instalar um gerador em sua casa ou empresa. Você vai ter que passar por todo um processo burocrático lento e custoso, nem verdadeiros criminosos tem que dar tantas satisfações ao estado do que alguém que tenta instalar um sistema próprio de geração de energia ou captação de água. Se não fosse assim haveriam bem mais pessoas gerando a própria energia e consequentemente desonerando o sistema estatal.
  • Soares  19/10/2014 21:53
    E a caça as bruxas da agua começou, com direito a xerife da agua e tudo o mais, bem ao estilo dos antigos fiscais do Sarney na epoca do tabelamento de preços... O tempo passa e o Brasil é o mesmo...

    atarde.uol.com.br/brasil/noticias/1632223-xerifes-da-agua-fiscalizam-desperdicio-em-sp

    www1.folha.uol.com.br/colunas/cidadona/2014/10/1533420-condominio-onde-alckmin-tem-apartamento-mantem-5-piscinas-cheias.shtml

  • Fabio  20/10/2014 17:19
    Eu tenho certas ressalvas quanto a essa proposição na questão da água. É claro que há ganhos de eficiência numa gestão privada desse recurso. Entretanto, numa situação de escassez, o comportamento de um gestor privado que monopolize o abastecimento de água poderá se igualar ao governo. A concorrência nesse setor é praticamente inviável (seja pela limitação das fontes, seja pelas limitações logísticas). Se houver escassez, o fornecedor privado, sem concorrentes, pode sim vir a propor racionamento -- pois assim atenderá (e cobrará) um número maior de usuários com quantidades menores. Ou melhor ainda: deixará que o preço oscile para o alto, de modo a lucrar com a escassez.
  • Marcos  20/10/2014 17:56
    De novo (e pela sétima vez apenas nessa seção de comentários): quem está defendendo monopólio privado? Certamente não este artigo.

    É possível haver concorrência no suprimento de água encanada? Perfeitamente.

    Como? Explicado em detalhes neste artigo, linkado ao final do texto principal:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=646
  • anônimo  22/10/2014 16:13
    Vejam só que inteessante. O sistema de irrigação mais bem sucedido do mundo (ISRAEL), foi desenvolvido por um engenheiro estatal: Simcha Blass.

    In 1948 to 1956 Blass was the founder and director of the governmental water institutions of the new state of Israel, the official councillor of the government on water affairs and head of planners of the Israeli National Water Carrier.
  • Andre  22/10/2014 19:00
    "Vejam só que inteessante. O sistema de irrigação mais bem sucedido do mundo (ISRAEL), foi desenvolvido por um engenheiro estatal.".

    Em geral os funcionários do estado são ineficientes e inúteis, ainda mais para inventar coisas.

    Mas como essa regra geral se refere a humanos sempre há exceções.
  • Pobre Paulista  22/10/2014 18:05
    Na linha dos comentários que postei neste artigo:

    Músico cria sistema para economizar água, mas ganha taxa extra em GO

    Vejam só: O livre mercado criou uma solução espontânea para se reduzir o consumo de um bem escasso (água). O que os burocratas fizeram? Puniram o cidadão.

    Acrescente-se que a solução dele não gerou nenhuma "externalidade" a outras pessoas. Foi algo que ele criou para ele mesmo e ainda assim foi punido.

    Se este exemplo não está claro o bastante, não sei mais como explicar. Acho mais fácil acreditar que estatolatria é uma doença congênita.
  • Marcos Rodrigues  23/10/2014 12:13
    Iniciativa empreendedora oferece uma solução para a falta de água:

    blogs.estadao.com.br/link/maquina-de-fazer-agua-criada-por-engenheiro-vira-arma-contra-seca-em-sp/

  • Emerson Luis, um Psicologo  25/10/2014 17:31

    "Se colocarem o governo federal para administrar o deserto do Saara, em cinco anos faltará areia" - Milton Friedman

    * * *
  • Leandro Trevizan  30/10/2014 01:49
    A concorrência é primordial para que haja um livre mercado, e nesse caso não há como ter concorrência
  • Marcos  30/10/2014 02:18
    De novo (e pela oitava vez apenas nessa seção de comentários):

    É perfeitamente possível haver concorrência no suprimento de água encanada.

    Como? Explicado em detalhes neste artigo, linkado ao final do texto principal:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=646
  • Renzo  08/03/2015 15:30
    Marcos, como vc foi muito solícito nessas oito vezes, peço para me explicar o seguinte: li aqui no site e entendi que o Estado cria um monopólio através de suas "artimanhas", e pagamos caro por isso, seja no próprio preço, ou então com atraso tecnológico, serviço que não é bem prestado, etc, e isso está mais do que provado aqui no Brasil com o preço alto e serviços precários em vários setores.
    Mas, na prática, não vejo diferença em ter um serviço estatal de água ou um privado que tivessem apenas uma empresa fornecedora, tendo em vista que, mesmo que não houvesse nenhum impedimento estatal para a instalação de novas empresas (ou seja, garantia de concorrência), a empresa privada poderia comprar todas as empresas que tentassem entrar no mercado de distribuição de água, ou então comprar todas as terras em que passam os rios e proibir que outros retirem a água.
    Não há como viver sem água, assim como não há como viver sem alimentos, mas no caso dos alimentos há a possibilidade de plantar na minha propriedade (conheço gente que faz isso em um pedaço de terra com uns 10 metros quadrados só porque gosta e praticamente sem custos).
    Sei também que existem alternativas para se conseguir água, mas como a tecnologia ainda não é tão acessível quanto no caso da energia obtida fora da rede estatal, gostaria de pensar que, teoricamente, apenas rios, lagos, etc, seriam fontes de água, assim como é predominante no sistema atual.
    Desde já agradeço.
  • Mattei  08/03/2015 16:24
    "a empresa privada poderia comprar todas as empresas que tentassem entrar no mercado de distribuição de água, ou então comprar todas as terras em que passam os rios e proibir que outros retirem a água."

    Outro que acredita no mito das megacorporações ultracapitalizadas e com dinheiro sobrando para comprar todas as empresas do ramo.

    Só falta explicar por que isso não acontece no setor alimentício, por exemplo. Afinal, segundo você próprio, nada impede que uma empresa possa comprar todas as empresas que tentassem entrar no mercado de distribuição de alimentos, ou então comprar todas as terras férteis e proibir que outros plantem nessas terras.
  • Morrri  10/03/2015 13:09
    Mesmo que esse cenário improvável ocorresse na prática e todos os cursos de rios fossem comprados por uma única empresa, ainda assim ela não teria o monopólio sobre a água, afinal, 2/3 da Terra ainda estariam livres para apropriação.

    Mas poderia se argumentar que o processo de dessalinização é muito caro. No entanto, se uma empresa fosse detentora de todos os cursos naturais de água doce, fatalmente tal empresa seria ineficiente, pois, quanto maior a empresa, mais difícil administrá-la e, portanto, maiores são as oportunidades para o surgimento de concorrentes.

    E, além disso, mesmo que os rios todos fossem de uma empresa, ainda haveria a possibilidade de captação da água da chuva, ou seja, um monopólio (sem a mão do estado) sobre a água é simplesmente impossível.

  • Renzo  08/03/2015 19:59
    Mattei, vc tem todo direito de não acreditar que isso seja impossível, mas afirmar que empresas não podem comprar seus concorrentes é que é um mito, pois isso acontece desde sempre, e hoje temos diversos exemplos de "megacorporações ultracapitalizadas e com dinheiro sobrando para comprar todas as empresas do ramo". Ou seja, minha pergunta tem sim validade.
  • Mattei  08/03/2015 20:08
    Uma coisa é uma empresa comprar um concorrente. Outra coisa, um tiquinho distinta, é uma empresa comprar todos os concorrentes (e também potenciais concorrentes) da face da Terra. Se você realmente acha que esse seu cenário "tem validade", mande meu abraço para o Homem de Lata aí na terra de Oz.
  • Renzo  10/03/2015 09:54
    Mattei, e quem disse que precisa comprar todas as empresas do planeta? Dentro do cenário que coloquei, basta comprar as terras/rios da região que fornecem água. E outra, comentar dessa maneira deselegante não leva a lugar algum, minha pergunta é válida, se vc não concorda é só não se manifestar.
  • Guilherme Sandoval  10/03/2015 11:16
    A resposta foi ao nível da pergunta. Aliás, é interessante constatar que esse seu cenário já existe exatamente hoje. Há uma única instituição que é dona de todos os rios e cursos d'água do país: o estado. E ele, às vezes, concede a gerência desses cursos d'água aos seus empresários favoritos, e não implementa nenhum mecanismo de mercado para garantir que os serviços monopolistas que ele concede aos seus empresários favoritos serão bons.

    Onde está sua gritaria?
  • Renzo  10/03/2015 23:17
    Guilherme Sandoval, então só posso concluir que alguns dos comentaristas desse site são donos da verdade, e por isso todos aqueles que apresentam uma dúvida em relação ao que foi postado, mesmo que de forma educada, são considerados ignorantes que merecem respostas idiotas.
    E até o momento ninguém respondeu a minha pergunta, só ficam falando que é impossível, que isso já acontece agora com o Estado, ou então desmerecendo meus comentários.
  • André  09/03/2015 10:02
    Empresas públicas são as únicas empresas que fazem propaganda para que seus consumidores consumam MENOS do produto que elas mesmas vendem.

    Obviamente há algo errado quando uma empresa espera que os consumidores consumam o mínimo possível de seus produtos.
  • Matias  13/05/2015 14:41
    Pensei na seguinte alternativa para viabilizar a concorrência entre sistemas de água encanada em uma dada cidade fictícia:

    -A cidade possuir 3 locais de captação e tratamento de água, que são adquiridos cada um por uma empresa diferente (X, Y Z).
    -A cidade possui um sistema de encanamentos únicos, e inicialmente considerou inviável tripica-los.
    -Cada morador tem liberdade para optar pelo fornecedor que desejar.
    -E empresa X conquistou 20% dos moradores, e baseado no histórico de consumo dos mesmos, bombeia a quantidade correspondente para o sistema "único". O mesmo raciocínio para as demais empresas.
    -Ao final de cada dia (ou semana, ou mês), compara-se a quantidade bombeada por cada empresa com a quantidade de água consumida pelos seus clientes. A diferença pode ser compensada no período seguinte, ou financeiramente, conforme acordo entre as empresas.
    -A dificuldade seria avaliar a qualidade da água no cliente, visto que após injetada no sistema, seria impossível apurar qual empresa está colocando água de má qualidade no sistema. Uma solução seria as 3 empresas concordarem com uma qualidade mínima da água, % de flúor, cloro, etc, e se disporem a permitir análises da sua água pelos seus concorrentes (antes da mistura).
    -A empresa que negligenciasse o sistema, ficaria rapidamente sem recursos, dado que ao fim de cada período teria que ressarcir às demais a quantidade que deixou de entregar aos seus próprios clientes.

    O que acham? Apontem os furos e possíveis melhorias.
  • mauricio barbosa  07/10/2015 14:05
    Matias,o furo é que com certeza viraria um cartel praticando preço unico e rateando os custos entre-si inviabilizando esse arranjo proposto por tu,enfim viraria um oligopólio do saneamento local...
  • Luiz Alberto  07/10/2015 01:05
    Gostaria de saber se existe algum país/cidade/estado que tenha privatizado as águas e tenha tido resultados positivos. Será que alguém poderia me ajudar? Obrigado.
  • Leandro  07/10/2015 01:36
    Praticamente todos os casos são de parcerias público-privadas e concessões monopolísticas, as quais são a antítese da livre concorrência.

    Não obstante, houve casos em que os serviços estatais eram tão ruins, que até mesmo a PPP conseguiu melhorar, e muito, a situação.

    Casos clássicos são os da Colômbia , das Filipinas e da França.

    Vale também mencionar o caso do Reino Unido, em que o padrão de qualidade aumentou substancialmente, não obstante as onerosas regulamentações impostas pelo governo.

    Na Argentina, houve avanços, mas aí o governo resolveu congelar as tarifas logo após ter desvalorizado acentuadamente a moeda, o que destruiu as empresas, levando ao fim das concessões logo no início do governo dos Kirchner.

    E houve também a desastrosa concessão boliviana, na qual o governo concedeu o monopólio à empresa Bechtel e, adicionalmente, proibiu inclusive que os habitantes coletassem e utilizassem água da chuva. Não há exemplo mais clássico dos malefícios das concessões monopolísticas do que o caso boliviano.
  • Thiago Teixeira  07/10/2015 06:25
    Aqui no Piauí a AGESPISA está sendo alvo de uma "privatização" de conchavo. A empresa vai mal, os governos do PT estadual sugaram os recursos da empresa, ela está individada e sem capacidade de investimento. A parte de água mal tem recurso para manutenção. A de esgoto está caótica. Há inclusive uma lei (estadual?) que impoe um teto na tarifa para o esgoto, indexada pela da água.

    Uma empresa laranja da Odebrecht está em via de assumir a concessão do serviço de água e esgoto da capital Teresina. Está complicado defender esse arranjo... Mas creio que vá nessa linha, está tão ruim que o monopolio privado de compadrio será melhor que a atual empresa estatal.


    Sobre energia, aqui temos um problema sério na geração de energia. O tem faltou aqui no meu condominío; fiquei pensando cá com meus botões... se fosse mais desenrolado, eu poderia comprar um gerador e um sistema de transformadores para estabilizar a rede elétrica, ao menos aqui dentro do meu condomínio; mas não, é monopólio da Eletrobrás Piauí, e permaneceremos com problemas...

    Fora que foi descoberto gás no Norte do estado, mas a coisa está bem devagar...

    Aqui a regulacão proibidora mostra todo o seu potencial paralisante.
  • Andre  07/10/2015 11:31
    "...proibiu inclusive que os habitantes coletassem e utilizassem água da chuva."

    Isso me lembra da estatização do sol na Espanha:

    Espanha privatiza o sol: proibido gerar energia para autoconsumo
  • anônimo  07/10/2015 12:08
    água da chuva, raios solares, ondas de rádios.... falta quanto para estatizar o ar?
  • Pobre Paulista  07/10/2015 13:42
    O ar é um "bem comum", não é nada mais natural do que o estado monopolize o ar. Ele inclusive já tenta fazer isso através de regulamentações ambientais (Acordos de emissão de CO2, Proibição de fumar em alguns locais, etc).

  • Thiago Teixeira  07/10/2015 13:43
    Caramba...

    Sobre o ar, deixa eu puxar aqui para outro tema: ambientalismo.

    O que voces acham da ideia de cobrar das pessoas pela emissão de poluentes no ar? Seria uma forma de promover a liberdade de respirarmos um ar não-contamidao por motores ineficientes, e fabricantes/usuários descuidados.
  • Vinicius  07/10/2015 14:10
    Nada...

    Agosto de 2015:

    Heráclito Fortes (dep. fed. PSB-PI) quer que os ventos sejam patrimônio da União, para o Estado receber royalties a partir da geração de energia eólica.

    www.pragmatismopolitico.com.br/2015/09/os-projetos-de-lei-mais-bizarros-dos-nossos-deputados-em-2015.html

    É tão bizarro que nem a esquerda genocida acredita.
  • Thiago Teixeira  07/10/2015 13:41
    Leandro,
    e o caso do Chile? Creio ser o modelo menos ruim.
  • LUIZ CARLOS SILVA  07/10/2015 04:50
    O discurso que realmente interessa é este:
    O problema da escassez da água é na verdade decorrência do problema da ESCASSEZ DE FLORESTAS e de CERRADOS nativos . . . Quanto menos ecossistemas naturais existirem, pior será a distribuição da água no planeta . . . Piores e maiores serão as estiagens, bem como os dilúvios . . . Em tese, em termos ambientais, DE NADA ADIANTA ECONOMIZAR ÁGUA . . . A água em si não mudará para o espaço ou para outro planeta, continuará por aqui, salvo uma catástrofe cósmica . . . Adiantaria sim fazer redes de esgoto e estações de tratamento para não poluir as águas dos rios, lagos, oceanos e aquíferos . . . O problema da escassez da água é INSIGNIFICANTE comparado ao problema da sua POLUIÇÃO e à ESCASSEZ DE FLORESTAS . . . A escassez de água preocupa sim os governos perdulários que jogam pelo ralo nossos gigantescos recursos tributários e não permitem que sobrem nem migalhas para obras realmente necessárias . . . POR ISSO FAZEM TANTA CAMPANHA NA MÍDIA PARA ECONOMIZARMOS ÁGUA . . . O que o país precisa é de forças armadas realmente patrióticas, ao contrário desta que defende no Brasil os INTERESSES EXTERNOS, como ficou claro nos golpes de 1889, de 1964 e no suicídio de Getúlio . . . Se fossem realmente patrióticas, trabalhariam por uma América do Sul livre de bases militares estrangeiras e por uma fiscalização ostensiva em nossas florestas CONTRA O DESMATAMENTO e a POLUIÇÃO DAS ÁGUAS uma vez que não se pode esperar nada do nosso poder público civil . . .
  • Marcos de Vincenzo  02/11/2018 13:38
    E então, amigos do IMB... o que acham das notícias sobre investimentos israelenses na dessalinização no NE em acordo com o governo Jair Bolsonaro?

    A princípio, achei bem interessante, mas gostaria de conferir a opinião dos nobres pares desse fórum..........
  • Mamede Ximenes  04/11/2020 18:39
    O nordeste não aproveita eficientemente a água das chuvas. Predios e casas deveriam ter sistema de coleta e armanezamento de água da chuva. Ainda usamos água tratada para dar descarga nos aparelhos sanitários, para regar jardins e até para lavar carros.


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