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A automação de empregos: é assim que uma sociedade progride
Uma sociedade rica e avançada não é aquela que “protege empregos”

Analistas gostam de discutir a automação de empregos recorrendo a cenários apocalípticos. Da maneira como eles falam, parece que os robôs e as máquinas se erguerão dos oceanos como um Godzilla, causando destruição em massa em uma Tóquio formada por empregos estáveis, deixando apenas caos e destruição em seu rastro.

De acordo com dados da consultoria PWC, até 2030, 38% dos empregos nos EUA serão automatizados. Mas há estudos universitários garantindo que simplesmente a metade de todos os empregos americanos será substituída pela automação.

Em comum, todas essas profecias apresentam a mesma falha: ignoram que a automação e o aumento de produtividade gerado por ela não têm nada de novo. Desde as máquinas que retiravam os caroços do algodão até o computador, a automação vem ocorrendo há séculos.

Considere a maneira como a automação aperfeiçoou a indústria extrativa ao longo dos últimos 100 anos. Quando não havia máquinas, os homens eram obrigados a se rastejar ao longo de passagens instáveis abertas nas minas e escavar as rochas utilizando ferramentas primitivas. Simultaneamente, tinham de estar continuamente alertas ao sempre presente perigo da intoxicação por gases e, principalmente, do risco de desmoronamentos.

Não apenas essa maneira de trabalhar era péssima para a saúde dos trabalhadores, como também representava um uso extremamente ineficiente da habilidosa mão-de-obra humana.

Já quando as máquinas passaram a fazer todo o serviço pesado, a sociedade se mostrou capaz de direcionar recursos escassos para a construção, o serviço e a manutenção deste maquinário.

Hoje, são poucas as pessoas que ainda fazem esse trabalho físico intenso e extenuante. E esse avanço é celebrado, e não lamentado. Ao permitir que as máquinas lidem com as tarefas mais maçantes e tediosas — e, em muitos casos, mais perigosas —, as pessoas foram liberadas para usar sua mão-de-obra em atividades mais eficientes, efetivas e, acima de tudo, mais gratificantes.

Os críticos da automação sempre ignoram esse ponto. Ninguém trabalha apenas por trabalhar. O trabalho não é um fim em si mesmo. As pessoas trabalham para criar valor, o que em troca lhes garante um salário que os ajuda a sustentar suas famílias. Houve uma época em que praticamente todos os seres humanos tinham de trabalhar no campo — querendo ou não — apenas para sobreviver. A tecnologia acabou com a necessidade de utilizar seres humanos para fazer trabalhos agrícolas pesados, e os liberou para ir buscar outras vocações fora do campo. Foi assim que começou nosso processo de enriquecimento e de melhora no padrão de vida.

A automação, ao libertar o ser humano da necessidade de fazer trabalho físico extenuante e monótono, efetivamente o libera para se aventurar em novos empreendimentos mais prazerosos e produtivos, abrindo as portas para novos esforços e atividades que irão elevar nossa espécie a façanhas mais altas. Apenas pense: se, ao final do dia, todos estivessem exaustos por causa de seu trabalho físico no campo, ninguém teria tido o tempo necessário para inventar o trator. Felizmente, já tinha havido alguma mecanização à época, o que liberou alguns indivíduos do fardo do trabalho pesado, permitindo que eles então pudessem se dedicar à invenção do trator.

E como o mundo melhorou por causa disso.

Mas é claro que haverá dor

Se há algo que a história mostra é que a inovação, em si mesma, é a grande criadora de novas formas de trabalho. Apenas pense na internet. Vinte e três anos atrás, a maioria de nós praticamente desconsiderava essa invenção; hoje, em 2018, milhões de pessoas ao redor do globo têm um emprego que está diretamente relacionado a isso que era irrelevante em 1995. E milhões mais têm um emprego relacionado ao crescimento da internet.

Assim como as gerações passadas abandonaram as minas em troca de profissões e carreiras melhores e mais satisfatórias, os trabalhadores modernos cujos empregos serão afetados pela automação verão seu papel na sociedade evoluir em vez de desaparecer.

Mas essa transição, obviamente, não será indolor.

Durante qualquer período de transição, as pessoas perdem seus empregos, sofrem e lutam para conseguir novos trabalhos. Essa é a história da humanidade.

Há aqueles que se recusam a aprender novas habilidades, que não querem se mudar para uma nova área, ou que não possuem as habilidades necessárias para prosperar neste novo ambiente. No entanto, de uma perspectiva geral, esses problemas — embora significativos para aqueles afetados por eles — são apenas temporários.

Querer que a automação seja bloqueada e que toda a economia seja engessada e impedida de progredir simplesmente porque "as pessoas perderão seus empregos" é um recurso meramente emocional, sem qualquer base na lógica. Nenhuma economia rica se desenvolveu "protegendo empregos", pois a destruição de empregos obsoletos representa o próprio sinal do progresso.

Se a ideia de "proteger empregos" houvesse prosperado lá atrás, não haveria nem carros (que acabaram com empregos na indústria de carroças), nem tratores (que acabaram com empregos manuais na agricultura), nem computadores (que não só acabaram com empregos na indústria de máquinas de escrever, como provavelmente destruíram mais empregos do que qualquer outra inovação tecnológica na história da humanidade), nem luz elétrica (que acabou com empregos na indústria de velas), nem smartphones (que a acabou com a indústria de telefones fixos e de celulares obsoletos) nem praticamente nada de moderno que existe hoje. 

À medida que a automação foi seguidamente mudando o mundo, a sociedade sempre foi descobrindo novas aplicações para a mão-de-obra que foi demitida. A invenção da roda certamente desempregou vários homens especializados em carregar cargas, bem como homens especializados em cuidar dos cavalos que faziam o transporte de carga. E o que eles fizeram? Provavelmente se tornaram condutores de carroças repletas de produtos para as cidades, as quais se tornaram pujantes por causa da profunda melhoria ocorrida na cadeia de suprimentos em decorrência da criação da roda.

Hoje, apenas 2% da população vive no campo. No século XVIII, ninguém acreditava que isso seria possível. E não apenas esses 98% não estão morrendo de fome, como estão prosperando — levando vidas melhores, trabalhando em empregos mais confortáveis e, em alguns casos, até mesmo lutando contra a obesidade por causa do excesso de comida disponível.

As pessoas demonstravam a mesma preocupação em relação à máquina a vapor que demonstram hoje em relação aos computadores e à inteligência artificial: "Desta vez é diferente! É verdade que já fizemos outras transições antes, mas nunca algo desse tipo!".

Mas a única coisa que é diferente na automação moderna é o uso de software para realizar a mudança. No passado, apenas o hardware nos libertou das tarefas pesadas. Repentinamente, o software se tornou capaz de impulsionar o hardware e produzir resultados exponencialmente maiores. Esse novo componente não acrescenta nada de fundamentalmente diferente à equação — todos os avanços são criados por humanos e servirão às necessidades dos humanos.

Uma questão de economia básica

Se passamos a utilizar menos mão-de-obra e menos recursos em um determinado processo produtivo, essa mão-de-obra liberada e esses recursos poupados estarão livres para ser utilizados em outros processos de produção, em novas idéias e em novos empreendimentos. 

Investidores — cujo capital cria empresas e empregos — são atraídos por lucros. Se os processos produtivos atuais forem automatizados, e com isso pouparem mão-de-obra e reduzirem custos operacionais, essa automação irá gerar lucros maciços, os quais poderão ser direcionados e investidos nas empresas e nas ideias do futuro.

Essa realidade é frequentemente ignorada por economistas, políticas e comentaristas. A robótica gera eficiências que aumentam os lucros, e isso permitirá um enorme surto de investimentos, os quais nos brindarão com todos os tipos de novas empresas e de avanços tecnológicos que criarão novos tipos de empregos hoje inimagináveis.

Há vários empregos que existem hoje e que nem sequer eram imaginados há 10 anos. E vários empregos que existiam há 10 anos não mais existem hoje. E a maioria dos empregos que existirá no futuro ainda não existe hoje. Querer frear esse progresso em nome da proteção de alguns empregos é uma atitude que, caso tivesse sido seguida lá atrás, faria com que ainda hoje estivéssemos vivendo no campo e com uma enxada na mão. 

O recurso mais valioso de todos

A engenhosidade humana é algo que sempre foi de baixa oferta e alta demanda. Acrescente a isso o fato de que os desejos e necessidades da humanidade são insaciáveis, e você verá que sempre serão necessários trabalhadores para realizar esses serviços e saciar essa demanda.

Empreendedores não podem inovar em um vácuo. Eles necessitam de recursos (inclusive um time formado por outros humanos) para criar coisas novas. Seja um comércio online ou um restaurante, cada novo empreendimento exige instalações, insumos e empregados. Se esses empregados estiverem ocupados trabalhando em outras profissões, novos empreendimentos não poderão ser efetivados.

Aquele recurso mais valioso de todos, a engenhosidade humana (trabalho), tem de ser distribuído de maneira eficiente, sendo direcionado às causas que forneçam o melhor retorno para o investimento. À medida que a automação aumenta a produtividade, o padrão de vida da sociedade aumenta, pois agora há mais bens e serviços disponíveis (quanto maior a quantidade e a diversidade de bens e serviços ofertados, maior será o padrão de vida da população). Com um maior padrão de vida permitido pela automação, as pessoas poderão se dedicar a novas idéias. Assim, maiores serão as oportunidades de empreendedores criarem coisas novas. E, consequentemente, maiores serão as oportunidades de os trabalhadores assumirem funções mais produtivas.

Conclusão

Como é da natureza de todas as mudanças revolucionárias, é praticamente impossível prever os empregos que a nova tecnologia irá criar. Várias pessoas perderão seus empregos à medida que a automação irá tornar alguns postos de trabalho desnecessários. Mas essas mesmas pessoas estarão agora disponíveis para ajudar a criar os empregos do futuro. Os operadores de carroças, ao verem passar uma locomotiva impulsionada por um motor a vapor, podem ter pensado que estavam destinados à mendicância, mas jamais imaginariam que eles se tornariam os maquinistas, os engenheiros das estações e os planejadores de rotas.

As necessidades do futuro só se tornam aparentes quando a mudança já está completa; e, quando isso ocorre, elas parecem bastante óbvias.

O fato é que empreendedores sempre estarão ávidos para iniciar novos empreendimentos. Se eles terão o capital humano necessário para buscar seus sonhos é algo que irá depender de como a automação irá liberar trabalhadores de empregos maçantes e sem perspectivas.

Não, a transição não será nem rápida, nem confortável e nem fácil para os trabalhadores. Entretanto, os resultados serão extremamente benéficos — como foram até hoje.



autor

Per Bylund

foi consultor de negócios na Suécia, é Ph.D em economia pela Universidade do Missouri e é professor de Empreendedorismo e Livre Iniciativa na Escola de Empreendedorismo da Oklahoma State University.




  • Felipe  11/05/2018 13:43
    Eu sempre falei que uma esquerda minimamente racional pensaria em formas de ajudar pessoas que perderam seus empregos, e não em "proteger empregos".

    "Proteger pessoas" é uma coisa (e há até bons argumentos para isso), já "proteger empregos" é algo completamente irracional e anti-prosperidade.

    Deixem os empregos ruins sumirem ou serem substituídos por máquinas. Se quiserem ajudar, criem ONGs para ajudar estes desempregados.
  • Pedro  11/05/2018 14:20
    Eis a incoerência: a esquerda adora reclamar que no capitalismo você tem que trabalhar uma exaustiva quantidade de horas pra manter a produtividade. Aí, quando querem colocar uma máquina que vai possibilitar um emprego menos exaustivo, eles querem proibir.

    Alguém me explica.
  • Felipe Lange  12/05/2018 17:47
    Mas aí a esquerda vai falar que é melhor ficar nesse emprego degradante do que ficar sem emprego por causa de uma máquina. Eles são malucos.
  • Renato  11/05/2018 16:15
    A robotização das empresas não é sinônimo de desemprego. Isso pode acontecer até no inicio, mas com o tempo será adaptado para uma nova realidade.

    Eu por exemplo, se dono de uma empresa que foi robotizada, não mandaria meus funcionários embora. Os manteria, só que de trabalhadores braçais, passariam a ser "trabalhadores financeiros" da empresa.

    Acredito que no futuro os trabalhadores braçais irão se transformar em trabalhadores investidores e financeiros. Sabendo-se que as máquinas continuarão substituindo o trabalho humano, as empresas colocarão esses trabalhadores como financiadores nas empresas onde trabalham.

    Empresas criarão um jeito de não mandar embora os seus trabalhadores braçais. Eles ficarão na empresa e serão os novos parceiros financeiros dessas empresas.

  • Jailma Viana  20/06/2018 14:50
    É verdade!
    Eu trabalho numa empresa que deu um jeito de manter quatro almocreves, oito oleiros e cinco tanoeiros..... brilhante....
  • luiz Felipe Ferreira   22/12/2022 18:37
    é o futuro, se nao se adequar ficamos fora do mercado
  • Edson  11/05/2018 13:45
    "Se permitirmos o automóvel, o que vamos fazer com a mão-de-obra da indústria de charretes? Será uma catástrofe social!"

    "Se permitirmos o computador, o que vamos fazer com a mão-de-obra da indústria de máquinas de escrever? Será uma catástrofe social!"

    "Se permitirmos o trator, o que vamos fazer com a mão-de-obra da agricultura?Será uma catástrofe social!"

    "Se deixarmos as próprias pessoas apertarem os botões nos elevadores, como vamos fazer com o desemprego dos ascensoristas? Será uma catástrofe social!"
  • Intruso  31/07/2018 10:46
    Se permitimos a catraca automática , será uma catástrofe para o cobrador de ônibus.
    Se permitirmos o auto atendimento nos postos de gasolina, será uma catástrofe para o frentista.
    Se permitirmos a automatização da cobrança nos supermercados, será uma catástrofe para os caixas.
    Se permitimos que apenas robos façam o serviços menos qualificados, será uma catástrofe para 90 porcento da humanidade.
  • Fernando  11/05/2018 13:50
    É fato que a massificação da tecnologia permitiu novas aptidões, novas fontes de renda e novos trabalhos prazerosos, e ajudou a abolir os trabalhos maçantes, pesados e repetitivos. Longe de destruir empregos, a tecnologia é e continuará sendo a grande criadora de novos empregos.

    Quem, há meio século, poderia prever que hoje teríamos as seguintes profissões: YouTubers, Consultores de Moda, Fashion Designers, Apresentadores de Programas de Entretenimento Televisivo, Jogadores Profissionais de Videogame, Consultor de Marketing, Experimentador de Hotéis de Luxo, Testador de Camas, Testador de Alimentos e Bebidas, Investidores Profissionais, Professores de Investimento, Guias Turísticos, Testadores de Tobogãs, "Instagramers" Profissionais, e um número muito maior de Atores e Atrizes do que antigamente?

    Isso só foi permitido porque a humanidade foi liberada, pelo evolução tecnológica, do fardo do trabalho pesado.

    Essa evolução observada na divisão do trabalho, permitida pela tecnologia que nos liberta e nos permite descobrir novas vocações, é fantástica. A automação e a evolução tecnológica, longe de destruir empregos, serão as grandes criadoras de oportunidades de trabalho. Saiba aproveitá-la.
  • Intruso  31/07/2018 22:19
    Estas profissões que foram criadas recentemente que você listou não representa nada em termos percentuais as quantidades de vagas que foram fechadas e que serão fechadas futuramente devido a automatização dos processos produtivos, ( caixas de banco, caixas de supermercados, frentistas, cobradores de ônibus, estoquistas, etc, etc, etc) para onde irá tanta gente ?
  • Paste  01/08/2018 04:01
    Se há algo que a história mostra é que a inovação, em si mesma, é a grande criadora de novas formas de trabalho. Apenas pense na internet. Vinte e três anos atrás, a maioria de nós praticamente desconsiderava essa invenção; hoje, em 2018, milhões de pessoas ao redor do globo têm um emprego que está diretamente relacionado a isso que era irrelevante em 1995. E milhões mais têm um emprego relacionado ao crescimento da internet.

    Assim como as gerações passadas abandonaram as minas em troca de profissões e carreiras melhores e mais satisfatórias, os trabalhadores modernos cujos empregos serão afetados pela automação verão seu papel na sociedade evoluir em vez de desaparecer.

    Mas essa transição, obviamente, não será indolor.

    Durante qualquer período de transição, as pessoas perdem seus empregos, sofrem e lutam para conseguir novos trabalhos. Essa é a história da humanidade.

    Há aqueles que se recusam a aprender novas habilidades, que não querem se mudar para uma nova área, ou que não possuem as habilidades necessárias para prosperar neste novo ambiente. No entanto, de uma perspectiva geral, esses problemas — embora significativos para aqueles afetados por eles — são apenas temporários.

    Querer que a automação seja bloqueada e que toda a economia seja engessada e impedida de progredir simplesmente porque "as pessoas perderão seus empregos" é um recurso meramente emocional, sem qualquer base na lógica. Nenhuma economia rica se desenvolveu "protegendo empregos", pois a destruição de empregos obsoletos representa o próprio sinal do progresso.

    Se a ideia de "proteger empregos" houvesse prosperado lá atrás, não haveria nem carros (que acabaram com empregos na indústria de carroças), nem tratores (que acabaram com empregos manuais na agricultura), nem computadores (que não só acabaram com empregos na indústria de máquinas de escrever, como provavelmente destruíram mais empregos do que qualquer outra inovação tecnológica na história da humanidade), nem luz elétrica (que acabou com empregos na indústria de velas), nem smartphones (que a acabou com a indústria de telefones fixos e de celulares obsoletos) nem praticamente nada de moderno que existe hoje.

    À medida que a automação foi seguidamente mudando o mundo, a sociedade sempre foi descobrindo novas aplicações para a mão-de-obra que foi demitida. A invenção da roda certamente desempregou vários homens especializados em carregar cargas, bem como homens especializados em cuidar dos cavalos que faziam o transporte de carga. E o que eles fizeram? Provavelmente se tornaram condutores de carroças repletas de produtos para as cidades, as quais se tornaram pujantes por causa da profunda melhoria ocorrida na cadeia de suprimentos em decorrência da criação da roda.

    Hoje, apenas 2% da população vive no campo. No século XVIII, ninguém acreditava que isso seria possível. E não apenas esses 98% não estão morrendo de fome, como estão prosperando — levando vidas melhores, trabalhando em empregos mais confortáveis e, em alguns casos, até mesmo lutando contra a obesidade por causa do excesso de comida disponível.

    As pessoas demonstravam a mesma preocupação em relação à máquina a vapor que demonstram hoje em relação aos computadores e à inteligência artificial: "Desta vez é diferente! É verdade que já fizemos outras transições antes, mas nunca algo desse tipo!".
  • Vander  11/05/2018 13:51
    O objetivo da produção é o consumo, sendo o emprego da mão de obra um fator de produção um tanto especial pelo fato de não se poder empregá-lo desvinculado de seu proprietário, o homem. De acordo com este raciocínio, qualquer negócio tem como meta a criação de bens com vista a satisfazer o desejo dos consumidores. Assim, a geração de emprego é mera consequência.

    O proprietário da mão de obra, denominado de trabalhador, comporta-se no mercado tal como um empresário, já que tenta vender sua propriedade, o trabalho, pelo maior preço possível. Todo mundo é um empreendedor.

    O problema está no governo que ao intervir no mercado deforma-o completamente. Com o governo, capital e trabalho, que são complementares, se tornam antagônicos, e o trabalhador parece carregar uma maldição que só a mão forte do Estado pode aliviar. Se algo tem que mudar é a ideia que torna possível este estado de coisa.
  • Capital Imoral  11/05/2018 13:57
    Por que ocupamos propriedades?

    Eu estou no meu apartamento frente à paulista acompanhando todo esse processo de difamação que está acontecendo com relação aos movimentos pelo direito à moradia.
    Sempre estive ao lado desses movimentos em momentos de dificuldade (como agora), e até fui propagandistas da causa usando minha eco bike e Gopro para tentar vender o movimento como algo mais humano, social, através de vídeos no Facebook. Não poderia deixar de defender o movimento na minha coluna no instituto Mises; portanto, no artigo de hoje vamos entender porque é tão importante a existência de movimentos sociais como MST e MSTST.

    O drama da falta de moradia no Brasil
    Vivemos em um Brasil em que mais de 6 milhões de famílias não têm onde morar. Você tem noção do que é isso? Você tem noção do que é sua família ter que dormir na rua porque não há casa para morar? Não é a toa que dizem que os neoliberais são fascistas, porque é preciso ser muito desumano para não se importar com essas famílias. Lembro-me claramente de uma amiga que estudava ciências sociais comigo na USP, e embora ela fosse uma pessoa com profunda consciência social, ela sempre falava sobre as quatro casas que sua família possuía pelo litoral do Brasil; ela mesmo tinha consciência de que era errado ter mais de uma casa, mas infelizmente ela não conseguia mudar a mentalidade retrógrada dos pais que não queriam doar as casas para os pobres. Segundo os pais dela só pode ter casa quem "trabalhou muito".Por que fiz esta introdução? Porque não é todo mundo que está preocupado com o drama da falta de moradia no Brasil, a maioria das pessoas são como os pais dessa garota, e não a mínima para os sem-teto.

    Não tem onde morar? problema seu! quem mandou você ser um cavalo e não fazer "trocas voluntárias". Ainda existe muita gente com este tipo de pensamento no Brasil, por isso o estado teve que intervir e colocar na constituição um direito de propriedade que fosse menos fascista, que fosse menos absolutista.


    Veja o drama dos desabrigados um dia após desabamento de prédio em SP

    Ocupar propriedade sem função social é um direito!
    A nossa constituição federal diz que o direito de propriedade não é absoluto, isso significa que a propriedade está SUBORDINADA a função social, e que você não pode sair por aí dizendo que é "dono de algo", você não é dono de nada! seu canalha! você apenas detém a posse da propriedade. Pode chorar, neoliberal. Eu não tenho dó. Eu não tenho um pingo de dó! O que vemos é que embora à lei diga claramente que o direito de propriedade não é absoluto, o relativismo fascista tomou conta sobre o tema das propriedades no Brasil. Ora, é óbvio que à lei não está sendo cumprida, pois se um imóvel está abandonado, ele está em situação ilegal segundo nossa constituição, portanto, ocupar esse imóvel em estado ilegal é apenas exercer o direito que os mais pobres têm por natureza (naturalismo do povão).

    Ainda existe o argumento de que os coordenadores dos movimentos sociais estariam cobrando aluguéis das ocupações. Para responder esta indagação, eu te faço uma pergunta: Você já se perguntou quanto custa o aluguel de um barraco no centro de São Paulo? Pois saiba que custa quase mil reais. E quanto os coordenadores dos movimentos sociais estão cobrando? 400 reais. Ora, meu amigo, ninguém disse que o socialismo iria acontecer do dia para noite; o que dissemos foi que o socialismo iria acontecer lentamente, enquanto isso você deve cooperar com a revolução, mas não se preocupe, no futuro será de graça.

    Conclusão
    A lógica das nossas cidades não é feita para garantir o direito da maioria (naturalismo do povão), mas para garantir o lucro sujo de uma minoria capitalista. O sistema te transforma em um escravo do capitalismo somente para pagar por algo que você necessita para sobreviver, como é o caso da moradia. No Brasil, transformaram um direito assegurado pela constituição em um produto de mercado no qual você quase tem que vender a alma para viver em uma casa caindo aos pedaços. E quando aparece um movimento dizendo que não precisa ser assim, nesse momento são acusados de bandidos; só que ninguém leu a bíblia dos homens (constituição) que garante a moradia como um direito humano.

    Capital Imoral é filósofo, escritor e já refutou Mises.
  • Rodrigo  11/05/2018 15:44
    Só melhora. "na minha coluna no instituto Mises". kkkkkk
  • anônimo  11/05/2018 16:55
    Desci para os comentários procurando o Capital Imoral. Não me decepcionei, é sempre bom rir.

    www.youtube.com/watch?v=gAa4t9RbBa8
  • Andrei Freire  13/05/2018 23:55
    Quem é esse capital imoral ?
  • Guilherme  14/05/2018 12:49
    Um liberal zoador que faz troça com o discurso clichê, vitimista e altamente contraditório da esquerda. É incrível como sempre tem leitor novato que não percebe a zaoção e acredita que é sério.
  • Andrei freire  16/05/2018 04:58
    Entendi kkk. Sou novo em escola austríaca , sabe dizer se tem algum grupo no whats ou algo do tipo pra eu ficar mais por dentro dos assuntos ? Obrigado pela atençao.
  • Pablo  11/05/2018 17:24
    Por que ter mais de uma casa é ruim? A família da sua amiga empregava quantas pessoas para cuidar desses imóveis? Somos preocupados pela falta de moradia dessas "milhares" de pessoas. O que discordamos é o motivo delas não terem acesso a imóveis, o fato de alguém ter uma propriedade não impede outra de ter propriedade também. Só que são bens escassos, ninguém acorda e digita "motherlode" e ganha 50000 (a não ser um Keynesiano). Pra ter um produto precisa-se ter produzido.
  • Capital Imoral  11/05/2018 18:34
    Mas por que você precisa de duas casas, Pablo vittar? Quer bancar o burguesinho lindão do tipo novela? O cara pensa que o Brasil é igual novela mexicana (A usurpadora) no qual todos empregados são bem tratados pela Paulina. Meu amigo, deixe-me te contar um segredo: TODOS ricos do Brasil são como Paola Bracho! ela dá chicote no lombo dos pobres o dia inteiro e nunca cansa. A verdade é que ninguém quer cachorro de rico metido a besta; as pessoas querem ter sua casa e sua independência. Isso porque eu ainda nem falei sobre a filosofia minimalista do socialismo.

    Socialismo e a filosofia minimalista
    Quando filósofos como eu afirmam que é preciso mudar a mentalidade do mundo para introduzir o socialismo, não é por brincadeira. Uma dessas mudanças de mentalidade trata-se da escolha sempre minimalista quando falamos sobre consumo; não vamos falar sobre casas, porque este é um exemplo bastante óbvio, mas falemos sobre chocolate, pra quê você precisa comer 5 barras de chocolate quando você pode comer apenas uma e se sentir satisfeito? Por que não doar as outra 4 barras de chocolate para os necessitados? Quando se concluir que apenas uma barra é o bastante para sua felicidade e para a felicidade do todo, se percebe que o socialismo é a melhor escolha para o mundo.

    Alguém poderia levantar a questão: Mas eu sou gordão do tipo Leandrinho e quero comer cinco barras de chocolate e que se foda os pobres. Ora, esta afirmação é indecente e não respeitável perante a sociedade; é como um bandido que decide não respeita as regras impostas pela sociedade e impõe seu individualismo em detrimento do bem-comum. Obviamente, algo não aceitável por qualquer sociedade evoluída.

    Capital Imoral é filósofo, escritor e já refutou Mises.
  • Libertariozinho  11/05/2018 18:52
    Não importa o que a constituição diga, moradia não é um direito e não deve ser assim.
    O espaço é limitado, portanto, escasso e passível de apropriação.
    Se alguém quer ocupar tal espaço já apropriado, tem de oferecer algo que interesse ao dono em troca da casa.
    E atualmente o que mais impede as pessoas de fazerem isso são as barreiras estatais impostas ao trabalho e comércio, que tornam a contratação e demissão extremamente caras.
    E Outra, agências reguladoras dominam em setores que trariam investimentos muito altos(petróleo, saúde, etc) e que proporcionariam moradia mais barata e acessível a essas pessoas. Não que eles sejam bonzinhos em fornecer isso, mas sim pelo interesse econômico.
    Perceba que sua utopia é baseada num altruísmo inimaginável, enquanto o meu sistema proporciona aumento da qualidade de vida de absolutamente todos utilizando como motor algo completamente corriqueiro e inerente ao ser humano: o interesse econômico.
  • Antônio Davi Roland de Brito  28/06/2018 13:27
    Ocupa não. Invade.
  • João  11/05/2018 14:00
    Sim, a solução para o nosso bem-estar passa pelo aprofundamento da robótica. Os desejos do ser humano são, por definição, ilimitados; e, enquanto o capitalismo ainda não houver encontrado uma maneira de satisfazer todos os desejos e de curar todas as doenças (ou seja, nunca), sempre haverá capital buscando novas possibilidades de investimentos e soluções.

    Além de eliminarmos trabalhos perigosos, sujos, insalubres, degradantes, monótonos e exaustivos, a genialidade do ser humano será liberada para se concentrar em uma infinidade de desejos e necessidades ainda não atendidos pelo mercado. Entre eles a cura do câncer, que receberá investimentos exponenciais em conjunto com as mentes bem-remuneradas por esses investimentos.
  • Bruno  11/05/2018 14:02
    Se os robôs tomarem teu trabalho, surge alternativas como se especializar em operar e configurar estes tipos de robôs, ou se preferir você pode buscar um novo setor em crescimento. Para não esquentar a cabeça com isso, basta entender o porque é necessário estudar economia: Os desejos humanos são infinitos, mas sempre seremos limitados pela escassez dos recursos, inclusive pela falta de mão de obra. É por este motivo que em economias livres, o desemprego tende a zero.
  • Guilherme  11/05/2018 14:10
    Uma vez eu li um artigo sobre essa questão da automação substituir trabalhos maçantes e mecânicos, e o autor diz que se o sistema educacional de um país treina seu povo para solucionar problemas, então o país tem futuro, mas se ele treina seu povo para fazer coisas rotineiras e mecânicas, então em termos de renda o país não sairá do lugar.
  • Fefoca  14/05/2018 13:05
    Numa sociedade onde 8/10 jovens querem ser funcionários públicos por causa da estabilidade, acho difícil as pessoas quererem desenvolver outras habilidades. Na real.... a maioria das pessoas não querem passar por esse sofrimento, para não perder a moral e o poder frente seu círculo social.
    Neste último final de semana estava num bar com os amigos e chegou um camarada amigo nosso que assumiu um excelente cargo público recentemente... a maioria falava coisas do tipo: lá vem o imune a crises, "vida feita", não vai sofrer financeiramente.
    Tenho 25 anos e é esse o atual pensamento da maioria dos jovens, principalmente por pressão familiar.
  • anônimo  11/05/2018 14:11
    Esquerdistas não percebem que esse tipo de posição no futuro será extremamente "destruidora de imagem".

    É uma pena que libertários não guardem esses tipos de depoimentos como provas das genialidades que defendem.
  • Inconstitucionalissimamente  11/05/2018 14:16
    Infelizmente a nossa sociedade ainda está mais para o ludismo.

    A CF/88 consagra essa mentalidade absolutamente imbecil:

    Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
    (...)
    XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
  • Juiz de Classe  11/05/2018 15:32
    Realmente o Brasil é o paraíso dos trabalhadores, não pera...
  • Jurista  11/05/2018 16:58
    Lei não se discute, se cumpre, a maior parte da sociedade já decidiu democraticamente sob qual conjunto de leis será regida. E você dê-se por satisfeito pelo seu direito individual à vida.
  • Luto pelo meu e pela liberdade  11/05/2018 20:24
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1885
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1908
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1287
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=398
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2050
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1571
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=2464
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=139
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1345
  • Jailma Viana  20/06/2018 15:14
    Caro Jurista,
    Sei que o Sr. sabe, mas não custa lembrar. Na Alemanha nacional-socialista, tudo, absolutamente tudo, foi feito dentro da lei. A constituição de Weimar nem arranhada foi. Por sinal, os juristas, até hoje, a consideram a mais democrática e avançada da época. Baseados nela, os burocratas, inclusive juízes, mandaram conterrâneos para a morte em campos de extermínio. Seguiram rigorosamente a lei.
    Sim, a lei deve ser respeitada. Quem sou para contestar? Só um indivíduo. A minha consciência sobre o certo e o errado é nada frente a lei, não é mesmo?
    Afinal eu tenho o direito constitucional à vida. Pena que minha mãezinha morreu antes de 1988. Não havia ainda a garantia desta Constituição. Tadinha, que Deus a tenha. Que azar!
  • ed  11/05/2018 14:19
    O argumento hoje é que o aumento da automação irá acontecer em uma velocidade muito maior do que em qualquer período da história e não haverá tempo para que as pessoas adquiram novas habilidades para se manter no jogo novamente.

    Como vocês respondem a isso?
  • Pedro  11/05/2018 14:26
    Respondido explicitamente no artigo.

    As pessoas demonstravam a mesma preocupação em relação à máquina a vapor que demonstram hoje em relação aos computadores e à inteligência artificial: "Desta vez é diferente! É verdade que já fizemos outras transições antes, mas nunca algo desse tipo!".

    Mas a única coisa que é diferente na automação moderna é o uso de software para realizar a mudança. No passado, apenas o hardware nos libertou das tarefas pesadas. Repentinamente, o software se tornou capaz de impulsionar o hardware e produzir resultados exponencialmente maiores. Esse novo componente não acrescenta nada de fundamentalmente diferente à equação — todos os avanços são criados por humanos e servirão às necessidades dos humanos.
  • ed  11/05/2018 15:13
    O artigo não responde bem a questão. Tudo o que ele afirma é que a automação moderna se baseia em software e que "Esse novo componente não acrescenta nada de fundamentalmente diferente à equação ". Mas será que não adiciona mesmo? Quem garante? Devemos acreditar cegamente no autor?

    Uma possível resposta, ao meu ver, seria que com um aumento da produtividade via automação os preços dos produtos devem cair (imagine um Uber com carros autômatos), tornando as coisas mais acessíveis.

    De todo modo, devemos estar atentos a modernidade e sempre se capacitar de acordo evitando profissões "mecânicas" pois ao que parece tudo o que for possível automatizar será automatizado em um futuro não muito distante.

  • Thomas  11/05/2018 18:29
    Sim. O benefício da automação, hoje e sempre, é o de reduzir o custo de vida (os preços relacionados à tecnologia estão ou em queda ou estáveis) e o de fazer com que todo e qualquer trabalho seja mais produtivo (salários maiores em termos reais).

    Analisando o que ocorreu ao longo das últimas décadas com itens como tecnologia, alimentação e vestuário, veremos que houve uma queda dramática nos preços — quando mensurados em termos de horas de trabalho necessárias para se adquirir a mesma quantidade de cada item — e uma sensível melhora na qualidade dos produtos.

    Isso, aliás, vem ocorrendo desde a invenção da roda e de todas as outras máquinas que reduzem a necessidade de esforço físico.

    Isso, no entanto, leva a outra objeção: de nada adianta haver bens mais abundantes e baratos se ninguém tiver emprego (e renda) para comprá-los. Qual a resposta?

    Nada muda. O cenário mais realista é o de que, com os preços em queda (como já estão nos países de economia estável), serão necessários menos empregos e menos horas de trabalho para se manter uma família.

    Isso, aliás, foi exatamente o que ocorreu ao longo do século XX, quando a jornada de trabalho foi continuamente reduzida — graças aos avanços tecnológicos e à acumulação de capital — e os trabalhadores passaram a trabalhar cada vez menos. Simultaneamente, o padrão de vida subiu continuamente.

    Para fazer esse exercício de previsão, todos os fatos têm de ser considerados: a inovação nos negócios poderá acabar com empregos obsoletos; porém, com a maior eficiência permitida pela automação, bens e serviços custarão cada vez menos.
  • Yuri  11/05/2018 14:27
    Comparado a humanos, robôs são menos custosos para ser empregado — em parte por razões naturais, em parte por causa das crescentes regulamentações governamentais.

    Dentre os custos naturais estão o treinamento, as necessidades de segurança, e os problemas pessoais como contratação, demissão e roubo no local de trabalho. Adicionalmente, os robôs podem também ser mais produtivos em determinadas funções.

    Dentre os custos governamentais estão o salário mínimo, os encargos sociais e trabalhistas e todos os eventuais processos na Justiça do Trabalho, muito comuns principalmente no setor da gastronomia. Chegará um momento em que a mão-de-obra humana em restaurantes fará sentido apenas para preservar um "toque de classe" — ou então para preencher um nicho.

    Logo, a culpa do desemprego não é da tecnologia, mas sim do governo que insiste em se intrometer no mercado de trabalho. Quando o mercado de trabalho for liberal, for uma verdadeira troca voluntária, não tiver intervenção estatal de nenhum lado, o desemprego involuntário estaria abolido.
  • Reinaldo  11/05/2018 15:36
    O artigo comenta rapidamente no final, mas gostaria de ressaltar que a mudança para automação em massa não ocorre no planeta todo de uma vez. As sociedades mais ricas arcarão com o custo de implantação e popularização das novas tecnologias e quando estas finalmente estiverem a um custo razoável as demais sociedades simplesmente desejarão aquela tecnologia por ver os benefícios que ela traz.
    Os artigos alarmistas sobre a automação dão a entender que todos os montadores de motores de todas as fábricas do mundo, por exemplo, serão instantaneamente substituidos por robos vindos de outro planeta e ficarão na rua. E pior, que estas pessoas não conseguirão aprender qualquer outra coisa na vida e precisarão de assistência governamental até morrer.
    Não conseguem ver que leva anos e anos até uma tecnologia ficar disponível para o planeta todo.
  • Übermacht  11/05/2018 16:32
    Realmente, é assim mesmo. Boa conclusão.
  • Pensador Capitalista Prático  11/05/2018 16:41
    Estive surfando num blog comunista pela manhã e haja paciência com a retórica deles,haja estomago e camaradagem,mas enfim é o papo de sempre de que o trabalhador tem de ser protegido da rapinagem burguesa,blá-blá-blá e mais blá-blá-blá,mas eis que venho para este site e liberto meu pensamento daquele lixo tóxico,portanto se proteger trabalhador for barrar o avanço tecnológico que os próprios comunas(Blog na internet) fazem questão de também usar,então nada melhor do que ler um artigo como este e esfregar na cara de pau ou não deles...pois o discursos deles não valem nada.

    Viva o avanço tecnológico que gera desemprego no curto prazo,mas abre uma janela de oportunidades no longo prazo que ser humano nenhum é capaz de prever,mas irá usufruir deste novo horizonte de empregabilidades e conquistas.

    Viva o Capitalismo e o IMB.
  • Rene  11/05/2018 16:44
    Pense naquele artigo que trata de toda a cadeia de produção que é necessária para a produção de um lápis. Agora, imagine só a cadeia de produção necessária para produzir um robô especializado de uma fábrica qualquer, ou em todo o conhecimento que é necessário para que este robô possa começar a trabalhar. Os trabalhadores que dispõe deste conhecimento, com certeza, precisam ser mais bem remunerados do que o profissional que perdeu o emprego para ser substituído pelo robô.

    Já pessoa que perdeu o emprego pode até demorar um pouco para conseguir se reciclar para arranjar outro trabalho, mas ela vai se beneficiar diretamente da redução dos custos de produção obtida com o robô. Talvez este trabalhador poderia se especializar na área de serviços, visto que os produtores de robôs possuem renda alta e tem suas próprias demandas.

    Em relação àquele argumento "nunca fizemos transição deste tipo antes...". Sim, uma transição deste tipo nunca aconteceu mesmo. Mas a humanidade já passou por várias tecnologias disruptivas ao longo de sua história. A capacidade de se adaptar ao ambiente e fazer as mudanças agirem a seu favor é uma característica fundamental do ser humano. Foi esta característica que nos permitiu nos espalhar por todo o planeta e construir a civilização. Existem riscos? Com certeza. Mas os ganhos que podemos ter compensam estes riscos com folga.
  • FC  11/05/2018 18:47
    Apenas duas correções no artigo que o autor deixou de fora:

    _Considere a maneira como a automação aperfeiçoou a indústria extrativa ao longo dos últimos 100 anos._
    Mecanização é diferente de automação. Um tear é algo mecanizado, que necessita de um agente humano para a sua condução. Um sistema de alarmística via passivo que tem _auto remediation_ como em [1] é um sistema automatizado e que captura o diagnóstico da ferramenta e toma decisões sozinho sem a figura do ser humano.

    _Já quando as máquinas passaram a fazer todo o serviço pesado, a sociedade se mostrou capaz de direcionar recursos escassos para a construção, o serviço e a manutenção deste maquinário._
    O autor tem um grande ponto só que ele esqueceu de colocar um ponto: Hoje é bem mais fácil ter um Intel i3 com software open-source para realizar reconhecimento de imagens, escaneamento de imagens médicas e tudo isso de graça no [2], do que ter capital para comprar inúmeros trilhos de ferro para abrir uma ferrovia a mais de 100 anos atrás, e isso faz total diferença. O autor ainda não fala sobre a Lei de Moore, em que hoje qualquer pessoa tem quase 20X mais poder computacional do que 10 anos atrás, e as ferrovias não tem essa mesma evolução em relação ao barateamento da tecnologia.

    _Durante qualquer período de transição, as pessoas perdem seus empregos, sofrem e lutam para conseguir novos trabalhos. Essa é a história da humanidade._
    Isso o autor está coberto de razão, só tem um porém: A transição do trem a vapor, do tear, entre outras tecnologias entraram de maneira _gradual_, isto é, nem todos os países, por questões econômicas, podem adotar. Contudo não houve um momento em que 45% da força total de trabalho *já pode ser retirada* [4] para colocar máquinas a um custo baixíssimo. Ato contínuo, com a IA e o barateamento de acordo com a Lei de Moore [3] no espaço de 6 semanas (isso a 4 anos atrás) tiveram mais de 200 pessoas que foram capazes de construir com IA (Machine Learning na verdade que é uma disciplina de IA) um sistema de reconhecimento facial de cães e gatos [5]. Onde no mundo, a 100 anos atrás teríamos 200 empreendedores colocando trem a vapor com o mais alto nível de tecnologia já existente?


    Nota para a Editoria: Seria bom ter ao menos um conselho de pessoas técnicas para revisar parte desses artigos ou mesmo dar algum tipo de comentário nesse sentido. Digo isso pois a Lei de Moore que o autor deveria ter citado é algo muito básico e é um contra-argumento bem grande em relação ao do "porque dessa vez é diferente" como as pessoas que não conhecem a EA irão falar.



    [1] - www.youtube.com/watch?v=eq4CnIzw-pE

    [2] - course.fast.ai/

    [3] - pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Moore

    [4] - www.mckinsey.com/business-functions/digital-mckinsey/our-insights/where-machines-could-replace-humans-and-where-they-cant-yet

    [5] - www.kaggle.com/c/dogs-vs-cats/leaderboard
  • Reinaldo II  12/05/2018 01:21
    "Mecanização é diferente de automação".

    "Mecanização", "automação", "substituição de homens por máquinas" são tudo medidas com o mesmo intuito: reduzir a força de trabalho humana.

    Não tente recorrer a uma mera questão semântica para tentar invalidar todo um ponto.

    "Um tear é algo mecanizado, que necessita de um agente humano para a sua condução."[i]

    Um robô é algo automatizado, necessita de um agente humano para a sua implantação e manutenção.

    [i]"A transição do trem a vapor, do tear, entre outras tecnologias entraram de maneira _gradual_, isto é, nem todos os países, por questões econômicas, podem adotar."


    A mudança para automação em massa não ocorre no planeta todo de uma vez. As sociedades mais ricas arcarão com o custo de implantação e popularização das novas tecnologias e quando estas finalmente estiverem a um custo razoável as demais sociedades simplesmente desejarão aquela tecnologia por ver os benefícios que ela traz.

    Os alarmistas quanto à automação dão a entender que todos os montadores de motores de todas as fábricas do mundo, por exemplo, serão instantaneamente substituídos por robôs vindos de outro planeta e ficarão na rua. E pior, que estas pessoas não conseguirão aprender qualquer outra coisa na vida e precisarão de assistência governamental até morrer.

    Não conseguem ver que leva anos e anos até uma tecnologia ficar disponível para o planeta todo.

    "a Lei de Moore que o autor deveria ter citado é algo muito básico e é um contra-argumento bem grande em relação ao do "porque dessa vez é diferente" como as pessoas que não conhecem a EA irão falar."

    A Lei de Moore diz que o poder de processamento da informática em geral dobra a cada 18 meses, e com custos decrescentes. Logo, pela sua lógica (baseando em toda a sua longa e desorganizada prosa acima), daqui a 18 meses acabam os empregos, pois a IA já terá tomado conta de tudo.

    Ficarei na espera, e daqui a 18 meses voltarei aqui para lhe cobrar (caso eu ainda me lembre de você, é claro)

    "Seria bom ter ao menos um conselho de pessoas técnicas para revisar parte desses artigos ou mesmo dar algum tipo de comentário nesse sentido"

    Seria bom, isso sim, ter uma moderação mais efetiva dos comentários, o que evitaria desnecessária poluição do espaço por pseudoentendidos que não dominam sequer a lógica mais básica da coisa.
  • reinaldo  13/05/2018 23:10
    Você plagiou meu comentário, hehehe.
    Mesmo que robôs e máquinas comecem a ser tão criativos quanto os humanos para resolver novos problemas (logo estaremos lá), ainda assim a Economia é uma ciência humana, e muitos e muitos humanos preferirão fazer negócios com outros humanos.
    Eu prefiro comer uma carne assada por outro humano, assumindo todos os riscos de não ficar tão boa, que uma carne enlatada, repetitiva e insossa.
    O cenário futuro mais provável eu vi em uma anime: humanos e IA convivendo e fazendo negócios entre si. As iinterações humanas não vão acabar porque teremos milhares de robôs trabalhando ao nosso lado.
  • JOSE F F OLIVEIRA  11/05/2018 19:29
    DIFÍCIL ACESSO ... [youtu.be/j2h5Hekypio]
  • Paulo Henrique  12/05/2018 01:22
    Em um cenário de automação total que robôs façam tudo melhor
    A única coisa que eu consigo imaginar que restaria para nós é entretenimento que envolva você mesmo(jogos, esportes, etc). Mas não vejo como isso geraria emprego para a maior parcela da sociedade. Eu li um pouco sobre a Lei de Say, que a procura por serviços assim tende a aumentar simplesmente porque agora é possível. Você tem tempo disponível e recursos. Só que me parece exagero imaginar que apenas esses setores empregariam quase todos
  • Vereza  12/05/2018 01:29
    "A única coisa que eu consigo imaginar que restaria para nós é entretenimento que envolva você mesmo(jogos, esportes, etc). Mas não vejo como isso geraria emprego para a maior parcela da sociedade."

    Ué, se os robôs já fazem tudo melhor que a gente, então, por definição, significa que até mesmo comida eles conseguem produzir. Sendo assim, assunto encerrado. Teremos comida farta e barata, e todo o resto (de moradia a vestuário, de transporte a lazer) nos será dado de mão beijada pelos robôs (cenário seu). Sendo assim, já estaremos no paraíso. Estaremos no Jardim do Éden. Teremos fartura de tudo e sem a chatice e o incômodo de ter de trabalhar.

    Basta apertarmos um botão, e tudo surgirá.

    Se essa é a sua preocupação, digo apenas que este é meu sonho.

    Oxalá você esteja certo.
  • Kira  12/05/2018 17:04
    Como diria Kogos, "a difusão do nababo"

    www.youtube.com/watch?v=3zFmEdo61cU
  • Paulo Henrique  14/05/2018 22:14
    Mas quem garante que a população total vai ter acesso a essa automação? Você precisa de terra, recursos naturais, para produzir bens.. Quem detem recursos naturais pode usar seus robôs para produzir tudo
  • Zigurate  15/05/2018 02:40
    Se precisa de terras para produzir alguma coisa, então por que não permanecemos eternamente no setor primário?

    Você não está analisando a situação com clareza. Está repetindo argumentos marxistas reciclados que não fazem sentido no mundo moderno com extrema divisão de trabalho.
  • Cristiane de Lira Silva  12/05/2018 12:24
    Eu já tive a ideia de que os empregos em linha de produção eram maçantes e sem perspectiva, mas não é bem assim, tem gente que gosta.
    E por falar em progresso e automação tenho certeza que já vi professor de esquerda meu publicar Mises no Facebook sobre este assunto (eu acho que era sobre este assunto). Só não lembro se era esse texto por que eu não li o que foi publicado. Digo que era professor de esquerda por que dá pra perceber isso nas conversas e não porque ele estivesse fazendo doutrinação dos alunos, dizendo pra votar no Lula ou outras coisas.
  • Patriota Libert%C3%83%C2%A1rio  12/05/2018 17:35
    Estes esquerdistas(Sindicalistas ou simpatizantes)não cansam de repetir essa conversa fiada de que a automação vai destruir os empregos e os pobres morreram de fome e vem com exemplos africanos,até parece que os africanos estão automatizando suas parcas indústrias,bando de charlatões irritantes estes ludistas do século xxi,essa cambada só engana desinformados...
  • Viajante  13/05/2018 04:49
    Um dia desses estava debatendo com um economista da PUC sobre EA e ele me mandou isso aqui:

    "1) Muitos economistas mainstream vão concordar com você sem precisar invocar a EA pra isso. E aliás, trata-se de uma previsão totalmente vaga. O caso socialista é o caso extremo do planejamento. Mas será que TODO tipo de planejamento central causa o mesmo resultado? Será que não existe um balanceamento que pode ser feito entre livre mercado e planejamento? Aliás, o que é planejamento central especificamente? Políticas monetárias são planejamento central (países bem-sucedidos fazem isso o tempo todo)? TODO tipo de planejamento é ruim? Podemos botar todo tipo de intervenção na mesma caixa? Viu só como a principio parece um argumento convincente para um leigo, mas não se passou por nenhuma dessas perguntas?

    2) De onde você tirou que foi a expansão do crédito a causa das crises? A maioria dos economistas discordam dessa origem. Pra você dizer que a expansão de crédito causou essas crises, você tem que assumir que Mises estava certo o que gera uma petição de princípio.

    3) Esse tipo de exemplo é o exemplo perfeito pra mostrar como é facil ser enganado por essas induções verbais. Primeiro de tudo, existem países onde o transporte público funciona muito bem, viu. Em segundo lugar, qualquer pessoa que estudou introdução a economia sabe que áreas que possuem alto custo fixo e baixo custo marginal tem a tendência de formar monopólios naturalmente. O fato do governo regular o transporte público, não é a CAUSA do monopólio, e sim uma CONSEQUÊNCIA do fato deste setor ter essas características. Você está invertendo a relação entre causa e efeito, sendo errôneamente induzido por Mises e cia.?"

    Alguém sabe como responder?


  • Viajante  14/05/2018 00:43
    Rafael, todos seus artigos até o número 3 foram excelentes. O problema foi que o do Narloch não me parece muito convincente, teria outro? procurei e não achei. O engraçado do argumento desse cara é o seguinte: se existem países em que o transporte público funciona, qual seria a necessidade de privatizar? ou seja, se o seu carro funciona bem mal, mas funciona, não tem necessidade de levar ele ao mecânico para consertar. Além dele ter usado vários argumentos de autoridade como "escola austríaca não é científica porque não cai no método de Popper", "nenhum economista mainstream leva escola austríaca a sério por não ser científica" e coisas do tipo. Mas preferi me ater apenas aos argumentos mesmo que ele fez.
  • Andre Cavalcante  14/05/2018 01:45
    "1) ... O caso socialista é o caso extremo do planejamento. Mas será que TODO tipo de planejamento central causa o mesmo resultado? ..."

    É óbivio que não. Cada ação centralizada tem um alvo bem específico: ajudar uns em detrimento dos demais. Só isso já seria argumento mais que suficiente, em um mundo dito democrático, isto é, que não deva haver privilégios de uns em relação aos demais. Entretanto, há sempre uma consequência global de toda e qualquer ação de planejamento centralizado da economia: a própria economia e as relações entre os agentes se altera, em geral, causando muito dano à essas mesmas relações.

    "Será que não existe um balanceamento que pode ser feito entre livre mercado e planejamento?"

    Não, qualquer ação governamental de controle da economia é uma forma de planejamento central.

    "Aliás, o que é planejamento central especificamente? Políticas monetárias são planejamento central (países bem-sucedidos fazem isso o tempo todo)?"

    Toda e qualquer ação governamental de controle da economia somente é possível a partir de um planejamento central, por definição. E países bem sucedidos fazem política monetária, mas países mal sucedidos também, o que mostra que a economia tolera alguma interferência, mas há limites suportáveis, acima dos quais as coisas descambam. A Alemanha do pós-guerra é um exemplo clássico, bem como a infindável história de inflação alta e mesmo hiperinflação na América Latina.


    "TODO tipo de planejamento é ruim?"

    Sim, se for centralmente estabelecida, pois distorce a economia. Veja bem, há planejamentos que efetivamente desenvolvem certas regiões, mas justamente porque houve uma distorção dos retornos sobre determinados investimentos. Em princípio isso pode não parecer ruim, mas se você analisar, o desenvolvimento da região só foi possível pela diminuição dos investimentos em outras regiões.


    "Podemos botar todo tipo de intervenção na mesma caixa?"

    No sentido da distorção do mercado, sim. No sentido de seu alvo, direto ou indireto, não.


    "Viu só como a principio parece um argumento convincente para um leigo, mas não se passou por nenhuma dessas perguntas?"

    Até agora, as perguntas nem coçaram...



    "2) De onde você tirou que foi a expansão do crédito a causa das crises? A maioria dos economistas discordam dessa origem. Pra você dizer que a expansão de crédito causou essas crises, você tem que assumir que Mises estava certo o que gera uma petição de princípio."

    Nada a ver. Só é preciso se mostrar que Mises foi lógico, seguiu um método consistente e tirou conclusões acertadas a partir de suas premissas (que também devem ser mostradas lógicas e corretas). E isso foi feito. O fato de que ele é tratado como um ilustre desconhecido pela "maioria dos economistas" mostra somente a quantas anda o ensino de economia mundo afora. E sobre a TACE, é só verificar se há algum contra exemplo na história que a contradiz. Até agora, nenhum. Já as teorias do outro lado frequentemente falham.


    "3) Esse tipo de exemplo é o exemplo perfeito pra mostrar como é facil ser enganado por essas induções verbais. "

    Ué, é exatamente por "induções verbais" que são propaladas ilações e desejos como verdade pelo mainstream sem nenhuma prova, e ainda assim aceitas por vários.


    "Primeiro de tudo, existem países onde o transporte público funciona muito bem, viu."

    Primeiro, transporte público começou como privado. Só se tornou público depois que os governos viram que era uma forma de controlar as pessoas (veja bem, para um planejamento centralizado das cidades, uma das primeiras providências é limitar o ir e vir das pessoas e coisas, ou seja transporte). Note o que aconteceu em um país como os EUA em que o sistema público "parece" funcionar: o transporte de massa foi negligenciado em detrimento do transporte individual (automóveis), as cidades cresceram literalmente a partir de guetos e as cidades se parecem como cebolas, ou morando apinhadas nos centros urbanos ou muito longe deles. Veja a situação do Brasil, onde o transporte público é tão ruim, que as pessoas precisam encontrar alternativas (privadas, lógico). Resultado: favelas ao lado de prédios Classe A, retrato fidedigno de uma mistura não intensional, causada também, porque o governo foi falho em seu processo de planejar a cidade.


    "Em segundo lugar, qualquer pessoa que estudou introdução a economia sabe que áreas que possuem alto custo fixo e baixo custo marginal tem a tendência de formar monopólios naturalmente. O fato do governo regular o transporte público, não é a CAUSA do monopólio, e sim uma CONSEQUÊNCIA do fato deste setor ter essas características. Você está invertendo a relação entre causa e efeito, sendo errôneamente induzido por Mises e cia.?"

    Vamos lá. Um pequeno exercício de raciocínio.

    Cenário 1: O transporte público é privado e não há governo garantindo o monopólio.
    O que ocorre: se o mercado tende a um monopólio, então uma empresa sozinha irá fazer aquela rota (isso nunca foi demonstrado que aconteceria, mas por bem do argumento vamos supor que isso acontecesse).
    Qual a política de preços: ora, se eu tenho um monopólio natural, então vou poder cobrar o preço que quiser, certo? Pois bem, a empresa cobra cada vez mais caro. Digamos que, em 6 meses, aumentou o preço 6 vezes, para compensar os aumentos proporcionais do combustível (outro monopólio) (aqui é a justificativa clássica).
    O que ocorre em seguida: como não há intervensão governamental, o preço chega a um patamar que vale a pena pequenos empreendedores venderem serviços de transporte para aquela rota. Ou isso, ou então, o preço não chegou a um patamar tal que não compense. Se não compensa, a população sabe que o preço do "monopolista" ainda é "justo" e vai pagar pelo serviço ou encontrar alternativas (morar mais perto do trabalho, talvez numa favela ao lado do edifício Classe A - note aqui o porque realmete os governos querem ser os 'donos' das rotas de transporte).

    Cenário 2: O transporte público é estatal e há governo que garante o monopólio.
    O que ocorre: o preço é estabelecido pelo governo. Assim a empresa não pode cobrar mais, mas, ao mesmo tempo, não tem nenhuma maneira de outra empresa tirar a sua fatia de mercado (que neste caso é o mercado todo).
    Qual a política de preços: vamos supor que não haja corrupção (como bem mostra a Lava Jato, isto é um conto de fadas no Brasil, mas, de novo, é uma questão de manter o argumento). O único jeito de a empresa ter maior lucro é mostrar um aumento de custos fictício, assim a planilha fica elevada e o goveno tem que dar o aumento nas tarifas, senão a empresa pode entrar em colapso. Com alguma influência dentro do governo isso é conseguido. Como a empresa "cria" aumento de custos desnecessários ou fictícios: projeto de ônibus novos (mas a empresa só renova a metade, ou passa tanto tempo para renovar, que quando o último chega, o primeiro já está obsoleto), contrata gente pra ser "trocador" no ônibus - sendo que o ideal é o uso de cartões com crédito, um monte de gente pra parte "administrativa", venda de bilhetes com desconto para estudantes, melhor idade, negros, militares, etc. etc. etc.
    O que ocorre em seguida: nova rodadas de aumento de custos, maiores as tarifas cobradas, e as pessoas jurando que estão protejendo os usuários.

    Por definição, monopólio somente o pode ser por decisão gevernamental.

    Como bem mostrou o Uber, os taxis cobravam muito, mas muito acima do que era preciso para realizar as viagens. Em minha cidade, se há 3 pessoas para pegar um ônibus, e as levarem para o mesmo lugar (coisa absolutamente comum quando se trata de ir ao trabalho) já vale mais a pena pagar um Uber do que o ônibus.


    No fim das contas o que ele falou em resumo é: "não concordo com Mises e então isso tudo tá errado." Ora, o problema não é concordar ou não. Não posso não concordar com Newtow sobre a lei das forças, a menos que seja intelectualmente ignaro ou desonesto. O problema é de reconhecer se Mises está correto ou não, seja em suas premissas, seja em suas conclusões. Aí sim estará fazendo verdadeiramente ciência e sendo intelectualmente honesto. Até agora não li nada que efetivamente mostrasse que Mises esteja errado.

    Abraços
  • Viajante  23/05/2018 01:45
    Andre Cavalcante,

    Olha a "resposta" dele:

    "Vou continuar com o meu argumento de autoridade sim, e vou explicar por quê: a verdade é que em 99% dos casos, quando leigos vão falar de um tópico técnico/científico complexo, a chance de serem enganados por argumentos 'informais' ou simplesmente engolirem bobagem é muito alta. Isso ocorre muito em áreas como "física quântica", e na economia não é diferente. A verdade é que Escola Austríaca está para economia assim como "cura quântica" está para Física Quântica. Eu não gostaria de fazer essa comparação, mas as similaridades são muito grandes pro meu gosto: críticas ao método científico, publicações em nichos fechados, argumentação informal voltada a leigos e etc.

    Como eu já falei, a metodologia da EA não é apropriada para o seu tópico de estudo, e só isso é suficiente para desqualificá-la. Você não vai encontrar artigos científicos refutando os artigos do Mises simplesmente por quê Mises não publica academicamente! Na academia, as pessoas que realmente são especialistas da área vão revisar seu texto por problemas conteituais e metodológicos, enquanto o site MISES é um site voltado para converter leigos, como já falei.

    O método científico já se mostrou o método mais eficiente para obter informações sobre a realidade, então irei ficar com meu cientificismo também. Caso você queira substituí-lo por um método que foi descartado no século passado, então você tem muito trabalho pela frente.?"


    Continua:

    "O critério não é se a ideia foi adotada ou não, e sim o quanto se contribuiu para o conhecimento econômico. Muitas vezes, você vai encontrar casos onde algum economista estava errado, mas um determinado insight proporcionou um progresso na área posteriormente. No caso da EA, a situação é totalmente diferente, pois ela não tem muito conteúdo acadêmico (a maior parte de suas publicações são direcionados a leigos) e ela possui uma metodologia que não se adequa ao método científico atual. Resumindo: sua influência na academia é pífia.?"


  • Ex-microempresario  15/08/2020 20:42
    E é por isso que os tais economistas academicamente reconhecidos e cientificamente revisados e autenticados por seus pares só sabem viver às custas do governo, seja nos ministérios e secretarias, seja nas universidades públicas.
  • news  13/05/2018 14:18
    economia.uol.com.br/noticias/bbc/2017/08/06/o-homem-mais-rico-da-historia-de-quem-voce-talvez-nunca-tenha-ouvido-falar.htm

    noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/economia/2018/04/20/professor-de-matematica-fica-bilionario-com-aulas-particulares.htm

    noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/economia/2018/05/13/etanol-mais-barato-limita-alta-da-inflacao.htm
  • Anti-Estado  14/05/2018 12:17
    Mini conto:

    Meu pai é médico no interior do Estado de São Paulo, em uma região onde a cana cobre tudo como um tapete verde e doce. As usinas de refinamento e fermentação sempre foram uma dádiva para incontáveis pobres da região e também para muitos imigrantes. Mas esse trabalho é quase desumano, meu pai sempre disse, e por trabalhar em hospital público, atendeu inumeráveis trabalhadores dilacerados. Cortes profundos por causa das folhas da cana, por facão, por máquina; picadas de insetos e de cobras; sol forte e desidratação; gás carbônico, monóxido de carbono, fuligem e toda sorte de resíduo das queimadas; lesões nos pulmões, nos olhos, queimaduras; invente aqui o seu suplício. Quando as usinas automatizaram quase todo o processo de corte, queima e colheita houve protesto de sindicatos, esquerdalhas, estatistas, políticos, defensores disto e daquilo. Meu pai? Foi o único a comemorar: não atenderia mais gente com pulmão de 70 anos em pessoas com 20, nem inválido, nem queimado, nem perneta, nem cego, nem idosas com mãos calejadas de tanto facão, nem jovens com saúde perdida logo cedo. Mas no meio de defensores desumanos que nunca trabalharam, o único trabalhador humano teve de guardar essa alegria para si mesmo para não ser repreendido.

    Fim.
  • Rodney   16/05/2018 21:56
    Nada substituirá a competência e capacidade de agir até mesmo em situações inusitadas, do ser humano.
    Essa de robôs roubando empregos humanos, para mim, hoje, não passa de ficção.
    Podem ser até bons companheiros e para serviços convencionais.

    A realidade já se mostra outra:


    * Robô ajudante é demitido de supermercado

    www.tecmundo.com.br/produto/126459-robo-ajudante-demitido-supermercado-assustar-clientes.htm

    revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/01/robo-e-demitido-de-mercado-na-escocia-por-incompetencia.html


    * Robô que prepara hambúrgueres é 'demitido' no primeiro dia de trabalho

    olhardigital.com.br/noticia/robo-que-prepara-hamburgueres-e-demitido-no-primeiro-dia-de-trabalho/74535

    * Robô é 'demitido' nos EUA por trabalhar rápido demais

    epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/03/robo-e-demitido-nos-eua-por-trabalhar-rapido-demais.html
  • Emerson Luis  17/05/2018 13:19

    1) SEMPRE haverá trabalhos relativamente simples que pessoas menos qualificadas poderão fazer;

    2) Os trabalhos relativamente simples de hoje (em geral) são mais leves, limpos, seguros e dignos do que os de décadas e séculos atrás graças ao progresso tecnológico.

    * * *


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