O novo socialismo
Em todo o mundo, os marxistas estão se juntando ao movimento
ambientalista. Algo que não é nada
surpreendente, diga-se de passagem: o ambientalismo também é uma utopia
coerciva — uma tão impossível de ser atingida quanto o socialismo e tão
destrutiva quanto, em seu processo de implementação.
Um século atrás, o socialismo havia vencido.
Embora Marx já estivesse morto e Lênin ainda fosse apenas um
escrevinhador frustrado, a doutrina de ambos era a vitoriosa simplesmente
porque ela controlava algo mais importante do que governos: ela detinha o
monopólio das virtudes morais.
O socialismo representava, diziam eles, a fraternidade dos homens na forma
econômica. Essa era a maneira mais
aveludado de levar as pessoas para o gulag.
Atualmente estamos enfrentando uma ideologia tão impiedosa, cruel e
messiânica quanto o marxismo. E assim
como o socialismo de cem anos atrás, a atual ideologia também é detentora de
todas as virtudes morais. Não se trata
de uma fraternidade dos homens, já que vivemos em tempos pós-cristianismo;
trata-se da fraternidade dos bichos e das árvores. Como o socialismo, o ambientalismo combina
uma religião ateísta com um estatismo virulento. Existe, porém, uma diferença básica entre
ambos: o marxismo ao menos fingia ter alguma preocupação com seres humanos; já
o ambientalismo é saudoso do ímpio, desabitado e tedioso Jardim do Éden.
Se essas pessoas fossem apenas cultistas excêntricos, do tipo que compram acres
e acres de matas inóspitas para lá viverem como primitivos, não estaríamos
ameaçados. O problema é que eles querem
utilizar o estado, e até mesmo um estado mundial, para atingir seus objetivos e
nos obrigar a viver exatamente o estilo de vida que cultuam.
Como Marx e Lênin, eles são herdeiros de Jean Jacques Rousseau. Os cantos de glória proferidos por Rousseau ao
estatismo, ao igualitarismo e à democracia totalitária moldaram a esquerda por
mais de 200 anos. Tendo sido um idólatra
da natureza e exaltador do primitivo, ele foi também o pai do ambientalismo.
Durante o Reino
do Terror, os rousseaunianos constituíram aquilo que Isabel Paterson chamou de
"humanitários com guilhotinas". Hoje
estamos lidando com coisa pior: arvoritários com pistolas.
A religião antiga
Os
antigos pagãos viam deuses na natureza selvagem, nos animais e no estado. O ambientalismo moderno compartilha dessa
crença, e acrescenta — cortesia daquela influência que mistura elementos
hindus, californianos e da Nova Era — um ódio à humanidade e às religiões
ocidentais que colocam o homem como o centro da criação.
O
ambientalismo também possui raízes no deísmo — o ateísmo prático do Iluminismo
—, o qual negava a Encarnação e pregava venerações à natureza.
A
ordem natural é superior à humanidade, escreveu o ecologista John Muir há mais
de um século, pois a Natureza "nunca perde sua grandeza e nunca se deprava", e o
homem é sempre e em todo lugar uma "influência maligna e destruidora". Portanto, concluiu o odiento Muir, jacarés e
outros predadores deveriam ser "abençoados hoje e sempre com suas bocas cheias
de homens gritando aterrorizados enquanto são saboreados como uma iguaria
fina".
O
cristianismo, acrescenta o ecologista Lynn
White, Jr., "carrega o imenso fardo da
culpa" de violar a natureza. O
cristianismo trouxe todos os malefícios ao mundo ao dar a luz ao capitalismo e
à Revolução Industrial.
Já
que devemos pensar na natureza como sendo Deus, diz William McKibben, autor do
best-seller End of
Nature, todos os "fenômenos feitos pelo homem" são diabólicos. Devemos manter a terra como "a Natureza
concebeu". Para punir a profanação do
homem, o ecologista Edward Abbey, em seu influente livro The
Monkey-Wrench Gang (A Gangue da Chave-Inglesa),
exortou que atos terroristas anti-humanos fossem empreendidos em larga
escala. E o grupo de maior crescimento
no combate pela libertação da terra da opressão humana, o EarthFirst!, utiliza uma chave-inglesa como símbolo.
Fundada por David Foreman, antigo lobista-chefe da Wilderness Society, o EarthFirst! é um movimento ecoterrorista
que pratica a "ecodefesa" e a "ecotagem" (mistura de 'ecologia' com 'sabotagem'),
cujos atos vão desde a colocação estratégica de ferrões em árvores (que mutilam
os madeireiros), passando pelo vandalismo dos maquinários utilizados para
construir estradas até a destruição de pistas de pouso rurais. Um de seus objetivos proclamados é reduzir a
população mundial em módicos 90% — e o grupo já chegou a aclamar a AIDS como
sendo de valioso auxílio para seus objetivos.
Em 1990, Foreman ficou preso durante alguns
meses após ter tentado explodir torres de transmissão de alta tensão
(utilizando, tenho certeza, explosivos ambientalmente saudáveis). Porém, seu exemplo é poderoso, mesmo entre os
supostos não-radicais. Um dos principais
ambientalistas da década de 1990, David Brower — fundador de várias organizações ambientais, como o Sierra Club e o Friends of the Earth (ambas ativas até hoje) — defendia que
ruralistas fossem baleados com armas de tranquilizante. "O sofrimento humano é muito menos importante
do que o sofrimento do planeta".
Embora a dizimação da humanidade seja um
processo longo e demorado, qualquer ato nessa direção ajuda — e muito. É possível fazer algo benéfico para a terra
como seu último ato de vida. Como
observou o Washington Times, uma edição do jornal do EarthFirst!
conclamava todos os doentes terminais a fazerem algo de bom para o
planeta. "Você está terminalmente
doente? Alguma doença debilitante?", perguntava o jornal. "Então não morra se lamuriando; morra
detonando! Pratique uma missão eco-kamikaze".
As possibilidades para os doentes terminais
são ilimitadas. Represas estão
implorando para ser esfrangalhadas, assim como também as indústrias poluidoras,
as matrizes das grandes corporações petrolíferas, as lojas e armazéns de
casacos de pele, as fábricas de papel...
Para aqueles com impulsos suicidas, essa
pode ser a solução para seus sonhos... Não pule de uma ponte, exploda uma
ponte. Quem disse que dessa vida nada se
leva?
A
natureza sem ilusões
Ron James, um líder verde inglês,
disse que o nível adequado de desenvolvimento econômico é aquele que ocorreu
"entre a queda do Império Romano e a ascensão de Carlos Magno".
"A única maneira de vivermos em
harmonia com a Natureza é vivendo em um nível de subsistência", como fazem os
animais.
Durante a maior parte da história, a atitude normal dos humanos em
relação à natureza foi bem expressa pelos
peregrinos, que temiam a "horrenda, desoladora e imensa vastidão da natureza,
repleta de bestas e homens selvagens".
Apenas uma sociedade livre, que conseguiu domar a natureza ao longo de
várias gerações, nos permite ter uma visão diferente da dos peregrinos.
"Para nós que vivemos sob um céu
temperado e na era de Henry Ford", escreveu Aldous Huxley, "a adoração da
Natureza vem de maneira absolutamente natural".
Porém, a natureza é "um inimigo contra quem sempre se está em guerra, um
inimigo invencível, indomado, indomável, inconquistável e incessantemente
ativo" — "há que se respeitá-lo, talvez; deve-se ter um temor salutar em
relação a ele; e deve-se sempre dar continuidade à luta interminável".
Acrescentou Albert J. Nock: "Vejo a
natureza apenas como um inimigo: um inimigo altamente respeitável, mas um
inimigo".
Poucos de nós poderíamos sobreviver
na vasta imensidão selvagem e desconhecida de uma floresta por muito tempo. A natureza não é amigável ao homem. Nunca foi.
Por isso ela deve ser domada.
No início da década de 1990, visitei
uma área de exploração e corte de madeira na região norte de Califórnia. Não encontrei ambientalistas por lá. Como comprovam os estudos do próprio Sierra
Club, ambientalistas são tipos de classe alta, gente chique que mora em regiões
como Manhattan e Malibu, rodeadas de todos os confortos que apenas o
capitalismo pode dar. Ambientalistas não
moram no meio de árvores e madeiras.
Quem mora, não tem nenhuma ilusão quanto à bondade da deusa Gaia.
Madeireiros bem sabem que a própria
existência da humanidade depende da subjugação da natureza, a qual deve ser constantemente
domesticada e adaptada aos nossos conformes.
Se algum dia pararmos de fazer isso, as selvas irão reivindicar e
retomar nossas cidades.
Esses madeireiros, que formavam um
conjunto de 30.000 famílias trabalhadoras, foram dizimados pelas
regulamentações governamentais implantadas naquela época, regulamentações essas
que proibiam a exploração e o corte de madeiras em milhões de acres apenas para
que 1.500 corujas-pintadas
não fossem perturbadas, para que elas pudessem continuar vivendo o mesmo estilo
de vida com o qual haviam se acostumado.
E se você acha que acabar com a vida
de 30.000 famílias em troca da tranquilidade de 1.500 corujas (uma razão de 20
famílias humanas por coruja) é algo um tanto excessivo, isso apenas mostra o
quão inculto e não ambientalmente esclarecido você é.
(Nota: se as corujas-pintadas de
fato estivessem "em perigo" e os ambientalistas realmente quisessem salvá-las,
então eles poderiam simplesmente comprar algumas terras para criar seus
próprios santuários. Porém, utilizar
dinheiro próprio é algo que, de alguma forma, nunca teve apelo entre essa
gente.)
Os nazistas foram pioneiros
Sempre soubemos que, em termos econômicos, os
nazistas eram esquerdistas
(Nazi vem de Nationalsozialismus ou Partido Nacional-Socialista
dos Trabalhadores Alemães), mas hoje — graças aos estudos de Robert N.
Proctor, que os compilou em seu livro Racial
Hygiene: Medicine Under the Nazis (Higiene
Racial: a Medicina dos Nazistas) — sabemos que eles eram fanáticos por
saúde, maníacos por exercícios físicos, ecologistas radicais, entusiastas de
comidas orgânicas e defensores ferrenhos dos direitos dos animais, além de
nutrirem profundo menosprezo por álcool e tabaco.
Como os ambientalistas de hoje, que colocam qualquer percevejo ou erva
daninha acima dos seres humanos, os nazistas eram ardorosos
conservacionistas. Eles implantaram uma
série de leis com o objetivo de proteger "a natureza e seus animais",
especialmente as plantas e os animais "ameaçados".
Os nazistas proibiram pesquisas médicas com animais, e o simpático Hermann Göring
ameaçou "deportar para um campo de concentração" qualquer um que se atrevesse a
desobedecer à lei. Ele encarcerou um
pescador por seis meses apenas porque este cortou a cabeça de um sapo — que
seria utilizado como isca — quando o batráquio ainda estava vivo. A revista alemã de humor Simplissimus publicou um desenho no qual um pelotão de
sapos fazia a saudação nazista para Göring.
Como crentes da "medicina
orgânica", os nazistas conclamaram o povo alemão a comer apenas frutas e
vegetais crus, uma vez que a conservação, esterilização e pasteurização dos
alimentos significavam sua "alienação da natureza".
Eles odiavam até mesmo o pão
branco. "Em 1935, o Führer da Saúde, Gerhard
Wagner, empreendeu uma luta contra a recente mudança de hábito, que havia
abandonado o pão integral natural em prol do pão branco altamente refinado",
diz Proctor. Denunciando o pão branco
como sendo um "produto químico", Wagner relacionou a "questão do pão" a uma
"ampla necessidade de retornarmos a uma dieta com menos carne e gordura, mais
frutas e vegetais, e mais pão integral".
Em 1935, Wagner criou o Comitê do
Pão Integral do Reich, cujo objetivo era pressionar as padarias a não mais
produzirem pão branco; e Goebbels criou cartazes propagandísticos relacionando
o arianismo ao pão integral. Em 1935,
apenas 1% das padarias alemãs vendia alimentos naturais. Já em 1943, esse percentual era de 23%.
Os nazistas também eram rigorosamente anti-pesticidas, sendo que o médico
pessoal de Hitler, Theodore Morell, declarou que o DDT (DicloroDifenilTricloroetano)
era "inútil e perigoso". Ele proibiu sua
comercialização.
Os nazistas financiaram várias pesquisas sobre os perigos ambientais da
radiação de fundo (radiação fraca existente em todo planeta terra), do chumbo,
do asbesto e do mercúrio. Fizeram
campanha contra os corantes alimentares e os conservantes, e exigiram mais uso
de "farmacêuticos orgânicos, cosméticos orgânicos, fertilizantes orgânicos e
alimentos orgânicos". Os jornais do
governo apontavam a carne vermelha e os conservantes químicos como os culpados
pelo câncer.
Bebidas alcoólicas eram diligentemente desestimuladas, e havia severas
penalidades para quem fosse pego dirigindo embriagado. A polícia, pela primeira vez, ganhou poderes
para fazer testes sanguíneos obrigatórios para conferir o nível de álcool no
sangue das pessoas.
Hitler, um vegetariano fanático e entusiasta dos alimentos naturais, era
também um abstêmio. Heinrich Himmler compartilhava
do ódio de Hitler por álcool, e ordenou que a SS promovesse a produção de sucos
de frutas e água mineral como substitutos.
Entretanto, o principal ódio de Hitler era dirigido ao cigarro, e ele não
tolerava que absolutamente ninguém fumasse em sua presença. Quando o estado da Saxônia criou o Instituto
para a Luta contra o Tabaco na Universidade de Jena em 1942, ele doou 100.000
RM (Reichsmark) de seu próprio dinheiro.
Ele também proibiu o fumo nos trens e ônibus das cidades.
Os nazistas acreditavam apenas em parto natural, obstetrícia e amamentação,
e as mulheres que amamentassem seus filhos, ao invés de utilizarem "fórmulas
artificiais", recebiam subsídios do estado.
Já em meados da década de 1930, os nazistas haviam proibido partos
assistidos por médicos. Apenas parteiras
podiam realizar o serviço.
Os nazistas também promoviam a fitoterapia, e as fazendas
da SS em Dachau foram rotuladas como "o maior instituto de pesquisa de plantas
medicinais da Europa".
Não é de se estranhar que nossos eco-esquerdistas possuam aquele brilho
faiscante em seus olhos. De agora em
diante, vou checar se eles usam braçadeiras também.
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