quinta-feira, 19 0aio 2011
A
visão que os progressistas têm do governo é facilmente entendida e faz todo o
sentido quando você finalmente entende como eles pensam, quais são os equívocos
de suas ideias e quais são as pressuposições implícitas que elas
têm a respeito da origem da renda.
A
visão dos progressistas ajuda a explicar as políticas que eles apóiam, tais
como a redistribuição de renda, e a linguagem que eles utilizam, como suas
inflamadas exortações para que os ricos "deem algo de volta" para a sociedade.
Em
termos gerais, os progressistas entendem a economia de uma das duas maneiras a
seguir:
1)
Eles supõem que a verdadeira fonte de renda das pessoas é uma gigantesca pilha
de dinheiro que, em teoria, deveria ser distribuída igualmente entre todas as
pessoas da sociedade. O motivo de
algumas pessoas terem mais dinheiro que outras é simplesmente porque elas
chegaram a essa pilha primeiro e gananciosamente pegaram uma fatia injustamente
grande para elas. Sendo esse o caso, a
justiça requer que os ricos deem algo de volta; e se eles não fizerem isso
voluntariamente, o governo deve confiscar seus ganhos ilicitamente adquiridos e
restituí-los aos seus donos de direito.
2)
A outra visão progressista, concorrente a essa, pressupõe que toda a renda é
distribuída, como em uma política de distribuição de renda. É como se houvesse um distribuidor de
dinheiro. O motivo de algumas pessoas
terem mais dinheiro do que outras é porque o distribuidor de dinheiro é
racista, machista, conservador ou um representante dos "grandes interesses do
capital". Nesse caso, a única coisa
certa a ser feita com aqueles para quem o distribuidor de dinheiro injustamente
deu muito dinheiro é obrigá-los a devolver a fatia ilícita de seus ganhos. Se eles se recusarem a fazer isso
voluntariamente, então é função do governo desencadear a fúria da Receita
Federal sobre estes insensíveis, confiscando seus ganhos ilícitos para
restituí-los aos seus donos de direito.
Em suma, deve haver uma redistribuição do dinheiro na sociedade — ou
aquilo popularmente conhecido como 'redistribuição de renda'.
Já
os sensatos e racionais reconhecem que, em uma sociedade livre, a renda não é
nem confiscada nem redistribuída; em sua grande maioria, ela é obtida por meio
do trabalho. A renda é ganha quando um
indivíduo satisfaz seus semelhantes.
Quanto maior a capacidade e aptidão de satisfazer seus semelhantes,
maior a fatia de riqueza que este indivíduo pode adquirir deles. Essa fatia de riqueza é representada pela
quantidade de dinheiro que ele recebe de seus semelhantes.
Digamos
que eu me ofereça para lavar o seu carro.
Por ter feito isso de maneira competente, você me paga $20. Ato contínuo, eu vou a uma mercearia e peço
"Dê-me 1kg de carne e seis latas de cerveja que meus semelhantes
produziram". Com efeito, o vendedor vai
me perguntar, "Williams, você está pedindo aos seus semelhantes para que eles
lhe sirvam. Você por acaso os serviu
também?" E eu respondo, "Sim." E o
vendedor emendará "Então prove!"
Nesse
momento vou mostrar os $20 que obtive por ter servido meu semelhante. Podemos pensar nesses $20 como "certificados
de performance". Eles representam a
prova de que eu prestei serviços ao meu semelhante. O raciocínio em absolutamente nada mudaria
caso eu fosse, por exemplo, um ortopedista com uma enorme clientela, ganhando
$500.000 por ano por ter prestado serviços aos meus semelhantes. Ademais, tendo eu já lavado o carro do meu
semelhante ou já curado sua fíbula fraturada, o que mais eu devo a ele ou a
qualquer outra pessoa? Qual a
justificativa de eu ser obrigado a distribuir meus ganhos para terceiros? Agora, se alguém quiser ser caridoso, isso é
outro assunto, totalmente distinto.
Compare
a moralidade de ter de servir o seu semelhante para poder ganhar uma fatia
daquilo que ele produz com a (i)moralidade de receber dinheiro redistribuído
pelo governo (seja via assistencialismo, funcionalismo público, ou grandes
empresários que trabalham que recebem subsídios do governo). O que ocorre é que o governo simplesmente diz
a esse povo: "Você não precisa servir o seu semelhante para adquirir uma fatia
de tudo o que ele produz. Nós vamos
confiscar parte do que ele produz e dar tudo para você. Apenas vote em mim".
Afinal,
quem deveria devolver parte do que ganhou?
Pense em Bill Gates,
que fundou a Microsoft, ou em
Steve Jobs, que fundou a Apple Computer, ou em Sam Walton, que fundou
a Wal-Mart. Qual desses bilionários
adquiriu sua riqueza nos obrigando a comprar seus produtos? Qual deles confiscou a propriedade de
terceiros?
Cada
um desses três — e milhares de outros — é um indivíduo que enriqueceu prestando
serviços aos seus semelhantes, criando produtos que tornaram a vida melhor e
mais fácil. O que mais eles devem? Para quem eles devem? Eles já deram e "redistribuíram" a sua fatia.
Compare-os
agora aos homens do governo. Compare os
bens e serviços que cada um produziu e compare a maneira como eles
enriqueceram. É justo?
Logo,
se há alguém que realmente tem a obrigação de devolver algo para a sociedade,
estes são os ladrões e receptadores do roubo legalizado — a saber, as pessoas
que utilizam o governo, inclusive vários magnatas que recebem subsídios
corporativos, para viver à custa de seus semelhantes.
Quando
um país vilipendia os produtivos e transforma em mascotes os improdutivos, seu
futuro está condenado.