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As filosofias políticas do mundo bizarro

Cada ciência é regida por suas leis ou princípios fundamentais, como, por exemplo, as definições de Euclides na Geometria ou as Leis de Newton na Mecânica.  Porém, existem leis que não se limitam a um só campo científico, que se aplicam a tudo que existe, como a lei da causalidade que estabelece que todo efeito deve ter uma causa.  E do mesmo modo que há leis que regem tudo que existe, também existem leis que são aplicadas a toda ordem conceitual, das quais depende a validade de todo e qualquer julgamento — são as Leis do Pensamento.  E as três mais básicas são:

(1) Lei da não contradição: Dois julgamentos contraditórios (A é B, A não é B) não podem ser ambos verdadeiros.

(2) Lei da identidade: Tudo é o que é (A=A)

(3) Lei do terceiro excluído: De dois julgamentos contraditórios (A é B, A não é B), um deve ser verdadeiro e o outro falso.

Se estas leis não são observadas, nossos julgamentos são falsos.[1]  No entanto, quando chegamos à Filosofia Política, estas leis não costumam ser muito respeitadas.  A maioria das correntes de pensamento político não leva a Lógica em consideração, e acabam propondo um verdadeiro oximoro.  De liberais clássicos a social-democratas, por maiores que sejam suas diferenças, todos têm em comum a ideia de que o estado deve ser o fornecedor de segurança e justiça.  Porém, por mais que o estado seja ineficiente em cumprir todas as funções propostas pelas mais variadas ideologias, ele pode, ao menos teoricamente, desempenhar tais funções, ao passo que "segurança e justiça" são algo que, por definição, o estado não pode fornecer. 

A definição de estado comumente aceita é a de uma instituição que (a) detém o monopólio de uso da força e de tomador de decisão final em um determinado território e (b) obtém seus recursos por meio da violação da propriedade alheia (=impostos).  E a definição de segurança e justiça é a de proteção da propriedade, a começar pela propriedade sobre o próprio corpo.  Ora, como alguém pode sequer conceber que uma instituição que deve atacar a propriedade deve, ao mesmo tempo, defender a propriedade?   O lobo deve caçar as galinhas e proteger o galinheiro?  O goleiro deve defender o gol e jogar a bola para dentro do mesmo gol?  Dizer que o estado deve fornecer segurança só faria sentido no Mundo Bizarro do Super Homem, onde tudo é ao contrário, onde os cavalos cavalgam as pessoas e os limpadores de rua devem sujar as ruas.

O estado pode ser o fornecedor de alimentos?  Sim, independentemente do fato de que vai haver escassez de comida e de que, onde quer que ele tenha se encarregado desta função, fez milhões morrerem de fome — levando a situações extremas, como na China comunista, em que as pessoas literalmente "comeram criancinhas".  Afinal, não existe contradição em dizer que os alimentos devem ser fornecidos por assaltantes.  O mesmo raciocínio serve para todos os outros bens e serviços, desde educação até viagens espaciais: pode ser imoral e antissocial tomar violentamente recursos de alguns para pagar a doutrinação escolar e a ida ao espaço de outros, mas ao menos a defesa do que a estatal NASA e as escolas públicas fazem não viola os princípios básicos da Lógica.

O que todas estas correntes políticas deveriam dizer é "o estado deve fornecer saúde, habitação, moeda, previdência, telefonia, roupas, sorvete e qualquer outro bem ou serviço, menos segurança".  Já para os defensores do estado mínimo minarquista, que dizem que uma gangue de ladrões deve ser também e tão somente a polícia e o juiz, não há salvação; a incoerência é inerente à proposição básica dessa filosofia.[2]

Existem, na realidade, dois sistemas em que a Lógica é respeitada.  O primeiro deles é o comunismo, que defende que nem segurança e nem justiça devem ser fornecidas pelo estado.  Muito pelo contrário, os socialistas assumem que a segurança e a justiça devem ser atacadas pelo estado, ao dizer que a propriedade privada deve ser abolida.  Respeita a Lógica, mas não a dignidade humana e a ética; e se o sistema fosse rigorosamente aplicado, levaria ao fim da humanidade — o que torna o comunismo ainda mais bizarro que as outras correntes ilógicas. 

O segundo é o completo oposto do comunismo, um sistema em que a propriedade individual é totalmente respeitada, as leis são iguais para todos e a nenhum grupo é concedido o direito de roubar os outros e de violar sistematicamente os direitos de propriedade alheios.  Em suma, uma Sociedade de Leis Privadas, como foi brilhantemente exposto por Hans-Hermann Hoppe em palestra dada no Brasil, também conhecido como anarcocapitalismo.

Esta filosofia tem sua origem no economista belgo-francês Gustave de Molinari, que em seu ensaio de 1849, levando em conta a Lógica irrefutável da ciência econômica, formula a questão: "Se o livre mercado deve ofertar todos os outros bens e serviços, por que não também os serviços de segurança?"  E chega à rigorosa conclusão: "Que a produção de segurança deveria, nos interesses dos consumidores desta mercadoria intangível, permanecer sujeita à lei da livre competição."  Assim sendo, trata-se de um sistema em que nem as leis do pensamento, nem as leis econômicas e nem as leis naturais são ignoradas, já que a única serventia dispensada à instituição da espoliação legal é a de desaparecer.

Portanto, devo, assim como Molinari, rigorosamente concluir que, para aqueles que não querem sair por aí em discussões de filosofia política dizendo que um triângulo deve ter quatro lados, que "A deve ser B" e "A não deve ser B" são duas proposições verdadeiras, que atacar/violar e defender/proteger devem ser funções de uma mesma instituição, e que também não objetivam a total degradação da humanidade, existe uma única opção, A Sociedade de Leis Privadas.

 

 

 

 

 

 

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Notas

[1] Principles of Logic, George Hayward Joyce.

[2] Algumas pessoas, quando confrontadas sobre a contradição de seus pensamentos, dizem que é impossível não ser assim; dizem que para A se defender de B, ele deve necessariamente atacar C antes — outra declaração digna do Mundo Bizarro.  Só parecem se esquecer de C; quem o protegerá de AC trabalha, cria riqueza e quer evitar que esta seja espoliada por larápios.  Então o larápio A diz para C:

A - Para você evitar que B roube suas riquezas, entregue parte dela a mim.

C - Eu não concordo. 

A - Você não está entendendo. Eu não pedi seu consentimento.  Entregue a quantia que eu pedir, pois só assim vou lhe proteger de BE se eu não lhe proteger de B, preencha um boletim de ocorrência.


autor


  • Getulio Malveira  23/05/2011 13:25
    Muito bom texto, Fernando. Com muita clareza e simplicidade ele expõe a concepção libertária-revolucionária de Hoppe.

    O que pessoalmente eu não entendo é por que os libertários, nessa ascepção, fazem questão de atacar posições políticas extremamente próximas e jogar no mesmo balaio do "mundo bizarro" o minarquismo e a social-democracia, por exemplo, doutrinas completamente antagônicas. Nessa linha até mesmo Mises não escaparia.
  • Fernando Ulrich  23/05/2011 15:16
    Getulio,\r
    A diferença entre minarquismo e social-democracia está no grau, não na essencia. Aquele prega uma pequena coerção institucional sistemática . Este prega uma intensa coerção sistemática em diversos âmbitos.\r
    Uma sociedade de leis privada prega a ausencia de qualquer coerção institucional sistemática.\r
    Aparentemente minarqismo estaria mais próximo de anarcocapitalismo, mas acredito que defensores desta filosofia política dirão que minarquismo está na verdade mais próximo de social-democracia.\r
    Fernando, corrija-me se estiver errado.
  • Fernando Chiocca  23/05/2011 15:44
    Perfeito Ulrich
    O único e verdadeiro antagonismo é este mesmo que você falou. O resto são apenas diferenças de graus. Sem contar que o minarquismo é uma utopia ingênua que necessariamente resulta num socialismo de maior grau.

    Getúlio, eu não joguei ninguém em balaio algum. A culpa não é minha se tem gente que defende que limpadores de ruas devem sujar as ruas e que seja assim que ocorra no Mundo Bizarro, que também não fui eu que inventei. Só constatei um fato. Cada um que conviva com estes fatos da maneira que lhe aprouver.
    E dá até para salvar Mises, pois ele defendia a secessão individual, ou seja, na conversa de A com C, ele diria que C pode discordar e não ser obrigado a entregar nada a A.
  • Tiago  23/05/2011 15:58
    E dá até para salvar Mises, pois ele defendia a secessão individual, ou seja, na conversa de A com C, ele diria que C pode discordar e não ser obrigado a entregar nada a A.

    Hum, então ele era Ancap... só usava um termo diferente, que assusta menos.
  • Getulio Malveira  23/05/2011 16:56
    Fernando & Fernando. Entendo a posição de vocês, mas não compartilho dela. \r
  • mcmoraes  23/05/2011 17:51
    Getúlio,

    Naquele texto do HHH sobre as lutas de classes, aceito como perfeitamente válida sua contestação: o HHH poderia ter definido claramente alguns conceitos que para você não ficaram claros. Além disso, não fica claro se Mises compartilha ou discorda da visão do HHH. Seus pontos são pontos válidos lá.

    Porém, neste artigo do Fernando, parece que você não está aceitando um argumento claro, sobre o qual não resta dúvidas, que pode ser representado pelo seguinte parágrafo.

    "...O que todas estas correntes políticas deveriam dizer é "o estado deve fornecer saúde, habitação, moeda, previdência, telefonia, roupas, sorvete e qualquer outro bem ou serviço, menos segurança". Já para os defensores do estado mínimo minarquista, que dizem que uma gangue de ladrões deve ser também e tão somente a polícia e o juiz, não há salvação; a incoerência é inerente à proposição básica dessa filosofia...

    Sua crítica foi feita da seguinte forma:

    "...O que pessoalmente eu não entendo é por que os libertários, nessa ascepção, fazem questão de atacar posições políticas extremamente próximas e jogar no mesmo balaio do "mundo bizarro" o minarquismo e a social-democracia, por exemplo, doutrinas completamente antagônicas. Nessa linha até mesmo Mises não escaparia.

    Ora, o texto deixa claro como e porquê as posições políticas atacadas estão erradas (com uma pitada de pimenta ao chamá-las de bizarras, mas isso realmente não faz muita diferença). O que há de errado com o texto?
  • Getulio Malveira  23/05/2011 18:58
    Moraes, não há nada de absolutamente errado com o texto. Não apresentei nenhum argumento contrário ao texto e nem pretendo apresentar. Tenho minhas razões para não compartilhar dessa posição mais radical. Contudo, como não vejo que ela seja contraditória à minha não há porque contestá-la. Em um universo político no qual só existissem libertários e minarquistas a questão teria relevância para mim. Como estamos muito distantes do minarquismo, não faz sentido para mim atacarmo-nos uns aos outros. \r
    \r
    Reafirmo mais uma vez: compreendo a posição libertária (revolucionária), mas ficaria muito mais feliz se os libertários tentassem sinceramente compreender as posições políticas das quais o libertarianismo se originou. Um retorno à Mises talvez nos fosse muito útil nesse sentido.
  • mcmoraes  23/05/2011 19:44
    Ok, Getúlio, você não quer discutir, não tenho nenhum problema com isso. Porém, não posso deixar de notar que:

    - você erra quando você afirma que os libertários não tentam sinceramente compreender as posições políticas das quais o libertarianismo se originou. Gostaria de ver ao menos um exemplo inequívoco dessa suposta falta de compreensão sincera nos textos do IMB;

    - não há ponto algum em uma pessoa P1 comentar que não concorda com outra pessoa P2 se P1 não quer conversar a respeito dos motivos pelos quais P1 não concorda com P2.

    Acredito que você deve ter bons motivos para não compartilhar da opinião dos Fernandos, e acho que esses motivos, se explicitados, poderiam enriquecer bastante a discussão aqui. Contudo, não esperarei resposta. Um forte abraço.
  • Fernando Chiocca  23/05/2011 20:18
    O Sidney dá um bom motivo aqui depositode.blogspot.com/2010/08/o-coletivismo-implicito-do-minarquismo.html

    Hoje, infelizmente, muitos liberais clássicos se escondem atrás desses grandes nomes em defesa da liberdade, para defenderem algo oposto a ela; o governo e a coerção institucionalizada. Mas isso, para a infelicidade deles, não torna seus argumentos corretos ou consistentes. Eles continuam abraçando o coletivismo, mas ao contrário dos seus mestres, fazem isso explicita e conscientemente. Uma pena. Depois não entendem porque o governo avança tanto sobre as liberdades individuais em nome da "sociedade", "da saúde pública", "do desenvolvimento do país" e nem porque os socialistas conseguem essas inúmeras vitórias politicas e morais em cima do liberalismo.

    E se alguém ainda tinha alguma dúvida da importância de um postura consistente contra o coletivismo, Hoppe elimina todas aqui:
    O futuro do liberalismo - um apelo para um novo radicalismo
  • Felipe André  23/05/2011 16:13
    Eu acredito ser possível uma minarquia sem coerção, sustentada voluntariamente. Concordo que os serviços de justiça e segurança seriam mais efetivos se feitos por empresas privadas, mas acho que as leis devem vir de uma unidade central, o estado no caso, para evitar que diferentes empresas de justiça e segurança façam suas próprias leis, incompatíveis entre si.
  • Roberto Chiocca  23/05/2011 18:07
    Felipe, continue aprofundando seu raciocínio e verá que um estado, seja ele minimo ou máximo sempre é sustentado pela coerção.

    Tiago, Mises quando fez juizo de valor defendia o individuo mesmo não vislumbrando o ancap como algo possivel.
  • Norbs  23/05/2011 17:39
    Supondo que o anarquista admite que no anarquismo as pessoas não viram santos
    O que é que impede as polícias privadas, que não são feitas de santos, de se associarem e virarem uma nova gangue, ou de pelo menos terem um acordo pra uma não se intrometer quando uma outra virar?
  • Fernando Chiocca  23/05/2011 20:31
    Por que ao invés de supor, e antes de comentar, você não vá ler algo para saber ao menos o básico? Querer contestar algo sem nem saber o que se está contestando te coloca em uma posição ridícula.

    Você nem se deu o trabalho de assistir os vídeos... Que coisa feia. Ninguém supõe qualquer mudança na natureza humana.

    Bem, uma coisa que impediria que as polícias privadas se tornassem uma gangue de ladrões (ou seja, se as coisas voltassem a ser o que são hoje em dia) seria exatamente as pessoas não aceitarem expropriação de suas propriedades, não considerarem legal o roubo institucionalizado, como hoje aceitam passivamente enganadas por uma propaganda mentirosa.
  • Heber  23/05/2011 22:08
    A superioridade da proposta libertária é bem fácil de entender, o que é difícil é colocá-la em prática, como fazer os governos abrirem mão desses poderes(principalmente de coerção) que eles foram acumulando ao longo do tempo.
  • Norbs  24/05/2011 11:53
    'seria exatamente as pessoas não aceitarem expropriação de suas propriedades, não considerarem legal o roubo institucionalizado, como hoje aceitam passivamente enganadas por uma propaganda mentirosa.'

    Dependendo do poder da gangue, o que as pessoas acham certo ou aceitam não ia fazer diferença nenhuma.Ou você acha que um 'protegido' paga um mafioso porque acha certo?
    É uma ingenuidade impressionante.
  • Fernando Chiocca  24/05/2011 13:01
    Dependendo do poder da gangue, o que as pessoas acham certo ou aceitam não ia fazer diferença nenhuma.

    Parabéns, pois sua frase não poderia ser mais estúpida do que foi, já que é exatamente do que as pessoas acham certo que depende o poder da gangue. La Boetie, Hume, Mises e outros já constataram este fato a centenas de anos. Se, como eu vou repetir pela última vez antes de deletar seus futuros comentários trolladores, você estudasse antes de comentar, saberia disso. O site está repleto de textos que podem te ensinar o que você não sabe.

    O primeiro teórico político moderno que viu que todos os Estados dependem da opinião da maioria foi o escritor libertário francês do século XVI, Etiene de La Boetie. Em seu Discurso sobre a servidão voluntária, de La Boetie viu que o Estado tirânico é sempre uma minoria da população, e que, portanto seu contínuo controle despótico tem que depender de sua legitimidade perante os olhos da maioria explorada, com aquilo que depois ficaria conhecido como "a engenharia do consentimento". Duzentos anos depois, David Hume - embora longe de ser um libertário - anunciou uma análise similar. O contra-argumento que diz que, com armas modernas, uma força minoritária pode permanentemente intimidar uma maioria inimiga, ignora o fato de que estas armas podem ser possuídas pela maioria e que as forças armadas da minoria podem se rebelar ou desertar para o lado da população. Conseqüentemente, a permanente necessidade da ideologia persuasiva sempre levou o Estado a utilizar os intelectuais formadores da opinião nacional. Em épocas remotas, os intelectuais eram invariavelmente os sacerdotes, e, por conseguinte, conforme indicamos, tínhamos a antiga aliança entre a Igreja e o Estado, o Trono e o Altar. Hoje em dia, economistas "científicos" e "livres de juízo de valor" e conselheiros da "segurança nacional", entre outros, desempenham uma função ideológica similar em prol do poder do Estado.

    Assim, como Hume declara:
    Nada parece ser mais surpreendente . . . do que a facilidade com que os muitos são governados pelos poucos e a submissão implícita com que os homens renunciam seus próprios sentimentos e paixões para aqueles de seus governantes. Quando nós investigamos por quais meios esta maravilha é efetiva, nós devemos descobrir que, como a Força está sempre do lado dos governados, os governantes não têm nada além da opinião para apoiá-los. É, portanto, sobre a opinião que os governos são baseados; e esta máxima serve para o mais despótico e para o mais militarizado dos governos.
    David Hume, Ensaios Morais, Políticos e Literários (London: Ward, Locke, and Taylor, n.d.), pág. 23; veja também, Etienne de la Boetie, A Política da desobediência: Discurso sobre a servidão voluntária (New York: Free Life Editions, 1975); e Ludwig von Mises, Ação Humana (New Haven, Conn.: Yale University Press, 1949), págs. 188ff.

    A natureza do estado


    Ou você acha que um 'protegido' paga um mafioso porque acha certo?

    Uma pessoa extorquida por um criminoso paga pois é mais fraca que ele, e é coagida a pagar. E como te ensinei, se uma maioria é contra os impostos, a gangue de ladrões que pratica a espoliação, não teria poder para fazê-lo.
    Ou seja, quem dá a força para este crime é você e a maioria da população que apoiam o sistema de roubo institucionalizado.
    Só um detalhe. A maioria dá um apoio totalmente passivo. São ludibriadas pela máquina de propaganda estatal e jamais dedicam muito tempo ao assunto. Apenas aceitam.
    Mas o pior tipo é gente como você, que não aceita passivamente, mas apoia ativamente, e no alto de uma ignorância sem precedentes como a que você demonstra possuir em seus comentários, ataca as poucas pessoas que estão conscientes desse crime e querem deixar de ser vítimas desta agressão e espoliação nefasta, ataca os defensores da justiça e dos direitos naturais dos indivíduos. Continue assim garoto, a consciência é sua. Mas se comentar antes de se informar, nem será aceito.
  • João  23/05/2011 21:17
    Essa gangue se formaria, se cercaria de fundamentações teóricas segundo as quais ela seria essencial para a sociedade, pois agiria em prol do bem comum. Com isso, ela poderia restringir sua liberdade até onde pudesse achar conveniente, afinal, ela estaria acima de seus direitos individuais, representando o bem comum, a bondade e a fraternidade. Para trocar os membros da gangue, seria criado um sistema de eleições de líder da gangue. Essas eleições seriam baseadas em promessas vazias e projetos incompletos que sempre gerariam uma sensação de prosperidade. Membros de diferentes facções se diriam superiores aos outros, afirmariam que "dessa vez é diferente". Pouca coisa realmente mudaria, e você não poderia fazer nada a não ser votar em uma ou outra facção, com a esperança de que algo mudasse.
  • Rhyan Fortuna  23/05/2011 21:30
    Fantástica palestra do Prof. Hoppe!

    Só achei que faltou uma pergunta que eu faria se estivesse lá, insisto nela, já que cada libertário me responde de uma maneira.

    Poderias as leis privadas entrar em contradição com o direito natural?
  • Miguel A. E. Corgosinho  24/05/2011 10:56
    "Poderias as leis privadas entrar em contradição com o direito natural?"

    Imagine se os EUA e as leis privadas dos bancos emanciparem as origens dos mercados internos (a começar para fundamento dos países pobres da africa), através do meio exterior (abstrato matemático), como predicado natural, no qual tenhamos uma inserção científica para a moeda.

    Razão do predicado natural é dar origem ao valor da moeda.

    Não está correto o Estado pagar o sistema de representação da produção - exterioridade dos fatores da natureza para a realidade - se endividando com as reservas de valor, que não sejam as mudanças da própria da natureza; como se a realidade fosse commoditie exterior do desenvolvimento de outra origem de natureza, a fiduciária.

    A contradição com o direito natural (valor) é não estar sendo aferida a produção por um meio exterior, mas o valor (predicado público) ser transferido para o preço da natureza de apoio (moeda) dos alienadores das nações.
  • Felipe André  24/05/2011 12:51
    Rhyan: Poderias as leis privadas entrar em contradição com o direito natural?

    Assisti a palestra do Hoppe ontem à noite, esperando a resposta justamente para essa pergunta, que ao meu ver é o problema lógico com o anarco-capitalismo. A única parte em que ele pareceu responder à isso foi quando disse que as empresas que não fossem honestas (no sentido de se basear no direito natural) seriam naturalmente excluídas do mercado, pois com o passar do tempo as pessoas parariam de procurar seus serviços, assim como uma empresa ineficiente vai à falência.

    Sinceramente não vejo isso acontecendo, fosse o caso veríamos o povo revoltado cada vez que uma nova lei que vai contra os direitos naturais fosse aprovada, o que é muito comum no Brasil. Mas ao contrário, vemos boa parte da população aplaudindo-as.

    Isso para mim deixa bastante claro que nem todos procurariam os tribunais ou polícia baseados no direito natural, justamente por não concordarem com ele.

    Disso concluo ser necessário uma mantenedora central de leis claras e objetivas, baseadas no direito natural, que sirva como única base para os serviços privados de tribunais e polícia, e para a população como um todo. Esse ao meu ver é a função legítima do estado. Estado esse que poderia perfeitamente ser sustentado voluntariamente, e não manteria monopólio algum sobre os serviços de segurança.
  • Fernando Chiocca  24/05/2011 13:36
    Sinceramente não vejo isso acontecendo, fosse o caso veríamos o povo revoltado cada vez que uma nova lei que vai contra os direitos naturais fosse aprovada, o que é muito comum no Brasil. Mas ao contrário, vemos boa parte da população aplaudindo-as.

    Mas se houivesse concorrência, as empresas que atacassem direitos individuais seriam menso lucrativas pois isto tem um custo elevado. Quem iria voluntariamente pagar por um empresa de segurança que atacasse o que as pessoas fazem com os próprios corpos, como ocorre hoje com a guerra contra as drogas? Estas empresas iriam a falência rapidinho.

    Disso concluo ser necessário uma mantenedora central de leis claras e objetivas, baseadas no direito natural, que sirva como única base para os serviços privados de tribunais e polícia, e para a população como um todo. Esse ao meu ver é a função legítima do estado. Estado esse que poderia perfeitamente ser sustentado voluntariamente, e não manteria monopólio algum sobre os serviços de segurança.

    Felipe, mesmo depois do alerta no artigo, você faz uma declaração digna do Mundo Bizarro!? Pelo jeito você não leu o artigo, já que não sabe qual a definição de estado. Melhor ler.

    Mas concordo com você e com o Rhyan quando dizem que empresas de leis privadas não garantiriam que os direitos naturais fossem respeitados. Com certeza aumentaria e muito as chances, mas não garantiria.
    Já com o estado, é 100% de certeza que os direitos naturais seriam violados, já que o estado é inerentemente um violador dos direitos.
  • Felipe André  24/05/2011 18:43
    Fernando:

    Mas se houivesse concorrência, as empresas que atacassem direitos individuais seriam menso lucrativas pois isto tem um custo elevado. Quem iria voluntariamente pagar por um empresa de segurança que atacasse o que as pessoas fazem com os próprios corpos, como ocorre hoje com a guerra contra as drogas? Estas empresas iriam a falência rapidinho.

    Algumas pessoas, e não são poucas, gostam de controlar a vida das outras, e isso não mudaria em um anarco-capitalismo.

    Por exemplo, hoje em alguns locais do Brasil temos leis que proíbem o fumo em estabelecimentos privados. Essa lei vai contra o direito natural de propriedade, porém tem ampla aprovação da população. Em um anarco-capitalismo não existiria tal lei, porém haveria ciclano, um indivíduo que se acha no direito de fumar, ou de proibir que outros fumem, em propriedades privadas alheias. E assim como existiriam tribunais defensores dos direitos naturais que não reconheceriam tal direito de ciclano, também teríamos tribunais que iriam de acordo com o que ciclano acha que é seu direito. Qual tribunal ciclano escolheria?

    Felipe, mesmo depois do alerta no artigo, você faz uma declaração digna do Mundo Bizarro!? Pelo jeito você não leu o artigo, já que não sabe qual a definição de estado. Melhor ler.

    Acredito entender perfeitamente bem a definição de estado dada pelo artigo. É o estado que temos hoje. E concordo com os dois motivos citados por você que o tornam ilegítimo. Coerção e monopólio. Não é esse o estado que defendo, muito menos uma versão reduzida dele. Achei que isso havia ficado claro no meu comentário anterior.
  • Fernando Chiocca  24/05/2011 18:57
    Sim Felipe, seu comentário foi claro; vc defende um estado que não é um estado. Está bem clara a bizarrice do seu comentário. Esta bola é completamente vermelha mas não é vermelha..

    E a proposta de uma sociedade de leis privadas é uma em que ninguém tem o direito de atacar a propriedade dos outros, como ocorre hoje com as leis estatais, em que o estado pode roubar os outros e cometer mais uma porção de crime que os outros estão proibídos de cometer. Logo, se ocorresse uma situação em que um tribunal legitimasse a intervenção na propriedade dos outros, não teríamos uma sociedade de leis privadas como defendida e explicada na palestra.

    O que eu apenas tentei dizer anteriormente com o exemplo de leis contra as drogas é que a livre entrada na prestação do serviço de justíça e segurança não garatiriam a ocorrência de uma Sociedade de Leis Privadas (não a de Hoppe), pois foi o que entendi da pergunta do Rhyan.
  • Felipe André  24/05/2011 19:24
    Sim Felipe, seu comentário foi claro; vc defende um estado que não é um estado. Está bem clara a bizarrice do seu comentário. Esta bola é completamente vermelha mas não é vermelha..

    Se não é um estado, por favor me explique o que é, pois com certeza não é o anarco-capitalismo que você defende.

    Logo, se ocorresse uma situação em que um tribunal legitimasse a intervenção na propriedade dos outros, não teríamos uma sociedade de leis privadas como defendida e explicada na palestra.

    Mas ainda seria um anarco-capitalismo. E o cenário mais provável de um.

    O que a palestra defende tem tanta chance de acontecer quanto uma sociedade em que ninguém agride os direitos naturais, eliminando a necessidade de serviços de defesa e justiça.
  • Fernando Chiocca  24/05/2011 19:59
    A definição de estado está dada no texto. Se o seu estado é financiado voluntariamente, não é um estado.

    E, na verdade, ele é aquilo que você tenta criticar, pois se as pessoas escolhem financi-a-lo voluntariamente, é uma agência privada de justiça.

    E, conforme sua crítica, ela também só vão finaciar voluntariamente se concordarem com as leis, ou seja, você está dando voltas e chegando no mesmo lugar.

    O que a palestra defende tem tanta chance de acontecer quanto uma sociedade em que ninguém agride os direitos naturais, eliminando a necessidade de serviços de defesa e justiça.

    Errado novamente. A Sociedade de Leis Privadas não requer uma mudança na natureza da humanidade, ou seja, não requer que ledrões e assassinos deixem de existir.
    Hoje, a maioria é contrária a estes crimes. O que precisa ocorrer é elas se consientizarem que o estado é uma entidade exploradora e criminosa e não admitirem serem exploradas mais. Este artigo explica melhor: www.mises.org.br/Article.aspx?id=979
  • Felipe André  26/05/2011 12:38
    A Sociedade de Leis Privadas não requer uma mudança na natureza da humanidade, ou seja, não requer que ledrões e assassinos deixem de existir.
    Hoje, a maioria é contrária a estes crimes.
    A maioria das pessoas é a favor da legalização das drogas? A maioria das pessoas é contra as cotas? Contra a distribuição de renda? Contra a saúde e educação públicas?

    E, na verdade, ele é aquilo que você tenta criticar, pois se as pessoas escolhem financi-a-lo voluntariamente, é uma agência privada de justiça.

    E, conforme sua crítica, ela também só vão finaciar voluntariamente se concordarem com as leis, ou seja, você está dando voltas e chegando no mesmo lugar.


    Não se trata de uma agência privada de justiça, e sim das leis em que as agências privadas de justiça devem se basear. Você disse anteriormente que "a livre entrada na prestação do serviço de justíça e segurança não garatiriam a ocorrência de uma Sociedade de Leis Privadas (não a de Hoppe)". A palavra chave é garantir, o anarco-capitalismo não garante os direitos naturais. Isso só é possível através de uma legislação que seja seguida por todas agências de justiça e segurança, uma legislação mantida por uma unidade central. Eu acredito que todos que prezam pelos direitos naturais estariam dispostos a manter essa unidade, garantindo assim seus direitos. Isso não torna os direitos exclusivos dos que a mantém, pois os serviços em si seriam feitos por agências privadas.

    Essa me parece uma situação melhor do que a que temos hoje, e melhor do que o anarco-capitalismo oferece.
  • Fernando Chiocca  26/05/2011 12:44
    Concordo Felipe. E isso não é um estado.
    Mas isso só seria possível se uma maioria apoiasse essa ideia. E teria que funcionar exatamente como Hoppe descreveu, pois qualquer desvio de sua proposta iria ser contrário aso direitos naturais.
    E anarcocapitalismo não é somente livre concorrência de serviços de segurança e justiça. Anarcocapitalismo é um sistema em que o respeito pelos direitos de propriedade sejam totalmente assegurados.
  • Cesar Aguusto Rodrigues de Oliveira  10/04/2014 08:15
    O que eles não entendem, é que pessoas são falhas, manipulaveis.

    Elas não são robos lógicos.

    Porque que tu acha que tivemos tantas guerras, discrepancias .

    Que vira e mexe dá em porrada, guerra.

    Tu tá pedindo que a gente pressuponha uma analise em cima de uma cidade que NUNCA EXISTIU.

    Onde está uma sociedade assim meu, que todo mundo concorda que não devemos se matar, e blablabla.

    Pergunta para as pessoas e elas vão dizer, concordamos, não gostamos de morrer ser assaltado.

    Pergunta pra um marginal, assaltante , estuprador, se ele quer ser estuprado, assaltado.

    Provavelmente não e fazem o que fazem.

    E SOCIEDADE, não faz merda alguma.


    SE a sociedade FOSSE como VOCÊS imaginam, o povo pararia tudo agora e faria isto.

    Pois são a maioria e não importa muito as armas que os militares , policias ou seja lá quem for tivesse, tirando destruir o mundo com bombas nucleares.

    O povo tomaria o poder e faria isto.


    E o que impede o povo ?


    NAda alem de ELES MESMOS querem.

    Pois uma quer uma coisa e outro não.

    Pois seres humanos tem interesses difusos como diria uma amigo meu.

    TEm pessoas que tem capacidade de persuadir outras e a se jultarem as suas causas e guerrear e etc.

    Isto é o que foi antes e é como seria o mundo que tu ACHA que seria do jeito que tu quer, que vocÊs querem.

    Baseado que o ser humano seria um robo , que seria a lei de agressão ou que suposta.

    Seria caro, o cara fazer guerra.

    Antigamente no tempo de napoleão, de Cesar , Alexandre , Gengis Khan e etc.

    E mesmo assim o fizeram, conseguiram pessoas.

    AS pessoas impediram, quais ?

    AS pessoas existem hoje e não impedem os EUA de ir lá e detonar a porra do iraque .

    As pessoas estavam no tempo do Hitler e não impediram de 6milhões de judeus morrem.

    Só que as tuas pessoas são sensatas, assim como a gente o é.

    Só que nem todos somos assim, nem todos vão ir contra ou vão querer ir .

    E vão ser obrigados a produzir armas para uma guerra, não produziu o cara te mata e acabou.

    Pois quem VAI IMPEDIR.

    Ninguém impediu estes outros fatos todos.

    AS pessoas infelizmente entendem que guerra não é lega, mas não fazem merda alguma , uma fazem e outras não.

    Há não teriam dinheiro para fazer guerra, o Gengis Khan nasceu rico, há ele cobrou imposto.

    Foi na base na porrada, da força.

    Acordem pra vida pelo amor deus.

    Bagulho tosco :(

    Provavelmente não vão permitir meu comentário convenientemente, né .


    DICAS: Vocês poderiam por favor colocar nas proximas vezes que o querem é algo nunca antes conseguido pela sociedade e chega a um nivel utópico.

    Assim pouparia QUALQUER um de discutir a maioria das coisas que estão nos comentários.
  • Augusto  24/05/2011 07:34
    Eu discordo do que dizem o Fernando Ulrich e o Fernando Chiocca quanto à diferença entre minarquismo e social democracia.\r
    \r
    Eu diria que o minarquista - e mesmo o liberal clássico - não tem dificuldade em ler, entender e aceitar as implicações do anarcocapitalista. No entanto, baseados na experiência histórica, entendem também que vivemos hoje em um mundo de Estados e uma sociedade sem Estado seria eventualmente absorvida por outro Estado. Assim, o Estado seria um mal necessário.\r
    \r
    Já para os social-democratas, o Estado não é um mal necessário, mas uma característica desejável da vida em sociedade.\r
    \r
    Essencialmente: para os minarquistas, não é possível viver sem um Estado (pelo menos no mundo moderno), mas é possível reduzir seu tamanho. Para os minarquistas, o Estado tem uma função determinada de melhorar a vida das pessoas.
  • Tiago RC  24/05/2011 09:28
    No entanto, baseados na experiência histórica, entendem também que vivemos hoje em um mundo de Estados e uma sociedade sem Estado seria eventualmente absorvida por outro Estado.

    Primeiro, isso não é necessariamente verdade. Não é tão simples assim conquistar uma região onde os cidadãos estão armados, são ricos graças ao livre mercado e não reconhecem a autoridade de uma gangue.

    E mesmo que venha a ser uma conseqüência inevitável, tipo, presta atenção no que está dizendo... "como um dia vamos ser controlados por um estado de qualquer forma, então que sejamos controlados agora mesmo, dá na mesma". É equivalente a dizer "não há problema em matar pessoas, afinal, elas morrerão um dia de qualquer forma, dá na mesma".
  • ANDRE LUIS  25/05/2011 00:11
    Olá, parabéns a todos pelo alto nível dos comentários. A troca de idéias também é feita de forma gentil e inteligente. Acabo de conhecer este site, e já pude ver nele um espaço valioso para não só análisar e teorizar este nosso mundo louco, mas também formular ações concretas observando a realidade a nossa volta.

    Moro no RJ há mais de 20 anos. Sou testemunha do nascimento de um fenômeno muito interessante sob o ponto de vista da teoria da sociedade regida sob leis privadas. A atividade miliciana. Acredito que quase todos aqui assistiram aos filmes "Tropa de Elite 1 e 2", de modo que tiveram uma noção, embora distorcida do fenômeno. Não irei aqui defender atividade criminosa, cometida por quem quer que seja, mas apenas quero manter os olhos abertos para as soluções que pessoas criam para seus problemas, mesmo que estas soluções acabem tornando-se problemas de outra ordem. Estou preocupado em pensar este fenômeno não só olhando para sua atividade criminosa, mas estabelecer, dentro de um correto senso das proporções, seu potencial de beneficiar ou prejudicar as pessoas sob sua influência, o que equivale dizer: Será que há um saldo positivo ou negativo na sua atividade? Neste aspecto, minha pretensa investigação se equivale a fala do Dr Hoppe, no que se refere a comparação entre o regime do Czar e o de Stalin.

    Antes de entrar na questão, quero chamar atenção ao fato de o Estado ter perdido totalmente não só a sua capacidade de prevenir e solucionar crimes, mas também a sua posição de agente inibidor da criminalidade. Hoje o crime é organizado, e a capacidade punitiva do Estado não é nem de longe um impecílio para a atividade criminosa. Creio que este estado de coisas trouxe a luz uma atividade que há muito já vinha sendo praticada, mas não da forma organizada como vemos hoje, eram os chamados "esquadrões da morte". Aqui no RJ, o criminoso não respeita a polícia, porém respeita áreas protegidas por pessoas organizadas para tal fim.

    A atividade miliciana é quase que totalmente composta de militares, na maioria das vezes PMs e bombeiros. Costumam autoproclamar-se bem feitores de determinada área, expulsando o crime organizado e lá se instalando com seu aparato de vigilância e coerção.

    O senso comum nivela a atividade miliciana ao crime organizado, uma vez que também cometem crimes, embora de outra natureza. Não vou aqui emitir juizo de valor sobre diferentes tipos de crimes, embora esta seja uma questão relevante, mas quero apenas que todos os que me lêem pensem no fenômeno como uma reação a inoperância do Estado na questão da segurança. Moro aqui, e posso ver a diferença entre uma região dominada pelo crime organizado - leia-se tráfico de drogas - e outra pelos milicianos. A população compreende a importância de uma convivência social sem o fantasma da criminalidade gerada pelo tráfico de drogas, porém o que vejo de mais importante neste fenômeno é que, apesar do enorme esforço midiático em demonizar as milícias, elas gozam do apoio majoritário da população.

    A atividade miliciana sem dúvidas tem sob pano de fundo o desejo geral de solucionar o problema da criminalidade. Aqui no RJ, mais da metade da cidade, especialmente a zona oeste - composta principalmente de gente que trabalha duro para sobreviver - é dominada pelas milícias. Milhões de pessoas vivem suas vidas, trabalham e constituem família em um ambiente certamente melhor do que seus vizinhos de outras áreas, e tudo isso sem a interferência do Estado. Estas pessoas, a meu ver, estão maduras para receber este tipo de informação que leio aqui neste artigo, pois vivem isso todos os dias de suas vidas. A atividade miliciana carece de teóricos, isto é certo. Será que dai pode nascer uma estratégia de ação? Qual seria a reação das pessoas, e dos próprios milicianos, ao se depararem com uma alternativa de lutar pelos seus objetivos sem recorrer ao crime? Será que merecem isso de vocês, isto é, de nós agora.



    resolver, não só na este que não para de expandir sua influência a mais e mais bairros.
  • joao  27/02/2014 02:30
    Caro ANDRÉ LUIS,

    Obrigado pelo seu post. Me impressiona não ter tido alguma resposta dos fernandos.

    Também já pensei na solução espontânea que os habitantes de regiões "semi-anárquicas" (praticamente sem presença estatal) desenvolveram em relação à segurança. O modelo mais simples é o de warlord: um cara (ou grupo) local, com alguma superioridade bélica em relação aos demais numa determinada região, se autoproclama o defensor da área e passa a cobrar proteção por isso.

    É como um senhor feudal, só que sem um rei para nomeá-lo.


    Entretanto, a diferença é que nos casos dessas milícias também não há concorrência: as pessoas do lugar não podem escolher entre a proteção da milícia A ou B. E meus caros, aceitar um grupo que tem as armas é bem diferente de ser compassivo. Na média o homem comum não tende a sair de casa pensando em enfrentar os desmandos de algum tirano. O grau de passividade varia entre os povos, mas o temor de enfrentar o grupo que detém as armas é constante.

    Então, o primeiro baluarte estatal, antes até da teoria e da aceitação tácita, é o controle dos meios bélicos. Podem reparar que há uma correlação entre posse de armas pela população e tamanho do estado na região.

    Quanto à causa do serviço miliciano de proteção ser mais eficaz que o do estado, isso só quem estudou o fenômeno pode dizer. Eu suspeito que seja devido à concorrência (militar mesmo) com outros grupos. Sempre a milícia/traficante do bairro ao lado está de olho....algo como as pólis gregas. Entretanto, como ja disse, iso torna as milícias um caso de estado pequeno, não de serviço de segurança privada.

  • Pedro  03/06/2011 02:10
    Minhas perguntas ao Fernando.
    Numero 1
    Fernando, uma sociedade anarcocapitalista, sem a presença de um Estado na acepção clássica é defendida no artigo.
    Contudo, se avaliar-mos uma perspectiva "antropologia", toda e qualquer tipo de sociedade na historia humana (pelo menos a registrada), construiu algum tipo de "governo", ou de governança. Seja, desde das tribos indígenas mais primitivas, com os velhos da tribo formando conselho, ate o estado total comunista.
    Repare que considero governo como qualquer forma de ditar regras e condutas a algum grupo social qualquer.
    Neste sentido, seria possível que, desconstruindo o modelo de Estado atual, partindo então de uma sociedade anarcocaptalistas, alguns grupos sociais poderiam chegar a alguma conclusão que seria necessario demandar algum nivel de governo?
    De qualquer maneira, algum modelo de governo que brote de uma sociedade anarcocaptalista seria aceitável? Visto que tal situação viria a ser por livre associação de algum grupo social.

    Numero 2
    A outra pergunta é a seguinte: voce ou alguem teria algum registro de algum grupo social (pode ser europeu, africano, hindu, judeu, catolico, aborigene, indigena, etc..), na historiada humanidade que foi algo proximo a uma sociedade anarquica com direitos de propriedade estabelecidos? Confesso que desconheço. Assim, seria um caso muito interessante para estudar como esse grupo social se organizava, se legislava, e, eventualmente, se protegia não?


    att
    Pedro


  • Fernando Chiocca  03/06/2011 18:10
    Oi Pedro

    Número 1

    Nenhuma sociedade construiu um estado. Os estados surgiram através da dominação e da conquista violenta de uns povos sobre outros.
    Regras de conduta não são sinônimo de estado, muito pelo contrário, o conceito de regras de conduta é incompatível com a existência de um estado, já que para uma regra ser considerada uma regra ela deve ser igual para todos, e o estado sempre é um violador das regras de conduta que ele obriga seus súditos cumprir.

    Número 2

    Medieval Iceland and the Absence of Government

    PRIVATE CREATION AND ENFORCEMENT OF LAW: A HISTORICAL CASE
  • Andre  31/10/2011 21:17
    Fernando, queria muito vê-lo analisando este texto:

    www.estadao.com.br/noticias/impresso,republica--destrocada-,792413,0.htm

    Poucas vezes vi tanta ingenuidade num "doutor".

    "Todos querem enriquecer a qualquer preço. E rapidamente. Não importam os meios". Ora, importam sim, ou melhor, importa "o" meio: o bolso alheio.
  • Fernando Chiocca  01/11/2011 00:44
    Um texto como outro qualquer da infeliz mídia mainstream. Pessoas obtusas que enxergam problemas mas não conseguem perceber que eles são inerentes ao sistema.

    E como é comum esse complexo nacionalista, de achar que só no Brasil é assim... No mundo inteiro, seja em Cuba, Venezuela, EUA ou Suécia, o estado é sempre isso. O que varia é o tamanho do estado, logo, a prosperidade de cada local.

    Somente aqui no Mises Brasil é que se pode encontrar algo diferente deste tipo de lixo.
  • Rhyan  01/11/2011 04:17
    Fernando, você deveria virar um vlogger.
  • Rodrigo  12/06/2013 00:38
    Gostaria de agradecer sinceramente este post...

    Havia a meses lido muitos posts aqui do mises, bem como leitura de alguns livros aqui disponibilizados, mas a questão de como poderia funcionar a questão de legislação e segurança ainda não me eram nada claras. Cheguei até a em outros posts tentar levantar essa questão, porém as respostas ainda não me eram satisfatórias e ficava sempre com essa 'pulga na orelha'.

    Grata surpresa que começo a ler todos os posts do Fernando e acabo encontrando algo esclarecedor sem querer. Pelo título não achei que se trataria do tema. Excelente post e principalmente a palestra linkada muito esclarecedora!
  • Denilson  27/02/2014 13:50
    O Comunismo defende o fim do estado... Reconhece que ele é uma ferramenta histórica criada pela burguesia/capitalistas para unificar mercados e padrões, favorecendo o comércio nascente no final do feudalismo para o mercantilismo e indo no crescendo até o estabelecimento do capitalismo. Basta ver a formação dos estados nacionais europeus para entender isso...
    Por favor...
  • Leandro  27/02/2014 14:14
    Errado, Denilson. Pra começar, a teoria defendida por Marx era sem pé nem cabeça. Ele dizia que, para abolir o estado, era necessário antes maximizá-lo. A ideia era que, quando tudo fosse do estado, não haveria mais um estado como entidade distinta da sociedade; se tudo se tornasse propriedade do estado, então não haveria mais um estado propriamente dito, pois sociedade e estado teriam virado a mesma coisa, uma só entidade -- e, assim, todos estariam livres do estado.

    Um raciocínio maravilhoso. E você aparentemente acreditou ser possível isso. Ou seja: se algum indivíduo dominar completamente tudo o que pertence a você, dominando inclusive seu corpo e seus pensamentos, então você estará completamente livre, pois não mais terá qualquer noção de liberdade -- afinal, é exatamente a ausência de qualquer noção de liberdade que o fará se sentir livre. Sensacional.
  • Denilson  27/02/2014 16:11
    "a teoria defendida por Marx era sem pé nem cabeça. Ele dizia que, para abolir o estado, era necessário antes maximizá-lo."
    Errado por princípios sua analise... teoria não precisa de pé nem cabeça mesmo, isso é necessário à uma especie animal qualquer a partir de certos grupos...
    Segundo, releia a teoria, pois para criticar se deve entender e conhecer o que se critica. A Teoria dizia que o estado está aí, não se desfazará automaticamente, tanto é assim que libertários querem cargos legislativos e de governo justamente para atuar neste e diminuir sua ação, à partir deste... E Não em paralelo... Ou criarão uma noa estrutura que entrará em choque com o estado para desfazer este?
  • Indignado  27/02/2014 18:22
    "teoria não precisa de pé nem cabeça mesmo, isso é necessário à uma especie animal qualquer a partir de certos grupos..."

    A minha dúvida é em relação ao número de patas que o cidadão utilizou para escrever isso...

    "A Teoria dizia que o estado está aí, não se desfazará automaticamente[...]",

    Tentei criar uma piadinha, mas fracassei. Minha ironia não está à altura de tão magistral relincho.

    "tanto é assim que libertários querem cargos legislativos e de governo justamente para atuar neste e diminuir sua ação, à partir deste... E Não em paralelo... Ou criarão uma noa estrutura que entrará em choque com o estado para desfazer este?"

    A julgar pela última frase, o elemento desconhece completamente que o luta dos libertários se dá justamente no campo das ideias.


    Repito o que escrevei nos comentários de outro artigo: a moderação deveria ser mais humana e evitar que determinadas pessoas se auto-humilhassem desta forma tão escabrosa em público...
  • Denilson  27/02/2014 21:07
    Claro, se dá no campo das ideias... E não muda nada né? Quero saber na prática... Grupos libertários querendo criar partidos estão errados? Como é mesmo o nome do candidato nos EUA que se define como libertário... Ideias na cabeça meu querido são para moldar ações na prática...
  • Pierre  27/02/2014 21:52
    Os comentários do Denilson conseguem ser divertidos e comoventes ao mesmo tempo. Impressionante.
  • Denilson  27/02/2014 16:14
    "Ou seja: se algum indivíduo dominar completamente tudo o que pertence a você,"
    Isto está mais para a monopolização de grandes empresas, cada vez mais concentradoras que muitos insistem em não ver... Falam de estado, mas esquece que este foi sequestrado justamente pelos interesses destes...
    Gastos militares para ocupar e controlar outros países justamente para deixar as monopolistas do Petróleo trabalhar em paz...
  • Leandro  27/02/2014 17:09
    "Isto está mais para a monopolização de grandes empresas, cada vez mais concentradoras que muitos insistem em não ver... Falam de estado, mas esquece que este foi sequestrado justamente pelos interesses destes..."

    Você está desafiado a apontar um site que fale mais sobre corporativismo do que este.

    É curioso que você veja o estado como um agente meramente passivo e inocente, que foi maldosamente capturado por "grandes empresas". Você aparentemente se esquece de que os agentes do estado (políticos, burocratas e reguladores) têm grande interesse em ser capturados, pois isso lhes é financeira e politicamente útil.

    No mais, quem cria cartéis, oligopólios e monopólios é e sempre foi o estado, seja por meio de regulamentações que impõem barreiras à entrada da concorrência no mercado (agências reguladoras), seja por meio de altos tributos que impedem que novas empresas surjam e cresçam.

    Apenas olhe ao seu redor. Todos os cartéis, oligopólios e monopólios da atualidade se dão em setores altamente regulados pelo governo (setor bancário, aéreo, telefônico, elétrico, televisivo, postos de gasolina etc.).

    E quando não era assim, o que ocorria? Quando o governo não tinha ainda poderes para se intrometer, havia formação de cartel entre os poderosos? Havia "exploração"? Não. O que ocorria era isso.

    Monopólio e livre mercado - uma antítese

    Outros artigos obrigatórios para você sair deste perigoso autoengano:

    Sobre as privatizações (Parte 1)

    Sobre as privatizações (final)

    Celular ilimitado por R$30/mês - saiba como aqui

    Regulações protegem os regulados e prejudicam os consumidores

    Tributação X Regulamentação - O que é pior?

    Aeroportos + governo = caos

    Regulamentações brasileiras garantem a prosperidade dos vigaristas

    Legislações antitruste e agências reguladoras não podem existir em uma sociedade livre

    A Guatemala e seu exemplo de privatização

    As parcerias público-privadas - a porta de entrada para o socialismo

    Seria o liberalismo uma ideologia a serviço de empresários?

    Sobre as reformas "neoliberais" na América Latina e por que elas fracassaram
  • Denilson  27/02/2014 21:11
    Olho e não vejo uma estrutura independente que se move por interesses próprios separada da sociedade... Disse ali em cima, veja a origem do estado fim do feudalismo... Suporte para unificação de mercados, padronização de medidas e burguesia em cima para controlar os rumos... Guerras por matérias primas e mercado consumidor...
    Dizer que o estado é um ente em separado da sociedade... Ele é um palco de luta dos vários grupos destas... Queira ou não, empresários fazem uso dele sim... Grandes grupos econômicos... E além disso, procure saber quantos deputados ou senadores são empresários legislando em causa própria só no Brasil... O Estado não é "um ente" é um instrumento, criado historicamente por um grupo para servi-la... No final, nossa dívida externa, 50% hoje, vai para quem e serve para que?
  • Rafael Pimenta  20/05/2014 18:22
    Bem, é claro que vocês concordam que herdeiros devem herdar os bens dos pais, não é? Portanto, se tem direito a um bem escasso quem se apropriou dele primeiro (lembrando que a terra é um bem), vale lembrar que os índios já 'utilizavam' as terras brasileiras bem antes dos europeus. Como definir a precedência da posse da terra? E se o índio que diz ter chegado primeiro já a tivesse tomado de um outro índio? E como definir a extensão da terra que o proprietário (que a utilizou pela primeira vez) julga ser sua? Imagino que todas essas questões demandariam leis. Para tanto, vocês falam de instituições privadas, tribunais ou juízes privados. Mas e se alguma das partes em tal situação litigiosa não quisesse se submeter a um julgamento? Não haveria nenhuma força que as obrigasse a fazê-lo.

    E digamos que as 4 regras de fato resolvam as tensões sociais, o que as faria serem seguidas? A 4ª regra é quase uma reformulação do "não roubarás": e quando houver roubos e o roubado não tiver dinheiro para pagar uma reintegração de posse via instituição privada? E se o ladrão tiver recursos para pagar uma polícia que o protegerá da atuação (o ladrão pode pagar uma polícia privada, inclusive, com o próprio bem roubado) da polícia acionada pelo sujeito roubado.

    O conferencista aponta uma série de contradições sobre o estado que são de fato interessantes, mas o que propõe como solução é ainda mais bizarro.
  • Fernando Chiocca  20/05/2014 21:46
    Rafael, suas questões estão respondidas aqui:

    10. O problema do roubo de terras
    11. O monopólio de terras: passado e presente

    De preferência, leia o livro inteiro.
  • Carlos Garcia  21/05/2014 00:12
    Sobre a vítima não ter recursos para pagar uma defesa privada, você se esquece que um advogado de defesa pode aceitar uma porcentagem do valor restituido como pagamento. Isso faz com que pessoas agredidas possam desfrutar de um sistema privado de justiça.

    Continue frequentando o site, e fazendo perguntas. Você é inteligente em não ter medo de defender seus ideais e até mesmo confrontá-los em um ambiente contrário ao que vc acredita. Isso é louvável. Continue vindo, e você verá que os ideais libertários são apenas lógicos.
  • Emerson Luis, um Psicologo  12/12/2014 00:13

    Um liberal minarquista é incoerente se acreditar que o Estado é ou pode ser intrinsecamente benéfico. Mas muitos liberais minarquistas defendem a minimização do Estado porque essa parece ser a única opção imediata viável, embora preferissem que sua existência fosse zerada.

    * * *
  • Joker  15/04/2015 18:17
    Algumas considerações:

    1-Anarco-capitalismo é um nome péssimo, junta dois termos que carregam uma carga negativa para esmagadora maioria das pessoas. Capitalismo, para o povão (e até para pessoas com alta escolaridade), significa explorar os outros, e anarquia significa bagunça. Quando as pessoas se deparam com o termo anarco-capitalismo, nem querem ver se as idéias tem mérito, já descartam pois não pode vir nada de bom de algo com um nome desses.

    2-Compreendendo que o que está sendo defendido é uma eliminação do Estado a partir do campo das idéias e não de uma revolução armada (uma vez que a imposição pela força negaria os mesmos ideais de liberdade que visaria defender), não entendo a necessidade de estabelecer este distanciamento entre Estado mínimo e anarquia. Os defensores de um Estado mínimo com certeza compreendem e aceitam a base teórica do anarco-capitalismo e vêem a existência do aparato do Estado sustentado pelo confisco de bens algo imoral e reprovável. Por isso considero essas ideologias muito próximas, não divergem em princípio, mas sim na aplicabilidade prática. Ambas vêem o Estado como problema, mas uma defende a redução do problema pela impossibilidade de erradicá-lo completamente, enquanto a outra considera a eliminação total do problema viável. Discordo então do comentário que diz que o minarquista e o social democrata só divergem em grau: o minarquista considera o Estado um problema (assim como o anarco-capitalista), o social democrata considera o Estado a solução.

    3-No mais, penso que, em um mundo onde fossem aceitas poucas atribuições como sendo papéis do Estado, não faria muita diferença um sistema ou outro. A taxação necessária para manter um aparato estatal que visasse somente a proteção dos direitos negativos do cidadão seria tão baixa que talvez fosse possível haver uma transição para uma forma não coercitiva de arrecadação. Por exemplo, se esse aparato fosse tão enxuto que pudesse ser sustentado por uma carga tributária de só 3%, talvez a contribuição voluntária poderia manter o sistema a despeito dos "free riders". O fato da arrecadação se tornar voluntária preveniria seu aumento e um consequente crescimento do aparato estatal. Ou seja a minarquia poderia evoluir naturalmente em anarquia.


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