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Educação Pública - Um fetiche socialista

[Texto adaptado a partir da exposição inicial apresentada no debate interno do Diretório Paulista do Libertários, realizado em 7 de agosto de 2011]

Muito se fala em educação no Brasil.  Na verdade, parece que dizer que "a educação é a solução para o Brasil" é, ao lado do futebol, do carnaval e da bunda, uma unanimidade nacional.  Pretendo questionar o porquê desse verdadeiro fetiche por educação, mas antes quero questionar o porquê de, existindo este fetiche, as pessoas se voltarem para o pior meio de se realizar esta fantasia, o estado.

Tudo que é fornecido por meio do estado é sempre de pior qualidade e mais caro do que quando fornecido pelo mercado.  Isto porque o estado se guia por pressões políticas, e não pelo sistema de preços.  Não importa o tamanho do fracasso das empreitadas do governo — mais dinheiro sempre estará disponível.  Mas no setor privado, se um empreendedor fracassa e não consegue atender as demandas dos consumidores melhor e mais barato que seus concorrentes, ele vai à falência e tudo que ele investiu do próprio bolso ou do bolso de investidores é perdido — e dificilmente investidores que tiveram prejuízos lhe darão novo dinheiro.

Então, se alguém tem por objetivo educação de mais qualidade e a custos acessíveis para a grande maioria, deve apoiar a total e imediata separação entre estado e educação.

Uma questão que surge é "como os pobres iriam conseguir educação?"  (como se roubar de uns para prover educação para outros fosse uma opção a ser considerada e não imediatamente rejeitada!).  Temos exemplos atuais de lugares muito mais pobres que o Brasil, na África, China e Índia, onde escolas que visam lucros são frequentadas por crianças pobres, como pode ser visto no livro de James Tooley. 

Aqui no Brasil mesmo temos exemplos recentes de lan houses funcionando em favelas e proporcionando acesso à internet para as crianças pobres dali — e ainda, obviamente, lucrando com isso.  E se internet não é educação, eu não sei o que seria.  Assistam ao vídeo abaixo sobre como a ação de um empreendedor mudou a realidade na favela Antares. 

antares.jpg

Um pretexto muito usado para justificar o fornecimento de serviços de educação através da violência estatal é o de "igualdade de oportunidades", a qual supostamente seria atingida com um "acesso universal à educação".  De fato, como alguém pode falar em "igualdade de oportunidades com educação universal" sem começar defendendo que todas as crianças tenham um computador e acesso a internet?  Antes que os socialistas tomem isto como mais um dever do estado, Harry Browne já nos fez ver o que seria de nós se o governo assumisse a indústria de computadores

Dito isto, e espero que tenha ficado claro que aqueles que valorizam os serviços de educação devem exigir que o estado tire suas mãos desse setor, vou analisar agora este fetichismo da educação.  O dicionário define fetiche como "objeto a que se atribui poder sobrenatural ou mágico e a que se presta culto" — e é exatamente este comportamento que observo no Brasil perante a educação.  Ela tem mesmo este poder de transformar o Brasil?

Em 1961 foi realizada por Fidel Castro uma campanha nacional de educação e Cuba tornou-se o primeiro país do mundo a erradicar o analfabetismo.  Cuba está completando agora em 2011 50 anos sem analfabetismo.  E Cuba conta hoje com os melhores índices de educação das Américas.  (Vamos confiar aqui nos dados fornecidos pela ditadura castrista)

Como está Cuba hoje?  Nas Américas, os cubanos só não são mais miseráveis que os haitianos.  Uma educação universal e de qualidade veio acompanhada de diminuição da pobreza?  Nestes primeiros 50 anos, parece que não.  No começo dessa semana, uma reportagem sobre Cuba da Agência Estado nos deu um exemplo da situação por lá:

Não há dados oficiais sobre o percentual de desemprego, mas as pessoas se queixam da falta de oportunidades.

Muitos cubanos se oferecem aos turistas como guias informais e até companhias para, em troca, receber pagamentos. A história do médico intensivista Juan Pablo Luis é comum a muitos cubanos. Ele abandonou a profissão para ser taxista. Segundo o médico, a opção, "bastante dolorosa", foi tomada depois que o filho, de 11 anos, nasceu e ele viu a situação ficar mais difícil. "Sonho todos os dias que estou trabalhando na minha profissão. Não gosto de falar sobre isso", disse.

Esta história mostra que dar oportunidade para que todos estudem o que quiser (mesmo que o preço seja a miséria de todos) só cria este tipo de distorção bizarra, em que ser taxista, que é um serviço que pode ser desempenhado por alguém que jamais tenha entrado em uma sala de aula, paga mais do que a profissão de médico, que é um serviço altamente especializado que exige muitos anos de estudo universitário.

Sem o sistema de preços para guiar suas decisões, o governo sobreinvestiu em educação, que nada mais é do que um bem, e o investimento resultou em um retumbante prejuízo.  Juan Pablo conseguiu realizar seu sonho de ser médico, mas não o de praticar medicina, já que não há mercado para ele.  Todo o custo de sua faculdade foi arcado pelo governo.[1]  E como o governo não tem dinheiro próprio, ele tirou o dinheiro de toda a população do país.  Se fosse um investimento privado, ele teria desperdiçado seu próprio dinheiro, mas este e muitos outros investimentos em educação sem retorno foram pagos por todos os cubanos.  É fácil perceber porque a miséria impera naquela ilha. 

Portanto, educação estatal não é e nem pode ser eficiente e, além disso, o acesso universal à educação garantido através do estado — e não o resultado de um mercado livre — é algo que vem com um custo altíssimo e indesejável, o qual é jogado nas costas de outros. 

Em 1848 Karl Marx, em seu O Manifesto Comunista proclamou: "É dever do estado garantir a educação pública e gratuita de todas as crianças".

Vinte e cinco anos antes, em 1823, o libertário Thomas Hodgskin  advertiu: "É melhor não ser educado do que ser educado pelos seus governantes".

Eu fico com Hodgskin; e você?



[1]  Outro exemplo desse tipo de investimento errôneo estimulado pelo estado pode ser visto na bolha educacional que os EUA estão vivendo, mas neste caso, os prejuízos ficam com os estudantes e seus pais.  Veja o artigo de Doug French, The Higher-Education Bubble Has Popped.




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comentários (162)

  • Cris Fontana  16/08/2011 17:02
    Caro Fernando Chiocca ,\r
    Filosofismos à parte, a educação estatal pode ser de boa qualidade. aliás já o foi num passado até recente. \r
    Ilustro com uma história familiar aqui do RJ - Capital, minha tia avó ,por volta de 1920 minha tia avó era professora formada e ensinava em casa, ensinava as crianças a ler escrever e fazer contas, o acesso a escola era muito dificil .Meu avô, o irmão caçula dela e 7 anos mais novo , estudou no então renomado Colégio(público) Pedro II e depois na Escola Nacional de Direito (Publica) ,minha mãe estudou no então fortíssimo e renomado Instituto de Educação também Público. Minha avó estudou numa escola particular , o "Arte e Instrução", particular e considerado fraquinho, proprio para moças, fez apenas o primário.\r
    Eu só estudei em escolas particulares e consideradas "fortes".Quando me preparava para o vestibular,estudando química orgânica na copa-cozinha de minha avó e enrolada com as fórmulas de carbono e oxigênio minha avó-que só fez o primário- passa , olha, decifra e diz .. isso aí é água pesada, é assim ... e fez ! Depois já no primeiro ano da fac. de medicina , chego eu em casa, toda cheia de mim, com meu saco de ossos humanos para estudar anatomia , mostro aos presentes e minha mãe, professora de linguas sai colocando todos os ossos da coluna(os mais difíceis) em ordem e dizendo os nomes ... ela havia sido boa aluna em anatomia na Escola Normal ... Minha tia avó tinha uma dicção e caligrafia perfeitas ! Meu avô foi delegado de polícia muito respeitado a sua época. \r
    Então,tenho a convicção de que a escola pública pode ser boa , mesmo excelente ! O mal está nas pessoas que ideologizam o ensino. \r
    Tambem tenho convicção que a informática, como qualquer outra ferramenta só tem boa serventia em mãos hábeis ! Que adianta informatizar sem instruir ? Quem não sabe o que procura desconhece o que encontra! Informatizar pras crianças ficarem em redes sociais e em joguinhos RPG e outros é mto burro e idiotizante.\r
    Posso afirmar que o mal da educação hoje é o Construtivismo e os PCNS do MEC , este é o nome da teoria educacional de um velho conhecido de todos , o italiano Gramsci, o brasileiro Paulo Freire e a Argentina Emília Ferrero. A trinca do mal. O problema é a doutrinação marxista leninista sem precedentes, a Seita fundamentalista que isso se tornou. E NÃO se engane tambem em 99% das escolas particulares . Abra os livros de seus filhos ou sobrinhos e estarreça-se com a agenda leninista lá , desde a pré escola ! \r
    Máximas que já escutei em escolas particulares "professor ensina e aluno aprende é burgues e opressor, o professor é um mediador da aquisição de competências", "escola conteudista é arcaica,o aluno deve construir seu conhecimento a partir das trocas de experiências com seus colegas","deve-se respeitar o tempo do aluno para aquisição da competencia escrita", "alfabetizar e memorizar é arcaico, imerso num meio letrado o aluno aprenderá a escrever e o importante é compreender a matemática ". "o importante é ser feliz,tenha fé que no fim dá certo", "todas as formas de escrever estão corretas, mas há algumas que são mais usadas que as outras" ... juro que quando escutei isso lembrei do Animal Farm de George Orwell e o "todos são iguais perante a lei, só que uns são mais iguais que os outros" ... \r
    PISA, Brasil tem resultados pífios .. pior que o Haiti ! \r
    Abs,
  • ELIAS MARTINS PERES  03/05/2019 19:10
    Estou estasiado após ler seu comentário, Cris, se me permite chamá-la assim. Você retratou muito bem a diferença entre políticas públicas de educação de períodos distintos, eu vivi e vivo atualmente essa diferença de atitude, pois com 48 anos estou cursando o 7 semestre de Bel de Educação Física e noto que meus colegas de curso bem mais jovens, em média 22 anos de idade são o reflexo desse modelo de educação da era FHC/Lula/Dilma, sem entrar no mérito político, mas é notório a lei do menor esforço nessa geração, aliado a uma escola de base que se preocupou em diminuir os altos índices de repetência na escola de base (não com qualidade mas com regras que afastavam essa possibilidade) e a criação de programas de acesso ao ensino superior atrelando a matrícula e frequência dos alunos a programs sociais como o Bolsa Família por exemplo, fez com que os indicadores criassem uma ilusão de ótica de que o ensino no Brasil melhorou, na verdade não melhorou, diria que piorou e muito. Na verdade criou-se uma industrialização do ensino superior subsídiado pelo governo federal, surgiram um sem números de faculdades de péssimo nível que praticamente vende diplomas e oferecem quase nenhuma qualidade. Costumo dizer que não adianta levar a favela para dentro das universidades pq a fazer isso se leva os problemas da favela junto, é preciso levar a universidade para dentro das favelas, como? Através de uma escola de base de excelência! Só assim se diminui as desigualdades. Outro aspecto importante que gostaria de ver no Brasil e sem dúvida pra mim é o melhor sistema de cotas é a criação de um raking nacional de escola de base e o acesso às univesidades federais seria feito com base nesse ranking, já os alunos de escolas particulares esses sim passariam por avaliação programática mas basicamente deveriam pagar por seus estudos no ensino superior federal. Mesmo com alguns ajustes essa para mim é a melhor forma de educar. Fui aluno da rede pública na década de 80/90 e mesmo nessa época o ensino era algo que exigia muito mais dos alunos, nas escolas de hoje é preticamente impossível repetir de ano, as crianças são empurradas pra cima mesmo sem terem adiquirido conhecimento e isso, aliado a outros fatores sociais acabou por criar uma geração de jovens com alto poder de crítica e arrogância insuportaáveis, consequentemente formamos cidadãos piores. Parabéns por sua explanação.
  • Carlos U. Pozzobon  16/08/2011 17:05
    O fato é que as pessoas não querem reconhecer que a tecnologia já dispensa a escola, a menos para as crianças que precisam de acompanhamento permanente. Para quem estuda, a maior necessidade se chama tutoria e não sala de aula. Concordo que reunir estudantes para debates é algo importante no processo de aprendizado, porque afinal a escola é também um local de socialização ou de criação de amizades que serão importantes para o resto da vida. Mas não acho que isso tenha de ser feito todo o dia. O retumbante fracasso das iniciativas de e-learning, desde sua proposição em 2001-2002 veio do lobby das faculdades tanto privadas quanto públicas. Isso acontece porque no Brasil se confunde educação com diplomação. Para uma sociedade baseada em curriculum vitae e não em biografia pessoal, a diplomação é o que conta. Pois diplomação só se consegue em escolas certificadas pelo Estado. E, evidentemente, o Estado não certifica nada que não seja escrutinado para servir seus propósitos políticos de monopólio. Ora, educação é outra coisa. Educação é um processo permanente, um estilo de vida e não uma meta que se encerra com uma formatura, um baile e muitos abraços e fotos com um chapéu ridículo de bacharel. Mas quando a tecnologia abre espaço para que o mérito do esforço pessoal se sobressaia com a prevalência da essência sobre a aparência, eis que a sociedade envereda raivosamente contra a meritocracia. Não por acaso se criam monstruosidades como as cotas raciais, a supressão da repetência, a nivelação por baixo, a tolerância com a evasão escolar e o baixo nível do professorado. Jogando a educação para a vala comum da indiferença, o sistema está se capacitando para ser incapaz, promovendo incompetentes e premiando os piores. Ao longo do tempo se cria uma geração com valores totalmente distorcidos da realidade e impotentes para qualquer coisa que represente iniciativas intelectuais próprias. E isso também em escolas privadas permanentemente fiscalizadas pelo governo. E talvez exatamente por isso.
  • Alan Denadary  21/12/2011 07:38
    Brilhante comentário Carlos! Onde eu assino?
  • Patrick  16/08/2011 17:29
    Legal Cris, sua mãe sabia a posição dos ossos da coluna. O que isso mudou na vida dela? Essa é a sua definição de "educação de qualidade"? Você receber um conhecimento inútil sem necessidade para a sua vida?


    Educação é um meio para conseguir habilidades que permitam conseguir dinheiro. Se gabar porque perdeu 10 anos da vida decorando ossos e fórmulas químicas que não influenciam em nada sua vida pessoal ou profissional, é mera perda de tempo.
  • Fernando Chiocca  17/08/2011 16:31
    Exato Patrick. Ela deu um belo exemplo de desperdício, já que todos nós investimos na educação dela, que aprendeu o nome e localização de todos os ossos, e nunca ninguém se beneficiou com isto. Dinheiro no lixo.


    Mas Cris Fontana. eu sequer questionei a qualidade da educação pública (que não é de graça. Tem um custo alto). Se você considera saber os nomes dos ossos como indício de boa qualidade de educação, isto é um critério subjetivo seu, e poderia num livre mercado procurar uma escola que exigisse esse tipo de conhecimento dos alunos.

    Eu inclusive admito que a educaão cubana que é exclusivamente pública é superior em "qualidade" à de muitos países repletos de escolas particulares. E mostro como isso é algo totalmente inútil, um desperdício quase que total.
  • joselito  17/09/2011 17:46
    "Educação é um meio para conseguir habilidades que permitam conseguir dinheiro"

    Isso é educação para você?
  • mcmoraes  20/09/2011 23:50
    Esse cara aqui tem uma opinião interessante sobre educação: www.youtube.com/watch?v=zDZFcDGpL4U
  • joselito  22/09/2011 00:49
    Vendo esse vídeo fico aliviado de existirem pessoas (como eu) que não pensam que educação sirva somente para fabricar um bando de robozinhos programados pra criar dinheiro.
  • Rodrigo  06/08/2012 00:14
    Olá Joselito.
    Ja me perguntei muito sobre essa questão. " Qual o papel da educação?"

    A conclusão que cheguei foi mais ou menos algo como " Apresentar aos alunos o conhecimento e as descoberdas dos pensadores e cientistas até a atualidade".

    Mas pensando pela visão libertária, acho que essa mesma pergunta teria uma resposta diferente para cada indivíduo. Talvez, a unica forma de atender a todos seja de fato em um sistema de escolas de livre-mercado, em que cada um escolhe, para si ou para seus filhos, o modelo de educação que acredita.

    Dessa forma, até a visão " Aprender como ganhar dinheiro" estaria satisfeita.



  • anônimo  23/09/2011 11:09
    Conseguir habilidades para viver.

    Se eu vivesse sozinho no meio de uma floresta, educação seria conseguir as habilidades necessárias para caçar e coletar plantas para me alimentar ou usar como remédio.

    Se eu vivesse com uma pequena comunidade rural, educação seria ter boas noções sobre agricultura e pecuária.

    Se eu vivo numa sociedade desenvolvida, com divisão do trabalho, alta especialização, onde o meio de obter bens que preciso para sobreviver é através das trocas (às quais o dinheiro é um meio de intermédio), educação seria se especializar, de forma a me valorizar e conseguir mais... dinheiro.

    Agora, se eu vivesse na sua provável sociedade ideal, onde o dinheiro é algo ruim, eu teria duas únicas escolhas: usar as lágrimas pra pedir, feito um mendigo, ou a força, pra tirar de quem de quem caça, colhe, planta, cria, ou empreende, seus bens.
  • joselito  24/09/2011 11:08
    Nunca falei que dinheiro é ruim. Mostre-me onde disse.

    Só falei que educação não é simplesmente uma forma de ganhar dinheiro.
    Educação é cultura, é conhecimento, valores, é a possibilidade de discutir idéias num fórum como esse (não estou recebendo dinheiro para isso). Não sei você, mas eu tenho prazer de descobrir coisas novas, então pra mim educação também é prazer.

    Agora, se para você é apenas uma forma de conseguir dinheiro, eu só tenho a lamentar. Provavelmente você deve ser um frustrado que escolheu uma profissão que não gosta simplesmente para ganhar dinheiro.
  • anônimo  04/07/2014 14:11
    Joselito, se vc quer uma educação simplesmente pq quer adquirir cultura e prazer banque este seu idealismo com seu próprio esforço. Lamentável é vc vir pregar seu modelo individual de educação para seu desfrute pessoal à custa do dinheiro de toda população.
  • 4lex5andro  19/02/2020 13:36
    POis é, o cerne do comentário de ''educação é pra se aprender a ganhar dinheiro'' teria sido melhor entendido se fosse consenso o que se entende por ''educação'' no contexto desse thread.

    O melhor termo seria ''instrução escolar'' ou ''instrução'' simplesmente, que se aprende ofícios para daí desenvolver competências e habilidades úteis no mercado.

    Educação é mais abrangente e não prescinde de escola ou preceptores, é dada na igreja e em casa também, envolvendo a transmissão de valores éticos e morais - e pode, eventualmente, envolver o aprendizado de habilidades úteis para ganho de capital.
  • Roberto Chiocca  16/08/2011 17:29
    Eu queria saber que educação pensam que estão dando aos seus filhos aqueles que defendem que se roube pessoas pacificas para pagar pela escolas?
  • Rhyan  16/08/2011 17:47
    Excelente!

    Só faltou uma legendinha no vídeo pra ficar perfeito... rs...

  • Raphael Auto  17/08/2011 01:20
    Falando em educação, e aquele papo de universidade mises Brasil, com aulas online? Vai deslanchar? Além de isso poder se converter em grana para vocês, vai ser muito bom para a causa.
  • Absolut  17/08/2011 19:46
    Verdade.
  • Fernando Chiocca  18/08/2011 01:01
    Ano que vem se tudo correr bem.
  • Joao  18/08/2011 08:11
    Mas peraí, vai ser homologado pelo MEC? Eu só aceito cursos homologados pelo MEC, porque senão como vou saber se o curso é de qualidade?

    (Calma, calma, estou brincando!)
  • Absolut  18/08/2011 11:42
    Puxa, tomara mesmo, seria incrível!!!
  • Augusto  29/09/2011 00:55
    Vai ter quota? ;-)\r
    Vai aceitar o FIES? ;-)
  • Eslei  04/07/2014 17:19
    Posso ganhar bolsa pelo prouni? E aquela "ajuda de custos" de 400 reais?
  • Tiago  17/08/2011 04:21
    Ótimo texto, assunto sempre pertinente. Há outros exemplos além de Cuba onde o governo torrou dinheiro em educação e isso não serviu pra nada, como Rússia, onde se encontra prostitutas com phD, ou Tunísia, onde praticamente todo jovem tem educação superior mas não conseguem encontrar emprego, como o médico-taxista cubano. A taxa de desemprego lá é elevada, justamente entre os mais jovens.

    Pequena OBS, talvez só adicionar um "investimento errôneo estimulado pelo estado" na nota 1 para que não fique a impressão de que foram erros individuais em massa.
  • Fernando Chiocca  17/08/2011 16:24
    Valeu Tiago. Vou alterar.
  • Djalma  18/08/2011 11:39
    Eu gosto muito do método Kumon. Conheço inúmeras pessoas que aprenderam Matemática com este método. Hoje é uma franquia de respeito no Brasil.
  • Rodriguez  21/08/2011 19:49
    "Vinte e cinco anos antes, em 1823, o libertário Thomas Hodgskin advertiu: "É melhor não ser educado do que ser educado pelos seus governantes".

    Eu fico com Hodgskin; e você?"

    Completando:

    "Seria me­lhor para os trabalhadores ficar privados de educação do que sua recebê-la de seus patrões, porque a educação, nesse sentido, não é melhor do que o adestramento dos animais que são subjugados pela canga... Os trabalhadores de Londres devem perseverar, como os de Glasgow, e fundar a nova instituição às suas próprias custas.".

    Abraços.
  • Bruno  23/08/2011 10:38
    Considerando o texto e respondendo a pergunta final:

    Fico com o Marx
  • Fernando Chiocca  23/08/2011 13:02
    Bacana Bruno.

    Apenas para uma análise minha, poderia fazer o favor de considerar também este vídeo e depois responder novamente com quem fica?
  • Bruno  23/08/2011 20:57
    Pois não Fernando.

    Ainda fico com Marx. E obrigado por apresentar o video.

    O video contem o famoso princípio de não iniciação a violência, certo? Para motivo pretensamente bom ou ruim, Ok?

    Mas vamos falar de coerção. A princípio, pode ser louvável lutarmos contra a coerção.

    Pois bem. Já fui coagido a fazer hora extra na empresa. Não gostaria e não gostei. Mas sabia que recusar seria um passo importante para eu ser demitido. Engraçado. Não vejo nesse sentido por parte do IMB toda essa fúria contra a coerção.

    Meu irmão já foi coagido a trabalhar mais que o combinado sendo que a contrapartida não foi honrada pelo outro lado, na louvável 'trocas livres e voluntárias' e nem por isso vejo aqui toda essa fúria anti coerção.

    Em ambos os casos, desempenhamos os trabalhos mas também fomos procurar um ambiente melhor. Jorge poderia fazer o mesmo. Dar aquela ajuda e fazer as malas para procurar outra sociedade com uma regra diferente da democracia. Boa sorte para ele.

    Então, o dia que vocês forem abordar TODAS as dimensões de coerção, levarei o IMB a sério nesse quesito, tanto quanto no quesito economia.

    Marx queria o mesmo objetivo final que vocês, A QUEDA DO ESTADO. Lembre-se, no comunismo não há estado. A birra de vocês é pelo estágio intermediário, o socialismo. Birra que na minha opinião é sem sentido, afinal a URSS e estados socialistas revelantes nem existem mais.

    Liberais e Marxistas (minha crítica a Marx) falham na minha opinião por querer a queda do estado colocando homem contra homem. Engraçado, justamente o que o vídeo condena.

    Perdão se minha resposta se extendeu demais. É que o vídeo não tem muito haver com o texto.

    Eu só acho que precisamos - isso sim - é superar a violência em primeiro lugar.








  • Bruno  23/08/2011 20:59
    E... sim, o comentário foi feito em relação ao vídeo.

    Não acho que tenha muito em haver com o texto. A impressão que fica é que houve mudança de assunto.
  • Fernando Chiocca  23/08/2011 23:32
    Obrigado pela resposta.

    Ela serviu para confirmar o que eu já sabia, que você é simplesmente incapaz de entender conceitos básicos, e talvez seja por isso que você seja uma pessoa que não possua ética.

    Você fica com Marx dizendo que o estado deve prover educação e o vídeo mostra como o estado prove educação e você diz que o vídeo não tem muito a ver com o texto??? Parabéns. ser tão incapaz para relacionar duas coisas óbvias é bem difícil. Talvez isso tenha sido um bloqueio do seu subconsciente, que a imagem de você sendo malvado agredindo um inocente para pagar o estudo dos filhos do Oliveira não fosse computada. vai saber. Mas foi uma proeza.

    Dizer que Jorge deve procurar outra sociedade é o mesmo que dizer que a vítima de um roubo que mora num local inseguro deve procurar outra vizinhança para morar!! Que pérola! Só podia vir de você mesmo.

    Você e seu irmão foram coagidos a trabalhar!? Meu deus! Você sequer sabe o que é coerção!!! Para o bem de todos, é melhor você declarar incapacidade e ficar longe de qualquer discussão de filosofia política. Você tem de ser interditado!
  • Raphael Auto  24/08/2011 00:21
    \r
    Bruno,Robert Nozick já explicou sobre isso: \r
    \r
    Alguns leitores objetarão ao fato de eu falar frequentemente em trocas voluntárias, alegando que alguns atos (como, por exemplo, trabalhadores aceitando um emprego assalariado) não são na realidade voluntários, porque uma das partes enfrenta opções muito limitadas, todas as demais sendo muito piores do que a que escolhe. Se os atos de uma pessoa são voluntários ou não, isso depende do que limita as suas alternativas. Se os fatos da natureza impõem isso, os atos são voluntários. (Eu posso voluntariamente ir a pé a um lugar para o qual eu preferiria voar sem ajuda.) Os atos de outras pessoas estabelecem limites às nossas oportunidades. Se isso torna ou não nosso ato resultante não-voluntário dependerá de essas pessoas terem o direito de agirem como o fazem.\r
    Veja-se o seguinte exemplo: suponhamos que há 26 homens e 26 mulheres, todos desejando casar. No tocante a cada sexo, todos os seus membros concordam com a mesma classificação dos 26 membros do sexo oposto, em termos de desejabilidade, como parceiros de casamento: vamos chamá-los de A a Z e de A2 a Z2 {consideradas as letras do alfabeto inglês}, respectivamente, em ordem preferencial decrescente. A e A1 resolvem voluntariamente casar, cada um preferindo o outro a qualquer parceiro. B teria maior gosto em casar com A2 e B2 preferiria casar com A, acima de qualquer outro (ou outra), mas, por suas decisões, A e A2 excluíram-se dessas opções. Quando B e B2 se casam, suas decisões não se tornam não-voluntárias simplesmente pelo fato de que há algo mais que cada um deles preferiria fazer. Essa outra opção desejada em maior grau requer a cooperação de outros que resolveram, como direito seu, não cooperar. B e B2 escolheram entre menos opções do que A e A2. Essa diminuição da faixa de opções continua linha abaixo até que chegamos a Z e a Z2, que enfrentam a opção de casarem ou permanecerem solteiros. Cada um prefere qualquer outro dos 25 parceiros que, por suas decisões, excluíram-se das considerações de Z e Z2. Z e Z2 resolvem voluntariamente se casar. O fato de que a única alternativa de ambos é (na opinião deles) muito pior , mas o fato de que os outros tenham exercer seus direitos do modo como o fizeram, encolhendo assim o âmbito externo de opções em que Z e Z2 escolheram, não significa que estes não se tenham casado voluntariamente.\r
    Considerações semelhantes aplicam-se a trocas de mercado entre trabalhadores e proprietários de capital. Z enfrenta a opção de trabalhar ou morrer de fome. As opções e atos de todas as demais pessoas não se somam para dar a Z alguma outra opção. (Ele pode ter várias opções sobre que emprego aceitar.) É voluntária a escolha de Z de trabalhar? (Escolhe alguém em uma ilha deserta que tem que trabalhar para sobreviver?) Z de fato escolhe voluntariamente se os outros indivíduos de A a Y agiram todos voluntariamente e dentro de seus direitos. Temos, neste caso, de fazer a pergunta a respeito dos outros. Perguntamos subindo a linha até chegamos a A, ou A e B, que resolvem agir de certas maneiras, Deste modo configurando o ambiente externo das opções em que C escolhe. Voltamos na linha com A até a escolha voluntária de C, que afeta a faixa de escolha de D, e de A até D, cuja escolha afeta a faixa de E, até chegarmos a Z. A opção da pessoa entre diferentes graus de alternativas desagradáveis não é tornada não-vluntária pelo fato de que outros voluntariamente escolheram e agiram dentro de seus direitos de uma maneira que não lhe deu uma alternativa mais digerível. \r
    Cabe notar aqui um aspecto interessante da estrutura de direitos de entrar em relacionamentos com outros, incluindo as trocas voluntárias. (k) O direito de entrar em certo relacionamento não é o direito de fazer o mesmo com qualquer pessoa, ou mesmo com alguém que quer ou escolheria isso mas sim o direito de participar ( com alguém que tenha o direito de dele participar...) os direitos de entrar em relações ou transações implicam ganhos que têm que se engatar como o "gancho" correspondente do direito de outro que se apresenta para se encontrar com o seu. Meu direito de livre-expressão não é violado pelo fato de um prisioneiro ser mantido em uma solitária, de modo que não pode me ouvir, e meu direito de ouvir informações tampouco é violado se esse prisioneiro é impedido de se comunicar-se comigo. Os direitos de membros da imprensa não são violados se o "homem sem país" de Edward Everett Halle não tem permissão de ler alguns de seus trabalhos, nem são os direitos de leitores violados se Josef Goebbels é executado e, dessa maneira, impedido de lhes fornecer material de leitura adicional. Em ambos os casos o direito é um direito a um relacionamento com alguém mais que também tenha o direito de ser a outra parte em tal relacionamento.
  • Jeferson  24/08/2011 18:24
    Fernando, o Bruno está apenas evocando o direito de propriedade sobre o próprio corpo (que inclui seu cérebro e todo o seu conteúdo) ao escolher ficar com Marx. A argumentação do Raphael foi mais eficaz em explicar o motivo dos argumentos dele não serem tão consistentes quanto parecem. Há necessidade de troca de insultos?\r
    \r
    Enfim, não me daria ao trabalho de comentar só para dizer isso. A única coisa que eu gostaria de registrar é que o argumento do Bruno, apesar de não ser capaz de embasar a tese que ele propõe, explicita uma coisa importante que é a única resistência que ainda existe em minha humilde cabecinha à eliminação total do estado: o descumprimento de acordos.\r
    \r
    Li recentemente um artigo aqui no IMB sobre como seria um sistema de justiça 100% privada, e ele me convenceu de que, se o mundo fosse simples, leia-se: se não existissem organizações monstruosamente poderosas (como o estado e grandes corporações), a argumentação seria perfeita. No entanto, ainda que levada à justiça particular e sentenciada a indenizar um ex-funcionário pelas horas que ele trabalhou a mais do que havia sido acordado inicialmente e não foram pagas, por mais que grandes corporações se preocupem muito com sua imagem, a maioria delas comete atos socialmente condenáveis, e não os remediam até serem obrigadas. Mesmo sendo mal vistas, elas investem em propaganda e ações para melhorar sua imagem. Atos altamente contraditórios em minha visão de administrador, mas é a realidade de muitas grandes empresas.\r
    \r
    Entendo que o que dita toda relação de troca é o poder de barganha, que é inversamente proporcional à percepção de perda no caso de descumprimento de um acordo, e é essa a verdadeira causa da insatisfação do Bruno e de muitos outros: o fato de possuir poder de barganha muito menor que o seu empregador. Ao mesmo tempo, do lado do empresário, o prejuízo para a imagem PERCEBIDO por essas empresas é menor do que o prejuízo financeiro de se arcar com o que elas haviam previamente acordados, e tenho certeza que, em se mantendo essa condição de diferença de poder de barganha, elas jamais cumpririam 100% de seus acordos a menos que forçadas.\r
    \r
    O argumento de que "no longo prazo essas empresas vão falir, e as boas vão ficar" não é necessariamente verdadeiro, e isso pode ser constatado observando que há empresas com "más práticas" que conseguem se manter por muitas décadas no mercado, pois conseguem reter funcionários por tempo suficiente pra desenvolverem e comercializarem produtos de boa qualidade e bom preço, mas simplesmente não cumprem o combinado com todos os funcionários que contratam.\r
    \r
    Além desse aspecto, mesmo que todas elas realmente falissem no longo prazo, eu me questiono até que ponto o prejuízo suportado pelos funcionários prejudicados até a falência da empresa seria menor do que o prejuízo que o estado traz a todos nós. E mais importante, se ele realmente seria menor que o prejuízo que seria suportado caso o estado fosse muito menor, e servisse apenas como mediador de acordos, obrigando todas as partes a cumprirem tudo o que acordaram ou a oferecerem uma compensação que a parte prejudicada considerasse suficiente.\r
    \r
    Por mais que concorde que o estado é daninho, e que quanto menor sua atuação, melhor, ainda não consigo me convencer completamente de que a ausência de um mediador com poder coercivo nesse tipo de situação seja melhor do que a presença de um. Vocês seriam capazes de me ajudariam a vencer essa última resistência sem insultos à minha baixa capacidade de compreensão?\r
    \r
    Grato.
  • Leandro  24/08/2011 18:36
    Jeferson, você diz que "O argumento de que "no longo prazo essas empresas vão falir, e as boas vão ficar" não é necessariamente verdadeiro, e isso pode ser constatado observando que há empresas com "más práticas" que conseguem se manter por muitas décadas no mercado, pois conseguem reter funcionários por tempo suficiente pra desenvolverem e comercializarem produtos de boa qualidade e bom preço, mas simplesmente não cumprem o combinado com todos os funcionários que contratam.

    Essas empresas operam em um genuíno livre mercado, com livre concorrência, ou trabalham em setores fortemente regulados pelo governo, em que a livre concorrência é praticamente banida?

    Se for o primeiro caso, então certamente há uma grande fatia da população consumidora que preza os serviços desta empresa, e estão sim, ao contrário do seu julgamento, bastante satisfeitos com ela. Agora, caso seja o segundo caso, aí realmente seu exemplo torna-se descabido.
  • Jeferson  25/08/2011 12:57
    Eu trabalhei por 2 anos numa grande fabricante de cerveja, e nesse período via muita insatisfação por parte dos funcionários, o que era corroborado por um índice de rotatividade alto de funcionários. Apesar disso, ela está há muito tempo no mercado, porque os produtos que ela entrega são de boa qualidade e preço. Quem "paga" por isso são os funcionários. Me parece que a grande regulação do governo nesse setor é a trabalhista. Nesse sentido, nenhuma empresa do mundo compete num mercado verdadeiramente livre.\r
    \r
    Quase todos os meus amigos que também trabalham em grandes empresas privadas passam pelo mesmo tipo de questões (horas extras trabalhadas e não pagas), o que me leva a crer que isso não é uma característica exclusiva daquele setor. Assim como impostos são escravidão, horas extras não pagas também são. Serviços contratados e não cumpridos na integralidade do acordado são roubo. Se o governo os pratica, empresas privadas também praticam o roubo e a escravidão. Aliás, acredito que a desonestidade seja característica inerente ao ser humano. Sempre haverá uma certa parcela desonesta da população (acredito que pequena), e sempre haverá situações em que qualquer um é desonesto, mas se entrarmos nesse tipo de discussão, o problema deixa de ser de economia e passa a ser de psicologia (acho que não são coisas que devam ser dissociadas, mas não quero me alongar).\r
    \r
    A questão é que pessoas que são prejudicadas podem, através da justiça estatal, obrigar as outras partes a lhes compensar pelos quanto foram prejudicados. Li um artigo no Mises sobre justiça privada, e como já disse, acredito que a lógica é simplesmente perfeita pra mercados muito fragmentados e pequenos empresários, que são muito mais dependentes de suas reputações do que grandes grupos empresariais.\r
    \r
    Concordo que o estado é um grande descumpridor de acordos, concordo que o estado não é honesto, aliás, talvez seja a organização mais desonesta que existe, mas o X dos meus questionamentos não está na desonestidade, está no prejuízo sofrido por quem cumpriu a sua parte no acordo (e às vezes até mais) sem receber a contrapartida acordada. Se pensar em como esse efeito se propaga pela sociedade, me parece que esse "prejuízo coletivo" é muito significativo. Repito o questionamento: até que ponto o prejuízo suportado pelos funcionários prejudicados até a falência da empresa seria menor do que o prejuízo que o estado traz a todos nós? Generalizando: até que ponto o prejuízo trazido pelo descumprimento de acordos é menor que o prejuízo trazido pela existência do estado?\r
    \r
    E mais importante, que é, talvez, a verdadeira fonte da minha resistência. Esse prejuízo realmente seria menor na ausência total do estado do que o prejuízo que seria suportado caso o estado fosse muito menor, e servisse apenas como mediador de acordos, obrigando todas as partes a cumprirem tudo o que acordaram ou a oferecerem uma compensação que a parte prejudicada considerasse suficiente?
  • Leandro  25/08/2011 13:45
    Jeferson, isso é outra discussão. Quando você se referiu a empresas duradouras, mas com "más práticas", achei que você estava se referindo a práticas ruins para com os clientes. Porém, pelo que vejo, você se refere ao descumprimento das horas extras.

    Horas extras não pagas de fato é um problema contratual, mas não vou palpitar no seu exemplo específico pois realmente não estou a par dos detalhes (e você há de convir que, por uma questão de imparcialidade, a empresa em questão também teria de ser ouvida).

    Entretanto, você diz: "Assim como impostos são escravidão, horas extras não pagas também são. Serviços contratados e não cumpridos na integralidade do acordado são roubo. Se o governo os pratica, empresas privadas também praticam o roubo e a escravidão."

    Concordo que acordos não cumpridos representam fraude, e os minarquistas diriam que essa é uma das poucas funções do governo: prevenir a fraude. Entretanto, vale ressaltar que uma situação de acordo não cumprido (no caso, horas extras) não pode ser comparada à escravidão gerada pelos impostos. No caso da empresa, caso ela realmente fosse desonesta com seus empregados, esses poderiam perfeitamente sair dela e acioná-la na justiça. Certo? Não creio que a empresa os obrigava a trabalhar para ela. Logo, se os empregados tinham perfeita liberdade para sair de lá e, mais ainda, para acioná-la na justiça, então isso de modo algum configura "escravidão", mesmo no sentido mais metafórico do termo.

    O mesmo, entretanto, não é válido para os impostos. Você não pode optar por não pagá-los, assim como um trabalhador pode optar por sair de uma empresa. Se o trabalhador sai da empresa, ele está livre de sua "escravidão". Se o cidadão se recusar a dar uma fatia do seu salário a políticos, ele vai preso.

    A diferença é abissal.

    Grande abraço!
  • joselito  18/09/2011 14:43
    "Se o cidadão se recusar a dar uma fatia do seu salário a políticos, ele vai preso"

    Você está se referindo ao Brasil? Acho que não né? hehehehe
  • Augusto  23/09/2011 18:50
    "o que era corroborado por um índice de rotatividade alto de funcionários."\r
    \r
    bingo.
  • joselito  18/09/2011 14:38
    E quando as empresas se organizam em cartel? Como funciona? Existem vários exemplos aqui no Brasil. Na minha cidade existe por exemplo um cartel das empresas de software (praticamente TODAS participam). Esse cartel funciona assim: Uma empresa não pode contratar funcionário de outra empresa integrante do cartel. Resultado: São as empresas que determinam o preço que pagam aos funcionários e não o livre mercado.
  • Joao  24/08/2011 20:54
    Enfim, não me daria ao trabalho de comentar só para dizer isso. A única coisa que eu gostaria de registrar é que o argumento do Bruno, apesar de não ser capaz de embasar a tese que ele propõe, explicita uma coisa importante que é a única resistência que ainda existe em minha humilde cabecinha à eliminação total do estado: o descumprimento de acordos.

    E também tenho essa resistência, Jefferson, mas, em relação ao descumprimento de acordos: O estado é o maior "descumpridor" de acordos da sociedade. Aliás, o estado também favorece o descumprimento de acordos, protegendo empresas amigas do governo, fingindo que regula alguma coisa. A empresa que não honra os acordos ainda pode ser punida de alguma maneira pelos consumidores - basta que eles deixem de comprar. Já o estado pode ser "punido" pelo voto, o que não é exatamente uma punição, já que todos os políticos prometem que, dessa vez, os acordos e promessas serão cumpridas, porque eles são diferentes dos antecessores.
  • Eduardo Rodrigues, Rio  04/09/2011 14:45
    Acho relevante o questionamento feito por Jeferson acerca de descumprimento de contratos e como é conveniente para empregadores - sobretudo grandes empresas - agir assim.

    Joao disse: A empresa que não honra os acordos ainda pode ser punida de alguma maneira pelos consumidores - basta que eles deixem de comprar.

    Sem contar com o que Jeferson escrevera antes do comentário de Joao, haveria a situação, defendida por alguns usuários deste site, de que as pessoas agem pensando em si mesmas, sem muito ou nenhum altruísmo, fato esse que seria incompatível com a solução dada por Joao. Se os consumidores não estão sendo prejudicados pelo ocorrido na relação entre empregado e empregador, por que deixariam de comprar algo que é bom e barato? Essas duas conclusões - pessoas preocupadas com outrem e pessoas que só pensam em si mesmas - não são auto-excludentes?

    Além disso, como Jeferson já explicara: ainda que levada à justiça particular e sentenciada a indenizar um ex-funcionário pelas horas que ele trabalhou a mais do que havia sido acordado inicialmente e não foram pagas, por mais que grandes corporações se preocupem muito com sua imagem, a maioria delas comete atos socialmente condenáveis, e não os remediam até serem obrigadas. Entendo que o que dita toda relação de troca é o poder de barganha, que é inversamente proporcional à percepção de perda no caso de descumprimento de um acordo, e é essa a verdadeira causa da insatisfação do Bruno e de muitos outros: o fato de possuir poder de barganha muito menor que o seu empregador. Ao mesmo tempo, do lado do empresário, o prejuízo para a imagem PERCEBIDO por essas empresas é menor do que o prejuízo financeiro de se arcar com o que elas haviam previamente acordados, e tenho certeza que, em se mantendo essa condição de diferença de poder de barganha, elas jamais cumpririam 100% de seus acordos a menos que forçadas.
    [...]
    Eu trabalhei por 2 anos numa grande fabricante de cerveja, e nesse período via muita insatisfação por parte dos funcionários, o que era corroborado por um índice de rotatividade alto de funcionários. Apesar disso, ela está há muito tempo no mercado, porque os produtos que ela entrega são de boa qualidade e preço. Quem "paga" por isso são os funcionários.


    Logo, é pouco provável que o problema descrito por Jeferson pudesse ser corrigido pelos consumidores - se altruístas -, uma vez que essa questão dificilmente chegaria ao conhecimento do grande público (isso tudo, considerando a hipótese de que se chegasse, uma grande parcela dos consumidores teria que estar disposta a pagar um valor maior por um produto apenas para não comprar da empresa criminosa que cobra menos, sem saber se o mesmo ato criminoso ocorre nas concorrentes). Esse tipo de questão normalmente fica restrita ao local onde ela ocorre, ou seja, o ambiente de trabalho da empresa, e apenas ocasionalmente poderia surgir alguma denúncia sobre tais atos desabonadores.

    Uma forma de atenuar o problema de descumprimento de contrato por grandes empresas em desfavor dos empregados não seria existir uma maior oferta de empregos em relação à demanda por empregos? Assim, como o empregado não dependeria tanto do seu atual emprego para sobreviver, ele não seria impelido a aceitar algo que o desagradasse pois poderia facilmente conseguir outro emprego de remuneração semelhante, sendo, por conseqüência, desnecessário procurar a Justiça. Não é isso?

    Abraço.
  • anônimo  24/08/2011 22:06
    Realmente, a discussão está em um nível "elevado", ao qual seus participantes chegaram por terem frequentado boas escolas. Seria interessante que cada um dissesse quantos anos estudou e em quais escolas, com seu tipo (pública municipal, estadual, federal ou privada).
    Questão sociológica elementar à parte, seria necessário rediscutir a obra de Montesquieu para poder repensar a natureza do Estado. Além disso, é importante consultar Weber e sua definição fundamental de Poder Legítimo de Coerção. Afinal de contas, por que se deve confiar em uma empresa que cuida da segurança pública? Quem poderia questionar seus excessos? O consumidor, que preferiria outra força? Mas aí poder-se-ia ter uma guerra entre poderes rivais...
    Um país interessante, neste contexto, é a Somália, onde não há Estado Nacional Instituído. Um bom exemplo, concreto e real, para as especulações dos comentadores acima. Interessante notar que se encontra dividida entre senhores de guerra...
    Grato!
  • Luis Almeida  24/08/2011 23:26
    Os novatos que chegam ao site achando que sabem muito fariam um grande favor a todos os outros leitores se, antes de regurgitarem suas embasadíssimas opiniões, verificassem se as mesmas já não foram comentadas em artigos daqui. Creiam-me, o arquivo é bastante vasto.

    A esse anônimo que acha que descobriu o fogo ao falar da Somália:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=1031
  • Joao  25/08/2011 07:53
    Realmente, a discussão está em um nível "elevado", ao qual seus participantes chegaram por terem frequentado boas escolas.

    Sabe quanto de teoria austríaca aprendi em uma escola, colega? NADA. Estou aprendendo tudo por conta própria.

    Seria interessante que cada um dissesse quantos anos estudou e em quais escolas, com seu tipo (pública municipal, estadual, federal ou privada).

    Ou seja, se estudei em escola particular, não posso reclamar, porque sou um malvado burguês. Se estudei em escola pública, não posso reclamar, porque eu mesmo estudei em escola pública.

    Questão sociológica elementar à parte, seria necessário rediscutir a obra de Montesquieu para poder repensar a natureza do Estado.

    Masturbação filosófica barata a caminho...

    Além disso, é importante consultar Weber e sua definição fundamental de Poder Legítimo de Coerção. Afinal de contas, por que se deve confiar em uma empresa que cuida da segurança pública?

    É claro que todos devemos dar as mãos e louvar o estado, confiando a ele nossa segurança, porque, é claro, isso está funcionando muito bem. A polícia é uma maravilha, muito eficiente e nem um pouco corrupta. Eba!

    Quem poderia questionar seus excessos? O consumidor, que preferiria outra força? Mas aí poder-se-ia ter uma guerra entre poderes rivais...

    Realmente, para que não haja guerra entre poderes rivais, é melhor deixar uma empresa só tomar conta de tudo. Afinal, se ela tem todo o poder, não haverá guerra com rivais.

    Um país interessante, neste contexto, é a Somália, onde não há Estado Nacional Instituído. Um bom exemplo, concreto e real, para as especulações dos comentadores acima. Interessante notar que se encontra dividida entre senhores de guerra...

    Adivinhe quanto a existência do estado ajudou a evitar esse problema? O exemplo da Somália já foi abordado aqui.
  • anônimo  25/08/2011 14:08
    www.estadao.com.br/noticias/vidae,ensino-fundamental-57-saem-do-3-ano-sem-saber-matematica,763602,0.htm
  • anônimo  25/08/2011 16:17
    Então, João, fica a pergunta: qual empresa vai tomar conta da segurança?

    No Brasil, o Estado sustenta duas estruturas nacionais autorizadas a utilizar a força de coerção: o exército e a polícia federal. As UF têm as polícias civil e militar, e os municípios as guardas municipais.

    O que os vocês sabem a respeito dessas organizações? Quais as suas mazelas e os seus feitos?

    A sugestão de uma empresa privada monopolista de segurança pública é curiosa. O que ela faria, em tempos de crise? Forjaria a violência, para valorizar suas ações, aumentando a demanda por seus serviços? Ou não, pois o mercado livre é perfeito e os seres humanos são "paz e amor"?

    O instituto poderia, além de discutir economia, discutir também política, direito e sociologia.
  • Luis Almeida  25/08/2011 16:23
    E quem é que está sugerindo "uma empresa privada monopolista de segurança pública", meu caro?

    Volto a implorar a estes novatos: deem uma procurada básica no site antes de saírem fazendo declarações pomposas sobre assuntos que desconhecem. Vou até facilitar o serviço:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=174
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=767
  • anônimo  25/08/2011 16:35
    "Durante o período de um ano qualquer, é improvável que mais do que quatro ou cinco pessoas, nesse universo de mil, necessitem de proteção policial."

    Esta suposição é importante para o desenvolvimento de um dos artigos citados. Mas, de onde vem a estimativa? Parece frouxa e pouco fundamentada. Uma ideia interessante, mas que não se sustentaria diante de conhecedores mais aprofundados do sistema policial e prisional no país...
  • Luis Almeida  25/08/2011 18:30
    E qual a sua estimativa para dizer que essa estimativa "parece frouxa e fundamentada"? Você está simplesmente substituindo algo de que não gostou por algo que lhe parece mais aprazível.

    Pra mim, ela perece bem sólida. Um milionário em São Paulo ou no Rio de Janeiro certamente vai precisar de proteção policial. Já um sujeito comum em Bauru ou em Pelotas, não. Em um universo de mil pessoas, há mais milionários ou há mais "pessoas comuns"? Você quer que o pobre da Baixada Fluminense subsidie a proteção policial dos ricos do Leblon?

  • anônimo  26/08/2011 17:44
    Luis, a maior parte da criminalidade violenta nas grandes cidades do Brasil se concentra em regiões de alta vulnerabilidade social.

    Você pode buscar alguns centros de estudo de Criminalidade e Segurança Pública a esse respeito. As estatísticas, evolução dos números. Não se trata de gosto, meu caro. Na discussão ideológica, o paladar vai bem. Mas aqui se trata de indicadores mensuráveis...

    Indico o CRISP, da UFMG.

    Aproveito para sugerir um link para que vocês pensem sobre liberalismo, Estado e economia:

    g1.globo.com/economia/noticia/2011/08/warren-buffett-pede-aumento-de-impostos-dos-mais-ricos-como-ele.html
  • Luis Almeida  26/08/2011 18:37
    E daí? Grandes m... que o senhor Warren Buffet defenda tributação para os mais ricos. Aliás, a hipocrisia é tanta que ele sequer considera doar o dinheiro dele para o governo. Ele é plenamente livre para fazer isso. Por que não faz? Por que quer tomar o dinheiro dos outros?

    Eu explico por quê. Esse sujeito pertence à classe dos metacapitalistas: aquela gente que enriqueceu com o capitalismo e que agora quer proibir o capitalismo para os outros, de modo que apenas eles continuem ricos e poderosos, e que ninguém mais possa enriquecer e se tornar tão poderosos quanto eles. É aquela classe que transcendeu o capitalismo e o transformou no único socialismo que algum dia existiu ou existirá: o socialismo dos poderosos e dos engenheiros sociais a seu serviço.

    É hilário ver como esquerdistas passam a vida inteira deblaterando contra os ricos, mas abrem as pernas para o primeiro milionário que fale exatamente aquilo que eles, esquerdistas, gostam de ouvir. Esquerdista é tão corroído pela inveja e pelo ódio, que são incapazes de entender e enxergar o que realmente se passa. Querem apenas gritar: "Tomem o dinheiro dos ricos! E deem para o governo!" Que estratégia inteligente... Que estupidez máxima.

    Ademais, apenas ignorantes econômicos acham que tributar ainda mais os ricos é algo que irá afetar apenas os ricos. Os mais prejudicados serão justamente aquelas pessoas que esses idiotas pensam estarem ajudando: assalariados mais pobres, que ou perderão empregos, ou deixarão de ter aumentos, ou sequer serão contratados. Esquerdista não tem a mínima ideia de como funciona o processo de acumulação de capital e de como isso permite aumentos de salários para os mais pobres. Também são ignorantes quanto ao fato de que a tributação destrói o processo de acumulação de capital, impedindo que assalariados seja beneficiados.

    Já os vagabundos que vivem de assistencialismo provavelmente irão ganhar com essa. Mas esses são seres superiores, muito mais dignos do que aqueles imbecis que trabalham por salário.

    Mas é para esse caminho mesmo que o mundo está indo: punir quem trabalha e alisar a cabeça e dar esmolas para seres improdutivos, que apenas se apossam dos frutos do esforço alheio.
  • anônimo  27/08/2011 12:21
    Eu não sei, Luis...

    Até considero que esta aproximação entre o mega bilionário americano e o Obama tenha algum objetivo político (afinal de contas, todos negociam em busca de interesses condizentes com sua posição: um presidente e um mega investidor têm muitos interesses relativos a suas posições...)

    De todo modo, é impossível acreditar que, sem os impostos, há reinvestimento e aumento de salários. Aliás, veja o Brasil: os melhores salários são pagos pelo governo. Conheço funcionários de bancos "personalité" que dizem que seus clientes, ou são empresários, ou funcionários públicos. Os funcionários privados não possuem contas lá...

    É certo que há os executivos top, que recebem salários na casa das centenas de milhares, às vezes milhões de reais. Mas são centenas de pessoas num país de 200 milhões. Funcionários públicos, por sua vez, são milhões, com salários bons, acima da média, mas que não beiram as várias centenas de milhares dos executivos. Bons salários movimentam a economia e permitem, inclusive, arriscar em negócios próprios, com a pequena acumulação que geram.

    Não vejo o estado como este monstro. Aliás, quando ele arrecada, ele paga, movimentando a economia. É um ator econômico extremamente relevante. Por ser tratado com tanto desdém, muitas vezes paga caro, e é dominado por interesses escusos. A causa do problema é a escassa cultura política do brasileiro, e não o fato do estado existir. Se fosse tratado como uma empresa, com seu negócio específico e metas a cumprir, o estado poderia se tornar um agente econômico muito interessante. Funcionamento racionalizado a partir de simples objetivos: fornecer serviços de qualidade e promover o bem comum. É esse profissionalismo o que falta. Mas vejo na política atual de contratação de pessoal para o funcionalismo este objetivo de atrair os melhores profissionais, com salários acima da média, para ter à disposição uma excelente equipe, capaz de levar este "negócio público" da melhor forma possível.

    Os impostos podem ser reinvestidos em benefícios coletivos, enquanto que as margens de lucro nem sempre geram isso. Ora, quem acumula, acumula por acumular. Qual meu interesse em reivestir capital, a não ser para gerar mais capital para mim? Se eu fosse grande capitalista, pouco me importaria com bem público. Falo de coração. Leis, ordenamentos: se estivessem me prejudicando, atuaria de modo a tentar desestabiliza-las. Direitos de trabalhadores, minorias? Que diferença fazem, para mim? Eu não sou desse time. Neste particular, a história do Estado de Bem Estar Social europeu é interessante: o processo de evolução social que levou os trabalhadores a ganharem direitos. Pois o capitalismo se iniciou dando privilégios irrestritos a donos de capital, com ativa participação do estado no processo. A revolução industrial inglesa marca o início do capitalismo, e deve sempre ser lembrada.

    Neste contexto ideológico, a reação simétrica e inversa é a revolta social, a luta armada, a dissolução da propriedade privada e coletivização dos meios de produção. Vejo, portanto, nesta defesa irrestrita dos interesses individuais e neste neo-liberalismo dos textos que acompanhei aqui uma postura extremista. Isso aqui é a extrema direita, com suas fantasias fantasmagóricas, raciocínios apriorísticos, mesmo quando o problema é empírico. Para lidar com problemas econômicos e sociais concretos, como acumulação de capital, distribuição de renda e riquezas, violência, o método mais adequado é sempre o método científico: a produção de dados, o trabalho de formiguinha de pesquisador, contra elocubrações vazias.

    Creio que a tendência da política nacional e internacional é um processo de sedimentação da esquerda no poder, e processos mais intensos de redistribuição de capital. É totalmente irreal dizer que beneficiários de programas sociais são vagabundos. Mega empresários certamente não trabalham (conheço empresários nem tão grandes e que já não trabalham), e toda a acumulação de capital advém da exploração de trabalho alheio. Olha, a despeito das tentativas, é impossível superar as análises econômicas de Marx. Não há nada melhor no mercado...

    Não há espaço, no meu entender, para revoluções sociais, mesmo porque o estado as contém com seus programas sociais. Agora, se coisas como as que vocês falam passam a valer, certamente inúmeros problemas de ordem social ocorreriam. E, contra isso, não há nenhum argumento ou mesmo idealização aqui, pelo menos pelo que vi até agora.

  • Luis Almeida  28/08/2011 22:30
    "Os impostos podem ser reinvestidos em benefícios coletivos, enquanto que as margens de lucro nem sempre geram isso. Ora, quem acumula, acumula por acumular. Qual meu interesse em reivestir capital, a não ser para gerar mais capital para mim? Se eu fosse grande capitalista, pouco me importaria com bem público. Falo de coração."

    Quanta ignorância! O que você acha que é acumular capital? Guardar dinheiro debaixo da cama? Meu caro, no atual sistema econômico isso não existe. Ou o capitalista deixa seu dinheiro no banco -- o qual será emprestado, pois vivemos em um sistema bancário de reservas fracionárias -- ou ele (muito mais provavelmente) é obrigado a reinvestir esse dinheiro em sua empresa caso queira manter seus lucros. Se não fizer isso, a concorrência o comerá vivo (daí a importância e o benefício de um livre mercado).

    Logo, meu caro, reinvestir capital não é apenas gerar mais capital para você. Todos ganham nesse processo.

    Sugiro a leitura desse texto, que parece ter sido escrito especialmente para você.
    www.mises.org.br/Article.aspx?id=773

    "Não vejo o estado como este monstro. Aliás, quando ele arrecada, ele paga, movimentando a economia. É um ator econômico extremamente relevante. [...] Se fosse tratado como uma empresa, com seu negócio específico e metas a cumprir, o estado poderia se tornar um agente econômico muito interessante. Funcionamento racionalizado a partir de simples objetivos: fornecer serviços de qualidade e promover o bem comum. É esse profissionalismo o que falta."

    Que maravilha! Basta então dar a uma organização o monopólio da coerção e da tributação, dando-lhe o privilégio de tomar dinheiro de uns para dar pra quem bem entender e, puft!, a riqueza econômica será gerada! Todos enriquecerão! Um genuíno milagre! Falta só decidir quem serão os otários que produzirão a riqueza e quem serão os espertos que receberão a riqueza. E, principalmente, quem serão os ultra-espertos que ficarão com a faca na mão cortando o bolo, decidindo quem fica com qual fatia e quem deve produzir as fatias.

    Fica aqui uma dica de política que você deve defender: tomar uma fatia da renda de todas as pessoas e enviar tudo pra mim. Prometo sair gastando adoidado. E, ao fazer isso, segundo você, estarei enriquecendo a todos. Ou seja: se eu tirar água do lado fundo da piscina apenas para jogá-la no lado raso, no final, o volume de água da piscina será maior!

    Só podia ser esquerdista e funcionário público pra apresentar um autêntico raciossímio desse.
  • anônimo  29/08/2011 00:14
    Luis, o Estado Democrático de Direito dá a liberdade para que espaços como este existam, e isso é fantástico. É fantástico, porque é um espaço para a livre expressão, inclusive da revolta. Esta revolta pode ser canalizada para algum tipo de estudo, e nesse sentido acho bacana que vocês falem em "Escolas". Provavelmente, vocês têm mestres, estudiosos que disseminam ideologias econômicas, e devem ser bons alunos. Se não o forem, ao menos têm interesse.

    Que maravilha! Basta então dar a uma organização o monopólio da coerção e da tributação, dando-lhe o privilégio de tomar dinheiro de uns para dar pra quem bem entender e, puft!, a riqueza econômica será gerada! Todos enriquecerão! Um genuíno milagre! Falta só decidir quem serão os otários que produzirão a riqueza e quem serão os espertos que receberão a riqueza. E, principalmente, quem serão os ultra-espertos que ficarão com a faca na mão cortando o bolo, decidindo quem fica com qual fatia e quem deve produzir as fatias."

    Isso que você disse acima, não funciona e jamais funcionou assim. A história dos regimes políticos é longa, as relações humanas já passaram por diversos estágios, e mesmo sendo certo que nada se repete no decorrer do tempo, o monopólio da coerção e a tributação dividida entre os entes federativos é o resultado de uma longa evolução política. Na Somália, por exemplo, que vocês louvam, os paramilitares cobram por seus serviços de manutenção da segurança pública, sem oferecer garantias, um sistema de defesa para acusados, uma promotoria para averiguação de acusações, etc, etc... Ainda que a teoria econômica tenha a pretensão de avaliar as relações humanas a partir de princípios mercadológicos, ela desconsidera a evolução do direito e da sociedade, que muitas vezes ocorrem a partir de princípios e de uma dimensão da existência humana que não são estudados pela economia.

    É fundamental que o sistema produtivo se mantenha. Não é otário quem produz, se será pago. O estado, através de remuneração, fomenta o mercado consumidor. Ele não se responsabiliza por produção. Se fosse suficientemente eficiente, poderia até mesmo atuar no ramo alimentício, de automóveis, etc. A China possui um estado que detém 60% da economia, com empresas cada vez mais eficientes, e está passando por processo de desestatização. Se há Estado, deve haver produção. Não entendo mesmo essa revolta contra o Estado... O fato de seus servidores não participarem diretamente da produção, não impede que a iniciativa privada ganhe. Veja bem: pequenos empreendedores podem ganhar o mesmo que funcionários de grande patente. Donos de restaurante bem sucedidos ganham bem mais do que 20 mil por mês, e não precisam ser donos de redes em grandes cidades... Agora, funcionários de MMX, Gerdau, ou mesmo dos restaurantes anteriores, ganham BEM menos do que os funcionários públicos. Por que isso? Por que não se paga, na iniciativa privada, um salário inicial de R$ 10.000,00 para um funcionário quem tem curso superior? Por que ela não faz como o estado, se tem tanta competência?

    Com relação a quem ficará com a faca cortando o bolo, isso é fácil de dizer: a POLÍTICA decidirá. Quem tiver mais eficiência política, tiver mais mérito e capacidade de ser eleito, poderá governar, através do fomento de suas bases políticas e reconhecimento das demandas sociais. Para que um economista entenda, é um sistema
    onde os valores produzidos e disputados não são exatamente os mesmos que os existentes no sistema econômico - trata-se de um capital de outra ordem. Isso é apenas para que a economia entenda o que é a política, que é BEM MAIS do que isso...

    Quanta ignorância! O que você acha que é acumular capital? Guardar dinheiro debaixo da cama? Meu caro, no atual sistema econômico isso não existe. Ou o capitalista deixa seu dinheiro no banco -- o qual será emprestado, pois vivemos em um sistema bancário de reservas fracionárias -- ou ele (muito mais provavelmente) é obrigado a reinvestir esse dinheiro em sua empresa caso queira manter seus lucros. Se não fizer isso, a concorrência o comerá vivo (daí a importância e o benefício de um livre mercado).

    Não disse que o capitalismo é guardar dinheiro debaixo da cama em meus escritos, conforme está registrado no site. É preciso ler com cuidado, para não se cometer este tipo de engano pueril que, na verdade, dificulta a continuidade do debate e reduz o nível da discussão. Ignorância é não acompanhar com a devida cautela intelectual o que está sendo dito. Melhor dizendo, não é ignorância, mas sim pressa juvenil.

    Disse acima que o capital é reinvestido para gerar mais capital, o que você repetiu ao esclarecer a respeito do sistema bancário ou do reinvestimento na empresa. Ora, isso é feito para que exista mais lucro. Acho que estamos de acordo neste ponto particular.

    Estou certo de que o reinvestimento das empresas aumenta os salários, ao gerar uma oferta maior de empregos, mas provoco quem quer que seja a mostrar que este reinvestimento gera um sistema remuneratório equivalente àquele pago pelo Estado atualmente. Não nos esqueçamos que, para certos investimentos, há benefícios generosos dados pelo Estado, que nem assim fazem com que as empresas paguem tão bem seus funcionários, como ele. Como o Estado consegue pagar salários médios tão vultuosos, e as empresas não? Gostaria de ver os empresários pagando 6, 8, 10 mil para iniciantes, com planos de carreira que devem levar, em 30 anos, esses valores para mais de 30 mil, em média. Por que isso não ocorre já? É o Estado que limita a política remuneratória das empresas? Ou a própria necessidade cega de reprodução do capital? Ou melhor, a ganância por mais lucros?

    Em meu pensamento, lucro e impostos são termos opostos, e eu sei que os impostos têm a finalidade de gerar benefícios sociais, enquanto que o lucro serve para gerar mais capital. A mera e simples geração de capital, por si mesma, para mim não é o objetivo final da existência do homem. É muito pouco, tendo em vista a complexidade do ser humano, defender um modo de existência social que se apraze com a vulgar reprodução do capital, como se isso fosse, por si mesmo, gerar algum bem ou satisfação para qualquer pessoa. Agora, aquele que é dono de meios de produção é capaz de fruir com liberdade daquilo que o capital lhe traz, e deve mesmo reinvestir seu capital para manter sua posição, sua empresa, a possibilidade de reprodução dos seus investimentos, para não ser devorado pelo "tigre" da concorrência (pois o leão é o estado, não?)

    Gostaria de ler, finalmente, uma bem fundamentada defesa das margens de lucro, da remuneração dos donos dos meios de produção, e uma boa explicação para a frase final de sua resposta, de que a mais valia não existe. Pois isso é, no final da contas, a diferença fundamental entre nossas posições.

    A propósito, minha família é proprietária de uma empresa de pequeno porte, à qual algum membro vai uma vez por semana, e que gera, há anos, dividendos mensais que são distribuídos entre os sócios, e que são maiores do que a folha de pagamento da empresa. Se você puder me dizer de onde isso sai, eu ficaria satisfeito. Mas, desde já, agradeço por disponibilizar, com sua inteligência, tantas palavras para que nos sintamos, em nossa casa, pessoas melhores. Também sou fã de empreendedorismo e inovação.

    Até mais!




  • joselito  18/09/2011 18:55
    Por que vocês não tentam colocar em prática o que vocês pregam?
    Por exemplo: Todo condomínio pode ser considerado como um mini-estado, com um governante eleito democraticamente (síndico), funcionários públicos (faxineiras, porteiros), segurança (vigias), impostos (taxa de condomínio) etc...
    Meu desafio: Que tal abolir esse mini-estado? Como vocês fariam? Como isso funcionaria?
    Se um dia isso acontecer, ou seja, se um dia um simples condomínio for regidos por essas regras que vocês defendem, eu tiro o chapéu.
    Minha opinião: Isso NUNCA vai acontecer, é impossível. E falo apenas em um mero condomínio, imagina em uma sociedade inteira.
  • Carlos  23/09/2011 01:50
    Hehehe. Essa foi boa Joselito.

    Comparar taxa de condomínio com imposto, e faxineira com servidor público.
    Tenta da próxima, vai!

  • joselito  23/09/2011 10:35
    Então me explica porque não pode ser comparado, me dê argumentos.
    Falar por falar eu também sei.
  • Tiago RC  23/09/2011 09:57
    Joselito, você realmente não consegue enxergar a diferença fundamental entre um contrato *voluntário* de compartilhamento de propriedades, como no caso de um condomínio, e a violência pura e simples praticada pelo grupo armado que se considera proprietário de uma nação inteira?
  • Felix  23/09/2011 10:02
    O condomínio pra mim é o melhor exemplo de que as pessoas conseguem se organizar sem a presença do Estado.
    onde moro,
    tem segurança eficiente, limpeza, pavimentação, praça, parquinho, recolhimento de lixo e meus impostos (taxa de condomínio) são de 200 e poucos por mês.
    Pago com prazer...
  • Peterson Mota  23/09/2011 10:24
    Você é inocente assim ou ta fazendo de proposito Joselito? Em um condomínio, os proprietários, antes de comprar o seu imóvel, ao assinar o Contrato de Compra e venda, está ciente do memorial descritivo, que explana sobre a formação de um condomínio. Então não existe uma arma apontada pra cabeça do condômino, ele assinou o contrato ciente disto. Já em relação ao país, qual contrato eu e você assinamos, onde está minha assinatura concordando com esta arma que é apontada pra mim?
  • joselito  24/09/2011 11:16
    Existe arma apontada no Estado? hahahahaha.... tô mijando de rir agora.

    Assim como existem outros condomínios e você não é obrigado a viver em nenhum deles, no planeta existem mais de 100 nações, basta escolher uma outra!!
    Não vejo diferença nenhuma. Escolha uma em que as leis te agradam.
    Porque você não vai viver na Somália? Não é lá que o modelo de vocês deu certo?
  • Fernando Chiocca  25/09/2011 12:42
    Para o coitado tentando comparar estado com condomínio, melhor ler este artigo antes de postar qualquer outra coisa: Mercado versus estado
  • void  25/09/2011 13:00
    Como sugerido aqui?
    www.youtube.com/watch?v=EfQdw2K59x4
  • mcmoraes  25/09/2011 14:31
    @Joselito: "...Existe arma apontada no Estado? hahahahaha.... tô mijando de rir agora..."

    Pode até ser que o Joselito esteja trolando, mas esse comentário me fez lembrar de uma conversa que tive com o meu irmão certa vez. Ele realmente não entendia porque eu dizia que o estado mete uma arma na sua cabeça. Depois que eu disse a ele que:

    1) se você não obedecer o estado, você vai ser enquadrado na lei. Uma forma muito conhecida de desobedecer o estado é deixar de pagar seus impostos (tributos, taxas, impostos, etc.), mas coisas muito mais insignificantes como não matricular seus filhos na escola já é o suficiente para ser enquadrado;

    2) se você for enquadrado na lei, você terá que sofrer consequências. Por exemplo, você terá que pagar multas, juros, terá seu CPF cassado, não poderá ter contas bancárias, não poderá deixar o país, não poderá vender seus bens, etc.;

    3) se você se negar a sofrer as consequências, você será intimado;

    4) se você ignorar a intimação, você será preso;

    5) se você se resistir à prisão, você será morto.

    Então, após esse encadeamento causas e consequências, ficou claro para o meu irmão de que forma o estado aponta uma arma para as nossas cabeças. Se o Joselito não for apenas mais um troll assolando o IMB, ele deve entender isso também.
  • Carlos  25/09/2011 22:35
    "Assim como existem outros condomínios e você não é obrigado a viver em nenhum deles, no planeta existem mais de 100 nações, basta escolher uma outra!!"

    Que beleza! Uma concorrência entre ladrões! Eu posso escolher qual eu quero!

    Eu posso escolher por quem eu vou ser assaltado, posso escolher um onde a espoliação vai ser um pouco mais leve, para me sentir melhor. Posso escolher entre o que arroga o poder de polícia sobre o mundo, ou o que me faz trabalhar 12 horas por dia e no final do mês me não deixar eu fazer aquilo que quero com o dinheiro resultado do meu trabalho.

    Posso escolher um que me deixe ter apenas 2 filhos, já que meus espermatozóides e os ovários da minha companheira não são nossos, são do estado.

    Realmente, tenho vastas e excelentes opções. Fiquei até em dúvida de qual escolher.


  • anônimo  23/09/2011 10:51
    É. Vamos fazer de conta que o síndico chega à porta do seu apartamento e diz: "O valor do condomínio é de 35% do seu salário, pague ou vamos trancá-lo na sala do zelador, onde você será a princesinha dele. Isso é para seu próprio bem".

    Vamos fazer de conta que em condomínio eu sou obrigado a usar apenas os serviços oferecidos dentro dele, ou que teria que pagar taxas extras para cada bem/mercadoria que passasse por seus portões. Isso quando o síndico não decidisse que não posso utilizar determinados bens/serviços.

    Interessante seria eu ir pra uma cadeia no condomínio, caso decidisse que o síndico não pode determinar, por exemplo, que medicamentos eu posso usar.

    Aliás, eu poderia abrir mão de pagamento de taxas num condomínio, o máximo que acontece é que deixo de ter peso em decisões internas e talvez deixe de receber os serviços do condomínio. Não podem tomar decisões sobre minha propriedade.

    Façamos de conta, também, que, a exemplo do que ocorre na compra de um apartamento/casa de condomínio, com o estado eu tenha um contrato estabelecido em comum acordo (entre as partes).

    Será mesmo que dá pra entender que um condomínio é como um estado?

    Só poderia ser um sem noção.
  • joselito  24/09/2011 17:38
    Anônimo, você é hilário, hahahahaha
  • void  25/09/2011 13:03
    Qualé? Só isso? Acho que trollei o troll.
  • joselito  25/09/2011 13:20
    O dia que você disser o nome de uma única pessoa que tenha sido presa por não pagar impostos eu vou começar a levar alguma coisa que você disse a sério. Pelo menos aqui no Brasil não existe isso. Aliás, o que mais se vê são pessoas que se recusam a pagar os impostos.
  • Carlos  25/09/2011 22:45
    "O dia que você disser o nome de uma única pessoa que tenha sido presa por não pagar impostos eu vou começar a levar alguma coisa que você disse a sério."

    pt.wikipedia.org/wiki/Eliana_Tranchesi

    Acho bom você começar a levar a sério mesmo, porque eles não estão para brincadeira.
  • Diogo  25/09/2011 23:50
    Essas muambas que você vende pela internet pagam imposto?
    Cuidado que o leão vai te pegar e você vai preso!
  • Carlos  26/09/2011 22:11
    É Diogo, isso realmente pode acontecer já que para o governo uma pessoa que trabalha 16 horas por dia para trazer produtos de qualidade a preço baixo e atender a demanda de muitas pessoas, é considerado vagabundo e tem que ir preso.
  • Roberto  26/09/2011 00:39
    Não entendi esse link que foi passado. Nele diz que ela não foi presa.

    "No mesmo dia, a empresária foi presa pela Polícia Federal em cumprimento a sentença judicial, mas, um dia depois, a defesa conseguiu um habeas corpus e Tranchesi foi libertada."
  • mcmoraes  26/09/2011 07:46
    @Joselito: "...O dia que você disser o nome de uma única pessoa que tenha sido presa por não pagar impostos eu vou começar a levar alguma coisa que você disse a sério. Pelo menos aqui no Brasil não existe isso. Aliás, o que mais se vê são pessoas que se recusam a pagar os impostos..."

    Em plena era da Internet, o Joselito ainda fica repetindo as "verdades absolutas" que escutou na sétima série (ou num churrasco com os amigos). 2 ou 3 minutos de pesquisa no Google apontam para uma série de casos de aprisionamento por sonegação de impostos. Além do caso famosíssimo da dona da DasLu (que já é o suficiente para você começar a nos levar a sério), tem também esse aqui, ó: www.band.com.br/noticias/cidades/noticia/?id=298912. Tem também um caso de um conhecido meu, peixe pequeno, que se enredou todo nas malhas da RF. Mas esse é um caso muito pequeno para sair em qualquer jornal.
  • Fernando Chiocca  26/09/2011 08:28
    Esse fake joselito serve apenas para mostrar o desespero dos socialistas frente as ideias expostas por aqui.

    O coitado tentou construir uma argumentação sobre a premissa de que impostos não são impostos!.. de que não acontece nada se alguém decide não pagar impostas... Será que ele não paga? Não merece nem resposta tamanha cretinice.

    Foi aprovado apenas para mostrar o quão intelectualmente morto são nossos adversários, e suas trolagens serão barradas daqui pra frente, pois nossos leitores merecem um pouco mais de consideração. Mcmoraes, vc não tem que perder seu tempo com a absurdidade de procurar um link mostrando a imposição dos impostos... isso é o mesmo que um sujeio entrar num fórum de engenharia espacial e contestar a atração gravitacional da Terra, pedindo demonstrações da lei da gravidade. Enfim, o máximo que fariam seria jogar uma pedra do alto na cabeça do energúmeno...
  • Absolut  28/08/2011 22:44
    e toda a acumulação de capital advém da exploração de trabalho alheio. Olha, a despeito das tentativas, é impossível superar as análises econômicas de Marx. Não há nada melhor no mercado...

    Não existe mais-valia.
  • anônimo  28/08/2011 20:53
    Dizer que Cuba só não é mais pobre do que o Haiti é uma inversão total. Pois até 2005, segundos dados da ONU, Cuba apresentava uma expectativa de vida superior aos EUA e à Dinamarca, e ainda hoje, Cuba apresenta uma taxa de mortalidade infantil inferior aos EUA....

    Outro dia apontaram como exemplo de saúde pública o El Salvador, agora apontam com
  • Luis Almeida  28/08/2011 22:13

    E de acordo com essas mesmas estatísticas da ONU, em 1958 (o ano anterior à gloriosa revolução) Cuba tinha a 13ª menor taxa de mortalidade infantil do mundo (hoje está em 44º lugar). Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal. Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores.

    E mesmo despencando da 13ª posição (quando capitalista) para a 44ª (agora comunista), a "impressionante" mortalidade infantil cubana é mantida artificialmente baixa pelas trapaças estatísticas do Partido Comunista e por uma taxa de aborto verdadeiramente pavorosa: 0,71 abortos para cada feto nascido vivo. Essa é, de longe, a taxa mais alta do hemisfério. Em Cuba, qualquer gestação que sequer insinue alguma complicação é "terminada". O governo cubano obriga todas as mulheres grávidas a fazer uma ultra-sonografia de seu feto -- se este tiver alguma doença, a mulher é obrigada a abortar. Dessa forma, qualquer país pode facilmente apresentar uma "baixa" mortalidade infantil.

    Se um bebê morre durante seu primeiro ano de vida, os médicos declaram que ele era mais velho. Caso contrário, tal lapso pode custar-lhe severas punições, além do seu emprego.

    Consequentemente, de acordo com a Associação dos Médicos e Cirurgiões Americanos, a taxa de mortalidade das crianças cubanas com idade entre um e quatro anos é 34% maior do que a dos EUA (11,8 versus 8,8 por 1.000). Mas esses números -- por uma questão de critério -- não figuram nas notórias "taxas de mortalidade infantil" da ONU e da Organização Mundial de Saúde. Portanto, não há pressão sobre os médicos cubanos para que eles falsifiquem esses números -- por enquanto.

    O que é ainda mais interessante (e trágico): a taxa de mortalidade materna em Cuba é quase quatro vezes maior que a dos EUA (33 versus 8,4 por 1.000). Não deixa de ser algo bem peculiar o fato de que tantas mães morrem durante o parto, assim como tantas crianças de um a quatro anos, e, ao mesmo tempo, os bebês com menos de um ano (período durante o qual eles são classificados como bebês pelas estatísticas da ONU) são perfeitamente saudáveis!
  • Junior  28/08/2011 22:59
    Pessoal,\r
    \r
    Olhem as exigências realizadas por um movimento estudantil, que está ocupando a reitoria a mais de 3 dias.\r
    \r
    www.uem.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4093&Itemid=1\r
    \r
    Chega a ser cômico!!
  • Ricardo  28/08/2011 23:40
    Primeiro Cuba só não seria pior do que o Haiti, agora mudaram o discurso: Cuba apresentava bons indicadores e assim os manteve, e hoje se justifica porque tem indicadores melhor do que os outros países...

    Se as fontes do governo cubano são manipuladas, as suas fontes manipulam até os números da ONU, ou você simplesmente copiou uma afirmação de um blog ou um site de direita vazia, sem números. O mal das fraudes é essa, não duram muito quando o olhar é mais apurado. É verdade que Cuba (junto com a Argentina, Uruguai, Bahamas, Barbados, Trinidad Tobago todos países capitalistas - um deles é um paraiso fiscal - e que hoje Cuba os deixa comendo poeira, tratando-se de melhores indicadores sociais...) apresentava indicadores melhores do que a média latino-americana, mas segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU de 1990, Cuba apresentava taxas de mortalidade infantil muito maior que França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e para não dizer que você está completamente enganado, Cuba apresentava taxa de mortalidade de menores de cinco anos menor do que Portugal (que apresentava a maior taxa de mortalidade infantil da Europa Ocidental, maior que 100 por 1000) em 1960, um ano depois da Revolução Cubana. Veja com os seus próprios olhos:

    hdr.undp.org/en/media/hdr_1990_es_indicadores1.pdf

    Infelizmente vou parar por aqui, até porque eu sei que este debate não vai durar, pois duvido que o IMB publique este comentário, já que os fatos e os números não se ajustam às idéias deste Instituto...
  • Leandro  29/08/2011 00:23
    Ora, mas é claro que vamos publicar. Pérolas como essa não podem passar despercebidas.

    O problema dos inaptos é tentar fazer jogo de palavras para cima de quem já é um inveterado em ter de lidar com isso.

    Em momento algum o leitor Luis Almeida disse que "Cuba apresentava bons indicadores e assim os manteve, e hoje se justifica porque tem indicadores melhor do que os outros países..."

    A frase é ininteligível, sendo impossível de entender qual a conexão causal entre a segunda parte da frase com a primeira.

    O fato é que os próprios dados mostram que Cuba parou no tempo. A saúde é hoje como era há 50 anos. E não poderia ser diferente: se um país não permite a acumulação de capital, não há como haver melhorias em nada, mesmo em setores pontuais, como a medicina. A única possibilidade de a medicina avançar em um país que proíbe a acumulação de capital seria importando equipamentos e mão-de-obra. E isso só poderia ocorrer algum aliado estrangeiro fizesse tal doação (duvido que a exportação de charutos cubanos consiga pagar a importação de equipamentos médicos). Durante alguma tempo, a URSS fez isso (sustentada com dinheiro americano). Atualmente, Hugo Chávez vem fazendo o mesmo, mas não com o mesmo vigor soviético.

    E essa realidade descrita, meu caro, não é ideologia. Isso é pura ciência econômica. E a lógica da ciência econômica não pode ser contornada, lograda, driblada, iludida, burlada, evadida ou evitada. Não se trata de questão de fé ou de emoções.

    De resto, como você bem disse, já em 1990, "Cuba apresentava taxas de mortalidade infantil muito maior que França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha". Ora, não discordo disso. Aliás, é exatamente disso que estamos falando: como Cuba piorou.

    Também não entendi nada dessa outra comparação: "Cuba apresentava taxa de mortalidade de menores de cinco anos menor do que Portugal (que apresentava a maior taxa de mortalidade infantil da Europa Ocidental, maior que 100 por 1000) em 1960, um ano depois da Revolução Cubana. Veja com os seus próprios olhos:"

    Nem preciso ver. Creio em você. Só não entendi por que você achou que comparar positivamente a Cuba de 1960 (com menos de um ano de governo revolucionário, o qual nem havia começado as expropriações ainda) com Portugal do mesmo ano seria algo bom para a sua posição. Não entendi qual a sua.

    Infelizmente vou parar por aqui, até porque eu sei que este debate não vai durar, pois duvido que o IMB publique este comentário, já que os fatos e os números não se ajustam às idéias deste Instituto...

    Por que não publicaríamos? Você não apenas não foi ofensivo, como ainda nos deu ainda mais dados concretos.

    Grande abraço!
  • Ricardo  29/08/2011 01:02
    Quando eu comparei os índices de 1960, eu estava me referindo a TODOS os países citados pelo leitor Luis Almeida. Ele disse: "E de acordo com essas mesmas estatísticas da ONU, em 1958 (o ano anterior à gloriosa revolução) Cuba tinha a 13ª menor taxa de mortalidade infantil do mundo (hoje está em 44º lugar). Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal. Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores." Segundo o Relatorio de Desenvolvimento Humano da ONU de 1990, em 1960, um ano depois da Revolução Cubana, Cuba apresentava uma taxa de mortalidade infantil muito maior do que os países citados pelo Luis Almeida, exceto Portugal, que naquele apresentava uma taxa de mortalidade infantil muito maior do que Cuba. Veja: (pag. 19 e 20)

    hdr.undp.org/en/media/hdr_1990_es_indicadores1.pdf

    Taxa de mortalidade de menores de cinco anos (por 1.000) 1960
    Cuba: 87
    França: 34
    Bélgica: 35
    Alemanha Rep. Fed.: 40
    Israel: 40
    Japão: 40
    Áustria: 43
    Itália: 50
    Espanha: 56
    Portugal: 112

    Entendeu?
  • Leandro  29/08/2011 01:46
    Ah, entendi sim. Ou seja, sobre Cuba, não é correto dizer que "o que era bom, piorou". O certo é dizer que "o que era ruim, ficou péssimo."

    E tudo estatisticamente comprovado.

    Obrigado pelos dados. Grande abraço!
  • Fernando Chiocca  29/08/2011 11:10
    Leitura ideal para o Ricardo:

    Manual do Perfeito Idiota Latino Americano
  • Erik Frederico Alves Cenaqui  06/09/2011 12:22
    Prezado Fernando Chiocca\r
    \r
    Na Página 72 do livro GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA AMÉRICA LATINA da Editora Leya e dos autores Leandro Narloch e Duda Teixeira existe uma citação positiva das palestras que Ludwig Von Mises proferiu na Argentina e que originaram o livro as AS SEIS LIÇÕES.\r
    \r
    O autor do livro entende que Che Guevara deveria ter ficado em Buenos Aires e visto as palestras.\r
    \r
    Não sei se você já sabia disso.\r
    \r
    Abraços\r
    \r
  • Rovison  21/09/2011 08:52
    Um dos principais defeitos do sistema público de ensino é que ele é obrigado a aceitar qualquer indivíduo que queira se matricular, não importando se a pessoa quer ou não estudar ou se ela preenche os requisitos mínimos para ocupar uma vaga na escola. Os governos torram bilhões de reais com pessoas que não querem estudar ou são incapazes de aprender as coisas mais elementares de qualquer matéria. É um desperdício criminoso de recursos públicos. Outro problema grave da educação pública são os privilégios de que desfruta a classe dos professores. Por mais incompetente, fraco, inapto e picareta que seja o professor concursado, ele tem o emprego garantido pela lei da estabilidade do servidor público. Só será demitido se cometer um crime tipificado no código penal e mesmo assim depois de um longo processo administrativo. Falo isto porque sou professor da rede pública e constato a picaretagem que reina nesse meio. O que a maioria dos professores de escola pública mais quer é ter reajustes salariais muito acima da inflação, trabalhar o mínimo possível, não ser cobrado quanto a produtividade do seu trabalho e se aposentar o mais rápido possível. No estado onde moro, o Pará, os professores da rede estadual estão pensando iniciar mais uma greve no próximo mês (houve duas greves nos últimos dois anos). Detalhe: o salário do professor com nível superior na rede estadual do Pará é um dos mais altos do Brasil, mais de duas vezes o que se paga a um professor no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e vários outros estados do Brasil.
  • Luis Santos  23/09/2011 17:30
    Não há solução perfeita, sem efeitos indesejáveis, em nenhuma proposta. Nem o Estado deve obrigatoriamente assumir toda a educação como tampouco deve, obrigatoriamente, não participar dela.

    Um mundo onde o Estado não participe da educação é uma utopia tão infantil quanto à da educação universal. O melhor modelo é o Estado ter uma participação específica e reduzida, deixando o grosso para a iniciativa privada. Mas mantendo o Estado o seu papel de definir uma regulação mínima e promover a fiscalização da mesma.

    Gostaria de acreditar na possibilidade de uma educação sem o Estado.

    Gostaria mais ainda em acreditar na possibilidade da não existência do Estado...

  • Rovison  25/09/2011 13:41
    Concordo com vc, Luis. O estado deveria ter uma participação mínima como ofertante de serviço educacional e mesmo assim só aquelas raras ilhas de excelência deveriam ser mantidas pelo poder público. Um pouquinho de regulação estatal apenas para evitar que empresas picaretas enganem o consumidor.
  • Carlos  25/09/2011 22:55
    É Rovison, é importante o governo regular um poquinho para que os picaretas não enganem o consumidor né? Já que no atual arranjo monopolista, o governo não é nada picareta. Ele não engana o consumidor nem um pouquinho, haja vista a cartilha do MEC.
  • Leo  25/09/2011 23:34
    Claro, não precisa regulação.
    As univesidades particulares são todas de ótima índole.

    www.diariodamanha.com/noticias.asp?a=view&id=14610
  • Fernando Chiocca  26/09/2011 00:24
    Leo, quem disse que são todas de boa indole? E quem disse que isso exige regulação?
    Até pq seria de uma estupidez total achar que o MEC ou o estado possuem boa indole.

    Qual o problema de uma universidade aprovar todos sem ler uma prova? Alias, qual o problema de uma universidade sair distribuindo diplomas pra qualquer um que pague?

    Certamente eu não contrataria ninguém com diploma dessa faculdade, e vc? Mas é claro que vc, uma pessoa tao inteligente, deve ser a favor de agredir os outros para ajudá-los a nao tomar atitudes que poderiam prejudicá-los, afinal, nem todos sao tão inteligentes como vc e devem ser cuidados por pessoas como vc, mesmo que não queiram.

    Obrigado por existir!
  • Rovison  26/09/2011 00:02
    Concordo com vc, Carlos, que o estado brasileiro é altamente ineficiente e cheio de picaretas, mas isto não quer dizer que TODO estado em qualquer sociedade é sempre assim. Sei que todos os estados possuem vícios insanáveis, mas o estado brasileiro os possui em quantidade absurda. Ainda não me convenci de que a extinção do estado, de qualquer tipo de estado, seja algo viável e que proporcione uma situação melhor do que a temos hoje. Defendo, por enquanto, um estado mínimo que restrinja suas ações ao campo da segurança interna e externa e aplicação da justiça.
  • Carlos  27/09/2011 21:13
    Sim Rovson, esta é a essência de todo estado.
    E por mais que seja implementado uma minarquia "eficiente" digamos assim, sua defesa é imoral já que o problema está na estrutura básica do estado.
    O estado só existe se houver iniciativa de violência à pessoas pacíficas.
    A essência do estado está na "permissão legal" de tributar e no monopólio do uso da força policial.
    Além do mais, um estado mínimo invariavelmente leva a um estado máximo
  • Rovison  28/09/2011 00:20
    Carlos, vc pode estar certo nessa sua condenação total a qualquer tipo de estado, o problema é que eu ainda não consigo vislumbrar uma sociedade funcionando de maneira satisfatória para seus membros sem nenhum governo. Tenho concepção muito pessimista do ser humano. Creio que se não houver certos freios para determinados comportamentos de muitos seres humanos, a sociedade se desintegra. Acho que esta visão que tenho deve-se a meu arraigado conservadorismo.
  • Fernando Chiocca  28/09/2011 00:28
    é que eu ainda não consigo vislumbrar uma sociedade funcionando de maneira satisfatória para seus membros sem nenhum governo. Tenho concepção muito pessimista do ser humano.

    E este governo seria formado por quais seres que não os humanos???

    Creio que se não houver certos freios para determinados comportamentos de muitos seres humanos, a sociedade se desintegra.

    ???
    Mas quem falou em ausência de freios para certos comportamentos de muitos seres humanos???
    Nossa ideia é exatamente a de combater todos que queiram cometer atos criminosos, como violar a propriedade alheia, ou seja, nossa ideia é colocar um freio nas ações do maior criminoso da sociedade, o estado. Os criminosos privados são fichinha perto do estado, que simplesmente rouba metade de tudo que é produzido, além de atacar inúmeras outras liberdades das pessoas, impedidno assim a produção de muito mais riquezas.

    Eu não entendo como alguém consegue vislumbrar uma sociedade com a presença de uma instituição tão nefanda e imoral quanto o estado.




  • Rovison  28/09/2011 10:18
    Fernando, o anarcocapitalismo, por enquanto, é só uma utopia. Parece funcionar bem na teoria, mas até hoje não foi testado na prática como aconteceu com o socialismo. Por isso, sou muito cauteloso quanto à defesa ardorosa de uma sociedade anarquista. Reconheço todos os males do estado apontados pelos libertários, porém ainda não me convenci, por completo, da viabilidade de uma sociedade anarcocapitalista. Acho que preciso ler muito mais do já que li até agora sobre a teoria anarcocapitalista para chegar a uma conclusão definitiva sobre o tema.
  • Fernando Chiocca  28/09/2011 12:27
    Rovisosn, não tem o menor sentido o que você falou.

    Primeiro você parece não saber o que é "utopia". Utopia é algo inalcansável, algo impossível, e não algo que nunca foi testado ou nunca existiu. E nem algo que esteja longe de existir, mas que é totalmente possível.
    Nesse caso, utopia seriam coisas como o comunismo, que requer uma mudança na natureza humana (coisa impossível) ou o estado mínimo, que requer que uma instituição dotada do poder de tributar e de decidir ela mesma o quanto e de quem tributar e decidir disputas entre ela e outras partes, se mantenha mínima (impossível), são utopias. Ao passo que a sociedade funcionar sem o roubo institucionalizado e um monopolizador da segurança e justiça (=estado) é algo totalmente possível e altamente desejável (a não ser para os parasitas, que desejam a manutenção e o aumento desta instituição)

    Segundo, se para você defender algo, este algo precisa ter sido testado primeiro, você estaria ainda na idade da pedra, sem sequer ter ousado experimentar a roda e o fogo...

    Terceiro, mesmo utopias podem ser defendidas. Por exemplo, um mundo onde não exista nenhum assassinato, estupro ou roubo é impossível, mas você não defende assassinatos, estupros ou roubos, defende? Você pode defender ardorosamente uma sociedade onde não exista esse tipo de crimes, mesmo que isso jamais seja alcançado.
    E é com um anarcocapitalismo que teríamos uma sociedade com o menor número possível destes crimes, já que com a competição nos serviços de segurança e justiça, as pessoas estariam muito mais seguras contra estes tipos de ataques e não existiria o roubo institucionalizado dos impostos, ou seja, este crime seria reduzido 1 milhão%, ficando reduzido apenas aos criminosos privados ocasionais.

    E por último, se vc já reconheceu todos os males do estado apontados pelos libertários, então você não precisa se convencer de mais nada... a não ser que você queira assumir uma postura de defender males.
  • Rovison  28/09/2011 12:53
    Fernando, acho que para o anarcocapitalismo ser implantado e funcionar adequadamente todos os atuais países teriam que adotar esse modelo de sociedade, caso contrário, estados militaristas e expansionistas poderiam tentar ocupar os territórios onde estivesse em vigor o anarquismo. Exemplo: se quase todos os países adotassem o anarcocapitalismo menos China, Rússia e países muçulmanos, países que possuem armamentos nucleares, como as sociedades sem estados poderíam reagir de modo a rechaçar com êxito qualquer tentativa de invasão territorial por parte de países que não respeitam a autonomia dos demais povos.
    Quanto a sua afirmação de que "para você defender algo, este algo precisa ter sido testado primeiro, você estaria ainda na idade da pedra, sem sequer ter ousado experimentar a roda e o fogo...", me parece descabida uma vez que não dá para comparar desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias com a adoção ne um novo modelo de organização social. Quem gosta de reengenharia social ou tem a pretensão de fundar um novo homem e uma nova sociedade são os marxistas e todos nós sabemos aonde isso foi dar. Para finalizar, quero dizer que apesar de algumas discordâncias que tenho em relação ao anarquismo, gosto da maioria das ideias defendidas pelos libertários.
  • void  28/09/2011 12:50
    O nosso amigo não se convence que 1+1=2. Ele precisa de laranjas e maçãs pra "testar na prática".
  • Fernando Chiocca  28/09/2011 13:06
    Realmente Rovison, você precisa ler mais. Sugiro que comece por este curto ensaio de Hoppe: The Private Production of Defense. E tenha em mente algo: Quem iria querer conquistar um território sem estado, onde não há o que se conquistar, não existe uma instituição com sede central que monopoliza o roubo e a força pois as pessoas não aceitam roubo. E estão todas armadas ou possuem seguradoras e agencias de segurança privadas bem armadas.

    E se achou a comparação descabida, então utilize uma de organização tribal evoluir para qualquer outra forma de organização...
    Mas a lógica é a mesma. "Vc disse: Eu não posso defender algo que nunca foi testado"... logo...
  • Rhyan  28/09/2011 15:59
    Caramba, Fernando, você deveria escrever um artigo sobre esses pontos. Você sintetizou bem as falácias dos anti-ancaps!

    Muito bem! Abraço!
  • Rovison  28/09/2011 18:21
    É Fernando, acho que preciso me aprofundar mais no estudo dos principais autores que defendem a teoria anarcocapitalista para formar uma convicção mais firme sobre este tema. Agradeço ao IMB por disponibilizar excelentes textos sobre a Escola Austríaca de Economia e o pensamento libertário. Estou ainda na fase de aprendizagem em relação ás principais proposições do pensamento anarcocapitalista. Mais para frente espero ter um entendimento melhor do assunto.

    Abraço.
  • Fernando Chiocca  28/09/2011 19:36
    Normal. Eu também já fui um minarquista.. até que minhas desculpas se esgotaram.
  • Johnny Jonathan  13/06/2012 22:16
    Um relato pessoal:

    Sempre tive tendências Anarquistas... apesar de não ter argumentos para defende-las: dizia que no máxima iria ficar como já acontece agora, ou seja, meu argumento é de que já vivemos numa anarquia e que quando o governo se dispões a ajudar ou é tarde demais ou só atrapalha. (é o máximo que conseguir sozinho (sem pesquisa de intelectuais) debater em favor dele).

    E defendia o Capitalismo porque achava ele anti-utópico: não requer que a Natureza Humana mude, pra gerar prosperidade.

    Me dizia um Capitalista Anarquista sempre, mas nunca tinha relacionado os dois. MAs nunca achei eles excludentes, como meus amigos anarquista na minha adolescência Punk. O IMB fez isso (na verdade, a Ayn Rand veio primeiro =P) e acho que os dois são feitos um pra o outro rs.

    "Criminosos são uma pequena minoria em qualquer época ou país. E o dano que eles causaram à humanidade é infinitesimal quando comparado com os horrores — o derramamento de sangue, as guerras, as perseguisões, as fomes, as escravizações, as destruições em grande escala — perpetradas pelos governos da humanidade. Potencialmente, o governo é a mais perigosa ameaça aos direitos do homem: ele mantem o monopólio do uso de força física contra vítimas legalmente desarmadas. Quando irrestrito e ilimitado pelos direitos individuais, um governo é o mais mortal inimigo do homem"

    -- Ayn Rand
    (e olhem que ele era Minaquista se não me engano)

    Aliás, Rothbard diz que o Capitalismo é na verdade a maior expressão de uma anarquia (ou algo assim). Acho que não foi atoa que assumi essas posições. rs
  • Marcelo  25/09/2011 16:01
    Vejo uma certa visão reducionista no comentário de alguns: o conhecimento adquirido pela educação só é válido caso gere resultados positivos na economia? Então, se o conhecimento objetivo é irrelevante e não for aplicado na economia gerando lucros, pensadores escolásticos e gregos que ao contrário de Marx, Smith, Ricardo, instituíram uma filosofia não economicista, são, portanto, "piores" que estes? Ao meu ver, na maioria dos casos, a educação, mesmo que seja gerida pelo Estado, não estou aqui analisando isto, produtora de conhecimento, libertária das causas remotas, das alienações de sofismas anteriormente tidas como axiomas, é muito mais importante do que qualquer lucro econômico. Não cabe, portanto, nos igualarmos a Marx, e produzir uma visão reducionista-econômica à respeito da educação e do conhecimento.
  • Rovison  25/09/2011 18:26
    Marcelo, penso que é possível o ensino das matérias que compõem as chamadas ciências humanas e a filosofia sem prejuízo das matérias pertencentes às ciências exatas e naturais. O problema é que no Brasil não se ensina direito nenhuma coisa nem outra. O aluno não aprende a ler e escrever segundo a norma culta da língua, não aprende a fazer operações matemáticas básicas, não aprende noções básicas de raciocínio lógico-formal e não entra em contato com as principais obras e as ideias dos maiores nomes da filosofia, sociologia, história, geografia, economia etc. Uma das causas desse grave problema é a deficiente formação acadêmica de grande parte dos professores de ensino fundamental e médio, além do esquerdismo tosco que domina o modo de pensar da imensa maioria dos nossos professores, especialmente, do pessoal de humanas.
  • Tiago RC  28/09/2011 07:19
    "Vejo uma certa visão reducionista no comentário de alguns: o conhecimento adquirido pela educação só é válido caso gere resultados positivos na economia?"

    Por favor, entenda antes de mais nada o que exatamente significa "resultados positivos na economia". A Praxgirl pode te dar uma força. ;-)

    (Em resumo: Algo "economicamente positivo" é algo que satisfaz os desejos subjetivos dos seres humanos. Se as pessoas querem "conhecimento filosófico", então é conhecimento filosófico que terão, e isso será um progresso econômico)
  • Nei Oliveira  04/10/2011 10:44

    Não me lembro de ter lido na Internet teoria mais absurda do que a publicada neste artigo.
    Eu diria que é comparável ao Flat Earth Theory (theflatearthsociety.org/cms/).

    Existem certamente muitos tipos de educação, e responder a um comentário que discorda da opinião apresentada pelo autor de forma agressiva e desrespeitosa demonstra claramente a falta de um desses tipos.

    Mas quero aqui apresentar algumas questões que devem ser consideradas também nesta calorosa discussão.

    A primeira questão é em relação a utilização da situação social de Cuba como comprovação de uma teoria. Cuba não pode ser

    usada como objeto de comparação porque possui muitas diferenças com relação ao Brasil, diferenças fundamentais em todos os aspectos. Dizer que a situação social atual de Cuba é consequência exclusiva do modelo educacional adotado é no mínimo ingênuo. Não há como não se considerar que o Embargo Econômico imposto pelos USA, que já dura mais de meio século e foi recentemente (13/09/2011) extendido por Barack Obama até pelo menos 14/11/2012, teve e ainda tem uma consequência nefasta sobre a situação social de Cuba.

    Proponho fazermos uma comparação com economias e sistemas políticos similares ao brasileiro e tentar inferir, observando estes outros exemplos, se a educação estatal é realmente maléfica como tenta demonstrar o autor.

    O Japão, por exemplo, possui um sistema educacional estatal forte, principalmente no ensino básico. Este sistema educacional

    teve um papel fundamental na recuperação e no rápido crescimento econômico do país após o final da Segunda Guerra Mundial.

    A Alemanha é outro exemplo interessante, onde a educação pública amparava 94% dos estudantes matriculados segundo dados de

    2006.

    Interessante notar que, tanto a Alemanha como o Japão, partiram da miséria total no final da Segunda Gerra e hoje são

    grandes potências mundiais. Importante observar também a capacidade de gerar "dinheiro" que esses dois paises apresentam,

    com uma indústria forte e mundialmente reconhecida (Audi, Basf, Mercedez, Sony, Honda, Toyota, etc...), baseada em um

    avançado desenvolvimento tecnológico e científico.

    Que tal a Finlândia, considerada como a dententora do melhor nível de ensino no mundo. Lá, até nas poucas instituições de

    ensino privadas que existem, o governo paga pela educação de todos, nenhuma escola tem permissão (nem mesmo as privadas) de

    cobrar mensalidades dos alunos. A Finlândia, que tem escassos recursos naturais, é a principal fornecedora de papel para a

    Europa e possui forte presença no mercado mundial de tecnologia (Nokia, Kone, etc.).

    Eu moro atualmente na Austrália. Aqui o ensino púplico é de ótima qualidade e afirmo com propriedade que o nível de ensino

    que meus filhos têm agora é superior ao que tinham em escolas particulares no Brasil. Além de todas as matérias comuns

    (matemática, inglês, ciências, etc.) eles têm aulas de esportes, música, artes e filosofia. E tudo de forma muito séria e

    organizada, oferecido integralmente pelo estado. Eu não pago nem um centavo por isso. Até uniforme o governo do estado onde

    eu moro subsidia.
    A Austrália possui pelo menos três das dez melhores cidades para se viver no mundo.

    E poderíamos sugerir também a França e Canadá como bons exemplos para comparação.

    Mas vamos olhar de novo para o Brasil.

    Que o ensino público no Brasil é ruim ninguém discorda. Da mesma forma que a saúde pública e a previdência. E é fácil dizer

    que isso é por causa da incompetência do governo. Mas o que ninguém diz é que essa falência do sistema público no Brasil é

    proposital. O lobby que organizações privadas desses setores veem exercendo sobre a classe política brasileira nas cinco

    últimas décadas é enorme. Muita gente está ganhando muito dinheiro com essa famosa "incompetência" do governo.

    E o lobby funciona muito fácil em um congresso/câmara onde slogans como "Rouba mas faz", "Pior do que tá não fica" e "Estupra mas não mata" ecoam livremente.

    A última notícia que tive do lobby do setor educacional foi a "reforma universitária" onde as exigências legais para uma

    instituição de ensino se caracterizar como "Universidade" foram reduzidas drasticamente, principalmente no números de

    professores doutores necessários para uma instituição funcionar. Muito claramente, essa medida visava beneficiar o setor privado da educação, reduzindo custos, o que imediatamente causou uma demissão em massa de professores doutores nas escolas particulares. Eu pessoalmente conhecí pessoas com doutorado no Brasil que escondiam seu título da instituição em que trabalhavam com medo de serem demitidos.
    Óbviamente a consequência disso foi um sucateamento do ensino no Brasil. O que já não era bom, ficou muito pior.

    Vale a pena dar uma lida: carosamigos.terra.com.br/index/index.php/artigos-e-debates/2015-tramitacao-da-reforma-universitaria-por-que-o-sigilo

    e também: www.sbf1.sbfisica.org.br/boletim1/msg184.htm

    e também: www.revistaforum.com.br/dennisdeoliveira/2011/06/29/paulo-renato-descanse-em-paz-para-que-a-educacao-

    tenha-paz/

    A constituição da maioria dos países ocidentais que conheço determina que a educação básica é obrigatória. Pra ser

    honesto, não conheço nenhum país que não tenha essa premissa na Constituição, mas não conheço a constituição de todos os

    países pra afirmar que não existe.

    Isso me parece bastante razoável, pois caso contrário os índices de analfabetismo tenderiam a aumentar e esse é um fator considerado no cálculo do grau de desenvolvimento de um país.

    Pois bem, digamos que então, com o estado fora do setor de educação, como cumpriríamos a constituição? Dizer que algumas crianças pobres conseguem frequentar escolas que visam lucro é fácil, mas a questão que coloco é se as instituições particulares existentes no Brasil teriam condições de assumir a educação de todos os jovens no Brasil? Mesmo a grande maioria que mal tem condições para comprar comida para sobreviver? E mesmo aqueles alunos de áreas remotas, longe dos grandes centros e em locais considerados não lucrativos? Pode o autor responder a todas estas perguntas?

    Se o estado forçar as instituições particulares de ensino a cumprir a constituição e admitir em seu corpo de alunos uma maioria pobre, também me parece um ato violência. Ou então teríamos que mudar a Constituição e regredirmos mais de um século , para um tempo onde o ensino era apenas um privilégio de poucos. Eu diria então que isso seria um pioneirismo do sistema educacional brasileiro.

    O uso que o governo brasileiro faz com o dinheiro arrecadado com impostos é desolador. Entretanto, isso não torna o imposto necessariamente uma coisa ruim. São duas coisas completamente distintas, embora intimamente ligadas, o imposto e o mau uso do dinheiro público (corrupção, gastos excessivos do governo, regalias de políticos, etc.). O segundo deve ser brutalmente combatido por toda a sociedade, não o primeiro.

    Aqui na Austrália as pessoas pagam altos impostos, mas ninguém vê isso como uma coisa ruim, porque o governo devolve para a sociedade de uma forma muito clara e positiva. O governo aqui funciona muito bem, seja na educação, saúde, infraestrutura, políticas ambientais, segurança, assistência social, tudo.
    Os australianos ficam indignados e realmente não aceitam quem sonega imposto, seja da forma que for. E corrupção aqui é punida de verdade. Tive a feliz oportunidade de também morar na Finlândia e o sentimento das pessoas é exatamente o mesmo.

    Imposto não é ruim, corrupção sim.

    Achei muito infeliz a observação do autor na frase sobre Internet: "E se internet não é educação, eu não sei o que seria."
    Pois bem, caro autor, lamento informar que Internet e educação não são sinônimos. Nem de longe. Em nenhum lugar.
    Ou podemos considerar então que os problemas de educação da favela Antares estão resolvidos, certo?

    Sucatear a educação no Brasil é o pior erro que a sociedade brasileira estaria cometendo desde o descobrimento.
    Porque isto é um ciclo. Cada vez mais, tiriricas, pagodeiros e patetas de auditório estarão representando a sociedade brasileira e definindo o futuro do país, inclusive da educação.

    Outra pergunta que eu coloco é em relação aos resultados apresentados pelo setor privado da educação no Brasil.
    Qual o volume de pesquisas e desenvolvimento científico proporcionado por essas instituições?
    Qual a capacidade de gerar dinheiro que essas instuições tem trazido para o país? Você, autor, saberia citar qual tecnologia de ponta foi desenvolvida exclusivamente pelo setor privado de educação?
    O Brasil está ficando para trás. A India, por exemplo, está adquirindo reconhecimento mundial (e muito dinheiro) com a indústria de software, resultado direto da educação. O que o Brasil tem feito?

    Você seria capaz de citar um país desenvolvido, que exporte tecnologia e desenvolvimento científico, e que o estado não interfira na educação?

    Por fim, eu pergunto, se a educação não é a solução para o Brasil, então qual seria? Faltou essa informação no artigo. Seria o Domingão do Faustão, o Programa do Gugu? A Internet? Por favor, autor, diga-nos qual é a solução, estamos todos curiosos.
  • Cristiano  04/10/2011 11:41
    A solução é a liberdade.
  • Nei Oliveira  05/10/2011 03:32
    Puxa, Cristiano, sua resposta foi realmente muito bonita. Liberdade, o que mais alguém pode querer na vida?\r
    Pois é, mas palavras bonitas não me convencem, eu preciso ver todos os "i"s com seus respectivos pingos.\r
    \r
    Vamos supor que em um futuro próximo, o governo brasileiro entre em colapso e deixe de existir.\r
    Todos os brasileiros seriam livres, então, e a iniciativa privada poderia atuar livremente e o mercado entraria em equilibrio automaticamente.\r
    \r
    Ok, mas vamos supor então, que com o crescimento da população, uma nova cidade surja em algum lugar atualmente inabitado.\r
    Como o surgimento da cidade seria completamente livre, nenhum planejamento prévio existiria e as ruas surgiriam conforme a necessidade dos habitantes. Uma empreiteira, chamada Libertex, assumiria o trabalho de pavimentar e manter as ruas em boas condições. Como a Libertex visa o lucro, obviamente, as pessoas e empresas que quisesem usar as ruas pavimentadas pela Libertex teriam que pagar um pedágio. Acho justo, afinal alguém tem que cobrir os gastos da Libertex. O diretor da Libertex é um cara de muita visão, um verdadeiro estrategista, e consegue, através de aquisições e fusões com outras empreiteiras, ter o domínio de todas as ruas dessa nova cidade. Como não é viável ter um posto de pedágio em cada rua, a Libertex resolveu adotar um selo, que todos os carros que transitassem em suas ruas deveriam possuir, colado no para-brisas. Os moradores da cidade poderiam comprar esses selos na sede da Libertex e eles teriam validade de um ano. E a Libertex exige o selo até para caminhar pelas suas ruas. \r
    \r
    Jorge é um dos moradores dessa cidade. Ele comprou a sua casa com muito sacrifício e economia, e mora nela com sua esposa e dois filhos. Recentemente, devido a um programa de corte de custos na empresa em que Jorge trabalhava, ele perdeu o emprego. A única coisa que ele recebeu foi seu último salário. Como ele não tinha muitas economias, pois ele gastou elas pra comprar a casa, Jorge estava sobrevivendo graças a solidariedade de alguns amigos, parentes e vizinhos.\r
    \r
    Jorge sente muita saudade de sua tia Cremilda, mas ela mora em um local um pouco remoto e pobre, nenhuma empreiteira nunca se interessou em construir estradas até a vila que ela mora, não seria lucrativo.\r
    \r
    Jorge precisa sair de casa para procurar um novo emprego, e isso implica que ele vai precisar usar as ruas pavimentadas pela Libertex. O selo dele está vencido e ele não possui dinheiro para comprar um novo. Jorge não tem alternativas, não pode usar outras ruas, todas as ruas são administradas pela mesma empresa. Mas Jorge descobre que ele pode apelar para a política de não coerção que a Libertex adota em seu estatudo. Ele simplesmente usa as ruas sem pagar e pronto. Os vizinhos do Jorge percebem que ele está usando as ruas e não está com o selo atualizado, então decidem que eles também podem usar o dinheiro deles em coisas mais interessantes. As notícias correm, você sabe, e em pouco tempo a cidade inteira está usando as ruas sem nenhum selo colado no parabrisa. Liberdade total.\r
    \r
    Pergunto, o que a Libertex deveria fazer nesse caso? Simplesmente fechar as portas? Parar de fazer a manutenção das ruas?\r
    Destruir as ruas que pavimentou para que ninguém mais as usasse? Ou ela deveria contratar uma empresa de segurança e aplicar a força sobre as pessoas para que elas paguem pelos selos? Obviamente que aplicar multas não adianta, as pessoas tem a liberdade de não pagá-las.\r
    \r
    O mesmo exemplo poderia ser construído também para a área de saúde, educação, previdência, transporte público, etc.\r
    \r
    A sociedade moderna em que vivemos pressupõe que as pessoas, como cidadãos, e as empresas possuem direitos e deveres.\r
    A sua resposta "Liberdade" significa que as pessoas e empresas devem possuir somente direitos, nenhum dever.\r
    Você já ouviu falar de alguma sociedade que tenha perdurado assim, com liberdade total?\r
  • Cristiano  06/10/2011 10:54
    Nei, seu exemplo está confuso, a Libertex só pavimenta as ruas, não é dona delas (que, conforme vc escreveu, foram criadas pelos habitantes e suas necessidades).
    Libertex não vai pavimentar sem receber.
    Minha resposta "liberdade" significa que é oque o Brasil (e qualquer pais, povo, individuo) precisa para se desenvolver. É buscando seus interesses que os individuos criam riqueza.
  • Nei Oliveira  07/10/2011 03:52

    Desculpa Cristiano, minha intenção não era confundir.
    É que eu criei este exemplo considerando que as ruas precisam de manutenção periódica pra se manterem transitáveis.
    E é esse serviço que a Libertex faz, além de ter inicialmente pavimentado as ruas.
    Por fazer o serviço de manutenção, achei justo que ela receba por isso, então inventei a idéia do selo.

    Mas pra simplificar então, vamos considerar que a Libertex só faça a pavimentação/manutenção depois de receber.
    Em uma determinada rua da cidade, moram 750 pessoas. 60% desses moradores querem fazer a pavimentação, 20% não querem e os outros 20% não têm dinheiro para contribuir.
    Por questões técnicas e de máquinário, não dá para a Libertex pavimentar somente trechos da rua, ou tudo ou nada.

    Obviamente não há uma solução que satisfaça a todos.
    Não fazer nada (quero dizer) não fazer nada, é uma solução que atenderia os anseios de uma minoria (20%).
    Pavimentar a rua atenderia os anseios da maioria (60%), mas eles se sentiriam injustiçãdos por terem pago por quem não pagou.
    O que você acha que as pessoas dessa rua deveriam fazer?

    Como as 750 pessoas (ou 60% delas) fariam pra contratar a Libertex? Elas iriam todas até a porta da Libertex?
    Estou considerando que eleger um grupo de representantes seria inaceitável, ninguém quer mais saber de eleger representantes pra nada.
    Como esse processo poderia acontecer? Por favor, tente dar o máximo de detalhes que você puder pra que eu possa entender, ok?

    Só mais uma coisinha que eu queria te pedir pra responder, por favor, e se puder dar detalhes sobre a sua resposta, melhor.
    Você acha errado uma sociedade ser organizada em cima do conceito de "Direitos e Deveres"?
  • Joao  04/10/2011 12:32
    Você, autor, saberia citar qual tecnologia de ponta foi desenvolvida exclusivamente pelo setor privado de educação?

    Exemplo: a empresa Celera decidiu realizar um trabalho semelhante ao Projeto Genoma Humano, que era financiado por governos de vários países. O objetivo foi o lucro, o horrendo lucro. Sabe qual foi o resultado? O procedimento ficou mais barato, muitos materiais ficaram mais baratos para laboratórios do mundo inteiro, e procedimentos relacionados à manipulação de DNA ficaram mais acessíveis. Isso porque a Celera tinha grande interesse em baratear os custos, algo que não acontece quando a iniciativa é do governo.
    Hoje em dia, os sequenciadores já se tornaram acessíveis. Graças à iniciativa privada e sua mania irritante de querer ter lucro, e, portanto, querer encontrar formas mais baratas e eficientes de trabalhar.

  • Nei Oliveira  05/10/2011 03:55

    Joao, seu exemplo é mesmo interessante.
    Você quer dizer que a Celera contratou um grupo de jovens que tinham vontade e vocação para serem cientistas, alugou um prédio para eles trabalharem, deu a eles todo tipo de equipamento moderno e recursos que eles poderiam precisar e estabeleceu as metas. Daí saiu um processo totalmente inovador e barato de sequenciar o genoma humano. Grande sacada.

    Claro que sabemos que não foi assim, o que a Celera fez foi o que chamamos de "brain drain". Esse processo funciona assim, uma entidade, seja ela um país, um estado, uma cidade ou uma empresa, oferece vantagens, geralmente financeiras, para que pessoas com alta capacidade intelectual se juntem a ela e gerem "dinheiro" (leia-se inovação) para ela. Os USA são os mestres desse processo, basta ver o número de cientistas estrangeiros que conseguem o green card americano. Mas não são os únicos.

    A Celera só conseguiu fazer o que fez porque existiam pessoas, cientistas experientes, que se juntaram a ela nessa empreitada.
    Na minha opinião, nada de errado com isso, no frigir dos ovos, todos saíram ganhando, principalmente a sociedade.
    Mas o meu ponto aqui é que o setor de educação é que formou esses cientistas experientes, sem isso a Celera não chegaria a lugar nenhum. Por isso é que eu peço para que alguém cite, preferencialmente no Brasil, entidades de "EDUCAçÃO" particulares que tenham produzido inovações tecnológicas.

    Note que em momento algum eu me pronunciei contra o lucro.
    Não vejo nada de errado com ele, é o combustível da economia. Sem o conceito de lucro, provavelmente estaríamos na Idade Média ainda.
    Mas não acredito que todo setor da sociedade tenha que funcionar somente visando lucro.
  • Glelson   04/10/2011 14:20
    \r
    "Por fim, eu pergunto, se a educação não é a solução para o Brasil, então qual seria?"\r
    \r
    O grande problema do Brasil nao é educação, é cultura. Acredito que a educação seja um dos pilares da cultura, mas nao todos e tambem nao é o principal. O motivo disso é simples, basta comparar qualquer estudante do brasil com um estudante dos EUA, ou França, Austrália. O nível de interesse sobre o estudo em si é totalmente diferente de nós brasileiros. \r
    Exempo: Aqui as pessoas querem um mero rótulo de Psicólogo/Economista/Sociólogo. Percebo que "lá fora" é algo maior, nao apenas um rótulo, mas o conhecimento, a pesquisa e ate mesmo o status específico da profissão.\r
    Recentemente iniciei um curso de Historia pela internet, o professor responsável é formado nos EUA e confirmou (assim como muitos outros),apesar da decadencia cultural dos EUA, é visível a diferença, os americanos tem um interesse real pela matéria.\r
  • Nei Oliveira  05/10/2011 04:53


    Glelson, me desculpe, mas fiquei um pouco confuso com a sua resposta.
    Você inicia dizendo que a educação não é o principal para a cultura, mas o seu exemplo é sobre a educação formal.

    Ok, vamos por partes pra tentar facilitar. Primeiro, você tem razão, o nível de interesse das pessoas pela educação formal, pelo menos aqui na Austrália é muito diferente do que é no Brasil. As pessoas que frequentam um curso profissionalizante (isso não é um tipo de curso, só me refiro a qualquer curso que ensine uma profissão, em todos os níveis) estão preocupadas em aprender a profissão, adquirir o conhecimento. Na minha visão, isso é dirigido pelo mercado, porque as empresas aqui não dão muita importância ao que você estudou, o processo seletivo é focado no que as pessoas sabem. Com exceção de algumas profissões, como na área de saúde, não importa se você é formado ou não, o que importa é o que você sabe.
    Isso é ótimo, na minha opinião, acho que é como deve ser. É óbvio que comprovar o que você sabe na hora do processo de seleção nem sempre é fácil, mas existem muitas técnicas que eles empregam. O fator principal é a experiência, e uma empresa checar as suas referências profissionais é uma coisa comum.

    Isso acaba levando as pessoas a se interessar por estudar para adquirir o conhecimento. Comprar um diploma aqui é só desperdiçar o seu dinheiro.

    Você comenta em um certo momento sobre o "status específico da profissão". Não sei exatamente o que você quer dizer com isso, mas por mais incrível que pareça, nenhuma profissão aqui lhe dá "status". A Austrália possui uma política (alguns dizem utópica) de criar uma sociedade sem classes. Isso ainda não é uma realidade, mas eu diria que mais da metade do caminho já foi trilhado. Aqui todas as pessoas são iguais, sejam empresários, diretores, funcionários do governo, encanadores ou lixeiros.
    É comum, por exemplo, em um "happy hour" você ver num mesmo bar pessoas engravatadas junto com outras com uniforme de "peão de obra". Qualquer profissão aqui lhe dá a oportunidade de viver numa casa decente, se alimentar de forma decente, educar seus filhos, se divertir. Isso explica o baixíssimo nível de violência do país.

    Uma manicure ou cabeleireira, por exemplo, ganha bem aqui. Minha esposa fica indignada. Mas, como é uma profissão considerada da área de saúde, é necessário que se faça um curso de dois anos para atuar na área. O resultado é que os serviços prestados são de alta qualidade, embora caros. Da última vez que estive no Brasil, minha esposa pegou uma infecção no dedão do pé em uma manicure que levou meses pra sarar.

    Mas voltando à questão principal, eu acho que você tem razão, o problema do Brasil é a cultura.
    A cultura brasileira hoje está voltada para o futebol, o carnaval, o Rock in Rio, as novelas da Globo.
    Não tenho nada contra o entretenimento, só acho que a cultura é muito mais do que isso.
    É a cultura que determina os valores de um povo.
    Eu fico realmente impressionado com a audiência que programas como o Domingão do Faustão ou o Programa do Gugu possuem. São programas que tem zero de cultura, não trazem nenhum valor para o país.
    Porém, não vejo um meio mais simples e eficáz de melhorar a cultura de um povo do que a educação formal. Mas educação de qualidade. O que mais pode ser feito? Acho que qualquer sugestão é válida e deve ser discutida (não vale simplesmente responder que a liberdade é a solução).
    Mas descartar a educação simplesmente porque ela não é o único pilar da cultura, não me parece razoável.

    Felizmente no Brasil existe a liberdade de optar por não mandar os seus filhos para nenhuma escola, pois mesmo nas escolas particulares o currículo é controlado e dirigido pelo estado. Faça o seguinte, dê ao seu filho um laptop com acesso total a Internet, alguns livros e alguns instrumentos musicais, jornais e revistas e deixe-o ficar em casa e adquirir cultura por ele mesmo. Ele não seria influenciado pelo estado de nenhuma forma. Infelizmente, aqui na Austrália, não temos essa liberdade, se você fizer isso em pouco tempo você perde a guarda do seu filho e ele vai para uma família adotiva. Mas do jeito que as coisas são no Brasil, não acho que alguém se importaria com isso. Quem se habilita?
  • Absolut poeta  04/10/2011 14:42
    Nei, seu erro é o mais básico: você não percebe que tudo o que é feito pelo Estado tem um custo. TUDO!
  • Nei Oliveira  05/10/2011 05:25
    Absolut poeta, sua afirmação está correta, porém está incompleta.
    Para deixá-la completa eu sugeriria escrevê-la da seguinte forma:

    "Tudo que é feito tem um custo. TUDO!"

    Quero dizer o seguinte, não importa se uma coisa é feita pelo Estado ou pela iniciativa privada, ela sempre vai ter um custo.
    E alguém sempre tem que pagar por isso. Pra construir uma escola ou um hospital, asfaltar uma rua, curar um doente, tratar o esgoto, controlar o trânsito, desenvolver um novo remédio, etc, sempre tem um custo associado. Independente de quem faça.
    De uma forma ou de outra a população vai ter que pagar por isso. E daí?

    O seu erro é pensar que porque o governo brasileiro gasta o dinheiro de forma errada, todos os governos também o fazem.
    E o que eu estou afirmando aqui é que isso não é verdade, é possível que o Estado seja eficiente, econômico e justo.
    Basta que haja interesse político para isso, coisa que no Brasil não existe.

    A educação no Brasil só é prioridade no palanque. Na prática, por décadas ela foi deixada de lado.
    E isso é conveniente para muita gente, acredite.

    Por isso eu acredito que ao invés de discutirmos se o Estado deve atuar ou não na sociedade, deveríamos discutir como fazer para que o Estado atue de forma honesta, justa, eficiente e econômica. É o que as pessoas fazem em uma democracia.
    E embora não seja o único meio, mas o voto é uma das ferramentas que a população possui.
    Mas os brasileiros não levam isso a sério. Uma pena.
  • Joao  06/10/2011 08:02
    E alguém sempre tem que pagar por isso. Pra construir uma escola ou um hospital, asfaltar uma rua, curar um doente, tratar o esgoto, controlar o trânsito, desenvolver um novo remédio, etc, sempre tem um custo associado. Independente de quem faça.
    De uma forma ou de outra a população vai ter que pagar por isso. E daí?


    Quando o governo decide fazer alguma coisa, quase sempre quer o monopólio da ação. Dessa maneira, além de não haver um sistema de preços, acaba-se na prática concorrência. Em um mercado realmente livre, sem o estado para decidir quem pode ou não pode atuar, as empresas têm grande interesse em baratear o custo de seus produtos. Isso acaba quando a empresa faz algo para o governo.

    O seu erro é pensar que porque o governo brasileiro gasta o dinheiro de forma errada, todos os governos também o fazem.

    O fato de que a Europa está quebrada e com dívidas impagáveis é uma forte evidência de que nem mesmo se o governo gasta "da forma correta" (a Europa era a Meca dos estatistas e dos defensores do welfare state) ele pode se sustentar dessa maneira. Lembro-me de como, há uns 10 anos, a Europa era uma espécie de exemplo de maravilha moderna.

    E o que eu estou afirmando aqui é que isso não é verdade, é possível que o Estado seja eficiente, econômico e justo.
    Basta que haja interesse político para isso, coisa que no Brasil não existe.


    Quais países do mundo hoje em dia não estão com dívidas públicas e externas absurdas? O mundo inteiro está se desenvolvendo à base de dívidas. Se você gasta mais do que ganha durante décadas, um dia você não conseguirá pagar suas dívidas.

    A educação no Brasil só é prioridade no palanque. Na prática, por décadas ela foi deixada de lado.
    E isso é conveniente para muita gente, acredite.


    Isso acontece há décadas. Continuará acontecendo por décadas. Seria melhor se a educação pudesse ser livremente exercida por entidades privadas. Isso não acontece no Brasil, pois abrir uma escola requer uma romaria de processos burocráticos.
  • Nei Oliveira  07/10/2011 05:44
    Ué, se é verdade que as empresas têm grande interesse em baratear o custo de seus produtos, deve ter alguma coisa errada com o artigo do Leandro Roque (www.mises.org.br/Article.aspx?id=1027).
  • João  07/10/2011 17:53
    Desculpe-me, eu deveria ter dito as coisas de uma maneira mais clara: em um arranjo de livre mercado de verdade, as empresas têm grande interesse em diminuir o custo de seus produtos. A indústria automobilística é fortemente protegida pelo governo, pois considera-se que é um "setor estratégico". Se a concorrência fosse realmente permitida - inclusive a instalação de fábricas sem romarias de puxasaquismo do governo e a importação de carros sem um monte de barreiras alfandegárias e burocráticas - garanto que os automóveis seriam muito mais baratos.
  • Erick Skrabe  07/10/2011 23:37
    Boa João !

    Só complementando, durante os anos FHC alguém teve a brilhante idéia de dar "descontos de importação" para quem abrisse fábricas no Brasil (o que ñ faz absolutamente nenhum sentido).

    Alguns caras, como Audi, montaram fábricas inteiras, incluindo funcionários e ficaram com elas paradas, penas pelos descontos.

    Alguns, mais espertinhos, ñ se deram a este trabalho, como a Kia. Apenas colocaram uma placa no chão, chamaram o Sr. Tonhi Malvadesa (aka ACM), tiraram umas fotos e pegaram os incentivos.

    Mas... alguém tem q pagar por este circo...
  • Glelson  04/10/2011 14:30
    "A solução é a liberdade" 2\r
    \r
    apesar da limitação imposta pelo governo o próprio ENEM, através de seus resultados, comprova o nível superior das Escolas de Ensino Médio.\r
    O ensino superior Público só possui notas melhores por causa do sistema de seleção, no entanto se verificar bem, perceberá que na maioria das instituições aqueles professores que dão aula na "Federal" também atuam na "Privada". Ou seja, processo seletivo é que realizou o crivo dos "melhores" segundo a metodologia do MEC.
  • Carlos  04/10/2011 21:09
    Pensar que a solução para o Brasil é a educação, com o atual gigantismo do estado é quase piada.
  • Nei Oliveira  05/10/2011 05:39
    É Carlos, você tem razão. É uma piada.

    Mas o que deve ser combatido fortemente é o gigantismo do Estado, não a educação.
    O governo brasileiro gasta o dinheiro arrecadado muito mal.

    Só que a solução para esse gigantismo não é simples.
    Principalmente porque a maior fatia desse gigantismo é o funcionalismo.
    O governo brasileiro é o grande empregador do país e eu fico indignado com aquelas pessoas que pensam em estudar pra caramba, passar num concurso qualquer do governo e amarrar o burro na sombra. Isso é uma moda no Brasil e na minha opinião as pessoas deviam se envergonhar de pensar assim.

    Só que na hora de discutir a estabilidade do funcionalismo público, não tem discussão. Ninguém aceita discutir.

    O problema acaba sendo o orçamento. Pra investir na educação, tem que tirar de algum outro lugar.
    Tirar de onde?

    Você sabe o que eu acho. A população deveria se mobilizar (abaixo-assinados, meios de comunicação, todo tipo de pressão política) e fazer os políticos aprovarem a seguinte lei:

    "Todos os funcionários públicos de cargos eletivos, e seus familiares imediatos (esposas, maridos e filhos) são obrigados a usar exclusivamente os serviços públicos de educação, saúde e previdência."

    Nada de filho de deputado estudando em escola particular caríssima enquanto o pai sucateia a educação pública.
    Talvez isso trouxesse um impulso para esses setores da sociedade.
  • Rene  05/10/2011 11:01
    Eu acredito que se os funcionários públicos fossem obrigados a usar serviços públicos, os deputados iriam dar um jeito de criar hospitais, escolas, e coisas afins, com qualidade superior, mas de acesso restrito à população. Como é o caso dos hospitais de Cuba, onde existe um hospital modelo onde os figurões do governo são tratados, e os hospitais onde a população é tratada. Além disso, sempre existiria a possibilidade esse povo pagar uma propina para um hospital particular a fim de serem atendidos por debaixo dos panos.\r
    \r
    Infelizmente, a única solução é reduzir o tamanho do estado.
  • Nei Oliveira  06/10/2011 02:39
    É verdade Rene, os brasileiros sempre acabam arrumando um "jeitinho" pra tudo.
    Nesse ponto o que eu penso é que a imprensa brasileira peca.

    Os casos de corrupção deveriam ter a mesma (ou até mais) cobertura do Big Brother.
    Nada de deixar tudo acabar em pizza, enquanto um caso não chegue a um termo, a imprensa tinha que ficar em cima, apontando nomes dos responsáveis pelas falcatruas e pelos panos quentes. Tem que infernizar a vida dos políticos corruptos, até que ocorra uma renúncia, prisão, cassação, condenação, etc.
    E a imprensa teria que ficar vigilante em relação ao uso que os políticos fariam dos serviços públicos.

    Só que a imprensa, talvez pela falta de interesse da população, acaba deixando o assunto morrer, buscando novas notícias, coisas que o público tenha mais interesse.

    E sem dúvida, reduzir o tamanho do Estado é uma coisa muito importante a ser feita. E a folha de pagamento do governo é sem dúvida, a maior fatia dos gastos públicos. Só que cortar os professores (e seus salários) é cortar a carne, temos é que cortar a gordura (privilégios dos políticos, gastos com assessores políticos, mordomias, etc, etc, etc...).
  • Vitor Hoher Nunes  06/10/2011 10:45
    Caro Nei,\r
    \r
    Acredito que as tuas premissas acabam sendo incorretas. Tu acreditas que o problema brasileiro está na má gestão dos correntes governos, que falta qualidade no funcionalismo público e que no momento em que colocássemos pessoas qualificadas e eficientes nos cargos públicos a coisa ia entrar no rumo. O problema é que o estado é inerentemente ineficiente e inerentemente corrupto.\r
    \r
    Obviamente um estado mínimo é melhor que um estado inflado, entretanto uma análise rápida nos leva a ver a impossibilidade do estado mínimo. O governo se elege através do eleitor e para atrair o eleitor são necessárias promessas. Daí o Fulano oferece o Bolsa Família, depois o Siclano oferece a ampliação do Bolsa Família, e chega o Beltrano e oferece o Bolsa Familia ampliado e o Auxílio Lazer. E não adianta, sempre serão oferecidas mais e mais coisas pra atrair o voto da população e gerando um crescimento ad infinitum da máquina estatal.\r
    \r
    Por melhor que sejam os governantes, nunca serão tão eficientes quanto no setor privado. Mesmo que exista zero de corrupção, o setor estatal nunca será tão eficiente como poderia ser no setor privado. E por último, mas com certeza não menos importante, o poder de coerção do estado sobre a população sempre vai ser imoral e um crime, já tornando assim o sistema refutável a priori.\r
    \r
    Abraços
  • Nei Oliveira  07/10/2011 05:26
    Olá Vitor, pra mim tudo bem, se você acredita nisso, ok, no problem.
    Imagina, tem gente que acredita que a Terra é plana.
  • Vítor Höher Nunes  07/10/2011 16:22
    Caro Nei,\r
    \r
    Ainda bem que os leitores do IMB possuem alguém tão arguto quanto tu, que consegue colocar abaixo o princípio da não-agressão e comprova a eficiência do serviço estatal! Obrigado!!!\r
    \r
    Abraços
  • anônimo  18/10/2011 09:00
    O maravilhoso sistema de saúde pública de Cuba é incapaz de diagnosticar uma pessoa com dengue: www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-dama-que--mudou-cuba-,786847,0.htm


    Ou será que algum marxista defensor de Cuba vai aparecer aqui pra dizer: "mas é claro que não é verdade, ela foi apenas deixada para morrer por negligência, claro que por ser uma adversária política"?
  • Joao  18/10/2011 10:34
    Não foi a maravilhosa medicina Cubana que, ao tratar Hugo Chávez, realizou uma cirurgia que acabou causando uma grave infecção, piorando ainda mais o quadro de saúde dele?
  • Fernando Chiocca  18/10/2011 11:11
  • anônimo  17/05/2012 10:28
    Negligência ou incompetência, o que tem a vermelhada a dizer?
  • Jerry  21/12/2011 08:04
    Perfeito esse texto do Fernando Chiocca. Já falei que ele devia escrever mais para o site. Até.
  • Fernando Chiocca  21/12/2011 08:22
    Valeu Jerry.

    O fetiche socialista brasileiro pela educação foi mais uma vez comprovado pela patética revista Veja dessa semana, que traz como reportagem de capa matéria que afirma que "A arma 'secreta' da China em sua corrida para a liderança mundial é a educação" e que o Brasil deve seguir o exemplo chinês. A matéria é uma ode a doutrinação estatal.. as fotos são particularmente assustadoras.
  • Augusto  21/12/2011 09:15
    o brasileiro não precisa tanto de educação como o chinês ou o americano, pois possuimos dotes inatos de criatividade e simpatia conferidos pelos trópicos e pela mistura de raças decorrente
  • Neto  10/08/2012 17:13
    Mas o brasil é exatamente isso!
  • PESCADOR  17/07/2012 12:01
    A Veja é um lixo. A reportagem de capa dessa semana - 17/07/12 - foi a gota d'água. Uma queda de braço entre o mercado e o estado. Começa na entrevista de um "economista" italiano dizendo que não acredita na Escola Austríaca e no meio da reportagem há até elogio a Keynes. De embrulhar o estômago...
  • Cedric  05/08/2012 19:51
    O engraçado é que todos os 4 economistas que propuseram uma "solução" advogavam a "economia mista" keynesiana, nem para colocarem pontos de vista diferentes para haver contraste....
  • libertário  16/05/2012 23:44
    Thomas Hodgskin ñ era "libertário", era SOCIALISTA:

    en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hodgskin
  • anônimo  17/05/2012 10:21
    "free-market anarchist" significa o quê? Já ouviu falar dos left-libertarians? Roderick Long, Konkin III, o próprio Lysander Spooner, tão admirado por Rothbard...
  • Luciano  05/08/2012 18:25
    Mais um tapa na cara dos estatistas :
    Olympics 'dominated by privately educated'
    www.bbc.co.uk/news/education-19109724

    Talvez valha a pena colocar no blog.
  • Eduardo W  05/08/2012 19:40
    Essa notícia fez minha noite! :-D

    A melhor parte são os socialistas nervosinhos porque a educação publicagratuitaedequalidade deles não conseguiu o mesmo desempenho.

    E olha que eles têm o monopólio da educação, suas instituições recebem fundos de origem coerciva e muitos não temem falência, e ainda apertam as correntes regulatórias das escolas privadas.
    Nem assim conseguem se sair melhor.
  • Luciano  10/08/2012 13:50
    Olha agora essa, demonstrando o brilhante planejamento estatal da educação na prática:

    David Cameron: I cut school sports target because pupils were learning Indian dancing
    David Cameron has said it was necessary to scrap the requirement for two hours a week of sport for pupils because too many schools were fulfilling the target with activities like 'Indian dancing'.


    www.telegraph.co.uk/education/keep-the-flame-alive/9466379/David-Cameron-I-cut-school-sports-target-because-pupils-were-learning-Indian-dancing.html
  • anônimo  12/08/2012 12:37
    www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-luta-do-pai-pela-cura-de-vitor,915274,0.htm
  • anônimo  26/09/2012 11:42
    Fernando. Como libertários justificam trabalhar numa universidade pública? Alguns artigos aqui do Mises são escritos por professores de UF's. Eles também não estariam participando e se aproveitando da coerção do estado?
  • Fernando Chiocca  14/01/2013 17:01
    Veja meus comentários nesse artigo: www.mises.org.br/Article.aspx?id=1435
  • Mauricio.  30/10/2013 05:05
    O que vocês acham deste artigo sobre o impacto (negativo/positivo) da intervenção do governo na educação em casa:

    Suécia tem dificuldades em lidar com criancas mimadas
    exame.abril.com.br/mundo/noticias/suecia-tem-dificuldades-em-lidar-com-criancas-mimadas?page=1
  • Mauricio.  06/01/2014 22:25
    Vocês viram este texto d'O Estadão? Piolhos na USP Leste, solo contaminado, água contaminada. Está é a universidade pública, gratuita e de "qualidade"? Pra vocês verem que não é exclusividade do PT ser incompetente e corrupto.

    www.estadao.com.br/noticias/vidae,usp-leste-adia-retorno-das-aulas-para-terminar-desinfestacao-de-piolhos,1115460,0.htm
  • Típico Filósofo  06/01/2014 23:14
    Material reacionário. Sempre ansioso para tirar conclusões falaciosas. O "solo e água contaminados" são propositais para que os alunos de ciências médicas e geologia tenham material de estudo sempre próximo, uma das características que mais favorece a USP. Aqueles que cursam filosofia, por exemplo, têm sempre à disposição todo um material panfletário esquerdista à disposição para que ele adentre os movimentos sociais e possua uma carreira possível na política logo após.

    Trata-se de puro método acadêmico e não descaso para com os receptores do serviço cuja aprovação nada significa ao prestador, já que não está sujeito à mecânica do lucro e prejuízo; tendo seus clientes como uma mera pedra no sapato. A USP será eternamente um argumento de que o socialismo é o sistema econômico ideal e nenhuma notícia abalará esta convicção. Diferentemente das universidades burguesas, ela verdadeiramente aproxima seus alunos da realidade de seu país.
  • Paulo Dias  03/07/2014 18:06
    O Colunista fez uma análise histórica da educação em Cuba, uma análise muito ruim pois deixou de lado todas as dificuldades que Cuba passa por causa do embargo que sofre a mais de 40 anos(o que creio muito mais determinante par ao empobrecimento da ilha do que o investimento em educação pública). Mas faltou a análise histórica brasileira. No Brasil os primeiros colégios visando uma educação laica eram públicos, as primeiras faculdades eram públicas, as melhores condições de trabalho foram garantidas pelo Estado e não pela consciência dos empresários ou pelo auto-ajuste do mercado. Aqui tivemos que ter greves anarquistas, instabilidade política, Estado de Sítio por 5 anos, para finalmente chegar ao poder alguém com um projeto que atendesse minimamente(MINIMAMENTE) as demandas da população trabalhadora urbana(ainda assim esquecendo camponeses e outros setores).
    A análise do colunista pode estar certa em outros lugares do mundo(ainda que nos EUA o ensino fundamental seja gratuito, assim como nos países Sociais Democratas da Europa), mas no Brasil ela não se configura. Aqui as melhores universidades são públicas, os melhores centro de pesquisas são públicos. O empresário brasileiro é medroso. Se ele já estiver ganhando, para que arriscar só para ganhar mais? Por isso a maior parte do investimento de infra-estrutura no Brasil parte do Estado, e não de seus empresários. E não adianta dizer que é o próprio Estado que causa essa situação porque 1- ela é anterior ao momento do Estado brasileiro como um gigante burocrata. Até quando o Estado era insípido aqui, a burguesia(agrária, visto que a burguesia industrial brasileira provém da elite agrária que era quem tinha os meios para investir em máquinas)não investia em infra-estrutura. 2- O domínio do Estado por parte dos empresários continua. É só olhar os ganhadores das últimas eleições Estaduais e municipais. A maioria dos eleitos, seja do legislativo ou do executivo, foi financiada por empresários dos mais diversos ramos. Aqui no interior do Rio, quem coloca e tira prefeitos de suas cadeiras são os empresários(ou melhor, os mafiosos) do ramo do transporte. No próprio caso da educação superior podemos ver isso. Ao mesmo tempo que o PT criou diversas universidades públicas, ele também investiu pesado na criação de vagas na rede privada, tendo o ensino superior privado no Brasil crescido 700% de 2000 a 2010. E o pior, com dinheiro público através de programas como Pro-Uni e o FIES. Hoje o Brasil tem um dos maiores conglomerados de empresas de educação privada no mundo. O Grupo Kroton se fundiu com a Anhanguera formando a maior empresa de educação do país. Entra no site dessa empresa que lá você vai ver o que é prioridade para eles. Se é a qualidade do ensino ou se são os lucros. Duvido você preferir que teu filho se forme na Anhanguera(que tem cursos deformação de pedagogia a administração à distância) do que na UFRJ ou USP.
    Portanto, a questão dos esquerdistas(e de grande parte dos Brasileiros) com a questão da educação pública não se dá por meio de um fetiche. Se dá sim por meio de uma análise histórica que mostra claramente que quem realmente sempre investiu em educação no Brasil foi o Estado.
  • Tio Patinhas  03/03/2015 13:28
    Inicialmente Cuba disse que o problema dela eram os investimentos estrangeiros, agora a alegação é a falta deles? E durante a maior parte do tempo, o embargo era indiferente a ela (por causa da URSS)>

    Mas isso não creio que é a essência do artigo ou do seu comentário.

    "O empresário brasileiro é medroso. Se ele já estiver ganhando, para que arriscar só para ganhar mais?"

    Precisa de muita coragem pra abrir uma empresa no Brasil.

    "ela é anterior ao momento do Estado brasileiro como um gigante burocrata. Até quando o Estado era insípido aqui, a burguesia(agrária, visto que a burguesia industrial brasileira provém da elite agrária que era quem tinha os meios para investir em máquinas)não investia em infra-estrutura."

    Veja o que fizeram com Mauá quando este investiu em infra-estrutura (primeira ferrovia do Brasil, iluminação das ruas do RJ).

    "Hoje o Brasil tem um dos maiores conglomerados de empresas de educação privada no mundo."

    Claro, os governos toam dinheiro da população e repassam para essas empresas, o que na verdade apenas encarece as mensalidades e piora a qualidade (as empresas não precisam fornecer algo bom com o governo pagando a conta).

    "uma análise histórica que mostra claramente que quem realmente sempre investiu em educação no Brasil foi o Estado."

    E a educação só piorou.

    Obrigado.



  • Ex-microempresario  07/07/2017 20:44
    O Colunista fez uma análise histórica da educação em Cuba, uma análise muito ruim pois deixou de lado todas as dificuldades que Cuba passa por causa do embargo que sofre a mais de 40 anos(o que creio muito mais determinante par ao empobrecimento da ilha do que o investimento em educação pública).

    A falácia do "embargo" já está tão batida que nem vou comentar. Mas é o próprio governo cubano que proclama a excelência da educação cubana. Então é legítimo perguntar a um país com tal qualidade, onde o analfabetismo foi extinto e prostitutas tem curso superior, quais os resultados práticos desta qualidade. Que contribuição Cuba trouxe à cultura mundial ? Novos remédios ? Novas técnicas cirúrgicas ? Novos métodos construtivos na engenharia civil ? Algum avanço na engenharia mecânica, química ou elétrica ? Algum software inovador ? Descobertas na física ou na astronomia ?

    No Brasil os primeiros colégios visando uma educação laica eram públicos, as primeiras faculdades eram públicas, as melhores condições de trabalho foram garantidas pelo Estado

    E tudo isso era reservado aos amigos deste mesmo Estado.

    Aqui as melhores universidades são públicas, os melhores centro de pesquisas são públicos.

    A USP recebe mais de sete mil reais por mês para cada aluno matriculado. Dá para comparar com alguma universidade privada ?

    O empresário brasileiro é medroso.

    E com razão, já que o estado brasileiro é injusto, cruel e arrogante.

    Por isso a maior parte do investimento de infra-estrutura no Brasil parte do Estado, e não de seus empresários.

    E desde quando um empresário no Brasil pode investir em infra-estrutura ? O estado diz até o que ele deve fazer dentro de sua própria empresa, quanto mais em qualquer coisa de caráter público.

    E não adianta dizer que é o próprio Estado que causa essa situação porque 1- ela é anterior ao momento do Estado brasileiro como um gigante burocrata.

    O Brasil só não era dominado por um gigante burocrata antes de 22/04/1500.

    O domínio do Estado por parte dos empresários continua.

    Conheço um ex-presidente que há varios anos só viaja usando jatinhos particulares. Um deles pertence ao dono de um dos maiores grupos educacionais privados do país.

    Aqui no interior do Rio, quem coloca e tira prefeitos de suas cadeiras são os empresários(ou melhor, os mafiosos) do ramo do transporte.

    Será que o fato de todo o setor de transporte no Brasil ser monopolio do estado, que o distribui via "concessões", tem algo a ver com isso ?

    Entra no site dessa empresa que lá você vai ver o que é prioridade para eles. Se é a qualidade do ensino ou se são os lucros.

    E porque qualidade e lucros seriam excludentes ? Claro que em uma empresa que tem clientela cativa paga pelo estado, a qualidade realmente não é importante. Aliás, o que é prioridade para um professor de uma universidade pública: a qualidade do ensino que ele ministra ou uma política estatal que lhe garanta generosos salários, amplos benefícios, total estabilidade, ausência de cobrança de resultados e aposentadoria com salário integral ? Dica: a resposta não está no site da USP.

    Se dá sim por meio de uma análise histórica que mostra claramente que quem realmente sempre investiu em educação no Brasil foi o Estado.

    Em primeiro lugar, o estado não investe. Investir é colocar em risco o próprio dinheiro em troca de uma perspectiva de lucro. O estado toma o dinheiro das pessoas e, após distribuir parte dele entre seus protegidos, usa o que sobrar em bens e serviços que, com sorte, atenderão à demanda de algumas parcelas da sociedade, quase sempre de forma ineficiente.

    E em segundo lugar, isso não ocorre apenas com a educação. Praticamente tudo aqui em banânia foi, desde sempre, monopolizado pelo estado, o que explica nossa situação hoje.
  • Kalua  03/07/2014 21:55
    Os melhores colegios do Brasil, os miltares.
    Sao administrados pelo Governo Federal.
    Se voce afirma, todos os peixes sao capazes de nadar, e existe um que nao eh capaz.
    Sua regra nao vale.

    Sou simpatico a causa de uma sociedade com menos influencia governamental.
    Mas tambem sei, que tudo aquilo que eh extremo, nao eh correto.
  • Ex-microempresario  07/07/2017 20:16
    Ao afirmar categoricamente quais são os melhores colégios, vc fez uma afirmação extrema. Pela sua lógica, não é correto.

    Tratar assuntos complexos através de comparações simplórias não é um bom método.
  • Vote no Partido Novo  25/05/2016 04:32
    Peço ajuda dos libertários para ensinar o povo nessa notícia abaixo da Globo, lembrando que a globo tem prazo para comentar!
    Ajudem a explicar a causa libertária!
    Abs!
    g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/05/estudantes-ocupam-mais-uma-escola-contra-projeto-de-ppp-na-educacao.html
  • VOTE NO PARTIDO NOVO  26/05/2016 20:44
    "Menina 'defende' capitalismo em questão de prova, leva nota zero e mãe questiona: 'Escola sem partido?'

    Leia mais: extra.globo.com/noticias/viral/menina-defende-capitalismo-em-questao-de-prova-leva-nota-zero-mae-questiona-escola-sem-partido-19380565.html#ixzz49nRogWsS"

    Vamos agir moçada! Vamos agir!!! Vamos pelo menos enviar emails aos congressistas para aprovarem a lei contra a doutrinação nas escolas! AO MENOS ISSO PRECISAMOS FAZER! É UM AVANÇO SIM NA CAUSA LIBERTÁRIA!
  • Wanderly Gomes  14/07/2019 13:46
    Concordo com o autor: educação pública pode até apresentar alguma qualidade (coisa difícil de se ver), mas o custo final é sempre descompensador ! E diploma de curso superior é LUXO, logo, quem quiser que pague do próprio bolso ! O Ensino fundamental é mais que suficiente para o individuo se auto-conhecer e progredir na vida.
  • Filipe Rangel Celeti  09/02/2021 19:40
    Aproveitando para informar que o livro do James Tooley citado neste post agora está disponível em portuiguês.

    www.amazon.com.br/dp/8568451055


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