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Privatize tudo

"Sim, privatizar é importante. Mas o estado possui papel fundamental na prestação de serviços essenciais, como água, esgoto, coleta de lixo e polícia."

Este é o pensamento padrão daquela fatia de pessoas que não se encontra completamente idiotizada pela ideologia marxista e que ao menos admite a importância das privatizações.

"Com certeza deve-se privatizar a Telebrás e a Eletropaulo, e quem sabe até a Petrobrás e os Correios. Mas a Sabesp e a Polícia, jamais. O que seria dos pobres?!"

Ou então diria o mais científico:

"Alguns destes serviços são monopólios naturais, logo, o estado deve assumir o monopólio de fornecimento de alguns deles."

Ao mesmo tempo em que estes abnegados defensores dos pobres — genuínos arautos de uma pseudociência econômica — continuam afeitos a estas ideias, os pobres vão se virando, vão superando as boas intenções alheias e as falácias econômicas estabelecidas, e vão conseguindo algumas coisas.

Apesar dos altos impostos, das regulamentações, da burocracia e das barreiras contra importações, não existem no Brasil empresas estatais monopolistas fabricantes de TV's, geladeiras, micro-ondas, celulares, carros, móveis e imóveis.  Por outro lado, serviços como esgoto, polícia, água e coleta de lixo são prestados por estatais monopolistas protegidas contra qualquer concorrência. (No caso do lixo, o serviço é geralmente feito por empresas privadas, que obtêm uma concessão monopolista dos governos locais).

E então vem a pergunta: entre estes dois arranjos, qual é aquele ao qual os pobres conseguem ter acesso? A reportagem da Folha de São Paulo do último sábado nos responde:

Casas têm mais TVs e menos rede de esgoto em 11 Estados do Brasil

Casas com TV, DVD, computador, carro e moto, mas sem esgoto e coleta de lixo.

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, mostram que, enquanto no país avança a presença nas residências de bens duráveis, como eletrônicos, boa parte dos Estados fica paralisada —ou até regride— em serviços como água, esgoto e coleta de lixo.

De 2011 para 2012, 14 Estados tiveram redução no percentual de moradias com esses serviços (em 11 a rede de esgoto não teve nenhum avanço); apenas dois recuaram em bens duráveis. Na média nacional, houve crescimento ou estabilidade, dependendo do item.

E vejam que constatação impressionante agora:

Na prática, essa queda mostra que o aumento do número de moradias não é acompanhado no mesmo ritmo pelas políticas públicas.

Qual será o "mistério" que explica isso? Será que é porque o setor público não se guia pelo sistema de lucros e prejuízos, o que faz com que ele não possua nenhum incentivo em atender às demandas dos consumidores? Ou será que os moradores de regiões pobres não estão "votando direito"?  Ao que tudo indica, na eleição diária que ocorre no mercado, onde cada real conta como um voto decisivo para eleger o produto que eles irão adquirir, os votos estão sendo bem conscientes.

E quanto às preocupações de nossos defensores dos pobres em relação ao maléfico mercado e aos interesses do grande capital? "Se o estado não sobrepujar os interesses econômicos e prover saneamento básico para os mais pobres, estes ficarão sem esgoto e água." Parece que essas pessoas precisam tomar um choque de realidade antes de emitirem qualquer outra opinião.  Veja o que diz a reportagem:

Um dos maiores entraves ainda é a rede de esgoto. Ao todo, 11 Estados recuaram no acesso a este serviço. No Piauí, o percentual de casas com acesso à rede foi de 4% para 2,8% — queda de 29%.

A desculpa dos parasitas estatais? Sempre a mesma:

Para os Estados, a dificuldade está na falta de recursos.

Outro ponto, diz, é a "forte transferência" de moradores da zona rural para a periferia das cidades, o que traz demanda por expansão dos serviços.

A carência de recursos também é apontada como justificativa nos Estados onde a maioria das casas não tem rede de esgoto, como o Piauí.

A Cosanpa, companhia de saneamento do Pará, um dos Estados com maior queda no índice de casas com esgoto, diz que faz melhorias na rede desde 2008, mas enfrenta o crescimento populacional.

Eis a lógica do setor público: sempre que um programa está indo mal, é necessário tomar mais dinheiro da população.  O fracasso de uma iniciativa estatal significa que ela tem de ser recompensada com mais verbas confiscadas da população.  Exatamente o contrário do que ocorre na iniciativa privada, onde o fracasso é punido e o sucesso é recompensado com maiores lucros. 

Enquanto o setor privado reage a um aumento na demanda com regozijo, o setor público reage ao mesmo fenômeno com ameaças.  Enquanto o setor privado está sempre implorando por qualquer aumento na demanda, disputando acirradamente seus consumidores, o setor público está sempre culpando e punindo os consumidores por utilizarem demais seus serviços ou até mesmo por eles existirem.

Alguém consegue imaginar a Coca-Cola gastando milhões para fazer propaganda pedindo para as pessoas beberem menos Coca-Cola?  Pois é isso que as estatais monopolistas do fornecimento de água fazem, gastando milhões com suas campanhas pedindo para que as pessoas economizem água! "Mas se empresas privadas fornecessem água, empresários gananciosos iriam cobrar o quanto quisessem e os pobres não teriam acesso à água". Enquanto os "defensores dos pobres" ficam com estas divagações, os pobres vão tendo acesso à Coca-Cola e não à água.

E quanto a "cobrar o quanto quisessem", o monopólio estatal do fornecimento de água já chegou a um nível tão absurdo que, em São Paulo, é mais barato comprar água de um caminhão-pipa do que do encanamento da Sabesp.  Isso mesmo: o uso de um caminhão-pipa, o pagamento do motorista, da gasolina e do pedágio, e a compra da água em alguma fonte próxima — tudo isso sai mais barato do que o transporte por canos.  E não podemos ignorar o custo extra do mercado negro, pois, como a Sabesp possui o privilégio monopolístico no fornecimento de água, é ilegal concorrer com ela na venda de água para imóveis.  No entanto, ainda assim, centenas de imóveis em São Paulo enchem suas caixas d'água todas as noites com caminhões-pipa em vez de comprarem a água da Sabesp pelo encanamento.

A reportagem da Folha segue mostrando o exemplo de Jorge de Souza, motorista de ônibus morador de Manaus:

"A vida melhorou muito. Agora a gente até viaja para Fortaleza todo fim de ano. Mas a situação no bairro continua complicada", afirma Souza, que mora com a mãe, a mulher e o filho em frente a um igarapé no bairro São Jorge, na zona oeste da capital do Amazonas.

O lixo se acumula nas margens do canal, não há coleta de esgoto e a iluminação precária traz a sensação de insegurança — a casa dele já foi invadida duas vezes.

Na garagem, uma lona escura esconde um sonho antigo: o carro que ele comprou em fevereiro passado.

Dentro de casa, há geladeira, televisão e outros eletrodomésticos. Todos novos.

"A maioria dos produtos que comprei ficou com a minha ex-mulher", conta Souza. "Mas, aos poucos, estou comprando tudo de novo."

Jorge conseguiu comprar casa, carro, eletrodomésticos (duas vezes) e viaja todo final de ano, mas não pode comprar saneamento básico, segurança e tem que viver no meio do lixo, pois a coleta é monopolizada. 

O que seria dos pobres se tudo fosse privatizado?  Basta ver o exemplo de Jorge.  Ele consegue obter os bens e serviços fornecidos pelo mercado privado.  Ele não consegue obter os bens e serviços fornecidos pelo monopólio público.

Seria bom que aqueles benevolentes preocupados com os pobres — que fazem parte de uma minoria que possui saneamento básico onde mora — jogassem suas ideias estatistas em seus vasos sanitários, acionassem a descarga e passassem a defender a única solução definitiva para os problemas sociais: livre concorrência e privatização total.




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comentários (138)

  • TC  09/10/2013 20:43
    Muito boa a análise da notícia.
    O que desanima é ler o tom da notícia na Folha do Foro de São Paulo. E mais ainda os comentários dos leitores, todos clamando por mais verbas, discutindo de qual nível estatal é a culpa ou acusando especificamente alguma das gangues partidárias.
  • Silvio Pinheiro  09/10/2013 21:24
    Confesso que fico clinicamente deprimido quando leio a seção de comentários desses sites de notícias e compreendo perfeitamente o Professor Farnsworth quando disse "I don't want to live on this planet anymore".
  • Andre Cavalcante  10/10/2013 14:27
    Se a "Earth" está indo para "shut down", quem sabe a gente consiga criar uma civilização libertária aqui?.

    Brincadeiras a parte, seria interessante ter uma "concorrência planetária".
  • José  04/02/2015 19:25
    A gente não consegue nem estabelecer um livre mercado nesse planeta, vamos querer concorrência com outro? :(
  • Osvaldo Aires Bade  17/11/2013 03:45
    SITE QUE TEM BANDIDOS PRESIDIÁRIOS MENSALEIROS COMO COLUNISTAS E SOBRETUDO COMO ÍDOLOS, QUER A PRISÃO DE DANILO GENTILI - DIZ QUE ELE DEVIA SE EXPLICAR NA CADEIA!
    cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2013/11/site-que-tem-bandidos-presidiarios.html
  • Julio Heitor  09/10/2013 21:24
    Excelente texto, como sempre Fernando.

    Abraços!
  • Rafael  09/10/2013 22:56
    Parabéns pelo texto, Fernando.

    Impecável como sempre!
  • anônimo  09/10/2013 23:01
    Ótimo texto! Simples e objetivo, até estatistas devem ser capazes de entender!
  • Celso  10/10/2013 00:00
    Não é bem assim que as coisas funcionam.

    Primeiro, porque tem serviços que devem ser públicos pela sua própria natureza. Existem atividades que não são feitas necessariamente para dar lucro. Um exemplo disso é a segurança, por exemplo, não dá para simplesmente colocar pessoas de fora do Estado nesta função, a meu ver não daria certo já que é uma função que não visa lucro. O escopo do serviço público é justamente contribuir para o bem-estar das pessoas em segmentos que não sejam viáveis de serem gerenciados pela iniciativa privada.

    Outro exemplo: tratamento e distribuição de água só dão dinheiro quando os clientes são indústrias, mas abastecimento doméstico o custo é muito alto e dá muito problema. Só lembrando que a água é subsidiada pelo governo na maioria dos lugares, por isto a conta de água não é tão alta. Sendo a água um bem da humanidade, o que é cobrado é somente o serviço de tratar a água e levar até a casa do contribuinte. Se fosse uma empresa privada, visaria o lucro, e você não pode simplesmente cortar a água de uma pessoa que não pagou, por razões óbvias de dignidade, como deixar uma pessoa sem ter o que beber, sem tomar banho e sem ter como cozinhar alimentos ou lavar roupas?
  • anonimo  14/10/2013 14:40
    Bom dia.

    Se fornecer segurança não fosse lucrativo não haveria tantas empresas privadas fornecendo segurança. Só a título de exemplo, há mas seguranças privados no Brasil do que soldados nas forças armadas.

    E em relação ao esgoto e água, conforme o texto disse, não há oferta de água e esgoto, uma empresa privada não pode fornecer e o poder público não fornece.

    O Sr. disse que não pode ter uma empresa fornecendo água, pq se alguém não pagar vão cortar a água e: " como deixar uma pessoa sem ter o que beber, sem tomar banho e sem ter como cozinhar alimentos ou lavar roupas?"

    Mas não é o que acontece hoje? Moro na grande São Paulo e aqui o poder público não fornece água, ele deixa as pessoas "sem ter o que beber, sem tomar banho e sem ter como cozinhar alimentos ou lavar roupas".

    Eu prefiro a opção de contratar uma empresa privada para fornecer água e esgoto, mas não posso.

    Obrigado.
  • Andre  14/10/2013 14:45
    É perfeitamente viável, e lucrativo, fornecer água para residências.
    Se não fosse viável não existiriam caminhões pipa entregando água.
    Você está ignorando a realidade.
    E à partir do momento que uma empresa, dona de um rede de caminhões for lucrando e retendo os lucros ela
    pode investir em encanamento, pois isso irá reduzir os custos futuros da distribuição.

    Cortar a água de alguém não priva essa pessoa de beber água, ela pode pedir água pro vizinho, pode comprar de outra pessoa, etc, etc, etc...
    Isso é o mesmo que dizer que se eu não der comida à alguém eu estou "privando" essa pessoa de comer, que cruel...
    O que priva uma pessoa de beber água é proibir, pelo uso da coerção que ela compre/adquira água de caminhões pipa ou outras fontes/fornecedores.
    Ah, peraí, é EXATAMENTE ISSO que o governo faz! Ainda bem que nem sempre eles conseguem!

    Segundo essa lógica então o fornecimento de comida deveria ser estatizado.
    Afinal de contas sem comida as pessoas morem de fome.
    Se me lembro bem alguns países comunistas/socialistas tentaram estatizar a produção e distribuição de comida e isso resultou em MILHÕES DE MORTOS DE FOME.
    Então pela história (e pela atualidade na Coréia do Norte), se o governo saísse do caminho das pessoas teríamos ABUNDÂNCIA de água em nossas residências ao invés de escassez e preços estratosféricos.
    Só não estamos morrendo de sede porque a água é um recurso tão abundante, ao contrário da comida, que mesmo com o governo tentando.
    dificultar a vida de todo mundo, ainda dá pra conseguir água de outras fontes.

    E o fato da água ser "subsidiada" não significa que ela é mais barata, significa que ela é MAIS CARA, pois todos são OBRIGADOS à pagar por ela
    pelo preço que o governo quiser cobrar, já que não se pode deixar de pagar impostos. E o governo não tem nenhum incentivo pra ser eficiente.
    Se o fornecimentos de água pudesse ser feito por quaisquer empresas elas teriam que competir entre si e cobrar preços cada vez menores, como fazem as empresas de... ALIMENTOS,
    que, vejam só que surpreendente, são ESSENCIAIS para que não se morra de FOME. E paradoxalmente, em relação ao seu discurso, as pessoas NÃO estão morrendo de fome!!!
    Pelo menos não nos países mais capitalistas, nos mais socialistas, tipo Coréia do Norte, elas estão morrendo de fome SIM, e em Cuba, ainda que não estejam morrendo de fome,
    estão bem MAL alimentadas.
  • Claudio  05/03/2014 11:05
    De fato, hoje em dia a produção de alimentos é 100% privada e as vezes, para funcionar bem, precisa ser subsidiada pelo Estado - e é muito! -, para os preços não subirem as alturas e a produção poder continuar. E curiosamente, em todo o mundo, onde a produção de alimentos é 100% privada, MUITA GENTE morre de fome, que coisa né?

    Me lembro bem que a alguns anos atrás, os produtores de batatas e laranjas, que tinham tido excesso de produção, para não correrem o risco de diminuir muito o preço dos produtos, resolveram simplesmente... QUEIMAR e jogar fora. Daí os preços continuaram altos, e pessoas continuaram sem poder comprar, morrendo de fome. Já se sabe que produzimos muito mais comida do que somos capazes de comer, e poderíamos produzir muito mais ainda, mas não é do interesse privado que todos no mundo tenham o que comer, nem que seja de boa qualidade, necessitando portanto de muita regulação para que as empresas privadas não vendam simplesmente LIXO pras pessoas comerem, que por falta de informação - que também é privada - comem sem saber e tem problemas de saúde depois, tendo que gastar dinheiro adivinha aonde? Nos hospitais - públicos ou privados - e comprando remédio. Não vou nem entrar na questão da produção farmacêutica e da lei de patentes que junto com a saúde privada estimula o surgimento de novas doenças e induz dependência de drogas nas pessoas que por sua vez causam novas doenças... enfim.
  • Professor  05/03/2014 11:56
    Não, Claudio, tudo errado. Aliás, a sua ignorância no assunto é avassaladora.

    Pra começar, se há algo que já está comprovado é que subsídios aumentam os custos de produção e, consequentemente, os preços dos alimentos. Isso, aliás, é algo tão óbvio, que chega a ser inacreditável que alguém ainda pense que subsídios diminuam preços dos alimentos.

    Apenas raciocine: imagine que você forneça peças e equipamentos para produtores rurais. Você sabe que tais pessoas recebem continuamente dinheiro do governo. Você irá aumentar ou diminuir os preços que você cobra destas pessoas? Pense um pouquinho.

    Sabe o que acontece quando os subsídios agrícolas são simplesmente abolidos? Os preços despencam. Foi exatamente isso o que aconteceu na Nova Zelândia. O resultado foi tão surpreendente, que nem mesmo a esquerda lá fala em voltar com os subsídios.

    www.cato.org/publications/free-trade-bulletin/miracle-down-under-how-new-zealand-farmers-prosper-without

    www.cato.org/publications/commentary/new-zealand-farmers-dont-want-subsidies


    Sobre agricultores queimarem seus produtos, gozado. Até onde sei, isso sempre foi uma política governamental. Vide Getulio Vargas e as sacas de café. Aliás, tal política é até hoje elogiada pelas esquerdas. Outro progressista adorado, Franklin Roosevelt, fez algo ainda pior: enquanto as pessoas passavam fome durante a Grande Depressão, ele mandou trucidar milhares de porcos e proibir sua venda, pois o preço dos suínos estava caindo no mercado, e ele queria evitar a "deflação".

    Sobre a fome, fica aqui um desafio: aponte um país minimamente capitalista cuja população "morre de fome". Fome hoje em dia é algo restrito ao continente africano, uma localidade que nunca vivenciou respeito à propriedade privada e livre concorrência entre empresas sob um ambiente institucional minimamente robusto.

    Sobre patentes, você claramente ignora que elas são um monopólio concedido pelo governo às suas empresas favoritas. E qual a sua solução para acabar com este problema criado pelo governo? Mais governo.

    Como o estado garante o monopólio das grandes empresas farmacêuticas

    Largue a ideologia de oitava série, seja mais humilde, vá aprender como realmente funciona o mundo, e pare de se humilhar na internet.
  • Phelipe  08/05/2014 19:24
    Cara, suponhamos que a produção de laranjas foi de 100 quilos em um ano e era vendida a 1,00 o quilo, totalizando 100,00 por toda a produção. Se no outro ano eu produzir 200 quilos, porque eu queimaria a metade quando posso receber até 200,00 por toda a produção ou, no pior dos casos, uma vez que a produção dobrou o máximo que poderia acontecer era o valor por quilo cair pela metade e o produtor receber os mesmos 100,00 do ano anterior com o benefício de atingir mais clientes. É muito surreal acreditar que um empresário destruiria o excedente de sua produção. Só quem faz esse tipo de coisa é o governo com o intuito de manipular os aspectos da economia.
  • anônimo  14/10/2013 14:50
    Esse comentário do Celso deveria ser colocado num quadro e armazenado para as gerações futuras, para que, quando perguntassem como foi possível a população se submeter a um sistema tão tirânico, injusto e criminoso, possa lhes ser mostrado tal comentário como uma ilustração da mentalidade da população desta época: não lê, não estuda, pouco sabe, mas se julga autoridade para dizer aos outros como viver e como as coisas devem ser. O pior é que muitos são bem intencionados, mas são cegos quanto ao dano que suas ações e opiniões trazem.
  • Andre Cavalcante  14/10/2013 19:39
    São cegos conduzindo cegos: se um cego conduz outro cego, ambos terminarão por cair no buraco.

    Abraços
  • André  14/10/2013 15:51
    "Se fosse uma empresa privada, visaria o lucro, e você não pode simplesmente cortar a água de uma pessoa que não pagou, por razões óbvias de dignidade, como deixar uma pessoa sem ter o que beber, sem tomar banho e sem ter como cozinhar alimentos ou lavar roupas?"

    Vejamos, você está afirmando que seria ruim se empresas privadas fornecessem água para as pessoas.
    Para defender a sua tese, de que seria ruim, você está citando o fato de que se um empresa privada
    fosse responsável por fornecer água para as pessoas, então, quem não pagasse a conta de água teria o
    seu fornecimento cortado.

    Bom, essa afirmação foi para usada exemplificar uma razão pela qual seria ruim se empresas privadas fornecessem água,
    então, pode-se concluir, à partir disso, que quando é o governo que fornece a água, e uma pessoa não paga a conta,
    a água dessa pessoa NÃO será cortada. Pois, se a água da pessoa fosse cortada quando o governo é o fornecedor e a conta não é paga então
    seu exemplo não faria nenhum sentido lógico.

    Mas, pelo que eu conheço da REALIDADE, qualquer pessoa que não pagar a conta de água, seja ela fornecida pelo governo,
    ou por uma empresa privada, terá sua água CORTADA.
    Logo, ou você está mentindo, descaradamente, ou está inventando afirmações da sua cabeça sem confrontá-las com a REALIDADE,
    aquela coisa chata que oprime os dragões, os unicórnios e os círculos quadrados, impedindo-os de EXISTIR.

  • MAuro  06/03/2014 19:42
    Concordo que deve haver equilíbrio entre público e privado. O Nosso problema é que o público daqui é uma privada se me permitem o trocadilho.

    Quero ver um Santander operando lá em Quixadá da pqp desse Brasil. Quero ver um Sodex, Fedex lá também.

    Até na privatização agente privatiza mal. Ao vender a telefonia (sistema telebrás) em que se pagava uma franquia para expansão da rede, esta mesma franquia ainda é cobrada e não se vê um investimento em fibra ótica.

    Vai ver o sistema de telefonia e banda larga público na Suiça para ver se querem privatizar.

    Se privatizar tudo aqui vamos pagar bem caro, num país de lob e concentração de mercado facilitada por agências reguladoras de m...
  • Professor  06/03/2014 20:13
    "Concordo que deve haver equilíbrio entre público e privado."

    Já há e muito. Não há absolutamente nenhum grande setor da economia que seja 100% privado ou 100% estatal. Logo, seu desejo já foi atendido, e o Brasil tem necessariamente de ser o país de seus sonhos. Não reclame.

    "O Nosso problema é que o público daqui é uma privada se me permitem o trocadilho."

    Só daqui? Você acha que o setor estatal da Venezuela funciona? Da Argentina? Da Bolívia? Aliás, você acha que os dos EUA funciona? Experimenta usar o USPS ou a Amtrak...

    "Quero ver um Santander operando lá em Quixadá da pqp desse Brasil. Quero ver um Sodex, Fedex lá também."

    Não sei o que é Sodex. Mas um FedEx chaga a qualquer lugar dos EUA, desde que você pague de acordo. Nada mais justo. Quanto ao Santander, se eu fosse seu presidente, não abriria agências no sertaozão, e pelo simples motivo de que não tenho como competir com os privilégios estatais usufruídos pelo Banco do Brasil e pela CEF. Taí mais um resultado do equilíbrio entre público e privado que você tanto glorifica.

    "Até na privatização agente privatiza mal."

    Correto. E todas as lambanças estão explicadas aqui.

    "Ao vender a telefonia (sistema telebrás) em que se pagava uma franquia para expansão da rede, esta mesma franquia ainda é cobrada e não se vê um investimento em fibra ótica."

    Pra começar, na era da telefonia estatal, uma linha telefônica era tão cara que era declarada até no imposto de renda. E a instalação desta linha podia demorar anos. Hoje, ninguém nem sequer pensa em instalar linhas telefônicas. Todo mundo usa celular, Skype e WhatsApp.

    "Vai ver o sistema de telefonia e banda larga público na Suiça para ver se querem privatizar."

    O sistema de banda larga da Suíça é altamente concorrencial. Um país menor que o estado de São Paulo tem mais provedores do que o Brasil: Cablecom, Swisscom, Orange, Sunrise, DFI, Green, M-Budget, Monzoon.

    Por outro lado, todas as empresas do ramo aqui no Brasil têm fundos de pensão de estatais e o BNDES como seus acionistas. Novamente, aí está o "equilíbrio entre público e privado" que você tanto preza. Não sei do que reclama. Você está obtendo exatamente aquilo que você está demandando.

    "Se privatizar tudo aqui vamos pagar bem caro, num país de lob e concentração de mercado facilitada por agências reguladoras de m..."

    Ora, mas as agências reguladoras existem justamente para proteger as empresas, ferrar o consumidor e evitar qualquer tipo de concorrência. Se você quer que preços caiam, defenda a extinção das agências reguladoras e a total abertura do mercado. Liberdade de entrada e livre concorrência total. Apenas olhe ao seu redor. Todos os cartéis, oligopólios e monopólios da atualidade se dão em setores altamente regulados pelo governo (setor bancário, aéreo, telefônico, elétrico, televisivo, postos de gasolina etc.).

    Veja o que aconteceu com a telefonia da Guatemala.

    De novo: agências reguladoras nada mais são do que o resultado do "equilíbrio entre público e privado" que você tanto preza. Não sei do que reclama. Você está obtendo exatamente aquilo que você está demandando.
  • anônimo  26/07/2014 15:23
    Se eu não pagar a conta de água pro estado, minha água é cortada, não tem sentido o seu comentário.
  • Pupilo  10/10/2013 12:10
    Excelente artigo. Ainda sim, os estatista vão continuar relutante. É muita ignorância para uma pessoa só.
  • Andre  10/10/2013 13:29
    "Malditos capitalistas diabólicos, sempre tentando oferecer produtos e serviços cada vez melhores por preços cada vez menores!!!".

    Assim disse um esquerdista, ao perceber que os capitalistas estão diminuindo a miséria no mundo num ritmo alucinante, miséria que ele AMA DE PAIXÃO.
    Pois como Joãozinho Trinta já observou há muito tempo atrás:
    "Quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de luxo".
  • Andre Cavalcante  10/10/2013 15:31
    Sou morador de Manaus e afirmo com todas as letras que a realidade é essa mesma. Não temos nem água e nem esgotos, e olha que estamos na frente do maior rio do planeta.
    O problema realmente não é ter água, mas fazer com que a empresa (privada, mas monopolística por concessão do governo) faça o que deve fazer para crescer junto com a população. Aqui o normal é um condomínio furar um poço e cobrar o custo da energia usada na bomba na taxa de condomínio. Aliás é uma das coisas que a gente usa como critério pra compra de imóvel: tem poço, bom negócio; não tem poço, nem entra nessa porque ficar dependente da concessionária (que troca de nome - e só o nome, a cada prefeito diferente... por que será?) é uma fria.
  • Átila Arruda  10/10/2013 16:18
    Que medidas devemos adotar para implantar o anarcocapitalismo em uma região do brasil
    já que em todo território é praticamente impossível?
  • VAN ALEXANDER  10/10/2013 21:11
    TODAS AS LOUCURAS SÃO POSSÍVEIS. NA ALEMANHA JÁ EXISTE ATÉ DINHEIRO PRIVADO EM LOCALIDADES PEQUENAS. SENDO ASSIM, NA SUA CIDADE, FUNDE O ANARCOCAPITALISMO. VAI QUE COLA...
  • Andre Cavalcante  10/10/2013 22:46
    Cercar uma boa área, com acesso ao mar.
    Colocar um bom sistema de defesa, que rivalize com o Brasil.
    Conseguir negócios muito lucrativos com americanos, chineses, europeus etc.
    E, pricipalmente, e fundalmentalmente,
    enchê-la com libetários.
  • Rafael Fernandes  03/03/2014 03:44
    Ou seja, os morros cariocas
  • Guilherme  03/03/2014 10:18
  • Huno  11/10/2013 13:56
    "Jorge conseguiu comprar casa, carro, eletrodomésticos (duas vezes) e viaja todo final de ano, mas não pode comprar saneamento básico, segurança e tem que viver no meio do lixo, pois a coleta é monopolizada."

    Jorge também está entupido de dívidas que não conseguirá pagar nunca. E ele só conseguiu comprar todas essas coisas por conta da política de crédito fácil do governo.
  • Leandro  11/10/2013 14:09
    Huno, em primeiro lugar, não se sabe se tudo isso Jorge comprou a crédito. É você quem está especulando isso.

    No entanto, para o bem do debate, vamos supor que seu palpite esteja correto. Disso, podemos fazer três constatações:

    1) Jorge é ferrado pelo governo de todos os lados.

    2) Poupando, no entanto, Jorge pode comprar os bens sem recorrer ao crédito.

    3) Por outro lado, Jorge nada pode fazer quanto aos serviços estatais. Nem poupando e nem recorrendo ao crédito ele pode consegui-los.
  • anônimo  11/10/2013 23:04
    No Brasil hj, a maioria tá comprando a crédito. Eu ví uma reportagem no Fantástico há um tempo atrás em que um casal com um imóvel para pagar em 35 ANOS.... 35 ANOS...
  • Felix  12/10/2013 00:32
    O povo é consumista
    tão nem aí se é 35 anos
    se caber no bolso beleza,
    e se não der pra pagar, calote neles
    (não quero generalizar mas o índice de inadimplência do MCMV tá algo!)
  • Huno  12/10/2013 02:38
    "Huno, em primeiro lugar, não se sabe se tudo isso Jorge comprou a crédito. É você quem está especulando isso."

    A menos que tenha havido um aumento considerável na renda real do brasileiro de classe baixa e/ou redução monumental de preços nesse tipo de produto, é bem razoável inferir que ele está comprando a crédito, sim.

    Assim sendo, temos que Jorge só conseguiu comprar essas coisas através de mágica governamental. Naturalmente que essa mágica terá seu preço no futuro, mas o ponto é, você não pode pegar o exemplo de Jorge e dizer, olha só, o capitalismo fez esse colega aqui conseguir todas essas coisas.
  • Leandro  12/10/2013 03:15
    "Assim sendo, temos que Jorge só conseguiu comprar essas coisas através de mágica governamental. Naturalmente que essa mágica terá seu preço no futuro, mas o ponto é, você não pode pegar o exemplo de Jorge e dizer, olha só, o capitalismo fez esse colega aqui conseguir todas essas coisas."

    Uai, é? Quem foi que produziu os bens que Jorge comprou? O comunismo?

    Outra coisa: você ignorou por completo meus três pontos acima, os quais foram elaborados levando em consideração justamente esta sua hipótese (a de que Jorge conseguiu tudo via crédito). Ignorou inclusive o ponto 3, o qual parece negar a tal "mágica governamental" que você invocou.

    Deixe de ideologia e seja intelectualmente mais honesto.
  • Huno  12/10/2013 12:03
    Leandro, você não está entendendo absolutamente nada do que estou escrevendo.

    "Uai, é? Quem foi que produziu os bens que Jorge comprou? O comunismo?"

    Não é questão de quem produziu ou não os bens comprados por Jorge. É questão de que esses bens foram produzidos dentro de um enorme esquema de almoço grátis. Só houve essa produção toda porque havia a expectativa de que esses produtos seriam vendidos, e essa expectativa foi gerada dentro de um ambiente turbinado pelo fornecimento de uma tonelada de crédito.

    Bens não são produzidos em um vácuo por capricho, eles são produzidos dentro de sistemas de incentivos.

    O problema deste post é que ele é uma leitura erradíssima da situação atual.

    "Outra coisa: você ignorou por completo meus três pontos acima, os quais foram elaborados levando em consideração justamente esta sua hipótese (a de que Jorge conseguiu tudo via crédito). Ignorou inclusive o ponto 3, o qual parece negar a tal "mágica governamental" que você invocou."

    Eu os ignorei porque eles são irrelevantes para a questão. A questão, sucintamente posta, é esta:

    Ponto: Jorge está cheio de bens que antigamente não conseguia comprar. Vitória do capitalismo, que conseguiu fazer Jorge ter esses bens.

    Contraponto: Jorge só conseguiu esses bens por conta da política de crédito fácil do governo. Jorge não vai ter como pagar esses bens sem um aumento considerável da sua renda real, algo que, realisticamente, não é provável de acontecer tão cedo. Eventualmente a conta vai chegar e alguém vai pagar, de modo que a situação não é nem realmente boa, nem um "sucesso do capitalismo." Ela é inteiramente atribuível a uma política do governo que se revelará desastrosa no futuro (embora esse desastre não signifique por si só que a alternativa proposta seja viável).

    Pior: se algum milagre acontecer e essa política não resultar em desastre, vai ser ponto para o intervencionismo, não para o capitalismo laissez-faire.

    Matérias irrelevantes ao ponto e contraponto:
    - se Jorge tem acesso aos bens do governo (verdade, mas não diz respeito em nada à discussão, que é sobre a relação causal que levou Jorge a adquirir seus novos bens e futuras consequências da mesma),
    - que Jorge poderia comprar os bens se poupasse (tecnicamente verdade, mas se é tão fácil assim, por que ele não poupou logo em vez de recorrer ao crédito? Resposta: porque levaria um tempo significantemente superior ao uso do crédito, já que não houve aumento significativo na renda real do brasileiro).

    Não os abordei a fundo na mensagem anterior porque em uma discussão sobre laranjas, se alguém traz um ponto incidental sobre maçãs, eu não vou ter que dar atenção à questão sobre maçãs. Fazê-lo é perder tempo e desviar o foco do que é importante.
  • Leandro  12/10/2013 18:51
    Sua resposta foi extremamente interessante, Huno, porque ela exemplifica perfeitamente o tipo de confusão ideológica que reina na cabeça das pessoas. E boa parte da culpa é minha, pois fui muito sucinto em minhas intervenções anteriores, quando deveria ter sido mais didático.

    Portanto, para me redimir desta minha postura lassa, permita-me esmiuçar em maiores detalhes a sua resposta.

    "Não é questão de quem produziu ou não os bens comprados por Jorge."

    Óbvio que é. Sem produção não há consumo. Ignorantes em economia dizem que é o consumo o que gera a produção. Errado. É exatamente o contrário: é a produção o que permite o consumo. Sem capitalistas, não há produção. E sem produção não há consumo. Leia mais detalhes aqui.

    "É questão de que esses bens foram produzidos dentro de um enorme esquema de almoço grátis. Só houve essa produção toda porque havia a expectativa de que esses produtos seriam vendidos, e essa expectativa foi gerada dentro de um ambiente turbinado pelo fornecimento de uma tonelada de crédito."

    Errado. Todo o processo de produção de um bem de consumo durável -- seja um automóvel ou um eletrodoméstico -- é longo e dispendioso. Não é algo que ocorre instantaneamente. Por exemplo, considerando-se desde o seu primeiro protótipo até o momento em que ele chega ao pátio da concessionária, o processo de produção de um automóvel é extremamente longo. Não dura menos do que 5 anos. Para alguns modelos, 8 anos.

    Você ignorou completamente o fator tempo em sua "análise". Você parece acreditar que um bem de consumo é instantaneamente produzido tão logo um banco libera um empréstimo para um consumidor. Isso é nonsense total. Este seu raciocínio está, na prática, dizendo que primeiro o banco libera um empréstimo para o consumidor, e só então o produto começa a ser produzido nas fábricas. Basta um banco liberar um empréstimo para um consumidor, que o bem de consumo surgirá no mercado quase que instantaneamente. Isso não é existe

    "Bens não são produzidos em um vácuo por capricho, eles são produzidos dentro de sistemas de incentivos."

    A frase em si é correta, mas como você a escreveu logo após o trecho acima, ela apenas reforça a errônea ideia de que o tempo não existe em sua estrutura produtiva. Você crê na seguinte sequência: primeiro o banco libera o crédito ao consumidor, e então, só então, as empresas começam a produzir para satisfazer esse consumidor.

    "O problema deste post é que ele é uma leitura erradíssima da situação atual."

    O texto fala sobre como o estado é incapaz de ofertar aqueles bens e serviços dos quais ele se arrogou o monopólio. Mostra também a incoerência por trás deste arranjo: o estado assumiu o monopólio de tais serviços porque ele dizia que eles eram imprescindíveis para os mais pobres e não poderiam ficar a cargo do mercado. No entanto, são justamente os mais pobres que estão sem estes serviços, ao passo que, quando recorrem ao mercado, eles conseguem os bens que querem.

    Qual é, portanto, a "leitura erradíssima da situação atual"?

    "A questão, sucintamente posta, é esta: [...] Jorge só conseguiu esses bens por conta da política de crédito fácil do governo. Jorge não vai ter como pagar esses bens sem um aumento considerável da sua renda real, algo que, realisticamente, não é provável de acontecer tão cedo."

    Sou extremamente simpático a este raciocínio, e já escrevi inúmeros artigos falando exatamente sobre este problema. Mas aqui este raciocínio surge bastante deslocado.

    Em primeiro lugar, você está afirmando com uma certeza inarredável que Jorge comprou tudo a crédito. É bem possível, mas nada permite essa sua certeza. No máximo, trata-se de uma suposição. Ademais, você ignorou completamente outra questão ligada a esse ponto: os moradores de São Paulo recorrem a caminhões-pipa, que entregam água mais barato do que a Sabesp. Será que os paulistanos também compram água a crédito?

    No entanto, mesmo que você esteja totalmente correto com relação a Jorge, esta sua suposição não é nem de longe o ponto do artigo. O ponto, repito, é mostrar como o estado se arroga uma determinada tarefa afirmando ser o único capaz de cumpri-la, mas fracassa miseravelmente. E o pior: diz que apenas ele pode cumpri-la, pois o mercado seria insensível. No entanto, é justamente ao mercado que tanto Jorge quanto os moradores de São Paulo recorrem para se manter.

    "Eventualmente a conta vai chegar e alguém vai pagar, de modo que a situação não é nem realmente boa, nem um "sucesso do capitalismo." Ela é inteiramente atribuível a uma política do governo que se revelará desastrosa no futuro (embora esse desastre não signifique por si só que a alternativa proposta seja viável)."

    A frase acima me deixou exultante. Faço uma pergunta: a quem você atribui a culpa do colapso financeiro dos EUA em 2008? A sua resposta vai mostrar o quão coerente você é.

    Paro por aqui, pois o resto de sua postagem foi apenas uma repetição do que você já havia escrito (sempre enfatizando Jorge e sempre ignorando todos os outros exemplos do texto).

    Abraço!
  • Rafael  15/10/2013 09:16
    Perfeita a análise do Leandro.
    De fato não pode haver consumo sem antes haver o empreendimento na produção de algum bem.
    O fator tempo também envolve o risco típico na tarefa de empreender. Se o empreendedor cometer alguma falha no seu processo de produção não poderá haver sequer o consumo de algo que não foi produzido. Não é o consumidor que serve ao empreendedor (embora este último dependa do primeiro), mas é justamente o contrário - é o capitalista que fornece bens úteis para o consumidor consumir. Sem o ato de empreender talvez não possa existir nem a geração de empregos assalariados.
    Agora consigo compreender a armadilha do raciocínio do Huno. Graças a este tipo de lógica é que o senso comum ataca ferozmente a atividade do capitalista como se o consumidor fosse o único agente envolvido no processo de mercado.
  • mauricio barbosa  26/07/2014 18:52
    Leandro e Rafael esse tal de Huno é um leigo em economia ou então é mais um postando comentários de má-fé e porque o chamo de leigo ou mal-intencionado,vamos lá,o leigo ver as lojas farta de mercadorias,as concessionárias lotadas de carros zero,enfim ele observa todos os empreendedores fazendo seus negócios e fica imaginando que toda esta produção é fácil,milagrosa,pronta num passe de mágica,enfim ele não imagina a MDO que é produzir tudo isto e mais alguma coisa e parafraseando o mestre Bastiat "o que se vê e o que não se vê",ele não percebe que todo este estoque de capital e mercadorias é gerenciado de maneira econômica e parcimoniosa,qualquer empreendedor sabe que é preciso trabalhar com estoques máximos e mínimos,não pode faltar nem sobrar e estoque tem custo e é preciso gira-lo com eficácia e eficiência,portanto quado você olha para todos os lados aparentemente parece estar sobrando capital e mercadoria,mas a realidade não é essa muito pelo contrário a concorrência é feroz e gerir custos é uma ciência e muito mais do que isso é uma arte,pois qualquer erro pode custar a falência da empresa e ninguém quer falir e quando o governo pratica uma expansão de crédito ela faz sucesso no curto prazo devido a capacidade ociosa das empresas responder a esse aumento de demanda sem aumento de preços e as importações estarem sendo facilitadas,mas a inflação ocorre devido a aos empreendedores fazerem correções em seus preços por dois motivos básicos lucrar mais e reajustar os preços poi os fornecedores também estão reajustando seus preços fechando com isso o ciclo e basta a inflação começar a fugir do controle dos magos governistas e as importações serem encarecidas com aumentos de tarifas aduaneiras e todo o esforço do governo é derrubado,ou seja não há almoço grátis e os magos governistas tentam a todo custo manter a palhaçada engana-trouxa que nem leigos como esse huno aparenta ser e com isso os mal-intencionados sabedor destas relações de causa e efeito vem aqui comentar tentando enganar algum trouxa,sendo que aqui não tem trouxa mas sim aprendizes e libertários convictos...
  • Mineiro  19/10/2013 05:34
    O Estado se mostra ineficiente em politicas publicas, e ainda mais em prestação de serviços a sociedade. A privatização, ou concessão como pensam os atuais governistas federais, e uma forma do Estado incapaz de fazer, permitir que alguém capacitado fazer.

    Na minha humilde opinião, o Estado deveria somente fiscalizar, acompanhar, ao invés de executar operacionalmente, como vem ocorrendo em governos que se intitulam socialistas, mas que dependem exclusivamente do erário oriundo do capitalismo.
  • Luiz Berenguel  13/01/2014 14:13
    Você não está totalmente certo, pois se Jorge tiver uma "consciência financeira", e só comprar à vista? Ou ele sabe se planejar financeiramente? Não é possível afirmar com certeza de que Jorge está endividado ou não, o que se pode afirmar é que ele teve acesso a bens de consumo disponibilizados pela iniciativa privada, e não tem acesso a bens que deveriam ser disponibilizados pela iniciativa estatal.
  • Carlos Marcelo  12/10/2013 20:02
    Sempre tive curiosidade em entender esse "monopólio estatal". Vocês sabem onde está a lei que proíbe a construção de estradas, saneamento e outros serviços públicos?
  • Malthus  12/10/2013 20:36
    A de serviços públicos que envolvam atividade no subsolo -- metrô e qualquer coisa que envolva encanamentos, fiação e TV a cabo -- está na própria Constituição, que diz que a União é proprietária única do subsolo.

    Quanto ao resto, não entendi muito bem: você está dizendo que, se eu quiser, posso sair agora construindo estradas, portos e aeroportos onde eu quiser? O próprio filho do dono da FIESP tentou recentemente construir um aeroporto privado a 35 km ao sul de São Paulo, mas foi proibido pelo governo.
  • anonimo  12/10/2013 23:02
    Boa noite.

    Existe a lei das águas (sim, é isso mesmo que eu escrevi), que logo em seu artigo 1° fala que a água é um bem de domínio público e que a gestão dos recursos deve contar com a participação do poder público. Por ser um bem público não pode ser privatizada ou mesmo privada.

    São pouco mais de 50 artigos, recomendo dar uma lida:

    www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9433.htm

    Obrigado.


  • Pobre Paulista  14/10/2013 16:40
    Putz, que maravilha. A água é um "bem público" e portanto somente o governo brasileiro é capaz de dizer a melhor forma de se utilizá-la.

    O resto do mundo já sabe disso? Digo, devíamos cobrar a água que eles usam, não é mesmo?

    É até engraçado ler os artigos dessa lei!
  • anonimo  14/10/2013 17:44
    Achou engraçado? Eu achei bem triste e não sei se reparou, mas lá pelo art. 41 e seguintes, fala sobre as agências de água, é a certeza de que nada vai dar certo...
  • perplexo  13/10/2013 02:59
    "Casas têm mais TVs e menos rede de esgoto em 11 Estados do Brasil"

    Cassilda! é esta a linha de raciocinio por aqui ? O que é isto a disneilandia ?
  • Gredson  14/10/2013 22:11
    Se eu não me engando a coca cola é dona da empresa Crystal, esse empresa vende água mineral.

    Se brinca até a coca cola é melhor que governo para fornecer água.
  • Daniel  15/10/2013 02:53
    Fernando,

    concordo parcialmente. Em primeiro lugar, sugiro a utilização da palavra "liberar" ao invés de "privatizar": "liberar determinado ramo ao mercado". Privatizar é uma palavra estigmatizada em português. Não adianta remar contra a maré alta.

    Contudo, uma sociedade precisa de locais (espaços) públicos, não-privados.

    Não é exatamente uma preocupação com os pobres. É uma preocupação com nós mesmos. Um local que seja de ninguém. Uma praça, um parque, a rua, ou seja lá o que for. Não haver nenhum local público (de ninguém) é um pouco perturbador.

    Às vezes se quer sair andando anonimamente. Andando sem que aquele local tenha que pertencer a alguém. Isso só funciona num local público.

    O Estado funciona sim, desde que ele seja pequeno, fique só com o essencial. Basta quem quiser modificar suas regras se eleger a função almejada, convencendo seus semelhantes.

    Tudo privado também não é bom. Haverá um momento em que algum ente privado ficará poderoso o suficiente para subjugar os demais. Retorna-se a uma espécie de império. É inevitável. Pensar diferentemente seria ser bastante infantil. É acreditar em excesso na raça humana.

    Os humanos, infelizmente, fracos, precisam de várias instituições para dizer o básico para a boa convivência (família, igreja, escolas, etc.).

    Eliminar o estado seria apenas transferir o problema para uma nova e poderosa instituição que substituiria o estado (e poderia fazer um novo estado). Foi assim durante toda a história da humanidade. É a nossa fraqueza.

    Quanto ao estado ficar só com o essencial, os minarquistas arranjam boas soluções.

    Deixar tudo o que existe privado seria, além de ilusório, no mínimo arriscado. O estado mínimo dá uma margem de manobra ao ser humano para sobreviver - aos fracassados, que pode ser qualquer um.

    Se o problema reside em se aceitar a "espoliação" realizada pelo estado no que se refere ao confisco da riqueza alheia, para se autosustentar, eu diria que num estado mínimo esse confisco mal seria sentido pela população rica, além de ser uma forma de redistribuição de riquezas sem ter que arcar com carga sentimental. Algo por demais bastante aceito na nossa sociedade.

    Obviamente, quanto a abertura da concorrência privada a empresas públicas sou totalmente a favor - conheço os princípios básicos de economia.

    Contudo, há que se pensar também nos princípios básicos de justiça. "Dar a cada um o que é seu" não é algo que se possa fazer com radicalismos intransigentes.

    É o que penso.
  • Andre Cavalcante  16/10/2013 11:55
    Daniel,

    Não sou o Fernando, mas acho que posso dar uns pitacos no seu texto:

    "Em primeiro lugar, sugiro a utilização da palavra "liberar" ao invés de "privatizar": "liberar determinado ramo ao mercado". Privatizar é uma palavra estigmatizada em português. Não adianta remar contra a maré alta."

    Mesmo estigma com velho. Velho é idoso. Idoso é velho. É a mesma coisa, mas uma palavra tem um estigma e a outra é politicamente correta. Este site se orgulha de não ser politicamente correto.


    "Contudo, uma sociedade precisa de locais (espaços) públicos, não-privados."

    Não, uma sociedade precisa de locais comuns, mas não necessariamente públicos (no sentido de serem do governo local, regional ou nacional).


    "Não é exatamente uma preocupação com os pobres. É uma preocupação com nós mesmos. Um local que seja de ninguém. Uma praça, um parque, a rua, ou seja lá o que for. Não haver nenhum local público (de ninguém) é um pouco perturbador."

    Tanto é verdade que você consertou a frase. Depois deturpou de novo. Espaço público subentende um espaço cujo dono é o governo, o estado. Um espaço de ninguém é simplesmente isso, um espaço sem dono.


    "Às vezes se quer sair andando anonimamente. Andando sem que aquele local tenha que pertencer a alguém. Isso só funciona num local público."

    De novo, funciona num local sem dono. Isso funciona em uma pequena comunidade ou num bairro de uma grande cidade, mas espaços que tendem a criar conflitos, porque sem dono, devem possuir donos para se acabar com o conflito, daí a privatização, isto é, tornar privado, de todos estes espaços que anteriormente eram sem dono. A pior maneira de fazer isso é dando o espaço para uma entidade que funciona "fora" da dita sociedade: o estado.


    "O Estado funciona sim, desde que ele seja pequeno, fique só com o essencial. Basta quem quiser modificar suas regras se eleger a função almejada, convencendo seus semelhantes."

    Isso que cê disse é um contrassenso. Veja bem, se o estado é pequeno e você quiser modificar suas regras, por exemplo, aumentando-o, basta você se eleger na função que permita isso, por exemplo, como prefeito ou governador ou senador ou presidente etc. e então aumentará o estado, já acabando com a sua premissa que é manter o estado mínimo.
    E este é o problema, é impossível manter o estado mínimo, ele fatalmente vai crescer, a não ser que ele seja tão mínimo que não exista.


    "Tudo privado também não é bom. Haverá um momento em que algum ente privado ficará poderoso o suficiente para subjugar os demais. Retorna-se a uma espécie de império. É inevitável. Pensar diferentemente seria ser bastante infantil. É acreditar em excesso na raça humana."

    Se uma entidade qualquer do mercado subjugar todos os demais elementos, temos exatamente o que temos hoje, uma entidade que absolutamente subjuga todas as outras. Novamente, um contrassenso. Para evitar esse tipo de coisa em um mercado qualquer bastam duas coisas: que as pessoas não queiram ser subjugadas, e a possibilidade de aparecer qualquer outra entidade que possa prestar qualquer tipo de serviço necessário no mercado, isto é, liberdade de entrada. Ambas estas coisas só são possíveis quando não se tem um estado.


    "Os humanos, infelizmente, fracos, precisam de várias instituições para dizer o básico para a boa convivência (família, igreja, escolas, etc.)."

    Sim. Mas todas essas instituições podem e deve ser privadas.
    Aqui você parece que confundiu liderança com estado. Lideranças são necessárias. O estado não.


    "Eliminar o estado seria apenas transferir o problema para uma nova e poderosa instituição que substituiria o estado (e poderia fazer um novo estado). Foi assim durante toda a história da humanidade. É a nossa fraqueza."

    De novo, isso é um contrassenso.


    "Quanto ao estado ficar só com o essencial, os minarquistas arranjam boas soluções."

    Há vários minarquistas que frequentam o site. Vou deixar essas propostas para eles.


    "Deixar tudo o que existe privado seria, além de ilusório, no mínimo arriscado. O estado mínimo dá uma margem de manobra ao ser humano para sobreviver - aos fracassados, que pode ser qualquer um."

    Aí você está dizendo que uma pessoa, somente porque fracassou em uma empreitada, está fadada a morrer? Também está dizendo que, sem o estado, nenhuma outra instituição privada não poderia socorrer uma pessoa em penúria?

    Só para constar, a primeira instituição de ajuda humana aos viajores e desgraçados da vida, que é relativamente bem documentada, é a casa de Pedro, o Apóstolo que, segundo tradições, recebeu o nome de Casa do Caminho. E oh!, surpresa: foi uma entidade privada.

    Geralmente é assim, a iniciativa privada cria e o estado se apropria. De onde você acha que o PT tirou essa bandeira de ajudar os pobres? Da Igreja Católica.


    "Se o problema reside em se aceitar a "espoliação" realizada pelo estado no que se refere ao confisco da riqueza alheia, para se autosustentar, eu diria que num estado mínimo esse confisco mal seria sentido pela população rica, além de ser uma forma de redistribuição de riquezas sem ter que arcar com carga sentimental. Algo por demais bastante aceito na nossa sociedade."

    E esse é problema, a aceitação. No momento que as pessoas se conscientizarem que estão sendo roubadas pelo estado, tal qual um ladrão o faz, mas de maneira ainda mais odiosa porque na surdina (às vezes nem isso), ele acaba no dia seguinte.

    E essa de "os ricos nem iriam sentir" é uma imoralidade sem tamanho. O que é moral é defender os direitos naturais e legítimos das pessoas e não o roubo. Se é assim tão sem sentir aos ricos, crie uma entidade e convença-os, de maneira voluntária, a contribuir com ela e você pode ajudar a resolver os problemas do mundo de maneira, aí sim, moral. A propósito, tal entidade privada existe e, graças a Deus e contra todos os que dizem que o ser humano é naturalmente perverso, são várias. A mais proeminente é a Fundação Bill & Melina Gates, que tem um ativo de US$36bi e um lucro operacional de US$56bi.


    "Obviamente, quanto a abertura da concorrência privada a empresas públicas sou totalmente a favor - conheço os princípios básicos de economia.

    Contudo, há que se pensar também nos princípios básicos de justiça. "Dar a cada um o que é seu" não é algo que se possa fazer com radicalismos intransigentes."

    Essa frase "Dar a cada um o que é seu" é de um contrassenso sem tamanho. Afora que ela é fala de tudo, menos de justiça. Ora se é meu, porque alguém teria que me dar? Não tem sentido. Ou é meu ou não é. Se alguém ou algo tem que me dar alguma coisa, é porque essa alguma coisa não é minha. Se é minha, sou eu quem define o fim, útil ou não, para essa alguma coisa.

    O que não pode é alguém tomar o que é meu. Isso sim é com sentido e não há nada de radical com isso. Ao contrário, se não tivermos o bom senso de aceitar tal premissa então estaremos cometendo injustiça.

    O que parece é que você é a favor do roubo. Em outras palavras, os defensores de tais abominações estão mesmo é interessados em estar do lado do gatilho da arma enquanto todo o resto está do lado do cano.

  • Daniel  16/10/2013 23:33
    Ok, André.

    Sobre uma sociedade precisar de locais "de ninguém": como seria com os rios e mares? alguém poderia se apropriar de rios e mares? não havendo leis com relação a isto (e leis são necessariamente estatais, visto que são impositivas), como fazer?

    Quanto a frase "dar a cada um o que é seu": como os litígios seriam resolvidos no âmbito completamente privado? Se uma das partes não aceitasse um acordo ou sequer aceitasse se submeter a um juiz ou árbitro escolhido pelas partes? isso não iria dar uma briga feia? não haveria como impor um princípio de justiça para as partes cumprirem se elas não quisessem... não haveriam leis...

    Quanto ao tamanho do estado: para o estado ser pequeno basta que existam regras constitucionais claras, delimitando exatamente o tamanho do estado. "Que o governo e a polícia se encarreguem de proteger os cidadãos, e entre eles os homens de negócio e, evidentemente, seus empregados, contra ataques de bandidos nacionais ou do exterior, é efetivamente uma expectativa normal e necessária, algo a se esperar de qualquer governo. Essa proteção não constitui uma intervenção, pois a única função legítima do governo é, precisamente, produzir segurança." (Ludwig von Mises, As Seis Lições, Terceira Lição - O Intervencionismo). E os ataques de estados exteriores, como ficaria? Não se precisa de um exército?

    Por fim, não sou a favor do roubo. Sou a favor de um pouco de cautela e sensatez, ao invés de jogar todas as instituições e leis no lixo repentinamente. Só acho que certas coisas foram fruto da evolução da sociedade e é unindo-as que alcançaremos uma sociedade mais harmoniosa. Certas instituições tem uma função essencial. O próprio Mises dava a entender isto no texto acima.

  • Andre Cavalcante  17/10/2013 14:47

    "Sobre uma sociedade precisar de locais "de ninguém": como seria com os rios e mares? alguém poderia se apropriar de rios e mares?"

    A mesma coisa que disse antes. Você ainda não percebeu: um rio ou um mar pode ter dono, assim como uma terra pode ter dono, sem necessariamente ter cercas. Qual a diferença? A cerca? O fato de um rio fluir? Nada disso são diferenças essenciais no que concerne ao direito de propriedade. E, mais uma vez, um rio e um mar, assim como uma praça pode ser um lugar sem dono. Aliás, somente há necessidade de dono justamente quando o uso passa a ser tal que haverá conflitos, como áreas de pesca ou de extração de petróleo em alto mar.

    Ah! e isso já resolve outro problema: poluição. Se eu sou dono de uma parte do rio ou de uma praia e o Petrobrás resolve cavar um poço nas proximidades e um "acidente" ocorre e a poluição se espalha para dentro da minha propriedade, tenho todo o direito de requerer o conserto do estrago e mais o que eu deixo de faturar por causa do problema. Um prejuízo e tanto para a petroleira que terá mais cuidado com questões ambientais.


    "não havendo leis com relação a isto (e leis são necessariamente estatais, visto que são impositivas), como fazer?"

    Não, leis não são necessariamente estatais. Ao contrário, leis são necessariamente consuetudinárias, isto é, acordo entre as pessoas de um grupo. Só depois é que aparece a figura do estado que se adona de juiz supremo justamente para que as pessoas achem que as leis só podem existir dentro deste esquema. Nada mais errado. Historicamente não era assim. Há até passagens bíblicas sobre isso.


    "Quanto a frase "dar a cada um o que é seu": como os litígios seriam resolvidos no âmbito completamente privado? Se uma das partes não aceitasse um acordo ou sequer aceitasse se submeter a um juiz ou árbitro escolhido pelas partes? isso não iria dar uma briga feia? não haveria como impor um princípio de justiça para as partes cumprirem se elas não quisessem... não haveriam leis..."

    Não dá pra responder todas essas questões em um comentário. Sugiro você fazer uma pesquisa no site sobre sociedade de leis privadas. Há uma dezena de artigos sobre isso.


    "Quanto ao tamanho do estado: para o estado ser pequeno basta que existam regras constitucionais claras, delimitando exatamente o tamanho do estado. "Que o governo e a polícia se encarreguem de proteger os cidadãos, e entre eles os homens de negócio e, evidentemente, seus empregados, contra ataques de bandidos nacionais ou do exterior, é efetivamente uma expectativa normal e necessária, algo a se esperar de qualquer governo. Essa proteção não constitui uma intervenção, pois a única função legítima do governo é, precisamente, produzir segurança." (Ludwig von Mises, As Seis Lições, Terceira Lição - O Intervencionismo). E os ataques de estados exteriores, como ficaria? Não se precisa de um exército?"

    De novo, você está levantando uma questão que vai além da privatização, o tema deste blog. Sugiro que você faça clique aqui e aqui, e divirta-se com os artigos.

    Só adiantando, Mises era a favor a secessão individual, o que na prática, indica que qualquer um e todos podem viver sem o estado. Há boa razões para a existência dos minarquistas, então deixo com eles a explicação de seu estado mínimo.


    "Por fim, não sou a favor do roubo. Sou a favor de um pouco de cautela e sensatez, ao invés de jogar todas as instituições e leis no lixo repentinamente. Só acho que certas coisas foram fruto da evolução da sociedade e é unindo-as que alcançaremos uma sociedade mais harmoniosa. Certas instituições tem uma função essencial. O próprio Mises dava a entender isto no texto acima."

    Você está fazendo uma confusão danada. Anarcocapitalismo não é ausência de leis. Ausência de leis é Anomia

  • Fernando Chiocca  15/10/2013 21:23
    Metade dos moradores de favelas tem TV de plasma, diz estudo
    Além disso, 28% das moradias possuem assinatura de canais de TV pagos



    E olha que tv por assinatura é um oligopólio e os aparelhos de tv custam o triplo que nos EUA por causa do protecionismo a indústria nacional...
  • Grego  16/10/2013 08:20
    Excelente. Não entende quem não quer.
  • Mauricio.  26/10/2013 02:45
    A conta é meio de padeiro, mas o raciocínio é interessante: robertolbarricelli1.wordpress.com/2013/10/25/orcamento-do-ministerio-da-saude-pagaria-plano-privado-ao-assistidos-pelo-sus-no-pais/
  • Gilberto  05/12/2013 23:33
    E as estradas(rodovias), calçamento?

    Se a lógica é visar o lucro (já que é algo privado e para sustentar um possível empreendimento teria que ter lucro mesmo), expliquem como se daria esse "investimento" na pavimentação de uma estrada que cruza o Brasil de norte a sul, já que é algo que por ser privado não se cobraria impostos.

    Então, como ter lucro nesse tipo de empreendimento, para que o próprio se sustente?

    Ou seria cobrado das pessoas que moram perto, uma porcentagem de dinheiro por metro quadrado na qual a frente da sua casa foi asfaltada? Opa! peraí aí já é cobrança de impostos, já não é mais privado.

    O fato é que não se pode sair privatizando tudo, uma estrada é publica, onde as pessoas podem circular morando ou não naquela cidade, se um pedaço de asfalto da frente da casa da pessoa fosse comprado pela mesma (na lógica da privatização de compra e venda), ia dar problema, porque ela poderia cercar a qualquer momento aquele pedaço de área e fazer do asfalto o quintal da casa dela, imagina se todas resolvessem fazer o mesmo, ninguém iria conseguir sair de casa, inclusive ela própria.

    Ah sim, mas daí o cara pergunta: E como o estado consegue dinheiro para fazer estradas? Simples, com impostos.

    Ah, mais os impostos são muito caros!

    Então precisamos de mais estatais, para reduzir os impostos e investir o lucro das mesmas em infraestrutura urbana.

  • Doutrinador  06/12/2013 00:19
    De acordo com este gênio incompreendido chamado Gilberto, a solução da infra-estrutura é simples: basta o governo sair criando várias estatais lucrativas e então utilizar estes lucros para construir estradas. É lógico que há alguns detalhes básicos que são mundanos demais para ser contemplados pelo gênio, a saber:

    1) Como estatais serão criadas sem consumir impostos? O gênio Gilberto disse que é possível.

    2) Como estatais serão lucrativas? O que elas farão que seja ao mesmo tempo lucrativo e demandado pelos consumidores? Caso estas duas difíceis condições não sejam atendidas, a situação dos pagadores de imposto será pior do que antes.

    3) Na total impossibilidade de as situações 1 e 2 serem satisfeitas, ainda há o detalhe chato deste item 3: se os lucros destas estatais serão utilizados para construir estradas, isso significa que elas não terão caixa para novos investimentos, nem para expansões. Aliás, no extremo, não haverá caixa nem para a manutenção das próprias estruturas e para o pagamento dos salários dos funcionários.

    Economia, meu caro, não é uma ciência que funciona de acordo com suas preferências ideológicas. O problema é que, assim como você, há vários outros.
  • Gilberto  06/12/2013 23:05
    "Doutrinador"

    Em nenhum momento mencionei a subtração total de impostos, mencionei a REDUÇÃO de impostos através de investimento gerado pelo lucro das estatais (Leia o meu texto).
  • Doutrinador  07/12/2013 15:44
    "mencionei a REDUÇÃO de impostos através de investimento gerado pelo lucro das estatais"

    E foi exatamente essa estupidez que eu combati. Como você irá reduzir impostos criando estatais? Como dar-se-á esta mágica?

    Apontei três problemas econômicos com a sua "ideia", os quais a impossibilitam completamente. Aguardo a resposta para cada um deles.
  • Gilberto  07/12/2013 22:22
    1 - Respondido

    2 - Você entendeu errado, ao contrario do texto, não sou contra empresas privadas, uma padaria é uma empresa privada, um armazém é uma empresa privada, um micro empreendedor individual é uma empresa privada, o trabalhador de uma estatal é uma empresa privada (genericamente falando), que recebe o seu salário pela mão de obra fornecida. Se fôssemos falar em termos universais, uma empresa privada em relação ao seu trabalhador contratado, também seria uma estatal.

    3 - Como você mesmo disse, economia não é uma ciência que funciona de acordo com as suas preferências ideológicas.

    Como uma estatal vai ter caixa?
    Ora! Existem coisas que não foram feitas para dar lucro. Infraestrutura urbana não foi feita para dar lucro (pra isso que existem os impostos), e como já disse, a redução de impostos se dá com a criação de estatais que não sejam estatais de infraestrutura, e sim estatais para fabricação de matéria prima para de bens de consumo (não existe mágica, como vocês acham que deve ser as coisas).

    Talvez o que estejamos discutindo aqui não é a economia em si, mas sim algo ideológico. Respeito a visão de vocês, mas não concordo!
  • Doutrinador  08/12/2013 04:05
    "1 - Respondido"

    Respondido onde? Não vi. Perguntei como você cria estatais -- algo que, por definição, aumenta os gastos do governo -- reduzindo impostos. Como se dá essa mágica? Você não respondeu.

    "2 - o trabalhador de uma estatal é uma empresa privada (genericamente falando), que recebe o seu salário pela mão de obra fornecida."

    Nonsense total. A mão-de-obra de uma empresa estatal não é remunerada pelo mercado. E nem de acordo com sua produtividade. Ela é remunerada com um valor estipulado inteiramente pelo governo, e não pelo mercado. E o dinheiro desta remuneração advém de impostos que o governo extrai da população. Ele não é dado por consumidores que voluntariamente utilizam os serviços desta estatal, como também ocorre no mercado.

    "3 - Se fôssemos falar em termos universais, uma empresa privada em relação ao seu trabalhador contratado, também seria uma estatal."

    Como assim?!

    "Como você mesmo disse, economia não é uma ciência que funciona de acordo com as suas preferências ideológicas."

    Exato. E, ao que tudo indica, você próprio discorda dessa frase, pois fornece soluções completamente ideológicas, totalmente desprovidas de bases científicas.

    "Como uma estatal vai ter caixa? Ora! Existem coisas que não foram feitas para dar lucro. Infraestrutura urbana não foi feita para dar lucro (pra isso que existem os impostos),"

    Ué, então você tem de estar totalmente satisfeito, pois é justamente este o arranjo que vigora hoje no país: infraestrutura estatal. No entanto, dado que você está aqui querendo dar soluções, isso significa que você próprio concorda que este arranjo está uma porcaria e precisa ser mudado. Logo, você caiu em contradição. Defende um arranjo existente e ao mesmo tempo quer mudá-lo.

    "e como já disse, a redução de impostos se dá com a criação de estatais que não sejam estatais de infraestrutura, e sim estatais para fabricação de matéria prima para de bens de consumo (não existe mágica, como vocês acham que deve ser as coisas)."

    Genialidade pura! Quer dizer então que, se o governo quiser reduzir impostos, basta ele sair criando várias estatais produtoras de roupas, carros, alimentos (bens de consumo, como você próprio afirmou que tem de ser). E aí, magicamente, tudo isso será revertido em infraestrutura de qualidade! Como ninguém havia pensado nisso antes? Você é um talento desperdiçado.

    "Talvez o que estejamos discutindo aqui não é a economia em si, mas sim algo ideológico. Respeito a visão de vocês, mas não concordo!"

    Sim, você é ideológico. E não, não respeito sua opinião. Mas ela é uma inquestionável pândega, isso eu tenho de admitir.
  • Gilberto  09/12/2013 15:34
    E a escova de dente que você compra, você compra para dar lucro?... Ou para consumo próprio?

    Pense...
  • Doutrinador  09/12/2013 15:49
    Escova de dente? Bem de consumo. Se ela fosse um ativo que me desse lucro, seria um bem de capital.

    Qual o objetivo dessa sua tergiversação nada a ver? Quer apenas aprender, né?
  • Gilberto  09/12/2013 16:32
    Se você tivesse dinheiro para comprar apenas duas escovas de dentes, você usaria as duas escovas de dentes como ativo para dar lucro?
  • Doutrinador  09/12/2013 16:45
    Hein?! Eu compraria apenas uma escova, que é o suficiente para manter minha higiene bucal. Jamais seria tão imbecil a ponto de comprar uma escova de dente com o intuito de obter algum lucro com ela. Como eu faria isso, alugando escovas de dente?

    Meu irmão, pára de enrolar. Apenas confessa que falou besteira, que não manja nada de economia e que não está tendo a hombridade de confessar isso, preferindo refugiar-se em pergunta cada vez mais ignaras para disfarçar o mico.
  • Gilberto  09/12/2013 17:00
    Comprar apenas uma escova de dente para consumo próprio é uma forma particular de estado, tá vendo como não dá para privatizar tudo.

    E mesmo que você comprasse as duas escovas, e resolvesse usar as duas como ativo, um dos pré requisitos para vender escovas de dentes é manter o hálito saudável, logo, você teria que usar uma delas.
  • Doutrinador  09/12/2013 17:15
    Comprar escova de dente é uma "forma particular de estado"?!

    Pô, foi só agora que eu percebi que você estava esse tempo todo sendo irônico e, na realidade, fazendo troça com a mentalidade estatista. Malz aê pela minha demora. Boa tática, devo admitir. A melhor maneira de ridicularizar uma teoria é expondo-a em sua completude e levando sua lógica ao extremo. Boa.
  • Pobre Paulista  09/12/2013 17:44
    "Uma escova de dentes é uma forma particular de estado"

    Acho que não vou conseguir dormir enquanto não entender o que esse cara quis dizer.
  • Funcionário público  07/08/2015 19:38
    Essa da escova selou a discussão! Filosofia de analfabeto!

    Esse Gilberto paraceu alguém que não sabe discursar e fala coisas desconexas... tipo a Dilma.
  • Lg  06/12/2013 10:48
    Rodovias: Faz a rua e cobra pedágio. Ruas são baratas de construir (de forma privada, quando o governo faz custa 10 vezes mais); Tenho um parente que possui fazendas no interior do PR e ele fez milhares KM de asfalto cortando suas terras, não foi nem um pouco caro e as ruas ficam abertas pro pessoal trafegar.

    Ruas Locais: Condomínios ou "Cidades", provavelmente... você pagaria um valor pra morar em um lugar, como um condomínio. Nas áreas comerciais os próprios comércios pagariam pelas ruas pra atrair consumidor (da mesma forma que hoje em dia em várias cidades as lojas já pagam por "calçadões").

    Uma vez alguém falou algo parecido com isso aqui nesse blog ao ser questionado sobre ruas:
    "Vai ser assim... em um canto vai ter um shopping de milionários, no outro uma casas bahia, em outro uma área industrial e no meio disso tudo vai ser barro".

    A iniciativa privada criou aviões e computadores, pode ter certeza que ruas não serão o problema.
  • Ali Baba  06/12/2013 10:50
    @Gilberto 05/12/2013 23:33:03

    Gilberto, talvez você seja novo aqui. Se for esse o caso, bem vindo ao local onde você vai ter a oportunidade de desfazer anos de doutrinação estadista e começar a pensar por si mesmo. Você já chegou nos pontos críticos, aparentemente. Muita gente sequer chega neles... dê mais um passo e você verá por si mesmo a Matrix em que estamos inseridos.

    Essa "Quem vai construir as estradas?" é uma pergunta clássica, respondida um milhão de vezes pelos comentaristas desse site, e abortada em muitos artigos. Apenas como sugestão, dê uma lida nesse, para começar: mises.org.br/Article.aspx?id=174
  • Gilberto  07/12/2013 23:31
    Que bom se todos pudessem fazer o mesmo "Lg", esse teu parente é uma grande estatal, porém isolada, as ruas que ele abriu provavelmente não possuem CEP, não constam no banco de dados dos correios por exemplo (seria difícil alguém achar, a não ser os que conhecem).

    Se ele comprou esses terrenos do estado ou de qualquer outra pessoa e asfaltou ruas dentro dele, essas ruas continuam sendo do teu parente. Porém ele as fez de bom "grado", com a ideia de que as pessoas pudessem circular "livremente". Mas e se o teu parente acordasse mal humorado, de cara amarrada e pensasse... "_ Quer saber, vou desmanchar essas ruas, ninguém mais vai circular por aqui, vou usar este espaço para plantar (ele pode, é o direito dele), diferente de uma rua que foi cedida, e ou, revendida ao estado, na qual receberia um nome e um CEP e entraria no código das leis regidas para o uso de espaços públicos.

    Aí nesse caso as pessoas que utilizam as ruas do teu parente, tem que estar ciente que estão passando em uma área privada, e que a qualquer momento aquela rua pode não estar mais ali.
  • Rodnei  10/12/2013 02:00
    @Gilberto

    Não sou o Lg mas acredito que possa responder por ele

    "(...) as ruas que ele abriu provavelmente não possuem CEP, não constam no banco de dados dos correios por exemplo (seria difícil alguém achar, a não ser os que conhecem)."

    Uma empresa privada de mapeamento e/ou cadastramento de endereços (que lucra com isso e depende disso para sobreviver), não deixaria de incluir no seu banco de dados uma nova rua onde quer que fosse, assim como atribuir-lhe CEP, número e etc. Isso deixaria seu produto incompleto e desatualizado, deixando seus clientes (as empresas de entrega, aplicativos de GPS, os compradores que receberão a encomenda, etc) insatisfeitos e abre espaço à um concorrente que faça o que ela não fez e roube seus clientes.
    Os Correios não tem interesse em fazer este serviço já que não dependem disso pra sobreviver, tem monopólio garantido e suas contas são pagas no final do mês com impostos, quer façam bem ou façam mal, e fazer dá trabalho, tudo que um funcionário público não quer ter.
    Uma empresa privada de entregas num livre mercado tem todo interesse em saber onde cada cliente mora, em quais dias e horários está em casa, para entregar seu pedido o mais rápida e comodamente possível. Se ela não o fizer (usar o mapa dos correios), outra com certeza o fará (usando o mapa melhor da empresa citada mais acima). Essa empresa além de perder o dinheiro da entrega, perdeu um cliente, o deixou insatisfeito (pode manchar sua imagem) e deu margem para o crescimento de um concorrente, que fez a mesma entrega e ficou com o dinheiro, ganhou mais um cliente satisfeito e melhorou sua imagem, podendo lhe superar no futuro.

    "Se ele comprou esses terrenos do estado ou de qualquer outra pessoa e asfaltou ruas dentro dele, essas ruas continuam sendo do teu parente. Porém ele as fez de bom "grado", com a ideia de que as pessoas pudessem circular "livremente"."

    Permitir que as pessoas circulem livremente é a opção dele, a rua é dele e o dinheiro é dele, ele está subsidiando essas pessoas que usam suas ruas, provavelmente por satisfação pessoal (estou supondo, pode ser por ego, pra melhorar sua imagem, culpa por ter muito dinheiro, algum acordo não citado com outros fazendeiros que utilizam a via, empresas turísticas da região, isso não importa). Ele pode se quiser cobrar pedágio, estabelecer horários de circulação ou restringir a carga, fechar a rua (próximo comentário), continua sendo opção dele, a rua é dele!

    "Mas e se o teu parente acordasse mal humorado, de cara amarrada e pensasse... "_ Quer saber, vou desmanchar essas ruas, ninguém mais vai circular por aqui, vou usar este espaço para plantar (ele pode, é o direito dele), diferente de uma rua que foi cedida, e ou, revendida ao estado, na qual receberia um nome e um CEP e entraria no código das leis regidas para o uso de espaços públicos."

    Enquanto ele mantiver e subsidiar suas ruas com sua boa vontade, sua verba (vinda provavelmente de outro negócio mais lucrativo) e seus prejuízos com a manutenção, tanto ele quanto os usuários continuarão satisfeitos (pois é de graça). Não é interessante que concorrentes (que não precisam necessariamente existir ainda) investirem seu dinheiro nisso.
    Se ele fechar suas ruas, é neste momento que entra(m) o(s) concorrente investindo seu capital para oferecer serviços na forma de uma nova rua, ou comprando e melhorando outras ruas próximas ou mesmo negociando com o fazendeiro a venda ou aluguel dessa mesma rua que vai fechar.
    Os antigos usuários não tem direito à reclamação, pois sabiam desde o princípio que as ruas tinham dono, o fazendeiro não exigiu nem roubou dinheiro de nenhum deles para construí-las, arcou sozinho com as despesas tanto de construção quanto de manutenção durante anos, nunca cobrou nada por isso e ainda permitiu que todos rodassem dentro de sua propriedade e desgastassem seu capital (o asfalto). Como alguém pode se queixar? Devem sim é gratidão ao fazendeiro, pois graças a ele e suas ruas esses usuários puderam economizar seu dinheiro e seu tempo. Essas ruas nem existiriam não fosse o fazendeiro.

    Agora pare e volte à realidade. Imagine se o fazendeiro fecha essa rua hoje e algum usuário fosse choramingar com o Estado.
    Vem o Estado, diz que a rua (que não é dele e onde nunca gastou um centavo) é muito importante para a população pois esta a utiliza há anos e por isso ela tem uma importante função social, e proíbe o fazendeiro (o próprio dono e construtor) de fechá-la. O Estado (ah meu amigo, nunca duvide do atrevimento do Estado!) pode ir mais além, e multar ou prender o fazendeiro pela ousadia de tentar fechar a própria rua, obrigá-lo a fazer a manutenção ou até desapropriar (leia-se roubar) a rua, passar a administrá-la e ainda fazer propaganda política em cima disso, se dizendo o Robin Hood que impediu que o fazendeiro mau prejudicasse a população.

    Perdão pelo excesso de parênteses (sempre escrevo assim).
  • Gilberto  10/12/2013 02:46
    Como o estado vai proibir o fazendeiro de fechar a rua, se a rua é judicialmente do fazendeiro?

  • Ali Baba  10/12/2013 14:03
    @Gilberto 10/12/2013 02:46:12

    Como o estado vai proibir o fazendeiro de fechar a rua, se a rua é judicialmente do fazendeiro?

    Você leu as "letrinhas miúdas" da constituição do Brasil? O art. 5º, inciso XXIII da CF/1988 dispõe que a propriedade atenderá a sua função social.

    O "pulo do gato" aqui é que ninguém nunca definiu "função social". Então, se um prefeito populista resolver achar que a rua privada do fazendeiro tem "função social" ele pode fazer tudo aquilo que o Rodinei escreveu: "proíbe o fazendeiro (o próprio dono e construtor) de fechá-la [...] e multar ou prender o fazendeiro pela ousadia de tentar fechar a própria rua, obrigá-lo a fazer a manutenção ou até desapropriar (leia-se roubar) a rua, passar a administrá-la e ainda fazer propaganda política em cima disso, se dizendo o Robin Hood que impediu que o fazendeiro mau prejudicasse a população".

    Tome a pílula vermelha de uma vez e saia da Matrix!
  • Gilberto  20/12/2013 00:56
    Esqueceu de citar o inciso anterior:

    XXII - é garantido o direito de propriedade;
  • Eduardo Pimenta  20/12/2013 10:48
    Que vem em segundo plano. Quando o governo define que algo deve atender uma função social, já era. "Compraram" (a preço de banana e contra a vontade dos proprietários) uma área de uma chácara de minha família em Ibitinema (RJ) sob o pretexto de construir uma estrada que auxiliaria no desenvolvimento da pequena cidade. Infelizmente, pequenos proprietários que não têm boas conexões com os governantes estão a mercê desse tipo de decisão coerciva.
    Cito esse exemplo por ser mais pessoal, mas isso ocorre em maior grau, como o caso de São João da Barra.
  • Ali Baba  20/12/2013 10:50
    @Gilberto 20/12/2013 00:56:39

    Não esqueci não. Um está condicionado a outro e na prática, se anulam. Basta dizer que a função social de tal propriedade é produzir arroz que o governo pode tomá-la de seu proprietário caso ele queira produzir feijão.

    Óbvio que o exemplo é anedótico, mas na letra da legislação, "função social" não está definido. Então qualquer coisa pode ser função social e, na prática, é definida ao sabor de quem está no poder naquele momento.

    Ter uma ressalva como a da "função social" é constante na nossa constituição (e outras legislações). É quase uma prática comum. Servem como lacunas a serem preenchidas pelos poderosos da vez.
  • Coelhao  20/12/2013 13:03
    Na verdade, função social é um conceito jurídico indeterminado. Há até algumas definições na legislação, mas não esgotam o assunto. Teoricamente, a intenção do legislador foi não engessar a lei, fazer com que ela acompanhe a evolução da sociedade. A teoria é até interessante, mas a prática é bem distante disso.
  • Ali Baba  24/12/2013 10:58
    @Coelhao 20/12/2013 13:03:27

    "Na verdade, função social é um conceito jurídico indeterminado. Há até algumas definições na legislação, mas não esgotam o assunto. Teoricamente, a intenção do legislador foi não engessar a lei, fazer com que ela acompanhe a evolução da sociedade. A teoria é até interessante, mas a prática é bem distante disso."

    Exatamente. "Não engessar a lei" (legislação, na realidade) é a pior coisa que pode ocorrer. Entendo a preocupação de acompanhar a evolução da sociedade, mas incluir lacunas como essa é o jeito errado de resolver essa preocupação. O jeito certo é revisar a legislação sempre que necessário. Deixar lacunas só faz com que a legislação se dobre a ideologia de quem está no poder no momento. E é muito simples ver isso:

    Estamos há décadas com governo socialista atrás de governo socialista: esses governos interpretam "função social" com um "se a propriedade impede meus projetos em benefício do bem maior, desaproprie-se". Imagine um conservador ou um liberal no poder (não qualquer conservador ou liberal, um que tenha o respeito a propriedade privada como um dos pilares da sociedade)... ele interpretaria "função social" com um "se a propriedade impede meus projetos em benefício do bem maior, algo está errado com meus projetos".

    Essas coisas que deveriam ser cláusulas centrais de qualquer legislação (propriedade privada, direito ao uso da força - inclusive letal - para auto-defesa, direito integral aos frutos do seu trabalho) não podem ter interpretações ao sabor da ideologia dominante. Têm de ser delimitados completa e inambiguamente na legislação em questão.

    É claro que estamos presumindo uma sociedade com legisladores e legislações (como a nossa). Em uma sociedade baseada na lei natural, isso não precisa sequer estar escrito... são coisas tão óbvias que não precisam de legislação.
  • Coelhao  10/12/2013 19:44
    Pergunta ao autor da publicação e aos demais leitores: como você vêem a questão das Parcerias Público-Privadas? Em suas óticas, seria interessante esse tipo de aliança ou a iniciativa privada não necessitaria da ajuda do poder público?

    Obrigado.
  • Coelhão  18/12/2013 22:16
    Pois é, sempre fui contra esse tipo de associação. Alguns doutrinadores chamam-na capitalismo sem riscos. Eu iria mais além: não só sem riscos, mas com socialização de custos e privatização de lucros.
  • Fernando Figueiredo  17/12/2013 21:09
    Então vamos privatizar tudo, hã? Ótimo. Que tal um exercício de imaginação?

    O Estado faliu, sumiu-se no ar. Não há mais impostos nem quaisquer outras obrigações legais, e nem mesmo um reles código de posturas ficou pra contar a história. Nessa toada, o sujeito A compra um trecho de rua numa região comercial de uma cidade qualquer, incluídos os prédios que a ela têm acesso (já que isso aqui não é aplicável, uma vez que abre brechas para represálias violentas, o que parece inevitável porque, ora, nenhuma lei diz pro sujeito que ele não pode fazer represálias violentas). Depois de fechar as entradas da rua e contratar segurança particular, ele resolve instituir pedágio. Mas, ciente da situação de quem ainda é trabalhador (que aliás deve ter piorado, pois as empresas agora têm de pagar vale-pedágio para os seus funcionários que passam por outras ruas com donos não tão conscienciosos, e o desconto no salário é integral, juntamente com o do vale-transporte), ele resolve cobrar o pedágio só para quem estiver transportando mercadorias com fins comerciais (alguma semelhança com os "nobres atravessadores" do Antigo Regime que a burguesia de então tanto odiava?).

    No outro canto da cidade um empresário do ramo de alimentos (em apuros, provavelmente, porque as vendas caíram, uma vez que o trabalhador comum, com seu salário comido por vale-pedágio, vale-transporte, vale-refeição, compra apenas o essencial do essencial) tem de fazer uma entrega de merenda em uma escola que fica na rua do sujeito A. Ciente da taxa de passagem, ele chama seu motorista mais barra-pesada, que anda sempre armado (aliás, a indústria de armas vive dias fabulosos: sem lei nem polícia, o trabalhador pode complementar sua minguada renda invadindo armado e à sorrelfa propriedades dos mais afortunados - que resolvem se proteger com armas ainda melhores), para fazer a entrega. E diz: "aconteça o que acontecer, passa sem pagar - mata alguém se for preciso".

    Dito e feito: os seguranças fecharam-lhe os portões da rua às pressas, ele sacou sua arma, os seguranças sacaram as suas e começou o tiroteio. O saldo: uma morte (impune, afinal não há polícia nem Ministério Público, nem mesmo um Direito Penal que seja) e vários ferimentos nos seguranças - o motorista conseguiu se esconder atrás do caminhão. Arrombando os portões com seu caminhão, ele chega até a escola. O diretor inspeciona a entrega e vê que mais da metade dos produtos está estragada (foram vendidos como frescos, mas quem pode punir uma propaganda enganosa nesse admirável mundo novo?). Ao fazer menção de ligar para reclamar ao fornecedor, vê que o motorista mexeu no seu revólver e volta atrás. A entrega é finalmente feita com sucesso.

    Em uma região obscura da cidade um líder carismático está se formando. Ele afirma, com sua retórica inflamada, que "não é justo que um espaço que antes era público agora se torne propriedade de um só, enquanto nós ficamos ao relento sem destino" e que "vai chegar a hora em que nós nos levantaremos contra toda essa injustiça". E então a notícia corre: uma rua numa região comercial da cidade, de propriedade de um tal senhor A, está desprotegida. Algum louco matou um segurança e feriu os outros. Os espíritos dos esfarrapados se inflamam: é hora de agir! Armam-se de paus e pedras e, numa legião, começam a tomar as ruas mais abastadas. O caos se instala. É a guerra civil. E, suprema ironia, o senhor A é derrotado, sua rua expropriada e ele, colérico, diz aos esfarrapados:

    - Vocês não podem fazer isso! Eu trabalhei a vida inteira para comprar essa rua, essa rua é minha, não é de vocês! Ninguém conhece as leis? Eu tenho meu direito à propriedade garantido pela Constituição e eu... eu...

    O ânimo do senhor A amaina, ele percebe a grande besteira que acabou de dizer e vai embora frustrado.

    Fim

    PS: Desculpem por tantos parênteses.
  • Doutrinador  18/12/2013 06:07
    Figueiredo, essa sua historinha marota comete um erro crasso logo em suas primeiras linhas, o que invalida totalmente o restante da sua "narrativa".

    Você diz que "O Estado faliu, sumiu-se no ar.[...] Nessa toada, o sujeito A compra um trecho de rua numa região comercial de uma cidade qualquer, incluídos os prédios que a ela têm acesso [...]Depois de fechar as entradas da rua e contratar segurança particular, ele resolve instituir pedágio.".

    Êpa! Que salto é esse?

    Em primeiro lugar, se não existe mais estado e o sujeito A comprou a rua, então alguém vendeu a rua. Quem é esse alguém B que vendeu a rua para A? Ou, mais especificamente, de quem o sujeito A comprou a rua?

    A lógica da propriedade privada diria que foram os residentes desta rua -- no caso, os proprietários dos imóveis comerciais -- que a venderam. Até aí, beleza. Mas você ignora completamente a questão dos contratos. É óbvio que, quem vendeu a rua, irá elaborar um contrato que lhes garanta liberdade de circulação. Mais ainda: sendo uma rua comercial, é o óbvio ululante que tais pessoas exigirão que seus clientes tenham liberdade de circulação na rua (assim como Shopping Centers não proíbem ninguém de entrar neles). Seria ignorância econômica não pedirem isso.

    Mas nada disso foi contemplado em seu cenário. Você apenas disse que uma rua comercial foi comprada (quem vendeu?) e em seguida foi fechada. Quem são os ignorantes econômicos que fecharam uma rua comercial?

    Ou seja, logo de partida, sua historinha fez pluft!, e foi pro saco. Ficou pra próxima.

    Abraço!
  • Fernando Figueiredo  18/12/2013 12:42
    Doutrinador: certo, você descobriu uma falha na minha história, supriu-a usando a lógica da propriedade privada e tratou da questão dos contratos. Aí eu te pergunto: consegue imaginar um mundo onde se celebrem contratos sem que haja juízes nem polícia judiciária para garantir o respeito a seus termos?

    O ponto onde eu queria chegar (e acho que cheguei) é: sem Estado nem leis, nenhum direito está garantido, seja o direito à vida, o direito à justiça, o direito à dignidade e até mesmo o direito à propriedade.
  • Doutrinador  18/12/2013 13:00
    Não sei do que você está falando. Não conheço um único libertário que seja contra a existência de leis, de tribunais e da polícia. Há uma vasta literatura que explica como estas instituições funcionariam em um arranjo de livre mercado. Você procurou ao menos lê-las antes de emitir palpites? Não. Aliás, pelo visto, você nem sabia da existência delas.

    Então, dado que você desconhece o básico do básico sobre o assunto, por que palpita com tanta desenvoltura?
  • Fernando Figueiredo  18/12/2013 21:03
    Lendo isto aqui tudo parece fácil, mas tem de contar com uma série de condições que eu vou enumerar mais tarde.

    E se eu der um outro exemplo, relacionado a posturas? O sujeito X, vivendo nesse mundo sem Estado, trabalha numa empresa que necessita de seu serviço às 6 da manhã, em seis dias da semana. Por conta disso, ele tomou o hábito de ir dormir às 21 horas toda noite, para assim poder ter ao menos sete horas e meia de sono. Assim sendo, numa sexta-feira, onze e meia da noite, sendo que o senhor X trabalha no sábado e já está dormindo, um grupo de jovens resolve se reunir próximo à casa do senhor X e, munidos de som automotivo (a todo volume e com aquele grave que faz o tórax alheio de caixa de resposta), resolvem fazer uma verdadeira algazarra quase na frente da casa de X. O senhor X acorda e, provavelmente sem a opção da denúncia anônima, liga para sua agência de proteção. O agente lhe informa que, apesar da corte a que a sua agência de proteção recorre ter decidido que o horário civil termina às 22 horas, a agência de proteção do proprietário do carro recorre a uma corte que não reconhece o instituto do horário civil, portanto assegura que ele possa fazer barulho quando quiser (aliás, como garantir que o agente sabe qual a agência de proteção do dono do carro? E se o dono do carro, a fim de fazer coisas desse tipo, tenha pago a mais para que seu vínculo com sua agência de proteção seja mantido como confidencial?). E então, como decidir essa rezinga aparentemente sem importância, mas que no fim pode trazer prejuízos e stress ao senhor X? Ganha quem se sentir "mais forte", como supõe o texto? E se ambos se sentirem igualmente fortes, esse caso vai ser sorteado entre as cortes e que a sorte esteja com o senhor X? Talvez a corte das 21 horas pague à corte sem horário civil para que ajuste essa lei - e esse custo recaia sobre o senhor X, o que seria mais correto, uma vez que os demais clientes da agência que não tem problemas com barulho não têm obrigação alguma de arcar com esses custos.

    E os pobres que não puderem custear serviços de agências de proteção terão de responder pelos seus crimes em cortes de cujas leis discordam?

    Entende como é importante ter algo acima de nós e nossos interesses e que portanto nos submeta às suas regras - algo de interesse público?
  • Doutrinador  18/12/2013 23:08
    Gozado. Este seu cenário ocorre na minha rua estatal praticamente todos os dias, sendo ainda pior em dias de jogos de futebol. E o estado, que é o dono da rua, nada faz para impedir a algazarra -- que muitas vezes se estende até as 4 da manhã --, não obstante as seguidas reclamações da vizinhança. E aí, como devo proceder?

    Não deixa de ser curioso notar que o pior cenário que você conseguiu imaginar em um cenário sem estado já ocorre cotidianamente no cenário estatal. Gostaria muito de saber em que mundo você vive.
  • Ali Baba  24/12/2013 12:18
    @Doutrinador 18/12/2013 23:08:38

    "Gozado. Este seu cenário ocorre na minha rua estatal praticamente todos os dias, sendo ainda pior em dias de jogos de futebol. E o estado, que é o dono da rua, nada faz para impedir a algazarra -- que muitas vezes se estende até as 4 da manhã --, não obstante as seguidas reclamações da vizinhança. E aí, como devo proceder?

    Não deixa de ser curioso notar que o pior cenário que você conseguiu imaginar em um cenário sem estado já ocorre cotidianamente no cenário estatal. Gostaria muito de saber em que mundo você vive."


    O mais engraçado, Doutrinador, é que o fato ocorreu comigo há alguns dias. Pessoas na rua estatal em frente onde eu moro (um bairro residencial) fazendo algazarra. Não tendo a quem recorrer, liguei para a Polícia (190). O mocinha que me atendeu (Soldado Vargas) me disse que nada poderia fazer que estava com o efetivo todo na rua. Eu perguntei se ela poderia pelo menos registrar a queixa com o número das placas de carro que eu estava vendo. Ela me perguntou se realmente queria que ela fizesse isso às 2 da manhã de um domingo. Quando eu respondi que sim, a ligação "caiu".
  • anônimo  18/12/2013 23:17
    Fernando, qual exatamente foi o crime, no seu exemplo? Fosse numa sociedade libertária, a rua teria um dono ( ou conjunto de donos, como um condmínio ), e teria regras específicas para a questão do barulho. Se estas regras fossem infrigidas, seria quebra de contrato, qualquer tribunal daria ganho de causa para o dono da rua.

    Ah, e o fato de eu precisar de silêncio para qualquer motivo não me dá direito algum sobre a propriedade dos outros.
  • Parcialmente liberal  14/07/2014 01:12
    Tribunal privado com interesse no lucro...vencerá o melhor cliente, ou seja, o que for melhor pagador.
  • Andre  17/07/2014 15:41
    "Tribunal privado com interesse no lucro...vencerá o melhor cliente, ou seja, o que for melhor pagador.".

    Então você tem fé na crença infundada de que todo servidor público é incorruptível.
    Ou você tem fé na crença infundada de que os servidores públicos são menos corruptíveis do que os seres humanos que trabalham na iniciativa privada.

    Você tem fé na crença de que quando alguém trabalha pro estado esse alguém automaticamente tem boas chances de se tornar uma pessoa menos corruptível.

    Suas crenças são tão infundadas quantos à crença de uma criança que acredita em papai noel e coelhinho da páscoa, ou quanto à crença dos índios de que determinadas danças trarão chuva.

    Você é um fundamentalista estatista.

  • Alexandre Melchior Rodrigues Filho  17/07/2014 16:31
    Árbitros não venderiam decisões, acho. Venderiam imparcialidade.

    Vc contrataria árbitros imparciais? Por que??

    Pode até ser verdade que haveria pressão e que uma pessoa sozinha não conseguiria vencer a imposição de um árbitro de uma grande empresa.

    Mas o contrapeso poderia ser feito em grupos.

    E concorrentes dessa empresa poderiam oferecer contratos com árbitros mais imparciais.

    E já pensou que feio ficaria num livre mercado - com concorrência ampla - descobrirem qeu um árbitro é parcial??
  • Andre Cavalcante  17/07/2014 15:58
    Qual é mesmo "o negócio" de um tribunal? Vender sentenças ou fazer a arbitragem?

    Você procuraria um tribunal (e pagaria por isso) para realizar alguma arbitragem sabendo que se o seu concorrente pagar mais vai ter a sentença a seu favor? Ou você procuraria um que fosse isento (notoriamente) e que você confiasse que seria imparcial (e, é óbvio, que pudesse lhe favorecer independente da quantidade de dinheiro que o seu contrário pagasse)?

    Aliás, quanto custa mesmo fazer um divórcio, hoje? Ou um acordo judicial com uma loja? Que eu saiba, além dos meus impostos, tenho que pagar as custas do "devido processo legal". Qual seria mesmo a diferença se o "tribunal" fosse privado? Talvez não tivesse filho de procurador fazendo concurso fajuta pra ganhar R$20.000,00/mês.

  • anônimo  18/07/2014 09:55
    'você procuraria um tribunal (e pagaria por isso) para realizar alguma arbitragem sabendo que se o seu concorrente pagar mais vai ter a sentença a seu favor? '

    Quem foi que disse que ele vai saber?

  • TC  19/12/2013 00:17
    Prezado Fernando Fiqueiredo,
    como fluente em língua portuguesa, o senhor tem disponível neste site do IMB uma quantidade bem razoável de material disponível para estudo. Basta haver interesse.
    A minha sugestão é que, ao invés de gastar seu tempo a criar histórias, você o utilize estudando. Com algumas horas, garanto que perceberá que todas, ou a grande maioria, das indagações que você apresentou (e algumas outras muito mais originais e interessantes) já estão resolvidas, discutidas e comentadas.
    Por favor leve este conselho a sério. A seção de comentários perde muito em qualidade sempre que surge alguém, julgando-se no ápice da criatividade humana, levantando a hipótese de conflitos nas quais está morosa e cegamente acostumado a ver no estado o mediador.
  • Ali Baba  24/12/2013 12:14
    @Fernando Figueiredo 18/12/2013 21:03:38

    "...um grupo de jovens resolve se reunir próximo à casa do senhor X e, munidos de som automotivo (a todo volume e com aquele grave que faz o tórax alheio de caixa de resposta), resolvem fazer uma verdadeira algazarra quase na frente da casa de X. O senhor X acorda e, provavelmente sem a opção da denúncia anônima, liga para sua agência de proteção..."

    Mais uma estorinha que, nas palavras do Doutrinador, fez pluft. :-)

    Fernando, você acha que uma sociedade libertária nasce por decreto. Nada mais justo para alguém que, como a maioria dos demais, foi doutrinado desde a tenra idade a ser infantil (sem intenção de ofender, veja bem).

    O grupo de jovens se reune em frente a casa do sr. X, certo? Quem é o dono da rua em frente a casa do sr. X? Há algo a respeito de ruídos no contrato com os moradores?

    Você quer resolver uma situação em uma sociedade libertária com soluções de uma sociedade estadista. Tsc tsc tsc.

    "O agente lhe informa que, apesar da corte a que a sua agência de proteção recorre ter decidido que o horário civil termina às 22 horas, a agência de proteção do proprietário do carro recorre a uma corte que não reconhece o instituto do horário civil, portanto assegura que ele possa fazer barulho quando quiser (aliás, como garantir que o agente sabe qual a agência de proteção do dono do carro?"

    Aqui você até arranha a superfície. No entanto continua ignorando o ponto de vista libertário: o dono da rua proíbe o carro de fazer algazarra. Aciona sua agencia de proteção para a remoção do veículo. Se o dono do carro e o dono da rua quiserem discutir a posteriori, beleza... escolham um tribunal de fartem-se de discutir o óbvio: o dono da rua manda na rua e ponto. O dono do carro sabe disso e sequer vai querer ter de pagar advogado, processo, tribunal e o advogado da outra parte vencedora por que sabe que vai perder. Sabendo disso, o dono do carro estará muito melhor se simplesmente acatar a ordem do dono da rua e sair fora (ou abaixar o volume).

    Não fica mais simples do que isso. Não aplique soluções de estado a uma sociedade libertária e você não terá confusões desse tipo.

    Todo o resto do seu comentário simplesmente "faz pluft".

    "E os pobres que não puderem custear serviços de agências de proteção terão de responder pelos seus crimes em cortes de cujas leis discordam?"

    Não. Os pobres, provavelmente, se associarão em comunidades que custeiem suas próprias agências de proteção, seguradoras, tribunais. Os que não o fizerem podem recorrer a filantropia que, em uma sociedade sem impostos, tende a ser muito maior.

    De qualquer forma, essa "e os pobres" é apenas uma falácia do espantalho. É óbvio que um sr. X que fosse pobre ainda teria como acionar o dono da rua (isso caso o contrato de aluguel do seu imóvel não o garanta alguns direitos por si só)... é só seguir o caminho da propriedade privada e ver que tudo está resolvido sem precisar recorrer a estado algum.

    Alguém, ainda aferrado àquele espantalho ainda vai dizer "Ahhh... mas os muito pobres acabarão vivendo em lugares sujeitos a pessoas barulhentas, ou ao lado de viadutos movimentados, ou em lugares mais baratos". Ao que eu só tenho a responder: "e o que ocorre hoje, cara pálida?". Na pior das hipóteses, uma sociedade libertária nos dá o mesmo que temos hoje, só que sem estado (estado é sinônimo de corja de interesseiros e ladrões dissimulados sustentados pelo confisco dos frutos do trabalho da sociedade produtiva)... ou seja, estaremos muito melhor, ainda que alguns dentre nós tenham de conviver com barulhentos.

    "Entende como é importante ter algo acima de nós e nossos interesses e que portanto nos submeta às suas regras - algo de interesse público?"

    Cara... não vou comentar essa sua frase por vários motivos. Primeiro que vou "descer do salto" e a minha resposta não vai ser nada bonita. Segundo pq ela é a conclusão do seu pensamento (você disse X é assim, Y é assim, logo temos de ter estado)... como eu (e toda a literatura libertária) refutei suas premissas (X e Y), sua conclusão "faz pluft" junto...
  • Rodnei  12/01/2014 19:07
    @Ali Baba 24/12/2013 12:14:54
    (...)Aqui você até arranha a superfície. No entanto continua ignorando o ponto de vista libertário: o dono da rua proíbe o carro de fazer algazarra.(...)


    Complementando seu raciocínio e aproveitando o gancho da resposta à pergunta que eu mesmo fiz, mais abaixo.

    @Andre Cavalcante 27/12/2013 16:36:38 (...)assumindo-se que o uso daquele ar pelos moradores é anterior ao da usina (nem sempre é o caso), a usina é obrigada a tratar os seus gases.(...)

    Num livre mercado, compro minha casa num bairro tranquilo e vivo sossegado.
    Não haviam cláusulas no contrato dessa região sobre o barulho, pois nunca foram necessárias.
    Então, meu vizinho vende sua casa para moradores barulhentos, que passam a atormentar toda a vizinhança. Estes quando compraram tiveram que se submeter ao contrato da região, que não versava sobre o barulho, logo não podem ser punidos ou advertidos pois não estão fazendo nada de errado segundo a lei local, mesmo motivo pelo qual eu e os outros vizinhos não temos o direito de reclamar ou querer impor (a princípio) o silêncio.
    No meu ponto de vista, haveriam as as seguintes opções:
    - Incluir uma nova cláusula de silêncio no contrato da área, se possível, de acordo com o sistema utilizado pelo mesmo.
    - Acostumar com o barulho
    - Isolamento acústico.
    - Se mudar
    Não olhou o contrato, se lascou...

    Fica meio óbvio que leis sobre barulho vigorariam em áreas predominantemente residenciais, pois a construtora teria o cuidado de elaborá-las e anunciá-las para atrair clientes, já que o comprador interessado em sossego valorizaria este local para levar sua família. Qualquer barulhento seria convidado a sair nem que fosse a base de porrada, sem direito à reclamação, se ele está lá, tem que acatar a lei de lá.
    Do lado oposto haveria a região boêmia, onde os donos de bares e postos de gasolina alegremente abririam seus pátios aos barulhentos, enquanto contam os lucros e ajustam o tapa ouvidos. Nada impediria alguém de morar nessa região, mas se o barulho o incomoda, problema dele, o barulho veio antes.
  • Andre Cavalcante  13/01/2014 13:07
    Rodinei,

    Não é bem assim. As leis mais importantes são exatamente as consuetudinárias, isto é, as leis que nascem por costumes. Se é costume, em meu bairro, que haja silêncio à noite, a chegada de vizinhos barulhentos pode sim ser levada em juízo, independente de um contrato escrito. Há um contrato tácito de que não se pode fazer barulho à noite. E isto já basta.

  • Fernando Figueiredo  13/01/2014 20:40
    Olá de novo.

    Bom, depois de ter discutido aqui e ter visto minhas opiniões refutadas resolvi seguir a sugestão do sr. TC e me submeti a uma overdose de Instituto Mises. Tive convicções de uma vida inteira revistas e repesadas, e posso dizer que mudei muitas delas, ás vezes simplesmente por ler um par de artigos que fundamentavam opiniões contrárias à minha, com dados ou às vezes apenas com a lógica interna delas. Hoje me sinto bem mais racional em relação ao estudo da Economia e suas implicações no mundo real.

    Isso significa que concordo com os senhores? Não completamente, e digo por quê.

    Talvez seja reflexo desse artigo (em off: esse artigo me deixou realmente emocionado, e se eu tivesse que lê-lo em voz alta na hora provavelmente teria embargos na voz), mas eu não consigo imaginar, pelo menos não hoje, não na nossa época, um mundo em que as pessoas sejam tão pacíficas e racionais assim. David Friedman, tratando de polícia, cortes e leis num arranjo de livre mercado, dá um exemplo absolutamente ingênuo, que pra mim não é aplicável nessa época amarga: um crime de roubo no qual o ladrão coopera com a vítima - dando até ensejo para que esta descubra seu nome e sobrenome. No nosso mundo estatista, isso demandaria um boletim de ocorrência e uma investigação atrás do paradeiro da TV. No mundo anarcocapitalista, basta dar uma TV nova ao sujeito - a solução mais fácil, mais rápida e que mais fere o princípio libertário de não iniciar a agressão, uma vez que não resolve o conflito, só premia o meliante com uma TV usada.

    Não é difícil imaginar que, com a índole f%$#da da nossa geração (o problema todo reside aqui), essa liberdade toda dada de uma vez só pode dar ensejo a uma série de abusos. Hoje, um cobrador que toma o celular de um desses "DJs de ônibus" tem grande chance de ficar marcado. Alguém que protesta contra o som automotivo em geral é ignorado solenemente - e se continuar chiando, bala nele. É uma convicção que formei aqui: o "Estado provedor" (saúde, educação, habitação, infraestrutura) pode sumir de vez, entretanto o "Estado fiscalizador" (administração da justiça, processo legislativo, fiscalização) tem de ficar ao menos por mais um tempo, aguardando o amadurecimento geral das pessoas, que por fim tomarão o seu lugar.

    E outra: é o Brasil privatizar tudo e se declarar anarquista hoje que amanhã o mundo todo vai se estapear pela Amazônia. Uma coisa dessas deve ter uma articulação mundial.

    Abraço.
  • Andre  13/01/2014 21:39
    Fernando Figueiredo, mudanças radicais não acontecem da noite pro dia.
    A escravidão mesmo não acabou da noite pro dia.
    Mas se não dermos o primeiro passo nunca chegaremos ano nosso destino.
  • Andre Cavalcante  14/01/2014 11:19
    Fernando,

    Seja bem-vindo a este novo mundo.

    Se você realmente quiser, vai ter muito material aqui e alhures que vão desmistificar de vez essa visão estadista que ainda teima em permanecer.

    Por exemplo: " "Estado provedor" (saúde, educação, habitação, infraestrutura) pode sumir de vez, entretanto o "Estado fiscalizador" (administração da justiça, processo legislativo, fiscalização) tem de ficar ao menos por mais um tempo, aguardando o amadurecimento geral das pessoas, que por fim tomarão o seu lugar"

    O erro no pensamento aqui reside no fato de que as pessoas não amadurecem justamente por causa do estado provedor. Sem ele, ou você passa a ser verdadeiramente responsável por si e pelos seus (amadurece) ou então você morre! Se o estado fosse abolido hoje, teríamos um tempo de adaptação não sem dores.

    A principal libertação, contudo, é a do pensamento. Liberte sua mente e as coisas começam a modificar para você e para os que estão à sua volta.

    Quando uma boa quantidade de gente estiver livre dessas amarras, será fácil dar um grito de liberdade e o estado acaba no dia seguinte. Os demais vão de roldão, porque nada para o progresso (por mais obstáculos que forneça).

  • anônimo  14/01/2014 12:42
    'O erro no pensamento aqui reside no fato de que as pessoas não amadurecem justamente por causa do estado provedor.'

    Nem ele disse isso.
  • Andre Cavalcante  14/01/2014 13:00
    Não, anônimo, ele disse que o estado provedor deve continuar ainda por um bom tempo porque as pessoas não estão maduras para viver sem estado. Ora, apenas indiquei que as pessoas não amadurecem enquanto estiverem sob a provisão do estado.
  • Fernando Figueiredo  14/01/2014 14:13
    "É uma convicção que formei aqui: o "Estado provedor" (saúde, educação, habitação, infraestrutura) pode sumir de vez, entretanto o "Estado fiscalizador" (administração da justiça, processo legislativo, fiscalização) tem de ficar ao menos por mais um tempo, aguardando o amadurecimento geral das pessoas, que por fim tomarão o seu lugar."

    Só pra esclarecer as coisas.

    Abs
  • José R.C.Monteiro  18/12/2013 10:18
    Senhor Figueiredo, conforme o outro colega respondeu, tu construiste um edifício em cima de uma palafita,faltou algo que chamamos condição da possibilidade.
    Tua história fez pluft.
  • Coelhao  18/12/2013 23:10
    Boa noite,

    A instituição de tributos causa ineficiência, fato mais do que provado economicamente. No entanto, ainda não consigo enxergar uma solução no horizonte. Acredito que ainda seremos obrigados a conviver com eles por longos séculos. Já que essa convivência é quase que inevitável pois, do contrário, teríamos que suportar todo o poder punitivo do estado, penso que algumas reflexões podem ser feitas a respeito das obrigações acessórias. Tenho estudado a legislação tributária do Estado do Rio de Janeiro (concurso público, alguns vão querer me matar aqui!) e percebo inúmeras aberrações legislativas: quando o Estado não obriga a entregar renda, obriga a cumprir prestações de fazer extremamente trabalhosas. Na teoria das finanças públicas, é atribuído como uma vantagem dos impostos sobre o valor agregado o seu caráter auto-fiscalizatório. Apesar disso, o que se tem no Brasil em matéria de ICMS é uma legislação dura e complexa, muitas vezes desrespeitando a própria Constituição Federal. Com certeza, a ineficiência natural da imposição de tributos é multiplicada pelas prestações que os contribuintes e responsáveis tributários são obrigados a cumprir. Nesse sentido, não é só a carga tributária que impacta, mas inúmeras horas de trabalho de outros profissionais que auxiliam no cumprimento das obrigações, como contadores, advogados e consultores. Indiretamente, há os salários de servidores públicos que auditam os contribuintes, custeados pelos tributos: chega-se a um paradoxo de que o contribuinte paga para ser fiscalizado se pagou! Enfim, creio que o debate poderia incluir as prestações que não significam entregar renda o que, com certeza, também massacra o cidadão.
  • Rodnei  24/12/2013 07:36
    Mesmo já tendo domínio básico sobre EA/ancap/libertarianismo, e até dar meus pitacos como fiz acima sem passar muito vexame, ainda tenho algumas dúvidas.

    No sistema libertário/ancap, propriedade privada de objetos, terrenos, subterrâneo, e até mesmo de rios e mares são fáceis de entender, mas como ficaria o céu?
    Prejuízos com quedas seriam cobertos por seguro, isso é simples, mas:

    Como ficaria a propriedade do espaço aéreo?

    Exemplo:
    Se um avião passa voando por cima da minha fazenda, eu posso cobrar pedágio pelo uso que ele faz da minha propriedade (meu espaço aéreo, acima do meu terreno), ou processar por invasão não autorizada?
  • Bruno  24/12/2013 11:02
    O espaço aéreo sobre sua propriedade não é seu em todo o seu infinito. Tipo, você não é o dono de toda a estratosfera imediatamente acima de você.

    É possível estipular proporções de bom senso, como por exemplo estabelecer que a atmosfera que é propriedade privada deste terreno é aquela que vai até uma altitude que seja proporcional ao metro quadrado do terreno ou algo assim.
  • Andre Cavalcante  27/12/2013 16:36
    Como em todo o resto, a propriedade do ar só se faz necessária em caso de conflito/necessidade/escassez.

    Assim, o ar pode ser visto como de uso comum, assim como seria uma rua ou uma praça, isto é, sem dono.

    Mas, a medida que mais gente usa a rua e a praça, torna-se necessário ordem: quem preserva, quem gerencia, que faz as leis para aquele espaço.

    Assim então para o espaço aéreo, para a atmosfera etc.

    Assim, um refinaria não pode poluir o ar que os moradores ao redor da referida usina usam para a sua saúde. Institui-se então a propriedade privada do bairro (ou de cada casa, conforme o caso) e, assumindo-se que o uso daquele ar pelos moradores é anterior ao da usina (nem sempre é o caso), a usina é obrigada a tratar os seus gases.

    Da mesma forma, ao redor de um aeroporto pequeno pode não haver necessidade de se criar pistas aéreas. No entanto, a medida que a cidade cresce, com seu correspondente tráfego, define-se propriedade para certas rotas aéreas: para helicópteros, para aviões pequenos, aviões comerciais que pousam e decolam do aeroporto etc. Provavelmente este espaço seria acima (várias centenas de metros acima) das casas e outras propriedades ao redor, de forma a que o barulho não incomodasse tanto os vizinhos e de propriedade do aeroporto (um certo incômodo sempre acontece quando se escolhe morar perto de um aeroporto, mas aqui a propriedade original é do aeroporto e não da vizinhança, exatamente o oposto do exemplo da fábrica). Mas a propriedade poderia ser de outras empresas, como as de controle de tráfego aéreo, ou mesmo de uma agência militar, contratada para proteger a cidade etc.

    Quando te questionarem sobre essa possibilidade, fala assim: "em geral os socialistas carecem de duas coisas: compreensão das leis da economia e criatividade para gerar um quadro absolutamente possível sem a intervenção estatal".

    Abraços

  • Eduardo Bellani  10/02/2014 17:19
    Homem constrói estrada pra sua praia, e cobra 5 dolares pra usar-la.



    Numa nota pessoal, achei o velhinho muito ancap :D
  • Típico Filósofo  10/02/2014 21:19
    Absurdo. E quanto à função social das praias? Enquanto este explorador inescrupuloso continuar a promover este apartheid em sua praia (afinal, ele jamais permitiria que grandes grupos integrantes de movimentos sociais periféricos executassem uma retomada de mais-valia latente / arrastão em sua propriedade. Sugiro que seja executado de imediato um rolezinho nesta praia com apoio midiático e cobertura nas redes sociais.
  • Fabio Pires Pincello  06/02/2015 18:05
    Para pessoas que, assim como eu, sempre conviveram em um ambiente em que se prega que o governo é necessário, os primeiros contatos com as teorias libertárias incomodam. Parecem ser idéias radicais demais. Estou acompanhando há uns 3 meses os artigos daqui, enfrentando maneiras de pensar bem diferentes das que sempre me foram apresentadas. Devo ser uma entre várias pessoas que estão conhecendo o Mises devido ao descontentamento com o governo atual e sua ideologia.
    Como eu sempre tenho receio de ser influenciado por alguma ideologia, tento sempre ter um senso crítico em tudo o que leio, mas confesso que não consigo discordar com as coisas que leio por aqui. Penso que estão conseguindo me influenciar e espero que isso seja algo bom. Tenho lido os textos e os comentários, onde encontro algumas dúvidas às quais devem surgir a todas as pessoas leigas como eu. E sempre encontro respostas coerentes.
    Vez ou outra vejo algum comentário desrespeitando essas pessoas e não acho isso legal. Se vocês, assíduos comentaristas, estão corretos, precisam entender que a forma como a maioria esmagadora da população brasileira foi educada vai para o lado oposto, totalmente em direção à ideologia socialista. Na escola somos educados de uma forma a enxergar o capitalismo como o inferno defensor dos ricos e o socialismo como o céu defensor dos pobres. Arrisco dizer que a maioria (dessa maioria) tem um coração bom. Penso que a maioria dos socialistas são bem intencionados, embora eu concorde há muito tempo que estão pensando erroneamente. Se precisamos realmente mudar a forma de pensar das pessoas, devemos fazer isso da forma mais educada e didática possível. Por isso eu acho que devemos ter mais paciência no momento de responder a comentários de pessoas que AINDA não aceitam as idéias propostas por aqui...
  • Andre Cavalcante  09/02/2015 13:50
    Olá Fábio,

    "Para pessoas que, assim como eu, sempre conviveram em um ambiente em que se prega que o governo é necessário, os primeiros contatos com as teorias libertárias incomodam. Parecem ser ideias radicais demais."

    É sempre assim, não é? Quando uma ideia qualquer fere o que mais se prezava então ela é radical demais, mesmo que esta seja coerente, moral e eticamente defensável e a outra absurda do ponto de vista moral, incoerente e logicamente falsa.

    "Estou acompanhando há uns 3 meses os artigos daqui, enfrentando maneiras de pensar bem diferentes das que sempre me foram apresentadas."

    Parabéns pelo encontro. Particularmente, acompanho o IMB há mais de 3 anos e ainda encontro coisas que não entendo. Afinal, são três anos aqui e foram mais de 20 anos de doutrinação algures.

    "Devo ser uma entre várias pessoas que estão conhecendo o Mises devido ao descontentamento com o governo atual e sua ideologia."

    Ooops! Lugar errado... Seria melhor você procurar um site do partido de oposição ao governo atual. Em geral gostamos aqui de pensar mais para cima (literalmente): www.diagramadenolan.com.br/?locale=pt


    "Como eu sempre tenho receio de ser influenciado por alguma ideologia, tento sempre ter um senso crítico em tudo o que leio, mas confesso que não consigo discordar com as coisas que leio por aqui. Penso que estão conseguindo me influenciar e espero que isso seja algo bom."

    Se uma boa parte da população (não precisa ser a maioria) tivesse acesso ao conhecimento aqui disseminado, a realidade brasileira já seria outra.

    "Tenho lido os textos e os comentários, onde encontro algumas dúvidas às quais devem surgir a todas as pessoas leigas como eu. E sempre encontro respostas coerentes.
    Vez ou outra vejo algum comentário desrespeitando essas pessoas e não acho isso legal."

    Também não acho isso legal. Você só se esqueceu que aqui é uma entidade privada, e assim como você não acha legal que desrespeitemos ninguém, é bom que os que aqui adentram também respeitem as normas daqui, sendo a primeira, informar-se minimamente quanto ao assunto tratado e, jamais, criar flames.

    "Se vocês, assíduos comentaristas, estão corretos, precisam entender que a forma como a maioria esmagadora da população brasileira foi educada vai para o lado oposto, totalmente em direção à ideologia socialista. Na escola somos educados de uma forma a enxergar o capitalismo como o inferno defensor dos ricos e o socialismo como o céu defensor dos pobres."

    Não somos nós que precisamos entender isso, já entendemos perfeitamente. Mas você não entende que há, sim, muitos que aqui vem com o único intuito de denegrir e/ou degenerar as discussões. Muitos, inclusive são pagos por partidos.

    "Arrisco dizer que a maioria (dessa maioria) tem um coração bom. Penso que a maioria dos socialistas são bem intencionados, embora eu concorde há muito tempo que estão pensando erroneamente."

    Alguns que aqui chegam podem ter "coração bom", mas não adianta nada se não tiver "raciocínio bom", que é o que se exige por essas bandas. Por outro lado, alguns precisam mesmo um choque de realidade. Quando o Eduardo Belline, por exemplo, mostra sem meias palavras todo o totalitarismo de um comentário ele não está sendo desrespeitoso, mas apenas coerente com as ideias deste site. Também, quado o Leandro Roque, mostra a face ignara de mundos sobre como funciona a economia, também não está sendo desrespeitoso. Infelizmente as pessoas não gostam que seus mais profundos erros sejam escrachados publicamente. Era preferível, portanto, não tivessem comentado. São oportunidades imperdíveis para os comentaristas do Mises Brasil para mostrar as ideias nuas e cruas do site.

    "Se precisamos realmente mudar a forma de pensar das pessoas, devemos fazer isso da forma mais educada e didática possível. Por isso eu acho que devemos ter mais paciência no momento de responder a comentários de pessoas que AINDA não aceitam as ideias propostas por aqui..."

    Ooops. Lugar errado novamente. Se o IMB tivesse realmente o interesse em doutrinar mentes, estava bravejando um lugar na Universidade tradicional (mas seria mais do mesmo, então faze-se diferente: veja www.mises.org.br/Article.aspx?id=1920). Seu objetivo, portanto, é divulgação das ideias libertárias e a discussão aberta sobre a Escola Austríaca de economia (veja: www.mises.org.br/About.aspx).

    Abraços
  • Renan Dias  26/10/2015 15:53
    Boa tarde a todos,
    Não tenho uma posição contrária ao que foi dito nesse artigo, na verdade concordo plenamente com os argumentos, mas mesmo assim procuro ser crítico para não me deixar ser enganado até mesmo pelos meus próprios pensamentos. E vejo que aqui posso encontrar as pessoas certas para responder minhas peguntas.
    Sendo assim, eis minhas perguntas sem resposta, num sistema sem intervenção do estado como se estabeleceria um sistema judiciário? segurança privada não só é possivel como hoje já é mais eficiente do que segurança pública, assim como educação, transporte etc.
    Mas e a justiça, como ter algo imparcial? no meu ponto de vista hoje ela esta mais para privada, é de quem tem mais dinheiro, de quem paga mais caro, mas se estamos falando de como fazer as coisas funcionar, realmente não vejo uma saída nesse aspecto.
    Outra coisa e doeças graves e altamente despendiosas, talvez jamais me lembraria desse aspecto, pois sei que a saúde pública é uma fraude consome muito mais dinheiro do que retorna em serviços, mas tenho casos próximos a mim que claramente vejo que a pessoa não teria condições de arcar com os tratamentos, remédios, aparelhos e serviços se não fosse a maldita interveção do estado. Qual seria a saída para este caso também? simplesmente esquece-los?

    Novamente gostaria de lembrar que sou plenamente a favor do que o artigo descreve, inclusive o autor está de parabéns por decrever de maneira tão esclarecedora o que muitas vezes tento defender mas sem as palavras certas.

    Muito Obrigado
  • anônimo  26/10/2015 17:55
    "mas tenho casos próximos a mim que claramente vejo que a pessoa não teria condições de arcar com os tratamentos, remédios, aparelhos e serviços se não fosse a maldita interveção do estado. Qual seria a saída para este caso também? simplesmente esquece-los?"


    Em uma sociedade sem estado (ou com estado mínimo) as pessoas seriam mais ricas, poupariam mais e a iniciativa privada seria mais eficiente, ofertando serviços melhores a preços mais baixos.

    Ainda assim alguém que não tivesse condições de pagar por um tratamento poderia contar com a caridade de alguma instituição, adquirir um crédito ou um seguro.

    Agora ela só não pode querer que alguém seja obrigado a pagar por isso.
  • Pobre Paulista  26/10/2015 17:19
    A possibilidade de uma justiça privada, de Robert Murphy;

    Em uma sociedade sem estado, os déspotas não assumiriam o controle?, do mesmo autor, vá direto ao item "O GOVERNO E SUA TEORIA DE CONTRATO";

    Leis e justiça numa sociedade libertária, pesquisa de um leitor do site, Tiago Rinck Caveden.

    É um bom início.
  • Piero  01/10/2017 01:32
    No caso do saneamento considero complicado vislumbrar como se daria a livre concorrência. Por exemplo: considerando-se uma cidade com um sistema de abastecimento oneroso já implantado pelo estado, como seria possível ter concorrência entre prestadores deste serviço?

    Outra questão que fica nebulosa é: como as empresas privadas viabilizariam água potável e tratamento de esgoto em locais sem viabilidade econômica (sem recorrer a cobrança de tarifas estratosféricas)?
  • Thomas  01/10/2017 02:14
    Explicado em detalhes neste artigo:

    www.mises.org.br/Article.aspx?id=646

    Caso não queira ler tudo, pode ir direto para a seção "A liberdade de entrada restringe as arbitrariedades" e ler até o final.
  • Piero  02/10/2017 02:08
    Desculpem-me, mas é um absurdo (www.mises.org.br/Article.aspx?id=646, seção "A liberdade de entrada restringe as arbitrariedades"). A proposta de manter tubulações de diversas empresas de distribuição de água em uma mesma cidade é uma boa piada de engenharia. Embora simpatize com a desestatização, no caso do saneamento não vislumbro grande vantagem e nem aplicação da livre concorrência de fato. A coisa mais próxima disso é o que o Chile fez e há quem diga que não é bom, pois as tarifas são muito maiores, embora o país tenha atingido os indicadores de universalização do saneamento... Enfim...
  • Edson  02/10/2017 12:21
    Bem-vindo ao mundo real. Quer saneamento para todo mundo? Sem problema, mas vai ser um pouco caro. Ah, quer saneamento baratinho? Sem problemas, mas apenas pouquíssimas pessoas serão contempladas (só as mais ricas). O populacho vai cagar na fossa ou na moita.

    "Ah, mas eu quero saneamento baratinho e para todo mundo!" Aí quem se revelou a piada é você, que desconhece a lei mais básica da economia, que é a escassez.

    Ah, sim, o arranjo que você defende (estado regulando saneamento e determinando quem pode e quem não pode operar, e quais preços cobrar) é exatamente o que já está em vigor no Brasil há décadas. Consequência? Como mostra o link do demolidor abaixo, 50,2% da população não conta com rede de esgoto. Mais: quase 60% do esgoto corre a céu aberto no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Águas.

    Eis aí as maravilhas de se querer "saneamento baratinho para todos".
  • WMZ  28/06/2020 02:02
    "Ah, mas eu quero saneamento baratinho e para todo mundo!". Vou tentar explorar esse erro da EA

    Tá, mas senão vejamos:

    Não é lucrativo, hoje em dia, levar saneamento para as favelas e cidades pequenas

    Se as empresas pudessem aumentar os preços, seria lucrativo levar saneamento para as favelas e cidades pequenas

    Mas será que ,nas favelas, todos terão condições de pagar?

    Obviamente, NÃO! Mas existirão os dispostos (aposto que a maioria)

    E o que vocês acham de obrigar uma pessoa a pagar pelo saneamento?

    No libertarianismo, a ideia seria reprovável (e em qualquer ideologia...vai ter pobre que não conseguir arcar)

    PORÉM, É saneamento básico! É um problema coletivo! Não existe essa do "quem tem leva, quem não tem não leva)

    Usando o exemplo das favelas:

    Não era lucrativo para empresa ALFA levar saneamento para a favela QUEBRADA.

    Mas, após a liberalização do mercado, a empresa ALFA pode, enfim, aumentar os PREÇOS para essas localidades.


    Após diversos estudos de mercado, o saneamento chegou na favela QUEBRADA porém, os preços eram ALTOS DEMAIS para somente 10% daquela população, que se negaram a pagar.

    Para aquilo que era visto como "não lucrativo" e "loucura", conseguir 90% numa dada localidade é um GRANDE RESULTADO! Quanto mais em favelas...

    Entretanto, enquanto a empresa ALFA lucra, aqueles 10% estão defecando em fossas...E daí? E daí que a INSALUBRIDADE GERADA pelos 10% que ficaram de fora DESTRÓI os benefícios gerados pelo saneamento dos 90%, ou seja, não adianta você ter esgoto se o seu VIZINHO não tem...ambos estão expostos aos mais variados tipos de doença. O SANEMENTO FORNECIDO PELA INICIATIVA PRIVADA se revelou como INÚTIL PARA TODOS OS MORADORES (mas poucos sabem)

    Conclusão:
    -Existem problemas coletivos com soluções coletivas (a EA ignora)
    -O saneamento, para ser eficaz, deve ser 99,9%...então, isso está acima das questões mercadológicas (quem tem $$$ leva, quem não tem $$$ fica sem)
    -Se o exemplo da favela QUEBRADA for repetido, o resultado será parecido: os favelados e as cidades pequenas não são tão pobres, ou seja, boa parte da população estaria disposta à pagar caro por esses serviços. Então, a caridade estatal cobre mal a população (no exemplo, o Estado queria cobrir 100% de Quebrada...o Estado não conseguiu e relegou a função à iniciativa privada que conseguiu cobrir 90%...portanto, era para o Estado tentar cobrir esses 10% e não os 100%)
  • Vladimir  28/06/2020 19:22
    Qualquer obra de infra-estrutura que será benéfica para milhões de pessoas será feita por empreendedores visando ao lucro.

    Se o governo isentar de impostos, e liberar totalmente o investimento estrangeiro (o que significa que qualquer consórcio de empresas de qualquer lugar do planeta pode vir aqui, construir alguma coisa, e ficar com 100% dos lucros, sem impostos), o país rapidamente vira um canteiro de obras e de esgotamento e saneamento.

    Qualquer pinguelinha no interior do Maranhão já geraria lucros formidáveis. Uma rede de saneamento, atendendo a milhões de pessoas e construída a custos baixos (pois não haverá contratos com o governo; logo, não haverá superfaturamento), e sem impostos sobre receitas e lucros, geraria um tsunami de dinheiro para quem a fizesse. Até eu venderia casa e carro para ser sócio disso.

    "Ah, mas se é tão simples assim, por que não é feito"?

    Porque políticos não estão dispostos a abrir mão de propinas (em troca de superfaturamento). É exatamente nas obras públicas (tocadas por ministérios e por estatais) que está o grosso do dinheiro da corrupção. Brasileiro que ainda não entendeu isso não entendeu nada do país.
    Agora, se você quer redes de saneamento espetaculares no interior do Maranhão, e a preços nulos, aí realmente você está vivendo em um pavoroso estado de auto-engano. Ainda mais bizarro: após 520 anos de fracasso, continua acreditando que só o estado pode fazer tal serviço.

    Caso perdido.
  • Demolidor  01/10/2017 04:14
    Saneamento é bom negócio. Tem empresa do ramo entre as maiores pagadoras de dividendos em 2017:

    www.gazetadopovo.com.br/economia/financas-pessoais/as-10-acoes-que-devem-oferecer-os-maiores-dividendos-de-2017-bibxj3djrlnt4u9moprkkpz5n

    O curioso é que empresas privadas (não estou nem dizendo da Coca-cola, estou falando de empreendedores com seu próprio caminhão-pipa mesmo) enxergam viabilidade econômica onde muitas empresas de saneamento (monopolistas) não veem...
  • Piero  02/10/2017 01:54
    Caminhão-pipa não é saneamento. Trata-se de um serviço diferente.
  • Igor  02/10/2017 02:06
    Certo, mas não foi isso que o leitor Demolidor disse.
  • Demolidor  02/10/2017 03:33
    Eu sei que é mais amplo. Mas como dá para defender um sistema que não consegue realizar o trabalho a que se propôs nem nas principais cidades?

    https://oglobo.globo.com/brasil/no-brasil-502-da-populacao-nao-contam-com-coleta-de-esgoto-18687404
  • Elcio  07/11/2018 22:37
    Nem tudo se pode privatizar e muito menos entregar ao capital estrangeiro, que pode já ser ou vir a se tornar inimigo e um foco de perda de soberania e de chantagem.

    Esse mundinho de "criança feliz" do liberalismo radical não tem lugar na realidade do mundo e no jogo maquiavélico das nações.
    Deve ter condições de socorrer a população sem pensar apenas "se vai dar lucro."
    Nem tudo é "MERCADO", nem tudo é mercadoria, nem tudo tem um preço.

    Por isso discordo desse artigo pró privatização indiscriminada.
    .
  • Pollyana  28/06/2020 23:15

    Conversando com um esquerdista, ele alegou:

    "Mas produzir coca-cola, um carro ou um eletrodoméstico não é tão complexo como fornecer e manter uma rede de saneamento básico, segurança pública ou serviços de saúde em larga escala. São bens/serviços de natureza bem diferente. Os bens citados no artigo são mais acessíveis a população pois são mais simples de serem produzidos. Saneamento, segurança pública e saúde pública envolvem muito mais dificuldades, custos e variáveis a serem considerados para que se tenha um fornecimento satisfatório para a população."

    Sou meio nova nas ideias libertárias, mas consigo ver que essa objeção esquerdista é falha.

    Mas queria ouvir de alguém daqui uma argumentação mais fundamentada para refutar essa objeção, por gentileza.
  • Juliano  29/06/2020 00:53
    Saneamento nada mais é do que cavar um buraco no chão, atravessar um cano e ligar a uma estação de tratamento (que já existe). É isso, só isso, e nada mais do que isso. Querendo, você resolve tudo em apenas um dia.

    Já construir televisores, telefones, e instalar antenas de recepção e transmissão é muito mais caro e complexo do que saneamento. É coisa que depende de anos de projeto, pesquisa e construção.

    Imagine se a isso estivesse a cargo do estado? Até hoje, apenas uma ínfima minoria teria televisão e telefone. Felizmente, como está a cargo do mercado, todo mundo tem acesso. Felizmente, essa atividade não é monopólio estatal.

    E infelizmente, o saneamento sempre foi monopólio estatal. Saneamento só vai adiante se político quiser e autorizar. E tem imbecil que defende a continuidade desse arranjo criminoso.

    Mesmíssima coisa para saúde, que é um serviço como qualquer outro.

    www.mises.org.br/article/105/quatro-medidas-para-melhorar-o-sistema-de-saude

    www.mises.org.br/article/923/como-mises-explicaria-a-realidade-do-sus

    Já segurança pública, de fato, é bem mais complexo. Depende inteiramente da imprevisível ação humana. Depende de fatores culturais e econômicos. Depende de haver um guarda em cada esquina, literalmente. Como isso é impossível, a única solução a curto prazo é armar e treinar cada indivíduo da sociedade. Qualquer outra solução que não o armamento compulsório da população é meramente ilusão e devaneio.
  • Felipe L.  29/06/2020 03:19
    Ótima resposta a do Juliano.

    Agora imagine só: o mercado é capaz de fabricar um carro de luxo, com sistemas de segurança de detecção de pedestres, alerta de colisão, injeção direta de combustível controlada por uma central eletrônica, com turbocompressor, comando de válvulas variável... e para o estado fazer uma rua asfaltada plana, sem solavancos, buracos, remendos mal feitos e as malditas lombadas, é um choro total. Sempre querem mais verbas. Inclusive o mercado é que é obrigado a se moldar, trazendo carros com maior altura de rodagem. Sem contar o combustível, que é um setor extremamente regulado.
  • Imperion  29/06/2020 14:22
    Uma televisão é tão complexa que precisa de mil pessoas diferentes pra se produzir. Só pra citar alguns, temos os mineradores, depois o pessoal da indústria do petróleo, depois os projetistas de materiais e depois as fábricas de eletrônicos e peças que juntam todas essas pra fazer o produto final.

    O minerador não precisa saber de peça eletrônica e nem o montador da fábrica sobre mineração, e essa é a magica do capitalismo. Ela só tem que saber fazer o seu, produzir e soltar no mercado, que os outros sabem fazer os deles.

    Tudo na economia funciona assim.

    Saneamento básico é menos complexo, mas funcionaria igual. Alguém produz os canos, vende. Outra pessoa compra, outra faz o projeto e constrói. É um empreendimento como qualquer outro. A iniciativa privada faz prédios, pode fazer saneamento básico.

    Saneamento é captar agua, limpar e distribuir. Não é de graça. Tem que ser limpa e transportada. Então tem custos e tem que ser pago.

    O outro lado é o esgoto. Tem que ser limpo , com canos separados antes de ir pro rio. Serve pra adubo e energia. Pode ser feio igual no esquema dos televisores: cada setor se especializa no seu. E acaba sendo feito no mercado mesmo.

    Mas acho que as pessoas acreditam que a água limpa e suja vem e vai com magica estatal ou convenientemente só falam isso com medo de perder a paternalidade do estado. Roubam muita água e tem ligação clandestina, então quando for descoberto, vão ter que começar a pagar.

    Saneamento pode ser feito por inúmeras firmas diferente. Basta dividir bem dividido. Segurança também é complexo, mas nada que o mercado não de conta. Ela também e dividida em áreas. Patrulhamento, prevenção, investigação, processos, trânsito, cibernética, TI, colarinho branco.

    Basta investir em cada área de acordo com a demanda. Qualquer serviço que um agente publico faz, um privado pode fazer também.

    A única diferença é quem o contratou.
  • Estudante  01/07/2020 05:47
    Sobre o marco do saneamento: entendo que o melhor cenário seria privatização, desestatização e desregulamentação total do serviço.

    Mas, pelo menos pode-se dizer que o Marco do Saneamento deixa a situação um pouco melhor (ou menos pior) que a atual?

    E crítica abaixo, faz sentido?
    "Para a oposição, a medida vai aumentar a tarifa para áreas mais pobres com o fim do chamado subsídio cruzado – em que o lucro em área populosa custeia o prejuízo em municípios menores."
    Fonte: Agência Câmara de Notícias
  • Professor  01/07/2020 15:10
    O único e contínuo argumento da esquerda contra a privatização é esse, só esse e apenas esse. "Ai, mas os preços vão subir".

    Sempre que se fala na privatização dos Correios, a ladainha é a mesma: "Ai, mas vai ficar mais caro pra estudante de São Paulo mandar uma cartinha para a avó que mora no interior do Maranhão…"

    No caso do saneamento é ainda mais bizarro, pois, com os Correios, ao menos ainda há a entrega da carta. Já com o saneamento, estamos falando de um serviço que nem sequer existe para essa população. Como é que você pode dizer que a pessoa "vai pagar mais caro" por um serviço que ela nem sequer recebe hoje?!
  • Aluno   01/07/2020 19:31
    Ok.
    Mas, dado que não haverá uma privatização/desregulação total so setor, pelo menos pode-se dizer que o marco do saneamento deixa a situação um pouco melhor (ou menos pior) que a atual?
  • Guilherme  01/07/2020 22:09
    Sim.

    Eis o ranking de desejabilidade, do pior para o melhor:

    a) Saneamento estatal exclusivo para os mais ricos (é assim hoje).

    b) Saneamento estatal para todos (é bonito no papel, mas é uma ilusão impossível de ser alcançada; é necessário estudar a teoria sobre serviços públicos para entender o porquê)

    c) Saneamento via PPP para todos (os serviços efetivamente chegam para todos, o que é um grande avanço, mas o preço será alto e a qualidade, mediana).

    d) Saneamento para todos via livre mercado (explicado como seria aqui)
  • Supply-sider  01/07/2020 22:12
    O novo marco do saneamento diz simplesmente o seguinte:

    Empresas de saneamento municipais poderão concessionar seus serviços municipais de esgotamento sanitário para empresas estaduais ou mesmo para empresas privadas, desde que façam licitação, da qual irão participar empresas estatais e privadas.

    É isso, só isso e apenas isso o marco.

    Logo, essa crítica da esquerda não faz sentido nenhum, para a surpresa de ninguém.


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