clube   |   doar   |   idiomas
Por que as eleições geram brigas entre amigos
Que bom que o dia das eleições está chegando, pois ninguém aguenta mais.  Há vários relatos de que as manifestações de apoio, ou contrárias, a um ou outro candidato geraram discórdias e brigas entre várias pessoas que até então eram amigas de longa data.  É lamentável ver amizades sendo rompidas por algo tão putrefato quanto a política.

As divergências políticas geram discussões, que geram ofensas e xingamentos, que causam o fim de amizades e um rancor contraproducente.

Mas por que esse clima de guerra? Afinal, a democracia não é o supremo sistema que os brasileiros se orgulham de ter alcançado? Não deveria estar tudo correndo pacificamente na plenitude democrática?

Muito pelo contrário: essas brigas que estamos testemunhando é uma consequência direta e inexorável da democracia.  Dado que o estado é um inerente gerador de conflitos, o processo eleitoral democrático inevitavelmente transfere a característica antissocial do estado para as pessoas — e essa característica fica em maior evidência naqueles que mais se engajam na política.

Uma explicação concisa e precisa de como a horrível e detestável democracia aflora estes sentimentos antissociais nas pessoas pode ser encontrada neste vídeo, que foi produzido para mostrar como a democracia é maravilhosa, o que torna tudo ainda mais medonho:

Quatro jovens estão decidindo onde irão passar um feriado: na praia ou na serra.  Três querem praia e uma quer serra.  Sendo assim, a democracia impera e fica decidido que os quatro devem ir para a praia.  

No entanto, dado que intenção do vídeo é glorificar a democracia, as implicações práticas daquilo que o vídeo realmente defende são bem mais tenebrosas do que parecem à primeira vista.  Se o cenário é a democracia, então, ao se transferir essa decisão democrática (3 contra 1) para o estado, como era a intenção do vídeo, os três jovens que venceram a eleição adquiriram o "direito" de coagir e obrigar a garota que preferia a serra não só a ir para a praia como também a pagar por todo o pacote da viagem com as opções que eles escolheram.

Não, ela não poderia ir sozinha para a serra e deixar que os outros três fossem para a praia — afinal, "deu praia" na eleição. E era para nós acharmos o vídeo sublime!

Adaptando o vídeo para as eleições atuais, imaginem que o destino da viagem fosse escolhido por uma quinta pessoa, e fossem destinos que ninguém quisesse ir, como Chernobyl e Sibéria. Se o seu eventual ódio ao frio fosse maior do que seu medo de radiação, você iria transferir esse ódio para todos aqueles que estivessem apoiando uma viagem a Sibéria, dado que você seria obrigado a ir e a pagar pela viagem.  Por outro lado, se você soubesse que a radiação irá resultar em sequelas que no longo prazo o levariam à morte, você iria bradar incessantemente contra os eleitores de Chernobyl.

Mas essa adaptação ainda está muito aquém da realidade das eleições, pois o que são alguns dias desagradáveis de viagem quando comparados a anos com uma pessoa que você detesta tomando seu dinheiro e mandando em você?  

E é isso que está em jogo nessas eleições.  Sendo assim, é perfeitamente compreensível que amigos briguem por conta de suas divergências políticas.

Todavia, nenhuma das partes tem razão. Embora você certamente acredite que esteja do lado do bem (ou do menor mal) e tenha toda a convicção de que sua escolha é a melhor (e você pode ter razão quanto a isso), a outra parte pode ter objetivos e tendências diferentes da sua e pode pensar a mesma coisa em relação à escolha dela.  Na disputa da viagem, fica claro que a melhor solução seria deixar cada um gastar o seu próprio dinheiro livremente, escolhendo o destino que preferir, e ir sozinho. Então, se você está tentando impor sua escolha sobre os outros, seja essa escolha qual for, você está errado.

O que alegam os defensores da escolha da viagem "menor ruim" é que, já que teremos de viajar de qualquer jeito, é preferível que nos engajemos na campanha do destino "menos pior" para não termos que viajar para um lugar pior ainda. "Você poderia estar na Sibéria, passando frio, mas ao menos observando a bela natureza em vez de estar aqui no meio dessa radiação de Chernobyl que irá nos matar em pouco tempo!"

E, desse modo, viagens e mais viagens vão sendo marcadas para locais aonde quase ninguém quer ir, pois ninguém está defendendo a solução correta. 

É imperativo nos livrarmos dessa que é a mais perigosa das superstições: a crença na autoridade.  As pessoas têm de entender que uma porcentagem numérica não confere poder superior a ninguém, e que ninguém pode magicamente delegar direitos que não possua. É vital que as pessoas comecem a pensar além da democracia.

Os libertários são os únicos que não querem impor à força seu destino aos perdedores (e ausentes) de uma eleição. Os libertários são a favor de que cada um escolha o seu destino, que cada um faça o que quiser com seu próprio dinheiro e sua propriedade. Enquanto todos parecem estar inebriados com o circo eleitoral e se ocupam de defender a viagem preferida (ou a que menos desgostam), apenas os libertários seguem dizendo o que importa: não queremos obrigar ninguém a viajar para onde não queiram.

Quem quiser ir para Chernobyl ou para a Sibéria, que vá, e pague pela viagem. Aposto que ninguém está brigando por causa dos destinos que os outros escolheram viajar nas próprias férias. Mas se há alguém querendo lhe obrigar a ir passar uns dias em Chernobyl (ou na Sibéria), é óbvio que isso irá gerar brigas.



autor


CATEGORIA
  
POST POR DATA
comentários (36)

  • Brasileiro Nato  23/10/2014 19:44
    Qual seria a melhor alternativa a democracia?
  • Marcio Cajado  24/10/2014 17:01
    www.mises.org.br/Product.aspx?product=84
  • aspone  26/10/2014 10:11
    Que texto maravilhoso!

    No entanto, ainda bem que ninguém o lê. E, dessa forma, vcs continuarão pagando pelas minhas viagens!!
  • Brasileiro Nato  27/10/2014 14:07
    Obrigado, pela indicação"
  • Mr. M  23/10/2014 20:06
    Fernando, que bom ler um texto seu! Achei que vc tivesse abandonado o Mises! Parabéns peço brilhante texto que mostra o quão escrota é a democracia.
    Ainda assim, dado que estou diante de uma verdadeira dicotomia, escolho o menos pior, com raiva no coração.
    Abs.
  • guilherme  23/10/2014 20:36
    É esse tipo de artigo que afasta o leitor mais "mainstream" e faz com que o Mises Brasil seja um nicho minúsculo na comunidade intelectual brasileira. Vamos debater a realidade, não a ficção. Eu fico extasiado com o nível intelectual de alguns escritores aqui, mas esse talento todo está sendo desperdiçado com esse radicalismo besta, que se nega a debater os problemas da realidade, que se nega a tomar partido. Inclusive me lembra bastante os abutres do PSOL/PCB. O Mises tem potencial para se tornar um portal do liberalismo no Brasil, com escritores inteligentes e capazes. Análises da realidade, como a feita recentemente pelo Leandro, geram impacto e, pouco a pouco, mudam a concepção das pessoas sobre economia e governo.
  • Fernando Chiocca  24/10/2014 02:39
    Claro guilherme, só podemos falar sobre aquilo que é considerado uma "opinião respeitável". Não podemos apontar absurdos intoleráveis e irracionais no sistema; temos sim que trabalhar dentro do que é dado e comumente aceito.

    Felizmente o Tom Woods tratou exatamente desse assunto na recente entrevista que fala sobre o tema de seu novo livro e eu não preciso me alongar na resposta para um lacaio estatista mainstream que não entende sobre a dissidência libertária e sua importância fundamental:

  • anônimo  24/10/2014 04:28
    Fernando obrigado por compartilhar suas ideias e videos sempre interessantes.
    Esse 'radicalismo' quanto a moralidade foi o que me instigou a me tornar um leitor assíduo do mises.
    Quanto aos que são contra essa abordagem me decepciono. Existe a opção sempre de ignorar ou não ler o artigo que não lhe agrada, mas seria um desserviço privar pessoas como eu deste tipo de leitura - principalmente sem refutação alguma dos argumentos - só com a intenção de não machucar o ego de alguém que possa se sentir ofendido.
    Sempre que vejo alguma nova postagem sua fico com a expectativa mínima de uma mensagem nesse nível!
  • rene  25/10/2014 18:46
    Eu sempre temo pessoas que se acham moralmente superiores às demais e temo ainda mais se essas pessoas se acham portadoras de um conhecimento que todos os outros não tem. Libertários e comunistas radicais tem muito em comum.
  • anônimo  26/10/2014 16:07
    Claro, é radical demais acreditar que não se deve ter nenhum poder de coerção sobre os outros certamente é quase igual a achar que se deve ter um poder total de coerção.
    O bom mesmo é achar o limite certo de coerção, e claro que a quantidade certa é sempre aquela que você, rene, acha. Os problemas do mundo seriam todos resolvidos se você fosse o comandante central imagino, já eu que não votaria nem em mim mesmo para comandar pois não acredito em poder de coerção sou um perigo para a sociedade!
  • Gunnar  20/03/2015 19:07
    Têm mesmo, ambos são radicais quanto às suas crenças. As diferenças estão "apenas" na natureza dessas crenças e nos métodos. Enquanto o comunista quer o fim absoluto da liberdade, o libertário quer o triunfo absoluto da liberdade. Enquanto o comunista age utilizando todas as ferramentas de coerção ao seu alcance (desde votações até revoluções violentas, passando pelo aparelhamento do estado), o libertário age de acordo com a não agressão que prega e se limita a tentar difundir suas ideias.
  • André Luiz S. C. Ramos  23/10/2014 21:12
    Boa, Fernando!

  • Pobre Paulista  24/10/2014 01:02
    Curiosamente o presidente do IMB é fundador e curador do instituto millenium:

    www.imil.org.br/institucional/quem-somos/

  • Angelo T.  24/10/2014 17:56
    Fernando is back!
  • Marcos  25/10/2014 18:23
    A metáfora para esta eleição está errada. Seria mais certo dizer que temos que escolher entre um tapa na cara e um tiro no peito. E, sim, quem escolhe o tapa está certo, pois ao menos temos mais chance de viver para um dia algo realmente mudar. Do mesmo modo, quem escolhe o tiro deve ser chamado pelo nome: suicida. Instaurada a ditadura bolivariana, não haverá libertarianismo que prospere, porque mesmo a pouca liberdade que temos hoje será destruída. Mesmo esse site depende de um mínimo de respeito ao livre pensamento, que poderia ser restringido por um ditador.

    Não sei se foi a intenção do autor ser um "nem-nem" ou não, embora dizer que "ninguém tem razão" pode nos levar a essa interpretação. Mas o fato é que estamos numa guerra em que, embora não tenhamos um lado bom, temos um adversário claramente pior.

    Não sei vocês, mas eu prefiro continuar discutindo sobre ação humana e intervencionismo estatal aqui, em palestras, artigos de jornais, aulas e livros. Não me agradaria em nada fazê-lo aos cochichos na fila do mercado desabastecido, esperando minha vez para comprar a cota de comida que o governo me permite ter. Exagero? Não creio:

    g1.globo.com/economia/noticia/2014/08/venezuela-limita-compras-em-supermercados.html

    Sim, brigas são comuns e compreensíveis. Assim como eram na implantação do comunismo na Rússia, do nazismo na Alemanha, no fascismo na Itália e no bolivarianismo na Venezuela e na Argentina. Não se trata de uma democracia normal em que tanto faz um ou outro, mas sim de escolher entre a democracia e algo pior.
  • gabriel  26/10/2014 03:05
    E quanto ao direito do suicida de se suicidar? E se existem pessoas - e sempre existe todo tipo de gente - que acham que viver sob vigilância e morrer de fome comandadas por qualquer ignorante que seja o melhor?

    Existem pessoas apoiando os dois lados, e ambos acreditam que uma coisa é melhor que a outra obviamente. Tirar o foco do problema que é o poder em si para criar uma briga dizendo que acho melhor isso ou aquilo é uma ótima tática, funciona muito bem em qualquer circulo pelo que vejo ultimamente. Em termos práticos você pode estar advogando a um 'mal menor', mas acredito até mesmo na liberdade de que se queira um 'mal maior' a si mesmo. O problema óbvio é que não se tem uma opção 'pra si mesmo' em eleições.

    Não importa quem ganhe, se eu votar e dar meu consentimento a esse sistema posso até manter um pouquinho mais de liberdade (momentâneo), mas já terei perdido minha consciência. Se minha escolha é entre um assassino e um escravagista, tão bondoso que me deixa viver contanto que trabalhe uns 6 meses por ano para pagar a bondade de não ter me matado, prefiro sim me abster de participar. Vocês podem estar nessa guerra, a minha é outra e não envolve votações
  • anônimo  26/10/2014 15:12
    'Se minha escolha é entre um assassino e um escravagista, tão bondoso que me deixa viver contanto que trabalhe uns 6 meses por ano para pagar a bondade de não ter me matado, prefiro sim me abster de participar. Vocês podem estar nessa guerra, a minha é outra e não envolve votações'

    Que lindo, e o que foi que vc conseguiu de prático com essa sua guerra, enquanto a quadrilha do PT fica com cada vez mais poder?
  • anônimo  26/10/2014 17:31
    Questão é ser prático.
    Não vota é também consentir com a maioria.
    A venezuela está nessa situação por abstenção da oposição.

    Você pode falar não votei porque não concordo com o sistema, isso está ok, ideologicamente você está correto, mas em termos pratico não
  • gabriel  26/10/2014 18:17
    Em termos práticos não fiz nada, se o meu voto fosse fazer alguma diferença na eleição ok, mas é um entre milhões o meu voto individual não mudou em nada o resultado final. É pelo mesmo motivo que eu não compro bilhete de loteria, minha chance pratica de ganhar existe(como a chance de que um indivíduo sozinho altere o resultado da eleição) mas é muito baixa, valorizo mais os 2 reais do que uma chance em milhões de ganhar. Da mesma forma valorizo mais manter minha consciência tranquila de que não participei dessa escolha do que uma chance -próxima a de ganhar na loteria - de alterar o resultado final da eleição.

    Eu ter votado ou não ter votado em termos práticos é indiferente e eu não acredito na mudança por outra via que não a mudança de mentalidade, claro que isso é uma opinião pessoal não tenho a menor pretensão de que os outros tenham os mesmos valores e crenças que eu. Até imagino que num mundo livre teremos de qualquer forma as pessoas que preferem ser comandadas, hoje mesmo estava vendo sobre a experiencia de Milgram e fiquei até surpreso como a mentalidade geral ainda é tão cega ao obedecer uma autoridade. Mas aceito a liberdade das próprias pessoas de quererem ser comandas enquanto assim o desejarem.
    De qualquer forma do jeito que são as eleições hoje no Brasil com uma urna já comprovada ser passível de fraude e sem possibilidade de recontagem dos votos, só me torna mais cético ainda quanto a validade de um voto individual.

    Meu voto não mudará a eleição de um pais do tamanho do Brasil, tanto quanto eu comprar um bilhete de loteria não me torna rico, apesar de chances mínimas existirem eu valorizo mais a outra ponta do que essa chance mínima.

    No mais sei que não sou exemplo a ninguém e não desencorajo que os outros votem em quem quer que seja se é o que faz mais sentido em suas mentes.
  • Marcos  28/10/2014 15:38
    Muita gente na Venezuela pensou igual a você há algumas eleições atrás. Houve um imenso boicote as eleições. Resultado? Chavez conseguiu o congresso inteiro, aprofundou as perseguições e tornou seu regime autoritário muito mais forte. Hoje os venezuelanos tem menos liberdades do que nunca, em parte porque adotaram uma estratégia errada de combate ao chavismo.

    Respeito sua opinião, embora o parágrafo anterior tenha deixado claro que discorde. Reconheço que é uma questão puramente pessoal, e você não incentiva ninguém a que faça a mesma coisa. Mas infelizmente, o mesmo não se pode dizer do texto principal, que se pretende uma manifestação pública, e iguala os eleitores de Dilma aos liberais que tentam evitar que o PT fique 16 anos no poder. Aliás, tem muito ancap por aí que não só não vota como acusa quem vota de "traidor", porque "concorda com o sistema", o que obviamente é falso. Quando você tem uma arma apontada para a cabeça e resolve entregar o dinheiro para o ladrão, aquilo pode ser chamado de tudo, menos de uma decisão voluntária.

    É uma questão de estratégia. Quem resolve votar o faz porque acha que alcançará um maior grau de liberdade a longo prazo, tendo em vista as circunstâncias atuais. O discurso moralista de que "quem vota é traidor" e que os liberais "puros" são aqueles que se abstêm de qualquer interação com processo eleitoral e o estado é tosco, contraproducente e cria brigas internas que desviam o foco na luta contra o verdadeiro inimigo. É contra isso que foi a minha resposta. O pensamento liberal não pode se estreitar a ponto de ser um punhado de dogmas ancaps que todos devem seguir a ferro e fogo. Deve ser algo abrangente, com espaço para diferentes opiniões.

  • Mais um ausente  27/10/2014 11:36
    Gabriel. Gostei muito do que vc falou,mais tem uma coisa que sou obrigado a discordar de vc.
    Eu não acredito que as urnas são passiveis de fraude ou são fraudadas.
    1) OS candidatos mesmo alem de poderosos,não tem interesse nisso.
    2) As urnas refletem a opinião das pessoas,é só vc ir em um lugar publico e conversar com 10 pessoas que vc chegara a essa conclusão.
    Por isso que eu concordo com vc que temos que trabalhar na mudança de mentalidade da população,e com o tempo,ai o pais ira evoluir e crescer.
  • gabriel  27/10/2014 20:44
    Busque algumas informações sobre a urna brasileira, também achava isso no começo, mas ela é passível de fraude de acordo com especialistas esse mesmo professor fez uma entrevista no programa do danilo gentili falando sobre o que descobriu ao analisar a urna - e me parece uma opinião imparcial de um técnico na área que justamente foi chamado pelo TSE para fazer algumas análises quanto a segurança da urna.

    Um dos principais problemas é que caso tenha sido fraudado os registros eletrônicos, não é mais possível fazer uma recontagem ou descobrir a fraude já que os registros eletrônicos são a única forma de recontagem.

    Mas foi apenas um adendo, não quero aqui levantar uma 'teoria de conspiração', duvido muito que se tenha fraudado essa eleição presidencial pelo tamanho do país e por que os dois partidos envolvidos eram grandes demais para deixar passar uma fraude dessa magnitude. Contudo para eleições de vereador e prefeito é bem viável, já que infectar algumas poucas urnas pode mudar o resultado. Fora isso a eleição foi muito próximo do esperado, eu não levantaria suspeitas.
    Quando se vê que quem desenvolve os programas da urna são funcionários do próprio governo que nada tem a ganhar para codificar da melhor maneira possível, não digo que por má fé, mas falta de incentivos, deixa ela ainda mais vulnerável.


  • Oscar Pereira de Barros  18/11/2014 00:28
    Caro Fernando Chiocca; Gostei do seu texto, objetivo e enxuto. Não sei se serei capaz de algo Inteligente como Vc. requer, mas será educado.

    A demonstração de democracia esta perfeita, mas penso que o problema das brigas entre amigos, que foram e, continuam sendo numerosas, não se prende somente a falta de treino democrático, por parte da população brasileira.

    A mídia, é quem deu o "diapasão" das dos diálogos exasperados, tendenciosos e incoerentes entre "amigos". Foi a partir do julgamento do "mensalão" que as conversas sobre política, se tornaram um verdadeiro Fla x Flu. Chegando até as eleições.

    As pessoas que participam da mídia brasileira, conhecem bem seus leitores para incitá-los ao um "rink futebolístico" e, assim o fizeram.

    Ocorre que em se tratando de futebol, temos partidas semanais, com diferentes times, resultados na maioria das vezes, absolutamente imprevisíveis, com isso, nos recuperamos das brigas ocorridas nas semanas anteriores. Cada semana é um novo resultado, nos levando a diferenciar atitudes e raciocínio para a próxima semana.

    Não acontece o mesmo em disputas políticas, não há tempo para recuperação, sabemos que teremos uma longa espera ( 4) quatro anos.

    Olhando para o mapa dos resultados eleitorais do estado de São Paulo, verificamos que no 1° turno, apenas um único município votou contra o candidato do PSDB, não houve polarização. Contrariamente, no 2° turno, vários municípios votaram no candidato do P.T.

    Alguém já disse que, oposição no Brasil só é feita na mídia e, não por partidos políticos, em uma demonstração clara de pertencerem a um mesmo clube.
  • Adelino   26/11/2014 17:19
    Não votar não é a solução. E dizer que o seu voto não vale numericamente nada, é uma opinião meio estranha, no mínimo. E as suas convicções?
    Quando estudante fizeram uma eleição para escolher o paraninfo da turma. O "placar" estava 35 x 5 contra o meu candidato. Mesmo assim, com voto aberto, votei de acordo com as minhas convicções.
    Minhas desculpas, mas não concordo com a abstenção na escolha de nossos governantes.
  • Rennan Alves  26/11/2014 22:01
    "Não votar não é a solução."

    É mesmo? Então se eu não me identifico com nenhum candidato, ainda assim eu preciso votar? É como chegar ao mercadinho procurando uma laranja e encontrar apenas maçãs e bananas. Seguindo a sua lógica eu só posso sair dali se escolher uma delas.

    "E dizer que o seu voto não vale numericamente nada, é uma opinião meio estranha, no mínimo. E as suas convicções?"

    Eu tenho convicção (e creio que a de muitos aqui) de que o Estado é uma quadrilha. Logo, segundo minhas convicções, o voto não significa absolutamente nada. Minto, significa a perpetuação da quadrilha. Mas posso dar uma colher de chá para o primeiro governante que propor isso aqui.

    "Quando estudante fizeram uma eleição para escolher o paraninfo da turma. O "placar" estava 35 x 5 contra o meu candidato. Mesmo assim, com voto aberto, votei de acordo com as minhas convicções."

    Que bom pra você, só que pra mim não houveram candidatos "de acordo com minhas convicções". Logo, por coerência (e convicção, parece que você gosta dessa palavra), não votei neles.

    "Minhas desculpas, mas não concordo com a abstenção na escolha de nossos governantes."

    Verdade, devemos escolher entre o diabo, o satanás e o capeta. Não podemos deixar de votar neles porque nosso voto é precioso! Temos o dever e a obrigação de votar com CONVICÇÃO, independente de quem esteja lá! Afinal, o que seria de nós sem as mentes sagazes de nossos governantes que sempre terão uma solução para nossos problemas?

    PS: Forte conteúdo irônico no último parágrafo.
  • Gabriel Azevedo  11/12/2014 17:21
    É uma boa comparação.

    Tirando o fato que são amigos, e gostariam de passar momentos JUNTOS...

    Claro, excluindo esse "detalhe" tudo faz sentido.

    O que extrapolando podemosmchamar de CONVIVÊNCIA

  • Wanderson  22/01/2015 21:28
    Em qualquer grupo, seja sociedade ou associação, as pessoas só podem ser conduzidas por dois princípios: o democrático ou o de autoridade. A opção "libertária" não é uma solução, é simplesmente o fim da associação ou sociedade. Querer organizar a sociedade desta forma é um paradoxo. Sou conservador e discordo dos libertários em vários pontos, principalmente quando querem submeter o direito a uma teoria econômica, por mais saudável e correta que esta seja.
  • Gabriel  22/01/2015 22:26
    ''Sou conservador e discordo dos libertários em vários pontos''

    Prezado Wanderson; quais seriam esses ''vários pontos''?
  • Lopes  22/01/2015 23:17
    Peço perdão, Wanderson. Mas não logrei compreender uma palavra do teu questionamento.

    "as pessoas só podem ser conduzidas por dois princípios: o democrático ou o de autoridade."

    As pessoas precisam ser conduzidas? Não precisam conduzir-se? Por que só há esta dicotomia? Não há mais? Que tal deixarmos de sermos geridos por iluminados e termos uma chance de descobrir a melhor forma de agradar uns aos outros através de um modelo de trocas voluntárias e realista quanto à escassez?

    Não compreendo o aforisma.

    "A opção libertária é o fim da sociedade e da associação."

    Ou seja, o "Estado"; o clamo de uns poucos bandidos de que a violência que cometem é legítima (exato oposto da sociedade e da associação voluntária - literalmente, uma barbárie para a qual não há resistência), é um exemplo de sociedade.

    Lembrá-lo-ei que a opção libertária não é o fim da liderança: ela ainda existirá sempre que os indivíduos se associarem voluntariamente por um propósito pois ele é simplesmente vantajoso para ambas as partes.

    Empreendedorismo quase nunca é feito individualmente, ninguém é forçado a compactuar e não é por isso que é o fim da sociedade. Eu não preciso de ninguém com o direito de saquear o que eu tenho para trocar bens com um vizinho.

    "(a opção libertária) como forma de organizar a sociedade é um paradoxo."

    Por que?

    "Os libertários querem submeter o direito à teoria econômica."

    Porque o direito proclamado por uns poucos iluminados em Brasília vem funcionado brilhantemente aqui.

    O direito, se adotada uma perspectiva científica e não dogmática sobre ele, é nada mais do que uma tecnologia empreendedorial: seu objetivo por regra é garantir a convivência mais suficientemente pacífica aos cidadãos; ou seja, descobrir a condição para qual os homens podem viver em sociedade. Sendo assim, leis não seriam inventadas, mas descobertas; tal qual as normas de quaisquer estabelecimentos privados na ausência da regulamentação estado - sob a ditadura dos consumidores através das mecânicas de lucro e prejuízo, produtores são capazes de alterar as regras e valores de modo a possibilitar a maior geração de utilidade possível a seus clientes; seja essa tecnologia o simples regulamento de um jogo de tabuleiro que não balanceado ou até literalmente como deve se comportar em um dado local.

    Ninguém quer barulho inundando sua hora de dormir. Ninguém (que não é fumante) quer que alguém fume na sua cara enquanto está no escritório pois afeta sua capacidade de trabalhar e eventualmente, reduz sua produtividade. Certas coisas são simplesmente absurdas de ser toleradas: mas por que precisamos, em uma realidade dinâmica, de um homem mau com o poder de simplesmente dizer o que pode ser feito ou não para todas as pessoas (que são todas diferentes?).

    Que tipo de direito prefere: um que pode ser diretamente afetado pela praxeologia e que está sujeito à mecânica de lucros e prejuízos - ou outro que é virtualmente outorgado por indivíduos que somos obrigados a seguir; ou quem sabe, até um arranjo em que estes indivíduos só possam perpetuar seu poder quanto mais conseguirem retirar de nós, pois isso os garantirá mais poder no longo prazo - desta vez, legitimado por uma democracia que é fundamentalmente alimentada (e necessita) pela expropriação de recursos e pela violência para perpetuar-se.

    Há um gigantesco arcabouço de questões nas quais eu poderia ser mais direto e peço perdão por quão vaga foi minha resposta para um assunto complexo. Mas receio não ter havido muito a refutar ou discutir: os aforismas deveriam ter sido mais explicados e com palavras, lograram falar muito pouco ou nada.
  • Pobre Paulista  22/01/2015 23:47
    A questão não é "submeter o direito à leis econômicas" e sim "submeter tudo às leis naturais".

    O direito de um é a escravidão de outro, e nenhum libertário defende escravidão.

    Não tem nada de teoria econômica neste raciocínio.

    Pronto, já pode largar seu conservadorismo e virar libertário.
  • Marcelo Gurgel  27/07/2015 16:05


    Ele está certo, o que vcs falam é muito bonito na teoria, e creio que qualquer um(conservador ou socialista) concordaria com isso se fosse possível. O problema é que não é. Se cada um fizesse o que quisesse o mundo simplesmente seria o caos. Na verdade qualquer nação que tomasse o libertarianismo que ele coloca aí acima em prática seria dominada facilmente por uma nação organizada.
    Notem que eu concordo com vocês, seria bom se cada um pudesse fazer o que quisesse, infelizmente o mundo em que vivemos não permite isso, é a realidade.
    Mas eu gosto de muitas ideias dos libertários muito mais que as ideias dos socialistas, devemos dar tanta liberdade as pessoas quanto possível.


    Quanto ao texto, é bonito, mas não é possível na realidade. Quem dera fosse!!!
  • Markus Mercedes  27/07/2015 18:40
    "qualquer nação que tomasse o libertarianismo [...] em prática seria dominada facilmente por uma nação organizada"

    Opa! Quer dizer então que se o Brasil adotasse o libertarianismo ele seria imediatamente encampado pela Suíça? Tô dentro!

    Aliás, confesso que nunca tinha ouvido uma crítica tão positiva quanto essa.
  • John Locke  27/07/2015 19:13
    O principal problema do anarcocapitalismo está longe de ser uma invasão externa, mas sim provar que uma região organizada pela propriedade privada pode se desenvolver sem uma instituição que tenha o monopólio da jurisdição.

    A história diz que não.
  • Professor Rogério Souza  07/02/2015 01:57
    Acho incrível que pessoas se transformem em meio a discussões que não afetam diretamente cada uma delas. No Facebook as pessoas destilam venenos e ódio em meio a indiretas ou postagens que agridem as opções que os outros adotaram. Não sei o motivo disso. O que sei é que enquanto as pessoas brigam, os políticos acabam se favorecendo mais e mais.

    Mais Educativo prepara para o Enem
  • anônimo  09/03/2015 02:45
    O artigo pode até ser razoável, mas o exemplo de Chernobyl me incomoda.

    vermelhosnao.blogspot.com.br/2012/03/contradicoes-radioativas-chernobyl.html

    Gente, parém de associar radioatividade extrema com Chernobyl. O lugar já está safo pra morar, mas por algum motivo misterioso ele permanece isolado.

    E aí? Não seria irônico se a praia escolhida no vídeo fosse Guarapari? XD
  • Beatriz Bolsa  18/06/2015 19:27
    É incrível que a inda hoje ocorram discussões sobre política que sejam levadas às últimas consequências, afinal o pressuposto do voto secreto serviria justamente para evitar esse tipo de conflito... Mas é mais um reflexo da falta de educação politica do povo.


Envie-nos seu comentário inteligente e educado:
Nome
Email
Comentário
Comentários serão exibidos após aprovação do moderador.

Manifesto em favor da liberdade de expressão

Por Rede Liberdade - 26/08/2022

Fernando Zanella (1965-2022)

Por Equipe IMB - 16/02/2022

O que é Mises Academy

Por Adriano Paranaiba - 24/09/2021

/ palavra do presidente