A eleição do dia 6/12/2015 na Venezuela deu ampla vitória à oposição, mudando o equilíbrio de forças naquele país e enviando um recado totalmente contrário à política de Nicolás Maduro.
A priori, Maduro aceitou os resultados da eleição e ameaçou, como o populista que é, não construir 500 vilas na Venezuela em razão de não ter tido apoio popular.
Todavia, parece que ele não mais aceitará o resultado das eleições. Já convocou uma assembleia comunal — prevista na constituição de lá — que na prática tira do o poder do congresso venezuelano, centralizando o poder nas mãos do executivo.
Lembram de algo? Sim, isso se chama ditadura e sempre aconteceu onde e quando quiseram implantar o socialismo.
Eis a reportagem.
Maduro diz que dará todo o
poder ao 'Legislativo paralelo' criado na Venezuela - Internacional
O presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, disse na noite da terça-feira 15 que dará "todo o poder" ao "Parlamento
Comunal Nacional" que foi instalado pelo presidente da Assembleia Nacional,
Diosdado Cabello - nomeação criticada pela oposição, que garante que a ação não
é constitucional.
"Vou dar todo o poder ao
parlamento comunal, e esse parlamento será uma instância legislativa do povo
desde a sua base", disse Maduro durante seu programa de rádio e televisão
"Em contato com Maduro".
O presidente acrescentou que foram
instalados 600 legisladores "de todos os parlamentos comunais de
base" e comemorou que a chamada "Revolução Bolivariana" segue
"em direção ao Estado comunal", mas não divulgou detalhes de como
será seu funcionamento.
A Assembleia em fim de mandato,
atualmente de maioria governista, instalou o Parlamento Comunal Nacional, uma
câmara que apesar de estar prevista na legislação venezuelana, concretamente na
Lei das Comunas, não havia sido instalada.
"O poder mais importante que
há é o poder das comunas, não há outra forma de organização", disse
Cabello ao instalar o parlamento comunal, e foi enfático ao precisar que
"nas comunas e nos conselhos comunais deve haver revolucionários e
revolucionárias" que "não podem ser um instrumento da contrarrevolução".
Na plenária não foram dados
detalhes sobre as funções e atribuições do Parlamento Comunal Nacional, mas a
lei estabelece que esta é "a máxima instância do autogoverno na
Comuna", a quem corresponde "sancionar matérias de suas competências".
A aliança opositora Mesa da
Unidade Democrática (MUD) reprovou o que rotulou de "ameaças" do
governo, após a nomeação do parlamento comunal assim como a convocação à
"rebelião" feita por Maduro contra um suposto "golpe
eleitoral". O secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, disse em
comunicado que as declarações são "lamentáveis gestos de
imaturidade".
"O único Parlamento que nossa
Carta Magna menciona e reconhece é a Assembleia Nacional, e essa mesma Carta
Magna estabelece que a voz do povo soberano, que se expressou nas urnas no dia
6 de dezembro, é um mandato que deve ser obedecido por todos", afirmou
Torrealba.
Para o líder da MUD, as ações
governistas "revelam como esses derrotados políticos", em referência
às eleições legislativas, "são incapazes de se conectar com o desejo
generalizado de paz do povo venezuelano".
No dia 6, a oposição venezuelana
obteve uma vitória contundente nas eleições legislativas ao conseguir a maioria
qualificada de dois terços com 112 deputados contra 55 do chavismo.