Dia 17 será em breve uma data
emblemática na história Argentina. Isso vai acontecer porque o a medida que
faltava para a instalação de uma ditadura foi obtida; a liberdade de imprensa
não existe mais.
Com 146 votos a favor, e boicote
da oposição, a mídia foi completamente controlada pelo Estado. Agora existem
cotas televisivas na Argentina, sendo que 1/3 delas devem ser exclusivamente de
organizações sem fins lucrativos, 1/3 para organizações privadas e 1/3 para a
mídia estatal. Para piorar ainda mais a situação, somente a mídia estatal pode
a partir de agora ter mais de 25% da cobertura nacional.
A justificativa dos deputados e
da presidente Cristina Kirchner é que essa lei combate os monopólios na mídia
argentina, acusando o Clarín de usar seu poder de mercado para atacar o
governo. Mas qual seria o problema do grupo de mídia Clarín atacar o governo? A
função da mídia não é também investigar o setor público? Se o governo argentino
não tivesse o que temer, provavelmente não veria nenhum problema nisso.
O que se vê nessa situação pelos
mais desatentos é que o Estado quer proteger a população da mídia inescrupulosa
e golpista. Já o que não se vê é que essas medidas ajudam completamente os
partidários do atual governo, como sindicatos, empresários ineficientes do
setor de mídia, igrejas, ongs, entre outros. O golpe de misericórdia na
liberdade vem como sempre travestido de salvação.
A Argentina acaba de entrar no
rol dos maiores censores sul americanos, ao lado da Venezuela, Equador e
Bolívia. Fica evidente ainda nessa lei a diferença entre interesse
governamental e interesse público. Interesse público é o que aumenta o bem
estar geral, ou seja, mais liberdade de imprensa e empresarial; já o interesse
governamental é sempre antagônico ao interesse público, pois este busca
sistematicamente maior restrição de informações e maior poder para a voz
"oficial".